Vous êtes sur la page 1sur 12

A Cultura e Identidade

Apesar de existir uma clara distinção entre a Cultura e a identidade, estas noções se encontram
bastante interligadas. A cultura nasce e Desenvolve através de processos inconscientes, e existe
independentemente da consciência identitária, a identidade cultural por sua vez remete-nos a
normas de pertença conscientes e as estratégias identitárias podem manipular e modificar uma
determinada Cultura.

A identidade dos indivíduos é caracterizada sobretudo pela pertença aos diferentes grupos
sociais, tais como Nações, grupos religiosos e associações/organizações. A identidade cultural
particularmente, é uma questão de inclusão e exclusão baseada nas diferenças culturais, dado que
os grupos culturais possuem elementos identitários que os identificam e distinguem uns dos
outros.

I. Dieferentes concepções da identidade

I. I. Concepção objectivista

Para os teóricos objectivistas, a identidade dos indivíduos aparece como uma marca definitiva,
da qual não se pode livrar nem escapar, portanto nem o indivíduo, nem a sociedade tem sobre ela
qualquer influência. A identidade dos indivíduos é nesta perspectiva, algo estático e imutável o
que não é verdade.

Os teóricos objectivistas definem e descrevem a identidade apartir de um certo número de


critérios determinantes considerados objectivos, tais como: origem comum, lingua, religião,
território e a própria cultura e distinguem-se em três abordagens particulares:

I. II. Abordagem naturalista

Os teóricos naturalistas são os mais radicais entre os objectivistas, considerando a identidade


como algo hereditário, ou seja, que nascemos com os elementos constitutivos da identidade
cultural, sendo desta forma algo inevitável.

I. III. Abordagem culturalista

Os culturalista negam a ideia da transmissão biológica das identidades e defendem o legado


cultural, ligado ao processo de socialização. Não obstante este posicionamento, os culturalistas
acabam caindo no mesmo erro da inevitabilidade que caracterizou a abordagem naturalista.
I. IV. Abordagem primordialista

Na perspectiva primordialista dá-se importância a ideia da preexistência da identidade cultural,


considerando esta como primordial na medida em que a pertença ao grupo etnocultural é a
primeira e a mais importante de todas as pertenças sociais.

I. V. Concepção subjectivista

Os subjectivistas negam que a identidade seja algo recebido de uma vez por todas, porque sendo
assim, seria estática, rígida e imutável. Para estes a identidade é um sentimento de pertença a um
grupo e depende da escolha livre dos indivíduos. Mas a ser assim, entende-se que a identidade
teria um carácter bastante efémero baseada em escolhas arbitrárias, ou seja, se a identidade
depende da escolha livre dos indivíduos isso significa que a sua variação seria independente dos
elementos de pertença e esta é a grande limitação dos subjectivistas.

Apesar de terem o mérito de destacar o carácter variável da identidade cultural, os subjectivistas


pecam por admitir que seja efémera, quando na verdade esta se mostra mais ou menos estável.

I.VI. Concepção relacional e situacional

Esta perspectiva aparece como solução para a oposição entre objectivistas e subjectivistas, pois
tenta fazer uma intermediação entre as duas abordagens, ou seja, resgata em cada uma delas a
parte positiva que complementa a limitação da outra.

A identidade envolve elementos de pertença ao grupo que determinam a posição dos indivíduos
e orientam as suas escolhas. Os indivíduos escolhem, mas dentro dos limites dos elementos
objectivos e em determinadas situações das suas relações. É por isso que é relacional e
situacional.

II. Diferentes tipos de identidade

II.I.Auto-identidade – É aquela que os indivíduos aceitam e reconhecem como sua identidade

II.II. Hetero-identidade – É aquela que nos é atribuída pelos outros

Na interacção entre grupos dominantes e dominados, a hetero-identidade pode-se traduzir em


estigma, marginalização ou identidade negativa – o grupo dominante pode ridicularizar o grupo
dominado.
II.III. Identidade negativa – Surge geralmente como vergonhosa e reprimida, e quando é assim
tende a ser ocultada ou eliminada.

