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PINSKY, J. et al. História da América através de textos. São Paulo: Contexto, 2007
(fragmento).
3. Mas uma coisa ouso afirmar, porque há muitos testemunhos, e é que vi nesta terra de
Veragua [Panamá] maiores indícios de ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola em
quatro anos, e que as terras da região não podem ser mais bonitas nem mais bem lavradas.
Ali, se quiserem podem mandar extrair à vontade.
Carta de Colombo aos reis da Espanha, julho de 1503. Apud AMADO, J.; FIGUEIREDO, L. C.
Colombo e a América: quinhentos anos depois. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado).
5. “(...) Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum monte,
mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes
arvoredos: ao monte alto o capitão pôs o nome – o Monte Pascoal, e à terra – a Terra de Vera
Cruz.”
CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta. In: Freitas a el -rei D. Manuel”.In FREITAS, Gustavo de. 900
textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, 1986. V. II, p. 99-100.
O texto acima é parte da carta do escrivão, Pero Vaz de Caminha, tripulante a bordo da
armada de Pedro Álvarez Cabral, ao rei português D. Manuel, narrando o descobrimento do
Brasil. Essa expedição marítima pode ser entendida no contexto socioeconômico da época,
como uma
a) tentativa de obtenção de novas terras, no continente europeu, para ceder aos nobres
portugueses, empobrecidos pelo declínio do feudalismo, verificado durante todo o século
XIV.
b) consolidação do poder da Igreja junto às Monarquias ibéricas, interessada tanto em reprimir
o avanço mulçumano no Mediterrâneo, quanto em cristianizar os indígenas do Novo
Continente.
c) busca por ouro e prata no litoral americano, para suprir a escassez de metais preciosos na
Europa, o que prejudicava a continuidade do comércio com o Oriente.
d) conquista do litoral brasileiro e sua ocupação, garantindo que a coroa portuguesa tomasse
posse dos territórios a ela concedidos, pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494.
e) tomada oficial das terras garantidas a Portugal, pelo acordo de Tordesilhas, e o controle
exclusivo português da rota atlântica, dando-lhes acesso ao lucrativo comércio de
especiarias.
Os fatos e a história recente dos últimos 500 anos têm indicado que o tempo desse encontro
entre as nossas culturas é um tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um
encontro entre as culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa
data e num tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos
convivendo com esse contato desde sempre.
KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In: NOVAES, Adauto (org.). A outra margem do
Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia das Letras, 1999. p. 25.
7. É prática comum nos programas escolares a delimitação de datas que marcam o início e,
muitas vezes, o fim de processos históricos. No caso da História do Brasil, o ano de 1500
recebe bastante atenção.
A respeito do ano de 1500 como início oficial da História do Brasil, analise as proposições.
I. A definição de datas como marcos históricos tem implicações políticas, uma vez que elege
certos eventos como fundamentais. No caso da História do Brasil, a ênfase no ano de 1500
ressalta a importância atribuída à chegada dos europeus para a constituição da história
brasileira.
II. Ao definir o ano de 1500 como marco inicial para a História do Brasil, corre-se o risco de
desconsiderar a importância da história, as características e os costumes dos vários grupos
indígenas que já habitavam o território, que seria posteriormente conhecido como Brasil.
III. A definição do ano de 1500, como marco para o início oficial da História do Brasil, foi
resultado de uma série de demandas populares que reivindicavam a possibilidade de opinar
a respeito da oficialização da História Nacional.
MONTEIRO, John M. Armas e armadilhas: história e resistências dos índios. In: NOVAES,
Adauto (org.). A Outra margem do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, p. 247.
9. Comprova-se a formulação geral do texto dado, no que diz respeito aos nossos primeiros
tempos, o seguinte segmento de um documento da nossa história:
a) O estado de inocência substituindo o estado de graça que pode ser uma atitude de espírito.
O contrapeso da originalidade nativa.
b) Pretendemos também focalizar a linha divisória que nos põe do lado oposto dos demais
estrangeiros.
c) Contra as histórias do homem, que começam no Cabo Finisterra. O mundo não datado. Não
rubricado. Sem Napoleão. Sem César.
d) Nem separatismo nem bairrismo. Precisamos de uma articulação inter-regional. Elogio do
mucambo.
e) Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-
á nela tudo, por bem das águas que tem.
10. Texto I
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os
brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles
aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais
populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do
que qualquer outro.
