EDITORIAL
YO HO HO, E UMA GARRAFA DE RUM!
JULHO 2018 EDIÇÃO nº 17
Criação e Desenvolvimento
Maury Abreu
Diagramação e Edição
Maury Abreu
Revisão
Maury Abreu
BEHOLDER CEGO
www.beholdercego.blogspot.com.br
beholdercego@gmail.com
BEHOLDER CEGO ® é uma publicação inde-
pendente e inteiramente gratuita. Sua venda
é expressamente proibida.
Todos os jogos, textos e ilustrações são mar-
cas registradas de seus respectivos autores,
utilizados aqui com o único e exclusivo pro-
pósito de resenha.
Proibida a redução total ou parcial do mate-
rial descrito nesta edição sem prévia autori-
zação dos respectivos autores, exceto para
objetivos de resenha.
Quando escolhi trazer a BEHOLDER CEGO de volta lá em setembro de 2017 tinha por intenção usar o tempo de ócio no trabalho
para escrever as matérias. Entre um relatório e outro, uma atividade de campo e outra, eu teria tempo para escrever uma aventura, uma
resenha, algum material relacionado ao hobby. Já nessa época, porém, o Brasil passava por uma bela crise que afetou a todos, inclusive
a empresa onde trabalho. Houve uma certa recuperação e, como resultado, o volume de trabalhos cresceu vertiginosamente.
Nesses últimos meses fui pego de surpresa por uma enxurrada de trabalhos pendentes. Tive até que quebrar minhas férias – gozei
de apenas 16 dias de férias no verão para conseguir dar conta de tudo! E sempre que um trabalho se resolvia, outro surgia. Isso fez com
que eu não conseguisse trabalhar muito na BC (somado também a um bloqueio na minha criatividade, devo admitir). Não pude cumprir
a proposta de ter uma edição a cada três meses. Infelizmente a vida é assim... nem sempre as coisas saem como planejado.
Mas as pendências foram resolvidas, os trabalhos parcialmente concluídos e a criatividade começou a voltar. A muito custo, terminei
a edição #17 da BEHOLDER CEGO. Estranho que a parte mais demorada acabou sendo justamente a que deveria ser mais fácil: a
aventura Roubo na Mata, que dá continuidade aos eventos iniciados em A Maldição da Tumba. Uma aventura simples, despretensiosa e
com um final bastante aberto, mas que me tomou bastante tempo para concluir (nem sei bem porque). Adaptada novamente para
PATHFINDER, ela utiliza como pano de fundo a Mata dos Uivos, próxima ao vilarejo de Stroud apresentado na BC#16.
Nesta edição escolhi a segunda aventura como matéria de capa, já que gostei muito dela. Os Escolhidos das Chamas é mais uma aventura
para TORMENTA RPG que pode ser utilizada de maneira independente ou como parte da sequência de aventuras iniciada lá na BC#14.
Aqui os heróis são contratados para investigar o desaparecimento da jovem filha de um mercador de Wynlla. Para isso deverão atravessar
o Mar do Dragão-Rei e adentrar as terras de Khubar, o Reino-Arquipélago na costa leste de Arton. Nesta edição você acompanha a
primeira parte da aventura, cuja conclusão será parte da próxima edição da BEHOLDER CEGO – incluindo algumas dicas e opções para
conectá-las a uma trama com a própria tempestade rubra!
Lembra do limo prismático que apareceu na aventura A Torre de Laetharell, na BC#16? Gostou dele? Pois agora você poderá criar
suas próprias magias-vivas! Adaptado da “living spell” do Monster Manual III a magia-viva é uma criatura artificial gerada a partir de uma
ou mais magias, um dos efeitos resultantes das áreas de magia caótica do reino da magia. Já Desafios Selvagens! traz para o mestre algumas
dicas e sugestões sobre como desafiar os personagens dos jogadores sem a necessidade de monstros e combates – ou coisas que tornarão
os combates mais complicados. Inclui mecânica de regra para algumas armadilhas não tradicionais. Como não poderia deixar de ser,
essa edição traz também um novo Encontro Aleatório, desta vez com um grupo de orcs aberrantes tocados pela Tormenta!
Essa edição também traz uma espécie de resenha de um box de livros que gostei muito de ler durante o tempo em que estive afastado
do RPG. Mestres do Terror traz para você os três contos mais clássicos das estórias de horror: O Médico e o Monstro, Frankestein e Drácula!
Sinceramente não gostei muito do resultado da resenha, mas queria partilhar minhas impressões sobre estes títulos com os leitores. Na
verdade, confesso que estou considerando retirar essa parte de resenhas da BEHOLDER CEGO e substituir por alguma coisa de uso mais
prático para os leitores. Vejamos o que vai acontecer.
Afiem suas espadas, ergam seus machados e preparem suas magias... mais aventura lhes aguarda à frente!
Mestres do Terror 04
O Médico e o Monstro, Frankestein e Drácula!
Magia-Viva 08
Um novo monstro para Tormenta RPG
Roubo na Mata 14
A aventura continua na Mata dos Uivos, para Pathfinder
Desafios Selvagens! 24
Você não precisa de monstros para desafiar os jogadores...
Os Escolhidos das Chamas 32
Primeira parte de uma nova aventura em Arton
Encontro Aleatório 50
Orcs tocados pela Tormenta!

3
 Por Maury “Shi Dark” Abreu
Há muitos anos atrás – algo entre
1997 e 1998 – recebi na escola a tarefa
de ler e resenhar o livro , enfim...). Em anos mais recentes, passe-
de Mary Shelley. Confesso que na
época eu não era muito fã da leitura
(embora já jogasse RPG). Acho que
foi a partir daí que percebi que eu não
gostava de ler porque sempre me
obrigavam a ler coisas que eu não
gostava. , porém, abriu
meus horizontes.
Eu conhecia a estória do famoso
monstro feito de partes de cadáveres di-
versos, mesmo que não tivesse realmente
assistido todo o filme. Não achava a es-
tória grande coisa. Mas o livro me sur-
preendeu, não sei explicar muito bem o
porquê. Era uma estória muito diferente
da lenda que eu conhecia, com particula-
ridades muito interessantes, uma visão
muito mais humana do monstro clássico.
Percebi que o “monstro” era na verdade
a vítima!
A partir de então comecei a me inte-
ressar em conhecer melhor as estórias
clássicas. Não as versões adaptadas para
filmes, desenhos ou jogos – falo dos ori-
ginais, os textos que deram início a tudo.
4
Mas nunca encontrava estes títulos (não
que procurasse com tanto afinco, mas
ando por uma Feira do Livro de Porto
Alegre, vi um título de capa muito bela
que me interessou bastante: ,
de Bram Stoker. Infelizmente eu não tinha
dinheiro para adquirir o título na oca-
sião... O que se mostrou ótimo, porque
só mais tarde descobri que aquele era
apenas um dos volumes de box chamado
de , uma coletânea
contendo os títulos
, de Robert Louis Stevenson,
, de Mary Shelley, e
, de Bran Stoker – ou seja, “exata-
mente” o que eu procurava!
Desde que voltei a escrever e publi-
car a BEHOLDER CEGO fazia parte dos
meus planos resenhar estes livros clássi-
cos (assim como um outro que ainda es-
tou guardando para outra edição), mas
nunca encontrava inspiração nem parava
para escrever de fato. Então decidi “for-
çar” a inspiração e escrever alguma coisa,
só para deixar registrado e passar adiante
minhas opiniões e impressões sobre es-
tes títulos.

Publicado originalmente em 1886
pelo escocês Robert Louis Stevenson,
(Strange
Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde)
conta a estranha estória do Dr. Jekyll
que, ao beber de uma poção de cria-
ção própria, se transforma no bruta-
montes conhecido como Mr. Hyde.
Quando encontrei pela primeira vez
o box estava con-
versando com o vendedor sobre como
estas obras clássicas influenciaram quase
tudo o que existe hoje em dia. Pela opi-
nião dele, o próprio Hulk, personagem
do universo Marvel, seria inteiramente
inspirado em Mr. Hyde, que era impossí-
vel não notar a relação entre eles.
Quando enfim li o livro, tive que discor-
dar veementemente da opinião.
É claro que a dupla personalidade do
Dr. Jekyll pode ter influenciado o perso-
nagem da Marvel, bem como tantos ou-
tros personagens meio-monstros. A
maior parte das adaptações mais recentes
que tem o Dr. Jekyl/Mr. Hyde na estória
mostram Mr. Hyde como um monstro
brutal, descontrolado, talvez até um
pouco sanguinário. Mas ao ler a versão
original, não foi essa a impressão que
tive.
O Mr. Hyde de Stevenson é, sem
sombra de dúvida, um brutamontes. Mas
não um brutamontes horrendo que des-
trói tudo em seu caminho. Na estória ori-
ginal, Mr. Hyde caminha normalmente
pelas ruas como uma pessoa qualquer –
um brutamonte, corpulento, bronco e
ranzinza, sim, mas ainda assim um hu-
mano! Para mim, o personagem está
mais para um bombadão de academia
mal-encarado do que para um gigante
verde...
A maior parte da estória é narrada
através de uma conversa entre dois per-
sonagens, Richard Enfield e Gabriel
John Utterson. Richard relata seu encon-
tro com Mr. Hyde e a dupla surpreende-
se ao descobrir que a sinistra figura pa-
rece uma espécie de protegido do Dr.
Jekyll. Após uma sucessão de eventos es-
tranhos envolvendo a “dupla” Jekyll e
Hyde, Richard e Gabriel encontram o
corpo de Jekyll/Hyde e, por uma carta,
descobrem os planos do cientista de ten-
tar separar seu lado bom de um lado mais
sombrio.
A última parte do livro é a transcrição
da carta escrita pelo Dr. Jekyll antes de
morrer, relatando seus feitos e suas per-
cepções quanto a Mr. Hyde. Comparado
aos outros capítulos, é bastante extensa.
Lembro que achei bem estranho quando
li, já que este capítulo final destoa imen-
samente do restante do livro, quase
como se estivesse lendo uma estória di-
ferente ou secundária.
No fim das contas, a estória toda
trata justamente do conflito de persona-
lidade pelo qual todos nós passamos em
algum momento. Todos nós somos luz e
sombra – ninguém é inteira e absoluta-
mente puro, honesto, altruísta... Todos
temos um pouco de egoísmo e caos den-
tro de nós, cometemos deslizes. Nem
que seja apenas um pensamento momen-
tâneo. Porém, seja por ética, moral ou
outro sentimento, a maioria de nós evita
esse comportamento, tenta suprimir esse
“lado ruim”. Mas convenhamos: não se-
ria muito mais fácil simplesmente ceder
a ele? Ceder ao lado sombrio é sempre
mais fácil e às vezes até mais prazeroso
do que permanecer no lado da luz (Ana-
kin Skywalker que o diga) – mas você
terá que lidar com as consequências. Para
mim trata jus-
tamente disso – através de uma misteri-
osa poção, o Dr. Jekyll acreditava ter en-
contrado uma maneira de ceder a seu
lado sombrio sem comprometer seu lado
bom, até que acabou indo longe demais
e não soube como lidar com isso.
Dos três títulos que compõem o box
, achei
o mais fraquinho deles.
Mas pelo menos serviu para desmistificar
a ideia de “monstro” que eu tinha de Mr.
Hyde.
Como mencionei na apresentação
dessa resenha, eu já tinha lido
havia muito tempo quando
adquiri o box. Mas é claro que eu pre-
cisava ler de novo.
A origem de , publi-
cado pela primeira vez em 1818, é bem
interessante. Forçados ao confinamento
devido à erupção do Monte Tambora, a
jovem Mary (ainda solteira e com o nome
Mary Wollstonecraft Godwin) e outros
três amigos (incluindo o futuro marido,
Percy Shelley) propuseram uns aos ou-
tros um desafio: escrever uma boa estó-
ria de terror. Todos aceitaram e escreve-
ram seus contos. Mary, porém, demorou
muito a se inspirar, até que enfim escre-
veu um conto que mais tarde daria ori-
gem a um romance inteiro sobre um es-
tudante que dá vida a uma criatura. Tam-
bém é curioso notar que foi nessa oca-
sião que John Polidori teria escrito o
conto O Vampiro, que mais tarde serviria
de inspiração para Bram Stoker escrever
seu .
Não há dúvida de que o monstro de
Frankenstein figura entre as mais famo-
sas criaturas de terror, aparecendo em
inúmeros filmes, séries e desenhos ani-
mados. O romance original é contado
pelo capitão Robert Walton que durante
uma expedição em direção ao Polo
Norte, tem a oportunidade de conhecer
o moribundo Dr. Victor Frankestein.
Ajudado por Walton, o Dr. Victor relata
a seu salvador toda sua estória.
Durante sua narrativa, Victor Fran-
kenstein relata ter dado vida a uma cria-
tura produzida com partes de vários ca-
dáveres. É interessante notar que o per-
sonagem não oferece muita informação
sobre “como” realizou tal feito, apenas
que tudo ocorreu em um quarto de hotel
no meio de uma cidade. Isso mesmo, es-
queça o castelo sombrio e o raio que
atinge a torre e dá vida à criatura! Na es-
tória original não tínhamos nada disso –
todo o processo é tratado como algo
misterioso e indizível, um segredo que o
5
 personagem se recusa a revelar com re-
ceio das consequências.
Mas o Dr. Frankenstein arrepende-se
do que fez e abandona sua criação. Sur-
gindo repentinamente em um lugar estra-
nho, a criatura tenta compreender o
mundo à sua volta, procurando uma ra-
zão para sua existência. Mas tudo o que
a criatura encontra é ódio, repúdio e cru-
eldade. Uma das partes mais atraentes da
estória é quando o monstro encontra seu
criador e relata a ele tudo o que aconte-
ceu depois que foi abandonado. O pro-
cesso de aprendizagem da criatura ao
longo do tempo tem várias passagens
muito interessantes.
Nos capítulos em que a criatura relata
o que lhe aconteceu, é quase impossível
não sentir pena do personagem: sem nin-
guém para guia-lo no mundo, ninguém
para orientá-lo sobre o que é certo e o
que é errado, sendo eternamente tratado
como uma odiosa aberração monstruosa,
a criatura não vê escolha senão devolver
o mesmo tratamento. Comete atos hedi-
ondos, às vezes por puro desentendi-
mento do mundo, outras por vingança
pela maneira como é tratado.
Em minha opinião a principal lição
da obra de Mary Shelley é exatamente a
de que nós somos o que o mundo faz de
nós. Ódio gera mais ódio, violência gera
mais violência. Uma pessoa que seja
sempre tratada com crueldade ou indife-
rença, provavelmente não conhecerá ou-
tros sentimentos senão estes mesmos
para serem transmitidos. A ideia é que al-
gumas vezes, nós criamos nossos pró-
prios monstros.
6
Dos três títulos da trilogia, este
era aquele que eu estava mais ansioso
por conhecer. O icônico vampiro
Conde Drácula é uma as criaturas so-
brenaturais mais exploradas em fil-
mes e séries. Adaptações e explica-
ções diversas foram dadas sobre sua
origem e motivações, algumas basea-
das em fatos históricos (alguns ale-
gam que ele pode ter sido inspirado
no príncipe Vlad Tepes, conhecido
por sua crueldade), mas aqui vou ten-
tar me manter focado no livro origi-
nal.
Mais uma vez, a estória é narrada
através de várias trocas de cartas entre
vários personagens, em especial Jona-
than Harker, Mina Murray e Abraham
Van Helsing. Passagens de jornais tam-
bém são usadas para relatar a estória,
mostrando acontecimentos que não en-
volvem diretamente os personagens
principais, mas permitindo que o leitor
compreenda (ao menos em parte) o que
acontece ao redor deles.
O início da estória se passa no castelo
do Conde Drácula, na Transilvânia, mas
logo é transferida para Londres. Nestes
primeiros capítulos, o personagem é re-
tratado como uma figura sombria e mis-
teriosa e muitos eventos atestam sua na-
tureza sobrenatural. Na Transilvânia,
John Harker é a principal vítima do vam-
pirão, embora o vilão nunca ataque dire-
tamente o jovem advogado, apenas as-
sombrando-o de maneiras diversas. Em
Londres, as mulheres passam a ser seu
principal alvo: primeiro Lucy Westenra,
depois Mina Murrey.
Durante a maior parte do romance,
aliás, as personagens femininas são retra-
tadas como frágeis e dependentes de
proteção. Por mais que Mina Murrey te-
nha contribuído imensamente para a
compreensão da própria natureza e os
planos do vilão, sua fragilidade diante
dos personagens masculinos está sempre
presente. Era um pensamento corri-
queiro na época em que a estória foi es-
crita, mas hoje provavelmente não seria
muito bem vista.
Um aspecto curioso na trama, diz
respeito às “caixas de terra” que o vam-
piro trouxe para Londres. O romance
mostra uma forte ligação do Conde Drá-
cula com sua própria terra de origem –
para ser capaz de viajar a longas distân-
cias, o vampiro precisa transportar por-
ções de terra de seu castelo junto com
ele. Sem elas, ele seria incapaz de descan-
sar e se recuperar. Isso me lembrou
muito o livro-jogo A Cripta do Feiticeiro
(da série FIGHTING FANTASY), onde
você só consegue concluir a aventura
com sucesso se tiver destruído todos os
caixões do vilão. Lendas e adaptações
mais recentes, porém, parecem ter esque-
cido ou ignorado esta fraqueza do vilão.
Confesso que o embate final me de-
cepcionou um pouco. Esperava um con-
fronto direto e épico entre o grande vilão
e seus heroicos adversários, mas exceto
pela luta com os ciganos que auxiliavam
Drácula, não houve combate. Faltou
mais emoção... a tensão maior ficou por
conta da perseguição, e não por um con-
fronto direto. A resolução final me pare-
ceu um pouco fácil demais para humanos
comuns que enfrentavam um vilão so-
brenatural tão icônico.
Resumo da ópera: para mim foi
muito interessante conhecer as estó-
rias clássicas que deram início a estas
lendas.
Leitores mais jovens e desacostuma-
dos os termos e linguagem mais antiga,
habituados a leituras focadas em ação de-
senfreada, podem achar partes destes ro-
mances tediosas. Aqueles que procura-
rem por explicações claras e concretas
para tudo o que é relatado nas estórias
também vai se decepcionar: um dos as-
pectos importantes nessas velhas estórias
de terror é a subjetividade. Muita coisa é
deixada no ar, para interpretação do lei-
tor.
Mesmo que algumas parte e termos
sejam um pouco confusos e soem estra-
nhos hoje em dia, é muito legal ver o por-
quê de algumas coisas hoje serem do
jeito que são. Para quem aprecia lendas
clássicas, o box é
uma aquisição tão interessante quanto
bela (gostei bastante das capas e da edi-
toração dos livros), além de uma boa
fonte de inspiração para mestres que de-
sejam narrar aventuras de horror e sobre-
natural.
O que mais dizer? Boa leitura...
7
 Magia
Viva
Na época do Dungeons & Dragons
3ª Edição entre os suplementos impor-
tados para o jogo estavam alguns novos
manuais de monstro – os Monster Ma-
nual II, III e IV. Neles o mestre tinha
uma nova lista de criaturas para desafi-
arem os jogadores – algumas bem inte-
ressantes, outras um pouco estranhas
(dinossauros e ursos com armaduras,
um golem com um buraco no lugar do
rosto, macacos aracnídeos...).
Entre as criaturas do Monter Manual III
havia uma que eu achava muito interessante
e até cheguei a usar em uma matéria antiga:
a magia viva (“living spell”), um modelo
(template) que não era aplicado sobre uma
criatura, mas sobre uma ou mais magias! O
resultado era uma gosma amorfa com as
mesmas propriedades da magia que a gerou.
8
Enquanto escrevia a aventura A Torre de
Laetharell percebi que a magia viva podia ser
uma ótima opção de criatura para desafiar
os jogadores no reino de Wynlla – também
em outros lugares, mas o reino é realmente
um lugar propício para o surgimento dessa
criatura, em função das áreas de magia caó-
tica. Por isso decidi adaptá-la para as regras
de TORMENTA RPG.
Vale lembrar que a magia viva não
consta na SRD e por isso não é considerado
material Open Game. Por isso a versão que
apresento é um pouco diferente daquela
vista no Monster Manual III. Ainda há algu-
mas semelhanças, claro – muitas das estatís-
ticas da criatura vão depender do nível da
magia que a gerou. Espero que gostem
dessa versão.
Magia Viva
“Deixe para mim. Elementais são
minha especialidade.”
– Thugarimm, anão ranger (últimas pa-
lavras).
Em mundos mágicos como Arton a pre-
sença de estranhas criaturas com caracterís-
ticas místicas não é algo tão surpreendente.
Forças mágicas ocasionalmente afetam o
desenvolvimento de um ser vivo, modifi-
cando-o e lhe concedendo poderes especi-
ais. Uma magia viva, porém, é muito dife-
rente: ela é a manifestação corpórea de uma
magia conjurada por uma criatura, um inex-
plicável e inesperado efeito caótico.
Não há muitas informações sobre como
surge uma magia viva. Estudiosos defen-
dem que essas criaturas surgem como um
dos possíveis efeitos da manifestação de
uma área de magia caótica – áreas que ocor-
rem aleatoriamente no território de Wynlla
e que fazem com que qualquer magia con-
jurada em seu interior tenha um efeito alea-
tório e inesperado. Alguns aventureiros, po-
rém, já relataram encontros com magias vi-
vas em outras regiões de Arton, o que su-
gere que outros fatores desconhecidos tam-
bém podem ocasionar o surgimento desta
criatura. A maioria dos relatos mencionam
calabouços abandonados, antigos laborató-
rios arcanos e outros lugares ligados, de al-
guma maneira, a usuários de magia. Assim,
há aqueles que defendem que acidentes má-
gicos inesperados também podem ocasio-
nar o surgimento de uma magia viva. E há
aqueles que defendem que tudo é obra de
Nimb, Deus do Caos, que provoca o surgi-
mento dessas criaturas sem nenhum padrão
aparente, apenas como uma irritante brinca-
deira com Wynna, Deusa da Magia.
A magia viva é uma criatura amorfa se-
melhante a algumas espécies de limo ou
ameba, como as que ocorrem em certas re-
giões de Arton. Sua superfície, porém, pa-
rece formada por pura energia – como se
uma magia tivesse começado a ser conju-
rada, mas seus efeitos visuais persistissem,
espiralando constantemente. Não tendo um
corpo físico verdadeiro, a magia viva ataca
com uma espécie de pseudópode que con-
segue projetar de seu corpo amorfo. O
membro em si não chega a ser perigoso – o
problema é que ele também reproduz o
efeito da magia que gerou a criatura! Dessa
maneira, o pseudópode de uma magia flecha
ácida viva irá queimar como ácido, provo-
cando no alvo os mesmos efeitos da magia.
E nem todas as magias vivas reproduzem
efeitos de dano – uma magia sono viva, por
exemplo, pode fazer com que seu alvo caia
adormecido no meio do combate!
Apesar da nomenclatura, magias vivas
não são de fato seres vivos – são produzidas
por energias místicas residuais e caóticas, o
que faz delas seres artificiais. Por isso, são
consideradas uma espécie de golem de ener-
gia mística, como as criaturas produzidas
pelas magias invocar monstro. Magias vivas
não possuem qualquer tipo de inteligência,
agindo por instinto, podendo golpear alea-
toriamente qualquer coisa que encontrarem
no caminho – ou simplesmente ignorando
tudo ao seu redor!
Criando uma Magia Viva
As estatísticas de uma magia viva depen-
dem da magia (ou das magias) que a formou
originalmente. Para determinar as estatísti-
cas de uma magia viva, primeiramente esco-
lha uma ou mais magias arcanas ou divinas
que criem um efeito, efeito de área ou que
tenham como alvo uma criatura. Magias que
invocam outras criaturas (como invocar mons-
tro) não se tornam magias vivas, já que o re-
sultado da magia é justamente o surgimento
de uma criatura. Via de regra, magias que
geram efeitos opostos não podem ser com-
binadas para gerar uma magia viva – mas em
alguns casos o mestre pode criar exceções.
Após decidir qual ou quais magias utili-
zar, é importante determinar o “nível de
conjurador” da magia viva. O nível de con-
jurador é o nível mínimo que um mago (no
caso de magias arcanas) ou clérigo (no caso
de magias divinas) precisa ter para lançar
essa magia. Por exemplo, uma lufada de vento
viva (uma magia arcana de nível 2) será uma
magia viva com nível de conjurador 3 (nível
mínimo que um mago precisa para conjurar
essa magia). Se a magia viva for composta
por mais de uma magia, considere sempre a
magia de nível mais alto. Por exemplo, uma
magia viva composta por nuvem profana (di-
vina 4) e névoa mortal (arcana 5) terá nível de
conjurador 9 (nível mínimo que um mago
precisa para conjurar nuvem profana). Se as
magias que compõem a criatura possuem
uma versão arcana e uma versão divina em
níveis diferentes, considere o nível mais
baixo, independentemente se a magia viva
foi gerada a partir de uma versão arcana ou
divina. Por exemplo, antipatia (uma magia
arcana 8 e divina 9) terá nível de conjurador
15 (nível mínimo para que um mago conjure
a versão arcana da magia).
Após definir qual ou quais magias com-
põem a magia viva e qual seu nível de con-
jurador, siga os procedimentos abaixo para
determinar as estatísticas da criatura.
Tipo: magias vivas sempre são do tipo
construto.
Nível: o nível da criatura será igual ao
nível de conjurador da magia viva.
Tamanho: o tamanho da magia viva
dependerá do nível da magia mais alta que a
compõem: Pequeno para nível 0, Médio
para nível 1 a 3, Grande para nível 4 a 6 e
Enorme para magias de nível 7 ou superior.
Tendência: de forma geral, magias vi-
vas são Neutras para o eixo moral e o eixo
ético. Se a magia viva for composta por ma-
gias com os descritores bem, mal, ordem ou
caos, sua tendência mudará conforme o
descritor: o descritor bem muda o eixo ético
para Bom; o descritor mal muda o eixo ético
para Maligno; ordem muda o eixo moral
9
 para Leal; caos muda o eixo moral para Ca- sempre será igual ao nível de construto +3 um bônus de PV de acordo com seu tama- Além disso, toda magia viva possui Re-
ótico. Se houverem descritores opostos, + mod. de Sabedoria (veja mais adiante). nho (+10 PV para Pequeno, +20 PV para dução de Dano e Resistência à Magia (veja
ambos se anulam e a magia viva se torna Como construtos, magias vivas também Médio, +30 PV para Grande e +40 PV para em Habilidades Especiais), além das carac-
Neutra neste eixo. Magias com os descrito- têm visão no escuro com alcance de 18m. Enorme). Diferente da maioria dos constru- terísticas de construto.
res cura e/ou luz são consideradas como se tos, magias vivas podem adquirir talentos
Classe de Armadura: a magia viva tem Deslocamento: o deslocamento terres-
tivessem o descritor bem, enquanto aquelas (veja adiante) e se adquirir o talento Vitali-
um bônus de armadura natural igual ao nível tre de uma magia viva depende do alcance
com os descritores necromancia e/ou escu- dade, acrescente esse benefício aos PV do
da magia que a gerou; se for composta por da magia que a compõem: magias com al-
ridão são consideradas como se tivessem o construto.
mais de uma magia, considere a magia de ní- cance de 9m ou menos terão deslocamento
descritor mal (mas apenas para efeitos de
vel mais alto. Perceba que o bônus é igual Resistências: calcule da mesma forma de 6m; com alcance entre 9,1m e 30m a ma-
determinar a tendência).
ao nível da magia e não ao nível de conjura- que para personagens jogadores: metade do gia viva terá deslocamento de 9m; com al-
Iniciativa: magias vivas tem Iniciativa dor. Sua CA final será 10 + ½ do nível de nível + mod. associado (Destreza para Re- cance a cima de 30m, a magia viva terá des-
como uma perícia treinada. Sua iniciativa construto + mod. de Destreza + armadura flexos e Sabedoria para Vontade; como tem locamento de 12m. Se a magia viva for com-
sempre será igual ao nível de construto +3 natural + modificador de tamanho. Constituição nula, a magia viva não recebe posta por mais de uma magia, considere o
+ mod. de Destreza (veja mais adiante). bônus em Fortitude). Magias vivas de nível maior alcance.
Pontos de Vida: como construtos, as
3 ou mais podem adquirir talentos para au-
Sentidos: magias vivas tem Percepção magias vivas têm 5 PV por nível e recebem Certos descritores fazem com que a ma-
mentar sua resistência.
como uma perícia treinada. Sua Percepção gia receba tipos adicionais de deslocamento.
Com o descritor água, a ma-
gia viva adquire desloca-
Resumo das Estatísticas de uma Magia Viva
mento de natação igual ao
Nv da Nível de
Tam. CA Resistências Ataque Habilidades Perícias Talentos* ND terrestre; com o descritor ar,
Magia Construto recebe deslocamento de voo
0 1 P 10 Fort +0, Ref -1, Pancada +2 For 12, Des 8, Con –, Iniciativa +3, – ½ igual ao terrestre; se tiver o
Von -1 (1d3+1) Int –, Sab 8, Car 10 Percepção +3 descritor terra, o desloca-
1º 1 M 10 Fort +0, Ref -1, Pancada +1 For 13, Des 9, Con –, Iniciativa +3, – 1 mento terrestre aumenta em
Von -1 (1d4+1) Int –, Sab 9, Car 12 Percepção +3 +3m.
2º 3 M 13 Fort +1, Ref +1, Pancada +4 For 14, Des 10, Con –, Iniciativa +6, 1 2
Von +1 (1d4+3) Int –, Sab 10, Car 14 Percepção +6 Ataque Corpo-a-
3º 5 M 15 Fort +2, Ref +2, Pancada +5 For 15, Des 11, Con –, Iniciativa +8, 2 4 Corpo: a magia viva recebe
Von +2 (1d4+4) Int –, Sab 11, Car 16 Percepção +8 um ataque de pancada com
4º 7 G 17 Fort +3, Ref +4, Pancada +7 For 16, Des 12, Con –, Iniciativa +11, 3 5 modificador igual a ¾ de seu
Von +4 (1d6+6) Int –, Sab 12, Car 18 Percepção +11 nível de construto + mod.
5º 9 G 19 Fort +4, Ref +5, Pancada +8 For 17, Des 13, Con –, Iniciativa +13, 4 7 de Força + mod. de tama-
Von +5 (1d6+7) Int –, Sab 13, Car 20 Percepção +13 nho. Bônus oferecidos por
6º 11 G 22 Fort +5, Ref +7, Pancada +11 For 18, Des 14, Con –, Iniciativa +16, 5 8 talentos (se houverem) tam-
Von +7 (1d6+9) Int –, Sab 14, Car 22 Percepção +16 bém são aplicados.
7º 13 E 23 Fort +6, Ref +8, Pancada +11 For 19, Des 15, Con –, Iniciativa +18, 6 10
Ataque à Distância:
Von +8 (1d8+10) Int –, Sab 15, Car 24 Percepção +18
magias vivas não atacam à
8º 15 E 26 Fort +7, Ref +10, Pancada +14 For 20, Des 16, Con –, Iniciativa +21, 7 11
distância, mesmo que a ma-
Von +10 (1d8+12) Int –, Sab 16, Car 26 Percepção +21
gia que a gerou seja de longo
9º 17 E 28 Fort +8, Ref +11, Pancada +15 For 21, Des 17, Con –, Iniciativa +23, 8 13
alcance.
Von +11 (1d8+13) Int –, Sab 17, Car 28 Percepção +23
* O talento de 1º nível é Foco em Habilidade (efeito mágico). A tabela mostra o nº de talentos adicionais por nível depois do 1º.

