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Carta aos Romanos

Introdução
 Existem muitos tipos de carta (carta pessoal a um amigo, carta oficial a uma entidade,
cartas circulares, cartas em jornais e revistas, uma infinidade de formas e fórmulas de
cartas).
 As autoridades costumam também escrever cartas à população.
 Assim é que as autoridades eclesiásticas usam o canal da carta para se comunicar com seus
fiéis e dar-lhes orientações.
 A Carta aos Romanos pertence a essa categoria.
 Paulo escreve aos romanos um longo texto doutrinário, fruto da experiência e reflexão.
 Com esse escrito, Paulo surge como o primeiro dos teólogos cristãos.

A situação que levou à carta


 Paulo escreveu a Carta aos Romanos quando estava em Corinto, pronto para ir a
Jerusalém, levando a coleta feita pelas igrejas da Grécia em favor da comunidade de
Jerusalém.
 A Carta aos Romanos não é a primeira, mas uma das últimas cartas que Paulo escreveu.
 Ela vem em primeiro lugar nas Bíblias porque é a mais extensa e a ordem seguida foi a
ordem da extensão.
 A Carta a Filemon vem em último lugar, porque é a mais breve, mas não foi a última que
Paulo escreveu.
 Paulo nunca tinha ido a Roma.
 Mas pelas saudações finais (Rm 16,21-23) parece que conhecia bastante gente de lá.
 Sua meta era chegar até a Espanha e fazer uma escala em Roma (Rm 15,23-24).
 Com a carta, que ele queria preparar o terreno.
 Mas por que escreve uma carta tão longa e com tantos temas doutrinários?

 Em Roma, devia haver uma importante colônia de judeus.


 Segundo o livro dos Atos, “três dias depois de chegar em Roma, ele convocou os líderes dos
judeus” (At 28,17).
 Depois da conversão, o relacionamento de Paulo com seus compatriotas judeus, mesmo os
que tinham aderido ao Evangelho, era muito conflituoso.
 Ele era visto como um renegado do judaísmo e da fé dos antigos, que induzia todos a
abandonarem a observância da Lei (At 21,21).
 Essa acusação forçosamente levou Paulo a aprofundar a reflexão sobre a ação gratuita de
Deus, em contraposição com a observância, como caminho da salvação.
 O mesmo problema já tinha sido abordado na Carta aos Gálatas.
 Mas aí já era terreno conhecido, Paulo sabia quem tinha de enfrentar e se mostrou muito
mais impulsivo, como se estivesse lutando.
 Agora retoma os ensinamentos da Carta aos Gálatas, explicando-os e comentando-os com
mais amplidão, profundidade e tranqüilidade.
 Comparando-se, por exemplo, Gl 5,12-21 com Rm 8,5-13, nota-se que o pensamento é o
mesmo, mas em Rm está mais claro e ameno.
 A carta não é só de ensinamentos e doutrina teológica.
 Nela encontramos também uma série de exortações que mostram o quanto Paulo estava
por dentro dos problemas da comunidade de Roma.
Temas da carta

1 - Israel no mistério da salvação

 Esse tema vem nos capítulos 9 a 11, como se formasse um bloco independente dentro da
carta.
 Paulo se mostra um pouco atônito pelo fato de seus irmãos na fé terem recusado Jesus
Cristo, crucificando-o (9,1-5).
 Identifica o verdadeiro Israel nos descendentes legítimos de Abraão, isto é, nos herdeiros
da verdadeira fé de Abraão (9,6-13).
 Eles recebem de Deus a misericórdia, porque Deus é misericordioso com quem lhe agrada
(9,14-29).

