Vous êtes sur la page 1sur 178

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/315045167

DESENVOLVIMENTO DE UM MANUAL PARA CONSTRUÇÃO DE RODAS D’


ÁGUA.

Research · March 2017


DOI: 10.13140/RG.2.2.30595.71204

CITATIONS READS

0 306

2 authors, including:

Jony Eckert
University of Campinas
57 PUBLICATIONS   93 CITATIONS   

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Development of a Robust Control System for Emulating Real Driving Conditions in a Roller Chassis Dynamometer View project

Multibeam vPEH Optimization View project

All content following this page was uploaded by Jony Eckert on 15 March 2017.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
Faculdade de Engenharia e Arquitetura
Curso de Engenharia Mecânica

DESENVOLVIMENTO DE UM MANUAL
PARA CONSTRUÇÃO DE RODAS D’ ÁGUA.

Aluno: Jony Javorski Eckert


Orientador: Prof. Dr. Nilson L. Maziero

Passo Fundo
2010
Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO


Faculdade de Engenharia e Arquitetura
Curso de Engenharia Mecânica

DESENVOLVIMENTO DE UM MANUAL
PARA CONSTRUÇÃO DE RODAS D’ ÁGUA.

Monografia apresentada curso de Engenharia


Mecânica da Universidade de Passo Fundo como pré-
requisito para aprovação na disciplina Trabalho de
Graduação.

Aluno: Jony Javorski Eckert


Orientador: Prof. Dr. Nilson L. Maziero

Passo Fundo
2010

Jony Javorski Eckert

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 1


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Desenvolvimento de um Manual para Construção de Rodas D’água.

Monografia apresentada curso de Engenharia


Mecânica da Universidade de Passo Fundo como
pré-requisito para aprovação na disciplina
Trabalho de Graduação II.

Banca Examinadora

Prof. Dr. Nilson L. Maziero - Orientador


Universidade de Passo Fundo
Engenharia Mecânica

Prof. Dr. (MsC) <Nome do Professor>


Universidade de Passo Fundo
Engenharia Mecânica

Prof. Dr. (MsC) <Nome do Professor>


Universidade de Passo Fundo
Engenharia Mecânica

Prof. Dr. (MsC) <Nome do Professor>


Universidade de Passo Fundo
Coordenação de TFG - Engenharia Mecânica

Passo Fundo
2010

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 2


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11
1.1 Descrição do problema ............................................................................................. 11
1.2 Objetivos................................................................................................................... 11
1.3 Metodologia de trabalho ........................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 13
2.1 Histórico. (Mundo Mecânico, 1985) ........................................................................ 13
2.1.1 Aplicações de roda d’água.................................................................................... 18
2.1.1.1 Roda d’água acionando bomba hidráulica.................................................... 18
2.2 TIPOS DE RODAS D’ÁGUA ................................................................................. 20
2.2.1 Rodas de cima....................................................................................................... 21
2.2.1.1 Dimensionamento segundo Frederick Charles Lea (1930) .......................... 27
2.2.1.2 Dimensionamento segundo José de Mesquita (1958) .................................. 37
2.2.2 Rodas de lado (Macintyre) ................................................................................... 48
2.2.3 Rodas de baixo (Macintyre) ................................................................................. 54
2.2.4 Rodas flutuantes (Factory).................................................................................... 57
2.2.5 Rodas horizontais (Factory) ................................................................................. 58
2.2.6 Rodas de Poncelet (Factory) ................................................................................. 60
2.2.6.1 Dimensionamento segundo Frederick Charles Lea (1930) .......................... 62
2.3 MÉTODOS DE MEDIÇÃO DE VAZÃO ............................................................... 68
2.3.1 Medição em pequenas vazões .............................................................................. 68
2.3.2 Medição em Vazões medianas ............................................................................. 69
2.3.3 Medição em vazões grandes ................................................................................. 71
2.4 DETERMINAÇÃO DA DIFERENÇA DE ALTURA ............................................ 73
2.4.1 Determinação através do agrimensor ................................................................... 73
2.4.2 Método do nível .................................................................................................... 76
2.5 MÉTODO PRÁTICO DE DETERMINAÇÃO DE TORQUE. ............................... 79
2.6 BOMBA DE PISTÃO ACIONADA POR RODA D’ÁGUA .................................. 80
2.6.1 Constituição e funcionamento do sistema ............................................................ 80
2.6.2 Acionamento por rodas de cima ........................................................................... 81
2.6.3 Acionamento por rodas de baixo .......................................................................... 82
2.6.4 Acionamento por rodas flutuantes ........................................................................ 82
2.6.5 Instalação, operação e manutenção ...................................................................... 83
2.6.6 Análise comparativa entre uso de carneiro hidráulico e bomba acionada por roda
d’água 84
2.7 FABRICANTES DE RODA D’ÁGUA ................................................................... 86
2.7.1 Fabricantes no mercado nacional ......................................................................... 86
2.7.2 Fabricantes no mercado internacional .................................................................. 89

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 3


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.8 SISTEMAS CONSTRUTIVOS ............................................................................... 90


2.8.1 Construção em madeira ........................................................................................ 90
3 DESENVOLVIMENTO DO MANUAL PARA CONSTRUÇÃO DE RODAS D’ÁGUA
92
3.1 Local escolhido ......................................................................................................... 92
3.2 Medição de vazão ..................................................................................................... 95
3.3 Determinação da diferença de nível ......................................................................... 96
3.3.1 Modelo escolhido ................................................................................................. 98
3.4 Procedimentos .......................................................................................................... 99
3.5 Itens a serem estudados ............................................................................................ 99
3.6 Pré-Dimensionamento .............................................................................................. 99
4 IMPLEMENTAÇÃO ..................................................................................................... 105
4.1 Definição e construção do canal ............................................................................. 105
4.1.1 Construção da canaleta. ...................................................................................... 106
4.2 Medição efetiva da vazão ....................................................................................... 109
4.3 Dimensionamento final da roda (geometria) .......................................................... 110
4.4 Calculo do torque, rotação, potência ...................................................................... 114
4.4.1 Calculo da rotação .............................................................................................. 114
4.4.2 Calculo das perdas .............................................................................................. 116
4.4.3 Potência .............................................................................................................. 119
4.4.4 Torque................................................................................................................. 120
4.5 Dimensionamento dos eixos e rolamentos. ............................................................ 120
4.5.1 Critério de falha escolhido.................................................................................. 120
4.5.2 Cálculos de dimensionamento do eixo ............................................................... 124
4.5.3 Dimensionamento dos rolamentos...................................................................... 129
4.6 Desenho de projeto ................................................................................................. 130
4.6.1 Lateral da caneca. ............................................................................................... 130
4.6.2 Canecas ............................................................................................................... 130
4.6.3 Construção dos braços de fixação. ..................................................................... 135
4.7 Construção da roda ................................................................................................. 141
4.7.1 Corte das laterais. ............................................................................................... 141
4.7.2 Montagem provisória das laterais ....................................................................... 142
4.7.3 Corte e montagem das canecas. .......................................................................... 142
4.7.4 Construção dos braços ........................................................................................ 144
4.7.5 Instalação dos mancais ....................................................................................... 147
4.7.6 Balanceamento.................................................................................................... 148
4.7.7 Pintura e vedação ................................................................................................ 149
4.8 Instalação da roda ................................................................................................... 150
4.9 Testes de campo...................................................................................................... 154
4.9.1 Verificação de torque e potência ........................................................................ 155
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 161
6 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 163

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 4


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Roda nora de Fílon................................................................................................... 14


Figura 2 - Moinho descrito por Vitruvius................................................................................. 15
Figura 3 - Moinho acionado por roda de eixo vertical. ............................................................ 15
Figura 4 - Moinho escandinavo. ............................................................................................... 16
Figura 5 - Eixo de uma roda d’água horizontal antiga. ............................................................ 17
Figura 6 - Roda d’água com jarros – nora. ............................................................................... 17
Figura 7 - Exemplo e uma roda d’água acionando bomba de pistão........................................ 18
Figura 8 - Típica instalação de bombeamento acionada por roda d’água. ............................... 19
Figura 9 - Tipos de rodas – Roda de cima, roda de lado, roda debaixo e flutuante. ................ 20
Figura 10 - Exemplos de rodas de cima. .................................................................................. 21
Figura 11 - Roda de cima. ........................................................................................................ 21
Figura 12 - Representação ampliada do jato e seus respectivos componentes......................... 23
Figura 13 - Representação esquemática do jato e do ponto de entrada na roda. ...................... 24
Figura 14 - Localização dos pontos b’ e b”. ............................................................................. 25
Figura 15 - Roda de cima com triangulo de velocidades. ........................................................ 27
Figura 16 - Sistema regulador de vazão. .................................................................................. 28
Figura 17 -Triângulo de velocidades na entrada. ..................................................................... 28
Figura 18 - Representação de r2 e r1.......................................................................................... 30
Figura 19 - Representação da força centrífuga. ........................................................................ 33
Figura 20 - Representação da queda Em. ................................................................................. 34
Figura 21 - Representação Da altura h. .................................................................................... 37
Figura 22 - Representação da altura H. .................................................................................... 38
Figura 23 - representação do ponto de saída M. ....................................................................... 38
Figura 24 - Inclinação do sistema de saída de água. ................................................................ 41
Figura 25 - Representação da distância L. ................................................................................ 41
Figura 26 - Representação da distância e. ................................................................................ 42
Figura 27 - Representação da altura h1. .................................................................................... 44
Figura 28 - Ângulo α. ............................................................................................................... 45
Figura 29 - Representação da altura Hl. ................................................................................... 46
Figura 30 - Exemplo de roda de lado. ...................................................................................... 48
Figura 31 - Representação da altura s1 do canal adutor. .......................................................... 50
Figura 32 - Representação esquemática da entrada de fluido em rodas de lado. ..................... 51
Figura 33 - Representação da velocidade de entrada e seus respectivos ângulos. ................... 52
Figura 34 - Representação da entrada A’ Ao e do desnível A s1.............................................. 53
Figura 35 - Representação do principio de funcionamento uma roda de baixo. ...................... 54
Figura 36 - Representação de uma roda de baixo, juntamente com o sistema regulador de
vazão. ................................................................................................................................ 54
Figura 37 - Representação da entrada de fluido em rodas de baixo. ........................................ 56

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 5


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 38 - Exemplos de rodas flutuantes. ............................................................................... 57


Figura 39 - Exemplo de roda horizontal. .................................................................................. 58
Figura 40 - Roda horizontal acionando moinho. ...................................................................... 59
Figura 41 - Representação da roda de poncelet. ....................................................................... 61
Figura 42 - Representação da entrada de fluido na roda de poncelet juntamente com o
respectivo triângulo de velocidades. ................................................................................. 62
Figura 43 - Triangulo de velocidades na entrada. .................................................................... 63
Figura 44 - Entrada de fluido entre os pontos R e Q na roda de poncelet. ............................... 65
Figura 45 - Representação da barragem. .................................................................................. 69
Figura 46 - Determinação da área transversal. ......................................................................... 71
Figura 47 - Medição de vazão. ................................................................................................. 72
Figura 48 - Representação do agrimensor e da escala. ............................................................. 73
Figura 49 - Método de utilização do agrimensor. ..................................................................... 74
Figura 50 - Determinação do ∆h............................................................................................... 74
Figura 51 - Determinação de todas as diferenças de altura entre as escalas. ........................... 75
Figura 52 - Representação do ∆h total. .................................................................................... 75
Figura 53 - Nível de carpinteiro. .............................................................................................. 76
Figura 54 - verificar nome. ....................................................................................................... 76
Figura 55 - Representação do método do nível. ....................................................................... 77
Figura 56 - Representação da segunda medição. ...................................................................... 77
Figura 57 - Representação de todas as medidas. ...................................................................... 78
Figura 58 - Representação da diferença entre o nível do reservatório e o ponto inicial de
medição. ............................................................................................................................ 78
Figura 59 - Método de determinação de torque. ....................................................................... 79
Figura 60 - Esquema de uma bomba alternativa com dois pistões........................................... 81
Figura 61 - Vista explodida de uma bomba de pistão. ............................................................. 81
Figura 62 - Roda d’água produzida pela Rochfer. ................................................................... 86
Figura 63 - Roda d’água produzida pela ZM. .......................................................................... 87
Figura 64 - Exemplos de rodas d’água produzidas pela Factory. ............................................. 89
Figura 65 - Esquema de uma roda de madeira. ........................................................................ 90
Figura 66 - Esquema do eixo em rodas de madeira.................................................................. 90
Figura 67 - Representação dos componentes do eixo............................................................... 91
Figura 68 - Representação da fixação do eixo no mancal. ....................................................... 91
Figura 69 - Local escolhido. ..................................................................................................... 92
Figura 70 - Esquema do local de instalação da roda. ............................................................... 93
Figura 71 - Primeira queda d’água. .......................................................................................... 93
Figura 72 - Segunda queda d’água. .......................................................................................... 94
Figura 73 - Ponto de tomada d’água. ........................................................................................ 94
Figura 74 - Local onde será construído o canal. ....................................................................... 95
Figura 75 - Barragem para canalização do fluxo...................................................................... 95
Figura 76 - Canalização para o recipiente de volume conhecido. ............................................ 96
Figura 77 - Ponto de captação da água. .................................................................................... 97
Figura 78 - Canalização da mangueira pelo leito do córrego. .................................................. 97
Figura 79 - Interrupção do fluxo d’água. .................................................................................. 97
Figura 80 - Mangueira no ponto de instalação da roda. ........................................................... 98
Figura 81 - Modelo base escolhido para construção. ............................................................... 98
Figura 82 - Canal de desvio em faze de construção. .............................................................. 105
Figura 83 - Represamento do curso d’água. ........................................................................... 106
Figura 84 - desvio do curso d'água. ........................................................................................ 106
Figura 85 - Final do canal de desvio sem a canaleta. ........................................................... 107

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 6


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 86 - Verificação do nível no suporte da canaleta. ....................................................... 107


Figura 87 - Palanque já cortado, com o barrote de sustentação colocado. ............................. 108
Figura 88 - Nivelamento do segundo palanque. ..................................................................... 108
Figura 89 - verificação final do nível do barrote e da canaleta. ............................................. 108
Figura 90 - Canaleta posicionada no suporte.......................................................................... 109
Figura 91 - Medição efetiva de vazão. ................................................................................... 110
Figura 92 - Divisão das laterais da roda. ................................................................................ 130
Figura 93 - Representação das canecas do protótipo.............................................................. 132
Figura 94 - Modelo de caneca para vazões maiores. .............................................................. 132
Figura 95 - Representação da perda de água pelas canecas devido a rotação. ....................... 133
Figura 96 - Representação das canecas. ................................................................................. 133
Figura 97 - furos para passagem dos pregos de fixação. ........................................................ 134
Figura 98 - caneca sem as laterais. ......................................................................................... 134
Figura 99- Canecas com as laterais montadas. ....................................................................... 135
Figura 100 - Montagem dos braços de fixação. ..................................................................... 135
Figura 101- Da esquerda para a direta, braço maior, braço menor e suporte do braço menor.
........................................................................................................................................ 136
Figura 102 - Braços maiores e menores. ................................................................................ 136
Figura 103 - Fixação dos braços menores. ............................................................................. 137
Figura 104 - Encaixe de fixação do eixo. ............................................................................... 137
Figura 105 - Montagem dos braços. ....................................................................................... 138
Figura 106 - Restante da montagem dos braços. .................................................................... 138
Figura 107 - Conjunto de braços. ........................................................................................... 139
Figura 108 - Braços fixados as canecas. ................................................................................. 139
Figura 109 - Acoplamento do eixo. ........................................................................................ 140
Figura 110 - Montagem dos braços no eixo. .......................................................................... 140
Figura 111- Mancais de rolamento. ........................................................................................ 140
Figura 112 - Método de marcação do diâmetro de corte da lateral. ....................................... 141
Figura 113 - Marcação do angulo de 45°. .............................................................................. 141
Figura 114 - Recorte da lateral. .............................................................................................. 142
Figura 115 - Pré montagem da lateral. ................................................................................... 142
Figura 116 - Inclinação de corte prévia da serra. .................................................................. 143
Figura 117 - Caneca montada. ................................................................................................ 143
Figura 118 - Fixação das canecas na lateral. .......................................................................... 143
Figura 119 - Fixação da segunda lateral. ................................................................................ 144
Figura 120 - Caneca montada. ................................................................................................ 144
Figura 121 - Encaixe para o eixo e demonstração do encaixe nos suportes. .......................... 145
Figura 122 - Alinhamento do encaixe do eixo. ...................................................................... 145
Figura 123 - Montagem dos braços menores. ........................................................................ 146
Figura 124 - Demonstração do encaixe dos conjuntos do braço maior. ................................. 146
Figura 125 - Fixação dos braços na roda. ............................................................................... 146
Figura 126 - Parte destacável do conjunto de braços. ............................................................ 147
Figura 127 - Acoplamento e nivelamento do eixo. ................................................................ 147
Figura 128 - Instalação dos mancais de rolamento................................................................. 148
Figura 129 - Roda suspensa pelos mancais. ........................................................................... 148
Figura 130- Adição de contra pesos. ...................................................................................... 149
Figura 131 - Roda pintada. ..................................................................................................... 150
Figura 132 - Ponto de instalação da roda ............................................................................... 150
Figura 133 - Modo de fixação da viga.................................................................................... 151
Figura 134 - Nivelamento das vigas ....................................................................................... 151

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 7


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 135 - Roda apoiada nas vigas. ..................................................................................... 152


Figura 136 - Ajuste da canaleta .............................................................................................. 152
Figura 137 - Distancia entre a roda e o córrego ..................................................................... 153
Figura 138 - Roda em funcionamento .................................................................................... 153
Figura 139 - Roda em funcionamento sem aplicação de torque resistente ............................ 154
Figura 140 - Roda funcionando na rotação especificada ........................................................ 155
Figura 141 - Verificação da vazão .......................................................................................... 155
Figura 142 - Sistema de freio ................................................................................................. 156
Figura 143 - Perfil de esforços aplicados a viga. .................................................................... 156
Figura 144 - Água sendo lançada para frente da roda ............................................................ 160

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 8


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Parâmetros de dimensionamento. ............................................................................. 37


Tabela 2 - Coeficiente de Comporta. ........................................................................................ 39
Tabela 3 - Parâmetros de dimensionamento em função da vazão. ........................................... 40
Tabela 4 - Fluxo em função da altura do corte retangular. ....................................................... 70
Tabela 5 - Diâmetro do tubo para acionamento da roda........................................................... 82

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 9


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

RESUMO

Este trabalho visa efetuar um levantamento de dados a respeito do projeto e construção de rodas d’água
para aplicação em pequenas propriedades, com o intuído de aplicar no bombeamento d’água ou na geração de
energia elétrica.
O trabalho inicia com uma pequena revisão histórica, e um resumo das aplicações mais comuns de uma
roda d’água. A seguir são apresentados os diversos tipos de rodas bem como a que tipo de aplicação e condições
em que são melhor aproveitadas.
É realizado um levantamento bibliográfico a respeito dos diversos métodos de calculo em função dos
diversos autores encontrados na bibliografia.
Também são apresentadas ferramentas auxiliares para o levantamento de dados como determinação da
vazão e determinação das velocidades, bem como do desnível do terreno, dados estes a serem determinados em
campo.
Também e realizado um estudo a respeito de fabricantes no Brasil e no exterior.
Finalmente e realizada apresentação de dados do local onde será baseado o projeto.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 10


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

1 INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade a roda d’água vem sendo usada como forca motriz de uma série
de equipamentos. Atualmente sua aplicação esta mais restrita ao acionamento de bombas de
pequena vazão e geradores elétricos de pequeno porte (corrente continua).
As rodas d’água são uma boa alternativa para o aproveitamento da energia cinética da
correnteza dos rios e da energia potencial das quedas d’água. São equipamentos de custo
relativamente baixo e possuem sua série de tamanhos podendo ser utilizadas tanto em vazões
pequenas como em vazões grandes.
Pode ser uma boa alternativa para o bombeamento de água onde não há acesso a
energia elétrica e a instalação de um motor a combustão se torna inviável, seja pelo custo ou
pela dificuldade de instalação.
Também são aplicadas no acionamento de geradores elétricos locais remotos ou que
nas possuam acesso à rede contanto que exista um ponto apropriado para sua instalação com
vazão e altura de queda suficiente.

1.1 Descrição do problema

Necessidade de um sistema capaz de bombear pequenas quantidades de água ou


produzir energia elétrica através da utilização da energia hidráulica disponível em quedas
d’água ou até mesmo da energia cinética da corrente dos rios.