Texto II
Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o
período analisado, são reveladoras da
a) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado.
b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias.
c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados.
d) transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval.
e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza.
Amor América
Ninguém pode
recordá-las depois: o vento
as esqueceu, o idioma da água
foi enterrado, as chaves se perderam
ou se inundaram de silêncio ou sangue.
Não se perdeu a vida, irmãos pastorais.
Mas como uma rosa selvagem
caiu uma gota vermelha na floresta
e apagou-se uma lâmpada da terra.
A partir da visão expressa no poema, é CORRETO afirmar sobre o contato entre os povos na
América que
a) o convívio estabelecido a partir do séc. XV entre indígenas e europeus favoreceu a
permanência da cultura nativa e o estabelecimento de um pacto de exclusivismo comercial
com espanhóis, respeitando os domínios existentes no continente.
b) houve mortes de nativos durante os confrontos destinados a pilhagem e ocupação do
território, mas um grande número de indígenas foi dizimado em função do adoecimento,
particularmente por varíola, devido ao contato com os europeus.
c) o controle estabelecido pelos espanhóis sobre os indígenas que sobreviveram após os
primeiros contatos foi por aprisionamento e castigos, seguido de imediata negociação e
liberação para o trabalho pago por jornadas diárias.
d) diante da divisão entre os povos indígenas (principalmente porque disputavam territórios e
escravizavam povos nativos dominados), a inferioridade bélica dos europeus não foi um
problema, com isso, muitos indígenas se aliaram aos espanhóis na exploração das riquezas
naturais, convertendo-se imediatamente ao cristianismo.
e) ainda que houvesse vários povos indígenas no continente, a forma como organizavam o seu
modo de vida era idêntica, inclusive o seu calendário agrícola, militar e religioso.
12. A imagem representa a morte de Atahualpa, o último imperador inca, em 1533, após a
conquista espanhola comandada por Francisco Pizarro.
Analise as quatro afirmações seguintes, a respeito da empresa e da conquista colonial
espanhola no Peru e da representação presente na imagem.
I. A conquista foi favorecida pelo conflito interno entre os dois irmãos incas, Atahualpa e
Huáscar, aproveitado pelas forças espanholas lideradas por Francisco Pizarro.
II. A produção agrícola das plantations escravistas constituiu-se na base econômica do vice-
reinado do Peru, controlado pelos espanhóis.
III. Do lado esquerdo da pintura, há uma movimentação conflituosa, na qual as mulheres incas
são contidas por guardas espanhóis, contrastando com a expressão ordenada e solene do
lado direito, composto por religiosos e autoridades espanholas em torno do corpo do
imperador inca.
IV. A pintura revela o resgate de elementos históricos – importante para a construção do
ideário nacionalista no século XIX, no processo pós-independência e de formação do
Estado nacional peruano –, mas retrata os personagens indígenas com trajes e feições
europeus.
13. “No momento de sua descoberta, a América apresentava uma grande heterogeneidade
etnográfica. A escala civilizatória era muito variada desde as sociedades organizadas política e
economicamente com um forte e bem estruturado aparelho estatal até as tribos de
pescadores.”
BRUIT, H. H. Bartolomé de Las Casas e a Simulação dos Vencidos: Ensaio sobre a conquista
hispânica da América. Campinas-SP: Editora Unicamp, 1995, p.42.
14. Os deuses disseram entre si depois de criar o homem: “O que os homens comerão, oh
deuses? Vamos já todos buscar o alimento.” Enquanto isso, as formigas vermelhas estavam
colhendo e carregando os grãos de milho que traziam de dentro do Tonacatepetl (Montanha do
Sustento). O deus Quetzalcoatl encontrou as formigas e lhes disse: “Digam-me, onde vocês
colheram os grãos de milho?”. Muitas vezes lhes perguntou, mas as formigas não quiseram
responder. Algum tempo depois, as formigas disseram a Quetzalcoatl: “Lá.” E apontaram o
lugar. Quetzalcoatl se transformou em formiga negra e as acompanhou. Desse modo,
Quetzalcoatl acompanhou as formigas vermelhas até o depósito, arranjou o milho e em
seguida o levou a Tamoanchan (moradia dos deuses e onde o homem havia sido criado). Ali os
deuses o mastigaram e o puseram na nossa boca para nos robustecer.
Apud Eduardo Natalino dos Santos. Cidades pré-hispânicas do México e da América Central,
2004.
