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FUNDAMENTOS DE

SEGURANÇA
José Fernando Xavier Faraco
Presidente da FIESC

Sérgio Roberto Arruda


Diretor Regional do SENAI/SC

Antônio José Carradore


Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC

Marco Antônio Dociatti


Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC

SENAI/SC 2
Fundamentos de Segurança
FIESC
SENAI

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina


Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Regional de Santa Catarina

FUNDAMENTOS DE SEGURANÇA

Florianópolis – 2004
SENAI/SC 3
Fundamentos de Segurança
Não pode ser reproduzido, por qualquer meio, sem autorização por escrito do
SENAI DR/SC.

Equipe Técnica:

Organizadores:
Adagir Saggin
Maurício Cappra Pauletti
Wenilton Rubens de Souza

Coordenação:
Adriano Fernandes Cardoso
Osvair Almeida Matos
Roberto Rodrigues de Menezes Junior

Produção Gráfica:
César Augusto Lopes Júnior

Capa:
César Augusto Lopes Júnior

Solicitação de Apostilas: Mat-didat@sc.senai.br

S491f

SENAI. SC. Fundamentos de Segurança.


Florianópolis: SENAI/SC, 2004. 37 p.

1. Gás Combustível. 2. Gás Natural. 3. Segurança.


I. Título

CDU: 371.67

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Regional de Santa Catarina
www.sc.senai.br

Rodovia Admar Gonzaga, 2765 - Itacorubi


CEP 88034-001 - Florianópolis - SC
Fone: (048) 231-4290
Fax: (048) 234-5222

SENAI/SC 4
Fundamentos de Segurança
SUMÁRIO

1 Acidentes do Trabalho................................................................................................. 7
1.1 Definições ............................................................................................................. 7
1.1.1 Conceito Legal (art. 19 da lei 8.213 – 24/07/91)............................................ 7
1.1.2 Conceito Prevencionista ................................................................................ 7
1.2 Causas dos Acidentes .......................................................................................... 7
1.2.1 Atos Inseguros ............................................................................................... 7
1.2.2 Condições Inseguras ..................................................................................... 7
1.3 Conseqüências dos Acidentes ............................................................................. 7
1.4 Análise dos Acidentes .......................................................................................... 8
1.5 Postura Pró - Ativa................................................................................................ 8
2 Noções Básicas de Prevenção e Combate a Incêndios.............................................. 9
2.1 Triângulo da Combustão ...................................................................................... 9
2.1.2 Triângulo da Combustão................................................................................ 9
2.2 Transmissão de Calor........................................................................................... 9
2.3 Classes de Incêndios.......................................................................................... 10
2.3.1 Classe A ...................................................................................................... 10
2.3.2 Classe B ...................................................................................................... 10
2.3.3 Classe C ...................................................................................................... 11
2.3.4 Classe D ...................................................................................................... 11
2.4 Processos de Extinção ....................................................................................... 11
2.5 Equipamentos de Combate a Incêndios............................................................. 11
2.6 Sinalização de Segurança para Sistemas á Gás ............................................... 12
3 Riscos no Manuseio com Gases Combustíveis ........................................................ 13
3.1 Limites de Explosividade .................................................................................... 13
3.2 Temperatura de Ignição...................................................................................... 13
3.3 Fontes de Ignição ............................................................................................... 14
4 Detecção de Vazamentos de Gás ............................................................................. 15
4.1 Instrumentos para Detecção e Monitoramento de Gases .................................. 15
4.1.1 Explosímetros .............................................................................................. 15
4.1.1.1 Explosímetro ......................................................................................... 16
4.1.1.2 Diagrama esquemático de um explosímetro ........................................ 16
4.1.2 Sensores de Gás ......................................................................................... 17
4.2 Procedimentos para Vazamento de Gás ............................................................ 17
5 Equipamentos de Proteção ....................................................................................... 18
5.1 Objetivo............................................................................................................... 18
5.2 Equipamentos de Proteção Coletiva .................................................................. 18
5.3 Equipamentos de Proteção Individual ................................................................ 18
5.3.1 Quando usar o E.P.I. ? ................................................................................ 18
5.3.2 Características do E.P.I. .............................................................................. 18
5.3.3 Classificação do E.P.I., quanto à Proteção.................................................. 19
5.3.4 Obrigações da Empresa, quanto ao E.P.I ................................................... 19
5.3.5 Obrigações dos Empregados, quanto ao E.P.I............................................ 19
5.3.6 Obrigações do Fabricante............................................................................ 20
6 Realização de Atividades em Ambientes Sujeitos a Vazamento de Gás.................. 21
6.1 Classificação de Área ......................................................................................... 21

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Fundamentos de Segurança
7 Gás Natural................................................................................................................ 22
7.1 Segurança .......................................................................................................... 22
7.2 Ficha de Segurança do Gás Natural .................................................................. 24
7.2.1 Nomenclatura: ............................................................................................. 24
7.2.2 Propriedades físico-químicas....................................................................... 24
7.2.2.1 Aspectos ............................................................................................... 24
7.2.3 Propriedades do sólido/líquido..................................................................... 24
7.2.3.1 Propriedades do vapor.......................................................................... 24
7.2.3.2 Solubilidade .......................................................................................... 24
7.2.3.3 Propriedades críticas ............................................................................ 25
7.2.4 Riscos .......................................................................................................... 25
7.2.4.1 Classificação......................................................................................... 25
7.2.4.2 Reatividade ........................................................................................... 25
7.2.5 Combate a incêndio ..................................................................................... 25
7.2.5.1 Risco de incêndio e explosão ............................................................... 25
7.2.5.2 Extintores recomendados ..................................................................... 25
7.2.5.3 Recomendações especiais ................................................................... 26
7.2.6 Toxidez ........................................................................................................ 26
7.2.6.1 Efeitos agudos locais ............................................................................ 26
7.2.6.2 Efeitos agudos sistêmicos .................................................................... 26
7.2.6.3 Efeitos crônicos..................................................................................... 26
7.2.6.4 Informações adicionais ......................................................................... 26
7.2.7 Primeiros socorros ....................................................................................... 27
7.2.7.1 Primeiras medidas ................................................................................ 27
7.2.7.2 Medidas específicas ............................................................................. 27
7.2.7.3 Informações ao médico......................................................................... 27
7.2.8 Proteção ...................................................................................................... 28
7.2.8.1 Proteção coletiva .................................................................................. 28
7.2.8.2 Informações adicionais ......................................................................... 28
7.2.9 Meio Ambiente ............................................................................................. 28
7.2.9.1 Impacto ambiental................................................................................. 28
7.2.9.2 Medidas de proteção ............................................................................ 28
7.2.9.3 Descarte................................................................................................ 28
7.2.9.4 Informações adicionais ......................................................................... 28
7.3 Normas de Segurança para Sistemas a Gás ..................................................... 29
7.4 Riscos e Prevenções para Manuseio do Gás Natural ........................................ 31
7.5 Segurança no Transporte e Distribuição do Gás Natural ................................... 32
7.5.1 Transporte ................................................................................................... 32
7.5.2 Distribuição .................................................................................................. 33
7.6 Acidentes Causados por Gás ............................................................................. 33
7.7 Prevenção de Acidentes..................................................................................... 34
8 GLP – Gás Liqüefeito de Petróleo ............................................................................. 35
8.1 Transportes de GLP a Granel............................................................................. 35
8.2 Botijão Doméstico............................................................................................... 36
Referências Bibliográficas ............................................................................................ 37

SENAI/SC 6
Fundamentos de Segurança
1 ACIDENTES DO TRABALHO

1.1 Definições

1.1.1 Conceito Legal (art. 19 da lei 8.213 – 24/07/91)

É aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa.

1.1.2 Conceito Prevencionista

É uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere o


processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil, e/ou lesões nos
trabalhadores e/ou danos materiais.

