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Vitimologia
LÚCIO RONALDO PEREIRA RIBEIRO
Advogado no Rio de Janeiro.
1. CONCEITO
Vitimologia (vítima + logia) é o estudo da vítima em seus diversos
planos. Estudase a vítima sob o aspecto global, integral: psicológico, social,
econômico, jurídico, consoante define EDUARDO MAYR, in verbis: "Vitimologia
é o estudo da vítima no que se refere à sua personalidade, quer do ponto de
vista biológico, psicológico e social, quer o de sua proteção social e jurídica,
bem como dos meios de vitimização, sua interrelação com o vitimizador e
aspectos interdisciplinares e comparativos" (p. 18). Ao que podemos
acrescentar também o estudo dos aspectos ecológicos ambientais, como
contribuição das teorias ecológicas da Criminologia (MOLINA, passim).
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Desde a Escola Clássica impulsionada por BECCARIA e FEUERBACH
à Escola Eclética de IMPALOMENI e ALIMENA, passando antes pela Escola
Positiva de LOMBROSO e GAROFALO, o Direito Penal praticamente teve
como meta a tríade delitodelinqüentepena. O outro componente do contexto
criminal, a vítima, jamais foi levado em consideração. Isto apenas passou a
ocorrer quando outras ciências, e principalmente a Criminologia, tiveram que
vir em auxílio do direito penal para análise aprofundada do crime, do criminoso
e da pena (MOLINA; LIRA, 1974; INGENIEROS, 1934; GAROFALO, 1997;
FARIAS JR., 1993; MEZGER, 1934, passim).
"As primeiras manifestações formais sobre a vítima" como observam
NEWTON e VALTER FERNANDES (p. 455, 1995), sua tragédia e a desdita de
seus dependentes ou familiares foram levantadas por ETIENE DE GREEF e
WILHELM SAVER.
Todavia, um estudo sistemático da vítima somente começou com o
advogado israelense BENIAMIM MENDELSOHN em 1945, criando a
Vitimologia, no entanto, anteriormente, outros autores já haviam realizado
estudos sobre o tema.
Em 1948, HANS VON HENTIG publicou O criminoso e sua vítima.
Posteriormente, outros cientistas sociais se interessaram pelo tema.
No exterior trataram da Vitimologia: PAASCH, SHULTZ, MORRIS,
QUINNEY, SAND, SILVERMAN, MARVIN, WOLFGAN, THOMAS QUINCEY,
LUIS JIMÉNEZ DE ASÚA, OCTÁVIO ITURBE e ANTOUN FAHMY ABDOU
ELLEMBERGER, SUTHERLAND, LOPEZREY (PAPALEO, passim). No Brasil,
entre outros, EDGARD DE MOURA BITTENCOURT, ALVES DE MENEZES,
OLYMPIO PEREIRA DA SILVA, CELSO CÉSAR PAPALEO, LAÉRCIO
PELEGRINO, EDMUNDO OLIVEIRA, JOAQUIM CIRINO DOS SANTOS,
FERNANDO WHITAKER, EDUARDO MAYR, HEITOR PIEDADE JR., ESTER
KOSOVSKI, SELMA ARAGÃO.
MENDOLSOHN foi o primeiro autor a empregar o termo "vitimologia" em
The origins of the doctrine of victimolog (p. 3 e 4, MAYR et al., 1990).
Todavia, devemos registrar que há certa polêmica acerca de quem seria
o verdadeiro fundador da Vitimologia, como informa EDGARD BITTENCOURT
(passim). Alguns atribuem a HENTIG, outros ao próprio a MENDELSOHN e
ainda outros atribuem simultaneamente aos dois.
2. VÍTIMA
O termo vítima vem do latim victimia e victus, vencido, cominado, refere
se a animal oferecido em sacrifício aos deuses no paganismo, ou sacrificado,
morto, abatido, ferido, por outro. Posteriormente, o conceito de vítima foi sendo
ampliado, para caracterizar todo ser humano que é prejudicado de alguma
forma.