O texto asteca
a) promove a divulgação das qualidades nutricionais do milho para o fortalecimento dos
guerreiros mesoamericanos.
b) oferece uma explicação mítica para a importância do milho na base da alimentação dos
povos mesoamericanos.
c) demonstra sustentação histórica e claro desenvolvimento de pensamento lógico e racional.
d) procura justificar o fato de apenas os governantes dos povos mesoamericanos poderem
exercer atividades agrícolas.
e) revela a influência das fábulas europeias na construção do imaginário dos povos
mesoamericanos.
15. Os astecas sacrificavam prisioneiros de guerra para alimentar seus deuses. O capturado
tinha seu coração arrancado, era decapitado e tinha seu sangue bebido pelo captor que,
depois, levava o corpo para casa, esfolava-o, comia-o com milho e vestia sua pele.
É correto afirmar que estes rituais no mundo dos astecas eram de ordem simbólica, uma vez
que:
a) Os vencidos deveriam pagar um tributo de sangue aos astecas, que viam a si próprios como
deuses.
b) Os sacerdotes astecas exigiam oferendas de sangue para que não faltasse alimento em
seus templos.
c) Um grande número de sacrifícios representava um reforço do abastecimento alimentar,
evitando a carestia
d) O captor do prisioneiro se vingava do inimigo, comendo suas carnes e vestindo sua pele.
e) Os deuses exigiam oferendas do bem mais precioso que os homens possuíam, a vida, para
que o mundo fosse preservado.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[B]
A tomada do México pelos espanhóis junto aos astecas foi facilitada por uma série de fatores,
dentre os quais podemos destacar:
Sendo assim, as tentativas de resistência por parte dos astecas foram frustradas.
Resposta da questão 2:
[E]
A sociedade inca era estamental, ou seja, a posição social do indivíduo era definida pelo
nascimento e, nesse sentido, não havia mobilidade. A estrutura de poder era aristocrática, na
qual uma elite guerreira e administrativa concentrava o poder, portanto, a sociedade era
marcada pela desigualdade.
Resposta da questão 3:
[E]
Resposta da questão 4:
[A]
Resposta da questão 5:
[E]
Somente a alternativa [E] está correta. A viagem de Pedro Álvarez Cabral ao Brasil em 1500
está vinculada ao Tratado de Tordesilhas de 1494 no qual Portugal pretendia garantir suas
posses de terras bem como ter o acesso a rota do Atlântico para atingir o lucrativo comércio
das especiarias.
Resposta da questão 6:
[E]
A afirmativa [III] está incorreta porque a definição de 1500 como marco inicial da nossa
História não passou pelo crivo popular do país, tendo sido definida de maneira elitista pelos
intelectuais do país.
Resposta da questão 8:
[D]
Resposta da questão 9:
[E]
O texto versa sobre aquilo que Portugal encontrou de interessante e lucrativo quando do
descobrimento do Brasil, destacando que o pau-brasil foi o carro-chefe da exploração inicial.
Nesse sentido, o trecho da letra [E], que versa sobre a fertilidade do solo brasileiro, melhor se
encaixa na ideia do texto.
O grande poeta chileno Pablo Neruda desenvolve em sua poesia um forte vínculo com a
natureza, estabelece uma relação intima da terra em suas metáforas, mostrando a forte relação
entre o ser humano e a terra em que habita e valoriza muito o aspecto cultural. No contexto da
conquista da América ocorrida na primeira metade do século XVI, os espanhóis utilizaram de
diversos elementos para vencer as civilizações Astecas e Incas, entre eles, armas de fogo,
cavalos, doenças, rivalidades entre os próprios nativos, etc.
A afirmativa [II] está incorreta porque a base econômica do Vice-Reino do Peru foi a
exploração aurífera baseada no trabalho indígena.
Somente a alternativa [B] está correta. O Império Inca localizado na América do Sul era
politeísta, a capital era Cuzco, falava o quécua, considerado os filhos do sol, possuíam
comunidades agrícolas chamada Ayllu, cada Ayllu tinha um curaca, ou seja, uma divindade. Na
primeira metade do século XVI ocorreu à conquista espanhola e Francisco Pizarro liderou a
conquista do Império Inca.
O milho era a base da alimentação dos povos pré-colombianos. No texto, sua importância é
destacada através de um relato mítico-religioso, associando seu consumo ao trabalho dos
deuses.
Resposta da questão 15:
[E]