1.2 Causas dos Acidentes

Para fins meramente didáticos, as causas dos acidentes do trabalho são resumidas
em duas categorias:

• Atos inseguros;
• Condições inseguras.

1.2.1 Atos Inseguros

Causas de acidentes do trabalho que residem exclusivamente no fator humano, isto é,


aqueles que decorrem da execução de tarefas de formas contrárias às Normas de
Segurança.

1.2.2 Condições Inseguras

Aqueles presentes no ambientes de trabalho que colocam em risco a integridade física


e/ou mental dos trabalhador devido a possibilidade do mesmo acidentar-se, tais condi-
ções apresentam-se como deficiência técnica.

1.3 Conseqüências dos Acidentes

Lesão corporal, perturbação funcional, perda de tempo útil, prejuízos materiais, além
de causarem, redução da produtividade, projeção negativa da imagem da empresa,
elevação dos gastos com a Previdência Social, perda ou redução permanente ou tem-
porária da capacidade para o trabalho, e infelizmente a morte.

Os acidentes classificam-se quanto a sua conseqüência:

− Acidente sem afastamento: Paralisa temporariamente a execução do serviço.


Não provoca lesões graves.

− Acidentes com afastamento: Provoca incapacidade temporária, incapacidade


parcial e permanente e incapacidade total e permanente.

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1.4 Análise dos Acidentes

Procedimento que tem como objetivo: identificar as causas do acidente, recomendar


medidas que previnam acidentes semelhantes. A análise dos acidentes está ligada a
necessidade de emissão de documentos que descrevam os acidentes e a elaboração
de gráficos que evidenciam a “Segurança” no ambiente de trabalho, com o objetivo
de evitar que os acidentes se repitam.

1.5 Postura Pró - Ativa

Os operários e técnicos de manutenção de instalações de gás natural precisam res-


ponsabilizar-se pela segurança em geral, começando pela segurança individual.

Estas responsabilidades incluem:

− Segurança pessoal: conhecimento e uso dos equipamentos de proteção indi-


vidual, incluindo uma base técnica que permitirá ao indivíduo desempenhar da
melhor forma seu trabalho de prevenção.

− Segurança dos colegas: necessidade de conscientização sobre a segurança


dos outros, como também da sua própria, e ter condições para decidir os casos
que requerem assistência externa, incluindo a habilidade de pedir essa ajuda.

− Segurança dos consumidores: informar aos consumidores sobre a operação


segura de todas as aplicações e equipamentos instalados ou em serviço.

Um técnico de manutenção sempre deve considerar que podem existir riscos para a
segurança no local de consumo. Quando houver exposição a condições inseguras
(tetos baixos, iluminação deficiente, pisos escorregadios e animais peçonhentos), o
risco aumenta muito. O equipamento que está sendo consertado precisa ser mexido
com um sistema de segurança (by-pass). A estrita observância às práticas de segu-
rança são essenciais.

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2 NOÇÕES BÁSICAS DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

Um aspecto fundamental para a segurança industrial


e doméstica é ter sempre disponíveis equipamento de
prevenção e combate à incêndios. Tais equipamentos
podem ser portáteis ou fixos, e devem ser operados
corretamente para satisfazerem a finalidade a que se
destinam: apagar o fogo. É importante, portanto, o
conhecimento do fogo e dos diversos tipos de
equipamentos de prevenção contra incêndios.

2.1 Triângulo da Combustão

Combustão, ou queima, é a rápida combinação de um combustível, por exemplo o gás


natural (GN), com o oxigênio presente no ar, resultando na liberação de calor. Para
obter a combustão, ou queima do combustível, é também necessário calor. Portanto,
três componentes devem estar presentes na combustão, como mostra o triângulo da
combustão
Ar
)
ão

ou
niç

O
Ox
(ig

2
igê
lor
Ca

nio

Combustível

2.1.2 Triângulo da Combustão

A presença de combustível e oxigênio é clara para a definição de combustão. Porém,


calor é o terceiro componente responsável pelo início da combustão. Este calor inicial
pode ser oferecido por uma chama ou por uma centelha de ignição. Uma vez que a
combustão foi iniciada, o próprio calor produzido na combustão sustenta a continuação
do processo.

2.2 Transmissão de Calor

− Irradiação: É a transmissão de calor por meio de ondas. Ela se processa atra-


vés do espaço vazio não necessitando continuidade de moléculas entre a fonte
calorífica e o corpo a receber calor. Ex: raios solares ou de um corpo em cha-
mas.

Irradiação

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− Condução: É o fenômeno pelo qual o calor se transmite de um corpo para o
outro quando unidos ou de molécula para molécula, quando num mesmo cor-
po. Ex: Se aquecermos uma barra de ferro em uma de suas extremidades e a
outra esteja em contato com material combustível, este poderá incendiar-se.

Condução

− Convecção: É a forma de propagação de calor características dos fluidos, se-


jam eles gases ou líquidos. É a transmissão de calor através da circulação do
meio transmissor, seja ele gás ou líquido. Ex: O aquecimento de água em
uma cozinha, a água se transforma em vapor e aquece o ambiente.

Convecção

2.3 Classes de Incêndios

Existem diferentes tipos de incêndios, classificados em função do material combustí-


vel.Normalmente, é adotada a classificação dos incêndios que se seguem:

2.3.1 Classe A

Combustíveis: Madeira, papel, tecidos em geral, resíduos


diversos (lixos);

Extintores: Água ou soluções contendo água.

2.3.2 Classe B

Combustíveis: Líquidos inflamáveis, líquidos combustíveis:


graxas, tintas, vernizes, petróleo e seus derivados, álcool,
acetona, etc.
Extintores: Espuma, agentes químicos secos, dióxido de
carbono, halogenados.

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2.3.3 Classe C

Combustíveis: Equipamentos elétricos energizados.

Extintores: Dióxido de carbono, agentes químicos secos.

2.3.4 Classe D

Combustíveis: Metais: antimômio, alumínio, magnésio, cádmio, titânio, zircônio, sódio,


potássio, zinco, selênio, lítio.

Extintor: Pó químico seco.

2.4 Processos de Extinção

Resfriamento: Consiste na retirada do calor da reação química.

Abafamento: Consiste na retirada do comburente.

Isolamento: Consiste na retirada do material combustível impedindo, assim, a propa-


gação do fogo.
Ar

Ar
ão

)
ão
ou

niç

ou
O

niç
O
Ox

2
(ig

Ox
(ig
2
ig

igê
lor

lor
êni

Ca

nio
Ca
o

Combustível Combustível

Resfriamento Abafamento Isolamento

2.5 Equipamentos de Combate a Incêndios

− Extintor de água - É de uso mais comum, sendo utilizado há sé-


culos. Pode ser aplicado sob três formas: jato pleno, neblina e va-
por. Com isso, consegue-se interromper o incêndio pelo efeito de
resfriamento, abafamento ou diluição. A água deve ser evitada
nos casos de incêndios energizados e de materiais que reagem
violentamente com a água (pó de magnésio).

− Extintor de espuma - A espuma pode ser gerada mecanicamente


(espuma mecânica ou de ar) ou quimicamente (espuma química). A
espuma mecânica é gerada por turbulência física em uma solução
de água. A espuma química é produzida mediante uma reação quí-
mica que gera bolhas de gás carbônico.

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− Extintor de gás carbônico (CO2) - Tem seu grande emprego na
extinção de incêndios em líquidos inflamáveis e em equipamentos
elétricos energizados. Não deve ser usado em incêndios envolvendo
substâncias químicas contendo oxigênio e em incêndios com
superfícies quentes e em brasa. Além disso, deve ser manuseado
com cuidado devido a que em alta concentração o CO2 desloca ar do
local podendo causar asfixia.

− Extintor a pó (pó químico) - O agente extintor pode ser o bicarbonato


de sódio ou bicarbonato de potássio. O agente extintor age através do
abafamento, formando uma nuvem de pó que visa a eliminação do o-
xigênio.

