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REGIME JURÍDICO DO SECOR EMPRESARIAL DO ESTADO (DL 558/99):


O DL 558/99 afasta-se radicalmente da filosofia do DL 260/76, que foi revogado
por este diploma, estando orientado em 3 sentidos fundamentais: a ampliação do
conceito de empresa pública, a aplicação do direito privado como regime regra e a
criação de melhores condições para o exercício da função accionista do Estado.
Este é um regime completamente inovador em Portugal e corta completamente
com o regime anterior e também é um regime que é quase ou praticamente é uma
transposição do direito Comunitário.
O Sector Empresarial do Estado é composto pelas Empresas Públicas e pelas
Empresa participadas. (artº 2º nº 1).
De acordo com o artº 3º passou a considerar-se Empresas Públicas (EP`s) as
sociedades comerciais (pessoa colectiva de direito privado), em que o Estado
exerça uma influência dominante (ou pela maioria do capital ou maioria dos
direitos de voto ou direito de designar ou destituir a maioria dos membros da
administração ou fiscalização) bem como as Entidades Públicas Empresariais
(capitulo III do DL 558/99) que são pessoas colectivas de direito público mas
empresarial.
Logo o conceito de Empresa Pública exige que as entidades que são
consideradas Empresas Públicas têm que ter personalidade jurídica, ou são
E.P.E. ou são S A.
Se o Estado não tiver a maioria do capital e não tiver também a maioria de votos e
não puder dominar a gestão, há acordos entre o Estado e os privados, ou normas
que fazem parte do estatuto da empresa que podem atribuir ao Estado o direito de
nomear e destituir a maioria dos membros dos órgãos da Administração e
fiscalização.
As empresas ou sociedades nomeadamente que resultaram de privatizações em
que há “Golden-Share não se podem considerar E.P. porque o conceito de E.P. é
o de que o Estado tenha uma influência dominante, não parece que seja a mesma
coisa que poder ter o direito de veto.
Uma coisa é ter uma minoria de bloqueio que dá para impedir que se tomem
determinadas decisões, ou com poder de impedir que um determinado accionista
sozinho acabe por ter mais acções do que uma determinada percentagem do
capital da empresa.
As Empresas Públicas comportam dois grandes tipos de organismos:
- Pessoas Colectivas de direito privado e de tipo associativo - as S.A. -
- Pessoas Colectivas de direito público e de natureza institucional – as E.P.E.´s -
Para ser uma empresa participada tem que ter uma participação permanente do
Estado ou outras entidades públicas.
As participações permanentes têm que ficar aquém da influência dominante,
porque se tiver influência dominante, torna-se automaticamente Empresa Pública.
Consideram-se participações permanentes as que não tenham objectivos
exclusivamente financeiros, sem qualquer intenção de influenciar a orientação ou
gestão da empresa por parte das entidades participantes e desde que a
titularidade das participações não atinja a duração de um ano.