Ex: Os machanganas que no período colonial emigravam para a cidade de Maputo a procura de
melhores condições de vida, eram ridicularizados pelos marongas, que eram a maioria, e
procuravam ocultar a sua identidade, na tentativa de escapar da ridicularização, tentando falar
Ronga.

II.IV. Identidade multidimensional – Refere-se a pluralidade das referências identitárias dos


indivíduos e grupos, ligadas as suas histórias.

Ex: um indivíduo pode possuir referências identitárias de africano, moçambicano, beirense,


ndau, cristão, mazione, etc.

II.V. Identidade dupla – Acontece quando o indivíduo possui duas identidades de referência,
mais ou menos equiparadas ou que se situam ao mesmo nível

Ex: Indivíduos que possuem dupla nacionalidade, os casos dos afro-europeus.

II.VI. Estratégias identitárias – Uma identidade pode ser usada como um meio visando
alcançar um fim. Sendo assim, em função da sua apreciação da situação, o indivíduo utiliza de
modo estratégico os seus recursos identitários para alcançar o fim desejado.

No caso extremo da aplicação das estratégias identitárias pode-se ocultar a identidade, tais são
os casos de indivíduos que podem ocultar a sua identidade para conseguir um empréstimo
bancário.

Positiva ou negativa, a identidade pode ser instrumentalizada nas relações entre indivíduos e
grupos sociais. Portanto, a noção de estratégias identitárias pode explicada as variações das
identidades. A identidade constroi-se, destroi-se e reconstroi-se segundo as situações relacionais.
Exercicios

1. Explicar as ideias e limitações do Objectivistas e Subjectivistas no debate sobre a concepção


da identidade.

2. Explicar a solução apresentada pela concepção relacional e situacional.

3. Apresentar um exemplo para a Auto-identidade, Hetero-identidade e identidade


multidimensional.

4. Explicar com base na noção de identidade negativa a questão da variação das identidades.

5. Discutir a relação entre a identidade multidimensional e a noção de estratégias identitárias

6. Explicar o sentido da frase abaixo citada

“A Identidade constrói-se, destrói-se e reconstrói-se segundo as situações relacionais


Bibliografia

1. DEMARTIS, Lúcia. Compêndio de Socialização. Lisboa, Edições, 2002, pp 43 – 59.

2. HOBSBAWM, Eric. “Introdução: A invenção das tradições”. In: HOBSBAWM, Eric, e


Terence RANGER (eds.). A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1984, pp: 9-
23.

3. NGOENHA, Severino E. . Identidade moçambicana: já e ainda não. In: Serra, Carlos (dir.).
Identidade, moçambicanidade, moçambicanização. Maputo, Livraria Universitária-UEM,
1998, p. 17-34.
TEMA: Organização e estrutura da Sociedade

O Homem sendo um ser marcadamente gregário, a sua vida está organizada em grupos ou
associações de indivíduos, podendo ser destinguidos grupos de interesse e grupos de
parentesco.

Os grupos de interesse são aqueles que se constituem tendo em vista a prossecuão de objectivos
ou interesses comuns

Ex: Partidos políticos, organizações feministas, associações de trabalhadores, de comerciantes,


organizações profissionais, etc.

Os grupos de parentesco costituem-se em função de determinados laços específicos – laços de


parentesco.

Na definição de RIVIERA (2000), Parentesco é um conjunto de laços que unem geneticamente


(filiação e descendência) ou voluntariamente (alianças) um determinado número de indivíduos.

Tipos de parentesco

I. Consaguíneo, Filiação e Descendência – quando há laços de sangue e ligação entre os


indivíduos em linha vertical (relação de parentesco entre pais e filhos e por via de um antepassado
comum)

II. Aliança ou afinidade – parentesco por via de alianças matrimoniais

III. Germanidade – quando há laços de sangue e ligação entre os indivíduos em linha horizontal
(relação de parentesco entre irmãos)

Filiação e diferentes tipos de filiação

A Filiação é definida por RIVIERA(2000), como “um conjunto de regras que definem a
identidade social da criança em relação aos seus ascendentes, e determina a hierarquia, a herança,
cargos , funções e autoridade”

Entre os diferentes tipos de filiação destacam-se:

I. Filiação indiferenciada, bilateral ou cognática – quando são reconhecidos os direitos e


deveres de filiação por parte de ambas famílias dos progenitores.
II. Filiação unilateral – quando os direitos e deveres de filiação são reconhecidos apenas de um
lado. Quando fôr do lado paterno diz-se filiação Agnática e do lado materno filiação Uterina.