32 RDP Nº 7 AbrMaio/2001 DOUTRINA
STANCIOU (Portão, 1982, p. 33) faz esta distinção:
"La victime est, dans un sens large, l'être qui souffre d'une maniére
injuste (le mót est d'origine latine; 'victima' signifiait créature offerte cri sacrifíce
aux dieux).
Les deux traits caracteristiques de la victimes sont dont la soffrance et
l'injustice, injuste et pas nécessairement illégale".
O conceito de vítima tornouse polêmico. A primeira polêmica é acerca
do alcance do conceito, o que tem implicações sobre o próprio objeto da
Vitimologia.
Um primeiro conceito considera que vítima é aquela definida na lei.
Um segundo considera que são também os prejudicados.
Um terceiro considera que os grupos tais como a família, o Estado
também devem ser considerados vítimas.
Podemos também classificar em conceito restrito e amplo.
O conceito amplo sustenta que vítima não é apenas aquela que é sujeito
passivo e, ou prejudicado por delito, mas toda pessoa que padece de um
sofrimento, o qual pode ter sido causado por fato humano ou natural. Como
reverso da vítima há o vitimizador, que é aquele que impinge o sofrimento.
Assim é que toda pessoa é vítima e vitimizador de uma forma ou de outra.
Dentro desta conceituação ampla adotada pela Vitimologia, a vítima pode ser
também vitimizador de si mesmo, sendo ao mesmo tempo vítima e vitimizador.
A dinâmica de vitimização ocorreria também em outras áreas do direito e da
vida humana, tais como direito civil e administração. Todavia, outros estudiosos
o questionaram, observando que a ampliação do conceito poderia
descaracterizar o objeto de estudo. No Brasil, no entanto, pelo menos, os
seguidores mais ativos da Vitimologia representados por HEITOR PIEDADE
JÚNIOR, ESTER KOSOVSKI, SELMA ARAGÃO, dentre outros integrantes da
chamada Sociedade Brasileira de Vitimologia parecem adotar uma
perspectivaampla do conceito de vítima e, conseqüentemente, da Vitimologia.
3. PERIGOSIDADE VITIMAL
Perigosidade vitimal é um estado psíquico e comportamental em que a
vítima se coloca estimulando a sua vitimização, v.g., a mulher que usa roupas
provocantes, estimulando a libido do estuprador no crime de estupro.
HEBER SOARES VARGAS (MAYR, VARGAS et al., p. 60) assim define
perigosidade vitimal: "É qualidade e quantidade de constantes estímulos
agressivos que a vítima projeta objetiva e subjetivamente sobre si ou sobre
outrem, favorecendo ou estimulando nesses conduta violenta, impulsiva e
agressiva capaz de provocar danos e sofrimentos em si próprio".
Sua apreciação sempre encerra um julgamento de valor (VARGAS, p.
80).
Em muitos casos o principal municiador deste estado é o inconsciente.
Temos então as vítimas inconscientes e as conscientes.
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Nesse estado, a vítima projeta estímulos objetivos e subjetivos que
causam sua vitimização pelo agente. Há estímulos que têm uma maior atuação
no agente, como, por exemplo, em temas que a sociedade, em geral,
considera como provocantes; e há ainda outros estímulos que dependem muito
mais da interpretação do agente, do que de uma importância particular,
específica para o agente.
4. PERSONALIDADE VITIMÓGENA
Personalidade é o conjunto de fatores emocionais e intelectuais, ora
herdados, ora adquiridos.
Para FREUD a personalidade tinha três funções básicas: o Ego, o Id e o
Superego. O primeiro corresponderia ao núcleo da personalidade, o segundo
aos elementos instintivos e o terceiro à função de censura social introjetada.
A personalidade da vítima caracterizase por quatro fatores de risco,
basicamente: a ansiedade, a agressividade, o sentimento de culpa, o
masoquismo. Estes quatro elementos gravitam em torno de um elemento
central: um ego frágil, interagindo com o meio ambiente em dependência
objetiva e subjetiva da causação vítimoimpelente (MAYR et al., passim).