2.6 Sinalização de Segurança para Sistemas á Gás

A norma que trata da sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, é a Norma


Regulamentadora nº26, que tem como objetivo fixar as cores que devem ser usadas
nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de
segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indús-
trias para a condução de líquidos e gases, advertindo contra os riscos.

Diz a norma:

• Deverão ser adotada cores para segurança em estabelecimentos ou locais


de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes;
• A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de pre-
venção de acidentes;
• O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasio-
nar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.

As cores adotadas por esta norma regulamentadora são as seguintes: vermelho, ama-
relo, branco, preto, azul, verde, laranja, púrpura, lilás, cinza, alumínio e marrom. Cada
uma dessas cores serão empregadas em diferentes tipos de riscos. Visando facilitar o
aprendizado faremos referência apenas à cor que determina as operações com gás
natural e GLP. O alumínio é a cor a ser utilizada em canalizações contendo gases li-
qüefeito de petróleo, inflamáveis, de combustível de baixa viscosidade, como exemplo:
óleo diesel, gasolina, querosene e óleo lubrificante.

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3 RISCOS NO MANUSEIO COM GASES COMBUSTÍVEIS

3.1 Limites de Explosividade

Os gases combustíveis misturados com o ar entram em combustão somente numa


dada faixa da composição da mistura ar/gás chamada faixa de inflamabilidade. Ou
seja, para que a mistura queime, é necessário que o percentual de gás na mistura
esteja entre um valor máximo e um valor mínimo, que são chamados limites de in-
flamabilidade.
Os limites de inflamabilidade podem ser definidos como a percentagem de gás com-
bustível em composição com o ar, além da qual a mistura não irá inflamar-se e conti-
nuar a queimar.
O limite inferior (LII) representa a menor proporção de gás que, em mistura com o ar,
irá queimar sem a aplicação contínua de calor de uma fonte externa. Acima do limite
superior (LSI), o volume de gás age como diluente e a combustão não se autopropa-
ga.
Quando a combustão não é controlada, como a existência de um vazamento de gás
na instalação, os limites de inflamabilidade podem ser chamados de limites de explo-
sividade e a faixa de inflamabilidade como faixa de explosividade.

Os limites de explosividade de gases são definidos como:

• Limite Inferior de Explosividade (LIE);


• Limite Superior de Explosividade (LSE).

Combustível LIE LSE


Gás manufaturado 5% 40%
Gás natural 4% 14%%
Propano 2% 10%
Butano 2% 9%
Acetileno 2,5% 81%
Fonte: DUTTON, Fundamentals of Gas Utilization

3.2 Temperatura de Ignição

A temperatura de ignição de uma substância sólida, líquida ou gasosa, é a mínima


temperatura requerida para iniciar ou causar uma combustão auto-sustentada, inde-
pendente da adição de calor externo.

As temperaturas de ignição de alguns gases são:

Combustíveis Temperatura de ignição


Gás manufaturado -
Gás natural 649ºC
Propano 493ºC
Butano 482ºC
Acetileno -
Fonte: DUTTON, Fundamentals of Gas Utilization

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3.3 Fontes de Ignição

Em se tratando de gases inflamáveis e vapores combustíveis deve ser observado que


toda fonte de ignição é perigosa, entendendo que apenas o funcionamento de máqui-
na e acionamento de um interruptor de luz poderá provocar explosão. Deve-se ser
utilizado equipamentos e instrumento de segurança aumentada e/ou a prova de explo-
são para execução de qualquer atividade em área sujeita a atmosfera explosiva.

Entre as fontes potenciais de ignição, temos:

• Interruptores elétricos;

• Chamas;

• Aparelhos elétricos;

• Fósforos;

• Ferramentas que podem produzir faísca.

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4 DETECÇÃO DE VAZAMENTOS DE GÁS

Detectar vazamentos de gás e providenciar o reparo da linha são os serviços mais


críticos a serem realizados em instalações de gases combustíveis. Nestas circunstân-
cias, é essencial obedecer às seguintes recomendações:

• Não deve ser permitido fumar nas proximidades do vazamento;


• Chamas não devem ser usadas para localizar vazamentos, nem devem ser
permitidas, por motivo algum, uma vez que existe o perigo de ignição do
vazamento do gás;
• Não ligar nem desligar interruptores elétricos;
• Usar iluminação restrita a lanternas de baterias;
• Assegurar-se de que não existe outro vazamento além daquele reparado;
• Usar instrumentos detetores de gás. Assegurar-se de que os instrumentos
detetores estão funcionando corretamente, antes de entrar na área a ser
checada. Assegurar-se de que os limitadores de retrocesso de chama do
detetor estão na posição correta.

Os vazamentos de gás natural podem ser detectados também pelo cheiro característi-
co do mercaptana, que é adicionado nele na hora da distribuição, pelo ruído que pro-
duz o gás quando escapa da instalação, por uma intensa atividade de insetos que a-
contece perto do vazamento de gás e através de instrumentos.

4.1 Instrumentos para Detecção e Monitoramento de Gases

Os instrumentos para detecção e monitoramento de gases, dividem-se em instrumen-


tos portáteis e instrumentos fixos. Estes instrumentos poderão ser utilizados para di-
versos tipos de gases como: gases e vapores combustíveis no ar, excesso de O2, me-
tano, butano, monóxido de carbono, gás sulfídrico, etc.

4.1.1 Explosímetros

Como exemplo de instrumentos portáteis para detecção de monitoramento de gases


combustíveis, podemos citar o explosímetro, que é um instrumento para rápida de-
tecção e medição de gases ou vapores combustível no ar e determinação do LIE dos
mesmos.

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4.1.1.1 Explosímetro

O princípio de operação dos vários explosímetros é baseado no princípio da combus-


tão catalítica.
Uma mistura ar/gás é sugada para dentro do explosímetro, onde existe um filamento.
O filamento é constituído de um material catalítico que inicia a combustão da mistura à
baixa temperatura. Quando fica exposto ao calor da combustão, o filamento muda sua
resistência elétrica. Com isso, a ponte elétrica, que consiste de 4 resistores, terá um
novo equilíbrio, permitindo a passagem da corrente elétrica pelo medidor e alterando a
leitura no mostrador do instrumento.

4.1.1.2 Diagrama esquemático de um explosímetro

A quantidade de corrente que atravessa a ponte depende da mudança na resistência


do filamento. Quanto mais gás existir na mistura que é sugada pelo explosímetro, mai-
or a quantidade de calor liberada na combustão catalítica e maior a variação na resis-
tência do filamento.
O explosímetro não é calibrado em unidades de corrente elétrica, mas sim em relação
à porcentagem de gás na mistura. O valor de 100% marcado no medidor corresponde
ao LIE (4% de gás na mistura para o GN).

A seguir, são explicadas as várias leituras que podem ser obtidas:

• O ponteiro indicador move-se lentamente, parando entre 0 e 100% na es-


cala: a amostra está abaixo do limite explosivo (LIE) de 4% de gás na mis-
tura ar/gás;

• O ponteiro move-se até o extremo da escala e pára: a amostra contém en-


tre 4% e 14% de gás na mistura; portanto, está acima de 4% (LIE) e é ex-
plosiva;

• O ponteiro move-se rapidamente através da escala e retorna para o zero


ou abaixo do zero: a mistura contém mais de 14% de gás e está acima do
limite superior (LES), não sendo explosiva.

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4.1.2 Sensores de Gás

Para localização dos sensores de gás, é necessário estudo de dispersão de gás como:
pontos de vazamentos, freqüência de ocorrência, quantidade e condições do proces-
so, dados meteorológicos, análise preliminar de perigo, estudo de perigos operacio-
nais, avaliação qualitativa de riscos, análise de incêndio e estudo de dispersão de ga-
ses.
Nas áreas de processo e estocagem de inflamáveis e combustível deverão ser utiliza-
dos sensores de calor de plug fusível com temperatura entre 70ºC e 77ºC, poderão ser
utilizados sensores do tipo UV/IR; devendo alarmar a níveis de 20% e 60% do LII, para
gases combustíveis e para gases tóxicos 10 ppm e 20ppm.