1.2 Objetivos

Desenvolver um manual de fácil interpretação para o projeto e dimensionamento de


rodas d’água juntamente com os procedimentos de escolha para as bombas e geradores
elétricos a serem acopladas na roda d’água.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 11


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

1.3 Metodologia de trabalho

Inicialmente será realizado um levantamento bibliográfico a respeito dos modelos de


rodas d’água existentes e suas respectivas aplicações e métodos de dimensionamento e
instalação, assim como os materiais empregados na sua construção.
Será também realizado um estudo dos equipamentos acoplados a rodas d’água tendo
enfoque em bombas e geradores elétricos.
Depois de concluída a fase inicial será produzido um manual para a construção de
rodas d’água, contendo dados sobre os modelos e suas respectivas equações de
dimensionamento.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 12


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Histórico. (Mundo Mecânico, 1985)

Os primeiros usos da força da água foram desenvolvidos por meio de três dispositivos
distintos, os quais foram tão diferentes que cada tipo deve ser tratado como uma sequência
separada de invenções. O tipo mais simples e provavelmente o mais antigo desses dispositivos
foi à nora equipada com pás, de maneira que a pá era elevada pela força da correnteza da
água.
A seguir, por ordem de complexidade mecânica vem à roda de água horizontal usada
para acionar uma mó fixada diretamente ao eixo da roda. Esse tipo de dispositivo não poderia
ter sido derivado da nora, pois realmente não existem elementos mecânicos comuns aos dois
dispositivos.
A roda de água com rodas dentadas ou engrenagens também é uma invenção distinta.
O tratado de Fílon é uma representação aproximada da realização mecânica do terceiro século
a.C, Fílon descreve dois dispositivos para produzir um ruído de apito a intervalos regulares.
A seguir uma roda d’água baixa de projeto incomum, construída para acionar uma
correia de potes através de um mecanismo de correntes. Reconhece-se que o aparato exige um
grande volume de água com um fluxo rápido, de modo que é admitido que fosse um meio
dispendioso de se usar força.
Este tipo de nora mais desenvolvido costuma ser atribuído a Fílon (figura 1). O
movimento giratório da roda de pás (a) movida pela água é transmitido através de uma correia
(b) para um eixo superior (c), sobre o qual se encontra montado um tambor triangular (d).
Quando (d) gira, as jarras cheias d’água são trazidas para cima, onde são esvaziadas numa
pipa (e).

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 13


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 1 - Roda nora de Fílon.


Fonte: Mundo Mecânico

Os engenheiros bizantinos do final do século ІІІ tinham algum conhecimento dos


princípios básicos no uso da força da água, mas não uma proficiência suficiente para fazer
uma aplicação prática, num nível relacionado com a produção de força em grandes
quantidades. Mas é necessário evitar qualquer julgamento restrito das técnicas de irrigação da
Mesopotânea.
As primeiras rodas hidráulicas foram construídas possivelmente na Ásia, China e
Índia, há uns 2200 anos; da Ásia passaram par ao Egito e para a Europa (uns 600 anos
depois).
Consta que os romanos já conheciam e usavam as rodas hidráulicas como uma fonte
de energia mecânica, e a história reconhece o nome de Vitruvius como o engenheiro que levou
a cabo as modificações.
Na figura 2, tem-se um moinho com rodas dentadas que foi descrito por Vitruvius. No
eixo da roda d’água (a) encontra-se montada uma roda dentada (b). Esta engrena com outra
roda (c), que aciona a mó superior, móvel. (d) tremonha de alimentação.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 14


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 2 - Moinho descrito por Vitruvius.


Fonte: Mundo Mecânico

Porém, foram os saxões que popularizaram na Grã Bretanha o seu uso. As evidências
mais antigas se encontram em documentos que são as concessões pelo rei, que era de 762 DC.
E no censo de 1086 estão registrados mais de 5000 moinhos.
Na figura 3 é apresentado um tipo de moinho que era comum nos distritos franceses de
Provence e Dauphine. A água era conduzida para um vertedouro e acionava uma roda de eixo
vertical. A alavanca na janela do moinho era usada para fechar o vertedouro.

Figura 3 - Moinho acionado por roda de eixo vertical.


Fonte: Mundo Mecânico

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 15


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

A figura 4 apresenta um moinho escandinavo (também chamado grego). O milho era


alimentado numa tremonha (a). A roda d’água (b) tinha um eixo vertical e acionava
diretamente a mó (c). Puxando-se a viga (d) para cima, era possível levantar a roda d’água da
correnteza. Este tipo de aparelho requer pequena quantidade de água e pequeno dispêndio de
materiais e trabalho.

Figura 4 - Moinho escandinavo.


Fonte: Mundo Mecânico

No texto de Sanchus Mor, um código irlândes, por volta de século III d.C., pode ser
identificado o uso de uma roda d’água horizontal. Na figura 5, é apresentado o eixo de um
moinho. O cubo da roda d’água e o exo vertical são talhados de um sólido pedaço de
carvalho. Em volta do cubo estão insridas dezenove aletas de carvalho. Na parte superior do
eixo era fixada a pedra do moinho.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 16


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 5 - Eixo de uma roda d’água horizontal antiga.


Fonte: Mundo Mecânico

A nora (figura 6) com suas jarras e pás, é considerado o tipo de roda d’água mais
antiga. Antes de entrar em uso, somente as jarras haviam sido montadas nas rodas que eram
giradas por força muscular.

Figura 6 - Roda d’água com jarros – nora.


Fonte: Mundo Mecânico

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 17


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.1.1 Aplicações de roda d’água

As rodas d’água podem ter diversas aplicações no meio rural, desde aplicações
domésticas até aplicações industriais.
Entre as aplicações, se destacam:
• Roda d’água acionando bomba hidráulica;
• Roda d’água acionando gerador de corrente contínua;
• Roda d’água acionando moinho;
• Roda d’água acionando serraria.

2.1.1.1 Roda d’água acionando bomba hidráulica

As bombas acionadas por rodas d’água representam uma boa solução para o
bombeamento de água em propriedades rurais de qualquer natureza de atividade, sendo a
opção mais adequada quando se pretende um abastecimento eficiente prático, seguro e
econômico. Não utilizam energia elétrica ou combustível, pois são acionadas pela própria
água e dispõem de regulagens que possibilitam um perfeito funcionamento em diversas
condições de instalação durante todo ano. A empresa Rochfer (2009) fabrica rodas d’água
para acionar bombas de pistão desde a década de 1960.

Figura 7 - Exemplo e uma roda d’água acionando bomba de pistão.


Fonte: (Rochfer, 2009)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 18


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

De muita utilidade em sítios, fazendas e locais onde exista curso de água, é o sistema
de acionamento de uma bomba de êmbolo por meio de uma roda d’água, o eixo da roda
aciona dois excêntricos, cada um dos quais comanda uma biela e um êmbolo correspondente.
O sistema equivale a duas bombas de simples efeito, recalcando numa câmara de ar onde é
acoplada a tubulação de recalque. Variando-se a excentricidade do excêntrico consegue-se
variar o volume útil da câmara e, portanto, a descarga.
Conforme a rotação da roda e o passo do excêntrico, a bomba acionada pela roda pode
fornecer até 550 l/h, para uma altura de elevação de 20 m.
A figura 8 apresenta o exemplo de instalação de um sistema de bombeamento por roda
d’água acionado por roda d’água.

Figura 8 - Típica instalação de bombeamento acionada por roda d’água.


Fonte: (Rochfer, 2009)

Sabendo-se os valores correspondentes às letras A, B, C, D, E da figura acima é


possível obter o diâmetro adequado para a instalação de uma roda de água em uma
propriedade.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 19


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.2 TIPOS DE RODAS D’ÁGUA

As rodas hidráulicas ou rodas d’água são máquinas motrizes rudimentares, de bom


rendimento, em que a água atua com a predominância de uma das modalidades de energia que
possui, segundo o tipo de roda.
De Acordo com a localização da entrada da água na roda, esta recebe um nome
característico. Assim temos os tipos básicos de rodas ditas (figura 9): Roda de cima (a); Roda
de lado (b); Roda de baixo (c) e Rodas flutuantes (d).

(a) (b) (c) (d)


Figura 9 - Tipos de rodas – Roda de cima, roda de lado, roda debaixo e flutuante.
Fonte: Mundo Mecânico

A equação (1) que fornece a potência útil dessas máquinas é a mesma aplicada nas
turbinas:

   (1)

Onde:
• ρ = Massa especifica da água em temperatura ambiente corresponde a 1000
Kg⁄m ;
• g = Aceleração gravitacional sendo esta 9,81 m⁄s  ;
• H = Altura de queda em metros, (m);
• Q = Vazão de água em metros cúbicos por segundo, (m ⁄s);
• η = Rendimento da roda;
• N = Potência gerada pela roda em watts, (w).

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 20


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.2.1 Rodas de cima

Principio de funcionamento

Segundo M. Breese (1869), estas rodas são constituídas de duas coroas circulares,
paralelas, tendo como fundo uma superfície cilíndrica, de onde partem os raios que são
fixados ao eixo por um sistema adequado. Paredes curvas, a guisa de pás, dividem o espaço
periférico formado pelas coroas e o fundo, em um determinado número de cubas iguais.
A água não exerce nenhuma ação de impulsão sobre as pás, como ocorre nas turbinas.
As pás funcionam apenas como paredes das cubas; sua forma curva visa permitir uma melhor
entrada de água e sua retenção num maior ângulo de inclinação da cuba.

Figura 10 - Exemplos de rodas de cima.


Fonte: Factory

Podendo a entrada de água ser como mostra a figura 11:

Figura 11 - Roda de cima.


Fonte: Hydraulic Motors

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 21


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Dimensionamento

A velocidade vo de saída de água no canal adutor deve ficar entre 3 a 3,5 m/s e para
isso a profundidade Ho do filete médio deve ser da ordem de 0,50 a 0,70 m, pela equação (2):

 k2 (2)

Sendo:
• g = Aceleração gravitacional sendo esta 9,81 m⁄s  ;
• Ho = Altura de queda em metros, (m);
• k = Coeficiente que leva em conta as perdas por atrito de água nas proximidades da
saída do canal adutor;
• vo = Velocidade de saída de água no canal adutor em metros por segundo (m/s).

Adotando k = 0,95 a roda funcionará muito bem se a velocidade periférica v1, na


circunferência externa, for mantida entre 1,50 a 2,00 m/s.
Para permitir uma rápida saída do ar, na fase do enchimento da cuba, sua largura b
deve ser dimensionada segundo a equação 3.

 =  + 0,20   =  + 0,40 (3)

Onde:
• bo = Largura do jato em metros, (m);
• b = Largura da cuba em metros, (m).

Fixada à vazão Q em m³/s, a espessura So do jato é obtida pela equação 4:


 =  (4)
 

Onde:
• Q = Vazão de água em metros cúbicos por segundo, (m ⁄s);
• bo = Largura do jato em metros, (m);
• vo = Velocidade de saída de água no canal adutor em metros por segundo (m/s);

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 22


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• So = Espessura do jato em metros, (m).

O jato que sai horizontalmente tem para linha média uma parábola cujo foco F dista f
do seu vértice P como pode ser visto na figura 12, sendo f descrito pela equação 5. Contanto
que a resistência do ar ambiente seja desprezada.

 !
 "
(5)

Ou ainda pode ser descrito pela equação 6:

 #   (6)

Onde:
• f = Fator de fricção;
• vo = Velocidade de saída de água no canal adutor em metros por segundo (m/s);
• g = Aceleração gravitacional sendo esta 9,81 m/s2;
• k = Coeficiente que leva em conta as perdas por atrito de água nas proximidades da
saída do canal adutor;
• Ho = Altura de queda em metros, (m).

Figura 12 - Representação ampliada do jato e seus respectivos componentes.


Fonte: Hydraulic Motors

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 23


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Para facilitar o traçado da curva da pá, esta parábola deve ser desenhada, o que é feito
por um dos processos gráficos conhecidos.
Para traçar a trajetória AB da água consideremos uma das partículas que percorre a
linha média do jato. Admitindo não existir resistência ao escoamento do jato, a componente
horizontal da velocidade instantânea da partícula não sofre alteração e se mantém igual à vo,
enquanto a componente vertical está submetida à aceleração g. Se a roda girar com velocidade
angular constante, prova-se que, da combinação desses dois movimentos, resulta uma
trajetória relativa retilínea.
Assim sendo, para seu traçado basta determinarmos apenas dois de seus pontos. No
instante to a partícula atinge a pá no ponto A, e num instante após estará no ponto B’ de sua
trajetória absoluta, ponto esse que dista horizontalmente vo de A”. Para determiná-lo basta
marcar o ponto B”, afastado vo de A, e baixar a vertical B”B’. O plano meridiano OB’ no
instante to encontrava-se em OA’, fácil de marcar porque A’ dista de A” de um arco de
comprimento igual a v1. Assim o ponto B’ no instante to, se encontrava em B, que é o segundo
ponto procurado.
À distância Y deve ser escolhida de modo a não permitir que a circunferência externa
de raio R, que passa por A, possa atingir a lâmina que forma o fundo do canal adutor. O raio R
é obtido no desenho e escolhido de maneira que a parte inferior da roda fique um pouco acima
do nível máximo da água no canal de descarga, para que seu movimento não seja perturbado.

Figura 13 - Representação esquemática do jato e do ponto de entrada na roda.


Fonte: Hydraulic Motors

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 24


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

A profundidade a das cubas costuma ser fixada entre determinadas dimensões


conforme a altura de queda como mostra a equação 7:

  $0,16  0,25(√ (7)

Sendo H a altura de queda d’água.


A experiência mostra que, aumentando-se o valor de a, crescem as perdas hidráulicas,
mas em compensação, diminui até certo ponto o custo da roda.
A distância entre as pás medida na circunferência externa deve ser tomada conforme a
equação 8:

*  $1,3  1,5($’ . ”( (8)

Onde:
• ’= Altura em metros do ponto localizado no cruzamento da linha de centro do jato
com a perpendicular (linha azul) que parte do cruzamento da linha tangente à raiz
da pá (linha verde), com a linha (lilás) tangente a pá e que passa no ponto onde a
linha horizontal que parte da ponta da pá posterior (linha marrom) cruza a linha de
centro do jato;
• ” = Altura em metros do ponto onde a linha horizontal que parte da ponta da pá
posterior (linha marrom) se alinha em 90° com o ponto ’ (linha vermelha).

Figura 14 - Localização dos pontos b’ e b”.


Fonte: Hydraulic Motors

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 25


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Respeitada a condição lógica de ser um submúltiplo da circunferência, em que b’ e b”


correspondem ao arco abrangido pelo jato. O número de raios costuma ser par e fornecido
pela equação 9:

.  2/ + 2  2/ + 3 (9)

Sendo:
• R = Raio da roda em metros, (m);
• z = Número de raios da roda.

A forma da pá em geral é de superfície cilíndrica de geratrizes paralelas ao eixo da


roda determinada pelo seu perfil, que costuma ser traçado de acordo com a seguinte indicação
prática: são constituídos por dois arcos de circunferência c x c1 e c1 x c2, tangentes um ao
outro, terminando o último por um trecho retilíneo de direção radial, para permitir sua fixação
no fundo da cuba, por meio de uma cantoneira. O perfil é traçado tangenciando, em c1, a
trajetória relativa AB e tendo sua origem no ponto c, que deve distar de A de um comprimento
igual a 0,4 t.
Com este traçado fica prejudicada a condição de entrada sem choque. Esta para ser
atendida exigirá que a pá, na entrada fosse tangente à trajetória relativa AB, mas se assim
fosse chegar-se-ia a uma forma muito mais desfavorável para a cuba, fazendo com que a água
escapasse por trasbordamento, quando ainda estivesse a grande altura acima do canal do
escapamento.

A aplicabilidade das rodas de cima fica subordinada aos limites seguintes:


• H = 4 a 10 m
• Q = até 1 m ⁄s;
• n = 4 a 8 rpm;
• D = 3,5 a 8,5 m;
• η = 0,6 a 0,80.

Pode se notar que as rotações neste caso são baixas devido ao grande diâmetro
proposto. Contudo existem rodas de menores diâmetros que podem apresentar rotações mais
elevadas.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 26


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.2.1.1 Dimensionamento segundo Frederick Charles Lea (1930)

As rodas de cima não são adequadas para vazões muito grandes ou muito baixas,
sendo utilizada para quedas de 2 a 20 metros.
No triangulo de velocidades, a velocidade na periferia da roda é v, e a velocidade da
água é U. A ponta da pá deve estar paralela com v, como mostra a figura 15.

Figura 15 - Roda de cima com triangulo de velocidades.


Fonte: Hidraulics

A velocidade media da água na entrada da roda é dada pela equação 10:

0  1  2 (10)

Onde:
• vo = velocidade de aproximação da água no canal em metros por segundo, (m/s);
• H = Altura de queda em metros como mostra figura 16;
• g = Aceleração gravitacional sendo esta 9,81 m/s2;
• U = Velocidade média da água na entrada da roda em metros por segundo, (m/s).

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 27


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

A água é forçada contra a roda através de um sistema regulador de vazão conforme


mostra a figura 16. Desta maneira a velocidade U e o abastecimento da roda pode ser mantido
constante com a regulagem do sistema.

Figura 16 - Sistema regulador de vazão.


Fonte: Hidraulics

A melhor velocidade periférica é abaixo da equação teórica 11:

2 34 ∅
1 
(11)

Sendo:
• v = Velocidade periférica da roda em metros por segundo, (m/s);
• U = Velocidade média da água na entrada da roda em metros por segundo, (m/s);
• ∅ = Ângulo entre a velocidade periférica (v) e a velocidade da água (U) como
mostra a figura 17.

Figura 17 -Triângulo de velocidades na entrada.


Fonte: Hidraulics

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 28


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Mas na pratica a velocidade v é frequentemente muito maior e experimentalmente


considera-se a melhor velocidade periférica como:

v=0.9U (12)

Onde:
• v = Velocidade periférica da roda em metros por segundo, (m/s);
• U = Velocidade média da água na entrada da roda em metros por segundo, (m/s).

Mantida a relação proposta acima, à água deve entrar na roda e a altura de queda não
deve ser menor que a indicada na equação 13:

2! 6. !
  "  "
(13)

Sendo:
• v = Velocidade periférica da roda em metros por segundo, (m/s);
• U = Velocidade média da água na entrada da roda em metros por segundo, (m/s);
• H= Altura de queda d’água em metros, (m).

A altura de queda total sem a roda é h, portanto diâmetro da roda deve estar entre h
e ℎ8 dado pela equação 14:

6. !
ℎ8  ℎ − (14)
"

Onde:
• v = Velocidade periférica da roda em metros por segundo, (m/s);
• g= Aceleração gravitacional em metros pro segundo quadrado, (m/s2);
• h = Altura de queda total sem a roda em metros, (m);
• ℎ8 = Diâmetro mínimo da roda em metros, (m).

Desde que U seja igual a 2 , para determinado de U e de h, o tamanho da roda


deve ser maior que a distancia angular do topo da roda na qual a água entra.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 29


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Dependendo do tipo de roda a altura H provavelmente irá variar, mas velocidade U


permanece constante, pois depende somente da velocidade do fluido. Por mais que a roda seja
projetada para extrair potência de um fluxo mínimo, quando ocorre um aumento de vazão, a
perda de eficiência não é relevante.

Potência da roda:

O número de canecas pode ser definido pela equação 15:

  2,5 :; 3< (15)

Sendo:
• D = Diâmetro da roda em metros, (m);
• N = Número de canecos.

A profundidade do caneco é calculada pela equação 16, sendo entre 0.25 m e 0.5 m.

:  = 9 =6 (16)

Onde:
• r2= Raio externo da roda em metros, (m);
• r1= Raio interno da roda em metros, (m) como mostra a figura 18.

Figura 18 - Representação de r2 e r1.


Fonte: Hidraulics

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 30


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Quando a forma das canecas a capacidade de cada caneca é aproximadamente:

@A
>?  : (17)
B

Onde:
• d = Profundidade do caneco em metros, (m);
• D = Diâmetro da roda em metros, (m);
• N = Número de canecos;
• b = Largura da caneca em metros, (m);
• Cap = Capacidade de cada caneca em metros cúbicos, (m3).

A fração de k de cada caneca preenchida pela água:

@A BC
  #: B @
(18)

Podendo ser simplificado para:

DEAC
 
(19)

E isolando a variável k:


#  EAC (20)

Onde:
• Q= Vazão em metros cúbicos por segundo, (m3/s);
• ω = Velocidade angular radianos por segundo, (rad/s);
• d= Profundidade do caneco em metros, (m);
• b = Largura da caneca em metros, (m);
• D = Diâmetro da roda em metros, (m);
• k = Parâmetro adimensional.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 31


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

A potência pode ser definida pela seguinte equação:

W = ; (21)

Onde:
• ρ = Massa especifica da água em temperatura ambiente corresponde a 1000
Kg⁄m ;
• g = Aceleração gravitacional sendo esta 9,81 m⁄s  ;
• H = Altura de queda em metros, (m);
• Q = Vazão de água em metros cúbicos por segundo, (m ⁄s);
• e = Corresponde à eficiência da roda;
• W = Potência gerada pela roda em watts, (w).

E a largura da caneca b é determinada pela equação 22:

F
  GHDEACI" (22)

Sendo:
• ρ = Massa especifica da água em temperatura ambiente corresponde a 1000
Kg⁄m ;
• g = Aceleração gravitacional sendo esta 9,81 m⁄s  ;
• H = Altura de queda em metros, (m);
• Q = Vazão de água em metros cúbicos por segundo, (m ⁄s);
• e = Eficiência da roda;
• W = Potência gerada pela roda em watts, (w);
• D = Diâmetro da roda em metros, (m);
• k = Parâmetro adimensional calculado na equação 20;
• d= Profundidade do caneco em metros, (m);
• b = Largura da caneca em metros, (m).

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 32


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Efeito da força centrífuga.

Como a roda gira a água nas canecas, as forças centrifugas tomam a forma curva.
Considerando uma partícula de água de massa m e raio r igual à CB do centro da roda
até a superfície da água, como é demonstrado no esquema da figura 19.

Figura 19 - Representação da força centrífuga.