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Têm objectivos exclusivamente financeiros as participações em que a entidade
participante é accionista mas não tem acções para influenciar a gestão, ou seja, o
Estado não se encontra como empresário mas tão somente como investidor.
Presume-se a natureza permanente das participações sociais representativas de
mais de 10% do capital, com excepção daquelas que sejam detidas por empresas
do sector financeiro.
Ainda que estes mais de 10% não lhe dêem influência dominante, no entanto há
uma participação permanente que transforma uma empresa participada. Isto
resulta da presunção (artº 36º nº 2).
Em suma as Empresas Públicas para além das E.P.E.’s são as sociedades em
que o Estado tem uma influência dominante.
As empresas participadas são aquelas em que o Estado tem uma participação
permanente mas não é suficiente para ter uma influência dominante.
Temos empresas em que o Estado tem uma participação mas não é permanente
nem sequer dá para considerar essa empresa uma empresa participada, logo não
faz parte do sector empresarial do Estado.
As empresas públicas regem-se pelo direito privado (artº 7º nº 1), salvo o que
estiver disposto no presente diploma e nos diplomas que tenham aprovado os
respectivos estatutos.
Assim as Empresas Públicas regem-se por três diplomas:
- Pelos seus estatutos quando são criadas.
- Estes não podem ser incompatíveis com a lei de bases das Empresas públicas
que é uma Lei com valor reforçado (D.L. 558/99).
- O que não estiver estipulado nos estatutos e na Lei de Bases aplica-se
subsidiariamente o direito privado.
A lei de bases é composta por meia dúzia de artigos que impõem um certo regime
público às Empresas públicas como a tutela e a superintendência.
Na sua actividade exterior as E. P.’s pautam o seu comportamento pelo direito
privado, porque a actividade e organização das E.P.’s é regulada pelo direito
privado.
Quanto às empresas participadas, estas estão sujeitas ao regime jurídico
comercial, laboral e fiscal ou de outra natureza, aplicável às empresas cujo capital
e controlo é exclusivamente privado.
EMPRESAS DO SECTOR PÚBLICO MUNICIPAL (Lei 58/98):
Em 1998 relativamente às empresas do Estado vigorava o DL 260/76.
Sob inspiração do Direito Comunitário este regime foi alterado e foi criada uma lei
para enquadrar as actividades empresariais dos Municípios. Nesta lei 58/98, estão
previstos 3 tipos de empresas: Empresas Municipais, Intermunicipais e Regionais.
A lei 58/98 admite a possibilidade dos municípios criarem empresas dotadas de
capitais próprios (artº 1º).
Essas empresas poderão ser Empresas públicas municipais, intermunicipais, ou
regionais quando os municípios detenham a totalidade do capital. No caso do
município não ter a totalidade e se associar a outras entidades públicas (ex:
Estado) esse empresa tem capital do Estado e dos municípios envolvidos, já não
se chama empresa pública mas sim empresa de capitais públicos.
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No caso do município ter uma participação minoritária de entidades privadas (artº
40º) com o fim de prosseguir as atribuições do município toma o nome de
empresa de capitais maioritariamente públicos.
REGIME JURÍDICO DAS PRIVATIZAÇÕES (Lei 11/90)
Foi revogada a Lei 84/88 que teve uma grande importância histórica, porque ela
foi aprovada e publicada ainda em 1988, um momento em que ainda vigorava
constitucionalmente o princípio da irreversibilidade; e permitiu a transformação de
E.P.'S e até mesmo a alienação de parte do capital dessas S.A.'S. Alienação essa
que só podia ir até 49% e tinha que ser feita por aumento de capital.
O Art.º 296º da CRP que é Direito Transitório, um artigo privado para o fenómeno
das privatizações e que poderá desaparecer da CRP assim que as mesmas
estejam concluídas, distingue entre Privatizações e Reprivatizações.
Face as Reprivatizações a CRP exige uma Lei-quadro e este artigo 296º resulta
da revisão de 1989.
Portanto a Lei 11/90 (Lei Quadro) é a Lei da Reprivatizações.
Distinguir as Privatizações das Reprivatizações é fundamental porque o regime
jurídico é diferente.
A esta Lei-quadro 11/90 só estão sujeitas as Empresas que foram objecto de
Nacionalização, que impõe requisitos apertados a este tipo de Empresas.
Para as Empresas em que não oram objecto de nacionalização e que não
estavam sujeitas ao princípio da irreversibilidade, isto é as pequenas e médias
Empresas indirectamente nacionalizadas para os sectores básicos, e que eram
objecto de excepção ao princípio da irreversibilidade, estas podiam ser
reprivatizadas nos termos da Lei.
Só as Empresas que estiveram sujeitas ao princípio da irreversibilidade, ou seja,
as contempladas no nº 1 do Art.º 296º é que tem que ser reprivatizadas nos
termos da lei-quadro 11/90.
As restantes ou as simples privatizações de empresas que nunca foram
nacionalizadas, a sua privatização faz-se agora nos termos de uma Lei normal da
competência e reserva relativa da A R.
O Conceito de privatizações significa transferência da titularidade ou de bens de
produção de entidades públicas para entidades privatizadas.
Mas trata-se de entidades públicas ou bens de produção que nunca estiveram no
Sector Privado.
Hoje no artº 86º nº3 vem consagrar a possibilidade de haver sectores vedados,
sendo que é a Lei 88-A/97 que estabelece quais os sectores vedados.
Se se quiser privatizar ou reprivatizar uma empresa que desenvolve uma
actividade vedada pela Lei de Limitação de sectores, só se pode privatizá-la até
49% (artº 2º Lei 11/90).
É preciso ter sempre em conta este impedimento da Lei de Limitação de sectores.
Num caso prático devemos verificar sempre em 1º lugar a actividade que a
Empresa desenvolve, porque se a empresa desenvolver uma actividade que está
vedada à iniciativa privada a empresa não pode ser privatizada.
REGULAÇÃO DA CONCORRÊNCIA E DOS MERCADOS