4.2 Procedimentos para Vazamento de Gás

Na presença de um vazamento de gás natural, os seguintes procedimentos deverão


ser tomados:

• Cortar o suprimento de gás, ou reduzir a pressão e a vazão a um mínimo


possível, caso não possa ser cortado o suprimento de gás por algum moti-
vo, até que as correções possam ser realizadas;
• Eliminar as fontes de ignição;
• Retirar da área, na qual o gás está escapando, todas as pessoas não rela-
cionadas com os trabalhos de manutenção;
• Introduzir pedaços de madeira nas aberturas da linha de onde o gás está
vazando, para reduzir ou parar o vazamento, se a pressão não é muito
grande. Deve-se ter muito cuidado para evitar faiscamento durante este
procedimento;
• Colocar fitas vedadoras ao redor da linha (tubulação) para reduzir ou parar
o vazamento temporariamente, desde que a pressão não seja muito gran-
de e suficientes camadas de fita sejam aplicadas;
• Tentar manter o gás confinado, não arejado e longe de fontes de ignição,
até que métodos de arejar seguros possam ser implementados.

Para reparar um vazamento de gás, pode-se seguir um dos métodos abaixo:

• Apertar os acessórios folgados;


• Substituir as juntas danificadas e/ou os acessórios, tubulações e compo-
nentes defeituosos;
• Eliminar os componentes que vazam, caso sejam dispensáveis para o fun-
cionamento do sistema.

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5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

5.1 Objetivo

Evitar o contato e/ou exposição direta do trabalhador ao risco ambiental, existente no


local de trabalho.

Os equipamentos de proteção dividem-se em:

• Equipamentos de Proteção Coletiva (E.P.C);


• Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I).

5.2 Equipamentos de Proteção Coletiva

É todo sistema de proteção cuja finalidade é proteger a mais de uma pessoa simulta-
neamente.

Exemplos:

• Sistema de detecção de Gás;


• Sistema de exaustão;
• Sistema de enclausuramento;
• Equipamentos de proteção contra incêndio;
• Pára-raios;
• Sinalização de segurança;
• Aterramento elétrico;
• Guarda correias e polias;
• Corrimão de escadas e pisos antiderrapante.

5.3 Equipamentos de Proteção Individual

É todo dispositivo de uso individual, destinado a proteger a saúde e a integridade física


do trabalhador.

5.3.1 Quando usar o E.P.I. ?

• Sempre que as medidas de proteção coletivas forem tecnicamente inviá-


veis ou não oferecerem completa proteção;
• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
• Para atender às situações de emergência.

5.3.2 Características do E.P.I.

• Deve ser confortável;


• Deve-se ajustar comodamente a quem vai usá-lo;
• Deve oferecer proteção efetiva contra os riscos para os quais foi fabri-
cado;
• Deve ser durável.

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Fundamentos de Segurança
5.3.3 Classificação do E.P.I., quanto à Proteção

• Cabeça;
• Visão;
• Face;
• Audição;
• Respiração;
• Membros superiores e inferiores;
• E contra queda com diferença de nível.

5.3.4 Obrigações da Empresa, quanto ao E.P.I

A empresa é obrigada a fornecer aos seus empregados, gratuitamente, E.P.I adequa-


do ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes cir-
cunstâncias:

• Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviá-


veis, ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de aciden-
tes do trabalho e/ou doenças profissionais e do trabalho;
• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implanta-
das;
• Para atender situações de emergência.

Devendo:

• Adquirir o tipo adequado a atividade do empregado;


• Fornecer aos empregados somente EPI aprovado pelo MTb e de em-
presas cadastradas no DNSST/MTb;
• Treinar o trabalhador sobre o uso adequado;
• Tornar obrigatório o seu uso;
• Substitui-lo imediatamente quando danificado ao extraviado;
• Comunicar ao MTb qualquer irregularidade observada no EPI adquirido.

5.3.5 Obrigações dos Empregados, quanto ao E.P.I

• Usa-lo apenas para finalidade que se destina;


• Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
• Comunicar ao empregador qualquer irregularidade que o torne impró-
prio para o uso.

Com relação ao uso da proteção respiratória em atividades que utilizem o GLP, GN e


GNV, deve-se observar sua aplicação, pois a mesma poderá inibir o efeito do Mercap-
tana (odorizante) utilizado para identificar a presença do gás, caso haja necessidade
de utilização da proteção respiratória recomenda-se nessas áreas a instalação de
sensores a gás que identificarão a presença do gás, com relação aos demais E.P.I’s
não existe nenhuma restrição quanto ao seu uso.

SENAI/SC 19
Fundamentos de Segurança
5.3.6 Obrigações do Fabricante

• O fabricante do E.P.I. deve ter seu estabelecimento registrado para es-


se fim;
• Nomenclatura, descrição e especificação do E.P.I.;
• Indicação do uso a que se destina;
• Amostra do E.P.I., marcada com o nome do fabricante e o número de
referência;
• Possuir o Certificado de Aprovação (CA), emitido por um dos órgãos
especializados.

SENAI/SC 20
Fundamentos de Segurança
6 REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES EM AMBIENTES SUJEITOS A VA-
ZAMENTO DE GÁS

Para toda a atividade a ser desenvolvida em ambientes sujeitos a vazamentos de gás


e atmosfera explosiva, faz-se necessário a implantação de Plano de Contingência e
entre os procedimentos a serem seguidos, a Permissão para Trabalho, conhecida co-
mo PT. A Permissão para Trabalho que é a autorização dada pôr escrita para execu-
ção de qualquer trabalho envolvendo manutenção, montagem, desmontagem, cons-
trução, reparos ou inspeção em equipamentos. O monitoramento do ambiente deverá
ser constante e lembrando que quando for atingido a faixa de explosividade nesse
ambiente a atividade não deverá ser executada e observar os procedimentos a serem
seguidos no plano de contingência.

6.1 Classificação de Área

Área classificada é área onde pode existir perigo de incêndio ou explosão devido a
presença de substâncias inflamáveis.

Área Classe I - É a área onde gases ou vapores estão ou podem estar presentes na
atmosfera em quantidade suficiente para produzir misturas inflamáveis ou explosi-
vas.

Área Classe II - É a área perigosa devido a presença de poeiras inflamáveis.

Área Classe III - É a área perigo devido à presença de fibras ou partículas flutuan-
tes facilmente inflamáveis.

SENAI/SC 21
Fundamentos de Segurança
7 GÁS NATURAL

7.1 Segurança

O gás natural, sob todas as formas, é a energia mais segura, e os índices de mortes e
acidentes são mais baixos que quaisquer outras energias. A indústria de gás é tam-
bém a menos perigosa pois não opera sistemas de altas temperaturas, como refinari-
as, os processos de limpeza do gás são simples e sem complexidade e não aplica
altas tensões ou correntes elétricas.
As principais características físico-químicas que conferem segurança ao gás natural
são:

Densidade Relativa ao Ar Atmosférico Inferior à 1.

Isto significa que o gás natural é mais leve que o ar. Assim, sempre que alguma quan-
tidade de gás natural for colocada livre no meio ambiente esta subirá e ocupará as
camadas superiores da atmosfera. Em ambientes internos o gás natural não provoca
acúmulos nas regiões inferiores, sendo suficiente para garantir sua dissipação a exis-
tência de orifícios superiores de ventilação e evacuação;
Ainda por sua densidade, o gás natural não provoca asfixia. A asfixia ocorre quando
um gás qualquer ocupa o espaço do ar atmosférico ao nível do ser humano, impedin-
do que este respire. A asfixia é a privação de oxigênio e independe da toxidade do gás
em questão. Como o gás natural não se acumula nas camadas inferiores e se dissipa
rapidamente, não oferece risco de asfixia.