Fonte: Hidraulics

A força centrífuga é descrita pela equação 23:

LC ! M
JK  (23)
"

Onde:
• Fc = Força centrífuga em Newton, (N);
• m = Massa do fluido em kg;
• ω = Velocidade angular em radianos por segundo, (rad/s);
• r = Raio da roda em metros, (m).

A resultante BG em tese deve estar normal à superfície. Permitindo que BG produza


uma força vertical com centro em A.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 33


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Portanto:

NO NO L
  QR! S
(24)
OP M
T

Simplificando:

"
U>  C! (25)

A normal AB sempre corta a força vertical C em um ponto fixo A, que corresponde ao


centro do circulo em que está a superfície da água em uma caneca.

Perdas energéticas em uma roda de cima:

Toda a velocidade do fluido é perdida nas bordas das canecas. Como a água cai nas
canecas de uma distancia vertical EM como mostra a figura 20, a velocidade aumenta pela
ação da gravidade, mas se perde nas bordas por atrito.

Figura 20 - Representação da queda Em.


Fonte: Hidraulics

A direção da ponta da caneca não é paralela à velocidade Vr, a água entra causando
choque, e isso causa perdas. A perda total nas bordas e pelo choque pode, portanto ser descrita
pelas equações 26 e 27:

W!
V  76  # "
S
(26)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 34


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2!
V  76  #6 " (27)

Onde:
• k e k1 = Coeficientes calculados pela equação 20;
• h1 = Distancia vertical EM;
• U = Velocidade média da água na entrada da roda em metros por segundo, (m/s);
• g = Aceleração gravitacional, (m/s2);
• P = Perdas por atrito e por choque.

A água começa a levar as canecas antes do nível do canal. Isso é aumentado com a
força centrifuga.
A água leva as canecas com velocidade igual à velocidade periférica da roda.
Se o nível d’água na parte de baixo da roda aumentar causara mais perdas, devido ao
impacto na água que fica embaixo da roda no curso do córrego nas canecas e a tendência das
canecas de levantar a água na subida da roda.
A eficiência hidráulica máxima em um nível médio de fluxo d’água possível é definida
pela equação 28:

\ ! \!
XYZXQ [ S [ ]
; 
!T !T
(28)
X

E a eficiência atual é descrita pela equação 29:

\ ! \!
XYZD^ X^ [D_ X_ [XQ [D S [ ]
; 
!T !T
(29)
X

A eficiência calculada na equação acima (28) é a eficiência máxima, a eficiência


mínima é calculada pela equação 30:

W! !
;  "  " (30)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 35


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Sendo:
• hm = Altura media acima do nível do canal onde a água leva as canecas em
metros;
• g = Aceleração gravitacional, (m/s2);
• v = Velocidade periférica da roda em metros por segundo, (m/s);
• vr = Velocidade relativa da água em metros por segundo, (m/s);
• k, k1ek0 = Coeficientes calculados pela equação 20;
• e = Eficiência, (entre 60% e 89%.).

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 36


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.2.1.2 Dimensionamento segundo José de Mesquita (1958)

A altura de carga, as velocidades de arrastamento e da água e a rotação podem ser


determinadas com da tabela 1 através de relações com a altura bruta de queda.
Sendo que valores intermediários devem ser interpolados.

Tabela 1- Parâmetros de dimensionamento.


Fonte:Máquinas Hidráulicas

Parâmetros de Dimensionamento
Hb (m) 4 8
h (m) 0,15Hb 0,1Hb
vo (m/s) 2,4 3,3
u (m/s) 1,2 2
n (rpm) 8 4

Onde:
• h = Altura de carga em metros, (m);
• Hb = Altura bruta de queda em metros, (m);
• vo = Velocidade da água no extremo da bica em metros por segundo, (m/s);
• u = Velocidade de arrastamento em metros por segundo, (m/s);
• n = Rotação da roda em rpm.

A altura de carga (h) corresponde à diferença de altura entre o fundo do canal de


direcionamento da água para a roda e a superfície da água como mostra a figura 21.

Figura 21 - Representação Da altura h.


Fonte:Máquinas Hidráulicas

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 37


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

A altura bruta de queda (Hb) é a diferença entre a superfície da água do canal e o


ponto inferior onde se localiza a parte mais baixa da roda como pode ser visto na figura 22.

Figura 22 - Representação da altura H.


Fonte:Máquinas Hidráulicas

A velocidade da água (vo) corresponde à velocidade com que a água sai do canal no
ponto M e entra na roda, como mostra a figura 23.

Figura 23 - representação do ponto de saída M.


Fonte:Máquinas Hidráulicas

Podendo também esta velocidade ser calculada pela equação 31.

1  μ27 (31)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 38


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Onde:
• vo = Velocidade da água no extremo da bica em metros por segundo, (m/s);
• g = Aceleração gravitacional, (m/s2);
• h = Altura de carga em metros, (m);
• µ =Coeficiente de comporta dado pela tabela 2:

Tabela 2 - Coeficiente de Comporta.


Fonte:Máquinas Hidráulicas

Comporta µ
Vertical 0,65 a 0,7
Inclinada 1:2 0,75
Inclinada 1:1 0,8

O calculo da seção transversal de saída da comporta é dado mediante a equação 32:


a   (32)


Sendo:
• vo = Velocidade da água no extremo da bica em metros por segundo, (m/s);
• Q = Vazão em metros cúbicos por segundo, (m3/s);
• so = Seção transversal de saída da comporta em metros quadrados, (m2).

Podendo a seção transversal também ser calculada pela equação 33.

a    (33)

Podendo a parcela ao ser isolada na equação 34.

4
   (34)


Onde:
• so = Seção transversal de saída da comporta em metros quadrados, (m2);
• ao = Espessura da lâmina d’água em metros, (m);

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 39


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• bo = Largura da lâmina d’água em metros, (m) dada pela equação 35.

  b 9 0,1 (35)

Onde:
• bo = Largura da lâmina d’água em metros, (m);
• B = Largura da roda em metros, (m) dada pela tabela 3.

Tabela 3 - Parâmetros de dimensionamento em função da vazão.


Fonte:Máquinas Hidráulicas

Parâmetros em Função da Vazão


Q (l/s) 50 100 200 300 600 1000
B (mm) 500 1000 1500 2000 3500 4600
e (mm) 275 315 390 300 325 350
P 0,2500 0,2667 0,2817 0,2857 0,3333 0,3333

O diâmetro da roda é então calculado pela equação 36.

d I
< =  − cℎ + 
+ e tan i + 6jj
^
+ 0,03k (36)

Sendo:
• ao = Espessura da lamina d’água em metros, (m);
• h = Altura de carga em metros, (m);
• Hb = Altura bruta de queda em metros, (m);
• D = diâmetro da roda em metros, (m);
• H1 = 1,5Hb;
• β = Ângulo de inclinação do sistema de saída d’água como mostra a figura 24;
• L = distancia do sistema de controle de vazão até o ponto onde a água começa a
queda como mostra a figura 25

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 40


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 24 - Inclinação do sistema de saída de água.


Fonte:Máquinas Hidráulicas

Figura 25 - Representação da distância L.


Fonte:Máquinas Hidráulicas

A velocidade de entrada da água na roda é dada pela equação 37.

"d
16  l1   mnop  20,03 (37)

Onde:
• ao = Espessura da lâmina d’água em metros, (m);
• β = Ângulo de inclinação do sistema de saída d’água;
• vo = Velocidade da água no extremo da bica em metros por segundo, (m/s);
• g = Aceleração gravitacional, (m/s2);
• v1 = Velocidade de entrada da água na roda em metros por segundo, (m/s).

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 41


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

A velocidade de arrastamento é obtida pela equação 38.

^
q6  (38)


Onde:
• v1 = Velocidade de entrada da água na roda em metros por segundo, (m/s);
• u1 = Velocidade de arrastamento em metros por segundo, (m/s).

Sendo, portanto a rotação da roda calculada pela equação 39.

sjt^
r (39)
@A

Sendo:
• u1 = Velocidade de arrastamento em metros por segundo, (m/s);
• D = Diâmetro da roda em metros, (m);
• n = Rotação da roda em rpm.

O passo externo é dado pela equação 40.

*H  0,7;  0,015 (40)

Onde:
• te = Passo externo em metros, (m);
• e = Distancia entre o ponto onde a água deixa o canal a linha de centro da roda
como mostra a figura 26. Os valores de e se encontram na tabela 3.

Figura 26 - Representação da distância e.


Fonte:Máquinas Hidráulicas

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 42


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

O número de alcatruzes é dado pela equação 41.

@A
v (41)
wx

Sendo:
• te = Passo externo em metros, (m);
• D = Diâmetro da roda em metros, (m);
• Z = Número de alcatruzes.

O volume de enchimento é dado pela equação 42.

y
V  y8 (42)

Onde:
• P = Volume de enchimento;
• q = Quantidade de água que cai em cada alcatruz em metros cúbicos, (m3);
• q’= Volume de cada alcatruz em metros cúbicos, (m3).

O volume de cada alcatruz é definido pela equação 43.

AYH
z 8  ;b*H A
(43)

Sendo:
• q’= Volume de cada alcatruz em metros cúbicos, (m3);
• e = Distancia entre o ponto onde a água deixa o canal e o ponto onde ela entra na
roda em metros, (m);
• te = Passo externo em metros, (m);
• D = diâmetro da roda em metros, (m);
• B = Largura da roda em metros, (m) dada pela tabela 3.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 43


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

O volume de água que entra em cada alcatruz é fornecido pela equação 44.

sj
z (44)
{|

Onde:
• q = Quantidade de água que cai em cada alcatruz em metros cúbicos, (m3);
• n = Rotação da roda em rpm;
• Z = Número de alcatruzes;
• Q = Vazão em metros cúbicos por segundo, (m3/s).

Calculo das perdas:

A perda na saída da comporta é dada pela equação 45.

.6  76 $1 9 μ ( (45)

Sendo:
• µ = Coeficiente de escorregamento;
• z1= Perda na saída da comporta em metros, (m);
• h1 = Distância entre o nível superior da água e a entrada na roda, em metros, (m),
como mostra a figura 27.

Figura 27 - Representação da altura h1.


Fonte:Máquinas Hidráulicas

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 44


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

As perdas na entrada da roda são contabilizadas pela equação 46.

}^ !
.  (46)
"

Onde:
• z2 = Perda na entrada da roda em metros, (m);
• g = Aceleração gravitacional, (m/s2);
• w1 = Velocidade relativa em metros por segundo, (m/s) calculada através da
equação 47.

~6  16   q6  9 2q6 16 cos 6 (47)

Sendo:
• w1 = Velocidade relativa em metros por segundo, (m/s);
• v1 = Velocidade absoluta em metros por segundo, (m/s);
• u1 = Velocidade tangencial em metros por segundo, (m/s);
• α1 = Ângulo de entrada do fluido na roda. Como mostra a figura 28

Figura 28 - Ângulo α.
Fonte:Máquinas Hidráulicas

Como pode ser visto na figura acima o ângulo α é formado entre o vetor da velocidade
de tangencial (u1), e o vetor resultante (v1).
As perdas por queda antecipada da água no alcatruz são definidas pela equação 48.

.  $0,185  0,1( (48)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 45


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Onde:
• z3 = Perda no alcatruz em metros, (m);
• Hb = Altura bruta de queda em metros, (m).

As perdas por energia cinética na saída da rodas são dadas pela equação 49.

t^ !
.ƒ  "
(49)

Sendo:
• z4 = Perdas na saída da roda em metros, (m);
• u1 = Velocidade tangencial em metros por segundo, (m/s);
• g = Aceleração gravitacional, (m/s2).

A perda da altura hl no vértice inferior da roda sobre o canal de fuga pode ser definida
pela equação 50.

.„  7… (50)

Onde:
• z5= Perda no vértice inferior da roda em metros, (m);
• hl = Diferença de altura entre a parte inferior da roda e a superfície da água como
mostra a figura 29.

Figura 29 - Representação da altura Hl.


Fonte:Máquinas Hidráulicas

Portanto a perda total se dá pela somas de todas as perdas calculadas.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 46


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

.  .6  .  .  .ƒ  .„ (51)

Sendo:
• z1= Perda na saída da comporta em metros, (m);
• z2 = Perda na entrada da roda em metros, (m);
• z3 = Perda no alcatruz em metros, (m);
• z4 = Perdas na saída da roda em metros, (m);
• z5= Perda no vértice inferior da roda em metros, (m);
• z = Perda total em metros, (m).

Rendimento hidráulico é calculado pela equação 52.

I† Y‡
X  (52)

Onde:
• z = Perda total em metros, (m);
• Hb = Altura bruta de queda em metros, (m);
• ˆ‰ = Rendimento hidráulico.

A potência efetiva pode ser calculada pela equação 53.

GI†
HŠ  ‹„
X  (53)

Onde:
• X = Rendimento hidráulico;
•  = Rendimento volumétrico;
• HŠ = Potencia efetiva em CV;
• ρ = massa especifica da água em temperatura ambiente corresponde a 1000
Œ⁄ ;
• Q =Vazão em metros cúbicos por segundo, (m3/s);
• Hb = Altura bruta de queda em metros, (m).

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 47


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.2.2 Rodas de lado (Macintyre)

Principio de funcionamento

Nestas rodas a água motriz começa a atuar numa zona situada aproximadamente à
altura do eixo ou acima, e age simultaneamente por peso e por velocidade como mostra a
figura 30.
São máquinas empregadas para quedas topográficas compreendidas entre 1,50 a
6,00m. Sua constituição muito se assemelha à das rodas de cima, salvo quanto ao perfil das
pás que obedece a critério bem diverso, porque deve receber impulsão da água sem choque.
Essas rodas são providas de um distribuidor rudimentar, possuindo de dois a quatro canais
destinados a orientar convenientemente a água que se dirige a roda. O distribuidor divide a
corrente líquida em lâminas de espessura mínima de 6 cm para evitar entupimentos, que são
lançados à roda com ângulo conveniente para garantir a entrada sem choque.

Figura 30 - Exemplo de roda de lado.


Fonte: Design manual for water wheels

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 48


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Dimensionamento

Conhecida a queda topográfica H, escolhe-se o raio R um pouco inferior a H, para que


a zona de entrada de água fique um pouco abaixo do plano meridiano horizontal. Partindo da
queda e da potência N desejada, calcula-se a descarga Q, tomando η = 0,80, que é um valor
médio, mediante a equação 54:

B
Q = G"IŽ (54)

Onde:
• ρ = Massa especifica da água em kg por metro cúbico, (kg/m3);
• g = Aceleração gravitacional em metros por segundo ao quadrado, (m/s2);
• H = Altura de queda em metros, (m);
• Q = Vazão de água em metros cúbicos por segundo, (m ⁄s);
• η = Corresponde ao rendimento da roda;
• N = Potência gerada pela roda em watts, (w).

Fixando o número de canais do distribuidor, e atendendo que as lâminas de água


devem Ter suas espessuras, na saída do distribuidor, compreendidas entre 6 a 10 cm,
escolhem-se, como primeira aproximação, as posições do ponto B em que os filetes médios de
cada lâmina devem atingir a circunferência externa da roda. Em cada um desses pontos a água
chega com velocidade absoluta.
Considerando a descarga igual em todos os canais, temos a equação 55:

‘
Q’  ’“ (55)

Onde:
• Q’ = Vazão correspondente a cada pá em metros cúbicos por segundo (m ⁄s( ;
• Q = Vazão total em metros cúbicos por segundo (m ⁄s( ;
• np = Número de pás.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 49


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Com o valor de Q’ determina-se a seção de cada canal, na saída do distribuidor, que


deve comportar a vazão a ele destinada conforme a velocidade do fluxo de fluido. Isso é
demonstrado através da igualdade 56:

’
a6   (56)


Onde:
• Q’ = Vazão correspondente a cada pá em metros cúbicos por segundo (m3/s), dado
pela equação 55;
• bo = Largura da lâmina em metros ,(m);
• v’ = Velocidade da água no na entrada da roda em metros por segundo (m/s);
• s1 = Altura da seção transversal do canal em metros, como pode ser visto na figura
31.

Figura 31 - Representação da altura s1 do canal adutor.


Fonte: Máquinas motrizes hidráulicas

Escolhido o valor de s1, entre os limites de 6 a 10 cm calculamos a largura bo da


lâmina, o que permite determinar a largura interna b da roda que deve ser ligeiramente
superior a bo.
A largura b’ do canal de descarga costuma ser pouco superior á largura externa da
roda, medida nas cordas.
A velocidade periférica u, desse tipo de roda deve ficar compreendida entre 1,60 a
2,20 m/s.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 50


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Admitindo que a água deixe a roda com a mesma velocidade u, teremos para altura he
do lençol líquido, no canal de descarga, que pode ser definida pela equação 57.


7H  ”’• (57)

Sendo:
• he = Altura do lençol liquido no canal de descarga em metros, (m);
• Q = Vazão total em metros cúbicos por segundo, (m ⁄s( ;
• u’ = Velocidade periférica da roda em metros por segundo, (m/s);
• ’= Altura em metros do ponto localizado no cruzamento da linha de centro do jato
como demonstrado na figura 30.

A profundidade a da pá é dada pela equação 58:

  $2,5  3(7 (58)

Onde:
• a = profundidade da pá em metros, (m);
• h = altura do lençol líquido no canal de descarga em metros, conforme mostra a
figura 32.

Figura 32 - Representação esquemática da entrada de fluido em rodas de lado.


Fonte: Máquinas motrizes hidráulicas

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 51


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Para que a pá ao deixar a água, no canal de escapamento, não perturbe o escoamento é


preciso que satisfaça a condição de saída vertical, como indica em E, o que é conseguido
quando o pequeno trecho EF é um arco de envolvente da circunferência de raio R – he que
tangencia a superfície livre da água. Assim o ângulo δ, que a tangente à pá, no bordo da
entrada, deve fazer com a direção de u, gerando uma vertical com E.
O traçado do perfil da pá é simples: desenhado o arco de envolvente EF completa-se o
perfil com uma curva FG que tangencie a circunferência de fundo (raio R – a).
À distância t = E’E entre as pás deve ficar compreendida entre (0,5 a 0,7 m), satisfeita
a condição de as pás serem equidistantes entre si.
Os mancais da roda devem apresentar dispositivos que permitam ajustar a folga entre a
roda e o fundo do canal no trecho cilíndrico.
O número de raios é determinado como no caso das rodas de cima.
Sendo u e δ constantes, o mais rápido processo para determinar a direção mais
conveniente da velocidade V, no ponto B, é o gráfico. Desenhado o vetor u tira-se por
extremidade a reta uV, formando com ele o ângulo δ. A prática aconselha esteja o ângulo δ
compreendido entre 27° a 35°·, sendo estas propriedades demonstradas na figura 33.

Figura 33 - Representação da velocidade de entrada e seus respectivos ângulos.


Fonte: Máquinas motrizes hidráulicas

Se isto não acontecer, devemos escolher outra posição para o ponto B ou alterar a
velocidade u.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 52


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Conhecida a direção V, escolhemos na face interna do distribuidor o ponto A, que deve


ser à entrada do filete médio que vai passar por B, e a sentimento traçamos este filete, que
deve ser tangente à horizontal que passa por A e tangente à direção BV.
As espessuras so e s1 do canal, na entrada e na saída, são fornecidas pela equação 59:

’
a   (59)
 

Onde:
• s = Espessura do canal na entrada e saída em metros, (m);
• Q’ = Descarga em cada canal dado pela equação 55;
• bo = Largura da lamina em metros, (m);
• v’ = Velocidade do jato em metros por segundo, (m/s).

Na saída do canal podemos admitir que o filete médio passe pelo centro de figura da
seção do canal. Já o mesmo não ocorre na seção de entrada devido à sensível variação da
velocidade ao longo da vertical Ao A’, pois esta varia na razão da raiz quadrada da
profundidade. Na prática podemos considerar Ao A’ como sendo 0,4 do desnível entre A e S1
representado pela linha vermelha, como pode ser visto na figura 34.

∆H A s1

Figura 34 - Representação da entrada A’ Ao e do desnível A s1.


Fonte: Máquinas motrizes hidráulicas

Os perfis Ao e A’ são traçados a sentimento de modo a garantir seções decrescentes no


sentido do escoamento.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 53


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.2.3 Rodas de baixo (Macintyre)

Principio de funcionamento

Estas rodas são as de mais baixo rendimento, não ultrapassando 0,65. Sua
característica consiste na água atuar numa zona sensivelmente abaixo do nível do eixo de
rotação. Neste tipo de máquina a água atua quase que exclusivamente por velocidade, tal
como ocorre nas turbinas como é demonstrado na figura 35.

Figura 35 - Representação do principio de funcionamento uma roda de baixo.


Fonte: Hydraulic Motors.

A roda é empregada para quedas inferiores a 1,5m, o vertedor pode ter o fundo fixo ou
possuir um dispositivo que permite variar sua altura como pode ser visto na figura 36, para
controlar a descarga nos casos de possíveis elevações do nível de água no canal adutor.

Figura 36 - Representação de uma roda de baixo, juntamente com o sistema regulador de vazão.
Fonte: Máquinas motrizes hidráulicas

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 54


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Dimensionamento

O diâmetro da roda costuma oscilar entre (3 a 4) x H. Calculada a descarga,


escolhendo a altura so da lâmina e sua altura bo de modo que satisfaçam a equação 60:

  k’ a 2 a (60)

Onde:
• k’= 0,45 a 0,50, segundo o estado da superfície do fundo do vertedouro;
• bo = Largura da lâmina em metros, (m);
• so = Espessura do canal na entrada e saída em metros, (m);
• g = Aceleração gravitacional 9,81 m⁄s  ;
• Q = Descarga em (m ⁄s).