10
 Dano: a pancada de uma magia viva
causa dano de acordo com seu tamanho:
1d3 para Pequeno, 1d4 para Médio, 1d6
para Grande e 1d8 para Enorme. Ela recebe
como bônus de dano ½ do nível de cons-
truto + mod. de Força. Além disso, cada
golpe bem-sucedido com a pancada gera o
efeito mágico da magia viva (veja em Habi-
lidades Especiais).
Habilidades: Força será igual a 12 + ní-
vel da magia mais alta que a compõem. Des-
treza e Sabedoria serão iguais a 8 + nível da
magia mais alta que a compõem. Carisma
será igual a 10+ 2x nível da magia mais alta
que a compõem. Constituição e Inteligência
são sempre nulas.
Perícias: como criaturas do tipo cons-
truto com Inteligência nula, toda magia viva
tem apenas duas perícias treinadas. Ela sem-
pre tem Iniciativa e Percepção como perí-
cias treinadas.
Talentos: toda magia viva tem Foco em
Habilidade (efeito mágico) como talento de
1º nível. Elas recebem um novo talento no
3º nível de construto e, a partir de então, um
novo talento a cada dois níveis de construto
adicionais (da mesma forma que persona-
gens jogadores). Os talentos mais comuns
para elas são: Foco em Arma (pancada), Vi-
talidade, Arma Natural Aprimorada, Arma-
dura Natural Aprimorada, Fortitude Maior,
Reflexos Rápidos e Vontade de Ferro. Ma-
gias vivas não podem adquirir talentos meta-
mágicos nem de poderes concedidos.
Habilidades Especiais: todas as ma-
gias vivas têm as habilidades abaixo.
Construto: magias vivas são construtos,
por isso não precisam respirar, se alimentar
nem dormir. São imunes a atordoamento,
dano de habilidade, dano não-letal, doença,
encantamento, fadiga, paralisia, necroman-
cia, sono e veneno. Por outro lado, magias
vivas nunca recuperam PV e são destruídas
quando chegam a 0 PV, não podendo ser
revividas. Magias vivas que sejam compos-
tas por uma magia curar ferimentos recebem
também Cura Acelerada igual ao nível da
magia curar ferimentos que a compõem – mas,
por outro lado, sua pancada irá “curar” ao
invés de causar dano.
Redução de Dano: o corpo da magia
viva é muito resistente. Ela possui Redução
de Dano de acordo com seu tamanho: RD
1/magia para Pequeno; RD 5/magia para
Médio; RD 10/magia para Grande; RD
15/magia para Enorme.
Resistência à Magia: magias vivas re-
cebem um bônus em todos os testes de re-
sistência contra magia igual ao nível da ma-
gia mais alta que a compõem (o nível da ma-
gia e não o nível de conjurador).
Efeito Mágico: toda vez que a magia
viva acerta um ataque com pancada e causa
dano, ela imediatamente ativa a magia (ou
magias) que a compõem. O efeito, porém,
se manifesta apenas no alvo golpeado. Por
exemplo, uma bola de fogo viva (um construto
de nível 5 com Força 15) causará 1d4+4 de
dano pela pancada e mais 6d6 de dano por
fogo contra o alvo, mas não afetará outros
alvos próximos. O efeito mágico sempre
permite um teste de resistência para negar
ou amenizar o efeito, de acordo com a ma-
gia original; se a magia original gera um
efeito que não permite testes de resistência
(como névoa obscurecente) o alvo terá direito a
um teste de Vontade. A CD do teste é sem-
pre igual a 12 + ½ do nível de construto +
mod. de Carisma (bônus por Foco em Ha-
bilidade já incluído).
Agarrar Aprimorado: se acertar um
golpe com a pancada a magia viva pode ini-
ciar uma manobra agarrar como uma ação
livre. Para a manobra ela usa o mesmo mo-
dificador da pancada, com um modificador
adicional de acordo com o tamanho da ma-
gia viva: -4 se for Pequena, +4 se for
Grande e +8 se for Enorme.
Engolfar: com uma ação de movi-
mento uma magia viva pode engolfar uma
vítima que esteja agarrando. A criatura
move-se de modo a ocupar o mesmo es-
paço da criatura engolfada. Um alvo engol-
fado sofre o dano do efeito mágico a cada
rodada que permanece dentro da magia
viva. Se o efeito mágico permite um teste de
Fortitude ou Vontade para reduzir ou anu-
lar o efeito, a vítima pode fazer o teste nor-
malmente, mas se for um teste de Reflexos,
substitua por um teste de Fortitude. Um
alvo engolfado pode usar uma ação com-
pleta para conseguir escapar, se movendo
para fora da magia viva, mas deve ter su-
cesso em um teste de manobra oposto à ma-
gia viva ou não terá sucesso. Enquanto está
engolfada a vítima é considerada agarrada (-
2 em jogadas de ataque, só pode usar armas
leves, não pode se mover e é considerada
desprevenida, sofrendo -4 na CA).
Uma magia viva pode engolfar um nú-
mero de alvos de acordo com seu tamanho.
Uma magia viva Pequena pode engolfar um
alvo Pequeno ou dois Ínfimos; com tama-
nho Médio ela pode engolfar um alvo Mé-
dio ou Pequeno, dois Mínimos ou quatro
Ínfimos; uma magia viva Grande pode en-
golfar o dobro disso ou um alvo Grande, e
uma magia viva Enorme pode engolfar um
alvo Enorme, dois Grandes, quatro Médios,
oito Mínimos ou 16 Ínfimos.
Um alvo engolfado não se move junto
com a magia viva, portanto se ela se mover
de modo a desocupar o espaço ocupado
pelo alvo, a vítima se solta. A magia viva
pode atacar outros alvos com a pancada en-
quanto engolfa uma vítima.
Tesouro: magias vivas não acumulam
riquezas, mas às vezes são encontradas em
lugares contendo tesouros variados (pa-
drão).
11
 Nível de Desafio: a magia viva tem
ND igual a ½ do nível de conjurador da ma-
gia viva mais ½ do nível da magia mais alta
que a gerou, arredondado para baixo (no
mínimo ND ½). Se ela é composta por mais
de uma magia, aumente a ND em +1 para
cada magia adicional após a primeira (ND
+1 para duas magias, ND+2 para três ma-
gias e assim por diante).
Exemplos de
Magias Vivas
Magias vivas são criaturas caóticas que
podem surgir de muitas maneiras. Suas es-
tatísticas dependem da, ou das magias que a
geraram, por isso não existem estatísticas
padrão. A seguir estão alguns exemplos de
magias vivas.
Limo do Sono ND 5
Construto 5, Média, Neutro
Iniciativa +8.
Sentidos: Percepção +8, visão no es-
curo 18m.
Classe de Armadura: 15 (+2 nível, +3
natural).
Pontos de Vida: 50.
Resistências: Fort +2, Ref +2, Von
+2, características de construto, RD 5/ma-
gia, resistência à magia +3.
Deslocamento: 9m (6 quadrados).
Ataques Corpo-a-Corpo: pancada +6
(1d4+4 e efeito mágico).
Habilidades: For 15, Des 11, Con –,
Int –, Sab 11, Car 16.
12
Talentos: Foco em Habilidade (efeito
mágico), Foco em Arma (pancada), Vitali-
dade.
Construto: o limo do sono tem todas as
características de construto: não precisa res-
pirar, se alimentar nem dormir, imunes a
atordoamento, dano de habilidade, dano
não-letal, doença, encantamento, fadiga, pa-
ralisia, necromancia, sono e veneno, nunca
recupera PV e é destruído quando chega a 0
PV, não podendo ser revivido.
Redução de Dano: o limo do sono ig-
nora os primeiros 5 pontos de dano de cada
ataque, a menos que sejam ataques mágicos.
Resistência à Magia: o limo do sono
recebe +3 de bônus em todos os testes de
resistência contra magias.
Efeito Mágico: toda vez que o limo do
sono acerta um ataque com pancada
e causa dano o alvo deve ter su-
cesso em um teste de Von-
tade (CD 17) ou cai
adormecida como na
magia sono profundo por
uma hora ou até ser
despertada.
Agarrar Aprimo-
rado: se acertar um
golpe com a pancada
o limo do sono pode
iniciar uma manobra
agarrar como uma
ação livre (bônus
+5).
Engolfar: com
uma ação de movi-
mento o limo do
sono pode engolfar
uma vítima que esteja agarrando, movendo- Ataques Corpo-a-Corpo: pancada +9
se de modo a ocupar o mesmo espaço do (1d8+7 e efeito mágico).
alvo. Um alvo engolfado sofre 1d4+4 de
Habilidades: For 17, Des 13, Con –,
dano e deve fazer um teste de Vontade (CD
Int –, Sab 13, Car 20.
17) por rodada; em caso de fracasso é afe-
tada por sono profundo. Para se livrar a vítima Talentos: Foco em Habilidade (efeito
precisa usar uma ação completa e ter su- mágico), Foco em Arma (pancada), Vitali-
cesso em um teste de manobra oposto ao dade x2, Arma Natural Aprimorada.
limo do sono. Vítimas engolfadas são con-
Construto: a geleira obscurecente tem
sideradas agarradas. O limo do sono pode
engolfar uma criatura Média, duas Mínimas todas as características de construto: não
precisa respirar, se alimentar nem dormir,
ou quatro Ínfimas por vez. Ele pode atacar
normalmente outros alvos enquanto está imune a atordoamento, dano de habilidade,
engolfando. dano não-letal, doença, encantamento, fa-
diga, paralisia, necromancia, sono e veneno,
Tesouro: nenhum. nunca recupera PV e é destruída quando
chega a 0 PV, não podendo ser revivida.
Geleira Obscurecente ND 10
Redução de Dano: a geleira obscure-
Construto 9, Grande, Neutro
cente ignora os primeiros 10 pontos de
Iniciativa +13. dano de cada ataque, a menos que sejam ata-
ques mágicos.
Sentidos: Percep-
ção +13, visão no es- Resistência à Magia: a geleira obscu-
curo 18m. recente recebe +5 de bônus em todos os
testes de resistência contra magias.
Classe de Arma-
Efeito Mágico: toda vez que a geleira
dura: 19 (+4 nível,
+1 Des, -1 tamanho, obscurecente acerta um ataque com pan-
+5 natural). cada e causa dano o alvo é afetado por cone
glacial, sofrendo 10d6 de dano adicional por
Pontos de Vida: frio, ou metade se tiver sucesso em um teste
93. de Reflexos (CD 19). Além disso, o alvo
Resistências: também deve ter sucesso em um teste de
Fort +4, Ref +5, Von Vontade (CD 19) ou sua visão ficará obscu-
+5, características de recida magicamente, como se estivesse den-
construto, RD tro de uma névoa obscurecente, durante um mi-
10/magia, resistência nuto.
à magia +5. Agarrar Aprimorado: se acertar um
Deslocamento: golpe com a pancada a geleira obscurecente
6m (4 quadrados). pode iniciar uma manobra agarrar como
uma ação livre (bônus +12).
 Engolfar: com uma ação de movi-
mento a geleira obscurecente pode engolfar
uma vítima que esteja agarrando, movendo-
se de modo a ocupar o mesmo espaço do
alvo. Um alvo engolfado sofre 1d6+6 de
dano por esmagamento e mais 10d6 de
dano por frio ou metade se tiver sucesso em
um teste de Fortitude (CD 19); além disso,
deve ter sucesso em um teste de Vontade
(CD 19) por rodada ou terá sua visão parci-
almente obscurecida como névoa obscurecente.
Para se livrar a vítima precisa usar uma ação
completa e ter sucesso em um teste de ma-
nobra oposto à geleira obscurecente. Víti-
mas engolfadas são consideradas agarradas.
A geleira obscurecente pode engolfar uma
criatura Grande, duas Médias, quatro Míni-
mas ou oito Ínfimas por vez. Pode atacar
normalmente outros alvos enquanto está
engolfando.
Tesouro: nenhum.
Gosma Explosiva ND 10
Construto 13, Enorme, Neutra
Iniciativa +18.
Sentidos: Percepção +18, visão no es-
curo 18m.
Classe de Armadura: 25 (+6 nível, +2
Des, -2 tamanho, +9 natural).
Pontos de Vida: 144.
Resistências: Fort +6, Ref +8, Von
+8, características de construto, RD 15/ma-
gia, resistência à magia +7.
Deslocamento: 9m (6 quadrados). alvo. Um alvo engolfado sofre 2d6+9 de
dano por esmagamento e mais 14d6 de
Ataques Corpo-a-Corpo: pancada
dano por fogo ou metade se tiver sucesso
+12 (2d6+10 e efeito mágico).
em um teste de Fortitude (CD 23). Para se
Habilidades: For 19, Des 15, Con –, livrar a vítima precisa usar uma ação com-
Int –, Sab 15, Car 24. pleta e ter sucesso em um teste de manobra
oposto à gosma explosiva. Vítimas engolfa-
Talentos: Foco em Habilidade (efeito das são consideradas agarradas. A gosma
mágico), Foco em Arma (pancada), Vitali-
explosiva pode engolfar uma criatura
dade x3, Arma Natural Aprimorada, Arma- Enorme, duas Grandes, quatro Médias, oito
dura Natural Aprimorada. Mínimas ou 16 Ínfimas por vez. Pode atacar
Construto: a gosma explosiva tem to- normalmente outros alvos enquanto está
das as características de construto: não pre- engolfando.
cisa respirar, se alimentar nem dormir, Tesouro: nenhum.
imune a atordoamento, dano de habilidade,
dano não-letal, doença, encantamento, fa-
diga, paralisia, necromancia, sono e veneno,
MAURY “SHI DARK” ABREU
nunca recupera PV e é destruída quando
Adaptado da “living spell” do Monster Man-
chega a 0 PV, não podendo ser revivida.
ual III, publicado pela Wizards of the Coast.
Redução de Dano: a gosma explosiva
ignora os primeiros 15 pontos de dano de
cada ataque, a menos que sejam ataques má-
gicos.
Resistência à Magia: a gosma explo-
siva recebe +7 de bônus em todos os testes
de resistência contra magias.
Efeito Mágico: toda vez que a gosma
explosiva acerta um ataque com pancada e
causa dano o alvo é afetado por bola de fogo
controlável, sofrendo 14d6 de dano adicional
por fogo, ou metade se tiver sucesso em um
teste de Reflexos (CD 23).
Agarrar Aprimorado: se acertar um
golpe com a pancada a gosma explosiva
pode iniciar uma manobra agarrar como
uma ação livre (bônus +19).
Engolfar: com uma ação de movi-
mento a gosma explosiva pode engolfar
uma vítima que esteja agarrando, movendo-
se de modo a ocupar o mesmo espaço do
13
 Roubo na Mata
 Armadilha  Local
 NPC/PdM  Nota/Regra
Por MAURY “SHI DARK” ABREU
Na BC#16 você conheceu Stroud,
uma grande vila costeira com amplas
oportunidades de aventura. Após explo-
rar a Tumba dos Heróis, um local sa-
grado que tinha sido profanado por
goblinoides, os heróis agora serão con-
tratados para ajudar um pobre mercador
atacado por lobos a recuperar sua car-
roça, abandonada na estrada durante a
fuga. Mas o que parece uma missão sim-
ples pode se transformar em uma trama
cheia de reviravoltas.
Roubo na Mata é uma aventura simples
para PATHFINDER RPG, projetada para um
grupo de personagens entre 1º e 2º nível, so-
mando cerca de 6 a 8 níveis de experiência.
Também é possível adaptá-la para uma
quantidade maior ou menor de níveis, bas-
tando aumentar ou reduzir o número de en-
contros ao longo da trama. A estória ocorre
após os eventos mostrados em A Maldição da
Tumba (BC#16), mas os PdJ não precisam
necessariamente ter jogado esta aventura
para embarcar em Roubo na Mata.
14
 Monstro
 Tesouro
A aventura é desenvolvida de maneira
mais ou menos linear a fim de facilitar as coi-
sas para o mestre, porém você verá que há
situações que vão depender muito das esco-
lhas dos jogadores – especialmente o final da
trama e suas consequências. Na próxima pá-
gina estão as estatísticas da aldeia de Stroud
(seguindo as regras mostradas na BC#14 e
BC#15) e uma descrição mais detalhada do
local e seus arredores, bem como um mapa
da região, podem ser encontrados na
BC#16. Para alguns dos encontros propos-
tos você vai precisar do Bestiário de
PATHFINDER para ter acesso às estatísticas
das criaturas.
Nota sobre Background: Para efeitos de his-
tórico, considere que a aventura se passa du-
rante o início do inverno, com as temperatu-
ras baixando e os vento aumentando. Esse
clima mais frio não terá grande influência na
aventura, é apenas um efeito de background,
para acrescentar um diferencia. Se preferir
desconsiderar isso, ou se prefere um clima
mais quente, mude os textos descritivos.
Introdução:
Envolvendo
os Heróis
Se os PdJ tiverem participado de A
Maldição da Tumba (BC#16) provavel-
mente estarão em Stroud. Se eles não
participaram da aventura, você pode
simplesmente determinar que eles estão
na vila no início da aventura. Agora, se
eles não estiverem em Stroud, você pre-
cisará adaptar uma maneira de intro-
duzi-los na trama.
 Stroud (vila grande): População
2.600 (humanos 55%, halflings 20%,
anões 13%, meio-elfos 6%, elfos 4%, ou-
tros 2%). Economia: limite 3.000 PO,
posse 390.000 PO. Governo: conselho.
Religião: mar 35%, terra 30%, natureza
15%, paz 10%, trapaça 5%, outros 5%.
Tendência: Neutra. Importações: bebidas,
especiarias, tecidos, vestuário, vidro. Ex-
portações: armas, artesanato, frutos do mar,
grãos, metais brutos.
Personagens Importantes: Keffen Negrá-
gua (halfling, aristocrata 6, NB), Balfa-
romm Forjaferro (anão, guerreiro 5, CN),
Nathasha Stone (meio-elfa, guerreira
2/patrulheira 3, OB), Athella (humana,
clériga 3, OB), Roggarom Martelo-Atroz
(anão, especialista 8, ON), Sinaryel Lyen-
derall (elfa, druida 6, N), Kor’kash (meio-
orc, patrulheiro 7, CB).
Outras Estatísticas: trabalhadores trei-
nados 40%, trabalhadores não-treinados
30%, empreendedores 20%, guardas e
soldados 5%, criminosos 5%.
O mais importante é que o grupo em al-
gum momento chegue à Estalagem do Ve-
lho Urso, localizada ao norte de Stroud, em
um entroncamento de estradas. Se precisar
de um pretexto para que o grupo vá em di-
reção à estalagem, crie uma rápida aventura
introdutória onde eles são contratados por
um grupo de fazendeiros para se livrarem de
um “gafanhoto-blindado” que está atacando
os animais e destruindo plantações.
O “gafanhoto-blindado” é, na realidade,
um ankheg jovem (Conhecimento: Natureza
[CD 13] para identificar o monstro). Os fa-
zendeiros poderão pagar 100 PO pela des-
truição do monstro, mas esperam que os he-
róis os ajudem sem esperar remuneração (se
eles fizerem o trabalho de graça, premei-os
com 60 XP adicional após eliminar a fera).
A complexidade desta parte introdutória
vai depender de você, mestre. Se quiser pro-
longa-la, pode fazer com que os heróis en-
contrem um pequeno complexo de túneis
escavados pelo ankheg (em média 2,5m de
altura e largura) até encontrarem e enfrenta-
rem o monstro. Se preferir, apenas faça-os
caminhar pelos campos, encontrando terra
revirada e carcaças de animais semidevora-
dos até que encontrem o monstro. Não in-
clua muitos outros desafios no caminho,
concentre-se no confronto com o ankheg
(afinal, essa não é a parte mais importante da
aventura, é apenas uma introdução).
A busca pelo ankheg será demorada, per-
durará por quase o dia inteiro. Quando o
grupo enfim se livrar do monstro, estarão
cansados e precisarão descansar – e verão a
alguns quilômetros, uma grande estrutura de
madeira e pedra bem no entroncamento en-
tre duas estradas de onde ecoa uma canção
alegre. Uma placa anuncia o nome do esta-
belecimento: a Estalagem do Velho Urso.
Parte Um:  Ankheg Jovem (1): ND 2, XP
600; N besta mágica Médio, Iniciativa +0,
A Estalagem Percepção +8, visão no escuro 18m, vi-
são na penumbra, sentido sísmico 18m;
do Velho Urso
CA 17 (+5 natural, +2 Des), toque 12,
desprevenido 15; PV 22 (3d10+6); Fort
+4, Ref +5, Von +2; Desl. 9m, escavação
A Estalagem do Velho Urso é um es- 6m; corpo-a-corpo: mordida +3 (1d10+2
tabelecimento localizado no ponto onde mais 1d4 ácido e atracar); BMC +4, DMC
a estrada se divide para várias direções: 16; For 12, Des 14, Con 13, Int 1, Sab 13,
uma segue ao sul para Stroud, outra a Car 6.
leste para Iovallör, passando pela Mata Perícias & Talentos: Escalar +6; Foco
dos Uivos, e a última para noroeste, em em Perícia (Percepção), Vitalidade.
direção às Minas dos Neguágua. Cuspir Ácido: linha de ácido de 9m (a
cada 6 horas), 4d4 de dano (Reflexos CD
Se os PdJ tiverem acabaram de chegar à
14 para meio dano). Uma vez usado, seu
estalagem, após enfrentarem o ankheg da in-
trodução, leia o texto abaixo para ambientá- ataque não causa mais dano por ácido du-
rante 6 horas.
los.
Atracar: pode iniciar uma imobiliza-
O sol começa a descer no horizonte e ção como ação livre sem provocar ataque
vocês sentem a temperatura baixar rapi- de oportunidade. Mais informações na
damente. Um vento cortante atravessa pg. 299 do Bestiário de PATHFINDER.
seus corpos, trazendo-lhes ligeiros cala-
frios. Um som de música ecoa em algum cair da noite e da temperatura, bem
lugar e após alguns minutos de cami- como o som de música e a possibilidade
nhada pela estrada, subindo uma planí- de um ambiente aquecido, tornam
cie, vocês veem que o som ecoa de uma aquele um lugar de aparência acolhe-
construção com base de pedra lisa e cin- dora.
zenta e paredes de madeira. Uma
enorme chaminé, também de pedra, er- A estrutura tem dois andares e parece
gue-se do lado da construção e uma fu- bastante ampla. Há luz vindo do interior,
maça cinzenta sobe aos céus. A constru- bem como som de música. Espera-se que o
ção ergue-se bem no ponto onde a es- grupo siga na direção da estalagem, a fim de
trada se divide para vários caminhos. O
 Estalagem do Velho Urso: negócio 2 (ativos: salão comunal, alojamentos); propri-
etário: Kor’kash (meio-orc, patrulheiro 7, CB; Conhecimento: geografia +11, Intimidação
+10, Profissão: administração +8, Sentir Motivação +5). Funcionários: 5 (Kor’kash, 1 cozi-
nheiro, 2 garçonetes e 1 camareira); Qualidade: regular (preços normais, qualidade normal).
Clientela: aventureiros, mercadores, viajantes. Produtos & Serviços: alimentação, entreteni-
mento, hospedagem. Acomodações: salão, cozinha, depósito subterrâneo, 3 quartos individu-
ais, 3 quartos comunitários (4 beliches cada). Renda Média: 36 PO/mês.
15
 descansar e recuperar-se de possíveis feri-
mentos. Se eles preferirem seguir viagem de
volta a Stroud, diga-lhes que a aldeia está re-
lativamente longe, e eles terão que passar a
noite na estrada (o que pode se mostrar ar-
riscado). Se mesmo assim eles insistirem, ou
se escolherem fazer alguma maluquice
(como tentar roubar um cavalo)... bem,
deixe que eles o façam e lidem com as con-
sequências! Você ainda poderá usar a aven-
tura, mas terá que adaptá-la para que se de-
senvolva de alguma outra maneira.
Se optarem por entrar na estalagem (o
que esperamos que façam), leia-lhes o texto
abaixo.
Conforme se aproximam da estrutura
vocês vem uma placa de madeira onde se
lê “Estalagem do Velho Urso”. Assim
que a porta se abre, o som de música in-
vade seus ouvidos, agora parcialmente
abafado pelo ruído de conversa entre os
muitos ocupantes do estabelecimento.
Um calor agradável atinge seus rostos,
contrastando com o vento frio do exte-
rior. Diante de vocês o grande salão da
Estalagem do Velho Urso se desenrola.
Curiosamente, a primeira coisa que
salta a seus olhos é a enorme forma ur-
sina no fundo do salão – bocarra escan-
carada exibindo dentes afiadíssimos,
garras projetadas à frente em uma posi-
ção ameaçadora. O enorme urso negro
certamente seria um desafio grandioso,
se não fosse agora parte da decoração da
estalagem: para sempre empalhado na-
quela posição ameaçadora.
Perto do grande animal taxidermi-
zado um humanoide opulento, de pele
um pouco cinzenta e pequenas presas
afiadas, ri e se diverte em conversa com
16
um homem gordo em trajes de viagem.
Alegremente dedilhando em um alaúde,
um bardo de vestes elegantes faz sua
canção ecoar pelo ambiente, embora um
pouco abafada pelas conversas dos tan-
tos outros clientes do estabelecimento.
Uma jovem trajada em um longo ves-
tido cor-de-terra e carregando uma ban-
deja com canecos vazios, a idade incerta
entre menina e mulher, sorri para vocês
quando passa próximo à entrada, di-
zendo: “Sejam bem-vindos. Sentem-se,
logo, logo alguém virá atendê-los”.
Esta parte da aventura é uma oportuni-
dade para que os jogadores desenvolvam
suas habilidades de interpretação dos perso-
nagens. Deixe-os livres para aproveitar a
música, bebida e comida da estalagem, uma
noite de diversão e descontração. A estala-
gem serve comida e bebida de boa qualidade
(veja pg. 159 do Livro Básico de PATHFIN-
DER para os preços médios) e os heróis tam-
bém podem conversar com os outros clien-
tes do estabelecimento, se assim desejarem.
Deixe que os PdJ se divirtam, se alimen-
tem e descansem. Caso se mostrem carismá-
ticos, podem até ser convidados para uma
partida de carteado com outros frequentado-
res, com apostas bem modestas. A maioria
dos clientes são viajantes ou fazendeiros da
redondeza, sendo que estes últimos retorna-
rão às suas casas no meio da noite. O ho-
mem de pele cinzenta no fundo é Kor’kash,
o meio-orc proprietário – que, como ex-
aventureiro, ficará bastante contente em
conversar com os PdJ. Kor’kash conhece
bem a região ao redor e pode oferecer mui-
tas informações interessantes aos heróis (in-
formações amplamente conhecidas sobre a
região em volta de Stroud foram apresenta-
das na BC#16). O bardo que toca o alaúde
Carteado
Se um ou mais PdJ decidirem jogar cartas com os demais clientes da estalagem, você
pode usar as regras a seguir para simular um jogo de azar genérico.
Primeiramente, defina o número de participantes no jogo e para cada jogador além dos
PdJ defina um valor médio de Sabedoria igual a 1d6+8 (resultando em um modificador
entre -1 e +2); isso definirá a habilidade de cada jogador na partida. Cada partida de carte-
ado ocorrerá ao longo de algumas rodadas, conforme descrito a seguir:
Apostas. A cada partida um dos jogadores é eleito o apostador. Esse jogador então
define a aposta inicial necessária para participar, geralmente algo entre 1 PC e 1 PP. Cada
um dos clientes a participar do jogo tem o equivalente a 1d6 PO para gastar com as apostas,
por isso é bom começar por baixo.
Primeira Rodada. As cartas são distribuídas e o jogo começa. Cada participante joga
1d20, soma ao seu modificador de Sabedoria e anota o resultado. Essa será sua pontuação
na primeira rodada.
Segunda Rodada. Novas cartas são distribuídas e qualquer um dos jogadores pode
aumentar as apostas. Para continuar na partida, os demais devem cobrir a aposta. Depois
disso, cada participante faz uma nova jogada de 1d20 + mod. de Sabedoria; essa é sua
pontuação na segunda rodada, que deve ser somada à pontuação da rodada anterior.
Rodadas Seguintes. A cada rodada seguinte é possível aumentar as apostas, mas qual-
quer jogador pode decidir abandonar a partida a qualquer momento (mas perderá todo o
dinheiro que já foi apostado). Novas jogadas são então realizadas, e os pontos continuam
a ser acumulados com aqueles acumulados nas rodadas anteriores. O primeiro jogador a
atingir 20 pontos na soma total vence a partida e fica com todo o dinheiro acumulado
sobre a mesa. Se mais de um jogador atingir 20 pontos na mesma rodada, vence o que
acumulou mais pontos. Em caso de empate, a aposta é igualmente divivida.
Blefar. A cada rodada é possível blefar e trapacear para aumentar sua pontuação. Para
isso o jogador deve fazer um teste de Blefar resistido por Sentir Motivação de todos os
demais participantes. Em caso de vitória, sua pontuação na rodada aumenta em +2, além
de um bônus adicional de +2 para cada 5 pontos que seu teste de Blefar supere o resultado
mais alto de Sentir Motivação. Ser pego trapaceando, porém, pode despertar raiva por
parte dos demais participantes, que cancelarão o jogo e acusarão o larápio.
chama-se Leopold DeVole (humano, bardo Dê aos jogadores a oportunidade de in-
1) e é um artista independente, tocando na terpretar seus personagens. Claro, se prefe-
estalagem para ganhar algum trocado. Ele rirem eles podem simplesmente se recolher
pode conversar com os PdJ e tocar algo a a seus aposentos e então seguiremos para os
seu pedido, mas não se considera um aven- eventos do dia seguinte – mas se houverem
tureiro, apenas um viajante, e não tem inte- jogadores interessados em “curtir a noite”,
resse em se unir ao grupo (caso alguém su- deixe-os fazê-los. Afinal, RPG não é só um
gira algo do gênero). jogo de debulhar monstros, mas de interpre-
tação de papéis. Tentativas de causar confu-
são ou provocar brigas, porém, serão imedi-
atamente rechaçadas por Kor’kash (que em-
bora aposentado, ainda sabe muito bem
como brigar).
Haverá quartos para todos eles, por pre-
ços modestos (5 PP por pessoa nos quartos
comunitários e 1 PO por pessoa nos quartos
individuais). A noite será bastante tranquila,
sem nenhuma surpresa especial. A aventura
seguirá em frente no dia seguinte.
Fim da Parte 1:
Os PdJ acordarão no dia seguinte tran-
quilamente e poderão seguir para o salão co-
munal da Estalagem do Velho Urso, onde
podem tomar o desjejum. Mais uma vez eles
terão a oportunidade de conversar com o
proprietário e alguns outros clientes, se de-
sejarem, mas quando já tiverem se alimen-
tado e estiverem prontos para partir, leia-
lhes o seguinte.
Enquanto terminam seu desjejum,
vocês são repentinamente surpreendidos
quando a porta de entrada se abre com
 Bernard: ND 1, XP 400; NB hu-
manoide (humano) Médio, especialista 3,
Iniciativa +0, Percepção +2; CA 10, to-
que 10, desprevenido 10; PV 12 (3d8);
Fort +1, Ref +1, Von +3; Desl. 9m;
corpo-a-corpo: adaga +0 (1d4-1, 19-20);
BMC +0, DMC 10; For 9, Des 10, Con
10, Int 12, Sab 11, Car 14.
Perícias & Talentos: Avaliação +8, Ble-
far +9, Cavalgar +7, Diplomacia +11,
Percepção +2, Profissão (comerciante)
+7, Sentir Motivação +9; Foco em Perí-
cia (Profissão), Prontidão, Persuasivo.
Equipamento: vestes de plebeu, adaga.
um supetão, empurrada pelo corpo de
um homem maltrapilho. Sangue coagu-
lado adere-se à sua testa enquanto ele
respira de maneira ofegante, meio cam-
baleando para dentro da estalagem. Seus
modos, aliado à expressão de medo,
atraem a atenção de todos no salão.
“Ajudem, por favor!”, grita o homem,
sem se dirigir a ninguém em particular,
olhando de um lado para o outro. “Lo-
bos! Lobos lá na estrada! Queriam me
devorá, mal deu pra fugir. Por favor, me
ajudem!”.
O homem parece perdido, apavorado,
pedindo ajuda a qualquer um. Se os PdJ não
fizerem nada, o próprio Kor’kash se aproxi-
mará dele, pedirá que tenha calma e que se
explique. Quando alguém lhe dar alguma
atenção, o homem começará a explicar sua
situação.
“Preciso de ajuda. Eu sô Bernard, sô
mercador. Tava viajando c’a minha car-
roça pela floresta quando aqueles bicha-
nos me cercarô... uns lobão gigante,
monstruosos, com uns dentão enorme
assim, ó!” O homem gesticula com a
mão direita, esticando ao máximo os de-
dos polegar e indicador a fim de repre-
sentar o tamanho das presas. “Um deles
rasgô as correia e fez minha égua corrê
que nem loca pro meio do mato! Era
enorme, do tamanho de um homem! Eu
pulei da carroça e corri que nem doido,
não sei por quanto tempo. Cês tem que
me ajudá...”.
Como pode ver, Bernard tem um sota-
que interiorano bastante forte, abrevia e mis-
tura um pouco as palavras e às vezes fala
através de gírias incomuns. O rapaz está exa-
usto, mas não muito feridos, apenas alguns
arranhões. Se questionado, ele dirá que não
chegou a ser atacado pelos lobos, que pare-
ciam mais interessados na carroça (“Tinha um
pouco de carne salgada, queijo e uns outros trecos de
comida. Os mardito devia tá mais interessado no
meu estoque de comida do que em mim mesmo, sei
lá”). Espera-se que os PdJ se interessem pelo
assunto e conversem com o mercador. Se o
mero ímpeto de ajudar um necessitado não
for suficiente para atrair os “heróis”, Ber-
nard dirá algo como “Eu posso pagar. Tenho um
pouquinho de ouro na carroça, mas preciso que cês
me ajude a pegá ela de volta”. Esperamos que
isso seja suficiente para despertar o interesse
dos PdJ. Se não for... ora, mas que raios de
heróis aventureiros são esses?
Quando os PdJ enfim questionem Ber-
nard sobre o que podem fazer por ele, o
mercador dirá:
“Todas minha economia tão naquela
carroça. Não posso abandonar ela assim,
tenho que recuperá minhas mercadoria.
Só preciso que me vão comigo, que me
ajudem a afugentá aqueles vira-lata su-
per desenvolvido pra eu podê trazê ela
pra Stroud. Prometo que vô recompensar
vocêis como puder”.
Bernard não tem muito a oferecer, mas
pode prometer uma recompensa de 800 PO
aos heróis que o ajudarem a recuperar seus
bens. Se perguntarem o que há na carroça de
tão valioso ele dirá apenas que são mercado-
rias simples, como itens alimentícios, vestu-
ário, tecidos, utensílios diversos e um ou ou-
tro objeto de arte. Se algum PdJ continuar a
pressioná-lo poderá fazer um teste de Sentir
Motivação (CD 19) para detectar algo estra-
nho. Em caso de falha no teste, o PdJ não
percebe nada.
Recompensas
da Parte 1
A Parte 1 da aventura é basicamente
interpretativa, uma oportunidade de os
jogadores desenvolverem e interpretarem
seus personagens. Não há desafios a se-
rem vencidos e por isso não há muitas re-
compensas. Exceto pela façanha de ven-
cer o ankheg, as recompensas abaixo são
conferidas de maneira individual, para
cada PdJ que realizou a façanha.
Vencer o Ankheg Jovem: 300 XP divi-
dido entre o grupo.
Vencer Honestamente uma Partida de Car-
teado: 100 XP para o PdJ.
Trapacear com Sucesso em uma Partida de
Carteado: 100 XP (apenas se a tendência
do PdJ não for Leal).
Boa Interpretação: se julgar que o joga-
dor interpretou bem seu personagem
você pode premiá-lo com algo entre 50
XP (interpretação coerente) e 100 XP (in-
terpretação fantástica!).
 Sentir Motivação (CD 19). Em
caso de sucesso no teste, o PdJ terá a sensa-
ção de que Bernard esconde alguma coisa.
Se continuar a ser pressionado o mercador
acabará por revelar que tem um item mágico
muito valioso na carroça, algo que poderia
lhe render uma venda excelente e precisa re-
cuperar o objeto. Ele não explica exatamente
o que é o item.
Após alguma negociação, esperamos que
os heróis decidam ajudar o mercador. Ber-
nard acompanhará o grupo, pois está ansi-
oso por recuperar seus bens. Ele insistirá ve-
ementemente em seguir com eles – e, infe-
lizmente, será uma preocupação adicional, já
que precisará da proteção do grupo.
17
 todos os lados. A maioria ecoa à distân-
Parte Dois: A princípio não haverá contratempos até
que o grupo chegue à carroça – mas se quiser cia, embora alguns poucos pareçam
do rubropelo. Os testes para detectar os ad-
versários são consideradas ações livres.
complicar um pouco as coisas, pode incluir mais próximos... e cada vez mais próxi-
Carroça Perdida no caminho um confronto com uma pe-
quena alcateia de lobos. A seguir é descrito
mos... Um uivo repentino atravessa a flo-
resta não muito longe de sua posição,
 Derrubar. Derrubar é uma manobra
de combate. Para derrubar um adversário
A jornada terá início assim que os he- o possível encontro com os lobos e, na se- logo respondido por um outro som que um monstro ou PdJ deve usar uma ação e
róis decidirem acompanhar Bernard até quência, o encontro na carroça atacada. ecoa na direção contrária. realizar uma manobra usando seu BMC con-
sua carroça. O mercador não é uma má tra a DMC do alvo (ambos calculados con-
pessoa e pode desenrolar uma boa con- Lobos na Estrada NE 4 A Mata dos Uivos é conhecida por abri- forme a pg. 198 do Livro Básico de PATHFIN-
versa com o grupo – porém, uma vez que gar duas espécies de lobo: os lobos cinzentos DER). Derrubar permite um ataque de opor-
“Friozinho de renguear cusco, e uma espécie conhecida como rubropelo, tunidade por parte da vítima (a menos que o
começa a falar, é difícil fazê-lo ficar qui- hein?”, diz Bernard enquanto vocês ca-
eto. Bernard sempre terá um comentário maior e mais feroz do que a primeira. Em atacante tenha o talento Derrubar Aprimo-
minham pela estrada de terra batida em regras, os rubropelo tem as estatísticas de rado ou a habilidade derrubar, como os lo-
sobre tudo e nunca será inteiramente di-
busca de sua carroça. Caminhando há um lobo atroz, mas tem pelos avermelhados bos). Só é possível derrubar um alvo que seja
reto e prático para trazer uma informa- pouco mais de uma hora vocês já se en-
ção. Ele gosta de falar, por isso dará mui- e olhos de um negro profundo. Não é raro no máximo uma categoria de tamanho a
contram na borda de uma ampla floresta, que as duas espécies formem bandos mistos, cima do atacante. Alvos com mais de duas
tas voltas em um assunto antes de che- grandes carvalhos e freixos dividem es-
gar aos “finalmente”! principalmente de rubropelos em início da pernas recebem +2 na DMC por perna adi-
paço com pinheiros. Uma leve camada idade adulta liderando bandos de lobos cin- cional (os lobos têm +4). Falhar por 10 ou
Segundo o mercador, o ataque ocorreu de folhas secas recobre parte do cami- zentos. mais na manobra faz com que o atacante
na estrada, bem no meio da Mata dos Uivos. nho, fazendo com que muitas das árvo- acabe derrubado.
Por isso o grupo terá que seguir a estrada res exponham seus galhos secos e nus. Neste momento, um pequeno bando de
para leste de sua posição, atravessando a 2d3 lobos cinzentos, liderados por um ru-  Caído. Um personagem ou monstro
Desde que entraram sob o manto de bropelo, tenta cercar os heróis a fim de caído sofre -4 na CA para ataques corpo-a-
mata. O deslocamento até a posição da car- galhos e folhas da ampla floresta, vocês
roça é relativamente rápido, bastam duas ho- ataca-los de surpresa e derrubá-los. Os lobos corpo e +4 para ataques à distância. Levan-
têm escutado ruídos e uivos ecoando por cinzentos serão os primeiros a tentar atacar, tar exige uma ação de movimento e provoca
ras em uma marcha normal.
tentando se aproximar sorrateiramente. O ataques de oportunidade.
rubropelo permanecerá escondido nas pri-
 Lobo Cinzento (2d3): ND 1, XP 400; N animal Médio, Iniciativa +2, Percepção meiras rodadas e depois atacará o alvo mais Pequenos Bandidos NE 2
+8, faro, visão na penumbra; CA 14 (+2 Des, +2 natural), toque 12, desprevenido 12; PV forte do grupo, tentando se aproximar e sur-
13 (2d8+4); Fort +5, Ref +5, Von +1; Desl. 12m; corpo-a-corpo: mordida +2 (1d6+1 e Após algumas horas de desloca-
preender a vítima.
derrubar); BMC +2, DMC 14 (derrubar 18); For 13, Des 15, Con 15, Int 2, Sab 12, Car 6. mento as frondosas copas de carvalhos e
Perícias & Talentos: Furtividade +6, Percepção +8, Sobrevivência +1 (+5 farejando);  Ataque Surpresa. Os PdJ devem fa- freixos já recobrem as alturas, quase es-
Foco em Perícia (Percepção). zer testes de Percepção resistido pela Furti- condendo o céu azul à cima. A estrada
 Rubropelo (1): ND 3, XP 800; N animal Grande, Iniciativa +2, Percepção +10, vidade dos lobos (Furtividade +6 para os que atravessa a mata é ampla, com mais
faro, visão na penumbra; CA 14 (+2 Des, +3 natural, -1 tamanho), toque 11, desprevenido cinzentos). Os PdJ que obtiverem resultado de dois metros de largura. O chão é terra
12; PV 37 (5d8+15); Fort +7, Ref +6, Von +2; Desl. 15m; corpo-a-corpo: mordida +7 mais alto percebem os lobos e podem agir batida, rochas pontuando aqui e ali, fo-
(1d8+6 e derrubar); BMC +8, DMC 20 (derrubar 24); For 19, Des 15, Con 17, Int 2, Sab normalmente. Aqueles que tiverem resulta- lhas secas acumulando-se em vários
12, Car 10. dos mais baixos não perceberão os lobos e pontos. Um ocasional arbusto despon-
Perícias & Talentos: Furtividade +3, Percepção +10, Sobrevivência +1 (+5 farejando); serão considerados surpreendidos (perde o tando no meio da estrada sugere uma
Foco em Perícia (Percepção), Foco em Arma (mordida), Corrida. bônus de Destreza na CA) quando os lobos tentativa da floresta de cobrir a estrada,
Derrubar: se acertar o ataque com mordida os lobos podem tentar derrubar o alvo como atacarem. Mais tarde, quando o rubropelo mas o claro movimento constante de car-
uma ação livre que não causa ataques de oportunidade. Lobos cinzentos podem derrubar atacar, os PdJ terão direito a um novo teste roças e pessoas impede seu crescimento.
alvos Grandes ou menores, rubropelos podem derrubar alvos Enormes ou menores. de Percepção resistido pela Furtividade +3