No caso concreto da filiação Uterina, o poder, autoridade e controlo social sobre os filhos é
exercido pelos irmãos da mãe, diferentemente da filiação Agnática onde esta responsabilidade é
do próprio pai.

Há que referir algumas categorias de parentesco, de certa maneira ligadas a questão da filiação,
nomeadamente os primos paralelos, quando são gerados por irmãos do mesmo sexo e os primos
cruzados , quando são gerados por irmão de sexos opostos.

Nomenclatura do parentesco

A nomenclatura do parentesco refer-se a forma como são designadas ou nomeadas as diversas


categorias de parentesco. E segundo Morgan, existem duas grandes categorias de designação: O
sistema descritivo e o sistema classificatório’

O primeiro sistema, descritivo, é comum nas sociedades europeias, onde se usa um termo para
designar uma categoria de parentesco ou membros da Família (pai, mãe, irmão, irmã, tio, tia avó,
avô, etc.). O segundo sistema, classificatório, é mais usado nas sociedades africanas, onde se usa
um termo para designar várias categorias ou membros da Família.

Assim, o termo pai por exemplo, é usado para designar não somente ao pai biológico , mas
também aos irmãos do pai, ou seja, aos tios paternos; o termo mãe é extensivo às tias maternas;
o termo irmão ou irmã é extensivo aos primos.

Casamento e diferentes tipos de casamento

O Casamento ou aliança matrimonial é uma “aliança que que liga dois indivíduos de sexos
diferentes através de um conjunto de direitos e obrigações mútuas, que podem variar de cultura
para cultura” (RIVIERA, 2000).

Tipos de aliaças matrimoniais

I. Endogamia – é um casamento entre indivíduos pertecentes ao mesmo grupo sócio-cultural,


como por exemplo a tribo, podendo assim os cônjuges ter o mesmo apelido;

II. Exogamia – casamento entre indivíduos oriundos de grupos sócio-culturais diferentes;


III. Hipergamia – quando uma mulher casa com um homem de posição económica e social
superior;

IV. Hipogamia – quando a mulher casa com um homem de posição económica e social inferior;

V. Homogamia – quando o casal pertence ao mesmo meio social, cultural e a mesma posição
económica;

VI. Poligamia – quando um indivíduo, quer seja homem ou mulher, casa com vários cônjuges

VII. Poliginia – quando um homem casa com várias mulheres, podendo ser pequena poliginia
quando são entre duas a quatro mulheres e grande poliginia quando são mais de quatro;

VIII. Poliginia sororal – quando um homem casa com várias irmãs;

IX. Poliandria – quando uma mulher casa com vários homens; e

X. Poliandria adélfica ou fraterna – quando auma mulher casa com vários irmãos.

Tipos de residência matrimonial

I. Residência patrilocal – quando o casal vive em casa dos pais do noivo;

II. Residência Virilocal – quando o casal fixa residência no grupo do noivo;

III. Residência matrilocal – quando o casal vive em casa dos pais da noiva;

IV. Residência Uxorilocal – quando o casal fixa residência no grupo da noiva;

V. Residência bilocal – quando o casal tem a liberdade de escolher entre o grupo do noivo e da
noiva;

VI. Residência ambilocal – quando o casal vive alternadamente no grupo do noivo e da noiva;

VII. Residência neolocal – quando o casal fixa residência onde bem entender, geralmente num
lugar neutro; e

VIII. Residência avunculocal – quando o casal vive em casa do tio materno do noivo
Outras práticas relativas as alianças matrimoniais

I. Sororato – é a substituição de esposa pela irmã mais nova em caso de morte ou infertilidade.

II. Levirato – é a substituição de esposo pelo irmão mais novo em caso de morte.

Família e diferentes tipos de Família

A Família é a forma de agrupameto humano mais importante, por ser uma unidade elementar de
organização social e por possuir um crácter universal.