Admite-se que o filete médio passe horizontalmente por um ponto A situado a uma
profundidade há tirada da equação 61:


  k’ a ha 2 ℎd (61)

Sendo:
• k’= 0,45 a 0,50, segundo o estado da superfície do fundo do vertedouro;
• bo = largura da lamina em metros, (m);
• ha = altura de queda em metros, (m);
• g = aceleração gravitacional 9,81 m⁄s  ;
• Q = descarga em (m ⁄s).

Essa equação indica a vazão dividida em duas partes iguais pela superfície cilíndrica
de geratriz e tendo para diretriz o filete. Considera-se o filete comum uma parábola de eixo
vertical e distância focal descrita pela equação 62.

6j
UJ   66 7d (62)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 55


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Escolhida a velocidade periférica u da roda, que deve estar compreendida entre 1,40 a
1,70m/s, pode-se desenhar o paralelogramo das velocidades e dele retirar o valor do ângulo
que a velocidade relativa w deve fazer com o vetor u, como mostra a figura 37.

Figura 37 - Representação da entrada de fluido em rodas de baixo.


Fonte: Máquinas motrizes hidráulicas

A pá tem para perfil uma curva tangente ao vetor w no seu bordo de entrada. Esta
imposição não permite respeitar a condição de saída vertical no ponto E.
As larguras b da roda e b’ do canal de escapamento são determinadas do mesmo modo
que no caso das rodas de lado.
O cálculo de he o mesmo já demonstrado, e a profundidade a da cuba varia entre 1/3 a
2
/3 do raio R, não devendo ser inferior às 2h e para que a água jamais atinja o fundo da cuba.
Vejamos os dados característicos do emprego das rodas de baixo:

• H de 0,4 a 1,5 m;

Q até 3 m ⁄s;
• n de 2 a 6 rpm;
• D de 2,0 a 6,0 m;
• N de 0,50 a 0,65.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 56


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.2.4 Rodas flutuantes (Factory)

Principio de funcionamento

Trata-se de uma roda de rendimento reduzido, de pouco uso, só empregada no


aproveitamento da energia de um curso de água com pequena correnteza. É uma roda cujo
eixo é suportado por duas balsas e cujas pás recebem a ação da corrente do rio onde o
dispositivo se acha localizado. As balsas são empregadas à margem do rio e ancoradas no
mesmo, devendo existir uma transmissão, geralmente por correia, para utilização da máquina.

Figura 38 - Exemplos de rodas flutuantes.


Fonte: Alterima

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 57


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.2.5 Rodas horizontais (Factory)

Histórico

Desenhado por um francês chamado Benoit Fourneyron em 1834. Foi o resultado final
do esforço dos franceses para projetar equipamentos mais eficientes para explorar os seus
fluxos de energia.
A roda de Fourneyron pode lidar com qualquer cabeça de menos de 30 centímetros
até várias dezenas de metros, chegando a eficiências de até 85%. Isso se deve a capacidade de
poder lidar com fluxos muito maiores que as rodas convencionais e operar com rotações
muito maiores.

Principio de funcionamento

As rodas horizontais funcionam extraindo a energia cinética do fluido, mas ao


contrario das outras rodas d’água seu eixo fica na vertical e não na horizontal como mostra a
figura 39.
A roda fica imersa na água que deve ser direcionada a ela de tal forma a proporcionar
o movimento de rotação da mesma.

Figura 39 - Exemplo de roda horizontal.


Fonte: Factory

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 58


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Melhorias do projeto original

O projeto deste equipamento é hoje tão bom como foi na década de 1830.
A empresa Factory escolheu o desenho Fourneyron para a produção de rodas
horizontais por ser um projeto simples com lâminas dobradas apenas em uma via ao contrário
da maioria das modernas turbinas que torcem suas lâminas.
As lâminas devem ser feitas para exata "geométrica" especificada, por isso é
necessário informatizar as equações originais e especificações para que se possa cortar as
peças individuais com um sistema de corte a laser, em seguida soldá-las juntas em uma versão
moderna do corredor inicial, o que reduziu o custo de fabricação pela metade.
O aço moderno de que são feitas as rodas atualmente é muito mais resistente e tenaz
do que os materiais de antigamente, o que reduziu o tamanho e peso da roda.
A roda Fourneyron é do tipo de escoamento. Isto significa que você pode ver a ação
como a água sai tudo do lado de fora da turbina. Ela não precisa de tubo de sucção e você
pode posicioná-la acima, logo abaixo, ou completamente sob a água com excelente eficiência.

Figura 40 - Roda horizontal acionando moinho.


Fonte:On Water Mills in Central Crete

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 59


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.2.6 Rodas de Poncelet (Factory)

Histórico

Planejada em 1824 por Jean Victor Poncelet, consiste no principio de uma pá curva
com o seu lábio dobrado tangencialmente para eliminar o impacto para perto de zero. Foi à
primeira roda projetada para atender os princípios avançados da física hidráulica,
estabelecendo assim um precedente para todos os projetos posteriores. A roda de Poncelet
conseguia extrair o dobro de potência que uma roda de baixo com o mesmo fluxo de água.
Em 1820 a Grã-Bretanha e da Europa estavam no meio da grande revolução
industrial. O governo da França e outros ofereciam prêmios e grandes honras para os
designers de rodas d’água que desenvolvessem um projeto mais eficiente. Muitas das
melhores mentes da época estavam envolvidas na procura de energia adicional para a sua
indústria. .
Estima-se que havia mais 60.000 rodas de exploração de água na França, em meados
de 1829. Muitos dos córregos nas áreas industriais da França eram bastante planos. Jean
Poncelet estudou as rodas de baixo, o menos eficiente de todas as rodas d’água, e desenvolveu
um design que mais do que duplicou a sua eficiência. Seu projeto repercutiu com sucesso
imediato. Os operadores de moinho estavam bem familiarizados com as limitações de suas
antigas rodas de baixo e imediatamente reconheceram a superioridade do design Poncelet.
Vários fabricantes produziram as novas rodas de Poncelet imediatamente, sem esperar
por anos de testes. A Academia de Ciências Francês adjudicado Poncelet seu “Grande Prémio
de Mécanique”. Nos próximos anos, muitas outras rodas Poncelet foram instaladas
principalmente na França e na Alemanha.

Principio de funcionamento

Seu funcionamento é semelhante às rodas de baixo, ou seja, utiliza a energia cinética


do fluxo para movimentar a roda.
As rodas de baixo apresentam uma lâmina plana na entrada de água o que causa
impacto, que parcialmente é transformado em calor, um subproduto muito desnecessário em
uma roda d’água. Além disso, a velocidade do aro das rodas de baixo é igual à metade da
velocidade da água na entrada. Estas perdas resultaram em um rendimento inferior a 30%.
O projeto Poncelet, por outro lado, apresentou uma lâmina curva com o seu lábio

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 60


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

dobrado tangencialmente para a entrada de água de modo a eliminar o impacto para perto de
zero. As lâminas desta nova roda também recuaram, antes que a entrada de água na metade da
sua velocidade. Na roda Poncelet, a água subiu até a inclinação em curva, cerca de 150 após a
entrada e recuando para o lábio em outro de 15° praticamente desprovida de todo o seu
ímpeto para frente, assim, transferindo substancialmente todos os seus recursos energéticos
para a roda. A água é mandada para a roda de um parapeito que prorroga por 15° de cada lado
do ponto morto inferior. Isso deu ao Poncelet uma eficiência potencial de 100%, com uma
eficiência real realizado de 60% para 70%.

Figura 41 - Representação da roda de poncelet.


Fonte:Hidraulics

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 61


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.2.6.1 Dimensionamento segundo Frederick Charles Lea (1930)

Eficiência

A eficiência da pá reta que impulsiona a roda é muito pequena, isso se deve a grande
quantidade de energia perdida no choque, e a rotação ser baixa com qual a água leva a roda na
direção do seu movimento.
A eficiência da roda é dobrada quando as pás assumem a direção e formato que entrem
em paralelo com a velocidade relativa da água, como pode ser visto na figura 42.

Figura 42 - Representação da entrada de fluido na roda de poncelet juntamente com o respectivo


triângulo de velocidades.
Fonte: Hidraulics

Supondo a água se aproximando da borda A da pá com velocidade U fazendo um


ângulo ∅ com a tangente da pá A. Então a direção do deslocamento da água é AC, e o
triangulo de velocidades é ABC.
A velocidade relativa da água e da roda é vr, e sendo a pá suficientemente profunda
para que a água não transborde e desconsiderando choques e atrito, a água que vai contra a pá
devido à queda vertical h1 que é conhecida podendo ser calculado vr pela equação 63.

1M  76 — 2 (63)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 62


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Onde:
• h1 = Altura de queda da água em metros, (m);
• vr = Velocidade relativa da água em metros por segundo, (m/s);
• g = Aceleração gravitacional em metros por segundo ao quadrado, (m/s2).

No começo da queda e na chegada à ponta da pá à velocidade relativa vr da pá se


encontra na direção reversa BE. O triangulo de velocidades na saída, portanto, ABE, BE é
igual a BC, como mostra a figura 43.

Figura 43 - Triangulo de velocidades na entrada.


Fonte: Hidraulics

A velocidade com qual a água movimenta a roda é definida pelo trecho AE do


triangulo, ou seja, AE corresponde à velocidade tangencial na entrada.
Desconsiderando as perdas por fricção e por choques, portanto o trabalho da roda é
definido pela equação 64:

t! ! t^ !
˜  "
9 "
(64)

E a eficiência hidráulica teórica é definida pela equação 65:

š! ! š^ !
Y
™  !T
š! !
!T
(65)
!T

Podendo ser simplificada gerando a equação 66:

t !
E= 1-t^ ! (66)
!

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 63


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Onde:
• u2 = Velocidade tangencial na saída em metros pro segundo (m/s);
• u1 = Velocidade tangencial na entrada em metros pro segundo (m/s);
• g = Aceleração gravitacional em metros por segundo ao quadrado, (m/s2);
• E = Eficiência hidráulica;
• τ = Trabalho desenvolvido pela roda.

Essa é a eficiência hidráulica teórica. As outras perdas hidráulicas na entrada da


maquina são representadas por hf. A eficiência hidráulica do escoamento é dada pela equação
67:
š!
IY YXŠ
™ 
!T
I
(67)

Onde:
• u = Velocidade tangencial em metros pro segundo (m/s);
• g = Aceleração gravitacional em metros por segundo ao quadrado, (m/s2);
• H = Altura de queda em metros, (m);
• hf = Fator que considera as perdas hidráulicas;
• E = Eficiência hidráulica levando em conta as perdas.

A atual eficiência das máquinas em proporção de trabalho extremo concluído pela


diferença de potencial da água na máquina.
A atual eficiência das rodas de Poncelet está entre 55% a 65%.

Determinação da velocidade tangencial

A água entra pela roda por todos os pontos entre Q e R como pode ser visto na figura
(44), e para não haver choques o leito do canal PQ, que provavelmente é feito na forma e
direção do fluxo, onde as entradas da roda estão num ponto entre R e Q provavelmente feito
com ângulo ∅ com o raio da roda em A.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 64


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 44 - Entrada de fluido entre os pontos R e Q na roda de poncelet.


Fonte: Hidraulics

Como O é o centro desenha-se um circulo tangente linha AS o qual faz ângulo ∅ com o
raio AO. Pegando vários outros pontos na circunferência da roda entre R e Q e formando
tangentes ao circulo STV. Na curva PQ estão desenhadas essas varias tangentes, e as linhas de
fluxo estão paralelas com PQ, à água entrará entre R e Q fazendo um ângulo ∅ constante
como raio, sem se chocar com A.
A velocidade da água u enquanto ela se move pelo canal PQ é definida pela equação
(68), e o coeficiente de velocidade Kv na maioria dos casos provavelmente esta entre 0.90 e
0.95 adotando –se um valor médio de 0.925 .

0  # 2 (68)

Onde:
• U = Velocidade tangencial em metros por segundo, (m/s);
• g = Aceleração gravitacional em metros por segundo ao quadrado, (m/s2);
• H = Altura de queda em metros, (m);
• Kv = Coeficiente de velocidade normalmente 0,95.

O diâmetro da roda não deve ser menor que 10 pés aproximadamente 3 metros quando
for curvada e não deve ser menor que 15 pés ≅ 4,6 metros quando a pá for reta, tendo de ser
considerando as perdas por choque na entrada, durante a variação do ângulo ∅ que o fluxo faz

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 65


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

nas pás entre R e Q. A água quer subir nos reservatórios a uma altura quase igual a $v  ⁄2g) e
desde que a água entre primeiro no ponto R, a pá esta profunda demais, o despejo entre a pá e
o fundo da roda não deve ser menor que 3/8 in ≅ 9,5 mm
O perímetro entre as pás consecutivas deve ser de 8 in a 18 in, ou seja, ente
aproximadamente 20 e 45,5 cm.

Potência da roda de Poncelet

Sendo H a altura da superfície da água tendo como referência à parte mais baixa da
roda a velocidade U é definida pela equação 69:

0 = 0,922 (69)

E v pode assumir valores conforme a equação 70:

0,55 × 0,922 = 0,52 (70)

Considerando D como sendo o diâmetro da roda, e b como a largura e sendo t a


profundidade da concavidade RP. O número de rotações por minuto e expresso pela equação
71:

j,„"I
r = @A
(71)

Onde:
• n corresponde ao numero de rotação por minuto;
• D representa o diâmetro da roda em metros, (m);
• g = Aceleração gravitacional em metros por segundo ao quadrado, (m/s2);
• H = Altura de queda em metros, (m).

O coeficiente de rotações do orifício varia em torno de 0,6, isto para uma borda afiada
e 1 para borda arredondada, e fica em torno de 0,8 para um orifício em forma de borda lisa.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 66


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

A vazão de água na roda por segundo é dada pela equação 72:

  0,92K* 2 (72)

Sendo:
• c = Coeficiente de rotação do orifício;
• t =Profundidade da concavidade da pá em metros, (m);
• b = Largura da pá em metros, (m);
• Q = Vazão em metros cúbicos por segundo, (m3/s);
• g = Aceleração gravitacional em metros por segundo ao quadrado, (m/s2);
• H = Altura de queda em metros, (m).

A potência em Hp e expressa pela equação 73:

ƒ,„.3.w."I.I
 = (73)
„„j

Onde:
• c = Coeficiente de rotação do orifício;
• t =Profundidade da concavidade da pá em metros, (m);
• b = Largura da pá em metros, (m);
• g = Aceleração gravitacional em metros por segundo ao quadrado, (m/s2);
• H = Altura de queda em metros, (m);
• N = Potência em Hp.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 67


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.3 MÉTODOS DE MEDIÇÃO DE VAZÃO

Segundo Dermot Mcguigan (1967), a vazão é geralmente medida em unidades do


sistema internacional, em metros cúbicos por segundo (m3/s). Ela corresponde ao volume de
água disponível por segundo. Num canal ela vai depender da área ocupada pela água (“área
molhada”) e da velocidade de escoamento. A vazão que chamamos Q é dada pela equação 74:

  U1 (74)

Sendo:
• Q (vazão) em metros cúbicos pro segundo, (m3/s);
• A (área) em metros quadrados, (m2);
• v (velocidade) em metros por segundo, (m/s).

Como existem naturalmente variações de vazão durante o ano, é necessário realizar


um grande número de medidas para se poder uma boa ideia da vazão média anual.

2.3.1 Medição em pequenas vazões

A vazão (Q) de um córrego pequeno é medida facilmente. Seguindo os seguintes


passos:
1. Faz-se uma barragem temporária;
2. Canaliza-se toda água numa tubulação que descarrega num recipiente de
capacidade conhecida (V);
3. Mede-se o tempo (T) que a água leva para encher o recipiente;
4. Descobre-se a vazão através da equação 74 descrita acima;
5. Caso o volume (V) conhecido do recipiente esteja em litros basta fazer a conversão
de unidades através da equação 75:

W
L  6jjj
Ÿ
(75)

Onde:
• Vm= Volume em metros cúbicos (m3);

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 68


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• Vl = Volume em litros (l)

Esse tipo de medida é viável para vazões que não sejam maiores que algumas centenas
de litros por segundo.

2.3.2 Medição em Vazões medianas

Se a vazão for maior, há outras formas de medi-la, embora sejam mais trabalhosas.

1. Uma vez conhecida à profundidade do córrego, constrói-se uma barragem pequena


figura 45 que tenha na parte superior, central, um corte retangular;
2. A altura do corte retangular deve ser igual à profundidade do córrego;
3. A parte inferior do corte não deve ficar a menos de 30 cm da superfície da água
que, depois de passar pela represa, segue rio abaixo;

Figura 45 - Representação da barragem.


Fonte:Harnessing Water Power for Home Energy

4. A largura do corte tem que ser superior ao triplo da altura. Não pode ser muito
pequena, senão a água cobre o corte e inviabiliza a medida; nem muito grande,
senão a água escoa numa lâmina muito fina, o que dificulta a medição;
5. O corte deve Ter bordos chanfrados de 45° para evitar turbulências que
prejudiquem a medição;
6. Depois disso mede-se a altura da água em relação ao fundo do corte. Para isso:
1. Coloca-se uma estaca num ponto (dentro do córrego) que seja acessível da
margem e distante da represa de cerca de um metro;

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 69


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2. Enfia-se a estaca até que a parte superior dela esteja no mesmo nível do fundo
do corte;
3. Prende-se uma régua na parte superior da estaca, em posição vertical, e mede-
se na régua, a altura (A) da água.

A vazão é então obtida pela equação 76:

  . e (76)

Sendo:
• Q = Vazão em metros cúbicos por segundo, (m3/s);
• L = Largura do canal em metros, (m);
• S = Fluxo correspondente à altura do corte retangular, (m2/s), o qual consta na
tabela 4.

Tabela 4 - Fluxo em função da altura do corte retangular.


Fonte: Harnessing Water Power for Home Energy

FLUXO EM FUNCAO DA ALTURA DO CORTE RETANGULAR


A (m) S (m2/s) A (m) S (m2/s) A (m) S (m2/s) A (m) S (m2/s)
0,02 0,004 0,30 0,033 0,63 0,104 0,96 0,186
0,03 0,001 0,33 0,038 0,66 0,111 0,99 0,195
0,04 0,002 0,36 0,043 0,69 0,118 1,02 0,202
0,06 0,003 0,39 0,048 0,72 0,125 1,05 0,211
0,09 0,005 0,42 0,054 0,75 0,132 1,08 0,219
0,12 0,008 0,45 0,059 0,78 0,14 1,11 0,228
0,15 0,012 0,48 0,065 0,81 0,147 1,14 0,236
0,18 0,016 0,51 0,071 0,84 0,155 1,17 0,236
0,21 0,019 0,54 0,077 0,87 0,162 1,2 0,24
0,24 0,023 0,57 0,084 0,90 0,17
0,27 0,028 0,60 0,097 0,93 0,178

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 70


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.3.3 Medição em vazões grandes

Se o curso de água for demasiadamente grande para não permitir nenhuma das
medidas anteriores, pode-se usar outra técnica que, embora menos precisa que as anteriores,
não produz erros significativos em grandes vazões:

1. Procura-se em primeiro lugar um trecho onde o curso de água tenha as margens


mais ou menos paralelas e retas;
2. Fixam-se quatro estacas, duas em cada margem, frente a frente, e com uma
distância de dez metros de comprimento. A largura é a do rio;
3. Divide-se a largura em certo número de partes iguais, medindo-se a profundidade
correspondente e cada uma dessas partes. A profundidade média do curso de água
naquele lugar é a soma das medidas tomadas dividida pelo número de medidas
feitas, como mostra a figura 46;

Figura 46 - Determinação da área transversal.


Fonte:Micro – Hydro power: Reviewing na Old Concep

4. Mede-se a largura do córrego. A área do córrego é igual ao produto da largura pela


profundidade média como demonstra a equação 77:

U  e. VL (77)

Onde:
• A = Área do córrego em metros quadrados, (m2);
• L = Largura do córrego em metros, (m);
• Pm = Profundidade media do córrego, (m).

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 71


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Sendo conhecida a área aproximada do córrego é necessário determinar a velocidade


da água seguindo os seguintes procedimentos:
1. Coloca-se um pedaço de madeira leve entre duas estacas fixas no curso de água, e
mede-se o tempo necessário para que o pedaço de madeira atinja o outro par de
estacas localizado adiante, como mostra a figura 47;

Figura 47 - Medição de vazão.


Fonte: Hydro power: Reviewing na Old Concep

2. Sabendo-se a distância entre as estacas (cerca de dez metros), calcula-se a


velocidade da água na superfície através da equação 78:

E
1a  w
(78)

Onde:
• vs = Velocidade superficial do córrego em metros por segundo, (m/s);
• d = Distância em metros entre as estacas, (m);
• t = Tempo de deslocamento da madeira em segundos, (s).

Como as velocidades da água no fundo e na superfície são diferentes, corrige-se a


velocidade por um fator 0,8:

1  0,81a (79)

Sendo:
• vm = Velocidade media do córrego em metros por segundo, (m/s);
• vs = Velocidade superficial do córrego em metros por segundo, (m/s).

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 72


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.4 DETERMINAÇÃO DA DIFERENÇA DE ALTURA

Segundo Hans W. Hamm (1976), para o dimensionamento das rodas d’água e das
bombas a elas acopladas é necessário o conhecimento da altura de queda ou elevação do
fluido. A diferença de altura é o fator predominante na velocidade do fluido e na diferença de
potencial do mesmo.