ROSS (p. 36, 1996), propondo estratégias psíquicas e comportamentais para
evitar a vitimação, destaca dos elementos sentimento de culpa, vulnerabilidade
e perda/falta de confiança.
5. CLASSIFICAÇÕES
Há várias classificações acerca da vítima, tais como as de LOLA
ANYAR DE CASTRO, JIMÉNEZ DE ASÚA, MENDELSOHN (p. 6, MAYR et al.).
1ª) Classificação de MENDELSOHN: Mecanismos situacionais e
mecanismos relacionais
Mecanismos situacionais Do ponto de vista moral e jurídico
a) vítima que colabora;
b) vítima que não colabora;
c) vítima por ignorância;
d) vítima que pratica o crime.
Mecanismos situacionais Do ponto de vista psicossocial
a) vítima em cuja conduta está a origem do delito;
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b) vítima que resulta de consenso;
c) vítima que resulta de uma coincidência.
Mecanismos relacionais Relações psicobiológicas neuróticas e geno
biológicas
a) vítima de crimes;
b) vítima de si mesma, suicídio, autoacusações, autopunições
(PIEDADE JR., p. 100, e tb. PAPALEO, p. 65).
2ª) Classificação de JIMÉNEZ DE ASÚA
a) vítima indiferente (o assaltante que ataca qualquer um);
b) vítima ex crime determinante passional por ciúmes (vítima resistente)
(obstaculiza);
c) vítima coadjuvante (ajuda o criminoso) (PIEDADE JR., p. 100).
3ª) Classificação de LOLA ANYAR DE CASTRO
a) vítima coletiva e singular;
b) vítima de crimes alheios e de si mesma;
c) vítima por tendência, reincidente, habitual e profissional;
d) vítima que age com culpa inconsciente, consciente, com dolo.
4ª) Classificação de FATTAH ABDEL EZZAU (PIEDADE JR., p.
102, Vítimologia)
Vítimas não responsáveis:
a) vítimas desejosas ou suplicantes: cuida de um tipo de vítima que ora
deseja ser vitimizada, ora faz tudo a seu alcance para possibilitar ao vitimário
realizar o processo vitimizador que virá alcançála;
b) vítimas que consentem livremente;
c) vítimas que mesmo não consentindo "não podem deixar de ser
responsabilizadas, uma vez que, de certa forma, favorecem, propiciando o
resultado".
SEPAROVIO classifica em vítima específica (pessoa física ou moral) e
não específica (entre abstrato, v.g., ordem pública, religião). Vítimas de crimes
e vítimas de acidentes. Vítimas de fato e em potencial. Conhecidas e
desconhecidas. Que simulam, vítimas de tentativa, as covítimas (p. 70,
PAPALEO)
A partir das normas do CP, ESTER KOSOVSKI, organiza a seguinte
classificação:
1. Relativo a agravantes:
a) vítima reduzida a impossibilidade de defesa;
b) vítima menor de quatorze anos nos crimes contra os costumes
(presunção de violência);
c) vítima idosa, enferma, com vínculos de parentesco ou coabitação,
ascendência, descendência, irmão ou cônjuge;
d) meio cruel que faz vítima sofrer;
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e) por ocasião de desgraça particular do ofendido.
2. Relacionada às atenuantes:
a) vítima que provoca injustamente o delito;
b) retorsão da vítima;
c) vítima por motivos nobres ou motivo de relevante valor social ou
moral;
d) prestação de socorro à vítima;
e) as diretrizes do art. 59 para a aplicação da pena.
A mulher como vítima sujeito passivo de aborto (não consentido),
estupro, sedução, rapto não consensual (p. 7 e 8).
ELLEMBERGER, psiquiatra e criminólogo belga, classificava da
seguinte forma: vítima latente: criminoso vítima e relação específica criminoso
vítima. Pretendia, com isso, caracterizar o binômio autorvítima. Distingue
ainda os aspectos que contribuem para a vitimização: criminoso que é vítima.
traços biológicos e morais; características socioculturais; relações eventuais
como criminoso; papel e contribuição delitógenos (PAPALEO, p. 62).