Não toxidade

Os gás natural não é quimicamente tóxico. Sua ingestão ou inalação acidental não
provoca danos à saúde. Substâncias como o monóxido de carbono(CO), presente nos
gases manufaturados e escapamentos de automóveis, e o cloro(Cl), utilizado larga-
mente na industria, possuem a propriedade de se combinar com a hemoglobina do
sangue animal e ocupar o lugar do oxigênio. É a hemoglobina que transporta o oxigê-
nio do pulmão para o resto do corpo. Se esta é ocupada por outras substâncias, o oxi-
gênio não alcança o corpo e provoca falência dos sistemas. As substâncias compo-
nentes do gás natural são inertes no corpo humano, não causando intoxicação.

Limite de Inflamabilidade Inferior é Alto

Isto significa que para atingir as condições de auto-sustentação da combustão se faz


necessária uma quantidade significativa de gás natural em relação à quantidade total
de ar em um ambiente. Assim, na ocorrência de um escapamento de gás natural em
um ambiente interior, as probabilidades de manutenção da combustão após a inicia-
ção por uma fonte externa (interruptor de luz, brasa de cigarro) são muito reduzidas.
Isto porque o gás é leve e se dissipa, dificultando o atingimento do limite de inflamabi-
lidade inferior, e como também o limite inferior é elevado, afastam-se ainda mais as
chances de ser atingido;

SENAI/SC 22
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Faixa entre os Limites de Inflamabilidade Inferior e Superior é Estreita

Significa dizer que, embora seja difícil alcançar o limite inferior de inflamabilidade em
um escapamento de gás natural em ambiente interior, caso isso ocorra, a condição de
diluição da mistura ar/gás natural que permite a auto-sustentação da combustão após
um incitação inicial é rapidamente perdida, pois logo se atinge o limite superior de in-
flamabilidade e o gás natural torna-se diluente do ar.
Assim, verifica-se que a promoção de uma mistura ar/gás natural nas condições ade-
quadas à combustão auto-sustentada é difícil de ocorrer aleatoriamente e depende da
intervenção humana para se realizar;

Não Explosividade

A diferenciação técnica entre combustão e explosão não é bastante clara porém, po-
demos admitir que a diferença entre os dois processos está na velocidade com que a
mistura combustível é queimada, consequentemente no tempo que dura, e na intensi-
dade com que a energia é liberada. A explosão é um processo de combustão de in-
tensidade tal que a pressão gerada pela expansão dos gases é superior à resistência
da estrutura que o comporta. Assim, considerando que o gás natural não se acumula
em ambientes internos, que as condições de inflamabilidade não são facilmente atin-
gidas e que nestas condições a velocidade de propagação da combustão do gás natu-
ral é a menor entre os gases combustíveis, a ocorrência de explosões por escapamen-
to de gás é praticamente nula.
Não se pode desconsiderar os processos de detonação, que ocorrem em ambientes
fechados, a altas pressões e a partir de uma onda de choque provocada. Estes pro-
cessos podem ocorrer em vasos de armazenagem ou tubulações de transporte. Como
se trata de uma combustão, apenas em condições especiais, só pode ocorrer se a
quantidade adequada de comburente estiver presente (motores de combustão interna
alternativos a gás). Porém, tratando-se de gás natural que é sempre transportado e
armazenado puro, sem contato com o ar, a ocorrência de processos explosivos só é
possível nas manobras de partida e parada dos sistemas quando ar está presente nas
tubulações e vasos. A aplicação de um gás inerte, como o nitrogênio, para realizar a
purga do ar é suficiente para eliminar os riscos;
Pelas diversas características apresentadas anteriormente constatamos que não ocor-
rerão catástrofes ecológicas com a destruição de um gasoduto ou de um navio meta-
neiro.
A contribuição do metano para o aquecimento global como gás de efeito estufa deve
ser sempre considerada e o lançamento deste gás na atmosfera devem ser evitados,
entretanto, os volumes em questão não provocam impactos ambientais.

SENAI/SC 23
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7.2 Ficha de Segurança do Gás Natural

7.2.1 Nomenclatura:

− Nome comercial: Gás Natural


− Nome químico: N.A.
− Família química: Mistura de hidrocarbonetos
− Fórmula química: N.A.
− Sinônimos: Gás Combustível

Composição química (valores típicos)

Componentes Concentração
Metano 70 - 95% (vol.)
Etano 5 -13% (vol.)
Propano 0,2 - 9,0% (vol.)
Butano (e mais pesado) 0 - 7% (vol.)
N2 + CO2 Máx. 6
H2S Máx. 29 mg/m3
Enxofre (total) Máx. 110 mg/m3
Etil Mercaptan Traços

N.A.: não se aplica


N.D.: dados não disponíveis

7.2.2 Propriedades físico-químicas

7.2.2.1 Aspectos

− Estado físico: gás


− Cor: N.D.
− Odor: odorizado artificialmente ou inodoro
− Fórmula química: N.A.

7.2.3 Propriedades do sólido/líquido

− Faixa de destilação: N.A.


− Densidade: N.A.
− Viscosidade: N.A.
− Taxa de evaporação: N.A.
− Volátil: 100%
− pH: N.A.

7.2.3.1 Propriedades do vapor

− Densidade: 0,60 a 0,80 à 20ºC


− Pressão: N.A.

7.2.3.2 Solubilidade

− Água: 0,4 à 2g/100g


− Solventes orgânicos: solúvel em solventes orgânicos

SENAI/SC 24
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7.2.3.3 Propriedades críticas

− Ponto de fusão: - 182,6ºC (para o metano puro)


− Ponto de ebulição: - 161,4 a 760mmHg (para o metano puro)
− Ponto de fulgor: N.A.
− Ponto de auto-ignição: 482 à 632ºC
− Método: N.A.
− Limite inferior de inflamabilidade: 6,5%
− Limite superior de inflamabilidade: 17%

7.2.4 Riscos

7.2.4.1 Classificação

− Aviso de risco: inflamável – asfixiante


− Inflamabilidade: inflamável
− Estabilidade: estável
− Toxidez: asfixiante simples
− Limite de odor: N.A.

7.2.4.2 Reatividade

− Condições determinantes de instabilidade: N.A.


− Produtos de decomposição térmica: N.A.
− Temperatura de decomposição térmica: N.A.
− Polimerização descontrolada: não ocorre
− Condições favoráveis à polimerização: N.A.

Materiais compatíveis:

− Cloro
− Dióxido de cloro
− Oxigênio líquido

7.2.5 Combate a incêndio

7.2.5.1 Risco de incêndio e explosão

− Classificação de inflamabilidade: inflamável


− Ponto de fulgor: N.A.
− Ponto de combustão: N.D.
− Ponto de auto-ignição: 482 à 632ºC
− Limite de inflamabilidade inferior: 6,5%
− Limite de inflamabilidade superior: 17%

7.2.5.2 Extintores recomendados

− Água neblina
− CO2
− Pó químico

SENAI/SC 25
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7.2.5.3 Recomendações especiais

− Se possível, combater o incêndio a favor do vento e extinguir com o bloqueio


do fluxo de gás.
− Remover os recipientes de área do fogo, se isso puder ser feito sem risco.
− Manter-se longe dos recipientes.
− Em caso de fogo intenso em áreas de carga, usar mangueiras com suporte
manejadas à distância ou canhão monitor.
− Se isso não for possível, abandonar a área e deixar queimar.
− Resfriar o recipiente com água, usando dispositivo manejado à distância, mes-
mo após a extinção do fogo.

7 .2 .6 T o x id e z

7.2.6.1 Efeitos agudos locais

− Sistema respiratório: Pode provocar irritação das vias aéreas superiores.


− Tosse espasmódica
− Olhos: Irritação com congestão das conjuntivas.
− Pele: Leve irritação local.

