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do Conselho, de 28 de Junho, relativa à protecção dos tra-


balhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes
cancerígenos durante o trabalho, alterada pelas Directivas
os

do Conselho, de 29 de Abril, a Directiva n.º 90/679/CEE,


do Conselho, de 26 de Novembro, relativa à protecção
Regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho dos trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a
agentes biológicos durante o trabalho, alterada pela Di-
rectiva n.º 93/88/CEE, do Conselho, de 12 de Outubro,
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: e a Directiva n.º 98/24/CE, do Conselho, de 7 de Abril,
relativa à protecção da segurança e da saúde dos traba-
CAPÍTULO I lhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes
químicos no trabalho.
Disposições gerais
Artigo 3.º
SECÇÃO I Âmbito
Objecto, âmbito e conceitos 1 — A presente lei aplica-se:
a) A todos os ramos de actividade, nos sectores privado
Artigo 1.º
ou cooperativo e social;
Objecto
1 — A presente lei regulamenta o regime jurídico da
privado sem fins lucrativos;
promoção e prevenção da segurança e da saúde no traba-
c) Ao trabalhador independente.
lho, de acordo com o previsto no artigo 284.º do Código
do Trabalho, no que respeita à prevenção.
2 — A presente lei regulamenta ainda: 2 — Nos casos de explorações agrícolas familiares, do

a) A protecção de trabalhadora grávida, puérpera ou comprimento até 15 m, não pertencente a frota pesqueira
lactante em caso de actividades susceptíveis de apresen- de armador ou empregador equivalente, ou da actividade
tar risco específico de exposição a agentes, processos ou desenvolvida por artesãos em instalações próprias, aplica-
condições de trabalho, de acordo com o previsto no n.º 6
do artigo 62.º do Código do Trabalho; 3 — Os princípios definidos na presente lei são apli-
b) A protecção de menor em caso de trabalhos que, pela cáveis, sempre que se mostrem compatíveis com a sua
sua natureza ou pelas condições em que são prestados, especificidade, ao serviço doméstico e às situações em que
ocorra prestação de trabalho por uma pessoa a outra, sem
e moral, de acordo com o previsto no n.º 6 do artigo 72.º
do Código do Trabalho. considerar-se na dependência económica do beneficiário
da actividade.
Artigo 2.º
Transposição de directivas comunitárias
Artigo 4.º
Conceitos
1 — A presente lei transpõe para a ordem jurídica in-
terna a Directiva n.º 89/391/CEE, do Conselho, de 12 de Para efeitos da presente lei, entende-se por:
a) «Trabalhador» a pessoa singular que, mediante retri-
ver a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores
buição, se obriga a prestar um serviço a um empregador
no trabalho, alterada pela Directiva n.º 2007/30/CE, do
Conselho, de 20 de Junho. e, bem assim, o tirocinante, o estagiário e o aprendiz que
2 — A presente lei complementa, ainda, a transposição estejam na dependência económica do empregador em ra-
das seguintes directivas comunitárias:
b) «Trabalhador independente» a pessoa singular que
exerce uma actividade por conta própria;
Junho, que completa a aplicação de medidas tendentes a c) «Empregador» a pessoa singular ou colectiva com
promover a melhoria da segurança e da saúde dos traba- um ou mais trabalhadores ao seu serviço e responsável
lhadores que têm uma relação de trabalho a termo ou uma pela empresa ou estabelecimento ou, quando se trate de
relação de trabalho temporária; organismos sem fins lucrativos, que detenha competência
b) Directiva n.º 92/85/CEE, do Conselho, de 19 de Ou- para a contratação de trabalhadores;

a promover a melhoria da segurança e da saúde das tra- eleito para exercer funções de representação dos traba-
balhadoras grávidas, puérperas ou lactantes no trabalho; lhadores nos domínios da segurança e saúde no trabalho;
e) «Local de trabalho» o lugar em que o trabalhador se
relativa à protecção dos jovens no trabalho;
d) No que respeita à protecção do património genético, do seu trabalho, no qual esteja directa ou indirectamente
as directivas contendo prescrições mínimas de segurança sujeito ao controlo do empregador;
e de saúde no trabalho contra os agentes químicos, físicos f) «Componentes materiais do trabalho» o local de tra-
e biológicos, designadamente a Directiva n.º 90/394/CEE,
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equipamentos e materiais, as substâncias e agentes quími- 4 — O desenvolvimento de políticas e programas e a