CALEWAERT, jurista belga, estudando o estelionato e suas vítimas,
classifica em: vítima por necessidade afetiva, quando atua com boafé e sem
culpa; vítima por desonestidade (PAPALEO, p. 66).
GULOTA: vítimas falsas e reais (PAPALEO, p. 68).
Ainda outras classificações podem ser pensadas, tais como: vítima
consciente e inconsciente. A propósito, EDUARDO MAYR (p. 20) destacou a
importância de identificar os aspectos não objetiváveis do processo de
vitimização a fim de ampliar a esfera de atuação e, conseqüentemente, de
proteção da vítima. Como exemplo de vítima inconsciente e subconsciente
MAYR cita o do "afloramento velado da libido reprimida".
6. HISTÓRICO
A Vitimologia surgiu como estudo científico na metade deste século
através do advogado israelense BENIAMIM MENDELSOHN.
A partir de então, gradativamente, expandiuse pelo mundo. No Brasil,
temos como seu introdutor HEBER SOARES VARGAS. LAÉRCIO
PELEGRINO (p. 30) aduz que já em 1909, na obra As três escolas penais,
MONIZ SODRÉ tratou da vítima no que tange à compensação pelos danos
sofridos. Modernamente, temos como expoentes da Vitimologia nacional
CÉSAR CELSO PAPALEO, HEITOR PIEDADE JÚNIOR, SELMA ARAGÃO,
EDUARDO MAYR, EDGARD MOURA BITTENCOURT, dentre outros.
Em 1902, HANS GROS destaca a conduta da vítima de fraude (p. 11,
MAYR).
Em 1936 e 1939, ROESNER publicou dois trabalhos sobre homicidas e
suas relações com as vítimas (MAYR, p. 12).
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O estudo da vítima, principalmente seu aspecto etiológico relativo à
origem do crime a partir da vítima , ganha cada vez mais relevância, pois que
o conhecimento apenas do aspecto dogmático não é suficiente diante de uma
realidade crescentemente complexa e dinâmica. É imprescindível o
conhecimento das causas próxima e remotas do evento.
Assim é que EDGARD BITTENCOURT (p. 66) aduz que, in verbis:
"O grau de inocência da vítima em confronto com o grau de culpa do
autor compõem precisamente os aspectos que têm sido negligenciados e que
podem contribuir para a explicação de numerosos casos. O conhecimento
apenas dos pontos que se referem ao criminoso é suficiente."
"A nova doutrina, entre outras proposições, entrosadas em diversos
ramos do conhecimento humano, sugere que na fixação em espécie da relação
criminal (infrator e vítima) não se abandone o estudo, com o mais puro
objetivismo, do papel de cada um dos sujeitos, ativo e passivo, do delito. Por
essa forma se estabelecerá a contribuição de cada qual, não na causa e no
resultado, dogmaticamente apurados, senão nas suas causas próximas ou
remotas, mas adequadas, da ocorrência prevista na lei penal." (p. 63)
LAÉRCIO PELEGRINO é da mesma opinião, in verbis:
"Nos dias atuais, o julgamento, ou o encaminhamento de um processo
criminal estuda a vítima apenas como vítima, sem dar o devido destaque ao seu
papel no crime. A Vitimologia se propôs a reformular esse conceito, estudando
também a colaboração do ofendido e sua conseqüente responsabilidade." (p. 10,
PELEGRINO)
Consoante conclui EDGARD BITTENCOURT (p. 223), a importância do
papel da vítima decorre principalmente da Política Criminal, da aplicação da
pena e da prevenção do delito.