7.2.6.2 Efeitos agudos sistêmicos

− Por inalação pode provocar dor de cabeça aguda, náusea, tonteira e confusão
mental.
− Em altas concentrações pode levar a depressão respiratória, podendo evoluir
até a morte.

7.2.6.3 Efeitos crônicos

− Não há efeito acumulativo residual.


− Porém, pela presença de compostos de enxofre, pode produzir irritação crônica
de traquéia e brônquios.

7.2.6.4 Informações adicionais

− Em altas concentrações, atua como asfixiante simples, por reduzir a concentra-


ção de oxigênio.

SENAI/SC 26
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7.2.7 Primeiros socorros

7.2.7.1 Primeiras medidas

− Em caso de contato com os olhos:

Lave os olhos abundantemente com água limpa, separando as pálpebras com os de-
dos. Use de preferência um chuveiro para os olhos. A lavagem deve ser prolongada
(15 minutos no mínimo).
Procure assistência médica imediatamente!

− Em caso de contato com a pele:

Retire imediatamente roupas e sapatos que tiverem sido atingidos pelo produto quími-
co. Lave a pele afetada abundantemente com água e sabão.
Procure assistência médica imediatamente!

− Em caso de inalação:

Remova o paciente imediatamente do local e leve-o para ambiente de ar fresco. Se


houver parada da respiração, promova respiração artificial ou de oxigênio.
Procure assistência médica imediatamente!

− Em caso de ingestão:

Se o acidentado estiver consciente, lave a sua boca abundantemente com água limpa.
Busque socorro médico imediato, com indicação do produto ingerido (se possível, leve
o rótulo do produto).
Procure assistência médica imediatamente.

7.2.7.2 Medidas específicas

− Não constam medidas específicas de primeiros socorros para este produto.

Observação:

Mantenha as roupas contaminadas em ambiente ventilado e longe de fontes de igni-


ção, até que sejam lavadas e/ou descartadas.

7.2.7.3 Informações ao médico

− Asfixiante simples

SENAI/SC 27
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7.2.8 Proteção

7.2.8.1 Proteção coletiva

− Manusear o produto apenas em local com boa ventilação.

Equipamentos de proteção individual (E.P.I.)

− Sistema respiratório: Em atividades em local confinado, usar equipamento de


respiração autônoma.
− Olhos: N.A.
− Pele: N.A.

7.2.8.2 Informações adicionais

N.A.

7.2.9 Meio Ambiente

7.2.9.1 Impacto ambiental

− Ar: sendo um gás de baixo peso molecular, se dissipa facilmente.


− Água: não é considerado passível de causar danos à vida aquática.
− Solo: não é passível de causar danos ao solo.

7.2.9.2 Medidas de proteção

− Primeiras medidas: Eliminar fontes de ignição, impedir fagulhas, chamas e não


fumar na área de risco.
− Estancar o vazamento se isso puder ser feito sem risco.
− Vazamento: N.D.
− Derramamento: N.D.

7.2.9.3 Descarte

− Procurar dispersar os vazamentos

7.2.9.4 Informações adicionais

− Familiarizar-se com as orientações dos órgãos de meio ambiente locais.


− Em locais não confinados, é fácil a disposição em caso de escapamento.

SENAI/SC 28
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7.3 Normas de Segurança para Sistemas a Gás

As normas aplicadas para sistemas a gás, são disciplinadas pela Associação Brasilei-
ra de Normas Técnicas - ABNT - denominadas NBR’s, portaria 3214 de 08/06/78 a-
través da Norma Regulamentadora – NR 20 – “Líquidos Combustíveis e Inflamáveis”.
Nos casos de trabalho marítimo que envolvem atividades com gás, existe norma pró-
pria instituída pela autoridade marítima.

Como ponto de partida, apresentaremos trecho da norma regulamentadora nº 20 “Li-


quido Combustível e Inflamável” que trata especificamente dos Gases Liqüefeitos de
Petróleo.
Para efeito desta Norma Regulamentadora (NR) fica definido como Gás Liqüefeito de
Petróleo (GLP), o produto constituído, predominante, por hidrocarboneto, propano,
butano e buteno.

Diz a norma:

• Os recipientes estacionários (com mais de 250 litro de capacidade) para


armazenamento de GLP serão constituídos segundo técnicas oficiais vi-
gentes do país.

• A capacidade máxima permitida para cada recipiente de armazenagem de


GLP é de 115.000 litros, salvo instalações de refinaria, terminal de distribu-
ição ou terminal portuário;

• Cada recipiente de armazenagem de GLP deverá ter uma placa metálica,


que deverá ficar visível depois de instalado, com os seguintes dados escri-
tos de modo indelével:

− Indicação da norma ou código de construção;


− As marcas exigidas pela norma ou código de construção;
− Indicação no caso afirmativo, se o recipiente foi construído para instalação sub-
terrânea;
− Identificação do fabricante;
− Capacidade do recipiente em litros;
− Pressão de trabalho;
− Identificação da tensão de vapor a 38°C que seja admitida para os produtos a
serem armazenados no recipiente;
− Identificação da área da superfície externa em m 2 (metro quadrado).

• Todas as válvulas diretamente conectadas no recipiente de armazenagem


deverão ter uma pressão mínima de 18 kg/cm2;

• Todas as válvulas e acessórios usados nas instalações de GLP serão de


material e construção apropriadas para finalidade e não poderão ser cons-
truídos de ferro fundido;

• Todas as ligações ao recipiente, com exceção das destinadas às válvulas


de segurança e medidores de nível de líquido, ou aberturas tamponadas,
deverão ter válvula de fechamento rápido próxima ao recipiente;

• As conexões para enchimento, retirada e por utilização do GLP deverão ter


válvula de retenção de excesso de fluxo;

SENAI/SC 29
Fundamentos de Segurança
• Todos os recipientes de armazenagem de GLP serão equipados com vál-
vulas de segurança;

• As descargas da válvulas de segurança serão afastadas, no mínimo, 3


metros de abertura de edificações situadas em nível inferior a descarga;

• A descarga será através de tubulação vertical, com no mínimo de 2,5 (dois


e meio) metros de altura acima do recipiente, ou do solo quando o recipi-
ente for aterrado;

• Os recipientes de armazenagem de GLP deverão obedecer aos seguintes


distanciamentos;

− Recipientes de 500 a 8.000 litros deverão estar distanciados entre si de no mí-


nimo 1,0 (um) metro;
− Recipientes acima de 8.000 litros deverão estar distantes entre si no mínimo
1,5 (um e meio) metros;
− Os recipientes com mais de 500 litros deverão estar separados e edificações e
divida de outra propriedade segundo a tabela D;
− Deve ser mantido um afastamento de 6 (seis) metros de armazenamento de
GLP e qualquer outro recipiente que contenha líquidos inflamáveis.

• Não é permitida a instalação de recipientes de armazenagem de GLP so-


bre laje de forro ou terraço de edificações, inclusive e edificações subterrâ-
neas;

• Os recipientes de armazenagem de GLP serão devidamente ligados à ter-


ra conforme recomendações da Norma Regulamentadora (NR-10);

• Os recipientes de armazenagem de GLP enterrados não poderão ser insta-


lados sob edificações;

• As tomadas de descargas de veículos, para enchimentos dos recipientes


de armazenagem de GLP, deverão ter os seguintes afastamentos:

a) 3,0 (três) metros das vias públicas;


b) 7,5 (sete e meio) metros das edificações e divisas de propriedades que possam
ser edificadas;
c) 3,0 (três) metros das edificações das bombas e compressores para descarga.

