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XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção


Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

ANÁLISE DOS NÍVEIS DE RUÍDO


DENTRO DE UM CANTEIRO DE OBRAS
- ESTUDO DE CASO
DOUGLAS UBIRAJARA MACIEL (UTFPR)
douglamaciel@pop.cpm.br
Rodrigo Eduardo Catai (UTFPR)
catai@utfpr.edu.br
Jacqueline Colucci Stella (UTFPR)
JACQUE.COLUCIS@GMAIL.COM
Adalberto Matoski (UTFPR)
adalberto@utfpr.edu.br

A exposição ao ruído no trabalho tem gerado grande parte dos


problemas dos profissionais das áreas de Construção Civil, pois dentro
de um canteiro de obras existe uma quantidade considerável de
trabalhadores expostos a níveis de ruídos elevvados. O objetivo
principal deste estudo foi analisar os níveis de ruído dentro de um
canteiro de obras aos quais trabalhadores de diferentes cargos estão
expostos. Para a realização do estudo foram feitas coletas de dados e
informações em um canteiro de obras localizado no bairro Mossunguê
em Curitiba - PR, onde foi possível medir os ruídos provenientes de
equipamentos e ferramentas utilizados pelos trabalhadores da
construção civil em suas atividades diárias. Por meio deste estudo,
pode-se observar que os postos de trabalho onde havia a serra circular
e a furadeira, apresentaram valores de medições para o ruído acima
do limite de tolerância permitido para jornada de 8 horas de trabalho
conforme a NR-15, pois estavam acima de 85 dB, apresentam
condições de insalubridade e sendo, portanto necessário tomar
providências para sanar os problemas. Assim foram dadas sugestões
para a melhoria destes postos de trabalho e, consequentemente, para a
saúde destes trabalhadores.

Palavras-chaves: Ruído, Trabalhadores, Insalubridade, Construção


Civil.
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

1 Introdução
Entende-se por segurança no trabalho todas as medidas e formas de proceder que visem à
eliminação dos riscos de acidentes no trabalho. A segurança atua sobre trabalhadores,
máquinas e instalações, levando em conta todos os pormenores relativos à atividade humana.
As condições de trabalho dentro da empresa determinam os níveis de segurança e as medidas
de prevenção contra acidentes.
Segundo as leis brasileiras, acidente de trabalho é todo aquele que acontece no exercício do
trabalho, provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal, perturbação funcional, doença
que determine a morte, perda total ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho. Segundo Iida (2005) um dos fatores que colaboram para o agravamento destes
custos em atividades ou tarefas ocupacionais é o ruído.
Destaca-se que o ruído causado por operações em construções e demolições tem sido objeto
de estudo, esta preocupação tem sido causada pelo reconhecimento de fatores e de um número
importante de características do ruído proporcionado por atividades na construção civil,
acentuando as queixas da comunidade para redução dos problemas relativos aos mesmos
(RELACUS, 2010).
Desta forma o objetivo principal deste estudo foi analisar os níveis de ruído dentro de um
canteiro de obras, aos quais trabalhadores de diferentes cargos estão expostos, e analisar se os
trabalhadores estão protegidos adequadamente quanto ao ruído.
2 Revisão bibliográfica
2.1 Níveis de pressão sonora
Uma variação praticamente infinitesimal da pressão do ar provoca a sensação de audição,
desde que a freqüência da vibração esteja compreendida na faixa de 16 a 20.000 Hz; faixa
chamada de audiofreqüência (FUNDACENTRO, 1983). O sistema auditivo consegue ouvir
variações da pressão do ar 10 milhões de vezes superiores ao valor limiar de audibilidade,
estendendo-se numa faixa de aproximadamente 0,00002 Newton/m² a 200 Newton/m². Além
disso, pretende-se não apenas medir as variações de pressão, mas também ter uma idéia da
sensação humana quando o ouvido é exposto, dentro da faixa de audiofreqüência, a diferentes
pressões sonoras que o estimulam.
Segundo Saliba (2004), o nível de pressão sonora determina a intensidade do som e representa
a relação logarítmica entre a variação da pressão (P) provocada pela vibração e a pressão que
atinge o limiar de audibilidade. Através de pesquisas foi descoberto que o limiar de
audibilidade como sendo de 2 x 10-5 N/m². Desse modo, convencionou-se este valor como
sendo o nível de pressão de referência utilizado pelos fabricantes dos medidores de nível de
pressão sonora, ou seja, 0 (zero) dB. O limiar da dor ocorre quando a pressão sonora atinge o
valor de 200 N/m², que corresponde a 140 dB. Nesta condição, a pessoa exposta começa a
sentir dor no ouvido.
O Nível de Pressão Sonora NPS (Sound Pressure Level – SPL) em um determinado ponto do
espaço é uma grandeza relativa, tendo como referência o valor de (P0) = 20 MPa (2 x 10-5
N/m2), sendo expresso em decibel dB. O valor de (P) que é o quadrado da média de variação
da pressão sonora é proporcional à Intensidade Sonora, O decibel é uma relação entre duas