18
 “Tá perto”, murmura o mercador.
Logo depois, estranhos ruídos e rosna-
dos baixos surgem à frente. Os sons são
baixos e não parecem produzidos por al-
gum animal de grande porte... agudos e
estridentes, mais parecem sons de filho-
tes. Ouvindo atentamente, vocês perce-
bem palavras estranhas em algum idi-
oma bestial.
Os sons são produzidos por três goblins
que estão saqueando a carroça que encontra-
ram vazia na beira da estrada. Se algum PdJ
for capaz de falar o idioma goblínico, poderá
identifica-lo facilmente. Sucesso em um
teste de Linguística ou Inteligência (ambos
CD 15) também permite identificar o idi-
oma, mas não compreender as palavras. Os
goblins não falam muita coisa coerente, mas
entre resmungos e comentários sem sentido
um PdJ que conheça o idioma ouvirá um de-
les dizer: “Devem ter abandonado. Tem
comida, mas mais nada que preste”.
 Goblin Bandido (3): ND ½, XP
200; combatente 1/especialista 1; NM
humanoide (goblinoide) Pequeno, Inicia-
tiva +6, Percepção +4, visão no escuro
18m; CA 15 (+2 Des, +1 tamanho, +2
corselete de couro), toque 13, despreve-
nido 14; PV 11 (1d10+1d8+2); Fort +3,
Ref +2, Von +1; Desl. 9m; corpo-a-
corpo: espada curta +2 (1d4/19-20); à
distância: arco curto +4 (1d4/x3); BMC
+0, DMC 12; For 11, Des 15, Con 12, Int
10, Sab 9, Car 6.
Perícias & Talentos: Cavalgar +10, Fur-
tividade +12, Natação +4, Percepção +4,
Presdigitação +7; Iniciativa Aprimorada.
Equipamento: corselete de couro, es-
pada curta, arco curto, 20 flechas, 2d6 PP.
De um jeito ou de outro, quando o
grupo puder enfim enxergar os goblins (se
aproximando de maneira sorrateira ou cor-
rendo loucamente), leia o texto abaixo.
O vento sopra na direção de vocês e
traz um cheiro de sangue e decomposi-
ção. À frente na estrada vocês já conse-
guem ver uma larga carroça coberta por
uma lona branca encardida. Vários re-
mendos de cores diversas pontuam sua
superfície. Um grande animal quadrú-
pede parcialmente devorado ocupa o es-
paço à frente do veículo – certamente o
responsável pelo odor fétido e ferrugí-
neo.
Algumas caixas, roupas e tecidos es-
tão espalhados em volta da carroça.
Duas pequenas criaturas humanoides de
pele verde-cinzenta com espadas presas
à cintura resmungam e remexem os ob-
jetos. Uma terceira criatura está posicio-
nada em pé ao lado da carroça, arco e fle-
cha preparados nas mãos, embora sua
atenção pareça estar mais voltada para
seus companheiros do que a estrada à
frente.
Os PdJ podem tentar se aproximar da
carroça de maneira sorrateira para pegar os
goblins de surpresa ou podem atacar de
forma desenfreada, tentando intimidá-los ou
afugentá-los. Deixe que eles resolvam este
confronto da maneira que acharem mais
apropriada (embora dificilmente consegui-
rão evitar o combate). Os goblins estão sa-
queando a carroça, mas só estão realmente
interessados na comida. Não há muita coisa
que lhes interesse. Se forem atacados ou
abordados, reagirão com violência, mas se
perderem mais de metade de seus PV tenta-
rão fugir.
 Surpresa. Para surpreender os
goblins, os PdJ devem ter sucesso em um
teste de Furtividade resistido pela Percepção
+4 dos inimigos (faça um único teste para
todos os goblins).
 Intimidar. Se tentarem alguma es-
tratégia para afugentar os goblins (correr gri-
tando com armas em punho, por exemplo)
os PdJ devem ter sucesso em um teste de In-
timidação resistido por um teste de Vontade
dos goblins (faça um teste para cada goblin).
Sucesso faz com que os goblins fiquem ame-
drontados e sofrem -1 em todos os ataques
durante 1d4 rodadas; sucesso por 5 ou mais
faz com que o goblin fuja.
Fim da Parte 2
Espera-se que os PdJ derrotem os três
goblins com certa facilidade ou façam-nos
fugir apavorados. Assim que o perigo estiver
eliminado, Bernard entrará rapidamente na
carroça e começará a revirar caixas, sacos,
panos e tudo o mais, procurando por alguma
coisa. Após alguns momentos de nervo-
sismo ele começa a gritar: “Não tá aqui!
Aquelas peste me roubaram! Não tá
aqui! Vocês tem que encontrar!”.
Se perguntarem exatamente o que foi
que desapareceu, Bernard ficará desconfor-
tável e finalmente explicará.
“Tá bom, tá bom!”. Bernard bufa,
vencido pelo imprevisto. Com claro des-
conforto, o mercador começa seu dis-
curso no típico sotaque interiorano.
“Um dia desses eu tava revirando as tra-
lha da minha avó e achei uma vara de
ferro toda bonitona. Eu não sô mago
nem nada desse tipo, mas deu pra senti
que aquilo lá era poderoso. Minha avó
era aventureira sabe, e das boa, sabia
mexer com esses treco de magia e tal. Aí
pensei, ei, isso deve valer uma nota. Eu
sei o que cês vão pensa, que sô sovina e
essas coisa, mas é que tô mal das perna,
sabe? A grana tá curta e tô precisando
conseguir uns troco”.
“Enfim, levei a tal vara pra um amigo
que conhece essas coisa e ele disse que
era uma varinha mágica. Dava pra ga-
nhar uma grana preta. Aí eu disse: ‘vô lá
pra Iovallör vende essa bagaça’. Aí ele
disse ‘Não faz isso, tenho uma ideia me-
lhor. Vai pra Stroud, lá o prefeito tá tendo
uns pobrema c’uns lagartão nas mina e
vai pagá uma nota, porque essa coisa é
muito boa pra ensinar uma lição pros la-
garto’. Aí eu escondi a tal vara no meio
de umas roupa velha e vim, me tremendo
todo que nem bambu, com medo de sê
roubado. Taí! Tomei no meio dos óio!”
“Cês tem que me ajuda a recupera
esse treco. Prometo até dividir uma parte
dos lucro c’ocês. Dez por cento, pode
ser?”
Bernard não sabe muito sobre o item,
apenas que ele tem algum tipo de poder con-
tra répteis e que o prefeito Keffen Negrágua
pode se interessar pelo artefato. O comerci-
ante oferecerá 10% do total da venda do
item como recompensa aos PdJ (± 1.500
PO). Se tentarem aumentar esse valor, Ber-
nard irá chorar e lamentar, dizendo que pre-
cisa do dinheiro para pagar dívidas e com-
prar comida para os animais de sua fazenda
enfrentarem inverno. Ele pode aumentar a
recompensa para 20% do lucro (± 3.000
PO), com muita choradeira, mas qualquer
coisa a cima disso será negado.
Ao contrário do que os PdJ possam pen-
sar, não foram os goblins quem roubaram o
19
 item mágico. Se os bandidos tiverem sido
derrotados ou capturados, poderão desco-
brir isso facilmente. Os goblins conhecem
apenas seu próprio idioma, portanto os PdJ
precisarão conhecer o idioma goblínico para
interroga-los; se o fizerem, os goblins se
mostrarão confusos e dirão que a carroça já
estava parcialmente saqueada quando a en-
contraram. Se um ou mais goblins tiverem
fugido, contudo, os PdJ podem tentar perse-
gui-los achando que são eles os ladrões.
Deixe os PdJ seguirem os fugitivos e,
quando os encontrarem, os goblins se entre-
garão e oferecerão todos os seus pertences
em troca de uma chance de fuga. Se forem
questionados sobre o item roubado, mostra-
rão surpresa e não saberão nada a respeito.
A terceira parte da aventura começará
quando os PdJ analisarem os rastros em
volta da carroça, encontrando pistas que os
levarão a explorar a Mata dos Uivos...
Recompensas
da Parte 2
Verifique abaixo os feitos realizados
pelos PdJ durante a parte 2. Algumas re-
compensas são oferecidas diretamente ao
PdJ que teve sucesso no feito, enquanto
outras são divididas entre todos no grupo.
Vencer os Lobos: 2.000 XP dividido en-
tre o grupo.
Intimidar um Goblin: 50 XP para o PdJ.
Afugentar um Goblin: 100 XP para o
PdJ.
Vencer ou Afugentar todos os Goblins: 600
XP dividido entre o grupo.
Boa Interpretação: se julgar que o joga-
dor interpretou bem seu personagem
você pode premiá-lo com 50 XP a 100
XP.
20
Parte Três:
A Mata dos Uivos
Analisando o entorno da carroça os
PdJ perceberão claramente uma grande
quantidade de rastros. Os rastros dão al-
gumas voltas em torno da carroça e de-
pois seguem para dentro da mata, atra-
vés de algumas pequenas trilhas.
Testes de perícia (veja mais abaixo) per-
mitirão identificar as pegadas como de caní-
deos – provavelmente dos lobos que habi-
tam a Mata dos Uivos. Porém, o PdJ tam-
bém perceberá que há algumas pegadas e
rastros diferentes, bem maiores do que o es-
perado. Sucesso por 5 ou mais no teste per-
mite constatar que algumas pegadas parecem
bem maiores do que as demais.
 Identificar Pegadas. Sobrevivência
ou Conhecimento (Natureza) CD 11 para
identificar as pegadas dos lobos. Sucesso por
5 ou mais permite verificar que um conjunto
de patas é bem maior que as demais.
Os rastros e pegadas seguem por trilhas
no interior da mata, na direção sul. As trilhas
dão várias voltas e conduzem a várias dire-
ções aleatórias, cruzando-se de tempos em
tempos ou acabando de forma repentina. De
maneira geral, as árvores na mata são espar-
sas, mas há regiões onde os arbustos são
maiores e mais concentrados, dificultando o
deslocamento. Não há um mapa para a Mata
dos Uivos, já que a direção seguida pelos PdJ
não é tão importante quanto sua capacidade
de seguir os rastros.
Seguir Rastros
Para alcançar seu objetivo os PdJ devem
percorrer um total de 3 km por trilhas no in-
terior da Mata dos Uivos. Para seguir as tri-
lhas corretamente eles precisarão de testes
de Sobrevivência (CD 15). Personagens não-
treinados em Sobrevivência podem realizar
o teste, mas sofrem -5 de penalidade. Patru-
lheiros somam ½ do nível neste teste. O re-
sultado do teste indica a margem de sucesso
do PdJ.
 Sucesso. Cada sucesso permite se-
guir a trilha de forma adequada. Some 1 km
ao total percorrido.
 Sucesso Perfeito. Um resultado 25
ou mais no teste faz com que o personagem
veja o rastro com precisão e o siga por mais
tempo. Some 1,5 km ao total percorrido.
 Falha. Cada falha no teste faz com
que o PdJ perca o rastro e se mova de forma
aleatória. Não some nenhum valor ao total
percorrido.
 Falha Crítica. Falhar por 5 ou mais
no teste faz com que o PdJ siga um rastro
falso, podendo até volta à estrada. Reduza o
total percorrido em 1 km (mínimo 0).
Quando o grupo somar um total de 3 km
você poderá ir para o item Caverna de Lobos.
Encontros Aleatórios
Conforme caminham pelas trilhas na
mata há a possibilidade de que os heróis aca-
bem tendo algum encontro aleatório com
criaturas que vivem na Mata dos Uivos. Em-
bora os lobos sejam dominantes na região, o
lugar também é habitado por uma série de
outros animais relativamente comuns. Além
dos lobos, a fauna de predadores é composta
basicamente por certos felinos e hienas. Es-
tes animais se alimentam de herbívoros rela-
tivamente inofensivos, como roedores e le-
bres, pequenos insetos e algumas serpentes
e aves. Alguns herbívoros de maior porte
também ocorrem na região, principalmente
cervos de grandes galhadas e javalis com pre-
sas ameaçadoras. Criaturas-planta também
habitam a mata, bem como insetos de gran-
des proporções que ocasionalmente podem
representar riscos. As únicas criaturas “so-
brenaturais” que ocorrem nas matas são os
lobisomens – sim, os boatos são verdadeiros
e eles de fato ocorrem na região, mas são
bastante raros e geralmente solitários.
Na primeira vez em que os PdJ realiza-
rem um teste de Sobrevivência para seguir a
trilha de rastros (veja a cima) haverá 60% de
chance de que encontrem alguma criatura
em seu caminho; neste caso, jogue um d%
contra a tabela de Encontros Aleatórios na Mata
dos Uivos para determinar o que o grupo en-
controu em seu caminho.
Na segunda vez em que o grupo precisar
realizar teste de Sobrevivência, se nenhum
encontro tiver ocorrido antes a chance au-
mentará para 70%. Na terceira vez, a chance
aumentará para 80%, caso nenhum encontro
tenha ocorrido, e assim por diante, até que a
chance seja de 100% ou até que o grupo al-
cance os 3 km percorridos nas trilhas. Se
qualquer encontro aleatório ocorrer, a
chance de que um novo encontro ocorra au-
tomaticamente cairá para 50% na próxima
vez em que um teste for realizado. Nas ten-
tativas seguintes, a chance volta a aumentar
em 10% por teste seguinte, até que um en-
contro ocorra ou que o grupo alcance seu
objetivo.
Perceba que se os PdJ forem muito bons
em seguir as trilhas há a possibilidade de que
não tenham nenhum encontro aleatório em vezes, porém, o “encontro” é na realidade Os rastros seguem por trilhas diver- marcado por cicatrizes e pinturas com
seu caminho, podendo ir direto para o en- um evento ou fator que influenciará outros sas no interior da mata. Em alguns mo- padrões semelhantes às marcas nos pe-
contro final na Caverna de Lobos. Lembre-se encontros ou a busca pelos rastros. A expli- mentos vocês tem a impressão de que os los. Onde antes havia um grande lobo,
também que alguns dos encontros aleatórios cação para estes “encontros” segue abaixo. rastros fazem voltas antes de seguir um agora há uma forma élfica, olhos de um
talvez possam ser vencidos de outras manei- determinado rumo, quase como se dese- verde profundo, cabelos ruivos raspados
ras diferentes do combate direto. Um patru-  Acidente Geográfico. O grupo ca- jassem despistar seguidores... curtos por praticidade. Uma armadura
lheiro ou druida, por exemplo, pode usar sua minha por terreno difícil e um dos PdJ (es- de couro firme e forte e uma longa capa
Empatia Selvagem para mudar a reação de colhido aleatoriamente) perde o equilíbrio e Após muitas voltas, passando por feita da pele de um grande lobo rubro co-
cai. Veja a matéria Desafios Selvagens! nesta grandes carvalhos e altos pinheiros, vo-
um animal. bre boa parte do corpo ágil e esbelto.
edição da BC. cês percebem que os rastros parecem se-
Em geral, a tabela informa apenas um guir na direção de uma grande boca de “Desistam daquilo que vieram bus-
certo número de criaturas que surgem no ca-  Árvore em Queda. Uma enorme ár- caverna que se abre em meio a um bar- car e nada lhes acontecerá”. A voz tão
minho dos heróis (podendo tentar surpre- vore começa a desabar na direção dos PdJ. ranco alto e rochoso. Conforme se apro- bela quanto selvagem, quase um uivo.
endê-los ou simplesmente saltando sobre Exige um teste de Reflexos (CD 20) por ximam, vocês sentem-se vigiados... tar- Os olhos ferinos fixos na sua direção, um
eles). Todas estas criaturas são descritas no parte de todos os PdJ para evitar 1d10 de diamente percebem vários pares de sentimento de raiva estampado no rosto.
Bestiário de PATHFINDER, exceto pelos lo- dano (falha por 10 ou mais causa dano do- olhos ao seu redor, espalhados pela A aparência élfica em nada devendo à
bos rubropelo e os goblins bandidos cujas brado). Veja a matéria Desafios Selvagens! nesta mata. Um uivo de gelar a espinha ecoa forma lupina que usava antes. “Essa ma-
estatísticas estão nesta aventura. Algumas edição da BC. do interior da caverna quando uma tança vai destruir tudo e todos. Não per-
 Clima Frio. Nuvens repentina- enorme forma lupina de pelos averme- mitirei que continue”.
Encontros Aleatórios lhados lentamente sai de seu interior.
mente cobrem o sol e o frio se torna mais A elfa diante dos PdJ é Sinaryel Lyende-
na Mata dos Uivos
d% Encontro NE Pg. intenso. Os PdJ deverão fazer um teste de O grande lobo parece maior e mais rall, a druida considerada protetora da Mata
01-10 2 rubropelo 5 - Fortitude (CD 15) ou sofrem 1d6 de dano ameaçador do que qualquer outro que já dos Uivos. Habitante destas matas há deze-
11-15 Clima Frio 1 - não-letal pelo frio. Não são necessários no- viram. Projeções ósseas semelhantes a nas de anos, Sinaryel cresceu entre os lobos
16-20
1d4+2 enxames de
4 219 vos testes. espinhos projetam-se de suas costas e o e, em certo momento, foi tomada como
morcegos
21-25 2d4+2 hienas 3 181  Neve Fina. Uma neve fina começa topo da cabeça lupina é coroada por uma companheira por um rubropelo líder de ma-
26-30 1 enxame de vespas 3 281 a cair, conferindo -4 em testes de Percepção grande quantidade de projeções meno- tilha (que ela chama de Nargaraff). Hoje a
31-35 Árvore em Queda 2 - e reduzindo a visibilidade pela metade. Role res, com poucos centímetros de altura. elfa protege a mata e passa mais tempo na
36-40 1d4+2 lobos 2 202
novamente um encontro aleatório. Embora a coloração rubra seja predomi- forma de lobo do que na forma élfica (em-
41-50 2d4+2 lobos 2 202 nante em seus pelos, manchas de cores bora as regras ditem que ela só consegue se
51-55 1d2 javalis 2 184  Terreno Rochoso. O solo nessa re-
56-70 Acidente Geográfico ¼ -
variadas formam estranhos e intricados manter nessa forma durante sete horas),
1 lobisomem (forma de gião é mais rochoso. Não tem influência em padrões por todo seu corpo, quase como sempre acompanhada de Nargaraff e tam-
71-75 2 195 combate, mas o próximo teste de Sobrevi- se fossem tatuagens em um corpo huma- bém dos outros lobos da matilha, que atuam
lobo)
1d6+3 goblins bandi- vência tem sua CD aumentada em +5. Role noide. como seus companheiros e amigos (mas sem
76-80 3 -
dos novamente um encontro aleatório. o vínculo de companheiros animais).
81-85 Terreno Rochoso 1 - Repentinamente, diante de seus
86-90 1 vinha assassina 3 282 Caverna de Lobos olhos algo surpreendente acontece. A Sinaryel é uma PdM importante e pode-
91-95
1d4+2 formigas gigan-
5 151 enorme forma lupina ergue-se nas patas rosa, além de protagonista final desta aven-
tes Quando os testes de Sobrevivência em traseiras, que começam a alongar-se. As tura. Se os PdJ escolherem obedecê-la e ir
96-00 Neve Fina - - busca dos rastros somar 3 km (conforme ex-
* Todas estas criaturas têm suas estatísticas des-
dianteiras, em contrapartida, gradual- embora a elfa e os lobos não atacarão – mas
plicado antes) leia o texto abaixo ao grupo. mente atrofiam-se. Os pelos lentamente o grupo não conseguirá encontrar o tal item
critas no Bestiário de PATHFINDER ou aqui na
aventura. Os eventos de Clima, Frio, Árvore em diminuem em tamanho e intensidade, o mágico roubado de Bernard que na realidade
Queda, Acidente Geográfico, Terreno Rochoso longo focinho lentamente retrocede, encontra-se em posse da druida. Há várias
e Neve Fina são descritos ao lado. dando lugar a um rosto humanoide,

21
 maneiras pelas quais os eventos finais po- Acostumada a lidar apenas com os ani- Novo Item Mágico: Cajado Reptiliano
dem se desenrolar. Abaixo são explicados mais, a elfa não é exatamente carismática. Aura encantamento moderada; NC 10º; Posição nenhuma; Preço: 15.000 PO; Peso
somente alguns, bem como as intenções da Também não pode ser considerada bon- 2,5 kg.
druida ao roubar os itens. dosa: importa-se basicamente consigo Descrição. Feito de ferro entalhado como escamas e uma cabeça reptiliana em uma
mesma, com sua matilha e com o equilíbrio das extremidades, este cajado permite o uso das seguintes magias, mas afetando somente
Conversa com a Druida da natureza. Convencê-la a explicar melhor criaturas com o subtipo “reptiliano”: detectar animais ou plantas (4 cargas), encantar pessoa (4
A opção mais lógica neste momento é a situação exigirá sucesso em um teste de Di- cargas) e dominar pessoa (2 cargas). Todos os efeitos funcionam apenas contra répteis e hu-
conversar com a druida. Se perguntarem a plomacia (CD 15); druidas receberão um bô- manoides reptilianos (como kobolds e trogloditas).
ela sobre o roubo à carroça, a elfa dirá que nus de +4 no teste. Construção: Criar Cajado, detectar animais ou plantas, encantar pessoa, dominar pessoa; Preço
foi ela mesma quem arquitetou o ataque, por Se tiverem sucesso na diplomacia a elfa 7.500 PO.
ordem da Mãe Gaia (deusa da natureza e da gradualmente começará a explicar a situação.
raça élfica – se desejar, mude para outra di- O tal cajado de Bernard é chamado cajado problema, até que a ambição deles co- relação com a exploração proporcionada por
vindade de sua preferência). reptiliano (veja o quadro). Trata-se de um meçou a afetar as tribos de trogloditas Keffen Negrágua.
item druídico com a capacidade de detectar que vivem nas porções mais profundas
“A Mãe Gaia me falou sobre o cajado, Por estes motivos, Sinaryel se negará ve-
e influenciar o comportamento de criaturas das minas. Agora o halfling quer expul-
sobre o que ele poderia fazer e a matança ementemente a entregar o item mágico...
reptilianas. Não chega a ser algo de grande sar os trogloditas das cavernas para au-
que ele causaria. O cajado reptiliano
risco. Contudo, a elfa explica que nas mãos mentar os lucros. A Mãe Gaia me enviou Se os PdJ optarem por deixar o cajado
pode ser inofensivo, mas nas mãos dos
de Keffren Negrágua, prefeito de Stroud, o uma visão... algo muito ruim vai aconte- com Sinaryel, Bernard irá reclamar bastante,
Negrágua só vai trazer dor e tragédia.
uso do item poderia ser desastroso. cer se isso continuar...” dizendo que é injusto e que precisa do di-
Não posso permitir que isso continue.
Vão! Partam e desistam do que vieram nheiro. Mesmo assim ela não cederá.
“Há anos os Negrágua exploram os Sinaryel será irredutível sobre manter o
fazer!” Usando de muita negociação e diplomacia
recursos minerais nas minas a oeste da- cajado reptiliano consigo; ela não o entregará
(exija três sucessos em Diplomacia CD 15
qui. No início não achava que fosse um em hipótese alguma, por mais que prome-
antes de três falhar) a druida poderá com-
tam mantê-lo em segurança ou até mesmo
pensar o comerciante lhe entregando sua
destruí-lo. A druida tomou para si a respon-
 Sinaryel Lyenderall: ND 7, XP 3.200; N humanoide (elfa) Média, druida 7, Ini- lança de madeira negra. O comerciante acei-
sabilidade de guardar o item e evitar uma tra-
ciativa +2, Percepção +9, visão na penumbra; CA 15 (+2 Des, +3 armadura), toque 12, tará a oferta, muito a contragosto, mas não
gédia.
desprevenido 13; PV 32 (7d8); Fort +5, Ref +5, Von +8; Desl. 9m; corpo-a-corpo: foice terá como recompensar os PdJ (ele precisará
+8 (1d6+1, x2) ou lança de madeira negra +6 (1d8+1, x3); à distância: lança +9 (1d8+1, Se pedirem por mais informações, a elfa de todo o dinheiro da venda do item). Se os
6m, x3); BMC +6, DMC 19; For 12, Des 15, Con 11, Int 12, Sab 16, Car 10. dirá que sempre foi contra a exploração de- heróis mesmo assim exigirem sua parte no
Perícias & Talentos: Adestrar Animais +5, Artes Mágicas +5, Cavalgar +6, Conheci- senfreada das minas. Para ela os trogloditas pagamento... então ele exigirá o item mágico
mento (natureza) +7, Conhecimento (geografia) +5, Cura +6, Escalar +5, Natação +4, são criaturas naturais que vivem em equilí- de volta, pois estará em grande desvantagem
Percepção +9, Sobrevivência +9; Acuidade com Armas, Afinidade com Animais, Magia brio com o mundo natural. A elfa acredita na negociação!
Natural, Magia em Combate. que como todas as criaturas vivas, os troglo-
ditas desempenham um importante papel no  Negociação. Três sucessos em tes-
Equipamento: foice, corselete de couro +1 selvagem, lança de madeira negra. tes de Diplomacia (CD 15) antes de três fa-
Habilidades de Druida: Elo com a Natureza (companheiro animal, Nargaraff), empatia mundo e expulsá-los de seus lares subterrâ-
neos (ou exterminá-los) pode gerar um lhas. Falha por 10 ou mais em um dos testes
selvagem (Diplomacia +7), travessia da floresta, rastro invisível, resistir à tentação da na- ofende a druida e causa falha automática.
tureza, forma selvagem (2/dia, 7 horas; animal Grande com For 16, Des 13, CA 17, faro, grande desequilíbrio que, por sua vez, afe-
visão na penumbra e derrubar). tará todos os seres vivos da região. Para pio-  Lança de Madeira Negra. 362 PO,
Magias Tipicamente Preparadas: (preces) virtude, orientação x2, brilho; (1º nível) convocar aliado rar, a elfa diz ter recebido uma visão de Gaia, 1,5 kg, dano 1d8 perfuração, crítico x3, al-
da natureza I, enredar, presa mágica, curar ferimentos leves x2; (2º nível) convocar aliado da natureza a Mãe Natureza, prevendo uma catástrofe cance 6m, +1 em jogada de ataque.
II, pele de árvore, lâmina de chamas, resfriar metal; (3º nível) convocar relâmpagos, curar ferimentos nas minas envolvendo os trogloditas. Ela
moderados, tempestade de granizo; (4º nível) toque enferrujante. CD 13+ nível da magia. não sabe o que é, mas crê que tenha alguma