cos, físicos e biológicos e os processos de trabalho; aplicação de medidas a que se refere o número anterior
g) «Perigo» a propriedade intrínseca de uma instalação,
actividade, equipamento, um agente ou outro componente níveis, pela avaliação dos resultados quanto à diminuição
material do trabalho com potencial para provocar dano; dos riscos profissionais e dos danos para a saúde do tra-
h) «Risco» a probabilidade de concretização do dano balhador e pela mobilização dos agentes de que depende a
em função das condições de utilização, exposição ou inte-
racção do componente material do trabalho que apresente e os seus representantes.
perigo;
Artigo 6.º
públicos, bem como disposições ou medidas tomadas ou
Sistema nacional de prevenção de riscos profissionais
previstas no licenciamento e em todas as fases de activi-
dade da empresa, do estabelecimento ou do serviço, que 1 — O sistema nacional de prevenção de riscos profis-
visem eliminar ou diminuir os riscos profissionais a que sionais visa a efectivação do direito à segurança e à saúde
estão potencialmente expostos os trabalhadores. no trabalho, por via da salvaguarda da coerência das me-
didas e da eficácia de intervenção das entidades públicas,
SECÇÃO II privadas ou cooperativas que exercem, naquele âmbito,

Princípios gerais e sistema de prevenção


de riscos profissionais formação, consulta e participação, serviços técnicos de
prevenção e vigilância da saúde e inspecção.
Artigo 5.º 2 — O Estado deve promover o desenvolvimento de
Princípios gerais uma rede nacional para a prevenção de riscos profissio-
nais nas áreas de actuação referidas no número anterior,
constituída por serviços próprios.
lho em condições que respeitem a sua segurança e a sua 3 — O Estado pode, ainda, apoiar e celebrar acordos
com entidades privadas ou cooperativas com capacidade
identificadas na lei, pela pessoa, individual ou colectiva, técnica para a realização de acções no domínio da segu-
que detenha a gestão das instalações em que a actividade rança e saúde no trabalho.
é desenvolvida. 4 — Nos domínios da segurança e da saúde no trabalho
2 — Deve assegurar-se que o desenvolvimento econó- deve ser desenvolvida a cooperação entre o Estado e as
mico promove a humanização do trabalho em condições
de segurança e de saúde. dores e, ao nível da empresa, estabelecimento ou serviço,
3 — A prevenção dos riscos profissionais deve assen- entre o empregador e os representantes dos trabalhadores
tar numa correcta e permanente avaliação de riscos e ser e estes.
desenvolvida segundo princípios, políticas, normas e pro-
gramas que visem, nomeadamente: Artigo 7.º
Definição de políticas, coordenação e avaliação de resultados
para a segurança e saúde no trabalho;
b) A definição das condições técnicas a que devem obe- 1 — Sem prejuízo de uma visão integrada e coerente,
decer a concepção, a fabricação, a importação, a venda, os ministérios responsáveis pelas áreas laboral e da saúde
a cedência, a instalação, a organização, a utilização e a
transformação das componentes materiais do trabalho em da segurança e da saúde no trabalho.
função da natureza e do grau dos riscos, assim como as 2 — As propostas referidas no número anterior devem
obrigações das pessoas por tal responsáveis; procurar desenvolver as complementaridades e interde-