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grandezas variáveis. No caso do NPS, a pressão de referência é, por convenção 2 x 10-5 N/m²
(FUNDACENTRO, 1983).

2.2 Ruído
Do ponto de vista de Higiene do Trabalho, o ruído é o fenômeno físico vibratório com
características indefinidas de variações de pressão (no caso ar) em função da freqüência, isto
é, para uma dada freqüência podem existir, em forma aleatória através do tempo, variações de
diferentes pressões. Essa é uma situação real e freqüente, daí se utilizar a expressão ruído,
mas que não necessariamente significa sensação subjetiva do barulho. Ex: choro de criança
(SALIBA, 2004).
Para Fernandes (2002), de um modo geral, os ruídos podem ser classificados em 3 tipos:
a) Ruídos contínuos: são aqueles cuja variação de nível de intensidade sonora é muito
pequena em função do tempo. São ruídos característicos de bombas de líquidos, motores
elétricos, engrenagens, etc. Exemplos: chuva, geladeiras, compressores, ventiladores.
b) Ruídos flutuantes: são aqueles que apresentam grandes variações de nível em
função do tempo. São geradores desse tipo de ruído os trabalhos manuais, afiação de
ferramentas, soldagem, o trânsito de veículos, etc. São os ruídos mais comuns nos sons
diários.
c) Ruídos impulsivos, ou de impacto: apresentam altos níveis de intensidade sonora,
num intervalo de tempo muito pequeno. São os ruídos provenientes de explosões e impactos.
São ruídos característicos de rebitadeiras, impressoras automáticas, britadeiras, prensas, etc.
Para Fantini Neto (2010), o ruído de uma máquina se soma com o de fundo (ruído ambiental,
urbano, entre outros). Portanto, a supressão do efeito deste deve ser logarítmica. Utilizando-se
a equação 1.

ΔNPS** = (1-10-(NPSt – NPSf/10)) (Eq. 1)


O Cálculo referente a supressão do ruído de fundo é obtida por:
NPSm = NPSt + 10log [1-10^-(NPSt – NPSf/10)] (Eq. 2)
Onde:
NPSm = ruído de máquina
NPSf = ruído de fundo
NPSt = ruído total
ΔNPS** = valor a ser subtraído do nível de ruído de máquina

2.3 Legislação para medição de ruído


Segundo a Norma de Higiene Ocupacional, a NHO 01 (2001), o critério de referência que
embasa os limites de exposição diária adotados para ruído contínuo ou intermitente
corresponde a uma dose de 100% para exposição de 8 horas ao nível de 85 dB(A).