22
Combate com a Druida
Se for atacada (uma atitude bastante tola
por parte dos PdJ) a druida reagirá feroz-
mente, auxiliada por Nargaraff e os outros
seis lobos cinzentos que os acompanham.
Será uma luta extremamente complicada
para os heróis...
Em combate, a druida ataca primeiro
com suas magias. Sua primeira ação será usar
enredar de modo a afetar o máximo de adver-
sários possível, cobrindo uma área de 12m
de raio. Depois disso, se não estiver engajada
em combate corporal, ela utilizará convocar re-
lâmpagos para gradualmente desencadear até
6 relâmpagos sobre seus inimigos (3d6 de
dano cada). Se for obrigada a entrar em com-
bate direto ela tentará usar pele de árvore para
receber +3 de bônus na armadura natural
(aumentando sua CA para 18). Ela também
pode usar presa mágica em Nargaraff a fim de
aumentar seu bônus de ataque e dano em
 Nargaraff: ND 4, XP 1.200; N
animal Grande, Iniciativa +1, Percepção
+6, faro; CA 18 (+1 Des, -1 tamanho, +8
natural), toque 10, desprevenido 17; PV
51 (6d8+24); Fort +9, Ref +6, Von +3;
Desl. 16m; corpo-a-corpo: mordida +9
(1d8+5 e derrubar); BMC +10, DMC 21
(derrubar 25); For 21, Des 13, Con 19, Int
3, Sab 12, Car 6.
Perícias & Talentos: Furtividade +0,
Percepção +6, Sobrevivência +2 (+6 fa-
rejando); Foco em Perícia (Percepção),
Foco em Arma (mordida), Corrida.
Derrubar: se acertar o ataque com mor-
dida tentar derrubar um alvo Enorme ou
menor como uma ação livre que não
causa ataques de oportunidade.
Habilidades de Companheiro Animal: vín-
culo, partilhar magias, evasão, devoção.
+1. Se ela e seus companheiros estiverem le-
vando a pior na luta ela utilizará tempestade de Recompensas da Parte 3
granizo a fim de atrapalhar a visão dos adver- Para os encontros aleatórios que ocorrem na Parte 3 da aventura, compare o NE com
sários, permitindo que ela e os lobos fujam. a ND da Tabela 1-7 na pg. 293 do Bestiário de PATHFINDER para determinar a recompensa
em XP (por exemplo NE 2 confere 600 XP). Divida o valor em XP igualmente entre os
Uma vez iniciado o combate será muito membros do grupo. Verifique também na lista abaixo outros feitos dos PdJ e distribua a
difícil convencer Sinaryel a interrompê-lo – recompensa conforme descrita.
sobretudo se algum dos lobos tiver sido Obter um Sucesso Perfeito no teste de Sobrevivência: 500 XP para o PdJ.
muito ferido. Se for forçada a fugir, ou se for Não falhar em Nenhum Teste de Sobrevivência: 1.000 XP dividido entre o grupo.
de alguma forma derrotada, os PdJ poderão
Derrotar Sinaryel e seus Lobos: 7.000 XP dividido entre o grupo, mas ficarão com má
encontrar o cajado reptiliano no interior da ca- reputação na região.
verna, escondido em meio a algumas rochas
Concordar em manter o Cajado com Sinaryel: 5.000 XP dividido entre o grupo.
(Percepção CD 15 para encontrar). O que Optar por ajudar Sinaryel em sua empreitada: 1.000 XP dividido entre o grupo.
eles farão com seu prêmio fica por conta do
Compensar Bernard de alguma maneira: 500 XP dividido entre o grupo (apenas se houverem
grupo... PdJ Bondosos no grupo).
Fim da Parte 3
A terceira e última parte desta aventura
tem um final bastante aberto. Não é possível
prever o que os PdJ farão quando confron-
tados com o dilema.
De um lado, um comerciante cheio de
dívidas que teve um item mágico roubado e
está disposto a dividir parte dos lucros com
os heróis que o ajudarem a recuperar o ob-
jeto. De outro, uma druida tentando evitar o
que ela acredita que será uma catástrofe!
Como os PdJ resolverão essa situação?
Como visto na BC#16, Sinaryel sempre
foi contra a exploração das minas dos Ne-
grágua. Existe uma boa chance de que após
resolver o dilema os heróis escolham retor-
nar a Stroud e conversar com o prefeito Ne-
grágua sobre os riscos da exploração das mi-
nas. O que resultará desta conversa fica por
sua conta...
... ou aguarde pela próxima edição da
BEHOLDER CEGO para uma continuação
dessa trama...
23
 Desafios
Selvagens!
Explorar regiões selvagens cheias de
perigo é tarefa corriqueira para a maioria
dos grupos de aventureiros. Contudo, al-
guns mestres às vezes esquecem que es-
sas regiões selvagens não são perigosas
apenas por causa das criaturas que vivem
lá. Em alguns lugares, até mesmo o clima
pode ser um dos maiores desafios a ser
vencido!
Na longínqua BEHOLDER CEGO #12 es-
crevi uma matéria com dicas para criar aven-
turas em florestas. A ideia era mostrar ao lei-
tor que uma floresta poderia esconder muitos
perigosos bem diferentes do típico combate
contra feras. Apesar dos erros de ortografia
gostei bastante do resultado – claro que hoje
eu escreveria um pouco diferente, mas a ideia
foi boa e me orgulhou. Por muito tempo eu
quis escrever outros artigos seguindo o
mesmo estilo, porém voltados para outras re-
giões selvagens. Acabou não acontecendo...
até agora.
Após muito pensar, ler material da SRD e
antigas publicações do finado D&D 3.5 de-
cidi que já estava mais do que na hora de es-
crever alguma coisa nesta linha. Primeiro
pensei em desenvolver cada ambiente selva-
gem em separado, mas percebi que muita
coisa era comum a todos eles, então decidi
24
resumir algumas coisas e criar uma única ma-
téria com dicas para todo tipo de terreno.
Diferente da matéria publicada na
BC#12, Desafios Selvagens não é apenas
descritivo. Aqui você encontrará dicas e re-
gras alternativas para desafiar os PJ sem a ne-
cessidade de monstros – ou simplesmente
coisas que vão tornar o combate mais com-
plicado. As regras são voltadas para jogos
OGL (em geral, TORMENTA RPG e
PATHFINDER). Às vezes você pode encon-
trar discrepâncias entre as regras oficiais des-
ses sistemas e as descritas aqui. Neste caso,
use aquela que achar melhor.
Clima
Como foi dito anteriormente, em al-
gumas regiões selvagens o próprio clima
pode ser um dos maiores desafios àque-
les que tentam explorá-la.
O clima compreende uma série de fatores
ambientais, como temperatura, precipitação,
ventos e pressão atmosférica. Durante uma
aventura, o mestre pode escolher o clima
conforme achar mais conveniente ou pode
determina-lo aleatoriamente, jogando um d%
contra a Tabela 1. Perceba que alguns fatores
vão depender da época do ano em que a
aventura transcorre. Se o mestre não mantém
 distância; apaga chamas desprotegidas e tem humana, locais onde a natureza impera.
Tabela 1: Determinando o Clima Aleatoriamente
Ambientes 50% de chance de apagar chamas protegidas; Isso não significa que não possam haver
d% Ambientes Frios Ambientes Desérticos dissipa magias de névoa em uma rodada; to- estruturas e comunidades nestes locais,
Temperados ou Tropicais
Frio, sem ventos ou Temperatura amena, sem ventos Calor, sem ventos ou ventos dos sofrem 1d3 de dano por minuto. mas eles sempre serão escassos.
01-50
ventos fracos. ou ventos fracos. fracos.
Frio com ocorrência Temperatura amena e úmida, com Furacão. Apaga chamas e ataques à dis- Regiões selvagens podem ser classificadas
51-70 Calor, com ventos fortes. tância são impossíveis; a cada rodada criatu- de muitas maneiras, mas neste artigo elas se-
de neblina. neblina.
71-80
Muito frio, ventos Frio ou calor, de acordo com a Muito calor, sem ventos ou ras Grandes ou menores devem fazer teste de rão divididas em três grupos: ambientes frios
fortes. época do ano, ventos fortes. ventos fracos. Fortitude (CD 15) ou caem; criaturas Médias (tundras e regiões glaciais ou polares), ambi-
Frio com ocorrência de chuva ou ou menores além de cair são arrastadas 1d4 x entes temperados ou tropicais (florestas,
Muito frio com Muito calor com ventos for-
81-90 muito calor, de acordo com a
ocorrência de neve.
época do ano.
tes. 1,5m na direção do vento e sofrem 1d4 de montanhas, planícies, campos, praias, etc.) e
Muito frio com gra- Frio ou calor com tempestade, de Muito calor com ventos for- dano para cada 1,5m. ambientes desérticos (desertos quentes ou
91-95
nizo. acordo com a época do ano. tes. rochosos). Note que muitas regiões selvagens
Frio extremo com Muito frio ou muito calor, de Tornados. Apaga chamas e ataques à dis-
96-99 Calor extremo. poderiam ser incluídas em mais de um destes
granizo. acordo com a época do ano. tância são impossíveis; a cada rodada criatu-
três tipos: tundras são considerados desertos
Frio extremo com Frio ou calor com ocorrência de Calor extremo. Com ventos ras Enormes ou menores devem fazer teste
00
tempestade de neve. tornado ou furacão. fortes
frios, estepes são planícies de clima semiá-
de Fortitude (CD 25) ou caem; criaturas
rido, florestas podem ter clima de ambientes
Grandes ou menores além de cair são arras-
frios em certas épocas do ano, montanhas
um controle rígido sobre esse tipo de coisa, Neve. Provoca -4 em testes de Percepção tadas 2d6 x 1,5m na direção do vento e so-
podem ter clima temperado, frio ou até de-
pode determinar o período do ano aleatoria- e reduz a visibilidade pela metade. Terrenos frem 1d4 de dano para cada 1,5m.
sértico... enfim, há muitas possibilidades.
mente lançando um d% (sempre que a tabela cobertos por neve são considerado terreno
oferecer duas opções, considere 50% de difícil (custa o dobro do deslocamento para Para PATHFINDER você pode usar as re-
A seguir serão discutidas e comentadas al-
chance para cada). A Tabela 2 explica os efei- percorre-los). gras de efeitos do vento apresentadas na pg.
gumas regiões selvagens que podem ocorrer
tos de cada um dos verbetes relacionados à 439 do Manual Básico.
em cenários de fantasia medieval, com dicas
Chuva. Provoca penalidade de -4 em tes-
temperatura (frio, muito frio, calor, muito ca- e exemplos de desafios que os PJ podem en-
tes de Percepção e reduz a visibilidade pela
lor, etc.). Os verbetes relacionados a precipi-
metade; impõem -2 de penalidade em ataques Regiões Selvagens contrar no caminho. As descrições são bas-
tação e intensidade do vento são explicados tante simples e gerais, não se prendendo for-
à distância; tem 50% de chance de apagar Quando falamos em regiões selva-
nas pgs. 243 e 244 do Manual de TORMENTA temente às suas definições geológicas. Aqui
chamas desprotegidas. gens geralmente nos referimos a regiões
RPG e a partir da pg. 437 do Livro Básico de tudo será puramente descritivo; mais adiante
PATHFINDER. Por praticidade, os efeitos Granizo. Provoca -4 de penalidade em que não são dominadas pela civilização
dos verbetes serão reproduzidos aqui (em Percepção e reduz a visibilidade pela metade;
caso de divergência, escolha a regra que achar 1d3 de dano por minuto (sem direito a testes Tabela 2: Categorias de Temperatura
Categoria Temp. Efeito
melhor). para evitar). Fortitude a cada minuto (CD 15 +1 por teste anterior) ou sofre 1d6
Frio Extremo < -20°C
Neblina. Criaturas a mais de 1,5m são Tempestade. Causa -8 de penalidade em de dano.
consideradas sob camuflagem. A visibilidade Fortitude a cada hora (CD 15 +1 por teste anterior) ou sofre 1d6
Percepção e reduz a visibilidade para um Muito Frio -20ºC a -10ºC
de dano.
reduz pela metade. quarto; -4 em jogadas de ataques à distância; Fortitude a cada hora (CD 15 +1 por teste anterior) ou sofre 1d6
apaga chamas desprotegidas e tem 50% de Frio -9ºC a 15ºC
Vento Fraco. Nenhum efeito nocivo. de dano não-letal.
chance de apagar chamas protegidas; dissipa Amena 16ºC a 30ºC Nenhum efeito nocivo.
Vento Forte. Ataques à distância sofrem magias de névoa em uma rodada. Fortitude a cada hora (CD 15 +1 por teste anterior) ou sofre 1d6
Calor 31ºC a 50ºC
-2 na jogada de ataque; chamas desprotegidas de dano não-letal.
Tempestade de Neve. Causa -8 de pe- Fortitude a cada hora (CD 15 +1 por teste anterior) ou sofre 1d6
tem 50% de chance de apagar; dissipa magias Muito Calor 51ºC a 60ºC
de dano.
nalidade em Percepção e reduz a visibilidade
de névoa em 4 rodadas. Fortitude a cada minuto (CD 15 +1 por teste anterior) ou fica fati-
para um quarto; -4 em jogadas de ataques à Calor Extremo > 60ºC
gado e sofre 1d6 de dano.

25
 frio. Como qualquer deserto, caracterizam-se
pela baixa pluviosidade, mas, diferente dos
desertos arenosos e rochosos, aqui predo-
mina terreno do tipo permafrost (ou pergelis-
solo), formado por terra, gelo e rochas. Por
este motivo é muito mais fácil encontrar água
em desertos frios. Em determinadas épocas
do ano o calor provoca o derretimento do
gelo, o que acarreta na formação de amplas
planícies lamacentas. A vegetação predomi-
nante nas tundras é a de gramíneas e peque-
nos arbustos – grandes árvores são raras ou
até inexistentes.
Há muitas maneiras de caracterizar uma
floresta. Com relação à densidade da vegeta-
ção, ela pode ser classificada como esparsa
(quando a vegetação se encontra mais espa-
çada e o deslocamento no solo é mais fácil)
ou densa (muitas árvores de grande porte ou
vegetação emaranhada que torna mais difícil
se deslocar). Uma grande floresta poderia
conter, em seu interior, áreas mais densas e
áreas mais esparsas. O clima também pode
variar muito entre diferentes florestas, ha-
vendo florestas de clima frio e de clima seco.
Florestas aciculifoliadas, onde predomi-

haverá algumas regras para desafiar os PJ nes-
tes ambientes.
Desertos
Desertos caracterizam-se pela baixa fre-
quência de chuvas. Podem ocorrer em climas
quentes, temperados, tropicais ou frios. A
baixa pluviosidade não significa que seja “im-
possível” encontrar água em desertos – chu-
vas ocasionais “ocorrem” nestes ambientes
em determinadas épocas do ano, geralmente
volumosas e violentas, muitas vezes provo-
cando grandes inundações. Água também
pode entrar no ecossistema de um deserto a
partir de chuvas e neve de montanhas próxi-
mas.
Desertos de climas quentes geralmente
são compostos, em sua maior parte, por uma
paisagem de dunas – embora regiões rocho-
sas também ocorram em grande proporção.
A maior parte da vegetação ocorre associada
aos oásis – uma área isolada de vegetação que
sobrevive graças à uma nascente de água
doce. Oásis geralmente são locais de grande
importância para viajantes e caravanas que
ousam atravessar os desertos. Existem tam-
bém plantas adaptadas ao calor e à salinidade
que ocorrem em algumas regiões. Estas plan- Florestas e Selvas nam pinheiros de diversas espécies, geral-
mente ocorrem em regiões de clima frio e fa-
tas geralmente retém uma grande quantidade Florestas são áreas densamente ocupadas zem fronteira com montanhas gélidas ou tun-
de água e apresentam estratégias de defesa por todo tipo de vegetação – árvores, arbus- dras. Nestas florestas a vegetação costuma
contra predadores (como os característicos tos, gramíneas, etc. As selvas são florestas ser mais esparsa, mas há exceções. Chuvas
espinhos de um cacto) e para retenção de úmidas geralmente localizadas em zonas são raras, ocorrendo somente em determina-
água (poucas folhas, duras e recobertas por
equatoriais. das épocas do ano, geralmente na forma de
películas que ajudam a evitar a evaporação). nevascas. As taigas (florestas de coníferas)
Há também a ocorrência de plantas perenes,
também são comuns nestas regiões.
que permanecem dormentes no solo até que
as condições sejam favoráveis para seu de-
senvolvimento – como as raras ocorrências
de chuvas, por exemplo.
Desertos de climas tropicais e tempera-
dos costumam ter solo mais rochoso do que
arenoso. Também se caracterizam pela ocor-
rência de vegetação adaptada, principalmente
cactos e plantas perenes, além de certas plan-
tas de maior porte – como o baobá. Em de-
sertos de climas tropicais e temperados é
mais comum encontrar lagos ou rios intermi-
tentes – lagos e rios temporários que se for-
mam durante períodos de muita chuva, mas
secam rapidamente nos períodos de estia-
gem.
Mas ao contrário do que alguns imagi-
nam, nem todos os desertos são quentes – as
tundras, por exemplo, são desertos de clima

26
 As florestas tropicais úmidas são as mais
ricas em termos de diversidade de fauna e
flora. Caracterizam-se por climas mais ame-
nos, sem períodos de calor ou frio extremo,
e com grande volume de chuvas. Podem
apresentar regiões de vegetação densa e áreas
de vegetação esparsa.
Uma floresta oferece grandes oportuni-
dades para emboscadas – caçadores experi-
entes (rangers e/ou patrulheiros) podem ata-
car à distância do topo de árvores. Contudo,
estas regiões também oferecem grandes peri-
gos naturais para viajantes desacostumados –
raízes altas que podem causar quedas, cipós
com espinhos, insetos capazes de transmitir
doenças... Dê uma lida na BC#12 para algu-
mas ideias.
Montanhas
Em termos geográficos uma montanha
(ou monte) é a forma de um relevo e uma se-
quência de montanhas é chamada de cordi-
lheira. Aqui consideraremos o termo será uti-
lizado para se referir não apenas ao relevo em
si, mas a toda região montanhosa.
A principal característica de uma monta-
nha ou região montanhosa é que costuma
apresentar altitude superior às regiões vizi-
nhas. Seu terreno geralmente é irregular e di-
fícil de percorrer. Penhascos, escarpas e abis-
mos são comuns nessas regiões.
Regiões montanhosas ocorrem em prati-
camente qualquer tipo de clima, mas quanto
mais alta a montanha menor a temperatura
no cume (a porção mais alta) – em geral, a
temperatura cai em cerca de 1ºC para cada
150 metros de subida. Existem exceções –
sobretudo em cenários de fantasia medieval,
que muitas vezes não seguem as regras nor-
mais da geografia. Regiões montanhosas com
grande atividade vulcânica, por exemplo,
provavelmente serão quentes em quase todas
as suas porções.
Muitas montanhas de clima temperado e
tropical são recobertas por grandes extensões
de floresta. A vegetação é mais abundante nas
porções mais baixas da montanha, tornando-
se lentamente escassa conforme se aproxima
do cume. Muitos grandes rios têm suas nas-
centes em grandes montanhas, o que facilita
o desenvolvimento de amplas porções flores-
tadas. Algumas montanhas podem esconder
grandes vulcões que, quando despertos, des-
pejam fogo e lava para todos os lados.
É comum que regiões montanhosas abri-
guem um grande número de cavernas natu-
rais ou até mesmo cavernas esculpidas por ra-
ças inteligentes (como anões). Também não
são raros nestas regiões grandes penhascos e
paredões de rocha que só podem ser trans-
postos através de escalada.
Pântanos
Terrenos pantonosos são geralmente pla-
nos em sua maior parte, com vegetação abun-
dante e grande quantidade de água parada. A
formação destes terrenos ocorre justamente
porque a água que entra em seus sistemas
pela chuva ou mesmo alimentado por algum
rio demora muito para escoar para outras
áreas, permanecendo paradas e estagnadas
por muito tempo. Isso faz com que a matéria
orgânica se decomponha lentamente, o que
confere aos pântanos um odor forte de ma-
téria em decomposição que alguns poderiam
chamar de “podridão”. Neste artigo o termo
“pântano” será usado como sinônimo de
qualquer área úmida (banhados, manguezais,
charcos, brejos, charnecas, etc).
Existem muitos tipos de pântanos, que
recebem diferentes terminologias. Nas planí-
cies costeiras é comum a ocorrência de man-
gues, que são pântanos que ocorrem na tran-
sição entre o ambiente terrestre e marinho.
Por isso os manguezais são pântanos onde a
água possui grande concentração de sais.
Este mesmo sal se concentra no solo dos
mangues. A vegetação do mangue costuma
ser bastante característica, adaptada ao ambi-
ente salino, havendo muitas espécies com ra-
ízes aéreas – raízes que se desenvolvem fora
da terra e ajudam na obtenção de oxigênio,
escasso nos solos de mangues. Também é co-
mum que essas raízes sejam bastante emara-
nhadas.
Os charcos e banhados, por outro lado,
formam-se pelo acúmulo de água proveni-
ente das chuvas ou rios – por isso não são tão
salinos e permitem o desenvolvimento de ve-
getação herbácea diferenciada. Obviamente,
a vegetação de charcos e banhados ainda é
adaptada a ambientes úmidos – já que a con-
centração de água no solo é muito grande e o
oxigênio menos abundante. Existem diferen-
ças entre charcos e banhados, principalmente
no que diz respeito ao tamanho e concentra-
ção de água, mas aqui essas diferenças não
são tão importantes.
Pântanos geralmente tem terreno úmido
e lamacento, podendo dificultar muito o des-
locamento. Além da própria redução no mo-
vimento, deslocar-se por áreas pantanosas
pode oferecer outros problemas a longo
prazo. Pisar em uma poça d’água e encher a
bota de água pode parecer apenas um incô-
modo, mas também pode causar calos, dores
e até mesmo infecções devido à matéria or-
gânica que a acompanha. Por isso permane-
cer muito tempo se deslocando dessa ma-
neira pode ter consequências bem mais sérias
do que apenas um mau-cheiro nos pés...
Planícies e Colinas
Uma planície é uma grande área com
pouca ou nenhuma variação de altitude. Com
27

essa definição poder-se-ia incluir desertos e
pântanos como planícies, mas para a finali-
dade deste artigo, considere também que a
planície é um ambiente onde a água está pre-
sente em relativa abundância, mas não per-
manece parada e acumulada por muito
tempo, havendo absorção rápida pelo solo
e/ou escoamento para outras regiões através
de rios e córregos.
Enquanto uma planície caracteriza-se por
ser relativamente plana (dããã), as colinas
apresentam-se como acidentes geográficos
com ocasionais elevações e declives do ter-
reno formando pequenos morros. Apesar
dessas diferenças, as duas regiões partilham
para algumas características (ao menos para a
finalidade deste artigo).
Planícies e colinas são regiões mais propí-
cias para o desenvolvimento de agricultura e
centros urbanos, por isso é comum encontro
com povos civilizados (ou mais ou menos ci-
vilizados). A vegetação predominante é de
gramíneas e arbustos de pequeno porte, com
28
grandes árvores pontu-
ando o terreno. De todas
as regiões “selvagens”, es-
tas são talvez as que ofe-
recem maior segurança
em termos de perigos na-
turais. Em compensação,
encontros com bandolei-
ros e assaltantes de beira
de estrada são bastante
comuns.
Grandes extensões de
planícies com abundância
de vegetação gramínea,
sem a presença de arbus-
tos e árvores, são ocasio-
nalmente chamadas de
pradarias ou campos. Estas regiões são fre-
quentemente habitadas por grandes herbívo-
ros pastadores e alguns de seus predadores,
mas também oferecem poucos perigos natu-
rais para seus viajantes.
Savanas
As savanas são regiões planas com grande
ocorrência de gramíneas, arbustos e árvores
esparsas. Assemelham-se às planícies e coli-
nas nestes quesitos, mas também se caracte-
rizam por grande escassez de água determi-
nadas épocas do ano. Em geral, as savanas
caracterizam-se por duas grandes estações,
uma seca e quente e outra muito chuvosa.
Savanas tem solo bastante fértil, caracte-
rizado principalmente por gramíneas e arbus-
tos. Durante as estações secas (que podem
durar meses) é comum que ocorra mortan-
dade de muitas plantas; algumas, mais bem
adaptadas aos períodos de seca, podem en-
trar em dormência, voltando às suas ativida-
des normais nos períodos de chuva. Nas es-
tações chuvosas o desenvolvimento da vege-
tação é bastante acelerado, o que também
atrai uma fauna diversa. Em geral, a ação des-
tes grandes herbívoros pastadores impede o
desenvolvimento de árvores e arbustos de
maior parte, favorecendo o crescimento de
gramíneas e herbáceas.
Perigos Selvagens
Abaixo estão listados alguns desafios
que podem ser encontrados em regiões
selvagens. Alguns são específicos de de-
terminados tipos de terreno, enquanto
outros podem ocorrer em muitos deles.
Cada desafio funciona com uma mecâ-
nica diferente. Alguns funcionam como ar-
madilhas, mas geralmente não podem ser
“desarmados”. Outros são situações que tor-
nam um combate mais difícil (aumentando,
assim, seu Nível de Encontro). E há aqueles
que são desafios por si mesmo, que devem
ser vencidos com estratégia ou uso de perí-
cias. Use-os como achar mais conveniente
em suas aventuras.
Abismo (ND ½)
Regiões Típicas: desertos rochosos e
montanhas.
Algumas regiões selvagens podem ter
abismos que se abrem na rocha, às vezes em
locais difíceis percebê-los. Funciona como
uma armadilha de fosso, com a diferença de
que não costumam estar escondidos e não
podem ser desarmados.
Perceber um abismo exige sucesso em
um teste de Percepção (CD 15). Se não per-
ceber o abismo a vítima ainda tem direito a
um teste de Reflexos (CD 15) para evitar
queda. A profundidade varia, mas para ND
½ considere 5m de profundidade (3d6 de
dano).
Alguns abismos podem conter, no fundo,
rochas pontudas que funcionam como esta-
cas. Neste caso a vítima tem direito a um teste
de Acrobacia (CD 20) para evitar as pedras
no fim da queda ou sofrerá 2d4+2 de dano
adicional. Estes abismos com rochas farpa-
das são considerados desafios de ND 1.
Se desejar aumentar ainda mais o desafio
pode fazer com que o abismo esteja em um
local especialmente difícil de visualizar ou
seja recoberto por uma fina camada de terra
seca e rochas. Nestes casos, a vítima não terá
direito ao teste de Percepção para perceber o
abismo, apenas o teste de Reflexos. Aumente
a ND do desafio em +1.
Acidente Geográfico (ND ¼)
Regiões Típicas: florestas, selvas, mon-
tanhas e pântanos.
Enquanto caminha por um terreno difícil
(pedregoso, escorregadio ou com obstáculos
naturais, como raízes suspensas) um dos PJ
(escolhido aleatoriamente) perde o equilíbrio
e cai. Um teste de Acrobacia (CD 10) evita a
queda; do contrário, sofre 1d6 de dano.
Para complicar um pouco mais, a queda
pode levar aquele PJ para alguma outra região
dentro da área, como uma trilha mais em-
baixo do barranco. Em algumas ocasiões,
isso pode fazer com que o PJ se separe de
seus companheiros, o que pode gerar outros
problemas. Outro complicador é que os
companheiros podem não perceber a queda
do aliado por algum motivo (chuva forte com
trovões que abafam qualquer ruído, desloca-
mento acelerado, etc.). Nessas situações o
grupo pode precisar de um teste de Percep-
ção (CD 15) para ouvir e perceber a queda do
companheiro.
Se o desequilíbrio e queda devido ao aci-
dente geográfico acarretar em uma queda de
grande altura, acrescente o dano devido à al-
tura, seguindo suas regras normais (e au-
mente a ND para ½).
Areia Movediça (ND 2)
Regiões Típicas: desertos arenosos e
pântanos.
Uma área com 7,5m de diâmetro contém
partículas de areia extremamente finas (no
caso de desertos arenosos) ou estão embebi-
das em água de forma que não oferecem re-
sistência, tragando objetos e criaturas que pi-
sem nela. Para PATHFINDER, areia move-
diça é descrita na pg. 427 do Módulo Básico.
Para TRPG as regras são descritas na pg. 105
do Manual do Combate.
Areia/Neve Rasa (NE +1)
Regiões Típicas: desertos arenosos, ro-
chosos e frios, montanhas gélidas.
Estas áreas tem uma camada de areia fina
ou neve rasa que dificulta o deslocamento. É
considerado terreno difícil: custa o dobro do
deslocamento e não permite investidas. A
areia/neve em si não é nenhum desafio, mas
enfrentar criaturas em areia/neve rasa au-
menta a NE do encontro em +1.
O uso de equipamentos próprios para
deslocamento nestas áreas (como roupas de
deserto ou neve) permite evitar empecilho e
se deslocar normalmente.
Areia/Neve Funda (NE +2)
Regiões Típicas: desertos arenosos, ro-
chosos e frios, montanhas gélidas.
Estas áreas tem uma camada de areia fina
ou neve profunda, fazendo com que criaturas
não preparadas ou adaptadas afundem quase
metade de suas pernas na areia/neve. É con-
siderado terreno “muito” difícil: custa o tri-
plo do deslocamento (ou seja, cada quadrado
de 1,5m exige 4,5m de deslocamento) e não
permite investidas. A areia/neve em si não é
nenhum desafio, mas enfrentar criaturas
neste local aumenta a NE do encontro em
+2.
O uso de equipamentos próprios para
deslocamento na areia ou neve permite redu-
zir esse empecilho: a areia/neve funda passa
a ser considerada terreno difícil (custa o do-
bro do deslocamento) e não permite investi-
das.
Árvore em Queda (ND 2)
Regiões Típicas: florestas e selvas.
Os PJ ouvem um grande estalo e por pura
infelicidade uma árvore enorme começa a de-
sabar perto deles, ameaçando esmaga-los!
Funciona como uma armadilha detectada au-
tomaticamente. Sucesso em um teste de Re-
flexos (CD 20) evita totalmente a árvore, mas
falha causa 2d10 de dano; falha por 10 ou
mais causa dano dobrado (significa que o PJ
ficou bem no meio da árvore em queda).
Além do dano dobrado, falha por 10 ou
mais oferece ainda o perigo de fratura. Neste
caso, exija um teste de Constituição (CD 15)
por parte do PJ e se falhar quebra um braço
ou perna (50% cada). Fraturar o braço da
arma exigirá o uso da mão destreinada, o que
acarreta em -4 nos testes de ataque (a menos
que tenha Combater com Duas Armas ou al-
gum talento ambidestro); fraturar uma perna
reduz o deslocamento pela metade.
Avalanche (ND 7)
Regiões Típicas: desertos rochosos e
montanhas de qualquer tipo.
Em desertos rochosos uma mudança
brusca na direção dos ventos pode provocar
deslizamentos de grandes porções de rocha e
terra. Uma avalanche pode ser vista e/ou es-
cutadas a grande distância, por isso todos têm
direito a um teste de Percepção (CD 20) para
nota-la a tempo.
Uma avalanche típica tem 1d6 x 30 me-
tros de largura e se desloca a 75m por rodada
(50 quadrados). De maneira geral, os PJ estão
a cerca de 1d6x6 metros de distância da ava-
lanche. A avalanche possui duas áreas distin-
tas, a zona de soterramento (a parte central,
que tem metade da largura total) e a zona pe-
riférica. Criaturas que estejam na zona de so-
terramento quando a avalanche se aproximar
sofrem 8d6 de dano por esmagamento (Re-
flexos CD 15 reduz à metade); criaturas na
zona periférica sofrem 3d6 de dano por es-
magamento (Reflexos CD 15 evita). Se a ví-
tima sofrer qualquer dano pela avalanche, fica
automaticamente soterrada. Vítimas soterra-
das sofrem 1d6 de dano de esmagamento por
minuto até escapar. Livrar-se dos detritos
exige três sucessos em um teste de Força (CD
12).
Essa distância pode ser importante para
determinar se cada PJ será capaz de se deslo-
car da zona de soterramento para a zona pe-
riférica da avalanche, aumentando suas chan-
ces de sobreviver.
Brilho Intenso (NE +1)
Regiões Típicas: desertos arenosos.
Estas áreas contem areia branca, sal ou
gipsita que refletem a luz do sol e tornam
mais difícil enxergar. A vítima deve fazer um
teste de Fortitude (CD 18) por rodada para
evitar ficar ofuscada (-1 em jogadas de ataque
e testes de Percepção) durante aquela rodada.
O uso de roupas de deserto permite ignorar
o efeito. O brilho intenso não é um desafio
em si, mas aumenta a NE de outros desafios
em +1.
Charneca (NE +½)
Regiões Típicas: pântanos.
O solo é lamacento e fétido, devido à ma-
téria orgânica que se decompõem na água es-
tagnada. A área é considerada terreno difícil
29
 (custa o dobro do deslocamento). Testes de
perícias baseadas em Destreza tem sua CD
aumentada em +2. Além disso, o mau-cheiro
exige sucesso em um teste de Fortitude (CD
10 + 1 após o primeiro) a cada hora para evi-
tar ficar enjoado (só pode realizar uma ação
padrão ou uma ação de movimento por ro-
dada). O efeito permanece por mais uma
hora depois de deixar a charneca.
Situações de risco em charnecas tem seu
NE aumentado em +½.
Charneca Profunda (NE +1)
Regiões Típicas: pântanos.
O solo é lamacento, fétido e profundo.
Percorrer terreno de charneca profunda custa
quatro vezes o deslocamento normal ou su-
cesso em um teste de Atletismo (CD 10) para
nadar com deslocamento normal. Criaturas
Pequenas ou menores não conseguem cami-
nhar, apenas nadar; para criaturas Grandes o
terreno é considerado apenas terreno difícil
(dobro do deslocamento). Como em uma
charneca normal, exige testes de Fortitude
(CD 10 + 1 após o primeiro) a cada hora para
evitar ficar enjoado (só pode realizar uma
ação padrão ou uma ação de movimento por
rodada). O efeito permanece por mais uma
hora depois de deixar a charneca.
Situações de risco em charnecas profun-
das tem seu NE aumentado em +1.
Incêndio (ND 6)
Regiões Típicas: florestas quentes e se-
cas e savanas.
Florestas quentes e secas ou savanas po-
dem experimentar incêndios espontâneos em
algumas épocas do ano, ativados pelo próprio
calor, fogueiras mal planejadas ou relâmpa-
gos.
30
Um incêndio é considerado uma criatura
Colossal e pode ser visto a grande distância
(cerca de 2d6 x 30m) com um teste simples
de Percepção (CD 16). O incêndio “se move”
na direção do vento com um deslocamento
de 36m (24 quadrados). O caminho pelo qual
o incêndio passa permanece em chamas du-
rante 2d4x10 minutos. Todas as criaturas que
não forem capazes de escapar a tempo serão
engolfadas no incêndio – o que provocará
uma série de efeitos nocivos.
Primeiramente, a vítima deve imediata-
mente fazer um teste de Fortitude (CD 15)
para evitar 1d6 de dano devido ao calor; o
teste deve ser repetido a cada cinco rodadas
(aumentando a CD em +1 para cada teste an-
terior – ou seja, CD 16 na quinta rodada, CD
17 na décima rodada, etc.).
Além do dano pelo calor, a vítima deve
fazer um teste de Reflexos (CD 15 +1 para
cada teste anterior) a cada minuto para evitar
pegar fogo e sofrer 1d6 de dano adicional
para cada rodada em que seu corpo continuar
em chamas. Apagar as chamas do corpo exige
uma ação completa e um novo teste de Re-
flexos (CD 15) – mas se não sair do interior
do incêndio, a vítima correrá o risco de pegar
fogo novamente.
A fumaça produzida pelo incêndio tam-
bém exige de suas vítimas um teste de Forti-
tude (CD 15 +1 por teste anterior) a cada ro-
dada. Falha causa sufocamento e tosses e a
vítima passa a ser considerada enjoada – só
poderá realizar uma ação padrão ou de movi-
mento por rodada, nunca ambas. Falhar duas
vezes consecutivas neste teste provoca 1d6
de dano adicional.
Por fim, um incêndio provoca os mesmos
efeitos da magia esquentar metal a todos os me-
tais em seu interior, o que pode causar dano
adicional àqueles que os estiverem carre-
gando.
Lago Congelado (ND 3)
Regiões Típicas: desertos, montanhas,
planícies e florestas, todos de clima frio.
Esta área esconde, abaixo de uma fina ca-
mada de neve, um lago congelado. A superfí-
cie é considerada terreno difícil (custa o do-
bro do deslocamento) e exige um teste de
Acrobacia (CD 10 +1 para cada 10kg de equi-
pamento carregado) para cada rodada em que
realiza uma ação de movimento. Falha causa
o rompimento do gelo.
Cair no lago congelado exige da vítima
imediatamente um teste de Fortitude (CD
15); falha causa 1d6 de dano por frio. Nas ro-
dadas seguintes a vítima é considerada ex-
posta a frio extremo (conforme a Tabela),
mas deverá realiz ar um teste de Fortitude
(CD 15 +1 por teste anterior) por rodada ao
invés de a cada minuto. Escapar do lago exige
sucesso em um teste de Atletismo (CD 20).
A vítima também pode ser resgatada pelo
uso de cordas, varas ou galhos, o que exige
um teste de Força (CD 15) por parte do sal-
vador e de Força (CD 10) por parte da vítima
(para manter o aperto na corda, galho, etc.).
Planície de Vidro (ND 2)
Regiões Típicas: desertos arenosos ou
rochosos.
Algumas regiões do deserto são tão quen-
tes, mas tão quentes que o calor faz com que
a areia se transforme em vidro. Planícies de
vidro são consideradas terreno difícil (custam
o dobro do deslocamento). Além disso, a
cada rodada em que se movimenta o viajante
deve obter sucesso em um teste de Acrobacia
(CD 10 +1 para cada 10kg de equipamento
carregado). Falha faz com que a areia vítrea
quebre e cause 1d4 de dano à vítima; falha
por 5 ou mais faz com que a vítima caia e so-
fra 3d4 de dano. Além do dano, a vítima tam-
bém deve fazer um teste de Fortitude (CD 10
+ dano recebido) e em caso de falha os cortes
na perna atrapalharão no movimento e a ví-
tima terá seu deslocamento reduzido em -3m
(até um mínimo de 1,5m).
O tamanho de uma planície de vidro va-
ria; com um espaço de 10 x 10 metros ela é
considerada um desafio de ND 2; cada vez
que dobrar esse tamanho aumente a ND em
+2 (então uma planície de vidro que se es-
tenda por 40 metros terá ND 6, por exem-
plo).
Lutar em uma planície de vidro aumenta
a NE do encontro em +2.
Solo Rochoso (NE +1)
Regiões Típicas: desertos rochosos e
montanhas.
Solos rochosos possuem grandes quanti-
dades de entulho e rochas soltas que atrapa-
lham o deslocamento. São considerados ter-
reno difícil (custam o dobro do desloca-
mento). Além disso, terreno rochoso im-
põem uma penalidade de -2 em qualquer
teste de Reflexos, Destreza e perícias basea-
das em Destreza. Situações de risco em ter-
reno rochoso tem seu NE ou ND aumentado
em +1.
Tempestade de Areia (ND 1)
Regiões Típicas: desertos arenosos.
O vento sopra com força e ergue uma
fina camada de areia e poeira durante 1d4+1
horas. Geralmente ocorrem associadas a ven-
tos fortes (Tabela 1). A tempestade reduz a
visibilidade para 1d10x1,5m e provoca pena-
lidade de -4 em testes de Percepção. A cada
rodada, todos expostos à tempestade sofrem
1d3 de dano não letal por hora devido às par-
tículas de areia que rasgam a pele. Um teste
de Sobrevivência (CD 25) permite encontrar
abrigo a tempo e evitar a tempestade.
Existem tempestades de areia mais peri- TRPG, veja a pg. 27 da caixa O Mundo de Ar- 18) permite perceber a tempo e tomar as me-
gosas, que causam mais dano e trazem junto ton para um exemplo de tempestade elétrica didas cabíveis para evitar cortes. Uma vez que
ondas de calor. Para TRPG, veja a pg. 29 da mais perigosa que ocorre na Grande Savana. a área espinhosa seja identificada será possí-
caixa O Mundo de Arton para um exemplo de vel se deslocar por ela sem sofrer dano, mas
Vegetação Espinhosa (ND ¼)
tempestade de areia muito mais perigosa que o terreno passará a ser considerado difícil
ocorre no Deserto da Perdição. Regiões Típicas: florestas e pântanos. (custa o dobro do deslocamento) e todos em
seu interior precisarão de um teste de Refle-
Tempestade de Raios (ND 5) Enquanto caminham pela floresta ou xos (CD 10) para evitar cortes a cada minuto;
pântano, os PJ entram em contato com vege-
Regiões Típicas: planícies, colinas, sa- é possível “escolher 10” neste teste, mas o
tação espinhosa. A cada rodada há 50% de
vanas, mais raramente em florestas esparsas. deslocamento reduz ainda mais (um quarto
chance de que um dos PJ acabe se arra- do original).
Este perigo natural só ocorre associado a nhando nos espinhos; a chance aumenta em
tempestades, tornados ou furacões (veja 5% por rodada. Os espinhos causam 2d4 de
clima). dano por corte. MAURY “SHI DARK” ABREU
A cada minuto há 50% de chance de que Sucesso em um teste de Sobrevivência
um raio atinja um PJ ou um ponto muito pró- (CD
ximo do grupo. O personagem atingido
sofre imediatamente 5d10 de
dano por eletricidade (Reflexos
CD 20 reduz à metade). Todas as
criaturas localizadas a até 6m de-
vem fazer um teste de Reflexos
para evitar 3d10 de dano por ele-
tricidade. Criaturas usando ar-
maduras ou outro equipamento
metálico sofrem penalidade de -
4 nos testes de Reflexos.
Um personagem trei-
nado em Sobrevivência
pode fazer um teste dessa
perícia (CD 25) quando a tem-
pestade começar. Em caso de su-
cesso ele e os aliados a até 9m
que seguirem suas orienta-
ções recebem +4 de bô-
nus no teste de Reflexos
para evitar os efeitos da
tempestade de raios.
Existem tempestades
de raios mais perigosas,
que causam mais dano. Para
31
 Os Escolhidos
das Chamas
MAURY “SHI DARK” ABREU
 Armadilha
 NPC/PdM
Uma das coisas que acho muito in-
teressante durante aventuras de RPG é
apresentar os jogadores a culturas e se-
res diferentes. Por isso gosto mais de
manter o grupo em constante desloca-
mento, explorando diferentes reinos e
regiões, do que rolar várias aventuras
em um mesmo local. Depois de apre-
sentar os jogadores a um reino inteira-
mente baseado na magia, agora é hora
de leva-los a um reino com cultura
muito distinta – Khubar, o Reino-Arqui-
pélago.
Dando continuidade à sequência de
aventuras para TORMENTA RPG iniciada
na BEHOLDER CEGO #14, Os Escolhidos das
Chamas levará os PJ de Kresta, no reino de
Wynlla, para a Vila Alkeran, no Reino-Ar-
quipélago de Khubar. A aventura foi proje-
tada para um grupo de quatro a seis perso-
nagens entre 5º e 6º nível – propositalmente
32
 Localidade  Monstro
 Nota/Regra  Tesouro
deixando uma pequena brecha para que o
mestre insira suas próprias aventuras em
Wynlla e regiões próximas, se assim desejar.
Os Escolhidos das Chamas pode ser usada
como uma aventura independente, sem liga-
ção com as aventuras anteriormente publi-
cadas na BEHOLDER CEGO. A maior parte
dos eventos não tem relação com o que
aconteceu nas aventuras anteriores – mas a
segunda parte, a ser publicada na próxima
edição da BC serão apresentadas algumas
algumas opções para modificar a aventura e
interliga-la aos cultistas da Tormenta! Esta
aventura também explora um aspecto rela-
tivamente conhecido no cenário, um grupo
que havia sido mencionado no antigo suple-
mento O Reinado (lançado para TORMENTA
D20): os Escolhidos das Chamas, que dão
nome à aventura. A relação com o grupo,
porém, será explicada apenas na segunda
parte da aventura...
 Embora o enredo da trama se inicie em
Kresta, uma cidade portuária de Wynlla,
Reino da Magia, o mestre pode mudar a lo-
calização inicial da trama. A aventura tam-
bém pode ter início nos reinos de Tyrondir,
Bielefeld e Hongari sem muitos problemas.
No caso de outros reinos, o mestre terá um
pouco mais de trabalho para guiar o grupo
até Khubar.
Introdução
De todos os reinos que compõem o
Reinado, a Liga Independente e o Im-
pério de Tauron, Khubar figura entre os
mais exóticos e peculiares. Parte disso
se deve justamente à sua localização –
embora seja parte do Reinado, as terras
de Khubar estão separadas dos demais
reinos pelo Mar do Dragão-Rei.
O reino de Khubar é constituído por um
arquipélago de ilhas, a maioria delas de ori-
gem vulcânica. O clima é tropical, úmido e
quente, o solo é rico em nutrientes (o que
favorece a agricultura) e a maior parte de sua
paisagem é dominada por florestas e selvas
pontuadas por montanhas e vulcões. O ar-
quipélago é formado por sete grandes ilhas,
incluindo a maior delas, também chamada
Khubar. Apesar da aparência de bárbaros –
altos, de pele escura adornada por inúmeras
tatuagens e constituição física notável – os
khubarianos possuem uma cultura com-
plexa e peculiar, cheia de regras e tradições.
Para mais informações, leia a caixa O Mundo
de Arton ou o antigo suplemento O Reinado.
Entre as grandes ilhas que formam o ar-
quipélago está Hurtka – e, em seu centro, o
Kurur Lianth, o maior vulcão ativo do
reino, também chamado de “Velho Furi- Poderão os heróis resgatar as jovens a aventura e inicia-la em outro reino cos-
oso”. Embora permaneça adormecido por tempo? E se tiverem sucesso, quais as con- teiro, como Bielefeld, Hongari ou
longos períodos (entre dois e quatro meses, sequências de interromper o sacrifício ri- Tyrondir.
aproximadamente) de tempos em tempos tual?
Se os PJ tiverem participado da aventura
ele desperta e despeja sua fúria ardente so-
bre a ilha – arrasando vilas inteiras no pro- Prólogo: A Torre de Laetharell (BC#16) eles provavel-
mente já estarão em Wynlla e o mestre pre-
cesso. Apesar do risco, muitos khubarianos
fazem da ilha de Hurtka seu lar, negando-se Envolvendo cisará apenas criar um pretexto para leva-los
até Kresta. Sinta-se livre para inserir alguma
a abandonar as terras de seus ancestrais.
Há muitas lendas e boatos sobre o que os Heróis aventura no meio do caminho. O mapa
abaixo foi adaptado do grande mapa que in-
provoca a ira do Kurur Lianth. Alguns di- Nossa aventura ocorrerá em Khubar, tegra a caixa O Mundo de Arton, mantendo
zem que o vulcão é a prisão de um deus me-
nor derrotado por Thyatis – quando o deus
o Reino-Arquipélago, mas terá início em evidência apenas as regiões e rotas ma-
rítimas de interesse na aventura (além de
em Kresta, uma cidade portuária locali-
menor desperta, o vulcão entra em erupção. zada na costa leste de Wynlla, o Reino uma rota nova, que não consta no mapa ori-
Outros, porém, acreditam que o próprio da Magia. Também é possível adaptar a ginal). Use o mapa original como referência
vulcão é um deus menor e eles seus eleitos
– os Escolhidos das Chamas. Liderados por
Grakgran Khore (um humano com sangue
de demônio, embora poucos saibam disso),
os Escolhidos das Chamas acreditam que a
presença de estrangeiros não khubarianos
no arquipélago é o que desencadeia a ira do
Velho Furioso. A única forma de aplacar a
fúria do temível deus é através do sacrifício
destes estrangeiros.
Nossa estória começa quando a jovem
Jasmine Umbermoon, filha do nobre Lorde
Umbermoon, de Wynlla, desaparece miste-
riosamente durante uma visita ao reino de
Khubar. A jovem havia recebido do pai uma
viagem ao belo Atol das Rocas como pre-
sente de aniversário, mas durante a viagem
de volta desapareceu nos arredores da Vila
Alkeran. Lorde Umbermoon decide então
contratar um grupo de experientes aventu-
reiros para velejar até Alkeran e encontrar
sua amada filha. O que os heróis ainda não
sabem é que Jasmine foi raptada, junta-
mente de outras jovens, por membros dos
Escolhidos das Chamas para serem sacrifi-
cadas em honra ao Kurur Lianth.
33
 para o caso de os PJ não estarem em Kresta platô mais elevado vocês veem, à distân-  Wyvern Jovem (1): monstro 5, CM; ND 5; Grande (comprido), desl. 9m, voo
no início da aventura. Tenha em mente que cia, o azul do mar estendendo-se ao ho- 18m; PV 40; CA 18 (+2 nível, -1 tamanho, +1 Des, +6 natural); corpo-a-corpo: mordida
uma viagem entre Sophand (palco da aven- rizonte. Sua última viagem os trouxe à +8 (2d6+6) ou mordida +6 (2d6+6), ferrão +6 (1d6+6 e veneno) e 2 garras +6 (1d8+6);
tura A Torre de Lartharell) e Kresta demoraria costa sudeste do mundo civilizado, em HE: visão no escuro 18m, faro apurado, agarrar aprimorado, veneno, imunidade a sono e
cerca de 10 dias através de rotas comerciais Wynlla, o Reino da Magia. paralisia; Fort +6, Ref +6, Von +3; For 19, Des 14, Con 15, Int 6, Sab 12, Car 9.
ou apenas quatro se os PJ atravessarem a Perícias & Talentos: Iniciativa +4, Percepção +9; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos,
Na costa, vocês enxergam os muros
Floresta Suplicante – o que pode levar a en- Arma Natural Aprimorada (mordida e garra), Ataques Múltiplos.
contros com monstros (para uma descrição
de uma grande cidade portuária. Se-
gundo relatos de viajantes que encontra- Agarrar Aprimorado: se acertar um ataque com mordida pode iniciar a manobra agarrar
da Floresta Suplicante veja a pg. 63 de O Rei- como ação livre (bônus +12).
ram no caminho, esta é Kresta, conhe-
nado d20). Veneno: ferimento, Fortitude CD 14, 1d8 de dano em Con; +1d4 em Con por minuto
cida por seu comércio de artefatos de
A parte inicial da aventura foi desenvol- natureza mística – e também por sua durante 2 minutos.
vida de modo que os PJ encontrem Lorde guarda reforçada!
Umbermoon na estrada em direção à ar. Seu corpo longo se estende por mais mantos ornamentados – são dois magos que
Repentinamente, sua atenção é atra- de três metros de comprimento, e seus acompanhavam o grupo e foram rapida-
Kresta. Se os personagens ainda não tive-
ída por gritos e sons de batalha que membros dianteiros abrem-se em gran- mente derrubados. Se perguntarem o que
rem chegado a Kresta, leia o texto abaixo
para ambientá-los e leva-los ao encontro
ecoam mais ao sul, em uma estrada pa- des asas que sustentam seu corpo. Dois houve com eles, um dos soldados dirá que
ralela. Estando em uma posição ele- corpos já estão estendidos no chão, pro- um dos magos foi golpeado pelo ferrão e
com Umbermoon; se por qualquer motivo
vada, vocês podem ver o que parece ser vavelmente vítimas da temível fera. Em- caiu, mas o outro apenas desabou enquanto
que seja eles já estiverem em Kresta, leia um
uma pequena comitiva composta de bora lutem com ferocidade, os soldados conjurava uma magia.
pouco mais adiante.
uma carruagem ornamentada e solda- não parecem capazes de lidar com a
Uma brisa morna corre na sua dire- dos a pé – cinco ao todo – em combate O wyvern é um adversário perigoso,
grande ameaça.
ção, trazendo o odor salgado do mar às feroz contra um enorme réptil alado! A mas os PJ terão a ajuda dos soldados du-
suas narinas. Caminhando sobre um criatura urra, golpeando com garras e A criatura, ao contrário do que alguns rante o confronto. Não há estatísticas para
cauda, ocasionalmente erguendo-se no poderiam pensar inicialmente, não é um os soldados – ao invés de atuarem como
dragão, mas um wyvern – uma fera aparen- PdM eles agirão como “aliados” dos PJ (se-
tada, mas desprovida da inteligência apu- guindo a regra publicada na DRAGÃO BRA-
Efeitos de Magia Caótica rada, arma de sopro e afinidade mística de SIL #126). Todos eles são aliados iniciantes
d% Efeito um dragão verdadeiro. Para completar, este e cada um pode auxiliar um PJ por rodada e
01-05 A magia funciona normalmente. é um indivíduo jovem, mais fraco do que a precisa usar uma rodada para trocar de PJ.
06-10 Se a magia causa dano, o tipo de dano muda (fogo vira gelo, por exemplo). Se a maioria (embora ainda seja grande). Sucesso Três deles são aliados do tipo soldado (ofe-
magia não causa dano, funciona normalmente. em um teste de Conhecimento (Arcano) recem +1 em jogadas de ataque) enquanto
11-30 A magia gera um efeito contrário ao seu efeito original (se causa dano, irá recuperar CD 17 permite identificar a criatura (inclu- dois são do tipo guarda-costas (+1 na CA).
PV; se fortalece de algum modo, irá enfraquecer; etc.). indo o fato de ser jovem), além de alertar
Há, porém, um agravante no combate:
31-45 A magia se transforma em outra magia de nível igual ou superior (jogue 1d4-1 para uma de suas maiores armas, o ferrão
neste momento, todos estão dentro de uma
para definir quantos níveis a cima). venenoso na cauda.
área de magia caótica! Se qualquer persona-
46-65 A magia se transforma em outra magia de nível igual ou inferior (jogue 1d4-1 Espera-se que os PJ escolham ajudar os gem conjurar alguma magia, seja arcana, di-
para definir quantos níveis abaixo), até um mínimo de nível 0. soldados contra o wyvern. Os combatentes vina ou oriunda de um item, será imediata-
66-75 A magia afeta outro alvo, podendo ser o conjurador ou outra criatura próxima. mostrarão grande gratidão pelo auxílio e mente afetada pela área (jogue um d% con-
76-85 A magia provoca uma explosão que causa 1d8 de dano por nível da magia contra alertarão para que tomem cuidado com o tra a tabela à esquerda). Um dos magos de
o próprio conjurador. ferrão na cauda. Quando se aproximarem batalha que acompanhava o grupo tentou
86-95 A magia se volta contra o próprio conjurador, afetando ele mesmo. do combate os PJ poderão perceber que os conjurar uma magia contra o wyvern – mas
96-00 A magia se transforma em uma magia viva! corpos no chão não vestem armaduras, mas

