Vous êtes sur la page 1sur 3

Apesar da população brasileira ser predominante negra, o mercado literário, assim

como muitos outros, ainda é dominado por homens brancos e elitizados.


Alguns autores, como Machado de Assis e Cruz e Sousa, conseguiram perpetuar suas
obras e deixaram suas marcas na nossa história, porém, a literatura negra ainda é
pouco conhecida e consumida em nosso país.
A seguir, conheça alguns autores para começar a ler hoje mesmo e entender um pouco
mais sobre a importância da representatividade negra na literatura.

Carolina Maria de Jesus


Nascida em Minas Gerais em 1914, mudou-se
para São Paulo em 1947. Moradora da antiga
favela do Canindé, Carolina Maria de Jesus ficou
conhecida por relatar em diários as dificuldades
enfrentadas por uma mulher negra periférica.
Apesar de ter tido pouco estudo, cursando
apenas os dois primeiros anos iniciais, Carolina
apresenta em seus escritos grande lucidez tanto
na escrita, quanto na crítica. Sua obra mais
famosa é a Quarto de Despejo (1960), compilado
dos mais de 20 cadernos que ela mantinha em casa. Este livro foi traduzido para mais
de 13 idiomas e hoje foi incluído na lista obrigatória de leitura de alguns vestibulares.

Joel Rufino dos Santos


Joel Rufino dos Santos foi professor,
historiador, escritor, além de ser um dos nomes
de referência sobre o estudo da cultura africana
no Brasil. Foi exilado durante a ditadura militar
por divergir do governo, morando na Bolívia até
1973. Suas principais obras são Bichos da terra
tão pequenos (2010), Claros sussurros de
celestes ventos (2012); Crônica de indomáveis
delírios (1991); Na rota dos tubarões (2008);
Quatro dias de rebelião (2007). Além disso, escreveu várias publicações acadêmicas e
trabalhou como consultor nas minisséries da Rede Globo Abolição (1988) e República
(1989), de Walter Avancini.
Maria Firmina dos Reis
A escritora maranhense Maria Firmina dos Reis,
rompeu barreiras. Aos 22 anos foi a primeira
professora concursada do estado. Seu romance
Úrsula (1859) foi o primeiro romance abolicionista
brasileiro e, além disso, o primeiro escrito por uma
mulher negra no Brasil. No auge da campanha
abolicionista, publicou A Escrava (1887), o que
reforçou a sua postura antiescravista. Publicou ainda o
romance Gupeva(1861); poemas em Parnaso
maranhense (1861) e Cantos à beira-mar (1871). Além
disso, publicou poemas em alguns jornais e fez
algumas composições musicais. Quando se aposentou,
em 1880, fundou uma escola mista e gratuita e foi um escândalo para uma época em
que meninos e meninas estudavam em locais separados, o que obrigou a docente a
fechá-lo três anos depois. Morreu em 1917 em uma casa simples, pobre e com
deficiência visual.

Elisa Lucinda
Elisa Lucinda dos Campos Gomes é uma
poeta, jornalista, cantora e atriz brasileira. É
muito conhecida por suas atuações em
novelas da Rede Globo. Publicou inúmeros
livros, dentre eles A Lua que menstrua
(1992); O Semelhante (1995); Eu te amo e
suas estreias (1999); A Fúria da Beleza
(2006); A Poesia do encontro (2008), com
Rubem Alves; Fernando Pessoa, o
Cavaleiro de Nada (2014). Além disso,
lançou CDs de poesias.
Suas poesias são marcantes por abordarem principalmente o empoderamento
feminino.
Conceição Evaristo
A escritora Conceição Evaristo foi criada em
uma favela da zona sul de Belo Horizonte, e
teve de conciliar os estudos com a vida de
empregada doméstica, formando-se somente
aos 25 anos. É mestra em Literatura
Brasileira (PUC-RJ) e doutora em Literatura
Comparada (UFF). Atualmente, leciona na
UFMG como professora visitante. Estreou na
literatura em 1990, com obras publicadas na
antologia Cadernos Negros. Suas obras abordam tanto a questão da discriminação
racial quanto as questões de gênero e de classe. Publicou o romance Ponciá Vicêncio
(2003), traduzido para o inglês e publicado nos Estados Unidos em 2007; Poemas da
recordação e outros movimentos (2008) e Insubmissas lágrimas de mulheres (2011).

Paulo Lins
Paulo Lins ganhou fama com a publicação do livro
Cidade de Deus (1997), sobre a vida nas favelas
do Rio de Janeiro, que em 2002 foi adaptado para
as telas e deixou o cinema brasileiro conhecido
mundialmente. Morador da favela carioca,
começou como poeta nos anos 1980 publicando
seu primeiro livro de poesia: Sobre o sol. Fez
roteiros para alguns episódios de Cidade dos
Homens (TV Globo), e o roteiro do filme Quase
dois irmãos, de 2004, de Lúcia Murat, em 2005.
Seu romance mais recente, Desde que o Samba é Samba, publicado em 2012, recria
ficcionalmente a invenção do samba por músicos do bairro carioca da Estácio na
década de 1920.

Vous aimerez peut-être aussi