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O medidor de Dose de Ruído, chamado de dosímetro, é um pequeno aparelho que o


trabalhador transporta (no bolso da camisa ou preso na cintura) durante toda a jornada de
trabalho, com o microfone instalado no abafador de ouvido (FERNANDES, 2002). Se durante
a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis,
devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das seguintes
frações denominadas de “Dose Diária”, exceder a unidade, a exposição estará acima do limite
de tolerância.
(C1/T1) + (C2/T2) + (C3/T3) + ... + (Cn/Tn) (Eq. 3)
Na equação 3, Cn indica o tempo total em que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído
específico e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível, e o resultado obtido
não pode exceder a 1 (um) (FUNDACENTRO, 1983).
A avaliação da exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente deverá ser feita por
meio da determinação da dose diária de ruído ou do nível de exposição, parâmetros
representativos da exposição diária do trabalhador. Esses parâmetros são totalmente
equivalentes, sendo possível, a partir de um obter-se o outro, mediante as expressões
matemáticas que seguem:
NE = Neq =Nrep = 85 + Nxlog[(Dx480)/t] (Eq. 4)
Onde:
NE é o nível de exposição;
D é a dose de exposição diária em porcentagem;
t é o tempo em minutos da duração da jornada diária de trabalho;
N é um índice - Para a NR-15, N=16,6096 e para a NHO-01, N=10.

O nível de exposição normalizado (NEN) é o nível de exposição, convertido para uma jornada
padrão de trabalho em um período (T) de oito horas por dia, com a finalidade de comparar
com os limites de exposição normalizados. Os níveis de exposição podem ser expressos pela
equação 5.
NEN = NE + 10.log (Te/480) (dB) (Eq. 5)
Onde: NEN é o nível de exposição normalizado;
NE é o nível médio representativo da exposição ocupacional diária
Te é o tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.

Destaca-se que o nível de ação é o valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas,
de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem
os limites de exposição. As ações a serem tomadas compreendem monitoramento ambiental,
informação aos expostos e monitoramento biológico. Para o ruído, o NA corresponde à dose
de 0,5 (50 % da exposição permitida), calculada conforme a NR-15, anexo 1, item 6
(FANTINI NETO, 2010; BRASIL, 2010).

3 Metodologia

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Para a realização do estudo foram feitas coletas de dados e informações em um canteiro de


obras localizado no bairro Mossunguê em Curitiba, em que foi possível medir ruídos
provenientes de equipamentos e ferramentas utilizados por trabalhadores da construção civil
em suas atividades diárias.
Foi utilizado para as medições um decibelímetro da marca Instrutherm DEC-5010 digital tipo
II IEC 61672 para medição de SPL, Leq, Lmin e Lmax com datalogger, para registro das
avaliações e emissão de relatórios. Configurado como circuito de ponderação A e circuito de
resposta lenta (slow). Todas as medições foram realizadas próximas ao ouvido do trabalhador.
As informações referentes às atividades destes trabalhadores e aos equipamentos utilizados
foram levantadas por meio de check-lists.
A análise de ruído e coleta de informações foi realizada em um dia de atividade.
O princípio dos cálculos nas medições realizadas no canteiro de obras, partiu dos
procedimentos baseados nas normas NR – 15 (Atividades e Operações Insalubres) e da NHO
- 01 (Norma de Higiene Ocupacional – Procedimentos Técnicos). Com estas medições, foi
possível calcular a dose diária de exposição do trabalhador ao ruído.
Foram analisados os seguintes postos de trabalho: Operador de Betoneira; Operador de
Guincho; Operador de Serra circular; Operador de Furadeira.
Para as medições, foram feitas leituras durante as atividades em que estes trabalhadores
operavam estes equipamentos ou ferramentas, levando-se em conta as informações sobre o
tempo que o operário executa a tarefa durante seu período diário ocupacional. Os valores
obtidos foram comparados com os limites de tolerância do Anexo nº 1 da NR-15 (BRASIL,
2010).
Foram realizadas entrevistas diretamente com os profissionais responsáveis pelo manuseio do
equipamento por meio de check-lists adaptado de Rodrigues (2007) de acordo com as suas
aplicações neste estudo.
3.1. Postos de trabalho analisados
3.1.1. Operador de guincho
Os dois equipamentos existentes no local, estavam instalados no último piso superior do bloco
e após o expediente eram cobertos por lonas. Ambos os operadores trabalham 8 horas diárias
e a operação era feita apenas por uma pessoa.
Estes equipamentos não estavam próximos a outras fontes de ruído e suas limitações de
acesso a tarefas ruidosas davam-se somente quando ocorriam alguns ruídos de fundo. A
Figura 1 apresenta este posto de trabalho.