2.4.1 Determinação através do agrimensor

Pode se determinar a diferença de altura com a ajuda de um agrimensor e de uma


escala padrão, como demonstrados na figura 48.

Figura 48 - Representação do agrimensor e da escala.


Fonte:Low- Cost Development of Small water - Power sites

A determinação da diferença de altura com o agrimensor deve seguir os seguintes


passos:

1. Instalar o agrimensor numa posição perfeitamente horizontal;


2. Fixar a escala verticalmente a uma distancia apropriada para a leitura do
agrimensor;
3. Nivelar o agrimensor com o nível superior do reservatório;

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 73


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

4. Com o auxílio do agrimensor verificar a respectiva altura representada na escala,


como demonstrado na figura 49;

Figura 49 - Método de utilização do agrimensor.


Fonte: Cost Development of Small water - Power sites

5. Fixar uma segunda escala abaixo da primeira;


6. Com o agrimensor nivelado entre as duas escalas estabelece - se uma primeira
diferença de altura ∆h. Como pode ser visto na figura 50;

Figura 50 - Determinação do ∆h.


Fonte: Cost Development of Small water - Power sites

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 74


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

7. Repetir o procedimento até a determinação do ultimo ∆h no nível inferior, como


mostra a figura 51.

Figura 51 - Determinação de todas as diferenças de altura entre as escalas.


Fonte: Cost Development of Small water - Power sites

A diferença total de altura é a soma de todos os ∆hs como demonstrado na figura 52:

Figura 52 - Representação do ∆h total.


Fonte: Cost Development of Small water - Power sites

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 75


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.4.2 Método do nível

Semelhante ao método do agrimensor, somente substitui-se o agrimensor por uma


tábua plana e um nível de carpinteiro (figura 53). A escala pode ser substituída por um
pendulo (figura 54), basta que se execute a medição do cordão, partindo da tábua até o solo
quando a tabua estiver nivelada.

Figura 53 - Nível de carpinteiro.


Fonte: Cost Development of Small water - Power sites

Figura 54 - verificar nome.


Fonte: Cost Development of Small water - Power sites

Esse método é usado para menores distâncias devido à limitação do comprimento da


tábua e seu eventual empenamento.
As medidas são realizadas com o auxílio da escala que possibilita a determinação das
diferenças de altura (∆h).

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 76


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

As medições são executadas seguindo os seguintes passos (figura 55):

1. Parte-se do ponto mais alto do reservatório, fixando a tábua;


2. Na outra extremidade da tabua posiciona-se a escala;
3. Com o auxilio do nível posiciona-se a tábua na horizontal;
4. Marca-se a medida na escala;

Figura 55 - Representação do método do nível.


Fonte: Cost Development of Small water - Power sites

5. Fixar a segunda escala abaixo da primeira;


6. Novamente nivelar a tábua com uma extremidade na base da escala 1 e a outra na
escala 2 como mostra a figura 56;

Figura 56 - Representação da segunda medição.


Fonte: Cost Development of Small water - Power sites

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 77


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

7. Executar quantas medições for necessário até se atingir o nível inferior, como
mostra a figura 57.

Figura 57 - Representação de todas as medidas.


Fonte: Cost Development of Small water - Power sites

A diferença de altura ∆h6, que corresponde à diferença entre a superfície da água e o


último ponto de medição próximo à margem, por ser muito pequena pode ser medida por
outros métodos mais simples.
Deve se observar que a diferença de altura entre o nível da água no reservatório
superior (∆h1) e o ponto de partida da medição (∆h2), como mostra a figura 58, essa diferença
deve ser descontada na soma final das alturas.

Figura 58 - Representação da diferença entre o nível do reservatório e o ponto inicial de medição.


Fonte: Cost Development of Small water - Power sites

Portanto neste caso a diferença de altura total ∆hT é dada pela equação (80).

 7¡   7   7   7ƒ   7„   7s 9  76 (80)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 78


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.5 MÉTODO PRÁTICO DE DETERMINAÇÃO DE TORQUE.

Segundo O. W. Monson e Armin J. (1976), para uma avaliação do torque real da roda
pode-se utilizar um sistema como o da figura 59 que possibilita a obtenção do torque através
de um sistema de polias e pesos.
O cabo deve ser acoplado à roda e a um dispositivo que permita a elevação de pesos,
que devem ser de massa conhecida, consequentemente quanto maior for à massa elevada pelo
sistema maior será o torque da roda.

Figura 59 - Método de determinação de torque.


Fonte: Overshot and Current Water Wheels

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 79


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.6 BOMBA DE PISTÃO ACIONADA POR RODA D’ÁGUA

Segundo os professores Geraldo Magela Pereira e Carlos Rogério de Mello da


Universidade Federal de Lavras (UFLA), este conjunto é formado por uma máquina motriz
(roda d’água) que aciona uma bomba alternativa (de pistão). É de muita utilidade em sítios,
fazendas e locais onde existe um pequeno curso de água. Em muitas circunstâncias, substitui
o carneiro hidráulico com grande vantagem.

2.6.1 Constituição e funcionamento do sistema

Uma bomba alternativa pode ser caracterizada como aquela que possui movimento de
vai e vem de um pistão ou êmbolo, podendo seu para frente e para trás ou para cima e para
baixo, diferindo do funcionamento das bombas centrífugas e rotativas que possuem
movimento circular.
O movimento circular da roda é transformado em movimento retilíneo, por meio de
excêntricos instalados na extremidade do eixo de transmissão da roda d’água, cada um dos
quais comanda uma biela e um pistão correspondente. Durante o movimento alternado de vai
e vem um dos pistões, pelo sentido do seu deslocamento, cria uma depressão (vácuo) abrindo
a válvula de sucção, permitindo, assim, a entrada de água no cilindro devido à ação da pressão
atmosférica reinante do reservatório de sucção (a escorva ocorre automaticamente – bomba
autoescorvante).
Neste mesmo tempo, o outro pistão, pelo seu movimento, desloca ou força a abertura
da válvula de descarga e a água escoa para fora do cilindro contra a pressão resultante da
carga dinâmica. Um dos inconvenientes da bomba de pistão se prende ao movimento
intermitente da água recalcada. Esse inconveniente é atenuado com emprego de câmaras de ar
que funcionam como se fossem uma mola, tendendo a regularizar o jato d’água como pode
ser visto na figura 60.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 80


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 60 - Esquema de uma bomba alternativa com dois pistões.


Fonte:UFLA

Figura 61 - Vista explodida de uma bomba de pistão.


Fonte: ZM bombas

2.6.2 Acionamento por rodas de cima

Método mais eficiente à água é levada até a roda através de um tubo PVC rígido ou de
uma calha de madeira, alvenaria ou chapas de aço. A bica ou calha deve ter dimensão e
inclinação adequadas para que água caia suavemente sobre a roda, atingindo as primeiras
canecas situadas logo adiante do topo da roda.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 81


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Pequenas ajustagens na posição da calha, para frente ou para trás, levarão à maior
rotação e, portanto, melhor rendimento. A calha ou bica deve ficar 5 a 10 cm acima do topo
da roda. Os diâmetros do tubo para acionamento da roda podem ser obtidos pela Tabela 5.

Tabela 5 - Diâmetro do tubo para acionamento da roda.


Fonte:UFLA

¢ DIÂMETRO DO TUBO EM
VAZÃO ( )
£ POLEGADAS
ATÉ 2 2
2A4 3
4A8 4
8 A 15 6
15 A 30 8
30 A 50 10
50 A 70 12

2.6.3 Acionamento por rodas de baixo

Água impulsora passando sob-roda de pás planas, em canaleta: É usado quando a


queda do terreno for insuficiente para acionar a roda por cima. Nesse caso, a roda é instalada
dentro de uma canaleta de alvenaria ou madeira com ligeira folga entre os lados e o fundo
desta. A canaleta deve ser construída de maneira a aproveitar o máximo do desnível do
terreno.

2.6.4 Acionamento por rodas flutuantes

Bomba sobre flutuadores: Trata-se de um conjunto projetado especialmente para ser


usado em correnteza de rio ou ribeirão. É usado quando o terreno não dispõe de queda para
acionamento normal (bica com água caindo sobre a roda) e nem desnível suficiente que
permita o acionamento através de roda com pás planas em canaleta. Neste caso, a bomba é
montada sobre flutuadores (dimensionados para perfeito equilíbrio e aproveitamento) e
movida por roda especial de pás planas. A transmissão do movimento é feita por polias
dentadas e correntes com opções de ajuste da rotação ao eixo da bomba. O conjunto poderá
ser fixado às margens por cabos de aço ou com utilização de sistema de âncoras.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 82


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.6.5 Instalação, operação e manutenção

O sistema deve ser montado sobre um suporte (cavalete) e instalado sobre uma base
firme e nivelada, podendo ser de concreto ou alvenaria, de forma a evitar vibrações que
poderiam afetar o bom funcionamento do sistema.
A tubulação de sucção é conectada à parte inferior da bomba sendo que a altura
máxima de sucção não deve ultrapassar a 6 m. É aconselhável trabalhar com máximas
menores.
Segundo recomendações de fabricantes deste tipo de bomba, a água deve entrar na
bomba via sucção e não por gravidade.
Deve-se ainda, revestir essa extremidade da tubulação com tela de malha fina a fim de
evitar a passagem de detritos para o interior das válvulas da bomba, o que poderia causar
falhas no rendimento da mesma.
A tubulação de recalque pode ser de tubos de ferro galvanizado, PVC rígido ou
mesmo polietileno. Para tubulações de recalque longas e ou com grandes alturas de recalque,
deve-se atentar para a escolha de um tubo que possa suportar a pressão que se desenvolverá
no início da tubulação. Deve-se, no início da tubulação de recalque, instalar uma válvula de
retenção.
Normalmente, este tipo de equipamento, se instalado, requer um mínimo de cuidado
na manutenção. A manutenção periódica consiste da troca de óleo da bomba, regularmente,
obedecendo a critérios do fabricante e aperto e troca de gaxetas, também segundo as
especificações para cada tamanho de bomba. A necessidade de aperto das gaxetas é
identificada pelo excesso de vazamento de água entre o cilindro e o pistão.
Este sistema permite uma regulagem do movimento excêntrico, podendo ser alterado o
curso dos pistões (diminuindo ou aumentando o passo do excêntrico), adaptando-se assim, a
diferentes valores de vazões disponíveis. Assim sendo, no período da seca, quando é comum a
diminuição da vazão da água impulsora, ocorrerá uma queda de rotação da roda. Se esta
queda de rotação for grande, a roda pode dar paradas, girando “aos tombos”. Neste caso,
deve-se usar o recurso da redução do curso dos pistões.
Aumentando-se a água para acionar a roda, aumenta-se a rotação e, portanto a
produção da bomba. A relação entre a velocidade de rotação da roda e a produção da bomba é
fornecida pelo fabricante.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 83


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.6.6 Análise comparativa entre uso de carneiro hidráulico e bomba acionada por roda
d’água

Tanto o carneiro hidráulico quanto a bomba acionada por roda d’água são
equipamentos úteis na elevação de água em propriedades rurais. Estes equipamentos
requerem pouca manutenção e podem funcionar ininterruptamente à custa da energia
hidráulica.
Cada um desses equipamentos apresenta suas particularidades. Dependendo das
características do local de instalação, um ou outro aparelho pode se apresentar mais adequado,
resultando em melhor eficiência. Sendo assim, as bombas conjugadas com roda d’água podem
apresentar vantagens e desvantagens em relação à instalação de um carneiro hidráulico:
O carneiro hidráulico, aproveitando certa queda d’água, consegue elevar apenas parte
desta. Além disso, por ser a água recalcada a mesma de acionamento, esta deve ser de boa
qualidade para o abastecimento e consumo doméstico, o que nem sempre acontece.
As bombas conjugadas com roda d’água apresentam, neste aspecto, sua grande
vantagem:
Podem ser movimentadas por águas superficiais sujas e contaminadas, mas pode
bombear a água de boa qualidade de um poço raso, aberto nas proximidades, e elevá-la para o
consumo doméstico. Além disso, outras vantagens apresentadas com o uso desta bomba são: o
nível da fonte de captação pode estar até a 6m do eixo da bomba; as alturas de elevação e
vazões recalcadas são, geralmente, maiores que aquelas obtidas pelos carneiros hidráulicos; à
roda que aciona a bomba pode, também, ser acoplado um gerador de energia.
Por outro lado, o carneiro hidráulico, além de ser uma máquina mais simples, robusta
e barata (custa, em média, 8 vezes menos que um conjunto bomba-roda d’água) funciona ao
mesmo tempo, aproveitando a queda d’água e elevando uma fração desta, isto é, ele substitui,
simultaneamente, a roda e a bomba. Além disso, o seu rendimento é relativamente elevado,
variando na grande dos casos, entre 50 e 75%. A sua instalação é mais simples e requer menor
manutenção e, a vazão para acionamento, geralmente, é bem menor que a necessária para
acionar a roda d’água.
Já, as bombas conjugadas com roda d’água, além de apresentarem mais partes móveis,
maior número de válvulas e preço elevado, dão o rendimento menor, em torno de 30 a 50%,
considerando o sistema como um todo, ou seja, rendimento da roda e da bomba juntos.
Pelas vantagens e desvantagens apresentadas por cada um dos equipamentos, pode-se
concluir que o carneiro hidráulico deveria ser usado todas as vezes que a qualidade da água

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 84


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

não fosse limitante. No meio rural, todavia, a obtenção de água potável constitui, geralmente,
o fator de maior importância. Daí a grande vantagem do uso das bombas acionadas por roda
d’água, pois suas desvantagens em relação ao carneiro são grandemente compensadas pela
obtenção de uma água de boa qualidade.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 85


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.7 FABRICANTES DE RODA D’ÁGUA

2.7.1 Fabricantes no mercado nacional

Rochfer

Em 1947, quando as primeiras bombas acionadas por roda d’água, inventadas e


produzidas pela Rochfer foram colocadas no mercado, o Brasil dava início à sua
industrialização. Antônio Rocha Construiu sua primeira bomba, rústica e com mecanismo
simples e funcional, bombeando água de rios e córregos para grandes alturas e distâncias.
Assim nascia a Indústrias Mecânicas Rochfer Ltda., pioneira e líder de bombas à roda d’água
no Brasil. Sendo que as atuais bombas e rodas d’água ainda levam grande parte do projeto
original.

Figura 62 - Roda d’água produzida pela Rochfer.


Fonte: Rochfer(2009)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 86


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Zm bombas

A ZM Bombas é uma empresa fundada em 1981, na cidade de Maringá, Paraná,


Brasil. A empresa iniciou suas atividades produzindo bombas acionadas por roda d água,
equipamento destinado a bombeamento de água em distâncias de até 12 km e em alturas de
até 300 metros. A principal vantagem do produto é trabalhar em harmonia com o meio
ambiente.

Figura 63 - Roda d’água produzida pela ZM.


Fonte:Zm bombas (2009)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 87


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Alterima

A empresa iniciou suas atividades em 1950 como eletro dinâmica, consertando


geradores de corrente contínua e alternada para iluminação rural e parte elétrica de
automóveis.
Os geradores de energia Alterima também podem ser acoplados à roda d’água por ser
um gerador hidrelétrico de baixa rotação (600 RPM A 1200 RPM), tendo, portanto um
rendimento de até 40% a mais que os geradores elétricos convencionais.
Gerador Especial - Geradores Magnéticos sem carvão, sem anéis, sem diodo, de baixa
rotação.
Características:
• De 1/2 a 10 kW.
• Gerador Magnético Monofásico ou Trifásico, não têm diodo, não têm escova, não
necessita de regulador eletrônico.
• Sem Transistores e de baixa rotação, de 600 a 1200 rpm.
• Geradores com potência de ½ kVA, 01 kVA, 02 kVA, 03 kVA, 04 kVA, 05 kVA, 06
kVA, 08 kVA e 10 kVA.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 88


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.7.2 Fabricantes no mercado internacional

Factory

A empresa americana Factory trabalha na produção de rodas d’água de diversos


tamanhos e finalidades, e inclusive na restauração de rodas históricas e ornamentais.

Figura 64 - Exemplos de rodas d’água produzidas pela Factory.


Fonte:Factory (2009)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 89


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

2.8 SISTEMAS CONSTRUTIVOS

2.8.1 Construção em madeira

Segundo John R. Bowie As rodas d’água construídas em madeira devem ser


basicamente como a mostrada na figura 65, sendo constituída de dois aros externos onde sã
acopladas às canecas, sendo estes aros ligados ao eixo por meio de raios.

Figura 65 - Esquema de uma roda de madeira.


Fonte: Bahr’s Mill

O eixo da roda é constituído por um eixo de aço que é fixado a tiras de madeira como
mostra a figura 66.

Figura 66 - Esquema do eixo em rodas de madeira.


Fonte: Bahr’s Mill

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 90


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

As partes de madeira que revestem o eixo de aço são fixadas por anéis metálicos que
impedem que as tiras se desacoplem do eixo, no centro são colocadas tábuas onde serão
acoplados os raios, como mostra a figura 67.

Figura 67 - Representação dos componentes do eixo.


Fonte: Bahr’s Mill

O eixo metálico tem por função permitir o acoplamento com os mancais de rolamento
como pode ser visto na figura 68.

Figura 68 - Representação da fixação do eixo no mancal.


Fonte: Bahr’s Mill

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 91


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

3 DESENVOLVIMENTO DO MANUAL PARA


CONSTRUÇÃO DE RODAS D’ÁGUA

O trabalho a ser desenvolvido é o projeto de uma roda d’água para acionar uma bomba
de pistão.
O objetivo é aplicar teorias descritas na revisão bibliográfica e compara os resultados a
partir das diferentes analises.

3.1 Local escolhido

Para a construção da roda é necessário um local com determinado desnível para


proporcionar a entrada da água na parte superior da roda.
O local escolhido está representado na figura 69.

Figura 69 - Local escolhido.

O desnível do terreno é composto por duas quedas d’água de aproximadamente um


metro cada. A captação de água será feita por um canal que será escavado conforme mostra o
esquema da figura 70.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 92


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 70 - Esquema do local de instalação da roda.

As quedas d’água são representadas nas figuras 71 e 72.

Figura 71 - Primeira queda d’água.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 93


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 72 - Segunda queda d’água.

O ponto de tomada d’água para o canal de desvio é o mostrado na figura 73.

Figura 73 - Ponto de tomada d’água.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 94


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

O canal de desvio do curso do rio será feito como mostra a figura 74.

Figura 74 - Local onde será construído o canal.

3.2 Medição de vazão

Como a vazão do córrego é pequena foi utilizado o método de construção de uma


barragem com a qual o fluxo d’água foi desviado por meio de tubulações, para uma recipiente
de volume conhecido, como mostra a figuras 75 e 76

Figura 75 - Barragem para canalização do fluxo.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 95


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 76 - Canalização para o recipiente de volume conhecido.

O volume é dado pelo volume do recipiente dividido pelo tempo de enchimento do


mesmo, como o local não permite o posicionamento vertical do recipiente foi preenchido o
volume possível do recipiente, tomado o tempo e após com o recipiente em posição vertical
efetuada a medição da altura de fluido nele contido que juntamente com o diâmetro fornecera
o volume de fluido.
A medição obtida foi de 0,5 metros de altura de fluido no recipiente, em um tempo de
9 segundos. Como o recipiente tem diâmetro de 0,49 metros, o volume de fluido contido foi
de 0, 943 m3.
Dividindo este volume pelo tempo de enchimento encontra-se a vazão, que no caso é
de 0,12 m3/s, ou 12 l/s.
Como a medição foi realizada em um período de muita chuva a vazão é
demasiadamente alta, para fins de calculo será adotada a vazão de 8 l/s.

3.3 Determinação da diferença de nível

A diferença de nível foi obtida através do método dos vasos comunicantes, colocando
uma mangueira plástica para conduzir a água pelo curso do córrego, do ponto onde será feito
o canal de desvio até o ponto onde será instalada a roda. As figuras 77 e 78 ilustram o
processo.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 96


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 77 - Ponto de captação da água.

Figura 78 - Canalização da mangueira pelo leito do córrego.

Estando a água canalizada para o ponto de instalação da roda basta se elevar a


mangueira até que haja interrupção do curso d’água devido à altura da saída se tornar maior
que a da entrada. Neste ponto mede se a diferença de altura entre a mangueira e a superfície
d’água do córrego abaixo, como mostra as figuras 79 e 80.

Figura 79 - Interrupção do fluxo d’água.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 97


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 80 - Mangueira no ponto de instalação da roda.

A diferença de altura encontrada foi de 2,6 metros, e diferença entre o inicio do canal
de desvio e o seu final foi de 0,2 m.

3.3.1 Modelo escolhido

Pelo tipo do terreno a modelo da roda será do tipo de cima, que possui maior
eficiência. Será construída em madeira, tendo o modelo base o da figura 81.

Figura 81 - Modelo base escolhido para construção.


Fonte: Hidraulics

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 98


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

3.4 Procedimentos

1. Pré-avaliação da vazão, e altura de queda disponível;


2. Escavação do canal de desvio do curso do córrego;
3. Verificação da vazão disponível no canal;
4. Verificação da diferença de altura entre a saída do canal e o fundo do córrego;
5. Avaliação do diâmetro a ser construído;
6. Dimensionamento seguindo as teorias propostas na revisão bibliográfica;
7. Construção do protótipo;
8. Determinação do torque real;
9. Comparação entre os resultados encontrados nos cálculos teóricos e os dados reais;
10. Determinação do método mais preciso para o dimensionamento de rodas de cima;
11. Com os dados obtidos com a revisão bibliográfica e a construção do protótipo
elaborar o manual para construção de rodas d’água.