• A área de armazenagem de GLP incluindo a tomada de descarga e seus


aparelhos será delimitada por um alambrado de material vazado que per-
mita boa ventilação e de altura mínima de 1,80 (um metro e oitenta centí-
metro);

• Para recipiente de armazenamento de GLP enterrado dispensável a delimi-


tação de área através de alambrado;

• Distanciamento do alambrado dos recipientes deverá obedecer os distan-


ciamentos da tabela E;

• Alambrado deve estar no mínimo 3,0 (três) metros da edificações de bom-


bas ou compressores, 1,5 (um e meio) metros da tomada de descarga;

SENAI/SC 30
Fundamentos de Segurança
• No alambrado deverão ser colocadas placas com dizeres “proibido fumar e
inflamável”, de forma visível;

• Deverão ser colocados extintores de incêndio, e outros equipamentos de


combate quando for o caso, junto ao alambrado;

• Os recipientes transportáveis para armazenamento de GLP serão constru-


ídos segundo normas técnicas oficiais vigentes no país;

• Não é permitida a instalação de recipientes transportáveis, com capacida-


de acima de 40 (quarenta) litros, dentro de edificações;

• Não é permitida a instalação de recipiente transportáveis, com capacidade


acima de 40 (quarenta) litros, dentro de edificações excetuam-se instala-
ções para fins industriais, que deverão obedecer as normas técnicas ofici-
ais vigentes no país;

• GLP não poderá ser canalizado na sua fase líquida dentro de edificações,
salvo se a edificação for construída com as características necessárias e
exclusivamente para tal finalidade;

• O GLP canalizado no interior de edificações não deverá ter pressão supe-


rior a 1,5 (um e meio) kg/cm2.

7.4 Riscos e Prevenções para Manuseio do Gás Natural

O Gás Natural é classificado pela Petrobrás, de acordo com ficha de segurança sobre
produtos químicos, seção riscos, como um combustível inflamável e asfixiante.
Como já mencionado, a faixa de inflamabilidade do gás natural varia de 4% (limite infe-
rior) a 14% (limite superior). Ponto de auto-ignição pode variar de 480 a 630oC. Para
combate a um incêndio recomenda-se utilizar extintores de água neblina, CO2 ou pó
químico.

Recomendações de combate a incêndio:

• Se possível, combater o incêndio a favor do vento e extinguir com o blo-


queio do fluxo de gás;
• Remover os recipientes da área
do fogo, se isso puder ser feito
sem risco;
• Manter-se longe dos recipientes;
• Em caso de fogo intenso em
áreas de carga, usar mangueiras
com suportes manejados à
distância ou canhão monitor. Se
isso não for possível, abandonar
a área e deixar queimar; Combate a incêndio
• Resfriar o recipiente com água, usando
dispositivo manejado à distância, mesmo após a extinção do fogo.

SENAI/SC 31
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Quando aspirado, pode provocar irritação do sistema respiratório (vias aéreas superio-
res) e tosse espasmódica. Em altas concentrações o gás natural é considerado asfixi-
ante simples, por reduzir a concentração de oxigênio.
Efeitos agudos sistêmicos, com a presença de gás natural:

• Concentração de 33% em volume, nenhum efeito é sentido;


• Concentração de 50% em volume, efeitos marcantes podem ser identifica-
dos (náusea, vômito, perda de consciência);
• Concentração de 75% em volume, é fatal em minutos (convulsões e co-
ma).

Em caso de inalação, remover o paciente imediatamente do local e levar para ambien-


te de ar fresco. Se houver perda da respiração, promover respiração artificial ou forne-
cer oxigênio e procurar assistência médica imediatamente.
Em contato com olhos provoca irritação com congestão das conjuntivas. Lavar os o-
lhos abundantemente com água limpa, separando as pálpebras com os dedos, por no
mínimo 15 minutos. Usar de preferência um chuveiro para os olhos e procurar assis-
tência médica imediatamente.
Em contato com a pele, provoca leve irritação local. Retirar imediatamente roupas e
sapatos que tiverem sido atingidos pelo produto químico. Lavar a pele afetada abun-
dantemente com água e sabão e procurar assistência médica imediatamente.
Com a queima incompleta do gás, em função de ajustes e regulagens não adequadas
em equipamentos, existe o risco da produção de CO (monóxido de carbono), que é
letal ao homem quando exposto a quantidades excessivas.
Uma grande vantagem do gás natural com relação a segurança é, ser mais leve que o
ar, e em casos de vazamento, rapidamente se dispersa no meio onde se encontra.
Para tal, necessita apenas de ventilação e uma saída para fora do ambiente.
Como prevenção coletiva recomenda-se manusear o produto apenas em local com
boa ventilação. Em atividades em local confinado, usar equipamento de respiração
autônoma (EPI).

7.5 Segurança no Transporte e Distribuição do Gás Natural

7.5.1 Transporte

Para o transporte de gás natural através de gasodutos,


rigorosas normas são seguidas desde a fase de projeto e
construção até a operação, utilizando avançadas tecno-
logias disponíveis.
Para manter a integridade e garantir proteção anticorrosi-
va dos dutos, utilizam-se técnicas de proteção catódica,
conforme apresentado no capítulo 3. Além disso antes de
colocar o gasoduto em operação são feitas verificações
das soldas, através de radiografias, ultra-som e testes
hidrostáticos de estanqueidade, para verificação de pos-
síveis vazamentos.
Quando os gasodutos passam por baixo de rodovias e
ferrovias recebem proteção especial para suportar o peso Central de Controle
do trânsito. Existem indicações ao longo da linha do ga-
soduto enterrado, a fim de evitar escavações por pessoal não habilitado e construções
sobre a tubulação.

SENAI/SC 32
Fundamentos de Segurança
As operações de gasodutos são centralizadas em casas de controle, com a função de
monitorar o transporte do gás natural do ponto de produção até os pontos de entrega
(city-gates) para ser distribuído pelas empresas distribuidoras de cada estado. Estas
centrais de controle monitoram as informações de operação via satélite, recebendo e
enviando sinais de comandos, através de um sistema automatizado (softwares super-
visórios).

Ao longo do gasoduto existem válvulas de bloqueio distantes


entre 5 e 32 km, dependendo da região por onde passa o
duto, se é mais ou menos povoada. Elas são programadas
para fechar automaticamente no caso de vazamentos. Um
sinal é enviado para a central, informando exatamente a loca-
lização do problema.

Válvula de Bloqueio

7.5.2 Distribuição

A segurança da rede de distribuição é similar ao


sistema de transporte. A rede de distribuição é
composta por tubos de aço de alta resistência, soldados
e envolvidos por revestimento anticorrosivo. Os tubos
são enterrados a 1 m da superfície e protegidos por
placas de concreto de 50 cm acima da tubulação, para
protegê-los das escavações indevidas. Sobre as placas,
são colocadas faixas de cor amarela, indicando o
gasoduto enterrado.
O gás a ser distribuído é odorizado, com uma substân-
cia de cheiro forte (geralmente mercaptana), a fim de
acusar facilmente eventuais vazamentos. As pressões
da rede podem variar de 5 a 36 kgf/cm2, dependendo do
quão populosa é a região em que a rede passa. Duto enterrado

7.6 Acidentes Causados por Gás

Espécies de acidentes:

Gás canalizado (menor risco)


Incêndio Gás envasilhado (maior risco)

Risco equivalente para todos os gases


Explosão utilizados com equivalentes cuidados

Gás antes da queima quanto maior o percentual


Intoxicação Produtos de combustão quanto menor a quantidade
de ar exigida para a queima menor o risco

Contusões Gás envasilhado


distensões

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7.7 Prevenção de Acidentes

• Incêndio: instalar o botijão ou cilindro fora da edificação e construir uma


instalação de gás, de acordo com normas técnicas confiáveis, para levar o
gás até os aparelhos.

• Explosão: evitar a formação da mistura gás/ar, dentro dos limites de infla-


mabilidade, por uma das seguintes formas:

− Instalar o botijão ou cilindros fora da edificação.


− Não passar as tubulações de gás por locais confinados, sem ampla ventilação.
− Sempre que houver cheiro de gás:

a) Não acionar interruptores elétricos;


b) Fechar o registro de suprimento geral de gás;
c) Ventilar amplamente o ambiente onde se acumulou o gás;
d) Não sendo possível, ventilar amplamente o ambiente, inundá-lo com gás inerte
(gás carbônico ou nitrogênio).