34
a área de magia caótica transformou seu fei-
tiço em uma explosão mística que o derru-
bou.
Se os PJ estiverem indo mal no com-
bate, faça com que o wyvern agarre um dos
magos caídos e levante voo. A fera irá fugir
para seu ninho, vitoriosa e satisfeita com sua
refeição. Deixar que a fera fuja com a vítima
não é a coisa mais honrosa a se fazer... mas
pode acabar sendo a única opção do grupo!
Quando enfim conseguirem lidar com o
wyvern os PJ poderão conversar com solda-
dos e o nobre e ajudar os feridos. Os solda-
dos são todos humanos, exceto por um elfo.
Os arcanos no chão são um quareen feiti-
ceiro e um mago élfico. Se perguntarem algo
aos soldados eles dirão que estavam a cami-
nho de Kresta, escoltando Lorde Rickart
Umbermoon, quando a fera surgiu repenti-
namente e os atacou.
Em algum momento, o próprio Lorde
Umbermoon (QUAREEN, PLEBEU 7, LB) ini-
ciará uma conversa com seus salvadores.
Leia-lhes o texto abaixo (ou adapte, con-
forme a situação).
“Muito obrigado por sua ajuda” diz
o homem diante de vocês. Alto, ereto, de
longos cabelos negros e olhos castanhos
claro, o homem exala nobreza e altivez.
Corpo magro e esguio, quase élfico,
seus braços exibem tatuagens com pa-
drões intricados, alguns lembrando luas
e estrelas. Usa vestes claramente no-
bres, com belos bordados em ouro e
prata.
“Permitam que eu me apresente.
Sou Lorde Rickart Umbermoon, de So-
phand. Devo dizer que nosso encontro
foi bastante oportuno, considerando
que eu estava em viagem a Kresta a fim
de contratar um grupo de aventureiros.
Estarão interessados?”
Havendo uma resposta afirmativa, ou
pedido de mais informações, Lorde Umber-
moon continuará seu discurso.
“Vejam bem, minha filha, Lady Jas-
mine, estava em viagem turística pelo
Atol das Rocas, no Reino-Arquipélago
de Khubar. O problema é que ela sim-
plesmente desapareceu na viagem de
volta! As últimas notícias que recebi di-
zem que ela passava pela vila Alkeran,
mas não foi mais vista. Por favor, preci-
sam me ajudar! Eu posso pagar-lhes
bem pelo serviço, é claro”.
Se pedirem por mais informações sobre
o ocorrido, Rickart explicará que recebeu a
notícia do desaparecimento de Jasmine atra-
vés de uma mensagem mística enviada por
sua dama de companhia (chamada Eulália),
que a acompanhava na viagem. Segundo o
relato, a jovem havia simplesmente desapa-
recido de seu quarto, que tinha sinais de ar-
rombamento, enquanto passavam pela vila
Alkeran, na viagem de volta do Atol das Ro-
cas para Kresta. Desesperado, Lorde Um-
bermoon rumou para Kresta na esperança
de contratar um grupo de aventureiros para
procurarem por sua filha.
Lorde Umbermoon oferecerá um total
de 5.000 TO como recompensa por trazer
sua filha de volta. Se tentarem negociar para
aumentar o valor da recompensa o nobre irá
resmungar um discurso sobre as vendas não
estarem indo muito bem, sobre estar endi-
vidado e outras ladainhas de negociante. É
possível aumentar a recompensa em 10%
com um teste de Diplomacia, mas a dificul-
dade é alta (CD 35) – Lorde Umbermoon é
um comerciante habilidoso e ardiloso, além
de um grande chorão! Falha por 5 ou mais da viagem por seus próprios meios. Leia o
no teste irá ofender o nobre, que poderá texto abaixo para ambientá-los na cena.
procurar por “heróis mais honrados”. Se
pedirem por algum adiantamento, haverá
Localizada na costa sudeste do
mundo civilizado, Kresta poderia ser
mais choradeira e precisarão de outro teste
uma cidade portuária como outra qual-
de Diplomacia (CD 35) para receber no má-
quer – não fosse o fato de estar locali-
ximo 25% da recompensa total adiantada.
zada no território de Wynlla, o Reino da
Acertadas as questões de recompensa e Magia. Como ocorre por todo o reino, a
similares, todos seguirão viagem em direção magia parece influenciar cada aspecto
a Kresta. Lorde Rickart explica que já pediu da cidade. É claro, comparada à capital
pela ajuda de um marinheiro amigo de sua Sophand, Kresta mostra-se muito mais
família, que conduzirá os aventureiros em modesta, altas torres arcanas dividindo
sua empreitada. O navio já está esperando espaço com pequenas estruturas de um
por eles em Kresta. único andar.
A carruagem tem lugar para apenas qua- Conforme percorrem as ruas pavi-
tro pessoas (e Lorde Rickart insiste em uti- mentadas, sentindo o frescor do ar sal-
lizá-la acompanhado de dois de seus guar- gado que sopra da praia, vocês admi-
das). Os demais terão que fazer o restante
 Capitão Jack Skama: humanoide (moreau), swashbuckler 6, CB; ND 5; Médio,
desl. 9m, natação 6m; PV 38; CA 21 (+3 nível, +1 natural, +3 Des, +3 Car, +1 swashbu-
ckler); corpo-a-corpo: florete +1 +11 (1d6+5, 18-20); Fort +5, Ref +8, Von +3; For 12,
Des 17, Con 14, Int 13, Sab 10, Car 16.
Perícias & Talentos: Acrobacia +12, Diplomacia +12, Enganação +12, Iniciativa +14,
Ofícios (marinheiro) +14, Percepção +9; Usar Armaduras (leves), Usar Armas (simples e
marciais), Reflexos Rápidos, Herança do Crocodilo, Foco em Perícia (Ofício: marinheiro),
Especialização em Combate, Fintar Aprimorado, Acuidade com Armas, Ginga das Ondas,
Comandar, Aparar, Foco em Arma (florete), Liderança.
Evasão: quando faz um teste de Reflexos para reduzir o dano à metade, não sofre ne-
nhum dano em caso de sucesso e dano normal se fracassar.
Seguidores: Jack tem 18 seguidores (plebeu 3) que atuam como parte de sua tripulação.
Em terra firme eles podem atuar como aliados iniciantes do tipo fortão, atirador ou
guarda-costas (DB #126). Jack pode receber apoio de dois aliados ao mesmo tempo.
Equipamento: florete +1, algibeira, 2 bálsamos restauradores, adaga, 2.340 TO.
 Cortamaré: Embarcação Descomunal; Tripulação mínima 5, total 35; desl. nata-
ção 9m; PV 230; CA 14 (-4 tamanho, +5 natural, +3 Des); RD 5; armamento: 2 balistas
(5d8, 19-20, dist. 45m, Perf.). Custo: 13.000 TO. Piloto: Jack Skama (Des 17, Ofício: mari-
nheiro +10); Tripulação: 35 marinheiros treinados (nenhum modificador). Munição: 30 setas
de balista. Botes Salva-Vidas: 4. Especial: imune a atordoamento, dano de habilidade, doen-
ças, encantamentos, paralisia, necromancia, sono e veneno; sofre ½ de dano de ataques à
distância e frio (antes de aplicar RD).
35
 ram-se com a enorme quantidade de es-
tabelecimentos ligados à compra e
venda de todo tipo de item de natureza
arcana – lojas de poções e pergaminhos,
joalherias com anéis místicos, bouti-
ques de vestuário mágico... Kresta é cla-
ramente uma cidade comercial, especi-
alizada no arcano. Como era de se espe-
rar, o patrulhamento da guarda também
é bastante intensivo: para onde quer que
olhem, há sempre um pequeno grupo de
soldados, ladeados por oficiais clara-
mente de poderes arcanos, todos aten-
tos a tudo na volta.
As tradicionais vestimentas do
Reino da Magia – mantos, chapéus pon-
tudos, cajados e longas barbas – tam-
bém imperam na cidade portuária, mas
conforme se aproximam do porto conse-
guem perceber algumas diferenças.
Bandanas, peitos nus, peles curtidas
pelo sol. Ali muitos se parecem com
uma mistura de mago e marinheiro.
 Marinheiro (35): humanoide,
plebeu 3, LN; ND 1; Médio, desl. 9m; PV
12; CA 13 (+1 nível, +2 Des); corpo-a-
corpo: florete +3 (1d6+2, 18-20) ou
adaga +3 (1d4+2, 19-20); à distância:
arco curto +4 (1d6, x3) ou adaga +4
(1d4+2, 19-20); Fort +2, Ref +4, Von
+0; For 13, Des 15, Con 13, Int 14, Sab
8, Car 12.
Perícias & Talentos: Acrobacia +8,
Atletismo +7, Enganação +7, Iniciativa
+8, Ofícios (marinheiro) +8, Percepção
+0; Usar Armaduras (leves), Usar Armas
(simples), Usar Escudos, Treino em Perí-
cia (Atletismo), Ginga das Ondas.
Equipamento: florete, adaga, quinqui-
lharias de marinheiro.
36
Lorde Umbermoon chama a atenção
de vocês quando pisam no porto. Ele
aponta na direção de um grande veleiro
de três mastros e velas quadrangulares.
A cabeça estilizada de um grande réptil
– um crocodilo, talvez – ilustra a vela
maior, pintada de verde contra um
fundo branco. A embarcação está anco-
rada no porto, a tripulação em frenética
atividade. Parecem prontos para zarpar
a qualquer momento. Quando a carrua-
gem se aproxima do local, uma alta cri-
atura humanoide desce a rampa de em-
barque, roupas pomposas de cor azul
escuro, um fino sabre preso à cintura e
um chapéu de capitão adornando sua
estranha cabeça – estranha porque no
lugar de um rosto humano, está a ca-
beça reptiliana de um crocodilo!
“Capitão Jack Skama!” proclama
Lorde Umbermoon com uma garga-
lhada. Um som estranho semelhante a
um borbulhar ecoa da cabeça de croco-
dilo enquanto o tal capitão se aproxima
do nobre, chamando-o pelo nome:
“Lorde Rickart... É um prazer revê-lo,
meu amigo, apesar das circunstâncias
desagradáveis”. Uma sugestão de sor-
riso caloroso atravessa o rosto reptiliano
de uma maneira estranha. Os dois se
cumprimentam com um forte abraço.
Lorde Rickart Umbermoon apresenta
aos PJ o Capitão Jack Skama. Jack é um mo-
reau Herdeiro do Crocodilo e piloto da
grande Cortamaré (as estatísticas do Capitão
Skama e sua embarcação estão na página an-
terior; embarcações são explicadas no su-
plemento O Mundo dos Deuses). Jack Skama é
um esgrimista habilidoso e orgulhoso, gosta
de contar vantagem e bravatas constantes.
Mas é também um homem bom e fiel a seus
amigos – mesmo que não seja muito fácil
ganhar sua amizade!
No passado o Capitão Jack Skama aju-
dou a recuperar mercadorias da família Um-
bermoon roubadas por piratas. Mais tarde,
quando Jack acabou endividando-se com
agiotas em Kresta, foi Rickart quem o aju-
dou a quitar as dívidas, o que acarretou em
uma forte e genuína amizade entre eles.
Após as apresentações iniciais, o Capi-
tão Jack pede que eles embarquem para po-
derem seguir viagem. Lorde Rickart não
acompanhará o grupo, aguardando ansioso
por notícias. Agora sim, a aventura começa.
Parte 1:
O Mar do
Dragão-Rei
“Todos à bordo!”. O grito do Capi-
tão Jack Skama soa quase como um ros-
nado de fúria, imediatamente provo-
cando uma espécie de frenesi entre a tri-
pulação. À bordo do Cortamaré, sen-
tindo-se um pouco perdidos no meio do
agitado convés, vocês veem marinheiros
e homens do mar de todas as formas
correrem de um lado ao outro, puxando
cordas, içando velas, erguendo a âncora.
Enquanto isso, o capitão sobe as esca-
das na popa da embarcação, chegando
à ponte de comando e tomando sua po-
sição diante do leme. Vocês sentem um
de solavanco quando os repentinamente
golpeiam as velas e põem a enorme em-
barcação em movimento. Em poucos
minutos o porto de Kresta e toda a costa
do Reino da Magia ficam para trás. À
frente, apenas o azul do mar...
A primeira parte da aventura transcor-
rerá a bordo do Cortamaré, navio do Capi-
tão Jack Skama. O primeiro destino do
grupo é a vila Alkeran, já em “território” de
Khubar.
Durante a viagem você pode deixar os
PJ conversarem com a tripulação e com o
capitão. Embora seja muito admirado por
sua tripulação, Jack Skama não é um ho-
mem de muitos amigos. Ele conversará com
os PJ, mas nunca iniciará uma conversa por
conta própria. Em qualquer diálogo tentará
sempre exaltar seus grandes feitos como há-
bil esgrimista e poderá até mesmo aceitar
um duelo amistoso com um dos PJ – o que
pode ajudar a ganhar a simpatia do capitão,
independente do resultado. Em um com-
bate, Jack Skama é sempre orgulhoso, debo-
chado e irritante com seu adversário. Adora
fintar em combate (pg. 86 do TRPG), coisa
que ele faz com uma ação de movimento ao
invés de uma ação padrão graças ao talento
Fintar Aprimorado. Além disso, ele também
possui o talento Panache, o que faz com que
seu adversário só possa realizar uma ação
padrão na rodada seguinte à uma finta.
A tripulação do Cortamaré será, em ge-
ral, mais receptiva a conversas. Há um total
de 35 marinheiros a bordo do navio, sendo
que 18 deles são seguidores do Capitão Jack
(pelo talento Liderança). Um destes segui-
dores é Barug, um marinheiro meio-orc e
imediato do capitão. Embora gostem de
conversar, os marinheiros não têm informa-
ções úteis relacionadas ao objetivo da aven-
tura. Todos são fiéis a seu capitão, especial-
mente seus seguidores. A maior parte dos
marinheiros é humana, mas há também al-
guns moreau, uns poucos goblins e até um
 O capitão não previu alimento para pos-  Combate em Navio. Lutar a
Clima Aleatório síveis animais de grande porte que acompa- bordo de um navio exige um teste de
d% Clima e Efeito
nhem os PJ; neste caso, caberá aos próprios Acrobacia (CD de acordo com condições
01-15 Dia ensolarado com ventos fortes. Reduza o tempo de viagem em 1 dia. Jogadas
heróis alimentar seus “bichinhos”. PJ que climáticas) por rodada; falha resulta em
de ataque à distância sofrem -2 de penalidade, magias de névoa dissipam em 4
levem ração de viagem também podem so- queda no chão (ação de movimento para
rodadas e há 50% de chance de apagar chamas desprotegidas. Acrobacia (CD 5)
breviver por mais algum tempo: mas prova- levantar). Personagens não treinados em
para manter o equilíbrio; Ofício: marinheiro (CD 10) para manobrar embarcação;
velmente não haverá comida para toda a tri- Acrobacia são considerados despreveni-
Vontade (CD 15 + nível da magia) para conjurar.
pulação, o que pode gerar problemas... dos (CA -4) sempre que precisarem reali-
16-40 Dia nublado, mas com bons ventos. A viagem transcorre conforme planejado.
zar o teste. O talento Ginga das Ondas
Acrobacia (CD 5) para manter o equilíbrio; Ofício: marinheiro (CD 10) para ma- O Capitão Skama pretende reabastecer
anula essa penalidade.
nobrar embarcação; Vontade (CD 15 + nível da magia) para conjurar. os estoques quando chegarem em Alkeran.
41-60 Dia ensolarado e ventos muito fracos. Aumente o tempo de viagem em 1 dia.  Magias em Navio. Conjurar ma-
Acrobacia (CD 5) para manter o equilíbrio; Ofício: marinheiro (CD 10) para ma- Encontros Aleatórios gias a bordo de um navio exige um teste
de Vontade (CD de acordo com condi-
nobrar embarcação; Vontade (CD 10 + nível da magia) para conjurar.
61-75 Dia nublado e mar agitado. Acrobacia (CD 10) para manter o equilíbrio; Ofício: no Mar do Dragão-Rei ções climáticas). Um navio com ¼ de
marinheiro (CD 12) para manobrar embarcação; Vontade (CD 15 + nível da seus PV aumenta a CD em +5.
O primeiro dia de viagem transcorrerá
magia) para conjurar. sem incidentes, mas a partir do segundo dia preparando arcos e floretes, enquanto o
76-90 Dia nublado com chuva e mar agitado. Acrobacia (CD 15) para manter o equilí- você deverá jogar um d% contra a tabela Capitão Jack Skama grita ordens a seus
brio; Ofício: marinheiro (CD 15) para manobrar embarcação; Vontade (CD 20 Encontros Aleatórios para determinar se os PJ subordinados e tenta manobrar a
+ nível da magia) para conjurar. encontrarão algum desafio em seu caminho. grande embarcação na direção contrá-
91-00 Dia nublado, mar agitado e ventos contrários. Aumente o tempo de viagem em Cada encontro é descrito em detalhes logo ria.
2 dias. Acrobacia (CD 15) para manter o equilíbrio; Ofício: marinheiro (CD 20) abaixo.
para manobrar embarcação; Vontade (CD 20 + nível da magia) para conjurar. A embarcação adversária lentamente
A menos que a descrição diga o contrá- começa a se tornar visível e então vocês
halfling bem rechonchudo que trabalha você deverá determinar aleatoriamente as rio, não repita os encontros – se sortear no-
como cozinheiro (as estatísticas dos mari- condições do clima jogando um d% contra vamente o mesmo encontro, considere que
nheiros na página anterior consideram que a tabela Clima Aleatório. Os resultados influ- nada de especial ocorre ao longo do dia.
Encontros Aleatórios
são simplesmente “humanoides”; aplique as enciarão o tempo de viagem total e também Morte Sobre as Ondas d% Encontro
características da raça para um marinheiro podem influenciar outros aspectos da via- 01-05 Morte Sobre as Ondas (NE 12)
específico). Se desejar, você pode dar perso- gem, como combates a bordo do navio. Uma estranha e forte neblina surge 06-10 Rei dos Mares (NE 10)
nalidades específicas e nomes para alguns no horizonte, expandindo-se gradual- 11-15 Sedução nos Corais (NE 5)
marujos que se relacionarão mais frequente- Alimentação mente. Vocês sentem uma certa tensão 16-20 Perigo Sob as Ondas (NE 4)
mente com os PJ. Antes de partir de Kresta o Cortamaré se espalhar entre os marinheiros, espe- 21-25 Brincadeiras Marinhas
foi abastecido com comida suficiente para cialmente quando conseguem vislum- 26-30 Um Confronto de Peso
Tempo de Viagem toda a tripulação e também para os PJ du- brar uma embarcação de casco escuro 31-45 Nenhum encontro...
rante quatro dias de viagem. Se a viagem du- movendo-se na neblina. Um silêncio 46-55 Barcaça à Vista!
Em uma situação normal, a viagem até a lentamente toma conta do Cortamaré,
rar um tempo maior, pode ser necessário re- 56-65 Ataque das Escamas (NE 18)
vila leva cerca de três dias. Condições climá- interrompido apenas pelo bater das on-
abastecer os estoques de alguma maneira. 66-75 Comércio em Alto-Mar
ticas adversas, porém, poderão atrasar ou das no casco. Então de repente, um
Veja a pg. 237 do Manual TORMENTA RPG 76-80 Três Cabeças... (NE 7)
acelerar a viagem. Durante o dia da partida grito de desespero irrompe do alto,
para regras sobre fome e sede. 81-85 Tentáculos (NE 8)
de Kresta o clima estará favorável para na- vindo do cesto da gávea: “Afogados!!!”. 86-90 Maremoto! (NE 3)
vegação, então a viagem seguirá conforme o A agitação se espalha e todos começam 91-95 A Fúria das Águas (NE 9)
planejado. Para cada dia seguinte, porém, a correr de um lado para o outro, muitos 96-00 Fúria Draco-Quelônica (NE 9)

37
 conseguem perceber grandes rachadu- os PJ não quiserem usar as balistas, outros de alcançar o Cortamaré, os afogados desis-
ras e buracos no casco, além de formas marujos assumirão seu lugar – mas o ideal é tirão da perseguição e velejarão na direção  Pilotar um Navio. Manobrar um
estranhas e decrépitas pontuando o con- que os PJ façam isso, afinal eles provavel- contrária – mas eles poderão retornar para navio exige uma ação de movimento e
vés. “Preparem suas armas, aventurei- mente terão melhores bônus de ataque. Ba- um novo confronto mais tarde! Mesmo as- um teste de Ofício (marinheiro) (CD de
ros! Está na hora de ver do que vocês são talhas navais são explicadas na pg. 143 do sim, considere o desafio como vencido. acordo com condições climáticas). Su-
feitos!”, grita o Capitão Skama. suplemento O Mundo dos Deuses. Nessa situação, o mestre poderá repetir esse cesso permite parar ou mover o navio
encontro, se desejar. por todo seu deslocamento. Se o capitão
A embarcação surgindo no horizonte é Durante o combate naval, você não pre- usar uma ação completa para pilotar, o
um navio fantasma tripulado por afogados, cisa jogar a Iniciativa de todos os afogados, Se o navio-fantasma não for seriamente navio continua a se mover na mesma di-
uma espécie de morto-vivo vítima de afoga- apenas do capitão, para determinar em que danificado, na 11ª rodada ele estará lado a reção e com mesma velocidade na rodada
mento. Seus corpos inchados estão sempre momento sua embarcação irá agir, e daque- lado com o Cortamaré e os afogados tenta- seguinte, sem a necessidade de testes.
molhados, têm marcas de mordidas de pei- les que estiverem utilizando a balista e/ou o rão embarcar no navio inimigo para atacar  Manobrar Defensivamente.
xes e são cheios de cracas e algas por todos canhão. Do mesmo modo, determine a Ini- seus ocupantes. Nesta rodada o navio estará Com uma ação completa um capitão
os lados. ciativa do Capitão Jack para verificar lado a lado com o Cortamaré, então 3d4 pode substituir a CA da embarcação por
quando o Cortamaré irá agir dentro do mortos-vivos tentarão saltar para o convés um teste de Ofício (marinheiro).
No início do encontro o navio-fantasma
turno. Como o Capitão Jack está tentando inimigo; outros 2d4 afogados lançarão gan-  Balista e Canhão. Balistas e ca-
estará a 30 metros do Cortamaré. O Capitão
fugir e o navio-fantasma tenta se aproximar, chos e pranchas para abordar a embarcação nhões são consideradas armas exóticas de
Skama tentará manobrar para escapar da
nenhum dos dois capitães tentará manobrar inimiga. Os demais continuarão a bordo do longo alcance (-4 nos ataques se não tiver
embarcação inimiga, mas o navio-fantasma
defensivamente, usando suas ações apenas navio-fantasma ajudando o capitão a vele- os talentos apropriados). Disparar com
é mais rápido e irá alcança-los em 10 roda-
em se deslocar. Durante a fuga, os marinhei- jar. Porém, como não estará mais com sua essas armas exige uma ação completa; re-
das. Neste meio tempo, o navio-fantasma
ros do Cortamaré estarão concentrados em tripulação total, o capitão afogado sofrerá carregar uma balista exige duas ações
atacará o Cortamaré com sua balista (al-
ajudar seu capitão a manobrar o barco, mas penalidade de -4 em seus testes de Ofício completas, enquanto recarregar um ca-
cance de 45m) e seu canhão (alcance de
manterão armas preparadas para o caso de (marinheiro) (reduzido, então, para +2). nhão exige quatro ações completas. Duas
60m). Espera-se que os PJ contra-ataquem
haver um confronto. pessoas recarregando um canhão podem
a embarcação, seja por seus próprios meios Um grande combate terá início no con-
(magias e ataques à distância) ou utilizando Se o navio-fantasma for reduzido a ape- vés do Cortamaré, digno das melhores estó- fazê-lo com duas ações completas cada.
as duas balistas que o Cortamaré dispõe. Se nas um quarto de seus PV ou menos antes rias de pirataria! Há um total de 30 afogados O talento Rapidez de Recarga reduz esse
tempo de recarga pela metade.
 Atacar Tripulante. Ataques à
 Afogado (30): morto-vivo 6, CM; ND 3; Médio, desl. 6m, natação 9m; PV 36; CA 19 (+3 nível, +2 Des, +4 natural); corpo-a- distância contra tripulantes de um navio
corpo: âncora +9 (2d8+9, x3) ou 2 pancadas +7 (1d4+9); à distância: balista +5 (5d8, 19-20) ou canhão +5 (5d12, x3); HE: visão no escuro sofrem -4 de penalidade devido ao ba-
18m, características de morto-vivo, RD 5/corte e magia, aura de afogamento; Fort +3, Ref +6, Von +5; For 22, Des 14, Con –, Int 8, Sab lanço do mar.
8, Car 8.  Saltar para um Navio. Saltar de
Perícias & Talentos: Iniciativa +11, Ofício (marinheiro) +8, Percepção +8; Vontade de Ferro, Usar Arma Exótica (balista ou canhão), um navio para o outro exige uma ação de
Ginga das Ondas, Ataque Múltiplo. movimento e um teste de Atletismo (CD
Aura de Afogamento: no início de cada turno do afogado todas as criaturas a até 6m devem fazer teste de Fortitude (CD 12 +1 por teste 10 se as embarcações estiverem lado a
anterior) ou se afoga (0 PV e inconsciência). Na rodada seguinte, se continuar dentro da aura, cai para -1 PV; se permanecer uma terceira lado; CD 15 se estiverem a 3m de distân-
rodada dentro da aura, morre (e se transformará em um afogado alguns dias depois). Personagens que não respiram ou respiram debaixo cia; etc.). Falha resulta em queda no mar.
d’água não são afetados.  Abordar um Navio. Pode-se
 Navio-Fantasma (1): Embarcação Descomunal; Tripulação mínima 5, total 30; desl. natação 12m; PV 220; CA 13 (-4 tamanho, abordar uma embarcação a até 3m com
+5 natural, +2 Des); RD 5; armamento: 1 balista +5 (5d8, 19-20, dist. 45m, Perf) e 1 canhão +5 (5d12, x3, dist. 60m, Esmag.). Piloto: Capitão ganchos e pranchas. Exige uma ação
Afogado (Des 14, Ofício: marinheiro +6); Tripulação: 30 afogados marinheiros veteranos (+2 em de Ofício: marinheiro para o capitão; já completa e teste de Ofícios (marinheiro)
incluído). Especial: imune a atordoamento, dano de habilidade, doenças, encantamentos, paralisia, necromancia, sono e veneno; sofre ½ de CD 20 por parte dos abordadores.
dano de ataques à distância e frio (antes de aplicar RD).