3.5 Itens a serem estudados

1. Possibilidade de construção em outros materiais além da madeira como aço e


plástico;
2. Métodos construtivos de bombas de pistão acopladas a rodas d’água;
3. Possibilidade de geração de energia elétrica.

3.6 Pré-Dimensionamento

Para o pré-dimensionamento serão utilizadas as equações do livro Máquinas


Hidráulicas, as quais estão citadas na revisão bibliográfica.
O cálculo da potência para rodas de cima é efetuada pela equação abaixo.

N = 

Onde:
• ρ = Massa especifica da água = 1000 Kg⁄m ;
• g = Aceleração gravitacional = 9,81 m⁄s  ;

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 99


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• H = Altura de queda =2,6, m;


• Q = Vazão = 0,008 m ⁄s;
• η = Rendimento usual da roda = 0,7;
• N = Potência gerada pela roda em watts, (w).

N = 1000 × 9,81 × 2,6 × 0,8 × 0,7

N = 142,83 W

A velocidade de entrada da água na roda (vo)

1 = μ2ℎ

Onde:
• vo = Velocidade da água no canal, (m/s);
• g = Aceleração gravitacional = 9,81 m/s2;
• h = Altura de carga em metros =0,2 m;
• µ =Coeficiente de comporta dado pela tabela 2 = 0,7.

1 = 0,7√2 × 9,81 × 0,2

1 = 1,39 m/s

A área do jato (so) é calculada pela seguinte equação.


a = 


Sendo:
• vo = velocidade da água no canal = 1,39 m/s;
• Q = Vazão =0,008 m3/s;
• so = Seção transversal de saída da comporta em metros quadrados, (m2).

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 100


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

j,jj¥
a 
6, ¦

a = 0,0058 m2

Para o calculo da altura do jato é necessário o valor da largura do jato que é calculado
em função da largura da roda, que por sua vez é tabelada em função da vazão, como os
valores tabelados se referem a vazões de no mínimo 50 l/s, com auxilio da interpolação foi
encontrado um valor de 80 mm para a largura da roda, este valor é visivelmente muito
pequeno para a largura de uma roda d’água, isso se deve as vazões tabeladas serem varias
vezes superior à vazão disponível. Em virtude disso arbitra-se um valor de 20 cm para a
largura do jato.

4
 = 


Onde:
• so = Seção transversal = 0,058 m2;
• ao = Espessura da lamina d’água em metros, (m);
• bo = Largura da lamina d’água = 0,2 m.

j,jj„¥
 = j,

 = 0,029 m

O fator H1 usado no calculo do diâmetro da roda é dado pela equação:

6 = 1,5

A altura bruta de queda (Hb) = 2,6 m

6 = 1,5 × 2,6

6 = 3,9 m

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 101


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

O diâmetro é definido pela equação:

d I
<   9 c7   e tan i  6jj
^
 0,03k


Sendo:
• ao = Espessura da lamina d’água = 0,029 m;
• h = Altura de carga = 0,2 m;
• Hb = Altura bruta de queda = 2,6 m;
• D = diâmetro da roda em metros, (m);
• H1 = 3,9 m;
• β = Ângulo de inclinação do sistema de saída d’água arbitrado 5°;
• L = distancia do sistema de controle de vazão até o ponto onde a água começa a
queda aproximadamente 1 m.

j,j¦ ,¦
< = 2,6 − c0,2 + 
+ 1 tan(5) + 6jj + 0,03k

< = 2,23 m

A velocidade de entrada da água na roda é dada pela equação abaixo.

"d
16 = l1  + mnop + 20,03

Onde:
• ao = Espessura da lamina d’água = 0,029 m;
• β = Ângulo de inclinação do sistema de saída d’água arbitrado 5°;
• vo = velocidade da água no canal = 1,39 m/s;
• g = Aceleração gravitacional = 9,81m/s2;
• v1 = Velocidade de entrada da água na roda em metros por segundo, (m/s).

¦,¥6×j,j¦
16 = l1,39 + mno(„)
+ 2 × 9,81 × 0,03

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 102


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

16  2,07 m/s

A velocidade de arrastamento é obtida pela equação:

^
q6 = 

Onde:
• v1 = Velocidade de entrada da água na roda = 2,07 m/s;
• u1 = Velocidade de arrastamento em metros por segundo, (m/s).

,j‹
q6 = 

q6 = 1,04 m/s

Sendo, portanto a rotação da roda calculada pela equação:

sjt^
r= @A

Sendo:
• u1 = Velocidade de arrastamento = 1,04 m/s;
• D = Diâmetro da roda = 2,23 m;
• n = Rotação da roda em rpm.

sj×6,jƒ
r= @×,

r = 8,89 rpm

O passo externo é dado pela equação:

*H = 0,7; + 0,015

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 103


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Onde:
• te = Passo externo em metros, (m);
• e = Distancia entre o ponto onde a água deixa o canal a linha de centro da roda
como mostra a figura 26. Os valores de e se encontram na tabela 3.
e = 137 mm = 0,137 m.

*H  0,7 × 0,137 + 0,015

*H = 0,1109 m

.
O número de alcatruzes é dado pela equação:

@A
v=
wx

Sendo:
• te = Passo externo = 0,1109 m;
• D = Diâmetro da roda = 2,23 m;
• Z = Número de alcatruzes.

@×,
v= j,66j¦

v = 63,14 = 63

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 104


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

4 IMPLEMENTAÇÃO

4.1 Definição e construção do canal

Após ser escolhido o local de instalação da roda deve-se desviar o curso d’água, ou a
parte desejada do mesmo para que chegue até o ponto de ativação da roda, para isso se faz uso
de canais de desvio ou represas, para conter o fluxo d’água, aumentando seu nível.
No caso estudado foi utilizado um canal de desvio para levar a água até a roda, como
mostra a figura 82.

Figura 82 - Canal de desvio em faze de construção.

Para que a água entrasse no canal de desvio foi necessário o represamento do curso
d’água, que consequentemente aumentou seu nível, permitindo o desvio de curso, como pode
ser visto nas figuras 83 e 84.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 105


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 83 - Represamento do curso d’água.

Figura 84 - desvio do curso d'água.

4.1.1 Construção da canaleta.

Para levar a água do canal para a roda foi necessário à construção de uma canaleta
como mostra a figura 85. A canaleta deve ser colocada no final do canal mantendo o mesmo
nível, ou um pouco inclinada para baixo. A largura das canaleta deve ser inferior à largura da
caneca da roda para impedir que a água derrame para fora nas laterais da roda.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 106


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 85 - Final do canal de desvio sem a canaleta.


O suporte da canaleta deve estar nivelado e em um nível igual ou um pouco abaixo do
ponto de entrada da água na canaleta, para garantir esta condição recomenda-se o uso de
palanques maiores que o necessário, que podem ser cortados após a verificação de nível como
mostra a figura 86.

Figura 86 - Verificação do nível no suporte da canaleta.

Depois de marcado o ponto de nivelamento o palanque é cortado, sendo que é


necessário considerar a espessura da tabua ou barrote que sustentara a canaleta como pode ser
visto na figura 87.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 107


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 87 - Palanque já cortado, com o barrote de sustentação colocado.

Feito o corte do primeiro palanque é necessário o nivelamento do barrote de fixação


com o segundo palanque como pode ser visto na figura 88.

Figura 88 - Nivelamento do segundo palanque.

Após a marcação corta se o segundo palanque, e verifica-se novamente o nível se


estiver tudo de devidamente posicionado fixa-se o barrote nos palanques com pregos.

Figura 89 - verificação final do nível do barrote e da canaleta.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 108


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Com o suporte pronto posiciona-se a canaleta no seu devido local como mostra a
figura 999. Não é recomendado fixar definitivamente a canaleta no suporte devido à
necessidade de um eventual ajuste de posição quando a roda for colocada no lugar.

Figura 90 - Canaleta posicionada no suporte.

4.2 Medição efetiva da vazão

Com a canaleta e o canal de desvio construídos pode-se fazer um medição mais


precisa da vazão colocando um recipiente de volume conhecido para coletar a água que é
despejada pela canaleta, como mostra a figura 91 e verificando o tempo de enchimento do
recipiente.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 109


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 91 - Medição efetiva de vazão.

Sabendo-se que o volume do recipiente é de 150 litros e o tempo de enchimento foi de


aproximadamente 30 segundos, dividindo-se um pelo outro se obtêm uma vazão de 5 l/s ou
seja 0,005 m3/s. Esta verificação ocorreu em um dia em que a vazão estava normalizada sem
que ouve-se excesso de água por excesso de chuvas ou falta de água em período de estiagem
sendo portanto um valor adequado para o calculo de dimensionamento da roda.

4.3 Dimensionamento final da roda (geometria)

Para o dimensionamento serão utilizadas as equações do livro Máquinas Hidráulicas,


as quais estão citadas na revisão bibliográfica.
A altura de carga é calculada pela equação:

7  0,17

Sendo:
• Hb = Altura bruta de queda igual a 2,5 metros, (m);
• h = altura de carga em metros.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 110


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

7  0,17 × 2,5

ℎ = 0,425 

A velocidade de entrada da água na roda (vo)

1 = μ2ℎ

Onde:
• vo = Velocidade da água no canal, (m/s);
• g = Aceleração gravitacional = 9,81 m/s2;
• h = Altura de carga em metros =0,425 m;
• µ =Coeficiente de comporta dado pela tabela 2 = 0,65.

1 = 0,652 × 9,81 × 0,425

1 = 1,87 m/s

A área do jato (so) é calculada pela seguinte equação.


a = 


Sendo:
• vo = velocidade da água no canal = 1,87 m/s;
• Q = Vazão =0,005 m3/s;
• so = Seção transversal de saída da comporta em metros quadrados, (m2).

j,jj„
a = 6,¥‹

a = 0,0027 m2

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 111


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

A largura da roda é definida pela tabela 3 em função da vazão, como os valores


tabelados se referem a vazões de no mínimo 50 l/s, com auxilio da interpolação foi
encontrado um valor de 50 mm para a largura da roda, este valor é visivelmente muito
pequeno para a largura de uma roda d’água, isso se deve as vazões tabeladas serem varias
vezes superior à vazão disponível. Em virtude disso arbitra-se um valor de 220 mm para a
largura da roda

  b 9 0,1

Onde:
• bo = Largura da lâmina d’água em metros, (m);
• B = Largura da roda sendo definida como 0,22 m
.
 = 0,22 − 0,1

 = 0,12 

A espessura da lâmina d’água é calculada pela equação:

4
 = 


Onde:
• so = Seção transversal de saída da comporta igual a 0,0027 m2;
• ao = Espessura da lâmina d’água em metros, (m);
• bo = Largura da lâmina d’água sendo 0,12 em metros

4
 = 


j,jj‹
 = j,6

 = 0,022 m

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 112


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

O fator H1 usado no calculo do diâmetro da roda é dado pela equação:

6  1,5

Sendo a altura bruta de queda (Hb) = 2,5 m

6 = 1,5 × 2,5

6 = 3,75 m

O diâmetro é definido pela equação:

d I
< =  − cℎ + 
+ e tan i + 6jj
^
+ 0,03k

Sendo:
• ao = Espessura da lamina d’água = 0,022 m;
• h = Altura de carga = 0,425 m;
• Hb = Altura bruta de queda = 2,5 m;
• D = diâmetro da roda em metros, (m);
• H1 = 3,75 m;
• β = Ângulo de inclinação do sistema de saída d’água sendo 2°;
• L = distancia do sistema de controle de vazão até o ponto onde a água começa a
queda aproximadamente 3 m.

j,j ,‹„
< = 2,5 − c0,425 + + 3 tan(2) + 6jj + 0,03k


< = 1,89 m

O passo externo é dado pela equação:

*H = 0,7; + 0,015

Onde:

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 113


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• te = Passo externo em metros, (m);


• e = Distancia entre o ponto onde a água deixa o canal a linha de centro da roda
como mostra a figura 26. Os valores de e se encontram na tabela 3.
e = 240 mm = 0,24 m.

*H  0,7 × 0,24 + 0,015

*H = 0,183 m

.
O número de canecas é dado pela equação:

@A
v= wx

Sendo:
• te = Passo externo = 0,183 m;
• D = Diâmetro da roda = 1,9 m;
• Z = Número de alcatruzes.

@×6,¦
v= j,6¥

v = 32,62 = 33

4.4 Calculo do torque, rotação, potência

4.4.1 Calculo da rotação

A velocidade de entrada da água na roda é dada pela equação abaixo.

"d
16 = l1  + mnop + 20,03

Onde:

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 114


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• ao = Espessura da lamina d’água = 0,022 m;


• β = Ângulo de inclinação do sistema de saída d’água igual 2°;
• vo = velocidade da água no canal = 1,87 m/s;
• g = Aceleração gravitacional = 9,81m/s2;
• v1 = Velocidade de entrada da água na roda em metros por segundo, (m/s).

¦,¥6×j,j
16  l1,87 + mno()
+ 2 × 9,81 × 0,03

16 = 2,52 m/s

A velocidade de arrastamento é obtida pela equação:

^
q6 = 

Onde:
• v1 = Velocidade de entrada da água na roda = 2,52 m/s;
• u1 = Velocidade de arrastamento em metros por segundo, (m/s).

,„
q6 = 

q6 = 1,26 m/s

Sendo a rotação da roda calculada pela equação:

sjt^
r= @A

Sendo:
• u1 = Velocidade de arrastamento = 1,26 m/s;
• D = Diâmetro da roda = 1,9 m;
• n = Rotação da roda em rpm.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 115


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

sj—6,s
r
@×6,¦

r = 12,68 rpm

4.4.2 Calculo das perdas

A perda na saída da comporta é dada pela equação.

.6 = ℎ6 (1 − μ )

Sendo:
• µ = Coeficiente de escorregamento 0,65
• z1= Perda na saída da comporta em metros, (m);
• h1 = Distância entre o nível superior da água e a entrada na roda, em metros, (m),
como mostra a figura 27. Medido 0,45 m.

.6 = 0,45(1 − 0,65 )

.6 = 0,26 

As perdas na entrada da roda são contabilizadas pela equação

}^ !
. = "

Onde:
• z2 = Perda na entrada da roda em metros, (m);
• g = Aceleração gravitacional,9,81 m/s2;
• w1 = Velocidade relativa em metros por segundo, (m/s) calculada através da
equação

~6 = 16  + q6  − 2q6 16 cos 6

Sendo:

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 116


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• w1 = Velocidade relativa em metros por segundo, (m/s);


• v1 = Velocidade absoluta 2,52m/s;
• u1 = Velocidade tangencial 1,26 m/s;
• α1 = Ângulo de entrada do fluido na roda aproximadamente 10°

~6  2,52 + 1,26 − 2 × 2,52 × 1,26 × cos 10

~6 = 1,3 /a

6, !
. = צ,¥6

. = 0,086 

As perdas por queda antecipada da água no alcatruz são definidas pela equação:

. = (0,185  0,1)

Onde:
• z3 = Perda no alcatruz em metros, (m);
• Hb = Altura bruta de queda 2,5 (m).

. = (0,15)2,5

. = 0,375 m

As perdas por energia cinética na saída da rodas são dadas pela equação:

t^ !
.ƒ = "

Sendo:
• z4 = Perdas na saída da roda em metros, (m);
• u1 = Velocidade tangencial 2,52 m/s;

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 117


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• g = Aceleração gravitacional 9,81 m/s2.

,„!
.ƒ  צ,¥6

.ƒ = 0,323 

A perda da altura hl no vértice inferior da roda sobre o canal de fuga pode ser definida
pela equação:

.„ = ℎ…

Onde:
• z5= Perda no vértice inferior da roda em metros, (m);
• hl = Diferença de altura entre a parte inferior da roda e a superfície da água como
mostra a figura 29.

.„ = 0,17 m

Portanto a perda total se dá pela somas de todas as perdas calculadas.

. = .6 + . + . + .ƒ + .„

Sendo:
• z1= Perda na saída da comporta 0,26 m;
• z2 = Perda na entrada da roda 0,086 m;
• z3 = Perda no alcatruz 0,375 m;
• z4 = Perdas na saída da roda 0,323 m;
• z5= Perda no vértice inferior da roda 0,17 m;
• z = Perda total em metros, (m).

. = 0,26 + 0,086 + 0,375 + 0,323 + 0,17

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 118


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

.  1,214 

Rendimento hidráulico é calculado pela equação:

I† Y‡
X = I†

Onde:
• z = Perda total 1,214 m;
• Hb = Altura bruta de queda 2,5 m;
• ˆ‰ = Rendimento hidráulico.

,„Y6,6ƒ
X = ,„

X = 0,5144

4.4.3 Potência

O cálculo da potência para rodas de cima é efetuada pela equação abaixo.

N = 

Onde:
• ρ = Massa especifica da água = 1000 Kg⁄m ;
• g = Aceleração gravitacional = 9,81 m⁄s  ;
• H = Altura de queda =2,5, m;
• Q = Vazão = 0,005 m ⁄s;
• η = Rendimento 0,5144;
• N = Potência gerada pela roda em watts, (w).

N = 1000 × 9,81 × 2,5 × 0,005 × 0,5144

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 119


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

N = 63,08 W

4.4.4 Torque

Com os valores de rotação e potencia é possível determinar o torque através da


equação:

B
§= ¨©
ª_

Onde:

• N = Potencia da roda 63,08 W;


• n = Rotação da roda 12,68 rpm,
• M = torque desenvolvido pela roda em Nm.

s ,j¥
§= ¨×^!,«¬
ª_

§ = 47,5 

4.5 Dimensionamento dos eixos e rolamentos.

Com os valores de torque e potência e sabendo o peso da roda dimensiona-se o eixo e


os rolamentos segundo as equações descritas no livro Projeto de Engenharia Mecânica
Levando em conta que o eixo possui seção quadrada e esta submetido à flexão
alternada devido à rotação e esforço cisalhante constante sendo que o torque desenvolvido
pela roda deve permanecer constante.

4.5.1 Critério de falha escolhido

Para a avaliação do coeficiente de segurança do eixo é utilizado o critério de falha de


Goodman mostrado na equação abaixo:

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 120


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

­®̀ ̀
­Q 6
  (81)
£H £tw |Š

Onde:
• r = Coeficiente de segurança do eixo;
• ;= O limite de resistência no local critico da peça;
• q* =Limite de resistência à tração do material do eixo em MPa;
• °L̀ Definido pela equação 87;
• °d̀ Definido pela equação 82.

°d̀  °±d   3˜±²d  (82)

Sendo:
• °±d Definido pela equação 83;
• ˜±²d Esforço cisalhante na direção XY, no caso estuda corresponde à zero.

³´ d
°±d  (83)
µ 

Onde:
• §Š = Momento fletor calculado pela equação 84;
• ¶ = Momento de inércia calculado pela equação 86;
•  = Medida da lateral do eixo em milímetros.

·¸ 3x
§Š  c  − :L k (84)


Sendo:
• KH = comprimento do eixo em milímetros;
• :L = distancia da ponta do eixo ao centro do primeiro mancal de apoio em
milímetros;
• §Š = Momento fletor que atua sobre o eixo;

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 121


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• J¹ =Força peso que atua sobre o eixo, ou seja a massa da roda, com todos seus
componentes mais a massa d’água contida em aproximadamente 3/8 das canecas
como mostra a equação 85.


J¹  cM  d3 k  (85)
¥

Onde:
• M = Massa da roda em kg;
• 3 = Numero de canecas;
•  = Aceleração gravitacional em m/s2;
• d3 = Volume de água contido em uma caneca em litros.

O momento de inércia do eixo pode ser definido pela equação 86:


¶ (86)
6

Sendo:
•  =Medida da lateral do eixo quadrado em milímetros;
• ¶ = Momento de inércia em mm4.

O fator °L̀ é definido pela equação 87.

°L̀  l°±L   3˜±²L  (87)

Sendo:
• °±L = Esforço normal na direção X no caso estudado corresponde à zero;
• ˜±²L = Esforço cisalhante na direção XY calculado pela equação 88

O esforço cisalhante é definido pela equação 87.

ƒ,¥ƒ¡
˜±²  dª
(88)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 122


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Onde:
• T =torque aplicado ao eixo em Nmm;
• a = Medida de um lado do eixo quadrado em milímetros.

O limite de resistência no local critico da peça (Se) é calculado pela equação 89:

H  #d # #3 #E #H #Š ¼H (89)

Onde:

• #d =Fator de modificação de condição de superfície;


• # =Fator de modificação de tamanho;
• #3 =Fator de modificação de carga;
• #E =Fator de modificação de temperatura;
• #H =Fator de confiabilidade;
• #Š =Fator de modificação por efeitos variados;
• ¼H = Limite de resistência de espécime de teste do tipo viga rotativa em MPa.
O fator de modificação de condição de superfície (#d (é dado pela equação 90;

#d  aSut ” (90)
Onde:
• Sut = Limite de resistência a tração do material do eixo em Mpa;
• a e b =constantes tabeladas que variam conforme o acabamento e forma de
produção do eixo.

O fator de modificação de tamanho (# (,e dado pela equação 91, ou pela equação 92.

#  0,879:Yj,6j‹ 0,11 ≤ : ≤ 2 Ár (91)



# = 0,91:Yj,6„‹ 2 ≤ : ≤ 10 Ár (92)

Sendo:

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 123


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• : = Diâmetro do eixo em polegadas.