Nacional de Saúde, a protecção do ambiente e o Sistema


bem como a definição de valores limite de exposição do Português da Qualidade (SPQ).
trabalhador a agentes químicos, físicos e biológicos e das 3 — Os serviços públicos com competência para licen-
normas técnicas para a amostragem, medição e avaliação
de resultados;
d) A promoção e a vigilância da saúde do trabalhador; devem exercer a sua competência de modo a promover a
segurança e a saúde no trabalho.
aplicadas no domínio da segurança e da saúde no traba-
lho, em particular no que se refere à emergência de novos e da avaliação de resultados, nomeadamente relativos à
factores de risco; actividade inspectiva, cabe aos organismos competentes
f) A educação, a formação e a informação para a promo- do ministério responsável pela área laboral.
ção da melhoria da segurança e saúde no trabalho; 5 — As medidas de política adoptadas e a avaliação
g) A sensibilização da sociedade, de forma a criar uma dos resultados destas e da acção inspectiva desenvolvida
verdadeira cultura de prevenção; em matéria de segurança e de saúde no trabalho, assim
como a informação estatística sobre acidentes de trabalho
primento da legislação relativa à segurança e à saúde no e doenças profissionais, devem ser objecto de publicação
trabalho. anual e de adequada divulgação.
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6 — Para efeitos do número anterior, a informação es- e) Incentivo ao estudo de boas práticas em matéria de
tatística deve permitir a caracterização dos acidentes e das sistemas de organização e funcionamento das actividades
de prevenção.
epidemiológicos, possibilitar a adopção de metodologias e
critérios apropriados à concepção de programas e medidas 3 — O fomento da investigação, do desenvolvimento
de prevenção de âmbito nacional e sectorial e ao controlo experimental e da demonstração deve orientar-se predo-
periódico dos resultados obtidos. minantemente para a melhoria da prevenção dos riscos
profissionais e da protecção da saúde do trabalhador.
Artigo 8.º
Artigo 11.º
Consulta e participação
Normalização
1 — Na promoção e na avaliação, a nível nacional, das
medidas de políticas no domínio da segurança e da saúde 1 — As normas e especificações técnicas na área da
no trabalho deve ser assegurada a consulta e a participação
das organizações mais representativas dos empregadores a metodologias e a procedimentos, a critérios de amos-
e trabalhadores.
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, as aprovadas no âmbito do SPQ.
2 — As directrizes práticas desenvolvidas pela Organi-
na Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) zação Internacional do Trabalho e Organização Mundial
devem integrar: de Saúde, bem como as normas e especificações técnicas
nacionais a que se refere o número anterior, constituem
a) O Conselho Nacional de Higiene e Segurança no referências indispensáveis a ser tidas em conta nos proce-
Trabalho (CNHST); dimentos e medidas adoptados em cumprimento da legis-
b) O Conselho Consultivo para a Promoção da Segu- lação sobre segurança e saúde no trabalho, bem como na
produção de bens e equipamentos de trabalho.
do Trabalho.
Artigo 12.º
Artigo 9.º
Licenciamento e autorização de laboração
Educação, formação e informação para a segurança
e para a saúde no trabalho A legislação sobre licenciamento e autorização de la-
boração contém as especificações adequadas à prevenção
1 — O Estado deve prosseguir a integração de conteú- de riscos profissionais e à protecção da saúde.
dos sobre a segurança e a saúde no trabalho nos currículos
escolares dos vários níveis de ensino, tendo em vista uma Artigo 13.º
cultura de prevenção no quadro geral do sistema educativo
e a prevenção dos riscos profissionais como preparação Segurança de máquinas e equipamentos de trabalho
para a vida activa. 1 — No âmbito da prevenção e da segurança dos equi-
pamentos deve toda a pessoa singular ou colectiva que
a segurança e a saúde no trabalho nas acções de educação
e formação profissional de forma a permitir a aquisição e outros equipamentos para utilização profissional pro-
de conhecimentos e hábitos de prevenção de acidentes de ceder às investigações e operações necessárias para que,
trabalho e doenças profissionais. na fase de concepção e durante a fabricação, sejam, na
3 — O Estado promove acções de formação e infor- medida do possível, eliminados ou reduzidos ao mínimo
mação destinadas a empregadores e trabalhadores, bem quaisquer riscos que tais produtos possam apresentar para
como acções de informação e esclarecimento públicos nas a saúde ou para a segurança das pessoas e garantir, por
matérias da segurança e da saúde no trabalho. certificação adequada, antes do lançamento no mercado,
a conformidade com os requisitos de segurança e de saúde
Artigo 10.º aplicáveis.
Investigação e formação especializada 2 — Toda a pessoa singular ou colectiva que importe,
venda, alugue, ceda a qualquer título ou coloque em ex-
posição máquinas, aparelhos, ferramentas ou instalações
o conhecimento e a investigação na área da segurança e para utilização profissional deve:
da saúde no trabalho.
2 — O fomento, pelo Estado, da investigação na área a) Proceder ou mandar proceder aos ensaios e contro-
da segurança e da saúde no trabalho deve ser orientado,
em especial, pelos seguintes vectores: estado de tais equipamentos de trabalho são de forma a
não apresentar riscos para a segurança e a saúde dos traba-
a) Apoio à criação de estruturas de investigação e à for- lhadores, desde que a utilização de tais equipamentos seja
mação pós-graduada de especialistas e de investigadores; feita correctamente e para o fim a que se destinam, salvo
b) Colaboração entre as várias estruturas nacionais in- quando os referidos equipamentos estejam devidamente
teressadas; certificados;
c) Divulgação de informação científica e técnica que b) Tomar as medidas necessárias para que às máquinas,
contribua para o avanço do conhecimento e progresso da
investigação; ção profissional sejam anexadas instruções, em português,
d) Incentivo à participação nacional em programas in- quanto à montagem, à utilização, à conservação e à repa-
ternacionais; ração das mesmas, em que se especifique, em particular,
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como devem proceder os trabalhadores incumbidos dessas CAPÍTULO II