38
 fim de evitar possíveis ataques da embarca-
 Testes de Resistência para
Embarcações. Para efeitos de resistir ao
ção inimiga (o que exigirá uma ação com- A Tripulação do Cortamaré em Combate
pleta por parte do capitão). Quando houverem combates a bordo do Cortamaré, a tripulação não ficará apenas
sopro de um dragão e efeitos similares
uma embarcação é considerada um ob- Uma vez iniciado o combate no convés, assistindo enquanto os PJ enfrentam os desafios – muitos também participarão do con-
jeto carregado por seu piloto. Assim, para torna-se impossível prever todos os eventos fronto. Nestas situações pelo menos 15 marinheiros tentarão continuar a ajudar o Capitão
resistir ao sopro de um dragão, por exem- possíveis. A cada rodada 1d4+2 afogados Skama a pilotar a embarcação (mesmo assim ele sofrerá penalidade de -4 nos testes de
plo, o piloto da embarcação é quem deve abordarão no Cortamaré usando ganchos Ofício: marinheiro por não contar com a tripulação total), enquanto os demais participarão
fazer um teste de Reflexos para reduzir o ou apenas saltando a longa distância. Os PJ do confronto. O capitão irá se concentrar em pilotar (às vezes manobrando defensiva-
dano à metade. Perceba que se o piloto talvez consigam derrubar alguns no mar, eli- mente) e só entrará em combate corpo-a-corpo se não tiver outra escolha.
tiver a habilidade Evasão (como no caso minando a ameaça, mas mesmo assim al- Há duas maneiras pelas quais você pode conduzir os combates no convés. A primeira
do Capitão Jack Escama) a embarcação guns ainda conseguirão embarcar. Os afo- e mais trabalhosa é fazer jogadas para todos os marujos envolvidos ou apenas escolher os
não recebe esse benefício. Embarcações, gados atacam aventureiros, marinheiros e resultados; assim os PJ enfrentarão alguns inimigos enquanto os marinheiros enfrentarão
como objetos, não fazem testes de Von- todos que encontrarem no caminho. Es- outros. Uma outra maneira, mais prática, é fazer com que os PJ enfrentem todos os inimi-
tade. pera-se que os PJ os enfrentem em combate gos sozinhos enquanto os marinheiros atuam como aliados para o grupo (veja a DB #126).
direito – ou que continuem a atacar o navio- Neste caso, os marinheiros podem atuar como aliados iniciantes do tipo fortão, atirador
a bordo do navio-fantasma. Destes, pelo pirata para naufragá-lo. Se conseguirem ou guarda-costas e cada PJ pode receber ajuda de um número de aliados de acordo com
menos 8 permanecerão a bordo do navio- isso, os afogados que restarem tentarão fu- seu Carisma (nenhum aliado para Car 9 ou menos; um para Car 10-15, dois para Car 16-
fantasma a fim de continuar a atacar o Cor- gir, saltando para o mar. Após abordarem o 19 e três para Car 20+). Usar essa regra tem a vantagem de manter o foco das batalhas nos
tamaré com balista e canhão e/ou ajudar o Cortamaré os afogados lutam até o fim e se PJ, mas também pode torna-la mais difícil para os heróis em algumas situações.
capitão a velejar. Enquanto isso, no Corta- seu navio ficar muito danificado, eles po- De tempos em tempos, porém, haverá baixas entre a tripulação: a cada minuto de
maré, muitos dos marinheiros continuarão dem tentar assumir o controle do próprio combate (1d4+2 rodadas) há 50% de chance de que 1d3 marujos acabem mortos – e as
ajudando o Capitão, mas ele também so- Cortamaré! baixas podem afetar os testes de Ofício (marinheiro) do capitão e até mesmo a continui-
frerá uma penalidade de -4 em seus próprios dade de funcionamento da embarcação, já que o Cortamaré não poderá mais operar se sua
O combate no convés envolverá um tripulação for reduzida a menos de 5 tripulantes...
testes (totalizando um modificador de +6).
grande número de personagens – além dos
A partir deste momento o Capitão Jack ten-
PJ, haverá os marinheiros e os afogados. As Arton Vol. 2 (pgs. 9-10) para melhor en- um a outro e vocês percebem que al-
tará sempre manobrar defensivamente, a
estatísticas dos afogados apresentada aqui caixá-los dentro do nível da aventura. guma coisa não está certa – as ondas
são diferentes daquela vista no Bestiário de não parecem naturais, mas provocadas
Rei dos Mares por alguma agitação abaixo do lençol de
A grande face de Azgher a cima água.
 Dragão Marinho Jovem (1): monstro 14, CM; ND 8; Grande, desl. 9m, voo 18m, queima suas peles e o balanço constante
natação 18m; PV 140; CA 23 (+7 nível, -1 tamanho, +7 natural); corpo-a-corpo: mordida Não demora muito para que vocês
conforme o Cortamaré galga as ondas compreendam o que está havendo. Re-
+21 (2d6+14) ou 1 mordida +19 (2d6+14), 2 garras +19 (1d8+14) e 1 cauda +19 muitas vezes lhes dá embrulhos no estô-
(1d8+14); HE: percepção às cegas 18m, visão no escuro 18m, imunidade (sono, paralisia e pentinamente as ondas estouram e das
mago. Para a maioria de vocês, a vida profundezas emerge uma enorme forma
ácido), sopro, respirar na água, metamorfose, agarrar aprimorado; Fort +12, Ref +9, Von em alto-mar ainda é novidade, e vocês
+10; For 25, Des 11, Con 17, Int 10, Sab 13, Car 10. escamosa, vários tons de azul e prata. A
tem dificuldade em se acostumar. criatura estende asas enormes e içam
Perícias & Talentos: Iniciativa +17, Percepção +18; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos,
Ataques Múltiplos, Foco em Arma (mordida), Foco em Arma (garras), Ataque com a Vocês percebem a agitação marinha sua forma volumosa no ar e escancara
Cauda*, Foco em Arma (cauda), Vontade de Ferro. intensificar cada vez mais. Uma onda sua bocarra, despejando uma torrente
Sopro: cone de 9m de água fervente. 8d6+7; Reflexos CD 20 reduz à metade. forte bate contra o casco da embarcação de água fervente contra o casco do Cor-
Agarrar Aprimorado: se acertar um ataque com mordida, pode iniciar a manobra agarrar e o Capitão Skama grita por atenção. Os tamaré. A habilidade do Capitão Skama
como uma ação livre (bônus +24). marujos correm de maneira frenética de consegue evitar boa parte do ataque,
* o talento Ataque com a Cauda foi apresentado na BC#14. mas logo a fera passa pela embarcação,

39
 retorna em voo e volta-se novamente na
direção do navio.
Para a infelicidade dos heróis, o Corta-
maré acaba de passar no território recém ad-
quirido de um jovem dragão marinho. A
fera está irada com a invasão de seu territó-
rio e atacará o Cortamaré com fúria. Ele
tentará afundar o navio, atacando o casco
com seu sopro de água fervente, rasgando
velas, quebrando mastros ou até mesmo
golpeando o casco. Para confrontá-lo, os PJ
podem usar seus próprios ataques à distân-
cia, suas magias ou as balistas do Cortamaré.
O ataque inicial do dragão marinho
causa 4d6+3 de dano ao Cortamaré (consi-
dere que o Capitão Jack foi bem-sucedido
no teste de Reflexos para reduzir o dano à
metade). Como iniciou o combate usando
seu sopro, o dragão terá que ficar 1d4 roda-
das sem utilizá-lo novamente. Em voo ele
atacará poderá morder um tripulante (um
único ataque) ou golpear a embarcação com
 Natação. Nadar exige uma ação
de movimento e um teste de Atletismo
(CD 10 para água calma, CD 15 para agi-
tada, CD 20 para tempestuosa). Em caso
de sucesso, move-se metade do desloca-
mento; falha permite boiar, mas não se
mover; falha por 5 ou mais faz o perso-
nagem afundar.
 Afogamento. Um personagem
pode prender a respiração por um nú-
mero de rodadas igual à sua Con. Depois
disso deve fazer um teste de Con por ro-
dada (CD 10 +1 por teste anterior) e se
falhar se afoga (0 PV). Se continuar sub-
merso, na rodada seguinte é reduzido a -
1 PV. Se na terceira rodada continuar
submerso, morre afogado.
40
suas garras (dois ataques). O dragão tam-
bém pode descer na água e manter-se no ní-
vel das ondas nadando; nesta situação ele
pode realizar todos seus ataques contra a
embarcação ou contra tripulantes que este-
jam perto da amurada do navio. Ele sempre
usará o sopro tentando atingir primeiro a
embarcação e o maior número de tripulan-
tes possível.
Lembre-se que o dragão não atacará so-
mente os PJ – ele pode atacar os marinhei-
ros também. Mantenha sempre um controle
do número de marinheiros ainda vivos na
embarcação, pois isso poderá afetar os tes-
tes de Ofício (marinheiro) do Capitão e
também o número de
Se for reduzido à metade de seus PV ou
menos, o dragão marinho tentará escapar,
mas poderá voltar mais adiante (esse encon-
tro poderá ser repetido).
Sedução nos Corais
Em alto-mar, o som das ondas ba-
tendo contra o casco, o estalar dos cor-
dames esticados no convés e os gritos de
ordens do Capitão Jack Skama imperam
na maior parte do tempo. De tempos em
tempos canções ecoam nas vozes dos
marujos, rimas que contam lendas e es-
tórias sobre as agruras e riscos da vida
de marinheiro.
Um outro som começa a ecoar por
seus ouvidos, cortando a barulho ensur-
decedor das ondas. Um canto belo e su-
ave, uma melodia envolvente. Mesmo
sem compreender bem as palavras, a
música parece entrar em seus ouvidos e
leva-los a um mundo paradisíaco, envol-
vendo-os em uma calma e despertando
em seus corações uma espécie de amor
 Sereia (3): humanoide 6, CM; ND 3; Médio, desl. 1,5m, natação 18m; PV 24; CA
19 (+3 nível, +2 Des, +4 natural); corpo-a-corpo: pancada +6 (1d3+2); agarrar +6 (vítima
fica desprevenida, não pode atacar e sofre -2 em ataques); HE: visão na penumbra, respirar
na água, canto da sereia, névoa; Fort +4, Ref +5, Von +3; For 8, Des 15, Con 12, Int 10,
Sab 11, Car 19.
Perícias & Talentos: Atuação (canto) +13, Iniciativa +9, Percepção +9; Acuidade com
Armas, Foco em Arma (pancada), Treino em Perícia (Atuação).
Canto da Sereia: pode usar música de bardo à vontade, mas apenas os efeitos canção
assustadora em massa, fascinar em massa e sugestão. Todos têm CD 17 (CD +4 se a
vítima puder se sentir fisicamente atraído pela sereia).
Névoa: uma vez ao dia a sereia pode conjurar névoa.
incontrolável. A sensação começa a len- de 1 minuto). Personagens fascinados não
tamente espalhar-se pelo navio. Quando podem realizar ações e sofrem penalidade
enfim vocês percebem a origem da linda de -4 em Percepção. Aqueles que obtiverem
canção, percebem a presença de três be- sucesso no teste poderão agir normalmente.
las jovens deitadas sobre um recife de
Na rodada seguinte, cada uma das se-
corais. Seus longos cabelos ruivos e lou-
reias usará seu canto para reproduzir os efei-
ros brilham quando os raios de Azgher
tos da habilidade sugestão da música de
os tocam, seus rostos angelicais de uma
bardo contra alvos que já estejam fascinados
beleza estonteante. Muitos a bordo da
(podendo ser os PJ ou outros marujos). Os
embarcação parecem prontos para sal-
alvos dessa habilidade deverão fazer testes
tar ao mar e nadar ao encontro daquelas
de Vontade (CD 17 ou 21 para PJ que pos-
lindas jovens – inclusive vocês!
sam se sentir fisicamente atraídos pela be-
As três jovens nos recifes de coral são, leza das sereias) e, se falharem, saltarão da
na verdade, sereias. E diferente da maioria embarcação e nadarão até as sereias! Uma
dos membros da espécie, estas são terrivel- vez lá, a sereia mergulha junto com seu alvo
mente cruéis, adoradoras de alguma divin- e tenta afoga-lo, agarrando-o.
dade profana das profundezas de Arton em
Outros PJ podem tentar agarrar vítimas
busca de vítimas para afogar e sacrificar em
do encanto das sereias para impedir que se
nome de seu patrono.
joguem no mar usando a manobra agarrar.
Na primeira rodada o conto das três se- Também é possível atacar as sereias com ar-
reias reproduz os efeitos da habilidade fas- mas de longo alcance. Se forem atacadas as
cinar em massa da música de bardo: todos sereias usarão sua habilidade névoa para
os PJ devem fazer um teste de Vontade (CD ocultar sua posição. A névoa cobre uma
19 ou 23 para PJ que possam se sentir fisi- área de 6m de raio e 6m de altura e confere
camente atraídos pela beleza das sereias; o camuflagem total às sereias (50% de chance
teste tem CD aumentado em +2 devido à de errar qualquer ataque). Sob a proteção da
presença de mais sereias). Todos aqueles neblina, elas continuarão a cantar, tentando
que falharem ficam fascinados enquanto o atrair vítimas. Se pelo menos uma das se-
canto das sereias perdurar (até um máximo
reias morrer ou for seriamente ferida (redu- ouvem um dos marujos dizer em algum Como se tudo isso não bastasse, o mal-  Combate na Superfície. Um
zida à metade de seus PV), todas elas fugi- momento. De fato, o Deus-Sol parece estar e o balanço das ondas farão com que personagem que esteja boiando ou perto
rão. manter-se escondido por detrás de pesa- o personagem fique um pouco desequili- da superfície sofre -2 na CA e ataques.
das nuvens. brado, sendo jogado de um lado ao outro Para se deslocar, precisa nadar (veja o
Caso todos os PJ sejam bem-sucedidos
no convés. Peça que estes personagens fa- quadro na página anterior). Para conjurar
nos testes de Vontade, o mestre pode fazer O mar agitado faz a embarcação os-
çam quatro testes de Acrobacia (CD 20). Se magias precisa ter sucesso em um teste de
com que alguns dos marinheiros falhem e cilar de um lado ao outro dando-lhes
o personagem acumular duas falhas antes de Vontade (CD 10 + nível da magia).
sejam atraídos pela canção. Seus colegas embrulhos no estômago, enquanto seus obter dois sucessos, perderá o equilíbrio e
tentarão impedi-los de jogarem-se no mar, companheiros de viagem apenas garga-  Combate Submerso. Persona-
cairá no mar! gens submersos sem deslocamento de
mas falharão – deixe que os PJ ajam. Se fa- lham e bebem rum. Para aqueles ho-
lharem, ou não fizerem nada, as sereias afo- mens do mar, aquela agitação toda pa- As águas agitadas farão com que o PJ natação sofrem -4 na CA e nos ataques,
garão os marinheiros e irão embora. Com rece nada. que cair do banco acabe sendo empurrado a causam apenas metade do dano com ata-
isso a tripulação do Cortamaré irá reduzir – 1d4 metros de distância da nau a cada ro- ques físicos e devem fazer um teste de
A balançar das ondas está começando a Con por rodada para prender a respira-
o que pode ser prejudicial com o tempo dada – ou seja, quando os marinheiros lan-
causar mal-estar aos PJ. A menos que seu ção; para se deslocar precisam nadar. Para
(veja o quadro A Tripulação do Cortamaré em çarem a corda o PJ já estará a 2d4 metros de
histórico os caracterize como personagens conjurar magias, devem ter sucesso em
Combate). distância. Claro, o PJ também pode tentar
do mar (por exemplo, um personagem pi- um teste de Vontade (CD 20 + nível da
nadar na direção do barco (veja o quadro na
Perigo Sob as Ondas rata ou membro de uma raça marinha, magia).
página anterior, sobre natação e afoga-
como elfo-do-mar) peça que façam testes de Maiores detalhes na pg. 103 do
Para este encontro, considere que o mento), mas continuará a ser empurrado
Fortitude (CD 12). Falha resulta em terrível Manual do Combate e na pg. 82 do
clima está nublado e com mar agitado (ver 1d4 metros na direção contrária a cada ro-
mal-estar e o PJ acaba vomitando. O perso- Manual Básico de TRPG.
tabela Clima Aleatório). Também será neces- dada. Os demais PJ podem tentar resgatar
nagem sofrerá os efeitos de estar enjoado (a
sário que os PJ estejam no convés. seu companheiro arremessando uma boia
cada rodada só pode realizar uma ação pa- lado para informações sobre como conduzir
presa em uma corda localizada perto da
O vento sopra fortemente em seus drão ou ação de movimento, não ambas) o combate na superfície ou submerso.
amurada. Para alcançar um aliado no mar,
rostos, quase cortante, neste dia cin- durante 1d4 horas.
um PJ precisará fazer uma jogada de ataque Durante este encontro, as águas serão
zento. “Azgher está cego hoje”, vocês à distância (se o personagem tiver bônus consideradas agitadas, por isso os testes de
para armas de arremesso, aplique o bônus). Atletismo para se deslocar e evitar afundar
 Selako (1): animal 7, N; ND 3; Grande (comprido), desl. natação 18m; PV 35; CA A CA do alvo será igual a 15 menos seu mo- são feitos com CD 15.
16 (+3 nível, +2 Des, +1 natural); corpo-a-corpo: mordida +8 (1d12+6); HE: faro, per- dificador de Destreza menos seu modificador
cepção às cegas 9m, visão na penumbra; Fort +6, Ref +7, Von +4; For 17, Des 15, Con de tamanho (por exemplo, um halfling com Brincadeiras Marinhas
13, Int 1, Sab 12, Car 2. Des 14 terá CA 14 para esse “ataque”). Se Localizado entre a costa leste de Ar-
Perícias & Talentos: Iniciativa +12, Percepção +15; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos, falhar, a boia cai a 1d4 metros de distância ton e o Reino-Arquipélago de Khubar, o
Foco em Arma (mordida), Treino em Perícia (Percepção), Foco em Perícia (Percepção), do alvo. Mar do Dragão-Rei é habitado por um
Arma Natural Aprimorada. Existe, porém, um fator que irá tornar o grande número de criaturas marinhas,
 Golfinho (2d6+10): animal 2, N; ND 1; Médio, desl. natação 18m; PV 10; CA 16 resgate mais complicado: um grande selako incluindo uma série de monstros peri-
(+1 nível, +3 Des, +2 natural); corpo-a-corpo: pancada +1 (2d4+1); HE: percepção às está nadando em meio às ondas agitadas! O gosos. Dessa forma, toda vez que há
cegas 36m, visão na penumbra, raio sônico; Fort +4, Ref +6, Von +2; For 11, Des 17, selako atacará o (ou os) PJ que cair no mar, movimento em alto-mar os marujos cos-
Con 13, Int 2, Sab 12, Car 6. aproximando-se rapidamente. Embora não tumam ficar agitados, preparando-se
Perícias & Talentos: Iniciativa +4, Percepção +10; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos, seja uma criatura extremamente perigosa, para o pior – mas nem sempre esse pior
Foco em Perícia (Percepção). enfrenta-la em seu ambiente natural pode se aparece.
Raio Sônico: com uma ação padrão pode emitir raio sônico contra alvos a até 36m cau- tornar um grande desafio! Veja o quadro ao
sando 4d6+1 de dano ou atordoamento por 1d4 rodadas. Reflexos (CD 12) evita o ator- Vocês percebem que o Cortamaré
doamento ou reduz o dano à metade. está rodeado de um grande cardume.

41
 Inicialmente ficam tensos, imaginando
que perigos se escondem abaixo, até
que uma das criaturas salta logo à frente
da embarcação. E então outra, e mais
outra e muitas outras. “O Grande Oce-
ano abençoa nossa viagem”, diz um dos
marinheiros perto de vocês. “Golfinhos
são sempre um sinal de boa sorte”.
Um bando de 2d6+10 golfinhos está
agora acompanhando o Cortamaré em sua
trajetória. Os golfinhos são inteiramente
inofensivos, não atacam a embarcação, tam-
pouco os PJ. São, na verdade, um sinal de
boa sorte: todos os PJ, bem como os mari-
nheiros e o Capitão Jack, receberão +1 de
bônus em todos os seus testes até o final do
dia. Jogue os dados novamente e defina um
novo encontro aleatório para este dia.
Este encontro aleatório pode se repetir
em outros dias, se o Mestre desejar.
Um Confronto de Peso
Enquanto observam o grande mar à
sua volta, vocês repentinamente veem
um grande jato d’água estourar vertical-
mente para o alto. A agitação cresce nas
águas mais à frente e vocês percebem
que alguma coisa muito, muito grande
debate-se adiante. Do alto do cesto da
gávea veem o grito do grumete: “Cacha-
lote à vista! Estão brigando com alguma
coisa!”.
Uma enorme cauda de peixe surge
no horizonte, seguido pelo salto de um
animal de proporções incríveis. Pelos
gritos do marinheiro à cima vocês per-
cebem que se tratam de suas enormes
baleias – mas então percebem grandes
tentáculos projetarem-se das ondas. As
baleias estão atacando alguma espécie
42
de lula ou polvo de dimensões tão im-
pressionantes quanto elas mesmas!
A cena é realmente espetacular, de
tirar o fôlego. A grande agitação, con-
tudo, provoca ondas gigantescas, que
batem contra o casco do Cortamaré e
ameaçam virá-lo!
Dois gigantescos cachalotes estão em
ferrenho combate contra um polvo gigante
bem perto do Cortamaré. A cena é espeta-
cular, mas também oferece perigos à embar-
cação.
Para este encontro há pouco que os pró-
prios PJ possam fazer – caberá ao Capitão
Jack Skama manobrar de maneira a evitar as
ondas e, principalmente, evitar se chocar
contra os gigantescos animais! Contudo,
para colocar a responsabilidade sobre os jo-
gadores, peça que eles joguem os dados.
Faça cinco testes de Ofício (marinheiro)
para o Capitão Jack, todos com CD 25. Para
cada falha o Cortamaré sofrerá 2d8 de da-
nos em seu casco. Se obtiver três sucessos
seguidos, a embarcação já terá se distanci-
ado o suficiente para não ser afetada pelo
confronto dos animais.
Este encontro se resolve rapidamente e
serve apenas para atrapalhar os PJ em en-
contros futuros (danificando a embarca-
ção).
Barcaça à Vista!
“Barcaça à vista!”, grita o mari-
nheiro no cesto da gávea, apontando
para a proa do Cortamaré. Olhando na-
quela direção, vocês percebem o mastro
com vela quadrangular de uma embar-
cação. Uma certa tensão paira no ar, até
que a bandeira no topo se torna visível,
revelando a estampa de ondas estiliza-
das e um dragão: o símbolo de Khubar.
A embarcação, muito menor do que
o Cortamaré, parece à deriva no manto
oceânico. Quando chegam mais perto, é
possível ver que a vela está parcialmente
rasgada. Cinco humanoides de pele es-
cura no interior da carcaça acenam na
direção do Cortamaré.
A barcaça à frente (O Mundo dos Deuses,
pg. 145) pertence a um pequeno grupo de
pescadores de Khubar. Os pescadores fo-
ram atacados, na noite anterior, por um pe-
queno bando de tuna’koan, os homens-
peixe. As criaturas foram afugentadas, mas
não antes de causar grandes estragos à em-
barcação.
Quando o Cortamaré se aproximar os
pescadores pedirão para embarcar, a fim de
pegar uma “carona” para casa. Os pescado-
res não oferecem nenhum risco ao grupo –
pelo contrário, todos são treinados em Ofí-
cio (marinheiro) e podem atuar junto à tri-
pulação do Cortamaré. Neste caso, aumente
a tripulação total da embarcação em +5 –
lembrando que a tripulação pode ter sido re-
duzida devido a outros encontros (veja o
quadro A Tripulação do Cortamaré em Com-
bate). Para simplificar, considere que os pes-
cadores têm as mesmas estatísticas dos ma-
rinheiros vistas em páginas anteriores.
Ataque das Escamas
Este encontro não tem um texto descri-
tivo para ser lido aos jogadores porque de-
verá ocorrer de maneira sorrateira e sur-
presa. No meio da noite, enquanto boa
parte da tripulação (e possivelmente tam-
bém os PJ) estiver dormindo, um bando de
tuna’koan tentará se esgueirar para o inte-
rior do Cortamaré, escalando o casco.
O bando é formado por um homem-
peixe capitão, dois clérigos e 1d6+4 solda-
dos. Personagens que estejam acordados no
convés (apenas se tiverem especificado isso
com antecedência) poderão tentar um teste
de Percepção resistido pela Furtividade dos
invasores (considere Furtividade +5, o valor
mais baixo entre eles). Se o PJ perceber a
presença dos inimigos poderá alertar os de-
mais ou tentar pegar os invasores de sur-
presa (o que não é bem uma boa ideia, con-
siderando a quantidade de homens-peixe).
De qualquer maneira, os tuna’koan precisa-
rão de tempo para subir no navio: a cada ro-
dada 1d3 homens-peixe subirão no navio e
começarão a se espalhar e confrontar os ad-
versários. Isso dará tempo para os PJ e ma-
rinheiros acordarem e participarem do com-
bate.
Se nenhum PJ perceber a presença dos
tuna’koan, todos eles subirão no convés an-
tes que sejam notados por um dos marinhei-
ros, que soará o alarme e o combate terá iní-
cio. Quando subirem ao convés, os PJ en-
contrarão um pandemônio, com marinhei-
ros enfrentando tuna’koan desesperada-
mente.
Como o navio estará parado durante
este encontro, aqui o Capitão Jack Skama
poderá participar do combate como um
PdM (ou seja, jogue os dados para ele como
se fosse um dos jogadores). A estratégia dos
homens-peixe é matar o maior número de
tripulantes possível e rapidamente. O ho-
mem-peixe capitão tentará confrontar o Ca-
pitão Jack Skama em combate singular – ou
um dos PJ, se este se mostrar um adversário
mais poderoso. Lembre-se que os múltiplos
olhos do capitão tornam impossível flan-
queá-lo em combate.
 Os dois clérigos se manterão fora do
combate a maior parte do tempo; se tiverem
tempo, um deles lançará força do touro sobre
seu capitão (o que aumentará seu bônus de
ataque e dano em +2) enquanto o outro lan-
çará oração no meio do combate (aliados
dentro da área receberão +1 em jogadas e
testes, enquanto inimigos sofre -1). Se fo-
rem atacados, os clérigos tentarão usar cau-
sar medo contra os atacantes, a fim afastar ini-
migos. Se não funcionar (ou se não for sufi-
ciente) usarão invocar monstro V para criar
uma espécie de tubarão monstruoso com
quatro patas para atacar seus adversários. Se
o combate estiver indo mal para os homens-
peixe, os clérigos usarão curar ferimentos leves
em massa em conjunto para recuperar a
maior parte dos lutadores. A magia curar fe-
rimentos críticos ficará reservada para eles
mesmos ou seu capitão.
Os clérigos e o capitão carregam armas
de qualidade obra-prima. A menos que os
PJ tenham tido um desempenho muito ruim
durante o combate, ou tenham agido de ma-
neira covarde, o Capitão permitirá que eles
fiquem com tais espólios – do contrário,
exigirá os itens como compensação pelos
estragos causados à embarcação!
Além de seu equipamento, os homens-
peixe carregam um total de 1.300 TO em
moedas diversas.
Comércio em Alto-Mar
Este encontro deverá ocorrer em um dia
de clima mais ou menos tranquilo, sem chu-
vas ou mar agitado.
Galgando as ondas do amplo Mar do
Dragão-Rei, o Cortamaré segue sua via-
gem através da ampla planície azul.
Ilhas muito pequenas ocasionalmente
surgem na paisagem marinha, forçando
o Capitão a manobra para evitar bancos
de areia. Grandes cardumes de peixes
variados frequentemente são vistos des-
viando da embarcação, bem como ou-
tros animais maiores e mais perigosos –
como os ávidos selakos.
Em dado momento, um dos marujos
alerta para algo na água: olhando na di-
reção, vocês veem um grupo de seres
aparentemente humanoides, pele azul
perolada e orelhas raiadas como barba-
tanas, nadando tranquilamente na su-
perfície. Alguns marujos chamam pelo
capitão que, deixando seu imediato no
controle do leme, segue até a amurada
para dialogar com as criaturas.
“Bênçãos do Oceano, marujos”,
grita um dos humanoides do mar. “Gos-
taríamos de embarcar para negociar
produtos que podem ser do seu inte-
resse, o que me dizem?”. O capitão dá
ordens para que o imediato interrompa
seu avanço – as velas são recolhidas e

 Homem-Peixe Soldado (1d6+4): humanoide 4, NM; ND 2; Médio, desl. 6m, natação 12m; PV 24; CA 20 (+2 nível, +3 Des, +5 natural); corpo-a-corpo: lança +5 (1d6+5) e
mordida +4 (1d6+5); HE: visão no escuro 18m, imunidade a medo, resistência 10 a frio e eletricidade, +8 em resistência contra encantamento, mutação, fanático invicto, saqueador
costeiro; Fort +5, Ref +5, Von +2; For 16, Des 16, Con 16, Int 10, Sab 11, Car 8.
Perícias & Talentos: Furtividade +5, Iniciativa +10, Percepção +7; Usar Armas SimplesB, Foco em Arma (lança), Ataques Múltiplos.
Mutação: 1 em cada 6 homens-peixe tem uma das seguintes mutações: braços extras (ataque adicional com lança), braço gigante (+2 em ataque e dano com lança), cabeça extra (ataque
adicional de mordida, +4 em Percepção), cauda espinhosa (ataque de cauda com as mesmas estatísticas da mordida, mas dano de esmagamento), cauda longa (+6m de deslocamento),
escamas rígidas (CA+3), múltiplos olhos (não pode ser flanqueado, +4 em Percepção).
Saqueador Costeiro: pode ficar fora d’água um número de horas igual a Con, depois começa a sufocar.
 Homem-Peixe Capitão (1): humanoide 4/guerreiro 8, LM; ND 7; Médio, desl. 6m, natação 12m; PV 112 (28+72); CA 26 (+6 nível, +5 Des, +5 natural); corpo-a-corpo: espada
longa obra-prima +16 ou +11/+11 (1d8+13, 17-20) e mordida +14 (1d6+11); à distância: azagaia obra-prima +17 (1d8+11); HE: visão no escuro 18m, imunidade a medo, resistência 10
a frio e eletricidade, +8 em resistência contra encantamento, mutação (múltiplos olhos), fanático invicto, saqueador costeiro; Fort +12, Ref +11, Von +8; For 20, Des 20, Con 19, Int 12,
Sab 11, Car 13.
Perícias & Talentos: Conhecimento (estratégia) +14, Furtividade +11, Iniciativa +20, Intimidação +14, Percepção +19; Usar Armas Simples B, Foco em Arma (lança), Ataques Múltiplos,
Fortitude Maior, Vitalidade, Usar Armas Marciais, Foco em Arma (espada longa), Trespassar, Acerto Crítico Aprimorado (espada longa), Treino em Perícia (Conhecimento: estratégia),
Treino em Perícia (Intimidação), Ataque Duplo, Especialização em Arma (espada longa).
 Homens-Peixe Clérigos (2): humanoide 11, NM; ND 6; Médio, desl. 6m, natação 12m; PV 77; CA 21 (+5 nível, +1 Des, +5 natural); corpo-a-corpo: lança obra-prima +8
(1d6+6) e mordida +7 (1d6+6); HE: visão no escuro 18m, imunidade a medo, resistência 10 a frio e eletricidade, +8 em resistência contra encantamento, fanático invicto, saqueador
costeiro, magias; Fort +8, Ref +6, Von +10; For 12, Des 12, Con 16, Int 14, Sab 16, Car 12.
Perícias & Talentos: Conhecimento (religião) +16, Furtividade +6, Identificar Magia +16, Iniciativa +15, Percepção +17; Usar Armas Simples B, Foco em Arma (lança), Ataques Múlti-
plos, Vontade de Ferro, Magias em Combate, Devoto do Mal, Devoto do Mar.
Devoto do Mar: este talento permite aos homens-peixe clérigos respirar livremente fora d’água.
Magias de Clérigo Tipicamente Preparadas: (1º nível) causar medo, (2º nível) força do touro, (3º nível) oração, (4º nível) curar ferimentos críticos, tempestade glacial, (5º nível) controlar os ventos, convocar
tempestade de relâmpagos, curar ferimentos leves em massa, invocar monstro V. CD 13 + nível da magia ou CD 14 + nível da magia para alvos Bondosos. 34 PM.