Como o eixo possui seção quadrada utiliza-se o diâmetro equivalente para o calculo do
fator # como mostra a equação 93.

:Hy  0,808 (93)

Sendo  a medida da lateral do eixo quadrado.

O fator de modificação de carga #3 é sempre considerado como sendo 1 devido à


carga de flexão ser mais critica que a carga de torção do eixo.
O fator de modificação de temperatura (#E ) também é considerado como sendo 1
devido ao eixo trabalhar em temperatura ambiente.
O fator de confiabilidade (#H ) varia com a confiabilidade requerida do eixo,para uma
confiabilidade de 90%, o fator #H é 0,897.
O fator de modificação por efeitos variados (#Š ) é utilizado quando o eixo esta exposto
a alguma condição que possa reduzir sua vida útil;
O limite de resistência de espécime de teste do tipo viga rotativa (¼H ) é calculado com
base em uma parcela do limite de resistência a tração do material (Sut) como mostra a
equação 94.

0,504 q* (94)

4.5.2 Cálculos de dimensionamento do eixo

Primeiramente se calcula o peso aplicado sobre o eixo pela equação:


J¹ = cM + d3 k 
¥

Onde:
• M = Massa da roda =140 kg;
• 3 = Numero de canecas sendo 33 alcatruzes;
•  = Aceleração gravitacional 9,81 m/s2;

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 124


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• ÅÆÇ = Volume de água contido em uma caneca correspondendo a 1,5 litros;


• ÈÉ = Força peso em N.

×
J¹  c140 + 1,5k 9,81
¥

J¹ = 1555,5 N

Sendo calculada a força peso é possível calcular o momento fletor pela equação:

·¸ 3x
§Š = 
c  − :L k

Sendo:
• KH = comprimento do eixo 1600 mm;
• :L = distancia da ponta do eixo ao centro do primeiro mancal de apoio 300 mm;
• §Š = Momento fletor que atua sobre o eixo;
• J¹ =Força peso que atua sobre o eixo 1555,5 N

6„„„,„ 6sjj
§Š = 
c 
− 300k

§Š = 388874,5 

O momento de inércia para um eixo de seção quadra é definido pela equação:


¶ = 6

Sendo:
•  =Medida da lateral do eixo quadrado correspondendo a 28 mm;
• ¶ = Momento de inércia em mm4.

¥»
¶= 6

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 125


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

¶  51221,33 mm4

Com o momento fletor Máximo e o momento de inércia pode-se calcular o °±d .

³´ d
°±d = µ 

Onde:
• §Š = Momento fletor 388874,5 Nmm;
• ¶ = Momento de inércia sendo 51221,33 mm4;
•  = Medida da lateral do eixo 28 mm.

¥¥¥‹ƒ,„ ¥
°±d = „66, 

°±d = 106,3 Mpa

Como o valor de °±d calcula-se o fator °d̀ pela equação abaixo:

°d̀ = °±d  + 3˜±²d 

Sendo:
• °±d =106,3 Mpa;
• ˜±²d Esforço cisalhante na direção XY, no caso estuda corresponde à zero.

°d̀ = 106,3 + 3 × 0

°d̀ = 106,3 Mpa

O esforço cisalhante é definido pela equação:

ƒ,¥ƒ¡
˜±² = dª

Onde:

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 126


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• T =torque aplicado ao eixo calculado anteriormente 47500 Nmm;


• a = Medida de um lado do eixo quadrado 28 mm.

ƒ,¥ƒ×ƒ‹„jj
˜±²  ¥ª

˜±² = 10,5 Mpa

Com isso calcula-se o fator pela equação:

°L̀ = l°±L  + 3˜±²L 

Sendo:
• °±L = Esforço normal na direção X no caso estudado corresponde à zero;
• ˜±²L = Esforço cisalhante na direção XY igual a 10,5 Mpa.

°L̀ = 0 + 3 × 10,5

°L̀ = 18,14 MPa


Para a construção do eixo será utilizado uma barra do aço SAE 1040 Laminado a frio
com resistência a tração de 590 MPa.
As constantes a e b para materiais laminados a frio e usinados são respectivamente
1,58 e -0,085.

#d = aSut ”

#d = 1,58 × 590Yj,j¥„

#d = 0,92

O diâmetro equivalente é calculado conforme a equação, sendo a medida da lateral do


eixo (a) 28 mm:

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 127


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

:Hy  0,808

:Hy = 0,808 × 28

:Hy = 22,62 mm ou 0,89 in

Portanto o fator de modificação de tamanho (# ),e dado pela equação:.

# = 0,879:Yj,6j‹

# = 0,879 × 0,89Yj,6j‹

# = 0,91

Os fatores #3 , #E ; #Š são considerados com sendo 1 e o fator #H para uma


confiabilidade de 90% é 0,897.
O limite de resistência de espécime de teste do tipo viga rotativa (¼H ) é calculado
conforme a equação:

¼H =0,504 q*

¼H = 0,504 × 590

¼H =297,36 MPa

Podendo assim ser calculado o limite de resistência no local critico da peça (Se).

H = #d # #3 #E #H #Š ¼H

H = 0,92 × 0,91 × 1 × 1 × 0.897 × 1 × 297,36

H = 222,52 MPa

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 128


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Sendo agora possível calcular o fator de segurança.

­®̀ ̀
­Q 6
+ = |Š
£H £tw

Onde:
• r = Coeficiente de segurança do eixo;
• ;= O limite de resistência no local critico da peça 222,52
• q* =Limite de resistência a tração do material do eixo 590 MPa;
• °L̀ =18,14 MPa;
• °d̀ = 106,3 MPa.

6js, 6¥,6ƒ 6
+ = |Š
,„ „¦j

r = 1,97

Estando o fator de segurança próximo ou acima de 2 garante a durabilidade do


eixo. A seção circular do eixo onde estão acoplados os rolamentos não necessita ser
verificado, pois ali somente atua o esforço cisalhante que como pode ser visto nas
equações não é muito alto, o momento fletor neste ponto é muito baixo pois esta
próximo ao rolamento que é o ponto de apoio o que impede a flexão.

4.5.3 Dimensionamento dos rolamentos

Como a roda fica centralizada no eixo os rolamentos são escolhidos pela força de
reação que exercem , ou seja metade da força peso que atua sobre o eixo sendo portanto cada
rolamento solicitado a sustentar aproximadamente 778 N.
Consultando o catalogo de rolamentos da SKF definiu-se os rolamentos como sendo
do tipo auto compensador que permite um instalação com um determinado nível de desnível
entre as extremidades do eixo.
Com base na força de reação e com o diâmetro do eixo que será de 25 mm, sendo que
este será usinado a partir da barra de seção quadrada com 28 mm de lado, sendo portanto

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 129


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

escolhido o rolamento SKF 1205E com diâmetro interno de 25 mm e capaz de suportar um


reação de apoio de 14200 N o que atende em varias vezes o esforço requerido.

4.6 Desenho de projeto

4.6.1 Lateral da caneca.

Após o dimensionamento definitivo de todos os componentes o próximo passo é a


construção da roda. Como exemplo será demonstrado o processo de construção em madeira.
Primeiramente deve se cortar as partes curvas das laterais com base no diâmetro
calculado e volume das canecas. Para facilitar este processo as partes têm entre si o ângulo de
45°, que é de fácil medição e gera partes iguais em uma circunferência completa de 360°,
como mostra a figura 92. Resultando num total de 16 partes.

Figura 92 - Divisão das laterais da roda.

4.6.2 Canecas

A determinação do formato das canecas foi tomada levando em conta a quantidade de


liquido que por ela deve ser contida e a quantidade de material necessária para a sua
construção.
Para determinar o volume de água contido pela caneca foi feita a seguinte analise com
base na vazão e na rotação da roda. Sendo o protótipo dimensionado para possuir 33 canecas
o intervalo angular entre elas é de 10,91°, sabendo-se a velocidade angular dada pela equação
95, é possível determinar o tempo de exposição da caneca ao fluxo d’água.

@|
Þ j
(95)

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 130


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Onde:
• Þ= Velocidade angular em rad/s;
• n = rotação da roda, no caso 12,68 rpm

@6,s¥
Þ
j

MdE
Þ = 1,33 4

Com o valor da velocidade angular calculada, determina-se o tempo de exposição ao


fluxo dividindo a velocidade angular pelo ângulo entre canecas como mostra a equação 96.

C
* = d3 (96)

Sendo:
• Þ= Velocidade angular 1,33 rad./s;
• ac = ângulo entre canecas, no caso 10,9°;
• t = tempo de exposição ao fluxo d’água em s.

6,
* = 6j,¦

* = 0,122 a

Dividindo a vazão de água pelo tempo de exposição de cada caneca ao fluido obtemos
a quantidade de água acumulada pela caneca, como pode ser visto na equação abaixo.

 = * (97)

Sendo:
• t = tempo de exposição ao fluxo d’água 0,122 s;
• Q = Vazão de água 0,005 m3/s;
• V = Volume de água contido pela caneca em m3.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 131


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

  0,005 — 0,122

  0,000608 m3 = 0,608 l

Com base no volume calculado acima é definido o formato das canecas, admitindo se
um coeficiente de segurança volumétrico de 2 em relação à caneca em posição vertical, para
garantir o uso da roda com um eventual aumento de vazão no caso do protótipo optou-se por
um formato que se utiliza um número menor de partes como pode ser visto na figura 93.

Figura 93 - Representação das canecas do protótipo.

Como pode ser visto na figura acima cada caneca é constituído de duas partes, este
formato tem por limitação conter uma quantidade menor de fluido, como no caso estudado a
vazão é baixa não há problemas em usá-lo. Para vazões maiores é usual formatos como
mostrado na figura abaixo.

Figura 94 - Modelo de caneca para vazões maiores.


Fonte: Hidraulics

Este modelo de caneca como pode ser visto é composto de 5 partes e a roda é dividida
em um número menor de canecas, permitindo um maior acumulo de água, e
consequentemente um aumento de torque.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 132


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

O ângulo de inclinação das canecas levou em conta a direção de entrada da água e o


ponto de inicio do derramamento, como mostrado na figura 95.

Figura 95 - Representação da perda de água pelas canecas devido a rotação.

O ângulo de inclinação das canecas foi estabelecido como sendo 50° que permite uma
entrada eficiente de fluido na caneca e ao mesmo tempo impede o derramamento precoce da
água da caneca o que causaria perda de eficiência.
Tendo-se as duas laterais montadas cortam-se as tabuas referentes às canecas. No caso
do protótipo a caneca é constituída de duas partes uma simplesmente retangular, e a outra que
forma um ângulo de 90° com a primeira, que possui um encaixe em ângulo com a parte de
trás da caneca subsequente como mostra a figura 96.

Figura 96 - Representação das canecas.

Na figura acima as canecas tem inclinação de 50° em relação à vertical. A linha


tracejada com inclinação de 50° se refere à caneca subsequente. Como pode ser visto existe
um ângulo de encaixe entre a tabua 2 e a parte de trás da tabua 1 da caneca subsequente este
ângulo nada mais é que a divisão entre o número de canecas e o ângulo total da

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 133


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

circunferência, no caso do modelo 33 canecas distribuídas em 360°, que resulta em um caneca


a cada 10,91 °.
Como a tabua 2 da caneca possui um comprimento reduzido em comparação com a
tabua 1 ao se fixar o conjunto deve-se previamente executar furos para a passagem dos pregos
para evitar trincas e rachaduras na tabua 2, como mostra a figura 97.

Figura 97 - furos para passagem dos pregos de fixação.

Estando as duas tabuas que constituem a caneca prontas o conjunto toma a seguinte
forma.

Figura 98 - caneca sem as laterais.


Estando todas as canecas montadas acoplam-se as laterais como mostra a figura 99.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 134


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 99- Canecas com as laterais montadas.

4.6.3 Construção dos braços de fixação.

Estando as canecas prontas se constrói os braços de fixação ao eixo como mostra a


figura 100.

Figura 100 - Montagem dos braços de fixação.

Este conjunto é constituído de dois braços maiores e dois braços menores, juntamente
com quatro fixadores dos braços menores, como mostra a figura 101.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 135


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 101- Da esquerda para a direta, braço maior, braço menor e suporte do braço menor.

Os braços menores (2) ficam apoiados sobre os maiores (1) como mostra a figura
abaixo, para manter a proporcionalidade o comprimento dos braços menores deve ser o
comprimento do braço maior menos metade da largura do braço maior.

Figura 102 - Braços maiores e menores.

Para a fixação dos braços menores são utilizadas quatro tabuas fixas nos braços
maiores, duas de cada lado como pode ser visto na figura 103.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 136


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 103 - Fixação dos braços menores.

Para a fixação do eixo é necessário um encaixe nos braços maiores e nas tábuas de
fixação dos braços menores. No caso do protótipo foi utilizado um eixo quadrado.

Figura 104 - Encaixe de fixação do eixo.

Para possibilitar o encaixe do eixo deve-se fixar um dos braços maiores com os dois
braços menores, utilizando duas das tabuas de fixação como mostra a figura 105.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 137


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 105 - Montagem dos braços.

Com o outro braço maior e as duas tabuas de fixação restantes constrói-se o resto do
conjunto de modo que este encaixe no conjunto mostrado na figura acima.

Figura 106 - Restante da montagem dos braços.

Encaixando-se as duas partes mostradas nas figuras acima, mas não fixando os
componentes para permitir o posterior acoplamento do eixo, se obtêm um conjunto completo
de braços referente a um lado da roda como mostra a figura 107.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 138


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 107 - Conjunto de braços.

Com os dois conjuntos de braços montados, cabe fixá-los nas canecas, tomando
cuidado de centralizar o mais precisamente possível e manter o braço maior que não esta fixo
do mesmo lado que o do outro conjunto para permitir o encaixe do eixo.

Figura 108 - Braços fixados as canecas.

Com os dois braços montados acopla-se o eixo e fixa-se o braço maior que estava
solto com os braços menores, como demonstrado na figura 109.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 139


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 109 - Acoplamento do eixo.

Estando o eixo devidamente posicionado fixa-se o braço maior que estava livre aos
braços menores por meio das tabuas de fixação, como pode ser visto na figura 110.

Figura 110 - Montagem dos braços no eixo.

Estando o eixo fixo instalam-se os mancais de rolamento como mostra a figura abaixo.

Figura 111- Mancais de rolamento.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 140


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

4.7 Construção da roda

4.7.1 Corte das laterais.

Para executar o corte das tabuas faz se uso de uma serra tico-tico. Para desenhar o
traçado da serra na tabua usa-se um barbante com dois riscadores cada qual referente ao raio
do diâmetro interno e externo da lateral como mostra a figura 112.

Figura 112 - Método de marcação do diâmetro de corte da lateral.

Com o auxilio de um esquadro de 45° marca-se os pontos inicial e final da lateral com
pode ser visto na figura 113.

Figura 113 - Marcação do angulo de 45°.

Após traçado os contornos de corte nas respectivas tabuas, recortar com o auxilio da
serra tico tico as laterais como mostra a figura 114.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 141


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 114 - Recorte da lateral.

4.7.2 Montagem provisória das laterais

Após o recorte de todas as laterais se efetua uma montagem provisória da lateral da


roda com intuito de verificar o melhor encaixe das partes das laterais e eliminar possíveis
deformidades do processo de corte, como pode ser visto na figura 115.

Figura 115 - Pré montagem da lateral.

4.7.3 Corte e montagem das canecas.

Para fins de construção em madeira não há necessidade de excessiva precisão no


ângulo de encaixe podendo ser usado um ângulo de 10° no lugar do ângulo de 10,91°
calculado no projeto sem que haja nenhuma perda de vedação ou deformidade geométrica.
Este ângulo de inclinação da tabua 2 da caneca deve ser dado na serra no momento do
corte como mostra a figura 116.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 142


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 116 - Inclinação de corte prévia da serra.

Após cortadas as duas partes de cada caneca une-se os conjuntos como pode ser visto
na figura 117.

Figura 117 - Caneca montada.

Com todas as canecas montadas fixa-se com pregos sobre uma das laterais como
mostra a figura 118.

Figura 118 - Fixação das canecas na lateral.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 143


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Após todas as canecas fixadas a primeira lateral encaixa-se a segunda lateral e fixa-se
com pregos como mostra a figura 119. Para maior rigidez do conjunto não é recomendado
alinhar as emendas das laterais esquerda e direita o que geraria um ponto de fraqueza no
conjunto.

Figura 119 - Fixação da segunda lateral.

Com isso as canecas tomam forma definitiva como mostrado na figura 120.

Figura 120 - Caneca montada.

4.7.4 Construção dos braços

Após o corte das tabuas que constituem os braços em seus respectivos comprimentos,
é necessária a produção do encaixe para o eixo nos braços maiores e nos suportes dos braços
menores, sendo este encaixe da largura do eixo e de metade da espessura do mesmo, sendo
que o eixo fica centralizado na emenda dos braços maiores e dos suportes, como mostra a
figura 121.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 144


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 121 - Encaixe para o eixo e demonstração do encaixe nos suportes.

Estando todos os encaixes prontos cabe a montagem do conjunto de braços conforme


especificado em projeto de forma a permitir o posterior encaixe do eixo.
Primeiramente alinha-se o encaixe do eixo dos braços maiores com o encaixe dos
suportes para os braços menores, o método mais eficiente de se garantir o alinhamento é fixar
as peças na presença do eixo no encaixe como mostra a figura abaixo.

Figura 122 - Alinhamento do encaixe do eixo.

Estando alinhado o eixo prega-se os suportes dos braços menores no braço maior,
realizando este procedimento nos quatro braços maiores.
Após fixa-se os braços menores em um dos conjuntos montados conforme acima
deixando o centralizado conforme mostra a figura 123 e com local próprio para o
acoplamento de outro dos conjuntos do braço maior.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 145


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 123 - Montagem dos braços menores.

Repetir o procedimento acima em dois dos conjuntos do braço maior, ficando o


conjunto conforme a figura 124.

Figura 124 - Demonstração do encaixe dos conjuntos do braço maior.

Com os conjuntos de braços prontos fixa-se o s braços na roda conforme mostra a figura
125.

Figura 125 - Fixação dos braços na roda.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 146


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Lembrando-se de não pregar a parte que contem um braço maior destacável do


conjunto para posterior acoplamento do eixo.

Figura 126 - Parte destacável do conjunto de braços.

Depois de fixado e centralizado o conjunto de braços de ambos os lados levanta se a


roda e encaixa-se o eixo, tomando cuidado para este estar nivelado, como mostra a figura 127.

Figura 127 - Acoplamento e nivelamento do eixo.

Depois de garantido o nivelamento do eixo encaixa-se os braços maiores que ainda


estavam soltos e prega-se nos pontos onde não havia fixação definitiva.

4.7.5 Instalação dos mancais

Estando o eixo devidamente posicionado acoplasse os mancais de rolamento no seu


devido local como mostra a figura128.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 147


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 128 - Instalação dos mancais de rolamento.

4.7.6 Balanceamento

Com os dois mancais devidamente instalados suspende-se a roda apoiando os mancais


em pontos mais elevados, permitindo assim o giro da mostra como mostra a figura 129.

Figura 129 - Roda suspensa pelos mancais.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 148


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Com a roda suspensa o balanceamento é feito conforme os seguintes passos:

1. Girar a roda e esperar que a mesma pare a parte que estiver mais descentrada
para fora vai tender a ficar em baixo, normalmente, o sentido de giro é
invertido por ação desta parte se a mesma não tiver atingido o ponto superior
de giro;
2. Adicionar pesos no lado oposto ao constatado como sendo o ponto de maior
raio, ou seja, o ponto que ficar acima, como mostra à figura 130;

Figura 130- Adição de contra pesos.

3. Girar novamente a roda e avaliar o efeito do contrapeso instalado, podendo este


ser substituído por um que se adecue melhor ao caso;
4. Repetir os procedimentos acima até atingir um nível de balanceamento que não
interfira muito no funcionamento da roda.

4.7.7 Pintura e vedação

Para melhor aproveitamento da roda deve-se vedar todas as frestas provenientes de


erros de construção ou encaixe inexato das partes, para isto se usa um produto que ao mesmo
tempo vede a roda e proteja a madeira do apodrecimento precoce sendo que esta fica exposta
permanentemente a água.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 149


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

No protótipo foi utilizado o pinche para a pintura sendo que este atende os requisitos
citados acima além de possuir baixo custo.

Figura 131 - Roda pintada.

4.8 Instalação da roda

Estando a roda construída deve-se preparar o ponto onde ela será fixada como mostra
a figura 132.

Figura 132 - Ponto de instalação da roda

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 150


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

A roda será posta transversalmente ao curso do córrego, sendo os mancais apoiados


em vigas fixadas nas encostas do córrego como mostra a figura 133.

Figura 133 - Modo de fixação da viga

Sendo que as duas vigas devem ser pontas niveladas para que o eixo não fique
inclinado fazendo com que a roda penda para um lado. O nivelamento é feito conforme
mostra a figura 134.

Figura 134 - Nivelamento das vigas

Estando o local de fixação da roda pronto deve se colocar a roda em seu local de
funcionamento como mostra a figura 135.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 151


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 135 - Roda apoiada nas vigas.