tarefas, de forma a prevenir riscos para a sua segurança e
a sua saúde e de outras pessoas. Obrigações gerais do empregador e do trabalhador

Artigo 15.º
3 — Toda a pessoa singular ou colectiva que proceda
Obrigações gerais do empregador
de máquinas, aparelhos, ferramentas ou instalações para 1 — O empregador deve assegurar ao trabalhador con-
utilização profissional deve assegurar, na medida do pos- dições de segurança e de saúde em todos os aspectos do
sível, que, em resultado daquelas operações, tais equipa- seu trabalho.
mentos não apresentam risco para a segurança e a saúde 2 — O empregador deve zelar, de forma continuada e
permanente, pelo exercício da actividade em condições de
correctamente. segurança e de saúde para o trabalhador, tendo em conta
os seguintes princípios gerais de prevenção:
instalações para utilização profissional só podem ser for-
necidos ou colocados em serviço desde que contenham a) Identificação dos riscos previsíveis em todas as acti-
a marcação de segurança, o nome e o endereço do fabri- vidades da empresa, estabelecimento ou serviço, na con-
cepção ou construção de instalações, de locais e processos
de trabalho, assim como na selecção de equipamentos,
permitam identificar claramente os mesmos e prevenir os
riscos na sua utilização.
ou, quando esta seja inviável, à redução dos seus efeitos;
5 — Nos casos de feiras, demonstrações e exposições, b) Integração da avaliação dos riscos para a segurança
quando as máquinas, aparelhos, ferramentas e instalações e a saúde do trabalhador no conjunto das actividades da
para utilização profissional se encontrem sem as normais empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adoptar as
protecções de segurança, devem estar indicadas, de forma medidas adequadas de protecção;
bem visível, as precauções de segurança, bem como a im- c) Combate aos riscos na origem, por forma a eliminar
possibilidade de aquisição destes equipamentos tal como ou reduzir a exposição e aumentar os níveis de protecção;
se encontram apresentados. d) Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições
6 — As autoridades competentes devem divulgar, pe-
riodicamente, as especificações a respeitar na área de se- risco psicossociais não constituem risco para a segurança
gurança no trabalho, por forma a garantir uma prevenção e saúde do trabalhador;
de concepção e a facilitar os respectivos procedimentos
administrativos. no que se refere à concepção dos postos de trabalho, à
escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos de
Artigo 14.º trabalho e produção, com vista a, nomeadamente, atenuar
o trabalho monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os
Fiscalização e inquéritos
riscos psicossociais;
1 — O organismo com competência inspectiva do mi-
como a novas formas de organização do trabalho;
primento da legislação relativa à segurança e à saúde no g) Substituição do que é perigoso pelo que é isento de
trabalho e aplica as sanções correspondentes ao seu in- perigo ou menos perigoso;
cumprimento, sem prejuízo de competências específicas h) Priorização das medidas de protecção colectiva em
de outras entidades. relação às medidas de protecção individual;