43
 em poucos minutos a enorme embarca- Os elfos-do-mar são pacíficos, não de- los por uma bela pérola branca e alguns Ti-
ção faz uma lenta parada em meio ao sejam atacar a embarcação. Na verdade, bares que os elfos encontraram em embar- Novos Itens Mágicos
azul. Por ordens de Jack Skama, escadas querem apenas “fazer negócios”. Incapazes cações naufragadas. Se estiverem com
de corda são jogadas para que os visi- de manipular chamas no fundo do oceano, pouca comida, ele irá, ao invés disso, nego- Aljava de Glórienn
tantes embarquem. os elfos-do-mar geralmente não conseguem ciar a compra de um pouco de alimento: Esta aljava de couro branco é muito
forjar metais. Por isso, não é raro que nego- peixe, crustáceos marinhos, plantas aquáti- bem trabalhada, cheia de adornos e runas
As criaturas de pele azulada são elfos- élficas em dourado e lilás. Suas proprie-
ciem com habitantes do Mundo Seco em cas comestíveis... O suficiente para reabas-
do-mar. Há um total de seis elfos-do-mar, dades mágicas permitem armazenar o
busca destes utensílios, principalmente ar- tecer os estoques até a chegada em Alkeran.
todos lutadores experientes portando tri- dobro de flechas em comparação a uma
mas.
dentes presos às costas, adagas e azagaias Os PJ também podem negociar com os aljava normal (40 flechas no total). Além
com pontas feitas de ossos, corais e outros Os elfos-do-mar possuem alguns itens elfos-do-mar para troca de alguns produtos. disso, as flechas armazenadas em uma al-
materiais facilmente encontrados no fundo interessantes que podem ser negociados. O Os elfos possuem os seguintes itens para se- java de Glórienn tem seu incremento de
do oceano. Alguns possuem algibeiras feitas Capitão Jack Skama tem um total de 150 rem negociados: uma pérola branca (100 distância aumentado em +5m e são con-
de algas trançadas presas na cintura, além de TO em armas e utensílios de metal que po- TO), uma pérola negra (500 TO), uma esta- sideradas mágicas para efeitos de ignorar
conchas e corais usados como adorno. dem interessar aos elfos-do-mar e irá trocá- tueta de coral do Grande Oceano (55 TO), Redução de Dano.
3 adagas de coral obra-prima (302 TO cada), Aura Tênue. Criar Itens Maravi-
 Elfo-do-Mar (5): humanoide (elfo-do-mar), ranger 6, LN; ND 3; Médio, desl. 9m, um anel de proteção +1 (2.000 TO), uma aljava lhosos, capacidade de lançar arma
natação 9m (ou 12m, natação 12m); PV 48; CA 18 (+3 nível, +3 Des, +2 Con); corpo-a- de Glórienn (2.000 TO; veja a descrição ao mágica. 2.000 TO.
corpo: tridente +9 (1d8+5) ou adaga de coral obra-prima +9 (1d4+5); à distância: azagaia lado) e um colar da adaptação (9.000 TO; veja
+9 (1d6+5); HE: visão na penumbra, percepção às cegas 18m (apenas embaixo d’água), descrição ao lado).
Colar de Adaptação
empatia selvagem, inimigo predileto (monstros, animais), estilo de combate, terreno pre- Os elfos-do-mar estão mais interessados Uma corrente pesada com um meda-
dileto (aquático), vínculo selvagem, bênção da natureza; Fort +6, Ref +8, Von +3; For em armas e utensílios metálicos do que em lhão de platina no formato de concha,
15, Des 17, Con 15, Int 13, Sab 10, Car 12. moedas de ouro – mais ainda se forem re- esse colar envolve o usuário em uma cú-
Perícias & Talentos: Acrobacia +6 (+8*), Adestrar Animais +10, Atletismo +11 (+13*), sistentes a água. Itens deste tipo usados em pula de ar respirável, tornando-o imune
Conhecimento (geografia) +10, Diplomacia +10, Furtividade +12 (+14*), Iniciativa +12, trocas serão considerados como valendo a gases, e vapores prejudiciais (incluindo
Percepção +9 (+11*), Sobrevivência +9 (+11*); Foco em Arma (tridente), Usar Armadu- 50% a mais de seu valor total, podendo ter névoa fétida e névoa ácida e venenos inalá-
ras (leves e médias), Usar Armas (simples e marciais), Usar Escudos, Fortitude Maior, seu valor de troca aumentado em 75% se os veis). Também permite respirar normal-
Reflexos Rápidos, Rastrear, Casca Grossa, Treino em Perícia (Diplomacia), Tolerância, PJ tiverem sucesso em um teste de Diplo- mente debaixo d’água ou no vácuo.
Forma Selvagem do Mar. * bônus quando embaixo d’água. macia resistido pela Diplomacia dos elfos. Aura Moderada. Criar Itens Ma-
Equipamento: tridente, três azagaias, adaga. Por exemplo, uma espada longa obra-prima ravilhosos, capacidade de lançar alte-
Aquático: pode respirar debaixo d’água normalmente e pode respirar fora d’água por (315 TO) valerá 472 TO durante a troca, rar-se. 9.000 TO.
15 horas, depois começa a sufocar. podendo chegar a 551 TO se os PJ tiverem
Estilo de Combate: dois dos elfos escolheram arquearia como estilo de combate, rece- sucesso no teste. Moedas, porém, tem me- Se forem atacados, os elfos-do-mar rea-
bendo o talento Tiro Rápido (azagaia +7/+7). Os outros três seguiram o estilo de combate nos valor para os elfos, por isso considere girão – ou, se não forem capazes de lidar
com duas armas e tem o talento homônimo (tridente +5 e adaga +5). apenas 75% do valor (podendo chegar ao com a situação, tentarão fugir, podendo vol-
Vínculo Selvagem: três dos elfos escolheram vínculo com o mundo selvagem e tem o valor cheio com um teste de Diplomacia re- tar mais tarde com reforços, desta vez não
talento Especialização em Arma (tridente); os outros dois tem golfinhos como compa- sistido pela Diplomacia dos elfos-do-mar). muito amigáveis...
nheiros animais. Por exemplo, se um PJ quiser comprar um
Bênção da Natureza: somente um dos elfos possui magias divinas, os demais têm a téc- Três Cabeças...
anel de proteção +1 (2.000 TO) terá que pagar
nica de ranger movimento rápido (aumente seu deslocamento em +3m). O elfo que possui 3.500 TO (a menos que tenha sucesso no Vocês sentem o mar agitar ao redor
magias divinas tem 2 PM e conhece as magias curar ferimentos leves e invocar monstro I. teste de Diplomacia). do Cortamaré e percebem uma correria
Forma Selvagem do Mar: pode assumir a forma de um golfinho (rapidez), lontra (tamanho
pequeno) ou tartaruga (armadura natural) como na habilidade Forma Selvagem do druida.

44
de um lado para o outro no convés, gri- meio as ondas e nada na direção do Cor- A criatura que agora ataca a embarcação Atento à tudo ao redor, o grume em-
tos de alerta para todos os lados. O ma- tamaré. é uma hidra marinha – aparentada às hidras poleirado sobre o cesto da gávea lança
rujo empoleirado no mastro mais alto da terrestres, mas inteiramente adaptada ao seu olhar afiado de um lado ao outro.
embarcação grita alertas e impropérios, Uma segunda serpente surge logo ambiente oceânico. Na primeira rodada, a Neste dia o marujo parece tranquilo,
atrás, e então mais uma terceira. Tardi-
chamando atenção para algo a bom- hidra realizará uma investida contra o Cor- não vendo qualquer movimentação na
amente vocês percebem que todas as
bordo. Rapidamente o Capitão Skama tamaré, obrigando o Capitão Skama a ma- volta, exceto o balanço do mar. Este pa-
serpentes são, na realidade, cabeças
manobra na direção contrária, bem nobrar defensivamente. Ela usa as três ca- rece que será um dia tranquilo.
quando uma enorme cabeça reptiliana reptilianas que se projetam de um único beças durante a investida, golpeando forte-
corpo gigantesco, dotado de quatro Mas a tranquilidade é rapidamente
surge saída do mar, olhos âmbar e esca- mente contra o casco (três ataques de pan-
grandes nadadeiras e uma cauda longa interrompida quando alguma coisa pa-
mas verde claras. Uma gigantesca ser- cada com bônus de +2 em cada ataque, mas
e espinhosa. O terrível monstro de três rece se chocar contra o Cortamaré! Al-
pente marinha, uma grande crista espi- ficará com CA -2 até o final do turno).
nhenta sobre a cabeça, ergue-se em cabeças investe velozmente na direção guma coisa abaixo das ondas provoca
da embarcação. Nas rodadas seguintes, a hidra tentará um forte estremecimento na embarca-
morder tripulantes da embarcação e/ou gol- ção, fazendo com que muitos caiam no
pear o casco para danificar o Cortamaré. convés. Quando erguem os olhos, vocês
 Hidra Marinha (1): monstro 8, N; ND 7; Enorme (alto), desl. 9m, natação 9m; Personagens especializados em combate percebem enormes tentáculos er-
PV 112; CA 19 (+4 nível, -1 Des, -2 tamanho, +8 natural); corpo-a-corpo: 3 mordidas corporal podem tentar golpear suas cabeças guendo-se das ondas e descendo sobre
+14 (1d10+11) ou 3 pancadas +13 (1d8+11); HE: faro, visão no escuro 18m, cortar ca- quando elas se aproximarem – considere a embarcação, seguidos de um enorme
beças, cura acelerada 5; Fort +11, Ref +5, Von +4; For 24, Des 8, Con 20, Int 2, Sab 10, que podem fazer ataques normais contra as corpanzil de aparência viscosa. Uma es-
Car 9. cabeças. O corpo, porém, está parcialmente pécie de bico córneo projeta-se da base
Perícias & Talentos: Iniciativa +3, Percepção +11, Furtividade -1 (+11 no mar); Forti- submerso e fora de alcance, por isso apenas do corpo, por sorte longe do alcance da
tude Maior, Reflexos Rápidos, Foco em Arma (mordida), Vitalidade x3. armas de ataque distância funcionarão. É tripulação, mas seus tentáculos pare-
Cortar Cabeças: é possível cortar a cabeça de uma hidra com armas de corte, atacando possível atacar o corpo com as balistas. cem prontos para esmagar o Cortamaré!
o pescoço. Cada pescoço tem CA 19 e 20 PV, sendo decepado se chegar a 0 PV; a hidra Lembre-se que a tripulação do Corta- A embarcação está sob o ataque de um
perde um ataque de mordida e de pancada. Se o ferimento não for cauterizado (10 pontos maré também participará do confronto (leia polvo gigante. A enorme criatura possui
de dano por ácido ou fogo no corpo, reduzidos dos PV da hidra) duas novas cabeças o quadro A Tripulação do Cortamaré em Com- oito tentáculos, cada um com 12 metros de
surgem em 1d4 rodadas. A hidra pode chegar a até 6 cabeças dessa maneira. bate em páginas anteriores). Se necessário, comprimento e quase um metro de diâme-
 Polvo Gigante (1): animal 13, N; ND 8; Enorme (comprido), desl. natação 18m; até mesmo Jack Skama participará do con- tro. Metade deles são usados para manter a
PV 91; CA 23 (+6 nível, +4 Des, -2 tamanho, +5 natural); corpo-a-corpo: 4 tentáculos fronto. A hidra luta até ser destruída. criatura suspensa nas ondas, enquanto os
+14 (2d6+14) e 1 mordida +13 (1d8+14); HE: faro, visão no escuro 18m, resistência 10 demais serão usados para atacar, juntamente
contra frio, agarrar aprimorado, constrição, jato de tinta; Fort +10, Ref +12, Von +7; For Tentáculos com sua mordida.
26, Des 18, Con 14, Int 2, Sab 12, Car 2. Balançando a todo momento, o Cor-
Perícias & Talentos: Iniciativa +20, Percepção +17, Furtividade +16; Fortitude Maior, O primeiro ataque do polvo será um ata-
tamaré segue sua viagem pelo Mar do que surpresa. Ele usará dois tentáculos para
Reflexos Rápidos, Vitalidade, Ataques Múltiplos, Foco em Arma (tentáculos), Arma Na- Dragão-Rei enquanto seus tripulantes
tural Aprimorada (tentáculos), Treino em Perícia (Percepção), Treino em Perícia (Furtivi- tentar agarrar o Cortamaré: jogue os dados
seguem com seus afazeres: alguns esfre- para estes dois ataques e considere que a
dade), Foco em Perícia (Furtividade). gam o chão e espalham areia, para me-
Agarrar Aprimorado: se acertar um ataque com tentáculo, pode iniciar a manobra agarrar embarcação terá CA -4 devido à surpresa.
lhorar a aderência, outros enrolam, pu- Se acertar pelo menos um dos tentáculos,
como uma ação livre (bônus +23). xam e lançam cordas e cordames de um
Constrição: no início de cada turno o polvo causa dano do tentáculo (2d6+14) a todos ele iniciará uma manobra agarrar como uma
lado a outro, auxiliando o Capitão ação livre: faça uma jogada de manobra de
os alvos agarrados (incluindo a embarcação). Skama na tarefa de velejar. Uma canção
Jato de Tinta: com uma ação padrão, pode cuspir um jato de tinta para escurecer as combate com bônus +23, resistido por um
ecoa por suas gargantas, contando his- teste de manobra do Capitão Skama. Como
águas e fugir (todas as criaturas num raio de 6m tem camuflagem total). tórias e lendas da vida no mar.

45
 o Cortamaré não tem estatísticas de com- tentáculos têm a mesma CA do restante do
bate utilize, em seu lugar, o modificador da polvo. O Navio Afundou! E agora?
perícia Ofício (marinheiro) do capitão com Não é impossível que o Cortamaré acabe naufragando ao longo da aventura. Além
Lembre-se que o polvo tentará agarrar e disso, existe também a possibilidade de que grande parte da tripulação acabe morrendo,
bônus de +12 devido ao seu tamanho Des-
esmagar o Cortamaré a cada rodada. A cada impedindo que a embarcação seja conduzida adequadamente. Se isso acontecer, então os
comunal (totalizando +22, a menos que es-
início de turno que a embarcação estiver aventureiros terão falhado e a aventura acaba.
teja com tripulação reduzida – veja em pá-
agarrada, sofrerá 2d6+14 de dano, o que Ou não. Existe uma maneira de dar continuidade à aventura mesmo com a destruição
ginas anteriores). Se acertar, nas rodadas se-
pode causar sua completa destruição. O do Cortamaré: o ar molhado! Um elemento característico nos mares de Arton é a exis-
guintes o polvo utilizará estes tentáculos
dano não aumenta se ele tiver sucesso em tência de correntes marítimas mágicas que permitem que criaturas terrestres “respirem”
para tentar esmagar a embarcação, cau-
agarrar com mais de um tentáculo, mas livremente mesmo quando submersas. Então, se tudo der errado, você pode fazer com
sando 2d6+14 de dano no início de cada
torna cada vez mais difícil escapar – cada que os PJ sejam pegos por estas correntes mágicas, carregados até perto de seu destino e
turno.
tentáculo adicional após o primeiro au- então poderão dar continuidade à sua missão. Ou pode fazer com que eles sejam obriga-
Na rodada seguinte, o polvo continuará menta a penalidade no teste de manobra dos a explorar o ambiente subaquático antes de alcançar seu objetivo, buscando ajuda de
a tentar agarrar a embarcação (se não tiver para escapar em -2. Por exemplo, se o polvo elfos-do-mar e sereias, enfrentando homens-peixe, selakos e outras criaturas marinhas.
tido sucesso) e utilizará os demais tentácu- conseguiu agarrar com os dois tentáculos, Afinal, Arton é um mundo cheio de oportunidades de aventura.
los para golpear membros da tripulação. Os causará 2d6+14 de dano e para escapar o
tentáculos são longos e tem alcance de Capitão precisará ter sucesso em um teste
Maremoto! significa que não estarão em risco. A tem-
4,5m, mas a mordida só poderá ser utilizada de manobra com penalidade de -4 (resul- pestade irá durar 2d8+10 rodadas e a cada
contra criaturas que estejam na água ou con- tando em um modificador +18); com um Para este encontro considere automati- duas rodadas os PJ precisarão fazer testes de
tra a própria embarcação. Os PJ podem único tentáculo a penalidade reduz para -2 camente o clima como dia nublado com Acrobacia (CD 30) para manter o equilíbrio.
contra-atacar, utilizando as balistas ou seus (totalizando modificador +20). mar agitado. Cada falha causa uma queda violenta ou um
próprios ataques à distância. Também po- choque contra móveis e paredes, causando
Se for reduzido a 40 PV ou menos, ou Mais um dia cinzento em meio ao
dem usar armas corpo-a-corpo para golpear 1d8 de dano não letal.
se quatro tentáculos ou mais forem incapa- Mar do Dragão-Rei. Uma chuva fina e
os tentáculos – cada tentáculo tem 10 PV e
citados, o monstro desiste do combate e incômoda cai o dia inteiro e a cada hora Aqueles que permanecerem no convés
cai inútil se chegar a 0 PV (o dano também
foge, afundando sob as ondas. que passa as nuvens tornam-se mais es- também precisarão de testes de Acrobacia
é descontado do total de PV do polvo). Os
curas a cima. “Pela Dama Altiva” mur- (CD 30) para manter o equilíbrio, mas aqui
mura o Capitão Skama, invocando o uma falha pode ser ainda mais perigosa. Fa-
 Elemental da Água (1): espírito 16, CN; ND 9; Descomunal (alto), desl. 9m, na- nome da deusa criadora de sua raça.
tação 36m; PV 192; CA 30 (+8 nível, +4 Des, -4 tamanho, +12 natural); corpo-a-corpo: lhar com 5 ou mais resulta em queda no
“Parece que vamos ter uma tremenda mar. Veja o encontro Perigo Sob as Ondas
pancada +24 (2d12+19) ou 2 pancadas +20 (2d12+19); HE: visão no escuro 18m, imuni- tempestade à frente. É bom se abriga-
dade a acertos críticos, atordoamento, doenças, paralisia, sono e veneno, enxurrada, maes- para ter uma ideia de como lidar com a situ-
rem”. Um grande estrondo ecoa no ho- ação, exceto que não haverá nenhum selako
tria aquática, vórtice; Fort +15, Ref +14, Von +12; For 32, Des 18, Con 25, Int 6, Sab 11, rizonte marcado pelo clarão de um re-
Car 11. e todos os testes terão sua dificuldade au-
lâmpago, como que para enfatizar as mentada em +4 (CD+4, penalidade adicio-
Perícias & Talentos: Iniciativa +23, Percepção +19; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos, sombrias palavras do capitão.
Vontade de Ferro, Foco em Arma (pancada), Vitalidade, Vontade de Ferro, Arma Natural nal de -4, etc.).
Aprimorada x3, Armadura Natural Aprimorada, Foco em Habilidade (Vórtice). Uma imensa tempestade irá começar em A tempestade também causará 2d10 de
Enxurrada: seu toque apaga chamas mundanas e funciona como dissipar magia contra 2d6 rodadas. Questione os PJ quanto ao que dano ao Cortamaré, podendo até mesmo le-
fogo mágico (16º nível de conjurador). farão durante a tempestade. var ao seu naufrágio!
Maestria Aquática: +1 em ataques e danos se o elemental e seu adversário tiverem con- Aqueles que se abrigarem nos deques in-
tato com água; -4 se estiverem em terra firme. A Fúria das Águas
feriores ou no interior de alguma cabine es-
Vórtice: pode assumir a forma de redemoinho e entrar no espaço de um alvo Desco- tarão parcialmente abrigados – o que não “Redemoinho a vante!” grita o gru-
munal ou menor; a vítima deve fazer teste de Reflexos (CD 27) ou fica agarrada e sofre mete empoleirado no cesto da gávea
3d8+8 de dano por rodada. Apenas uma vez por dia (dura um minuto).

46
muito a cima de suas cabeças. Seu aviso
põe seus companheiros em alerta.
Olhando para a proa, vocês percebem
que alguns bons metros à frente as
águas parecem espiralar, formando um
grande redemoinho. Por sorte, a ameaça
foi notada a tempo, permitindo ao capi-
tão manobrar e contorna-lo.
Para a surpresa e o desespero daque-
les que observam, o enorme redemoi-
nho muda de posição, literalmente mo-
vendo-se entre as ondas. “Malditos es-
píritos!” xinga o Capitão Skama. “Pre-
parem para chacoalhar seus desajusta-
dos, é um elemental!”.
O redemoinho mais à frente é, na reali-
dade, um elemental da água que assumiu
essa forma. Agora ele se move na direção da
embarcação, pronta para naufragá-la!
O elemental tentará usar sua habilidade
de vórtice para afundar o Cortamaré. Para
isso ele precisa apenas se mover e ocupar o
mesmo espaço da embarcação. Se conseguir
fazê-lo (e provavelmente conseguirá, já que
seu deslocamento é muito maior do que o do
Cortamaré) a embarcação terá que fazer um
teste de Reflexos (CD 27) ou começará a ro-
dopiar no vórtice, sofrendo 3d8+8 de dano
e será considerada agarrada (ataques com as
balistas sofrem -2 de penalidade). A cada ro-
dada seguinte, terá que fazer um novo teste
de Reflexos para evitar sofrer dano nova-
mente e permanecer agarrada. Em caso de
sucesso, a embarcação ainda assim é tragada
pelo redemoinho, mas não sofre dano (mas
ainda é considerada agarrada). Como já ati-
vou essa habilidade antes de entrar em com-
bate, o elemental conseguirá manter a forma
de vórtice durante mais 2d4 rodadas – de-
pois disso será obrigado a voltar à sua forma
elemental.
Os PJ e demais membros da tripulação
podem atacar o elemental, mesmo enquanto
está na forma de redemoinho. Embora seu
corpo seja quase inteiramente composto de
água, ele ainda pode ser ferido normalmente
por ataques físicos – flechas e outros dispa-
ros penetram em seu corpo aquoso e ficam
presas no interior, enquanto ataques corpo-
a-corpo parecem arrancar pedaços de seu
corpo líquido. Enquanto o elemental estiver
na forma de vórtice, porém, todos os ata-
ques sofrem penalidade de -4 devido às
águas muito agitadas; essa penalidade tam-
bém se aplica a testes de Ofício (marinheiro)
realizados dentro do vórtice. Testes de
Acrobacia para manter o equilíbrio e de
Vontade para conjurar magias tem sua CD
aumentada em +5.
Quando não puder mais manter a forma
de redemoinho, o elemental assume sua
forma vagamente humanoide, inteiramente
composta de água. A partir de então atacará
a embarcação ou a tripulação com seus ata-
ques de pancada. Lembre-se que pelo fato
de todos os envolvidos estarem em contato
com a água (considere que a tripulação tam-
bém está em contato com a água) o elemen-
tal receberá bônus de +1 em seus ataques e
dano (maestria aquática).
Se for reduzido a menos da metade de
seus PV, o elemental afunda e vai embora,
levando consigo possíveis marinheiros que
tenham caído no mar.
Fúria Draco-Quelônica
A tranquila viagem marinha é inter-
rompida pelo alerta do marinheiro em-
poleirado do cesto da gávea, seguido de
um alvoroço no convés. O Capitão
Skama logo começa a berrar ordens à
tripulação, girando o leme de um lado
para outro. Olhando por sobre a amu-
rada, vocês veem algo mover-se rapida-
mente na direção do Cortamaré. Con-
forme se aproxima, conseguem discer-
nir uma enorme forma mais ou menos
oval, cracas e algas presas em sua super-
fície. Grandes nadadeiras com três lon-
gas garras galgam as ondas, acelerando
a criatura na sua direção. Parece uma
grotesca tartaruga de proporções gigan-
tescas, casco com projeções espinhosas.
O monstro se desloca com grande velo-
cidade, pronto para abalroar a embarca-
ção.
A criatura atacando o Cortamaré é uma
perigosa tartaruga-dragão, uma fera mari-
nha semelhante aos típicos quelônios, po-
rém de tamanho muito superior e com a ca-
pacidade de cuspir fogo. Também se dife-
renciam por sua grande inteligência – são
capazes de falar nos idiomas Dracônico,
Aquan e Comum. São, também, tipica-
mente agressivas, famosas por atacar em-
barcações para se alimentar da tripulação.
A primeira ação da tartaruga-dragão será
um ataque de investida (bônus +23, dano
6d6+30) contra a embarcação. Durante este
ataque sua defesa estará reduzida para CA
24, até o início de seu próximo turno. Os PJ
poderão enfrenta-la com ataques à distân-
cia, incluindo as balistas, mas dificilmente
conseguirão usar ataques corporais. A cria-
tura não será capaz de agarrar a embarcação,
mas pode usar essa habilidade contra víti-
mas que caiam dentro d’água. Ela é capaz de
erguer-se e usar o sopro contra aqueles que
estiverem no convés.
A tartaruga-dragão não lutará até a
morte. Na verdade, ela espera apenas con-
seguir um pouco de alimento – se conseguir
 Tartaruga-Dragão (1): mons-
tro 15, N; ND 9; Enorme (comprido),
desl. 6m, natação 18m; PV 180; CA 26
(+7 nível, -2 tamanho, +11 natural);
corpo-a-corpo: mordida +21 (3d6+15);
HE: visão no escuro 18m, percepção às
cegas 18m, imunidade a fogo, sono e pa-
ralisia, RD 10/adamante, resistência 10
a energias, agarrar aprimorado, engolir,
sopro, investida destrutiva; Fort +13,
Ref +9, Von +8; For 27, Des 10, Con
19, Int 12, Sab 13, Car 12.
Perícias & Talentos: Diplomacia +19,
Iniciativa +18, Furtividade +14, Intimi-
dação +19, Intuição +19, Percepção
+19; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos,
Vitalidade x2, Treino em Perícia (Diplo-
macia, Furtividade, Iniciaitva), Arma
Natural Aprimorada (mordida), Foco
em Habilidade (Sopro), Foco em Perícia
(Furtividade).
Agarrar Aprimorado: se acertar um
ataque com mordida, pode iniciar a ma-
nobra agarrar como uma ação livre (bô-
nus +29).
Engolir: no início de cada turno, pode
engolir um alvo Grande ou menor que
esteja agarrando. Para isso precisa de
uma ação livre e sucesso em um teste de
manobra. Dentro do monstro a vítima
sofre 2d6+15 de dano por esmagamento
e 2d8+7 por ácidos digestivos a cada ro-
dada. Para escapar precisa causar 40 de
dano com armas de corte ou perfuração
contra o estômago (CA 23).
Sopro: cone de fogo de 9m, dano
12d6+7, Reflexos (CD 23) reduz à me-
tade. Uma vez a cada 1d4 rodadas.
Investida Destrutiva: contra embarca-
ções pode fazer ataque de cabeçada
como uma investida: bônus +23,
6d6+30 de dano.
47
 afundar o Cortamaré ou derrubar 2d4 mari-
nheiros no mar para se alimentar, poderá ir
embora.
Também é possível negociar com a tar-
taruga-dragão. Personagens que conheçam
os idiomas Aquan e/ou Dracônico podem
tentar falar com o monstro e negociar uma
trégua em troca de alimento na forma de
peixes (mas os marinheiros precisarão abrir
mão de uma grande quantidade de comida,
o que pode ser um problema dependendo
da distância que estiverem de seu destino).
Será necessário sucesso em um teste de Di-
plomacia resistido pela Diplomacia da tarta-
ruga-dragão (bônus +19) para que ela aceite
negociar. A quantidade de alimento que a
criatura exigirá vai depender da margem de
sucesso dos PJ: sucesso fará com que o que-
lônio exija alimentos equivalentes a dois
dias de viagem; sucesso por 5 ou mais redu-
zirá para o equivalente a um dia de viagem.
Fracasso aumentará a exigência para o equi-
valente a três dias; fracasso por 5 ou mais
ofende a criatura, que atacará novamente!
Se for reduzida a menos de ¼ de seus
PV totais a tartaruga-dragão também desiste
do confronto e vai embora, mesmo que não
tenha conseguido obter seu alimento.
Fim da Parte 1
A viagem até Alkeran deve levar cerca
de três dias em situações normais – embora
alguns eventos climáticos possam atrasar ou
acelerar a viagem. Quando os heróis enfim
concluírem sua viagem, leia-lhes o texto
abaixo.
Após tantos dias de deslocamento
através do mar, galgando as ondas e en-
frentando toda sorte de perigos, enfim
vocês avistam uma larga massa de terra
48
à frente. Pequenas embarcações pes-
queiras pontuam algumas regiões adi-
ante. Uns acenam na direção do Corta-
maré, peles bronzeadas curtidas pelo sol
e intricadas tatuagens cobrindo seus
corpos fortes.
Seu navio segue contornando a costa
rochosa da grande ilha por algumas ho-
ras enquanto a face de Azgher desce a
estibordo. Pouco antes do anoitecer o
terreno rochoso dá lugar a uma planície
e logo vocês começam a ver as estrutu-
ras de madeira e alvenaria simples que
se espalham perto da praia. “Alkeran”,
fala o Capitão Skama, enquanto se apro-
xima. “É uma vilazinha simples. Não dá
para chegar muito mais perto, as águas
são bem rasas. Vamos ter que usar os
botes”. Por ordens do capitão do Corta-
maré, os marinheiros recolhem a vela e
lançam a âncora ao mar e pouco depois
a embarcação detém seu avanço, per-
manecendo a alguns quilômetros da
costa. Os botes são preparados e condu-
zidos até as águas, permitindo que vo-
cês e o Capitão Skama, acompanhado
de seu imediato, remem até a praia.
Uma vez em terra firme, vocês são
recebidos e cumprimentados por alguns
pescadores locais. Um pescador de
nome Awotwe-Benth conversa com o
Capitão Jack e indica uma estalagem
modesta no centro da aldeia. “É bom
descansarmos um pouco”, fala o capi-
tão. “Amanhã teremos muito trabalho a
fazer...”.
A chegada à vila Alkeran encerra a pri-
meira parte da aventura. Agora caberá aos
PJ investigar a vila a fim de descobrir o pa-
radeiro de Jasmine – e, então, seguir seu ras-
tro e tentar resgatá-la.
A continuação da aventura será publi- fim de recuperar ao menos parte de seus
cada na próxima edição da BEHOLDER PV. Reparar a embarcação exigirá a contra-
CEGO. Embora esta parte da aventura tação de uma equipe de profissionais habili-
possa ocorrer de maneira relativamente rá- tados (treinados em Ofício: engenharia
pida (afinal são apenas três dias de viagem e/ou carpintaria), além da compra de maté-
em situação normal), há um motivo para ria-prima diversa. Em regras, considere que
que ela seja tão extensa. A parte 2 da aven- cada 15 TO gastos com a contratação e o
tura ocorrerá em Alkeran, mas a parte 3 exi- material recuperam 1d4+4 PV da embarca-
girá que os PJ voltem a embarcar no Corta- ção após uma hora de trabalho. Regras para
maré e viagem para outra ilha no Reino-Ar- reparo de embarcações aparecem na pg. 142
quipélago de Khubar. Dessa maneira, novos do suplemento Mundo dos Deuses. O Capitão
encontros no Mar do Dragão-Rei poderão Jack Skama dispõe de 100 TO para realizar
ocorrer – e o mestre deverá utilizar as mes- consertos – pode ser necessário que os PJ
mas regras de clima aleatório, bem como os usem recursos próprios para recuperar uma
encontros aleatórios descritos nesta parte da quantidade maior de PV da embarcação.
aventura.
Na próxima edição da BEHOLDER
Caso o Cortamaré tenha sofrido muitos CEGO você acompanhará a continuação
danos em combate contra feras marinhas é dessa aventura. Fique de olho.
bem provável que o Capitão Skama contrate
carpinteiros para reparar a embarcação, a
Recompensas da Parte 1
Verifique na lista abaixo todos os feitos dos PJ, some a ND correspondente, multiplique
o resultado por 300 e divida pelo número de PJ para determinar sua premiação em XP.
Algumas recompensas são aplicadas diretamente ao PJ que conseguiu realiza-las e não ao
grupo.
Vencer o Wyvern: ND 5.
Destruir o Navio-Fantasma antes de ser abordado: ND 12 e 1 Ponto de Ação.
Destruir o Navio-Fantasma após ser abordado: ND 10 e 1 Ponto de Ação.
Derrotar o Dragão-Marinho: ND 8.
Vencer as Sereias e impedir que marinheiros morram: ND 5.
Resistir aos encantos das sereias: 1 Ponto de Ação para o PJ.
Vencer o Selako: ND 4.
Obter 3 sucessos seguidos no teste de Ofícios do Capitão Skama: ND 2.
Vencer os Homens-Peixe: ND 18.
Derrotar a Hidra Marinha: ND 7.
Vencer o Polvo Gigante: ND 8.
Sobreviver ao Maremoto: ND 3.
Derrotar o Elemental da Água: ND 9.
Vencer a Tartaruga-Dragão: ND 9.
Sobreviver a todos os encontros com mais de 50% da tripulação original: ND 4.
49
 ENCONTRO ALEATÓRIO
Nível do Encontro: 4
Ambiente: Masmorra
D&D TILESET:
DUNGEON TILES
Este encontro aleatório ocorre no inte-
rior de alguma masmorra, calabouço ou lo-
cal abandonado. O diagrama de combate
que aparece mais adiante é apenas uma su-
gestão, você pode adaptar esse encontro de
modo a inseri-lo em qualquer outro apo-
sento onde haja pelo menos dois corre-
dores – um por onde os PJ chegam e
outro de onde os adversários virão.
Você também pode ignorar os
outros corredores
50  monstro
Nesta edição o Encontro Aleatório ocorre no interior de alguma antiga estrutura abandonada de Arton – uma típica masmorra. Enquanto vasculham um
aposento no interior da masmorra, um grupo de orcs aventureiros se aproxima da mesma câmara, prontos para matar qualquer coisa que cruzar seu caminho.
Será que os PJ perceberão a chegada dos orcs? Ou serão os orcs quem surpreenderão os PJ?
e outros aspectos mostrados no diagrama –
eles na verdade são apenas ilustrativos. O
que realmente importa são as estatísticas dos
adversários e a estratégia que eles adotarão
durante o confronto.
Segue abaixo uma breve descrição do
aposento segundo o diagrama de combate
apresentado que você pode ler aos jogado-
res. Se não for utilizar o mesmo diagrama,
faça sua própria descrição do aposento e leia
somente o último parágrafo. O texto consi-
dera que os PJ têm alguma fonte de luz para
orientarem-se.
Descendo as escadas, aden-
trando as profundezas, vocês
alcançam uma câmara am-
pla que se estende por mais
de dez metros à sua es-
querda. À direita a parede é
decorada por três grandes está-
tuas reptilianas posicionadas
lado a lado, distantes pouco mais
de um metro uma da outra. Na pa-
rede oposta às escadas uma porta
dupla de madeira com uma
grande barra de ferro atra-
vessada bloqueia a passa-
gem para um possível ou-
tro corredor.
Uma estrutura circular seme-
lhante a um poço ocupa boa
parte da câmara onde estão. Se-
guindo a parede à esquerda de sua
posição vocês vêm uma grande
fenda abrindo-se no chão e es-
tendendo-se nas profundezas da
 personagem do mestre
terra. Rochas, entulhos e escombros se
espalham por boa parte da câmara, espe-
cialmente concentrados na parede
oposto, mais à esquerda. Uma passagem
larga se abre na parede no extremo es-
querdo, conduzindo para algum outro
ponto do calabouço...
O que os PJ não sabem, por enquanto, é
que um pequeno bando de orcs perambula
pelos corredores desta mesma masmorra,
explorando o lugar em busca de tesouros e
monstros para matar. Eles também são
aventureiros – mas são aventureiros cruéis,
sanguinários e sem qualquer escrúpulo, dis-
postos a atacar qualquer coisa que entre em
seu caminho! Como se não bastasse, todos
os três têm formas aberrantes e distorcidas:
sua pele é mais avermelhada, pequenas esca-
mas e cracas rubras espalhadas pelo corpo,
além de outras mutações. Cada um deles
possui pelo menos um talento da Tormenta
e embora não sejam realmente devotos da
tempestade, a veem como uma arma que po-
dem usar a seu favor.
Os orcs ainda não perceberam a pre-
sença dos PJ na câmara à frente – e os PJ
também ainda não ouviram os passos e vo-
zes de seus prováveis inimigos. Será que al-
gum dos dois grupos terá a oportunidade de
surpreender o outro? Ou ambos ficarão sur-
presos?
Opcional: O diagrama de combate
mostrado adiante foi criado utilizando o su-
plemento D&D Tileset: Dungeon Tiles. Se tiver
acesso a esse suplemento, você pode usá-lo
para ilustrar a cena.
 informação
Os Orcs Aberrantes
Rodada Prévia
Esta será uma rodada prévia, apenas para
determinar qual dos grupos perceberá a pre-
sença do outro primeiro. Aqueles que perce-
berem seus adversários poderão traçar estra-
tégias.
Iniciativa. Role a Iniciativa de cada per-
sonagem envolvido na ação, incluindo os
orcs. O líder Kruskah tem Iniciativa +10, o
rato Sckar tem Iniciativa +3 e os orcs bárba-
ros Guthar e Bromm’khar tem, respectiva-
mente, Iniciativa +4 e +5. Os resultados ob-
tidos determinarão quem terá a chance de
perceber a presença do adversário primeiro.
Surpresa. Se um dos PJ obteve a Inicia-
tiva mais alta, peça que ele faça um teste de
Percepção com CD 10. Se tiver sucesso, po-
derá ouvir sons de passos e vozes se aproxi-
mando do corredor mais distante. O perso-
nagem poderá, então, avisar seus compa-
nheiros, que também ficarão cientes do som.
Se um dos orcs obteve a Iniciativa mais
alta, então será ele quem terá a oportunidade
de detectar os PJ antes – este orc poderá fa-
zer um teste de Percepção com CD 10. Se
tiver sucesso, ele avisará os outros orcs, que
então ficarão imóveis e começarão a traçar
um plano para se aproximar de maneira fur-
tiva.
Se aquele que obteve a Iniciativa mais
alta falhar em detectar o grupo adversário,
então aquele que obteve a segunda Iniciativa
mais alta poderá tentar o mesmo teste a fim
 tesouro
 Os Orcs Aberrantes
de perceber o outro grupo. Se falhar, o ter-
ceiro na Iniciativa poderá fazê-lo, e assim
por diante, até que um dos grupos perceba a
presença do outro e trace estratégias sobre
como proceder.
Caso nenhum dos grupos perceba a pre-
sença do outro (algo improvável, mas possí-
vel) então os orcs adentrarão a câmara e fi-
carão surpresos com a presença dos heróis.
Os PJ, contudo, também ficarão surpresos
com a chegada dos adversários – e, assim,
nenhum dos dois grupos poderá agir nesta
rodada...
Se os PJ percebem a presença dos orcs...
... eles terão uma rodada para traçar suas
estratégias – conjurando magias, posicio-
nando-se, preparando armas... as possibili-
dades são infinitas.
Se tentarem pegar os adversários de sur-
presa os PJ deverão ter sucesso em um teste
de Furtividade (use o menor modificador do
grupo) resistido pela Percepção +9 de
Kruskhal. Se os PJ tiverem sucesso, os orcs
serão considerados surpreendidos quando
os heróis agirem na rodada seguinte. Do
contrário, os orcs perceberão a presença dos
heróis e estarão preparados quando eles agi-
rem.
Se os PJ conjurarem magias ou fizerem
qualquer outra ação que produza ruído, os
orcs automaticamente perceberão sua pre-
sença e poderão agir normalmente na pró-
xima rodada. Magias beneficiadas pelo ta-
lento Magia Silenciosa não produzem ruído
e por isso não alertarão os orcs.
Se os orcs percebem a presença dos PJ...
... então eles usarão uma ação de rodada
completa para se aproximar furtivamente da
borda do corredor para tentar surpreender
 monstro
ENCONTRO ALEATÓRIO
os heróis. Para isso eles movem-se com ape-
nas metade de seu deslocamento (6m para
Kruskhal e Guthar e 4,5m para
Bromm’khar).
Para surpreender os heróis, os orcs pre-
cisarão ter sucesso em um teste resistido de
Furtividade (com modificador +0) contra a
Percepção dos PJ (use o modificador mais
alto). Se tiverem sucesso, eles terminarão a
rodada na borda de entrada da câmara e, na
próxima rodada, poderão surpreender seus
adversários.
 Perceber o Grupo Adversário. Para
notar a presença do grupo adversário é pre-
ciso ter sucesso em um teste de Percepção
(CD 10). É considerada uma ação livre, mas
cada um poderá tentar somente uma vez, na
ordem da Iniciativa.
 Surpreender o Adversário. Para sur-
preender o adversário é necessário obter su-
cesso em um teste de Furtividade resistido
pela Percepção do adversário. Como os dois
grupos agem em conjunto, use o valor de
Furtividade mais baixo e o valor de Percep-
ção mais alto neste teste. Em caso de falha,
o adversário não é surpreendido.
 Movimento Furtivo. É possível se
mover furtivamente com metade de seu des-
locamento. Com deslocamento normal, o
teste sofre -5 de penalidade. Veja pg. 86 do
TRPG.
 Conjuração Furtiva. Não é possível
ser furtivo ao conjurar uma magia, a menos
que a magia conjurada tenha os benefícios
do talento Magia Silenciosa.
1ª Rodada de Combate
Esta rodada terá início quando os orcs
alcançarem a borda da câmara. Eles podem
 personagem do mestre  informação  tesouro 51
 ENCONTRO ALEATÓRIO Os Orcs Aberrantes