Esta unidade social é definida como “um espaço físico, relaccional e simbóloco, onde um
conjunto de pessoas ligadas por laços de consaguinidade, de afinidade ou afectividade, partilham
direitos e deveres” (SARACENO, 1992).

Tipos de Família

I. Família nuclear,restrita ou conjugal – é aquela que é composta por um casal e seus filhos
menores;

II. Família alargada – quando é composta por várias famlias nucleares;

III. Família de orientação – é aquela em que o indivíduo nasce e passa a sua infância; e

IV. Família de procriação – é aquela que o indivíduo forma ao casar.

Funções da Família

I.Função reprodutiva – através da reprodução, a Família garante a continuidade biológica da


espécie ou da linhagem;

II.Função educativa ou socialização – através da transmissão das práticas culturais, a Família


assegura a continuidade da cultura;

III.Função económoca – a Família produz bens e gera renda para garantir a satisfação das
necessidades dos indivíduos e a continuidade da vida;

IV.Função religiosa – A Família transmite as crenças e rituais religiosos garantido a


continuidade das práticas religiosas; e

V.Função jurídica – a Família é uma instituição social que tem propriedades, direitos e deveres
juridicamente assegurados.
Exercícios

1. Reapresentar sob forma de Árvore genealógica as seguintes situações.

a) Primos paralelos paternos e maternos, cruzados paternos e maternos de um ego

b) Poliginia e poliandria

c) Poliginia sororal e poliandria fraternal

d) levirato e sororato

e) Família nuclear

f) Família alargada

g) Família de orientação

h) Família de procriação

i) Sobrinhos paternos e tios maternos dum Ego

j) Madrasta e enteados de um ego de sexo masculino que se encontra na situação de viúvo

k) Enteados de um ego de sexo feminino e explicar o tipo de parentesco que os une.

l) primos maternos e paternos, Avôs paternos e maternos de um ego.


Bibliografia

AUGÉ, M.. Os Domínios do Parentesco: filiação, aliança matrimonial, residência. Lisboa,


Edições 70, 2003, pp 11 – 66.

BATALHA, Luis. Breve análise do parentesco como forma de organização social. Lisboa:
Universidade Técnica de Lisboa - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, 1995.

SANTOS, Armindo. Antropologia do parentesco e da Família. Lisboa, Instituto PIAGET, 2006.


Religião e Magia

A Religião é segundo Durkheim (1912), “um sistema solidário de crenças e práticas relativas a
coisas sagradas”, enquanto que Magia é entendida como um conjunto de técnicas que permitem
fazer intervir , em benefício de uma pessoa ou grupo de pesoas, algumas forças sobrenaturais.

Etimologicamente a palavra Religião provém do latím Religio que significa cuidar ou tomar a
sério o sagrado.

De acordo com o mesmo autor, tanto a Religião como a Magia constituem o conjunto das
interpretações encontradas pelo homem nas suas relações quer individuais, ou colectivas com o
mistério do inuverso, portanto as duas representam a procura de uma explicação da presença do
homem sobre a Terra, do significado da vida, do bem e do mal, do sofrimento e da dôr.

A Religião e Magia distinguem-se na medida em que a primeira tende a reunir um grande número
de pessoas, tem objectivos sociais, é pelo bem da Sociedade, em oposição ao pecadeo, enquanto
que a Magia tende aservir interesses particulares, tem fins individuais e geralmente envolve
forças do mal.

Durkheim, afirma igualmente que algumas correntes de pensamento, consideram a religião como
posterior a magia, defendendo que se trata de uma evolução e aperfeiçoamento da magia que
passou a ser racional. Outros autores defendem que a magia é uma forma de degeneração e
decadência da religião, sendo por isso posterior a esta.

Bibliografia

DELUMEAU, Jean. As grandes religiões do Mundo. 3ª. ed. Lisboa, Editorial Presença, 2002.

HONWANA, A. M. (2002). Espíritos vivos, Tradições Modernas: possessão de espíritos e


reintgração social pós-guerra no sul de Moçambique. Maputo: Promédia.

LANGA, Adriano. Questões cristãs à Religião Tradicional Africana. Braga, Editorial


Franciscana.

Vous aimerez peut-être aussi