número anterior a realização de inquérito em caso de aci- e adequadas à actividade desenvolvida pelo trabalhador.
dente de trabalho mortal ou que evidencie uma situação
particularmente grave. 3 — Sem prejuízo das demais obrigações do emprega-
dor, as medidas de prevenção implementadas devem ser
a saúde ocorrido durante o trabalho ou com ele relacio-
nado, o organismo competente do ministério responsável riscos associados às várias fases do processo produtivo,
incluindo as actividades preparatórias, de manutenção e
pela área da saúde, através das autoridades de saúde, e
reparação, de modo a obter como resultado níveis eficazes
o organismo competente do ministério responsável pela de protecção da segurança e saúde do trabalhador.
área da segurança social podem, igualmente, promover a 4 — Sempre que confiadas tarefas a um trabalhador,
realização do inquérito. devem ser considerados os seus conhecimentos e as suas
4 — Os representantes dos trabalhadores podem apre- aptidões em matéria de segurança e de saúde no trabalho,
cabendo ao empregador fornecer as informações e a for-
inspectiva do ministério responsável pela área laboral ou mação necessárias ao desenvolvimento da actividade em
a outra autoridade competente, por ocasião de visita ou condições de segurança e de saúde.
fiscalização à empresa ou estabelecimento. 5 — Sempre que seja necessário aceder a zonas de risco
5 — Os representantes dos trabalhadores podem, ainda, elevado, o empregador deve permitir o acesso apenas ao

mínimo necessário.
6 — O empregador deve adoptar medidas e dar instru-
meios fornecidos pelo empregador são insuficientes para
assegurar a segurança e saúde no trabalho. e iminente que não possa ser tecnicamente evitado, cessar
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a sua actividade ou afastar-se imediatamente do local de c) A empresa em cujas instalações outros trabalhadores
trabalho, sem que possa retomar a actividade enquanto prestam serviço ao abrigo de contratos de prestação de
persistir esse perigo, salvo em casos excepcionais e desde serviços;
que assegurada a protecção adequada. d) Nos restantes casos, a empresa adjudicatária da obra
ou do serviço, para o que deve assegurar a coordenação
ção dos meios de prevenção, não só o trabalhador como dos demais empregadores através da organização das ac-
também terceiros susceptíveis de serem abrangidos pelos tividades de segurança e saúde no trabalho.
riscos da realização dos trabalhos, quer nas instalações
quer no exterior. 3 — A empresa utilizadora ou adjudicatária da obra ou
do serviço deve assegurar que o exercício sucessivo de
do trabalhador em função dos riscos a que estiver poten- actividades por terceiros nas suas instalações ou com os
cialmente exposto no local de trabalho. equipamentos utilizados não constituem um risco para a
segurança e saúde dos seus trabalhadores ou dos trabalha-
primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacua- dores temporários, cedidos ocasionalmente ou de traba-
ção as medidas que devem ser adoptadas e a identificação lhadores ao serviço de empresas prestadoras de serviços.
dos trabalhadores responsáveis pela sua aplicação, bem 4 — Constitui contra-ordenação muito grave a violação
os
como assegurar os contactos necessários com as entidades
externas competentes para realizar aquelas operações e as do empregador.
de emergência médica.
Artigo 17.º
gador deve organizar os serviços adequados, internos ou Obrigações do trabalhador
externos à empresa, estabelecimento ou serviço, mobili-
zando os meios necessários, nomeadamente nos domínios 1 — Constituem obrigações do trabalhador:
das actividades técnicas de prevenção, da formação e da a) Cumprir as prescrições de segurança e de saúde no
informação, bem como o equipamento de protecção que
se torne necessário utilizar. trumentos de regulamentação colectiva de trabalho, bem
como as instruções determinadas com esse fim pelo em-
gurança e de saúde no trabalho estabelecidas para serem pregador;
aplicadas na empresa, estabelecimento ou serviço devem b) Zelar pela sua segurança e pela sua saúde, bem como
ser observadas pelo próprio empregador. pela segurança e pela saúde das outras pessoas que possam
ser afectadas pelas suas acções ou omissões no trabalho,
sobretudo quando exerça funções de chefia ou coordena-
e de saúde no trabalho e demais medidas de prevenção, ção, em relação aos serviços sob o seu enquadramento
hierárquico e técnico;
acções dos riscos profissionais e vigilância da saúde, sem c) Utilizar correctamente e de acordo com as instruções
impor aos trabalhadores quaisquer encargos financeiros. transmitidas pelo empregador, máquinas, aparelhos, ins-
trumentos, substâncias perigosas e outros equipamentos
salvaguardando as devidas adaptações, o trabalhador in- e meios postos à sua disposição, designadamente os equi-
dependente é equiparado a empregador. pamentos de protecção colectiva e individual, bem como
14 — Constitui contra-ordenação muito grave a viola- cumprir os procedimentos de trabalho estabelecidos;
ção do disposto nos n.os 1 a 12.
15 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o ou no serviço para a melhoria do sistema de segurança e de
empregador cuja conduta tiver contribuído para originar saúde no trabalho, tomando conhecimento da informação
uma situação de perigo incorre em responsabilidade civil. prestada pelo empregador e comparecendo às consultas e
aos exames determinados pelo médico do trabalho;
Artigo 16.º e) Comunicar imediatamente ao superior hierárquico