Como exemplo de pesquisa empírica vitimológica, podemos citar a
pesquisa realizada pelos mestrandos em Direito da UERJ, sob a orientação do
professor JOÃO MARCELLO, para verificar a vitimização entre os estudantes
desta mesma universidade. O universo da pesquisa foram os alunos de Direito
da Graduação desta universidade. Disto foram geradas três conclusões
básicas: os estudantes de Direito da UERJ não confiam na Justiça Penal;
estão inseguros com relação à sua paz social, "o que importa em rebaixamento
do nível de qualidade de vida com reflexos negativos em seus estudos" (p.
250, ARAÚJO JR.); "existe a possibilidade de uma grande internalização da
violência, pois um grupo muito jovem de indivíduos sofreu um número muito
grande de crimes, em pequeno intervalo de tempo" (p. 250 e 251).
Modernamente, têm surgido diversos estudos vitimológicos.
Exemplificativamente podemos citar os seguintes:
HEITOR PIEDADE JR. e SÉRGIO ADORNO acerca da violência,
criminalidade e Administração da Justiça.
EDWARD ROSS (1996), no estabelecimento de estratégias e técnicas
para evitar a vitimização.
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FATTAH (1989), no estudo da vitimização de determinadas camadas da
sociedade, como dos idosos.
MCCULLOUGH (1995), propondo medidas psicoterapêuticas.
BRIGGS (1995), demonstrando a etiologia da vitimação sexual, que
torna a vítima um potencial ofensor no futuro.
7.OBJETO
O objeto da Vitimologia é o estudo da vítima em seus diversos aspectos.
Este estudo requer, assim, uma grande interdisciplinaridade de métodos das
diversas formas de conhecimento. A vitimologia é, portanto, um estudo
multidisciplinar (BITTENCOURT, passim). A professora LOLA ANYAR DE
CASTRO, renomada criminóloga venezuelana, em sua obra Vitimologia tese
de doutorado publicada em 1969, citando MENDELSOHN, sintetiza o objeto da
Vitimologia nos seguintes itens:
1º) estudo da personalidade da vítima, tanto vítima de delinqüente, ou
vítima de outros fatores, como conseqüência de suas inclinações
subconscientes;
2º) o descobrimento dos elementos psíquicos do "complexo
criminógeno" existente na "dupla penal", que determina a aproximação entre a
vítima e o criminoso, quer dizer: "o potencial de receptividade vitimal";
3º) a análise da personalidade das vítimas sem intervenção de um
terceiro estudo que tem mais alcance do que o feito pela Criminologia, pois
abrange assuntos tão diferentes como os suicídios e os acidentes de trabalho;
4º) estudo dos meios de identificação dos indivíduos com tendência a se
tornarem vítimas. Seria possível a investigação estatística de tabelas de
previsão, como as que foram feitas com os delinqüentes pelo casal Glueck, o
que permitiria incluir os métodos psicoeducativos necessários para organizar a
sua própria defesa;
5º) a importantíssima busca dos meios de tratamento curativo, a fim de
prevenir a recidiva da vítima (p. 6, KOSOVSKI).
Podemos sintetizar, concluindo, que os objetivos finais da Vitimologia
são: evidenciar a importância da vítima; explicar a conduta da vítima; medidas
para reduzir a ocorrência do dano (no âmbito de políticas públicas e de
comportamento individual); assistência às vítimas.
Notese que, com a difusão de uma crença na cidadania, tem crescido o
número de entidades da sociedade civil que têm por objetivo a assistência às
vítimas. O fenômeno é mundial(GOHN, passim).
8. AUTONOMIA DA VITIMOLOGIA?
A Vitimologia é um apêndice da Criminologia ou já pode ser considerada
uma ciência autônoma, segundo a maioria dos seus estudiosos. Pelo menos,
atualmente, ainda deve ser considerada apenas uma parte da Criminologia.
MENDELSOHN, no entanto, pontuou que, através da sistematização dos seus
conceitos, ela pode se tornar no futuro uma Ciência; alguns autores, no
entanto, entenderam que MENDELSOHN teria sustentado que no tempo
presente a Vitimologia já seria uma Ciência, o que foi objeto de polêmica.
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