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Figura 1 – Guincho

3.1.2 Operador de betoneira


As betoneiras analisadas eram carregadas com diferentes materiais. A primeira betoneira
instalada no exterior do bloco em construção estava sendo carregada com brita e areia, e, a
segunda betoneira instalada no interior do bloco estava sendo carregada com argamassa
pronta. Mesmo carregadas com cargas diferentes não apresentaram valores de ruído
significativos que possam ser analisados e comparados com a NR-15.
A operação dos equipamentos era feita por duas pessoas e todos eles utilizando equipamentos
de proteção auricular juntamente com capacetes, botas de segurança, jalecos e luvas de couro.
Destaca-se que o ruído das betoneiras depende principalmente das condições de instalação, da
potência, da capacidade volumétrica, do nível de carga (vazia, meia carga, cheia), do material
trabalhado, da manutenção etc., sendo que a radiação sonora é emitida pelo conjunto
motor/redutor e pelos impactos dos agregados com o corpo ou parede da cuba de mistura. A
Figura 2 apresenta este posto de trabalho.

Figura 2 – Betoneira

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3.1.3 Operador de furadeira elétrica


Para o estudo, foram feitas medições em dois operadores e foram obervados níveis
significativos de ruído durante tarefas executadas com estes equipamentos, no período
ocupacional de oito horas. A Figura 3 apresenta este posto de trabalho.

Figura 3 - Furadeira

3.1.4 Operador de serra circular


A serra circular analisada estava montada em uma bancada e fixada sobre uma base de
concreto. O local é protegido por uma cobertura de telhas com as laterais abertas e possuem
placas de sinalização e notificação.
Para o estudo deste posto de trabalho, foram feitas medições em três operadores e pode ser
obervado níveis de ruído significativos durante a execução das tarefas, com estes
equipamentos, no período ocupacional de oito horas, que mostraram valores preocupantes,
havendo assim necessidade de analise.
Todos os operadores utilizaram protetores auriculares tipo concha, juntamente com a proteção
facial e luvas pigmentadas. Ambos afirmaram que o manuseio da ferramenta era feito apenas
por uma pessoa, que o uso da serra circular somente era feita para serviços esporádicos,
exclusivamente no corte de madeiras e que o restante do tempo eles se ocupavam de outras
tarefas pertinentes a sua função. A Figura 4 apresenta este posto de trabalho.

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Figura 4 - Serra Circular de Bancada

4 Resultados e discussões
De acordo com os dados coletados, as medições para os postos de trabalho referentes aos
Operadores de Betoneira e Operadores de Guincho, apresentaram níveis de ruído abaixo do
limite de tolerância recomendado pela NR-15. Todos estes operadores utilizavam
equipamentos de proteção adequados com a sua tarefa ou atividade. Desta forma não serão
apresentados os níveis de ruído obtidos para estes postos de trabalho.