Actividades simultâneas ou sucessivas no mesmo


local de trabalho
1 — Quando várias empresas, estabelecimentos ou ser- cias por si detectadas que se lhe afigurem susceptíveis de
viços desenvolvam, simultaneamente, actividades com os originarem perigo grave e iminente, assim como qualquer
seus trabalhadores no mesmo local de trabalho, devem os defeito verificado nos sistemas de protecção;
respectivos empregadores, tendo em conta a natureza das f) Em caso de perigo grave e iminente, adoptar as medi-
actividades que cada um desenvolve, cooperar no sentido das e instruções previamente estabelecidas para tal situa-
da protecção da segurança e da saúde. ção, sem prejuízo do dever de contactar, logo que possível,
2 — Não obstante a responsabilidade de cada empre- com o superior hierárquico ou com os trabalhadores que
gador, devem assegurar a segurança e a saúde, quanto a desempenham funções específicas nos domínios da segu-
todos os trabalhadores a que se refere o número anterior, rança e saúde no local de trabalho.
as seguintes entidades:
2 — O trabalhador não pode ser prejudicado em virtude
a) A empresa utilizadora, no caso de trabalhadores em de se ter afastado do seu posto de trabalho ou de uma área
regime de trabalho temporário; perigosa em caso de perigo grave e iminente nem por ter
b) A empresa cessionária, no caso de trabalhadores em adoptado medidas para a sua própria segurança ou para a
regime de cedência ocasional; segurança de outrem.
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3 — As obrigações do trabalhador no domínio da se- de serviços de inspecção e outros organismos competentes