Com a roda apoiada nas vigas de sustentação é feito o ajuste final da canaleta para
proporcionar uma entrada de água com o mínimo de impacto possível minimizando assim as
perdas. Para um melhor ajuste da entrada da água deve se testar diversas distâncias entre a
saída da água da canaleta e a entrada na roda, liberando o fluxo de água para visualizar o
resultado e corrigir possíveis problemas, como mostra a figura 136.
Sendo que a altura entre a canaleta e a roda deve ser a menor possível para evitar
impactos devido à queda vertical da roda fazendo com que a água entra de maneira mias
horizontal na caneca empurrando a roda.

Figura 136 - Ajuste da canaleta

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 152


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Como a roda será instalada transversalmente ao curso do córrego foi deixado um


distancia maior entre a parte inferior da roda e o fundo do córrego, como mostra a figura 137
para permitir o escape d’água em casos de inundação preservando a roda contra danos.

Figura 137 - Distancia entre a roda e o córrego

Quando o posicionamento mais adequado estiver definido fixa se definitivamente os


mancais nas vigas de sustentação e a canaleta no seu respectivo suporte, podendo o fluxo
d’água ser liberado para acionar a roda como mostra a figura 138.

Figura 138 - Roda em funcionamento

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 153


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

4.9 Testes de campo

Com a roda girando sem acionar nenhum dispositivo foi constata um aumento de
rotação de aproximadamente 3 vezes, sendo que com este aumento na velocidade tangencial
das canecas a água é jogada para frente, como mostra a figura 139 ao invés de entrar na
caneca, devido ao impacto contra a superfície da caneca.

Figura 139 - Roda em funcionamento sem aplicação de torque resistente

O fato de a roda jogar água para frente ocasiona o encharcamento da encosta do


córrego onde estão fixas as vigas de sustentação da roda, sendo que com o tempo pode
ocasionar erosão e até mesmo desmoronamento da encosta.
Portanto em períodos onde a roda não estiver acionando nenhum equipamento,
recomenda-se que o seu funcionamento seja interrompido através da interrupção do fluxo de
água, para evitar os problemas descritos acima.
Com a roda funcionando na rotação especificada em projeto o problema de entrada de
água nas canecas é mínimo, como pode ser visto na figura 140 sendo que esta rotação
somente é possível com a aplicação de algum momento resistente ao eixo da roda, ou seja, o
acionamento de algum equipamento como bomba ou alternador.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 154


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Figura 140 - Roda funcionando na rotação especificada

4.9.1 Verificação de torque e potência

Através de um sistema de freio mostrado na figura 142 foram feitos avaliações do


torque da roda, com uma rotação de 22 rpm e vazão de 5 l/s.
A vazão foi verificada antes de cada experimento com a mudança da posição da
canaleta para a lateral como mostra a figura 141 sendo o curso d’água desviado para um
recipiente de volume conhecido.

Figura 141 - Verificação da vazão

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 155


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Sabendo-se a distancia do ponto fixo da viga, o ponto onde a viga esta apoiada em
cima do eixo da roda e a distancia do ponto de fixação do peso é possível determinar a força
de reação no ponto em cima do eixo.
Como peso foi utilizado um recipiente com água podendo o volume de água contida
ser alterado conforme necessidade do experimento.

Figura 142 - Sistema de freio

Aplicando-se um somatório de momentos em torno do ponto onde a viga do freio esta


fixa a viga de sustentação da roda, e tendo como incógnita a reação no ponto de apoio do eixo
e sendo conhecido o valor do peso aplicado na extremidade da viga, e considerando o peso da
viga como uma carga distribuída em toda sua extensão obtemos um perfil de forças como
mostrado na figura 143.

Figura 143 - Perfil de esforços aplicados a viga.

Através de somatórios de momentos e forças obtêm-se as reações nos apoios, sendo


importante a reação no ponto de apoio sobre o eixo da roda.
O valor da reação no eixo da roda (Re) foi calculado seguindo a equação 98 sendo a
distancia em relação ao o ponto fixo A iguais a:

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 156


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

• Apoio sobre o eixo = 16 cm;


• Ponto de aplicação do peso maior = 75 cm;
• Ponto de aplicação do peso menor = 90 cm.

E sendo conhecida a massa dos pesos:


• Peso maior = 72 kg;
• Peso menor 13 kg.

Multiplicando a massa pela aceleração gravitacional tem-se a força aplicada, portanto:


• Peso maior = 706,3 N;
• Peso menor 127,5 N.

O peso próprio da viga foi considerado como uma carga distribuída em toda a extensão
da mesma, sendo sua massa de aproximadamente 10kg e portanto seu peso de 98,1 N sendo
estes aplicados para fins de calculo no ponto central da viga ou seja a 45 cm do ponto fixo A.

·Q®àS EQ® [·Qx©S EQx [·á E´á


/H  Ex
(98)

Onde:
• Re= Força de reação sobre o eixo em N;
• Fmaior = Força referente ao peso maior em N;
• Fmenor = Força referente ao peso menor em N;
• Fd = Força referente à carga distribuída em N;
• dma = Distancia do peso maior em relação ao ponto fixo A, em cm;
• dme = Distancia do peso menor em relação ao ponto fixo A, em cm;
• dfd = Distancia do centro da viga ao ponto fixo A, em cm;
• de = Distancia do ponto de apoio da viga sobre o eixo em relação ao ponto fixo A
em cm.

Com o valor da reação no eixo determina-se a força de atrito sedo que Re corresponde
à força Normal apresentada na equação abaixo:

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 157


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Jd  ä (99)

Sendo:
• N = Força normal, correspondente a Re em N;
• ä = Coeficiente de atrito entre a viga e o eixo.

A força de atrito faz oposição ao torque desenvolvido pela roda sendo, portanto o
torque calculado pela equação 100.

Ax
§  Jd 
(100)

Onde:
• Jd = Força de atrito em N;
• <H = Diâmetro do eixo em metros;
• § = Torque desenvolvido pela roda em Nm.

Com o valor do torque a potencia é definida pela equação 101.

@|
å  § j (101)

Onde:
• W =Potencia da roda em Watts;
• M = Torque da roda em Nm;
• n = Rotação da roda em rpm.

Aplicando os dados experimentais obtêm-se a equação:

‹js, ׋„[6‹,„צj[¦¥,6׃„
/H  6s

/H = 4304,12 

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 158


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Com Re calcula-se a força de atrito sendo o coeficiente de atrito entre a viga de


madeira e o eixo de co aproximadamente igual a 0,3.

Jd  ä

Jd  4304,12 × 0,3

Jd = 1291,24 

Com a força de atrito calcula-se o torque da roda sabendo-se que o eixo possui
diâmetro de 40 mm, ou seja, 0,04 metros.

Ax
§ = Jd 

j,jƒ
§ = 1291,24 × 

§ = 25,82 

Sendo, portanto possível o calculo da potencia sabendo-se que a rotação neste


experimento foi de aproximadamente 22 rpm.

@|
å = § j

@×
å = 25,82 × j

å = 59,5 å

Sendo que a potencia calculada pelo método de dimensionamento proposto foi de


63,08 W, e que a real foi de 59,5 W o que comprova a veracidade do método de
dimensionamento utilizado.
Ainda mantendo os mesmos valores de atrito, mas com uma vazão de 7,5 litros por
segundo e 27 rpm e seguindo os mesmos procedimentos de calculo citados acima encontrou-

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 159


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

se uma potencia real de 73,02 W e uma potencia teórica de 91,97 W, isto se deve ao fato do
aumento de rotação dificultar a entrada da água nas canecas fazendo com que a mesma seja
lançada para frente ao se chocar com a caneca e não entra na roda como mostra a figura 114.

Figura 144 - Água sendo lançada para frente da roda

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 160


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

5 CONCLUSÃO

Analisando os procedimentos de dimensionamento descritos na revisão bibliográfica,


pode se concluir que o processo de cálculo de potência é semelhante para todos os tipos de
rodas, o que mais diferencia um método do outro são os procedimentos de determinação do
rendimento, e os coeficientes corretivos utilizados em cada método.
Através do experimento prático constatou-se que o método de medição de vazão que
parte da avaliação da velocidade do fluido de sua área de escoamento não apresenta precisão
em vazões pequenas, sendo que a velocidade na superfície do fluido é maior que a do fundo e
das alturas intermediarias, e não há como determinar com exatidão a velocidade média do
fluido, além do fato de que a área de escoamento nem sempre é constante sendo difícil avaliar
a influencia da irregularidade do fundo do leito do córrego na vazão.
O método que consiste em canalizar o fluido para um recipiente apresenta uma
precisão superior as demais, devido ao volume do recipiente ser conhecido, a única variável
da medição é o tempo que apresta uma incerteza de 1 s na cronometragem, o que garante à
veracidade da medição, tendo este método a limitação de somente poder ser usado em vazões
pequenas.
O procedimento de verificação de desnível se mostrou satisfatório em vista de garantir
uma pré avaliação do local, sendo seu resultado comprovado com a medição de desnível feita
após a construção da canaleta.
O projeto do protótipo foi baseado nos dados de campo recolhidos através de
procedimentos de avaliação de vazão e desnível e nos métodos de dimensionamento descritos
na revisão bibliográfica, sendo que o dimensionamento do formato e volume das canecas
necessitou de um estudo a parte, tendo em vista que estes parâmetros não constavam em
nenhum dos métodos de cálculo apresentados.
Foram necessárias algumas adaptações nos cálculos de dimensionamento,
principalmente de valores tabelados em função da vazão, sendo que as tabelas partem de uma
vazão mínima de 50 l/s o que é dez vezes maior que a utilizada como referência no protótipo.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 161


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

Em certos casos os valores interpolados geravam valores absurdos ou até mesmo dimensões
negativas.
O processo construtivo foi relativamente simples tendo como única dificuldade o
processo de balanceamento da roda para atenuar os efeitos da força centrífuga causada pela
excentricidade entre a roda e o seu eixo.
A verificação de potência realizada teve como resultado um determinado torque de
25,82 Nm e rotação de 22 rpm sendo a potencia real 59,5 W. Em comparação com a potência
teórica de 63,08 W, demonstrando a validade do método de dimensionamento usado.
A aparente precisão do método não leva em conta o fato que torque medido é
dependente de um coeficiente de atrito tabelado entre aço e madeira, o qual é dado em uma
faixa de 0,2 a 0,6 e que não leva em conta uma serie de fatores influentes no processo como o
fato de haver água no contato entre os materiais. Cabe, portanto o calculista avaliar qual o
valor do coeficiente de atrito usado, podendo este atribuir um valor que gere uma potência
igual à teórica.
Constatou-se também que quando a roda opera acima da rotação especificada, a água
que cai da canaleta é lançada para frente ao invés de entrar nas canecas, causado uma redução
na eficiência do equipamento como demonstrado através do experimento realizado e descrito
nos testes.
Quando a vazão é muito baixa também ocorre um decréscimo na eficiência sendo este
caso mais critico que o descrito acima devido à possibilidade de parada da roda ou mesmo a
impossibilidade de acionamento da mesma.
Acredito que com o uso deste manual um individuo leigo consiga dimensionar e
construir uma roda d’água com eficiência razoável.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 162


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

6 BIBLIOGRAFIA

ARCIBALD Joseph Macintyre – Máquinas Motrizes Hidráulicas.

BRESSE ,M. Hydraulic Motors.1969.

BOWIE,John R. Bahr’s Mill (1998)

SHIGLEY,Joseph E. – Projeto de engenharia mecânica 7° edição (2005)

HAMM,Hans W. Cost Development of Small water - Power sites.(1976)

LEA, Frederick Charles. Hydraulics for engineers and engineering students.5.Ed. 1930.

MAGELA, Geraldo Pereira, MELLO, Carlos Rogério de aula pratica 10 – Bomba de pistão
acionada por roda d’água. Universidade Federal de Lavras (UFLA)

MCGUIGAN, Dermot. Harnessing Water Power for Home Energy.


Publicado por Garden Way Publishingh Co.USA. (1967).

MESQUITA, José de. Máquinas Hidráulicas. Matemática editora S.A. São Paulo 1958.

MONSON, O. W. e HILL, Armin J. Overshot and CorrentWater Wheels. (1976)

MUNDO MECÂNICO, n. 109, pg. 131, 1985.

USHER, Abbot Payson, Uma história das invenção mecânicas. / Abbot Payson Usher;
tradução lenita M. Rimolli esteves – Campinas, SP: Papirus, 1993.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 163


Manual para construção de rodas d’água Jony Javorski Eckert

INTERNET

ALTERIMA. http://www.alterima.com.br/roda_dagua.htm acessado em 26 de setembro de


2009.

FACTORY. http://www.waterwheelfactory.com/ acessado em 26 de setembro de 2009.

ROCHFER. http://www.rochfer.com.br/ acessado 26 de setembro 2009.

ZM. http://www.zmbombas.com/site/br/ acessado em 26 de setembro de 2009.

Trabalho Final de Graduação II- Engenharia Mecânica- UPF - 2010 164


cortar após
montagem com
R 95
as laterais
0

950
25
96 28 96

220 1 t

B
r
a
ç
o
m
a
i
o
r

4 Q

m
a
d
e
i
r
a
e
u
c
a
l
i
p
t
o

R
B
M
A
1
I
e
m

D
e
n
o
m
i
n
a
ç
ã
o

t
.

M
a
t
e
r
i
a
l
/
D
i
m
e
n
s
õ
e
s

R
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
PROJETO: PESO:
Roda d’água 3,12 kg
UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
18/06/2010
ESCALA:
1:5
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Braço maior RBMA1
cortar raio somente
após montagem com
as laterais
R9

840
50

25
220
1 t

B
r
a
ç
o
m
e
n
o
r

4 Q

m
a
d
e
i
r
a
e
u
c
a
l
i
p
t
o

R
B
M
E
1
I
e
m

D
e
n
o
m
i
n
a
ç
ã
o

t
.

M
a
t
e
r
i
a
l
/
D
i
m
e
n
s
õ
e
s

R
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
PROJETO: PESO:
Roda d’água 2,76 kg
UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
18/06/2010
ESCALA:
1:4
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Braço menor RBME1
600

220
14

25

286 28 286

1 t

S
u
p
o
r
t
e
b
r
a
ç
o
m
e
n
o
r

8 Q

m
a
d
e
i
r
a
e
u
c
a
l
i
p
t
o

R
S
B
M
1
I
e
m

D
e
n
o
m
i
n
a
ç
ã
o

t
.

M
a
t
e
r
i
a
l
/
D
i
m
e
n
s
õ
e
s

R
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
PROJETO: PESO:
Roda d’água 1,97 kg
UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
18/06/2010
ESCALA:
1:3
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Suporte braço menor RSBM1
A
1

cortar após Pregar de ambos os lados

936
montagem com com pregos 18 x 30

730
as laterais

1900
440
28
220
2
0
R95

3 300,375

950
A 75

SEÇÃO A-A
ESCALA 1 : 12

montar 2 conjuntos
3 2 1t

s
u
p
o
r
t
e
b
r
a
ç
o
m
e
n
o
r

4 2 2Q

M
a
d
e
i
r
a
e
u
c
a
l
i
p
t
o

R
S
B
M
1
M
o D
n Be
t
ar
ga

mo
c aa
ai
no
e ro
c
a

M Ma
a at
d de
e er
i
r
ar
e eD
u um
c ce
a an
l
pl
i
t
ot

RR
MB
C Ar
1 1n
mi

ia
al

i
ps

M
I
e
m

n
o
m
n
ç
ã

t
.

i
/
i

e
s

R
e
f
e
ê
c
i
a
PROJETO: PESO:
Roda d’água 19,64 kg
UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
09/04/2010
ESCALA:
1:12
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Montagem Braços RMB1
25
220

253
1 t

C
a
n
e
c
a
p
a
r
t
e
1

3 Q
3 t

M
a
d
e
i
r
a
e
u
c
a
l
i
p
t
o

R
C
P
1
I
e
m

D
e
n
o
m
i
n
a
ç
ã
o

M
a
t
e
r
i
a
l
/
D
i
m
e
n
s
õ
e
s

R
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
PROJETO: PESO:
Roda d’água
UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
25/05/2010
ESCALA:
0,835 kg

1:2
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Caneca parte 1 RCP1
10°
82,250

2
2
12

12
25
35
35
220

1 t

c
a
n
e
c
a
p
a
r
t
e
2

3 Q
3 t

m
a
d
e
i
r
a
e
u
c
a
l
i
p
t
o

R
C
P
2
I
e
m

D
e
n
o
m
i
n
a
ç
ã
o

M
a
t
e
r
i
a
l
/
D
i
m
e
n
s
õ
e
s

R
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
POS. QT. DENOMINAÇÃO MATERIAL CÓDIGO
MATERIAL: Madeira eucalipto PESO: 0,26 kg
PROJETO:
Roda d’água
UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
09/04/2010
ESCALA:
1:1
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Caneca parte 2 RCP2
Local aproximado de fixação dos
pregos na montagem da caneca 2
com as laterais

82,250
70 103

50
1

Pregar as partes utilizando


os furos prévios com
pregos 17 x 27

220

278

21 t

C
a
n
e
c
a
p
a
r
t
e
2

11 Q

M
a
d
e
i
r
a

R
C
P
2
C
a
n
e
c
a
p
a
r
t
e
1

M
a
d
e
i
r
a

R
C
P
1
montar 33 conjuntos
I
e
m

D
e
n
o
m
i
n
a
ç
ã
o

t
.

M
a
t
e
r
i
a
l
/
D
i
m
e
n
s
õ
e
s

R
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
PROJETO: PESO:
Roda d’água 1,1 kg
UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
09/04/2010
ESCALA:
1:2
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Montagem caneca RMC1
50

28
9
28

R1
2,
50
0
300 1000 300

1600

1 t

M
o
n
t
a
g
e
m
l
a
t
e
r
a
i
s

1 Q

A
ç
o
S
A
E
1
0
4
0

R f
E r
1 ê
I
e
m

D
e
n
o
m
i
n
a
ç
ã
o

t
.

M
a
t
e
r
i
a
l
/
D
i
m
e
n
s
õ
e
s

R
e
e
n
c
i
a
PROJETO: PESO:
Roda d’água 8,45 kg
UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
18/06/2010
ESCALA:
1:3
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Eixo RE1
1 50

25

612,293

727,099
R 800

R9 5 0

1 t

L
a
t
e
r
a
l

1 Q
6 t

M
a
d
e
i
r
a
e
u
c
a
l
i
p
t
o

R
L
T
1
I
e
m

D
e
n
o
m
i
n
a
ç
ã
o

M
a
t
e
r
i
a
l
/
D
i
m
e
n
s
õ
e
s

R
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
PROJETO: PESO:
Roda d’água 1,55 kg
UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
18/06/2010
ESCALA:
1:4
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Lateral RLT1
C
1

1900

1600

45°
C
montar 2 conjuntos
21 t

f
i
x
a
d
o
r
t
e
m
p
o
r
a
r
i
o

88 Q

m
a
d
e
i
r
a

RL
FT
L
a
t
e
r
a
l

M
a
d
e
i
r
a
e
u
c
a
l
i
p
t
o

R
1
SEÇÃO C-C
I
e
m

D
e
n
o
m
i
n
a
ç
ã
o

t
.

M
a
t
e
r
i
a
l
/
D
i
m
e
n
s
õ
e
s

R
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
ESCALA 1 : 10
PROJETO: PESO:
Roda d’água 12,4 kg
UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
18/06/2010
ESCALA:
1:10
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Montagem laterais RDML1
D
alinhado

alinhado
1

1
2
50°

Pregar as canecas nas laterais


de ambos os lados com pregos 17 x 27
nos locais indicados no projeto
da canecae retirar os fixadores
temporarios

21 t

M
o
n
t
a
g
e
m
c
a
n
e
c
a

32 Q
3

M
a
d
e
i
r
a
e
u
c
a
l
i
p
t
o

R
M
C
1
M
o
n
t
a
g
e
m
l
a
t
e
r
a
i
s

M
a
d
e
i
r
a
e
u
c
a
l
i
p
t
o

R
D
M
L
1
I
e
m

D
e
n
o
m
i
n
a
ç
ã
o

t
.

M
a
t
e
r
i
a
l
/
D
i
m
e
n
s
õ
e
s

R
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
PROJETO: PESO:
Roda d’água 61,1 kg
SEÇÃO D-D
ESCALA 1 : 10 UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
26/05/2010
ESCALA:
1:10
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Montagem canecas e laterais RMCL1
View publication stats

615 25 320 25 615


pregar 6 pregos 18 x 30 3
em cada barço

R950

223 223

cortar raio 950


dos braços após
pregalos
1600

43 21 t

M
a
n
c
a
l
r
o
l
a
m
e
n
t
o
S
K
F
1
2
0
5
E

22 12 Q

R
R
S
K
F
1
m
o
n
t
a
g
e
m
b
r
a
ç
o
s

m
a
d
e
i
r
a
e
u
c
a
l
i
p
t
o

R RR
M EC f
B 1L r
1
ea
xn
i
oe

Aa
çd
oe
Si
Aa
Ee
1c
0a
4l
0i
m
o
n
t
a
g
e
m
c

c
a
s
e
l
a
t
e
r
a
i
s

r
u

p
t
o

1 n
I
e
m

D
e
n
o
m
i
n
a
ç
ã
o

t
.

M
a
t
e
r
i
a
l
/
D
i
m
e
n
s
õ
e
s

R
e
e
ê
c
i
a
PROJETO: PESO:
Roda d’água 120,00 kg
UPF DESENHISTA:
Jony Javorski Eckert
DATA:
18/06/2010
ESCALA:
1:11
DETALE: DIEDRO: CÓDIGO:
Montagem Roda RMR1

Vous aimerez peut-être aussi