4.1 Resultados obtidos para o posto de trabalho do operador da furadeira elétrica


A Tabela 1 apresenta os níveis de ruído obtidos durante a operação e funcionamento do
equipamento.
Os níveis de ruído mostrados na tabela 1 foram medidos durante a operação e funcionamento
do equipamento e também foram medidos os níveis de ruído durante o período em que os
operadores não estavam utilizando a ferramenta, bem como os períodos de horário de almoço,
pausa para descanso, período em que o operador estava executando outra atividade ou tarefa
de acordo com a sua função, sem a necessidade de utilizar o equipamento.
O tempo em que os trabalhadores ficaram expostos ao ruído ocupacional corresponde a 260 e
280 minutos diários. Foi observado que para ambos os operadores os valores de níveis de
ruído ultrapassaram o limite de tolerância de 85 dB(A) para a exposição máxima de 8 horas
durante a jornada de trabalho conforme o Anexo nº1 da NR-15. Porém, ressalta-se que
nenhum valor ultrapassou os 115 dB(A), para risco grave e iminente.
Operador Atividades Nível de Ruído, dB(A) Tempo de exposição, min.
Furadeira ligada 85 260 minutos
Furadeira furando 94,4 260 minutos
1º Operador Furadeira desligada 67,9 140 minutos
Sem atividade 67,9 80 minutos
Total 480 minutos

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Furadeira ligada 87,1 280 minutos


Furadeira furando 89,6 280 minutos
2º Operador Furadeira desligada 65,5 140 minutos
Sem atividade 65,5 80 minutos
Total 480 minutos
Tabela 1 - Medição dos operadores de furadeira

Os valores máximos de ruídos obtidos no momento da perfuração foram de 94,4 dB(A) para o
primeiro operador e 89,6 dB(A) para o segundo. A explicação para a diferença nos valores é
que a perfuração executada por um dos operadores estava sendo feita sobre um objeto mais
denso e duro que necessitava de mais força para que a tarefa fosse concluída.
Para o cálculo da supressão do efeito de fundo foi utilizada a equação (2) e os dados coletados
no local obtidas através da equação 1 para fazer o diagnóstico dos níveis de ruído. A diferença
entre os níveis de ruído para a máquina ligada e desligada foi de 26,5 dB(A). A diferença
entre os níveis de ruído está acima de 10 dB(A) e o valor correspondente a ΔNPS**, está
abaixo de 3 dB (A). Portanto não foi necessário fazer alterações para amenizar o ruído de
fundo.
Para o segundo operador o resultado foi praticamente semelhante ao anterior, sendo assim, as
mesmas recomendações usadas anteriormente são válidas também para o segundo operador.
Descritos na Tabela 2, estão às informações calculadas das doses diárias de exposição destes
operadores ao ruído (equação 3), os cálculos dos níveis representativos ou “de exposição”
(equação 4), os cálculos do Nível de Exposição Normalizado (equação 5), e o nível de ação,
para o qual devem ser tomadas medidas preventivas durante as suas tarefas com este
equipamento. Como o equipamento é acionado somente na hora do uso, para o cálculo
procurou-se utilizar o valor correspondente ao momento em que a furadeira estava realizando
a tarefa devido ao fato do valor do nível de ruído ser maior em relação ao valor do ruído
gerado pelo equipamento quando desligado.

NPS em dB (A)
Dose de Nível de exposição
Nível de exposição relativo ao nível de
Furadeira Norma exposição normalizado
(NRep) em dB (A) ação
diária (NEN) em dB (A)
Dose = 0,5
Primeiro
NR-15 2,7 96,58 93,91 84,4
Operador
Segundo
NR-15 2,09 94,19 91,83 83,89
Operador

Tabela 2 – Resultados dos cálculos das doses e níveis de ação e exposição


Segundo os valores obtidos, conclui-se que o ambiente ocupacional para o operador de
furadeira é considerado insalubre, pois os valores da dose ultrapassaram o limite permitido
que corresponde a 1,0. O tempo de exposição diária destes operadores é de 260 minutos (4
horas e 20 minutos) e 280 minutos (4 horas e 40 minutos). Nestes casos há insalubridade