Se possível, a figura ao seu lado apre- dos dois grupos está surpreso (se algum de-
Nivelando senta-se com uma aparência ainda mais les estiver) todos os PJ deverão realizar tes-
Este encontro aleatório tem NE 4, o que significa que funciona equilibradamente para grotesca e brutal. Seus braços são des- tes de Vontade para resistir à insanidade pro-
quatro personagens de 4º nível. Você também pode tornar o encontro mais fácil ou mais proporcionalmente longos, o esquerdo vocada pela criatura.
difícil. quase arrastando-se no chão enquanto o
NE 3: Remova Guthar e Brommkhar do encontro e role apenas com Kruskhal e Sckar. direito apoia um machado enorme sob o  Insanidade da Tormenta. Eventos
NE 5: Aumente o nível de Kruskhal para ranger 7. Suas estatísticas passarão a ser PV ombro. traumáticos ligados à Tormenta podem cau-
47, CA 19, corpo-a-corpo: espada longa obra-prima +14 (1d8+8, 19-20) ou espada longa sar insanidade. Apenas ver Sckar exige um
obra-prima +12 (1d8+8, 19-20) e espada curta +11 (1d6+8, 19-20), à distância: adaga +9 Logo atrás da dupla, a terceira figura teste de Vontade (CD 11); aqueles que falha-
(1d4+7, 19-20), Fort +6, Ref +7, Von +4 e recebe os talentos Combater com Duas Armas parece ligeiramente mais baixa. Longos rem recebem 1 Ponto de Insanidade. Pontos
Aprimorado e Carapaça; todas as perícias aumentam em +2, exceto Ofício (minerador) fios cinzentos prendem-se em um rabo- de Insanidade e seus efeitos são explicados
que aumenta em +1. O rato Sckar também se tornará um monstro de nível 4 (PV 30, CA de-cavalo no topo da cabeça. Uma aljava no Guia da Trilogia (pg. 137) e podem causar
19, corpo-a-corpo: mordida +6 (1d6+4), RD 10/mágica, Resistência 10, CD 12 para insa- presa na cintura e um grande machado corrupção (Guia da Trilogia, pg. 123). Se não
nidade da Tormenta e 2 PI em caso de falha; Furtividade +8, Iniciativa +4, Percepção nas costas, a criatura traz nas mãos um tiver acesso a esse material, considere que
+12; Talento Vitalidade adicional). arco enorme e firme, madeira negra re- aqueles que falharem ficam temporaria-
NE 6: Aumente o nível de Kruskal para ranger 7 (veja a cima) e também inclua dois forçada por metal. mente insanos como se estivessem sob
orcs comuns (Bestiário de Arton Vol. 1, pg. 104) no encontro. Estes orcs terão 1d4+9 Pontos efeito da magia confusão (TRPG, pg. 171).
Iniciativa. Mantenha a mesma ordem
de Insanidade e estarão no primeiro estágio de corrupção da Tormenta (Guia da Trilogia, de iniciativa da rodada anterior. Características do Terreno. No dia-
pg. 123), por isso cada um terá um talento da Tormenta escolhido aleatoriamente. grama de combate da página anterior, todos
Surpresa. Os eventos transcorridos na
os quadrados marcados com um triângulo
estar surpreendidos ou podem eles mesmos Os três humanoides não ficam muito rodada anterior terão determinado se algum
são considerados terreno difícil (as estátuas
estar tentando surpreender os PJ (veja a ro- atrás. Longas presas que se projetam dos dois grupos estará surpreso. Se os orcs
no fundo, o poço e a fenda). Além disso, a
dada anterior. Independentemente de quem para fora dos lábios, focinhos porcinos, estiverem surpresos, eles não poderão agir,
borda do poço no centro tem um metro de
está surpreendendo quem, leia o texto olhos amarelados quase brilhantes e por isso ignore o trecho que fala sobre suas
altura. Personagens Médios ou menores po-
abaixo para descrever o grupo que entra na musculatura inchada e brutal são apenas ações nessa rodada. Se, por outro lado, os PJ
dem se agachar atrás do poço e receber co-
câmara. algumas das características grotescas estão surpresos, então eles é quem não agi-
bertura. Personagens Pequenos ou menores
desses seres. A pele quase parece um rão na rodada. Se ambos os grupos percebe-
Três formas humanoides atravessam não precisam se agachar, mas se o fizerem
couro cinza avermelhado, pequenas pro- ram a presença do outro, então ambos po-
a passagem e adentram a câmara, acom- recebem cobertura total. Um personagem
jeções ósseas, como cracas, parasitas ou derão agir normalmente. Agora se nenhum
panhados de perto de um animal qua- que termine seu movimento em um dos qua-
escamas, espalham-se pelo rosto, mãos e dos dois grupos percebeu a presença do ou-
drúpede. A criatura se parece com um drados do poço estará em posição mais alta
outras partes do corpo não recoberto por tro... então ambos os lados estarão surpresos
tipo de rato enorme com longos espi- do que um adversário que não esteja na
suas armaduras de couro e placas. e não poderão agir. Neste último caso, veja
nhos ósseos avermelhados projetando-se mesma situação, recebendo bônus por posi-
Insanidade abaixo e depois vá para a 2ª rodada
das costas, longos pelos avermelhados, Das duas mais à frente, uma carrega ção mais alta – sem falar de que seu adversá-
de combate.
dentes enormes e estranhamente afiados duas espadas, a primeira longa com ru- rio não receberá a cobertura oferecida pelo
projetados para fora dos lábios e grandes nas e símbolos e a outra curta e de lâ-  Surpreendido (condição). Persona- poço. Por fim, os quadrados marcados com
olhos multifacetados como de insetos. A mina simples. Suas duas mãos parecem gens surpreendidos não podem agir até o fi- X estão bloqueados e para atravessá-los é
criatura emana uma aura terrível, uma ensopadas em algum líquido escuro e nal da rodada e sofrem -4 na CA. preciso desbloquear a passagem (veja mais
sensação de horror que os faz estreme- pegajoso; uma gota atinge o chão de pe- adiante).
Insanidade. O rato Sckar, companheiro
cer. Suas mentes parecem invadidas por dra e provoca um chiado desconcer- animal de Kruskhal, é uma criatura da Tor-  Terreno Difícil. Percorrer terreno di-
um terror sobrenatural, como se aquilo tante. Um grande manto de couro reco- menta – e, por isso, sua mera visão pode cau- fícil custa o dobro do deslocamento (3m de
que vissem simplesmente não pudesse bre seu corpo, ocultando parcialmente sar insanidade. Independentemente de qual deslocamento ou dois quadrados). Não é
existir. seu rosto animalesco sob um capuz.

52  monstro  personagem do mestre  informação  tesouro

 Os Orcs Aberrantes
possível correr nem investir por terreno di-
fícil.
 Cobertura. Cobertura oferece CA +4
para ataques à distância, mas não permite
ataques corpo-a-corpo. Cobertura total im-
pede completamente ataques à distância,
mas também não permite ataques corpo-a-
corpo.
 Posição Mais Alta. Um personagem
em uma posição mais alta do que seu adver-
sário recebe +1 nas jogadas de ataque.
Ações dos Orcs. Se os orcs não estive-
rem surpresos, eles poderão agir nesta ro-
dada.
Ações de Guthar. Se a posição dos PJ for
mais ou menos aquela mostrada no dia-
grama da página anterior, eles estarão a cerca
de 13,5m de distância dos orcs – mais do que
suficiente para que Guthar (que é uma fê-
mea, só para constar) dispare com seu arco
composto. Seu alvo primário será qualquer
PJ que se pareça com um conjurador, prin-
cipalmente um clérigo ou druida. A orquisa
sabe que conjuradores às vezes são capazes
de criar magias de luz, e ela e seus compa-
nheiros são sensíveis à luz.
Ações de Bromm’khar. Bromm’khar, o
mais brutal e inconsequente do grupo, en-
trará em fúria (uma ação livre) e correrá na
direção dos heróis com seu grande machado
pronto para o combate. Ele pode percorrer
12m de distância, mas como parte do cami-
nho é composto por terreno difícil, talvez ele
não consiga alcançar seu alvo (tudo depende
da posição inicial dos PJ). Ele também não
conseguirá realizar uma investida já que para
traçar uma linha reta entre ele e os PJ seria
preciso percorrer terreno difícil. Assim,
Bromm’khar se aproximará ao máximo de
seu alvo, usando duas ações de movimento,
 monstro
caso seja necessário, e atacará somente na se-
gunda rodada.
Se, por outro lado, os PJ estiverem mais
perto do que o mostrado no diagrama,
Bromm’khar atacará o alvo que estiver mais
próximo (dando prioridade àqueles que pa-
recerem mais fortes fisicamente). Lembre-se
que Bromm’khar tem Membros Estendidos,
por isso pode alcançar alvos que estejam a
até 3m (2 quadrados) de distância.
 Fúria. Caso Bromm’khar consiga ata-
car ainda nesta rodada, ele entrará em fúria e
terá as seguintes estatísticas: CA 11, ma-
chado grande +8 (1d12+8, x3). Ele também
ignora 1 ponto de dano de cada ataque.
Ações de Kruskhal. Líder do bando e mais
experiente dos três, Kruskhal também pode
percorrer 12m, mas é menos impetuoso e
mais estratégico. Se os PJ estiverem surpre-
sos ele utilizará duas ações de movimento
para se aproximar do alvo mais próximo e
atacará na rodada seguinte. Se os PJ não es-
tiverem surpresos e estiverem mais próxi-
mos do que mostrado no diagrama, então ele
usará uma ação de movimento para se apro-
ximar de um alvo e iniciar um combate cor-
poral. Se não puder fazer isso, ele usará uma
ação de movimento para se aproximar do
fosso e ficará ligeiramente agachado, re-
cendo cobertura; ele então irá “preparar” sua
ação padrão: se algum inimigo se aproximar,
atacará com as duas espadas!
 Ação Preparar. Qualquer PJ pode pre-
parar uma ação padrão para ser executada
quando algo acontecer, como uma reação. É
preciso determinar exatamente o que irá
“ativar” a ação preparada e não é possível
reagir a algo para o que não se preparou. Se
não executar a ação preparada até o fim da
 personagem do mestre
rodada, o personagem perde sua ação pa-
drão. Mais detalhes na pg. 227 do TRPG.
 Inimigo Predileto. Se Kruskhal entrar
em combate contra algum PJ, lembre-se que
o orc tem humanoides e monstros como ini-
migos prediletos – ou seja, ele receberá bô-
nus de +4 no dano contra humanoides (in-
cluindo, provavelmente, os PJ) ou +2 contra
monstros (como lefous).
 Terreno Predileto. Em ambientes
subterrâneos (e estamos partindo do princí-
pio que este encontro ocorre em alguma
masmorra subterrânea) Kruskhal tem sua
CA aumentada para 18.
Ações de Sckar. O rato aberrante de
Kruskhal se moverá de modo a acompanhar
o orc ranger. Ele apenas entrará em combate
quando o próprio Kruskhal o fizer. Assim
que possível Sckar tentará flanquear o adver-
sário que estiver atacando seu companheiro
para que ambos recebam um benefício.
 Flanquear. Quando dois aliados lutam
corpo-a-corpo contra um mesmo alvo em
posições opostas, o alvo é considerado flan-
queado. Os aliados recebem +2 nas jogadas
de ataque. Em caso de dúvidas veja o dia-
grama na pg. 229 do TRPG.
2ª Rodada de Combate
Iniciativa. Mantenha a mesma ordem
de iniciativa da primeira rodada.
Surpresa. Nesta rodada provavelmente
nenhum dos dois lados estará surpreso, en-
tão poderão agir normalmente e sem penali-
dades na CA.
Ações dos Orcs. Se o grupo dos orcs
estava surpreso na rodada anterior, eles rea-
lizarão nesta segunda rodada as mesmas
ações descritas anteriormente – Guthar
 informação  tesouro
ENCONTRO ALEATÓRIO
usará o arco composto, Bromm’khar entrará
em fúria e se aproximará de um inimigo e
Kruskhal se aproximará mais estrategica-
mente. Se eles já tiverem realizado essas
ações, veja a seguir as ações que cada um re-
alizará.
Ações de Guthar. Se nenhum inimigo se
aproximar dela, a orquisa continuará dispa-
rando com o arco composto, visando prin-
cipalmente um possível conjurador. Se o
conjurador em questão for Pequeno ou me-
nor e estiver recebendo cobertura total atrás
do poço, a orquisa irá preparar sua ação para
atacar assim que seu alvo se mover e sair da
cobertura total.
Se o alvo de Guthar estiver engajado em
combate corpo-a-corpo com algum de seus
aliados, a orquisa visará outro alvo (do con-
trário sofrerá uma penalidade de -4 no ata-
que). Se não houver nenhum alvo fora de
combate corpo-a-corpo, ela continuará a mi-
rar no possível conjurador.
Caso algum adversário tenha se aproxi-
mado de Guthar entre a rodada anterior e a
atual, a orquisa soltará seu arco no chão e
sacará seu machado preso às costas. Ela en-
tão entrará em fúria (uma ação livre) e po-
derá atacar com o machado (embora não
possa se mover nesta rodada).
Lembre-se que Guthar possui o talento
Anatomia Insana. Portanto se ela for vítima
de um acerto crítico ou um ataque furtivo há
25% de chance de que ela sofra apenas dano
normal.
 Atirando em Combate Corpo-a-
Corpo. Se o alvo de um ataque à distância
está engajado em combate corpo-a-corpo
com outro personagem, o ataque à distância
é feito com -4 de penalidade (TRPG, pg.
226).
53
 ENCONTRO ALEATÓRIO
 Soltar e Sacar Arma. Sacar ou guardar
uma arma é uma ação de movimento (a me-
nos que se tenha o talento Saque Rápido).
Soltar uma arma no chão é uma ação livre
(TRPG, pgs. 227 e 228).
 Fúria. Em fúria as estatísticas corpo-a-
corpo de Guthar são as seguintes: CA 13,
machado de batalha +10 (1d8+6, x3). Ela
também ignora 1 ponto de dano de cada ata-
que.
Ações de Bromm’khar. Se já estiver enga-
jado em combate corporal, Bromm’khar ata-
cará furiosamente seu alvo, procurando
sempre o adversário mais forte fisicamente.
Ele tem alcance de 3m devido a seus Mem-
bros Estendidos e ainda estará em fúria du-
rante o combate. O orc lutará insanamente
até derrotar seu adversário. Se ainda não es-
tiver engajado em algum combate corpo-a-
corpo, o orc usará todo seu deslocamento
para alcançar o alvo mais próximo, focando
sempre naquele que parecer fisicamente
mais forte. Não há estratégia em seu estilo
de luta, apenas brutalidade.
Ações de Kruskhal. Na rodada anterior
Kruskhal manteve sua ação padrão prepa-
rada para quando alguém chegasse suficien-
temente perto para que pudesse realizar um
ataque. Se isso já aconteceu, então ele já es-
tará engajado em combate corporal e lutará
feroz e agilmente com as duas espadas. Sckar
provavelmente estará com ele, posicionado
de modo que possam flanquear o adversário.
Se nenhum adversário se aproximou de
Kruskhal na rodada anterior, ele terá duas
opções: se houver ao menos um alvo a até
12m de distância (ou seja, que ele possa al-
cançar com uma ação de movimento) o orc
irá até esse alvo e realizará seu ataque duplo.
Se não houver nenhum alvo perto o bastante
54  monstro
o orc adotará outra estratégia: soltará a es-
pada curta no chão (ação livre) e sacará uma
adaga (ação de movimento) que será arre-
messada contra um alvo (ação padrão). Seu
alvo, nesse caso, será o mesmo conjurador
atacado por Guthar ou algum adversário que
esteja atacando à distância. Adotar essa es-
tratégia é arriscado: na rodada seguinte,
Kruskhal precisará de uma ação de movi-
mento para pegar a espada curta novamente.
Lembre-se que nessa situação o orc líder
provavelmente ainda estará recebendo co-
bertura pelo poço (CA+4).
Ações de Sckar. Durante todo o combate
o rato aberrante acompanhará o orc ranger
no combate, avançando e recuando junto
dele. Quando enfim entrarem em combate
corpo-a-corpo, o rato tentará flanquear o
inimigo para beneficiar ele e Kruskhal.
Rodadas de Combate Seguintes
Se o grupo dos orcs estava surpreso na
primeira rodada eles realizarão as ações des-
critas na segunda rodada. Do contrário, eles
mesmo assim seguirão o mesmo padrão:
Guthar tentará continuar atacando à distân-
cia enquanto for possível, Bromm’khar ata-
cará furiosa e insanamente todos os alvos
que puder alcançar e Kruskhal será mais es-
tratégico, atacando com as duas espadas
quando tiver alvos próximos ou arremes-
sando adagas se o avanço oferecer um risco
elevado. Kruskhal sempre utilizará o terreno
a seu favor, recebendo cobertura do poço
quando possível e/ou subindo nele para ata-
car de uma posição mais alta.
Lembre-se de manter uma contagem do
número de rodadas depois que Guthar e
Bromm’khar entram em fúria. Cada um per-
manecerá 7 rodadas em fúria e depois disso
ficará fatigado (além de perder os benefícios
 personagem do mestre
dessa habilidade). Lembre-se também que se
Sckar morrer Kruskhal ficará atordoado por
1d4 rodadas.
 Atordoado. Personagens atordoados
não podem agir e ficam desprevenidos (-4 na
CA).
 Fatigado. Personagens fatigados so-
frem -2 em For e Des (aplique -1 aos ata-
ques, danos e CA) e não podem correr nem
investir.
A seguir estão algumas resoluções possí-
veis para o encontro.
Fuga de Kruskhal. Se Kruskhal perder
mais da metade de seus PV e todos os seus
companheiros forem mortos, o orc tentará
fugir na direção mais favorável. Ele tentará
levar seu equipamento consigo, mas pode
abandoná-lo se achar que isso vai ajudar a
distrair os PJ.
Morte de Kruskhal. Se Kruskhal mor-
rer, Guthar ficará desmotivada e tentará fu-
gir. Bromm’khar, infelizmente, é insano e
brutal demais para aceitar a derrota – ele
continuará a lutar até a morte! Se Sckar ainda
estiver vivo, também lutará até o fim, enfu-
recido com a morte de seu companheiro.
Vitória dos Orcs. Embora esse não seja
o objetivo, há a possibilidade de que os orcs
se saiam melhor no combate. Infelizmente
eles são cruéis e sádicos e não pouparão os
heróis em hipótese alguma. Claro, os PJ po-
dem tentar fugir... mas se eles tiverem ma-
tado Sckar, Kruskhal dificilmente deixará
que escapem!
 Fugir. Um personagem em fuga é con-
siderado desprevenido (-4 na CA) e pode fa-
zer um teste de Atletismo e multiplicar o re-
sultado por 1,5m. Esse será o deslocamento
 informação  tesouro
Os Orcs Aberrantes
adicional que percorrerá em uma rodada. O
personagem pode continuar a correr por um
número de rodadas igual à sua Con, mas as-
sim que estiver longe de perigo passará a se
deslocar normalmente, realizando duas ações
de movimento por rodada.
Recompensas
A principal recompensa que os PJ en-
contrarão é o equipamento carregado pelos
orcs (veja suas estatísticas adiante). Há uma
caverna cuja passagem está bloqueada por
rochas em uma das paredes. Ali dentro há
quatro esqueletos de anões – antigos aven-
tureiros que haviam se abrigado na caverna
para recuperar ferimentos, mas acabaram
acometidos por algum ferimento muito
grave e morreram. Os esqueletos usam rou-
pas de explorador e tem algumas armas ve-
lhas e quebradas – mas um deles carrega na
cintura um coldre com uma pistola e uma al-
gibeira com 8 balas! A pistola está um pouco
enferrujada, mas um armeiro competente
pode repará-la.
 Desbloquear Passagem. As rochas
têm CA 4, RD 8/esmagamento e 60 PV.
Acumular quatro sucessos antes de três fra-
cassos em testes de Força (CD 15) também
permite desbloquear a passagem.
 Reparar Pistola. Um dia de trabalho,
sucesso em teste de Ofício (armeiro), 50 TO
em matéria-prima (pg. 89 do TRPG).
 Tesouro. Pistola danificada e 8 balas.
Se preferir substitua por outros itens diver-
sos no valor total de 240 TO.
Estatísticas das Criaturas e PdM
 Kruskhal (1): humanoide (orc), ran-
ger 5, CM; ND 3; Médio, desl. 12m; PV 37;
CA 16 (+2 nível, +1 Des, +3 couro batido
 Os Orcs Aberrantes
obra-prima); corpo-a-corpo: espada longa
obra-prima +12 (1d8+7, 19-20) ou espada
longa obra-prima +8 (1d8+7, 19-20) e es-
pada curta +7 (1d6+7, 19-20); à distância:
adaga +7 (1d4+6, 19-20); HE: visão no es-
curo 18m, brutalidade, RD 2; Fort +5, Ref
+6, Von +3; For 18, Des 15, Con 12, Int 10,
Sab 12, Car 9; PI 10.
Perícias & Talentos: Adestrar Animais +7,
Atletismo +12, Furtividade +10, Iniciativa
+10, Intimidação +5, Ofício (minerador)
+6, Percepção +9, Sobrevivência +9; Usar
Armaduras (leves e médias), Usar Armas
(simples e marciais), Usar Escudos, Forti-
tude Maior, Reflexos Rápidos, Rastrear,
Visco Rubro, Combater com Duas Armas,
Corpo Aberrante, Tolerância, Animal Aber-
rante.
Equipamento: couro batido obra-prima,
espada longa obra-prima, espada curta, 3
adagas, manto de couro com capuz e ame-
tista incrustada na gola (valor total 5d4x10
TO), algibeira com 20 TO.
Sensibilidade à Luz: fica ofuscado (-1 em
ataques) sob a luz solar ou similar (como a
magia luz do dia).
Brutalidade: orcs tem +1 em jogadas de
dano com ataques corpo-a-corpo.
Empatia Selvagem: pode fazer testes de Di-
plomacia com animais com bônus de +5.
Inimigo Predileto: recebe bônus em dano e
testes de Percepção, Intuição e Sobrevivên-
cia contra o inimigo predileto (+4 contra hu-
manoides, +2 contra monstros).
Terreno Predileto: +2 em CA e testes de
Acrobacia, Atletismo, Furtividade, Percep-
ção e Sobrevivência em subterrâneos.
 monstro
Vínculo Selvagem: possui um rato gigante
chamado Sckar como companheiro animal.
O rato é uma criatura da Tormenta devido
ao talento Animal Aberrante. Se o rato mor-
rer o orc fica atordoado por 1d4 rodadas.
 Sckar (1): monstro 2, N; ND 1; Pe-
queno, desl. 9m; PV 14; CA 18 (+1 nível, +2
Des, +4 natural, +1 tamanho); corpo-a-
corpo: mordida +4 (1d6+3); HE: visão am-
pla, visão no escuro 18m, sentido sísmico
18m (apenas em áreas de Tormenta), imuni-
dade a acertos críticos, dano de habilidade,
doença, metamorfose, paralisia, petrificação
e veneno, RD 5/mágica, Resistência 5 a
ácido, eletricidade, fogo, frio e sônico, insa-
nidade da Tormenta, mente alienígena; Fort
+4, Ref +4, Von +1; For 15, Des 15, Con
15, Int 2, Sab 12, Car 6.
Perícias & Talentos: Furtividade +7, Inici-
ativa +3, Percepção +10; Fortitude Maior,
Reflexos Rápidos, Vitalidade.
Visão Ampla: +4 em Percepção e não
pode ser flanqueado.
Insanidade da Tormenta: criaturas com Int
3 ou mais que vejam Sckar devem ter su-
cesso em um teste de Vontade (CD 11) ou
ganham 1 Ponto de Insanidade (se não usa
essa regra, a vítima sofre os efeitos de confu-
são). Sucesso provoca imunidade por um dia.
Guthar e Bromm’khar são imunes à insani-
dade provocada por Sckar (a menos que o
rato os ataque).
Mente Alienígena: ler a mente de Sckar
provoca os mesmos efeitos da habilidade in-
sanidade da Tormenta.
Resistências: ignora 5 pontos de dano de
ácido, eletricidade, fogo, frio e sônico. Tam-
bém ignora 5 pontos de dano de cada ataque
não-mágico.
 personagem do mestre
ENCONTRO ALEATÓRIO
 Bromm’khar (1): humanoide (orc), Perícias & Talentos: Atletismo +7, Furtivi-
bárbaro 1, CM; ND ½; Médio, desl. 12m; dade +1, Iniciativa +5, Intimidação +7, Ofí-
PV 26; CA 13 (+3 couro batido); corpo-a- cio (minerador) +4, Percepção +3; Usar Ar-
corpo: machado grande +6 (1d12+6, x3); mas (simples e marciais), Usar Armaduras
HE: visão no escuro 18m, sensibilidade à (leves e médias), Usar Escudos, Fortitude
luz, brutalidade, fúria, movimento rápido; Maior, Anatomia Insana.
Fort +4, Ref +0, Von -2; For 20, Des 10,
Equipamento: brunea, machado de bata-
Con 15, Int 8, Sab 6, Car 8; PI 5.
lha, arco composto, 15 flechas, 1d4 TO.
Perícias & Talentos: Furtividade +0, Inici-
Sensibilidade à Luz: fica ofuscada (-1 em
ativa +4, Intimidação +7, Ofício (minera-
ataques) sob a luz solar ou similar (como a
dor) +3, Percepção +2; Usar Armas (simples
magia luz do dia).
e marciais), Usar Armaduras (leves e mé-
dias), Usar Escudos, Fortitude Maior, Mem- Brutalidade: orcs tem +1 em jogadas de
bros Estendidos. dano com ataques corpo-a-corpo.
Equipamento: armadura de couro batido, Fúria: uma vez ao dia pode entrar em fú-
machado grande, 2d4 TO. ria por 7 rodadas recebendo +2 em ataque e
dano, RD 1 e -2 na CA. Após a fúria fica fa-
Sensibilidade à Luz: fica ofuscado (-1 em
tigado por um minuto (-2 em For e Des, não
ataques) sob a luz solar ou similar (como a
pode correr).
magia luz do dia).
Anatomia Insana: 25% de chance de igno-
Brutalidade: orcs tem +1 em jogadas de
rar o bônus de um acerto crítico ou ataque
dano com ataques corpo-a-corpo.
furtivo.
Fúria: uma vez ao dia pode entrar em fú-
MAURY “SHI DARK” ABREU
ria por 7 rodadas recebendo +2 em ataque e
dano, RD 1 e -2 na CA. Após a fúria fica fa-
tigada por um minuto (-2 em For e Des, não
pode correr).
Membros Estendidos: alcança alvos a até de
3m corpo-a-corpo.
 Guthar (1): humanoide (orc), bárbara
1, CM; ND ½; Médio, desl. 9m; PV 26; CA
15 (+1 Des, +4 brunea); corpo-a-corpo: ma-
chado de batalha +4 (1d8+4, x3); à distância:
arco composto +2 (1d6+3, x3, 18m); HE:
visão no escuro 18m, sensibilidade à luz,
brutalidade, fúria, movimento rápido; Fort
+4, Ref +1, Von -1; For 17, Des 12, Con 14,
Int 10, Sab 9, Car 9; PI 9.
 informação  tesouro 55
 ENCONTRO ALEATÓRIO Os Orcs Aberrantes

56  monstro  personagem do mestre  informação  tesouro