 Os gentios também recebem essa misericórdia, mas chegam ao conhecimento de Deus


graças à fé que veio de Israel (9,30 – 10,13).
 Se Israel não aceitou o Evangelho, isso não significa que tenha sido rejeitado por Deus
(10,14 – 11,10).
 Pelo contrário, os gentios são chamados para que Israel desperte e também possa acolher a
salvação, ressuscitando para o Reino (11,11-15).
 Os gentios não podem desprezar Israel porque ele é e sempre será a raiz histórica da qual
os gentios, como um enxerto, recebem a seiva (11,16-36).
2 - Paulo e a vida comunitária
 Paulo, trabalhador braçal, gosta muito de comparar a comunidade ao corpo humano,
imagem extraordinária de harmonia, de variedade e de dinamismo (Rm 12,4-5).
 O sangue que circula nas artérias desse corpo é o amor (15,8-10).
 Do capítulo 12 ao capítulo 15,13, as recomendações para uma vida comunitária forte e
sadia, alegre e vibrante vão jorrando como a água impetuosa de uma cascata, por cima dos
problemas que normalmente podiam ocorrer nas comunidades que congregavam pessoas
de origem, cultura e formação tão diferentes.
Subsídios

1 - Quem nos separará?

 O amor de Deus no cotidiano da vida.


 Em pára-choques de caminhões, aparece às vezes esta frase: “Se Deus é por nós, quem será
contra nós?”. Ela vem da Carta aos Romanos (8,31), que, por sua vez, vem da fé do povo
do Antigo Testamento em YHWH, que prometeu solenemente: “Eu estarei contigo” (Ex
3,11).
 Foi a redescoberta dessa fé antiga e sempre nova que revolucionou a vida de Paulo.
 Antes, ele procurava aproximar-se de Deus e sentir sua presença na estrita observância da
Lei de Moisés.
 Mas teve de confessar sua incapacidade (Rm 7,14-23).
 Angustiado, desabafa: “Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de morte?” (7,24).
 Foi a experiência do amor gratuito de Deus que o libertou dessa angústia: “Graças sejam
dadas a Deus, por Jesus Cristo, Nosso Senhor!” (7,24).
 Agora pode aproximar-se de Deus e sentir a sua presença, não por ter observado a Lei,
mas porque o próprio Deus tornou a iniciativa de aproximar-se dele e atraí-lo: “O amor de
Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado” (5,5).
 Paulo experimentou o que o profeta Oséias anunciava: “Eu te atraí com laços de bondade,
com cordas de amor” (Os 11,24).
 Essa experiência invadiu todas as dimensões da vida de Paulo: cabeça, coração, vontade,
mãos, pés.
 E ele começou a olhar tudo a partir dessa experiência: a vida, a história, a Lei, as pessoas, o
trabalho, a luta, o dia-a-dia da caminhada, a missão, o próprio Deus.
 A experiência do amor de Deus está na raiz de tudo: “Se Deus é por nós, quem será contra
nós?”.

 2 – O capítulo 8 da Carta aos Romanos


 No capítulo 7 Paulo descreve seu sentimento de incapacidade.
 No fim ele relata como alcançou a libertação após longa e dolorosa caminhada.

 No capítulo 8, tenta expressar algo da nova experiência do que Deus nele realizou pela
mediação de Jesus Cristo.
 8,1-4: Lei do Espírito e lei da carne.
 Antes a Lei condenava Paulo como transgressor e pecador, pois ele se sentia
incapaz de observá-la.
 Agora, sem mérito algum de sua parte, é libertado do pecado e da Lei, pois, por
meio do Espírito de Jesus, Deus entrou em sua vida e lhe deu a certeza de ser por
ele acolhido e alcançar a justiça.

 8,5-13: Vida segundo o Espírito e segundo a carne.


 Antes, Paulo vivia na morte, sem condições de agradar a Deus.
 Agora, pelo Espírito de Jesus que lhe foi dado, ressuscita e passa a viver uma vida
nova.
 Passou da morte para a vida!

 8,14-30: Os efeitos da vida nova no Espírito são vários:


 14-17 – o novo relacionamento com Deus confere uma nova consciência de filho de
Deus, que de JUIZ que cobra a Lei passa a ser PAI que acolhe com carinho.

 18-25 – a nova vida é semente de nova humanidade. Faz olhar a história


como um processo de gravidez com dores de parto, que envolve toda a
criação e tem nascimento garantido.