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conforme os pareceres da NR-15. Sendo necessário a utilização de protetores auriculares e se


fazem necessárias ações preventivas contra o ruído.
Destaca-se que os operadores de furadeira utilizavam protetores auriculares do tipo pré-
moldável durante suas atividades com este equipamento e que através dos valores da tabela
foi possível determinar as atenuações permitidas para as atividades.
Na Tabela 2 tem-se que o NRep mais alto foi o do primeiro operador com 96,58 dB(A) de
acordo com a NR-15.
Segundo os resultados para o nível representativo de ruído, foi possível determinar os níveis
de atenuação para os postos de trabalho. Para o primeiro e o segundo operador o valor obtido
foi de 6 dB. A recomendação é a utilização de um protetor auricular durante toda a jornada de
trabalho sugerindo o tipo Inserção Moldável, modelo Taperfit 2 com atenuação de 12 dB e
CA: 12198. Também é recomendado que se façam exames audiométricos e que os resultados
sejam monitorados constantemente, além de um trabalho de informação e conscientização dos
funcionários.

4.2 Resultados obtidos para o posto de trabalho do operador da serra circular

A Tabela 3 apresenta os valores obtidos para a serra circular.

Operador Atividades Nível de Ruído, dB(A) Tempo de exposição, min.


Serrando 98,8 70 minutos
Serra Circular ligada 85,7 70 minutos
1º Operador Serra Circular desligada 64,4 290 minutos
Sem atividade 64,4 120 minutos
Total 480 minutos
Serrando 102,2 70 minutos
Serra Circular ligada 85,2 70 minutos
2º Operador Serra Circular desligada 66,8 290 minutos
Sem atividade 64,4 120 minutos
Total 480 minutos
Serrando 99,6 70 minutos
Serra Circular ligada 89,5 70 minutos
3º Operador Serra Circular desligada 66,8 290 minutos
Sem atividade 64,4 120 minutos
Total 480 minutos

Tabela 3 - Medição dos Operadores de Serra Circular

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As medições foram feitas para demonstrar os níveis de ruído em seu período ocupacional de
oito horas. Os níveis de ruído foram medidos durante a operação de funcionamento do
equipamento. Os valores máximos de ruído foram obtidos no momento do corte e foram de
98,08 dB(A), 102,2 dB(A) e 99,6 dB(A) respectivamente para cada operador.
Os valores de ruído ultrapassaram o limite de tolerância de 85 dB(A) para a exposição
máxima de 8 horas durante a jornada de trabalho conforme o Anexo nº1 da NR-15. Porém,
ressalta-se que nenhum valor constante ultrapassou os 115 dB (A), valor estabelecido como
limite na NR-15 para risco grave e iminente.
Foram medidos os níveis de ruído durante o tempo em que estes operadores não estavam
utilizando a serra circular. Não houve necessidade de tomada de medidas para atenuar os
efeitos causados pelo ruído de fundo, pois a variação do nível de pressão sonora não foi
relevante.
Para o segundo e o terceiro operador os resultados foram praticamente semelhantes ao
anterior. Conforme os valores obtidos, as mesmas recomendações usadas anteriormente são
válidas também para os demais operadores.
Descritos na Tabela 4, estão às informações calculadas das doses diárias de exposição destes
operadores ao ruído, calculadas de forma semelhante ao exposto para o posto de trabalho da
furadeira. Como o equipamento é acionado somente na hora do uso, para o cálculo procurou-
se utilizar o valor que corresponde ao momento em que a serra circular estava realizando a
tarefa, pelo fato que o valor do nível de ruído ser maior em relação ao valor quando o
equipamento está sendo ligado.

Dose de Nível de exposição NPS dB(A) relativo


Nível de exposição
Serra Circular Norma exposição normalizado ao nível de ação
(NRep) em dB(A)
diária (NEN) em dB(A) Dose = 0,5
1º Operador NR-15 1,33 100,94 92,58 93,88
2º Operador NR-15 2,16 104,44 96,08 93,88
3º Operador NR-15 1,45 101,56 93,2 93,88

Tabela 4 - Cálculo das doses e níveis de ação e exposição dos operadores de serra circular.