− Localizar e consertar o vazamento.


− Exigir da concessionária ou distribuidora a instalação de dispositivo de segu-
rança contra sobrepressão acidental e rompimento de diafragma do regulador
de pressão do gás.

Intoxicação:

− Exigir odorização do gás.


− Só instalar aparelhos adequados ao tipo de gás a ser consumido. Exigir da
concessionária ou distribuidora a indispensável orientação sobre os aparelhos
adequados ao gás fornecido.
− Em nenhuma hipótese usar aquecedor de água a gás sem chaminé para con-
duzir os produtos da combustão para o exterior da edificação.
− Ventilar adequadamente os ambientes onde estão instalados os aparelhos de
gás. A CEG distribui folhetos com o mínimo de informações necessárias. Exigir,
do concessionário ou distribuidora, a orientação sobre a ventilação dos ambien-
tes.
− Só utilizar os aparelhos abaixo da pressão máxima aceitável pelos aparelhos
gás. Exigir do concessionário ou distribuidora essa informação.
− Aconselhamos: 120 mm.c.a. para gás natural, 240 mm.c.a. para gás natural e
335 mm.c.a. para gás liqüefeito de petróleo.

Providenciar a manutenção dos aparelhos a gás, a cada dois anos.

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8 GLP – GÁS LIQÜEFEITO DE PETRÓLEO

8.1 Transportes de GLP a Granel

No histórico das companhias distribuidoras de gás e principalmente na literatura ame-


ricana sobre o assunto, encontra-se alguns casos de acidentes com os reboques tan-
ques que fazem o transporte de GLP a granel. Um acidente com esse tipo de transpor-
te pode ocasionar vazamento incêndio. O vazamento pode apresentar um perigo po-
tencialmente maior que o
próprio incêndio, pois neste
último caso existe a
possibilidade de poder ser
controlado, ou ter suas
conseqüências limitadas.
Já o vazamento, tendo em
vista a grande capacidade de
expansão do gás ( para cada
litro de gás vazado se
expande aproximadamente Transporte de GLP
200 vezes), irá fazer com que a nuvem de GLP se espalhe por grandes distâncias. Se
a nuvem de gás encontrar algum ponto de ignição , o fogo se espalhará por onde hou-
ver gás, abrangendo tudo em seu caminho. Devemos assinalar ainda, que a alta tem-
peratura provocada pela queima do gás, o que pode provocar outros incêndios, até
mesmo em materiais que estejam fora da nuvem. No caso de vazamento de um trans-
porte a granel, a primeira medida a ser tomada pelo condutor do carro tanque é o iso-
lamento da área, bem como eliminar qualquer ponto de ignição que possa estar aceso
em locais ou residências próximas.
Ao chegar ao local onde haja vazamento de GLP, o Corpo de Bombeiros e/ou equipe
de emergência devem ter uma preocupação inicial: Não entrar na nuvem de gás nem
com viaturas nem com pessoal. Pois a viatura poderá provocar ignição do gás pondo
em risco a vida de toda equipe.
Mangueiras com água em forma de neblina poderão ser usadas para deslocar a nu-
vem de gás para locais que não haja perigo de ignição, considerando que a neblina
não só servirá para dispersar a concentração de gás, mas também para proteger os
homens que estiver em frente de combate, em caso de ignição do gás. Recomenda-se
que o cone formado pela neblina deverá estar junto do solo, pois sendo o gás mais
pesado que o ar, e de grande poder de expansão, irá passar por baixo do cone da
neblina caso ela não esteja rente ao solo.
O combate ao fogo em tanques com GLP deverá ser feito pela refrigeração do mesmo,
pois caso não seja procedido dessa forma poderá provocar fissuras no tanque, com
grandes conseqüências. Um tanque de GLP, aquecido pela chama de um incêndio,
terá suas válvulas de segurança abertas e provavelmente o gás que sair irá se infla-
mar, formando um maçarico na parte superior do tanque. A diminuição do maçarico ou
até mesmo o fechamento das válvulas, é sinal que a refrigeração está tendo bons re-
sultados. O aumento de volume do maçarico e o aumento do ruído característico do
gás queimando é, o contrário, sinal que a pressão dentro do tanque está aumentando,
ocasião que deverá ser verificada com calma, mais com rapidez, a possibilidade de
retirada do pessoal das proximidades do tanque. A aproximação do tanque exposto ao
fogo deverá ser feita sempre pelas partes laterais e a favor do vento, e nunca pelas
extremidades, pois existem registros sobre rupturas de tanques cilíndricos de GLP
exposto a essa condição, e essas rupturas (Blewe) se dão pelas extremidades, lan-
çando as calotas dos referidos tanques a grandes distâncias.

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8.2 Botijão Doméstico

O vasilhame domiciliar ou botijão doméstico, tem exigido intervenções dos corpos de


bombeiros. A ocorrência mais comum é o vazamento, seguindo algumas vezes de
incêndio. Logo que seja percebido qualquer vazamento, alguns cuidados precisam ser
tomados.
O cheiro característico do GLP é proposital, provocado por um produto químico que
lhe é adicionado, com finalidade justamente de dar aviso em caso de escapamento do
gás. Esse produto químico é conhecido por mercaptana, que é adicionado em propor-
ções adequadas para que o odor característico possa ser sentido quando a mistura do
GLP com o ar estiver abaixo do limite de inflamabilidade, dando tempo suficiente para
que sejam tomadas as providências necessárias para que o vazamento não se trans-
forme em um incêndio ou explosão do gás.

Cilindro de GLP

Entre as providências que podem ser tomadas em caso de vazamento em botijão do-
miciliar destacam-se as seguintes:

• Fechar imediatamente o bico do fogão (queimadores), ou apagar qualquer


outra chama que estiver acesa;
• Retirar o botijão, se possível, para uma área externa, onde o gás que está
escapando possa dissipar com facilidade;
• Não ligar nem desligar nenhum interruptor elétrico;
• Fechar as portas que se comuniquem a cozinha com o interior da residên-
cia;
• Abrir portas e janelas que se comunicam com a parte externa.

O importante é não deixar o gás se acumular.


O botijão (cilindro) de GLP não explode. Ele e construído para suportar uma pressão
de aproximadamente de 80 kg/cm2 e a pressão no interior de um botijão, dependendo
da mistura do GLP e da temperatura do ambiente, dificilmente atingirá 20 kg/cm2. Além
disso, todo vasilhame de GLP dispõe de válvula de segurança ou plug fusível que se
abrirá a uma temperatura, geralmente de 70 °C, permitindo, caso o botijão esteja sub-
metido a uma temperatura anormal, como no caso de um incêndio, que seja liberado,
permitindo a perda de pressão no interior do vasilhame e impedindo a ruptura da cha-
pa, pelo excesso de pressão.
Deve-se evitar fazer qualquer tipo de reparo nas válvulas. Neste caso, recomenda-se
informar a companhia distribuidora para o processe a troca do vasilhame e seguir cor-
retamente as instruções de segurança recomendadas por ela.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Manuais de Legislação: Segurança e medicina do trabalho. V. 16, 34. ed., 1996.

Catálogo MAS: Instrumentos para detecção de gases.

Revista Proteção

ABNT NBR 13933. Instalações internas de gás natural (GN): Projeto e execução.
Rio de Janeiro: 1997.

ATLAS. Manuais de Legislação Atlas: Segurança e medicina do trabalho. v. 16,


34. ed., 1996.

DUTTON, John. Fundamentos of gas utilization. Ontario: Centennial College Press,


1994.

SENAI/RN. Curso básico em tecnologia do gás. Natal: 1997.

DUTTON, John. Propane for gas fitters: The storage and handling of propane as a
space heating fuel. 3. ed.

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