 26-27 – o Espírito de Jesus suscita uma nova oração, uma nova


espiritualidade. É ele quem ora em nós e nos faz pedir o que convém a nós
e ao projeto de Deus.

 28-30 – o novo futuro já está garantido e para ele tudo contribuiu, até
mesmo as contrariedades da vida: “Tudo concorre para o bem dos que
amam a Deus” (8,26).

 8,31-39: A supremacia do amor. Num final de rara beleza, Paulo tira as conclusões: “Depois
disto, que nos resta dizer? Se Deus é por nós, quem estará contra nós?” (8,31).
 “Quem nos separará do amor de Cristo?” (8,35).

 Esta é a convicção mais profunda de Paulo.
 Ele enumera tudo aquilo que aparentemente seria abandono por parte de Deus:
 “Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada” (8,35).
 Nada disso tem força.

 A enumeração continua: “Morte e vida, anjos e principados, presente e futuro, poderes e


forças das alturas e das profundezas”.
 E para não deixar nenhuma dúvida, acrescenta: “nem qualquer criatura”.
 Nada, absolutamente nada, “nos poderá separar do amor de Deus, manifestado em Jesus
Cristo, Nosso Senhor!” (8,31-39).

 Eis a raiz da liberdade!


 Livre de qualquer poder deste mundo!
 Livre para servir e se doar.
 Livre para ver tudo com um novo olhar, sabendo-se construtor de uma nova
humanidade.

 Essa convicção de fé penetra tudo:


 a oração (8,26),
 a consciência (8,16),
 a visão da história (8,18-25),
 a vida comunitária (13,8-10),
 o cotidiano (14,-15).

 Até mesmo as contrariedades da vida, que dificultam a caminhada e parecem


contrariar o plano de Deus, são integradas nessa nova visão (8,28.35).
 3 – Uma vida impregnada de amor
 Escreve como a experiência do amor de Deus pode renovar a vida comunitária:

 “Que amor de vocês seja sem hipocrisia: detestem o mal, apeguem-se ao bem. No
amor fraterno, sejam carinhosos uns com os outros, rivalizando na mútua estima.
Quanto ao zelo, não sejam preguiçosos: seja fervorosos no espírito, servindo ao
Senhor. Sejam alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na
oração. Sejam solidários com os cristãos nas suas necessidades e se aperfeiçoem na
prática da solidariedade” (12,9-13).

 “Não fiquem devendo nada a ninguém a não ser o amor mútuo. Pois quem ama o
próximo, cumpriu plenamente a Lei. De fato os mandamentos: não cometa
adultério, não mate, não roube, não cobice e todos os outros se resumem nesta
sentença: ame a seu próximo como a si mesmo. O amor não pratica o mal contra o
próximo, pois o amor é o pleno cumprimento da Lei (13,8-10).

 “Acolham o fraco na fé sem lhe criticar os escrúpulos. Quem é você para criticar
um empregado alheio? Se ele fica de pé ou se cai, isso é lá com o patrão dele. Mas
ele ficará de fé! Pois o Senhor é poderoso para o sustentar. Nenhum de nós vive
para si mesmo nem morre para si mesmo. Se vivemos, é para o Senhor que
vivemos. Se morremos, é para o Senhor que morremos. Quer vivamos, quer
morramos, pertencemos ao Senhor” (14,1.4.7.8).

 Para Paulo, o amor é algo muito concreto que deve fluir normalmente no comportamento
das pessoas. Mas a fonte de onde ele jorra é o amor de Cristo:
 “Ele me amou e se entregou por mim!” (Gl 2,20).

 Por causa de Cristo, Paulo rompeu com o “mundo”, com a ideologia dominante e se
considera como um “crucificado para o mundo” e o mundo como “crucificado” para ele
(Gl 6,14).
 “Vivo, mas já não sou eu. É Cristo que vive em mim!” (Gl 2,20).
 Paulo já não se pertence.
 Tudo nele pertence a Cristo e é moldado pelo amor de Cristo.

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