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RESUMO: Este trabalho tem como finalidade relatar as observações e as práticas decorrentes
do Estágio I em Educação Física, realizadas na Escola Municipal de Ensino Fundamental José
Divino Barbosa Pereira, situada no município de Tapes R/S, durante o primeiro semestre do
corrente ano.
INTRODUÇÃO
Uma vez que na escola o aluno é referencial de todas as disciplinas, que este
aluno é um corpo e um corpo em movimento, ele é passível de ser conhecido,
conhecer-se e dominar suas estruturas corporais. Ele não poderá se localizar em um
espaço geográfico, como é solicitado a ele pela Geografia; não poderá se situar na
contemporaneidade e dialogar com o passado, como pede a História; não poderá
exercer a sua necessária participação sociointeracionista na Ciência, na Matemática,
na Língua Portuguesa, se ele é um corpo fragmentado, reprimido, oprimido
historicamente.
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A SONDAGEM E OBSERVAÇÃO
A Escola Municipal de Ensino Fundamental José Divino Barbosa Pereira possui quatro
turmas de pré-escola, mas realizei o estágio na turma de Pré 3, da professora Maria Luiza
Duarte. A turma ocupa uma sala que se situa na extensão da escola, aos fundos, pois a mesma
não possui condições físicas de abrigar a quantidade de alunos matriculados e necessitou
alugar uma casa e transformá-la em anexo.
A turma conta com 19 alunos, sendo 7 do sexo masculino e 10 do sexo feminino, não
havendo portadores de necessidades especiais.
As aulas de Educação Física são propostas como um tempo para os alunos brincarem.
São oferecidos materiais como bola e corda, e para os mais tímidos, os brinquedos
pedagógicos. Não observei em momento algum os alunos da Pré-escola com atividades
dirigidas pela própria professora, que apenas sentava-se e atendia um aluno que tem um sério
problema de socialização.
A turma ocupa uma sala de aula muito pequena onde não conseguem nem se
movimentar e se organizam em quatro mesas redondas. Ao lado da sala de aula, existe uma
sala maior, porém comunitária, que obedece a horários para ser utilizada na hora do
brinquedo, assistir vídeo ou até mesmo para recreação nos dias de chuva. Para atividades fora
da sala de aula, os alunos formam colunas como trenzinho e se mostram um pouco agitados e
com dificuldade em trabalhar com voz de comando na rua.
Como a classe social desta escola varia de média à baixa, os alunos não possuem muito
acesso à roupas adequadas. Alguns têm, outros não; alguns vão de chinelo de dedo e na hora
da aula, tiram para não arrebentar; já outros vão de tênis. As meninas dificilmente usam tênis,
mas, em sua maioria, sandálias, chinelos, tamancos e até botas.
Quanto ao relacionamento aluno x aluno há poucas divergências. Esporadicamente
ocorre disputa por brinquedos, mas a turma é calma. Alguns meninos são mais agitados. Em
relação às meninas, apenas duas se destacam, pois estão sempre levantando, vêm procurar a
professora, indagar, e contar histórias. Aparentemente só um menino está com dificuldade de
socialização, pois chora muito, solicitando a mãe, que coincidentemente é professora desta
escola.
Já o relacionamento aluno x professor não demonstrou nenhum empecilho, pois a
professora é experiente e demonstra ter carinho pelos alunos, sendo também muito bem
tratada pelas crianças.
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REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Freire:
“Entre os recursos pedagógicos que a Educação Física utiliza em sua tarefa de
ensinar, há um muito particular, que são as atividades corporais provenientes da
cultura da criança”.
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A PRÁTICA DE ENSINO
Para atingir estes objetivos utilizei como estratégia a prática de atividades físicas com
materiais recicláveis, colchonetes e bambolês, onde eu também era parceira na brincadeira e
colocava o meu corpo como modelo, demonstrando e executando os movimentos. Além
disso respeitei os limites e os níveis de desenvolvimento dos alunos, promovendo a
socialização e o trabalho em grupo. Procurei sempre realizar as atividades com animação
procurando incentivá-los para a prática de atividades físicas dirigidas.
Trabalhei os seguintes conteúdos: movimentos naturais, caminhadas, corridas saltos,
saltitos, arremessos, rolamentos, noções de lateralidade, noções espaciais, coordenação
motora ampla, atenção à voz de comando, ritmos variados e cantigas de roda.