gurança e saúde nos locais de trabalho não excluem as no domínio da segurança e da saúde no trabalho.
obrigações gerais do empregador, tal como se encontram 3 — O parecer previsto no n.º 1 deve ser emitido no
definidas no artigo 15.º prazo de 15 dias a contar da data do pedido de consulta,
4 — Constitui contra-ordenação muito grave a violação podendo o empregador fixar prazo superior atendendo à
do disposto na alínea b) do n.º 1. extensão ou complexidade das matérias.
5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o
trabalhador que viole culposamente os deveres referidos às matérias referidas nas alíneas e), f), g) e h) do mesmo
no n.º 1 ou o trabalhador cuja conduta tiver contribuído número deve ser fundamentada por escrito.
para originar uma situação de perigo incorre em respon-
sabilidade disciplinar e civil. parecer tenha sido entregue ao empregador, considera-se
satisfeita a exigência de consulta.
CAPÍTULO III previstas nos n.os 1 e 4 devem constar de registo em livro
Consulta, informação e formação dos trabalhadores próprio organizado pela empresa.
7 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
Artigo 18.º o trabalhador e os seus representantes para a segurança e
a saúde podem, a todo o tempo, apresentar propostas de
Consulta dos trabalhadores modo a minimizar qualquer risco profissional.
1 — O empregador, com vista à obtenção de parecer, 8 — Constitui contra-ordenação muito grave a violação
deve consultar por escrito e, pelo menos, duas vezes por do disposto no n.º 1.
ano, previamente ou em tempo útil, os representantes dos 9 — Constitui contra-ordenação leve a violação do dis-
trabalhadores para a segurança e saúde ou, na sua falta, os posto nos n.os 2, 4 e 6.
próprios trabalhadores sobre:
Artigo 19.º
a) A avaliação dos riscos para a segurança e a saúde no
Informação dos trabalhadores
trabalho, incluindo os respeitantes aos grupos de trabalha-
dores sujeitos a riscos especiais; 1 — O trabalhador, assim como os seus representantes
b) As medidas de segurança e saúde antes de serem pos- para a segurança e para a saúde na empresa, estabeleci-
tas em prática ou, logo que possível, em caso de aplicação mento ou serviço, deve dispor de informação actualizada
urgente das mesmas; sobre:
c) As medidas que, pelo seu impacte nas tecnologias
e nas funções, tenham repercussão sobre a segurança e a) As matérias referidas na alínea j) do n.º 1 do artigo
saúde no trabalho; anterior;
d) O programa e a organização da formação no domínio
da segurança e saúde no trabalho; perigo grave e iminente;
e) A designação do representante do empregador que
acompanha a actividade da modalidade de serviço adop- incêndios e de evacuação dos trabalhadores em caso de
tada; sinistro, bem como os trabalhadores ou serviços encarre-
f) A designação e a exoneração dos trabalhadores que gues de as pôr em prática.
desempenham funções específicas nos domínios da segu-
rança e saúde no local de trabalho; 2 — Sem prejuízo da formação adequada, a informação
g) A designação dos trabalhadores responsáveis pela a que se refere o número anterior deve ser sempre dispo-
aplicação das medidas previstas no n.º 9 do artigo 15.º; nibilizada ao trabalhador nos seguintes casos:
h) A modalidade de serviços a adoptar, bem como o a) Admissão na empresa;
recurso a serviços exteriores à empresa ou a técnicos qua- b) Mudança de posto de trabalho ou de funções;
lificados para assegurar a realização de todas ou parte das c) Introdução de novos equipamentos de trabalho ou
actividades de segurança e de saúde no trabalho; alteração dos existentes;
i) O equipamento de protecção que seja necessário uti- d) Adopção de uma nova tecnologia;
lizar; e) Actividades que envolvam trabalhadores de diversas
empresas.
medidas de protecção e de prevenção e a forma como se
aplicam, quer em relação à actividade desenvolvida quer
em relação à empresa, estabelecimento ou serviço; funções específicas no domínio da segurança e da saúde
l) A lista anual dos acidentes de trabalho mortais e dos no trabalho sobre as matérias referidas nas alíneas a), b),
que ocasionem incapacidade para o trabalho superior a i) e l) do n.º 1 e no n.º 2 do artigo anterior.

subsequente; técnicos qualificados exteriores à empresa que exerçam


m) Os relatórios dos acidentes de trabalho referidos na actividades de segurança e de saúde no trabalho sobre os
alínea anterior. factores que presumível ou reconhecidamente afectem a
segurança e a saúde dos trabalhadores e as matérias refe-
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, deve ridas nas alíneas a) e g) do n.º 1 do artigo 18.º
ser facultado o acesso às informações técnicas objecto de 5 — A empresa em cujas instalações é prestado um ser-
registo e aos dados médicos colectivos, não individuali-
zados, assim como às informações técnicas provenientes dores sobre as matérias identificadas no número anterior.

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