Segundo as informações mostradas na tabela 4, pela determinação das doses de exposição, o


ambiente ocupacional para o posto de trabalho referente à atividade com a serra circular é
considerado insalubre, devido aos valores encontrados ultrapassarem o limite permitido, que
corresponde a 1,0.
O tempo de exposição diária destes operadores é de 70 minutos para serra circular ligada. Os
valores correspondentes ao Nível de Exposição ao ruído de 100 dB(A) aos quais os
operadores estavam expostos, conforme a NR-15, o tempo recomendado para este valor é de
no máximo 60 minutos. Nestes casos, é necessária, a utilização de protetores auriculares e
obrigatoriamente se faz necessárias ações preventivas contra o ruído. Destaca-se que os
operadores da serra circular utilizavam protetores auriculares do tipo concha durante suas
atividades com este equipamento.

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O valor do NRep mais alto encontrado foi o do segundo operador com 104,4 dB(A) de acordo
com a NR-15. Leva-se em conta para as avaliações a dureza do material que estava sendo
cortado, porque há influência direta na medição.
Os resultados do nível representativo para os níveis de atenuação (NRRsf) para os postos de
trabalho obtidos, para o primeiro operador foi encontrado o valor correspondente a 0,94
dB(A), para o segundo operador o valor obtido foi de 4,44 dB(A) e para o terceiro o valor foi
de 1,56 dB(A).
A recomendação é a utilização de um protetor auricular durante toda a jornada de trabalho
sugerindo o tipo Concha para todos os operadores, modelo H7B com atenuação de 15 dB e
CA: 13630. Também é recomendado que se façam exames audiométricos e que os resultados
sejam monitorados constantemente, além de um trabalho de informação e conscientização dos
funcionários.
4 Conclusões
Por meio deste estudo, pode-se observar que os postos de trabalho onde havia a serra circular
e a furadeira, apresentaram valores pontuais que ultrapassaram o limite de tolerância de 85
dB(A) para o nível de pressão sonora, para a exposição máxima de 8 horas de jornada de
trabalho conforme o Anexo nº1 da NR-15. Sendo também ressaltado que os valores
encontrados para a dose nestes locais de trabalho também se encontravam acima do limite de
tolerância. Entretanto, nenhum valor medido ultrapassou os 115 dB(A), valor limite
estabelecido pela na NR-15 para risco grave e iminente.
Os postos de trabalho referentes aos operadores de Betoneira e Guincho não demonstraram
nenhuma medição que poderia ser significativa para o estudo do caso e, portanto os ambientes
ocupacionais destas atividades foram considerados salubres e estão de acordo com a NR-15.
Quanto aos operadores da furadeira e serra circular é importante que observem a escolha da
broca ou serra ideal para cada furo ou corte; a substituição de brocas e discos danificados; a
sua afiação periódica; além de evitar que os mesmos funcionem “em vazio” por muito tempo.

Referências
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Norma Regulamentadora NR-15. Manual de Legislação
Atlas. 65ª edição 2010a.
FERNANDES, J. C. O Ruído Ambiental: Seus Efeitos e seu Controle. Apostila do Departamento de Engenharia
Mecânica da UNESP - Campus de Bauru: 2002.
FUNDACENTRO. Riscos Físicos. São Paulo. Fundacentro. 1983, 112p.
FUNDACENTRO. NHO-01 - Avaliação da exposição ocupacional ao ruído. Fundacentro. São Paulo: 2001.
Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/dominios/ctn/anexos/Publicacao/NHO01.pdf> Acesso em 12 de
janeiro de 2011.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2a edição revisada e ampliada. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
FANTINI NETO. R. Higiene do Trabalho – Agentes Físicos. Apostila de Especialização. UTFPR. Curitiba.
2010.
RELACUS. Ruídos em Construção Civil. Disponível em:
<http://www.relacus.com.br/?pagina=publicacoes2_6>. Acesso em 10 de janeiro de 2011.
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