Como avaliação, propus a observação diagnóstica contínua e sistemática, analisando a
participação constante na maioria das atividades propostas.
Foram 12 aulas práticas para esta turma e neste período tivemos a Páscoa. Então
aproveitei este tema para dar o fundo às brincadeiras e aproveitei para ensinar músicas e
brincadeiras sobre o coelho da Páscoa. Os alunos gostaram muito de cantar e a representação
foi uma atividade natural. Até parecia que não havia o papel de professor ali, e eu era apenas
mais uma colega de turma que estava brincando e se divertindo. Acredito que esta parceria
constrói um vínculo maior entre professor e alunos, pois ambos compartilham o lúdico na
cumplicidade.
Os alunos foram avaliados quanto ao seu crescimento quantitativo e qualitativo, pois eles
mesmos se questionavam como estavam na tarefa, se realizaram corretamente os movimentos,
se estavam certos ou errados. A avaliação é vista pela Escola como um processo pelo qual
todos os alunos devem passar, sendo realizada de forma contínua, progressiva e cumulativa.
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É claro que os alunos que possuem muita dificuldade em um determinado movimento são
logo percebidos em sua melhora, o que acontece através da prática.
Um dos critérios para se observar o crescimento dos alunos é o seu interesse às propostas
do educador, se dedicando às atividades propostas.
Em poucas semanas obtivemos progressos que poderiam ter sido maiores se a carga
horária assim o permitisse. Penso que o pouco que pude passar para estes alunos já foi o
suficiente para poder afirmar com certeza todo o meu discurso pela importância da prática da
Educação Física na Educação Infantil.
O progresso individual observado e a auto-crítica são muito importantes, pois assim
estamos contribuindo para que as crianças sejam cidadãos capazes de opinar em diferentes
situações de suas vidas.
CONCLUSÃO
Não vi o estágio como um bicho de sete cabeças, estava centrada no que iria fazer e o
dever que assumiria perante as turmas, às vezes até me via como uma professora titular em
início de ano letivo. Não sabia os nomes dos alunos, chamava-os por cores das roupas, mais
no final das aulas já havia decorado o nome de alguns que se salientavam. Falando
pessoalmente foi prazeroso, saía das aulas bem cansada, era exaustivo trabalhar com três
turmas em dois locais diferentes, mas o incrível era ver o progresso individual e coletivo dos
alunos, nas realizações das atividades. Refletindo profissionalmente, todos os aspectos que
observei foram crescimentos, tanto nos acertos, quanto nas atividades que não obtive sucesso,
o importante foi experimentar, pois trabalho diretamente com crianças, não com essa idade, e
tive dificuldades em planejar aulas, embora tivesse observado não foi o suficiente para ter
segurança ao planejar, mas moldei muitas atividades pensando na turma.
Usei muito do que aprendi na faculdade, principalmente nas disciplinas que
focalizavam a criança, desenvolvimento motor, recreação e lazer, ginástica, alguns esportes
onde foi trabalhada iniciação esportiva, dentre outras disciplinas que focalizavam aspectos
referentes a essa faixa etária. Penso que deveria ter mais disciplina referente à recreação nas
séries iniciais, pois é a base. Se a base é bem construída a finalização terá um desempenho
mais consistente do que se não tivesse propiciado aos educandos essas possibilidades de
experiências.
Acrescentei muito em minha vida as práticas vividas por mim diretamente com alunos.
Aprendi muito que fazer e o que não fazer. Utilizei muito material que recebi quando cursei o
Curso Normal, Magistério, onde nos era cobrado práticas escolares em Educação Física com
turmas de 25 a 30 alunos. Onde nos planejávamos as aulas a serem aplicadas.
A cada dia que passa aprendemos novas formas de ensinar e aprender, sendo um
desafio diário, já que temos de trabalhar na rua, a atualização é necessária e constante. Os
alunos estão cada vez mais evoluídos e bem informados e se esquecem de brincar, esta aí a
função do profissional de Educação Física, fazer a criança despertar o lúdico novamente,
esquecido através da informatização.
Como diz Marxwell Maltz; “A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de
forma criativa, transformam-se em oportunidades”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VYGOTSKY, L.S..A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes. 1989