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O primeiro regime da concorrência foi criado em 1983, depois surgiu outro em
1993 (DL 370/93) e em 2003 surgiu a Lei 18/2003 que vem definir quais os
comportamentos proibidos pelas empresas, com vista a garantir um mercado de
concorrência, bem como, regular as concentrações de empresas (artº 8º e ss) e
os auxílios de estado (artº 13º)
Surgiu também o DL 10/2003 que veio eliminar os órgãos que regulavam a
concorrência passando a existir apenas um único e novo órgão a Autoridade da
Concorrência.
No que respeita aos comportamentos ou práticas proibidas ou restritivas da
concorrência estas estão descritas no capítulo II da Lei 18/2003.
São elas as entendes ou coligações de empresas (artº 4º), o abuso de posição
dominante (artº 6º) e o abuso de dependência económica (artº 7º).
No que respeita às entendes ou coligações estas podem assumir 3 formas:
acordos entre empresas, decisões de associações de empresas e práticas
concertadas.
Todas estas práticas proibidas são nos termos desta lei consideradas contra-
ordenações dando origem a um processo previsto nos artºs 22º e seguintes às
quais serão aplicadas sanções nos termos do artº 42º e seguintes.

 Entendes ou coligações de empresas:


Ex: empresa x, empresa y e empresa z produzem o mesmo bem.
X estaria em condições de vender o bem por 4,50€;
Y estaria em condições de vender o bem por 5€;
Z estaria em condições de vender o bem por 5, 50€
X, y e z assumem um compromisso de nenhuma delas vender abaixo de
determinado preço.
Existe um acordo desde que haja manifestação de vontades e tem que resultar
obrigação para as empresas envolvidas. Neste caso, a obrigação de no dia x
fixarem o preço do bem em 5,50€ (tinha que ser pelo valor fixado por cima).
O acordo pode ser horizontal ou vertical.
Estamos perante um acordo horizontal quando este é feito entre empresas que
estão ao mesmo nível, entre empresas no mesmo estado de processo produtivo
(é mais grave).
Estamos perante um acordo vertical no caso de acordos entre por exemplo um
produtor e um retalhista.
A lei proíbe todos os acordos quer sejam horizontais ou verticais, não distingue.
Outra situação possível era haver uma associação que decida que a empresa x, y
e z deve praticar determinado preço. Já não há um acordo mas sim uma decisão
de associação de empresas, também proibida.
Trata-se de uma associação de empresas que impõe aos seus associados que a
partir de determinado dia terão que praticar aqueles preços.
O comportamento restritivo não é imputável às empresas, mas sim à Associação
de empresas.

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Se por outro lado não houver nem um acordo nem uma decisão de uma
associação de empresas mas conscientemente as empresas decidirem praticar o
mesmo preço há uma prática concertada.
Trata-se de um paralelismo comportamental que denota a intenção de se furtar à
concorrência. Neste caso as empresas nem chegam sequer a encontrar-se. Uma
empresa aumenta mas sabe que as outras empresas vão seguir esse
comportamento.
Ex: uma determinada empresa fazer publicar numa revista da especialidade para
o sector os seus preços.
Esta prática concertada também se engloba nas entendes ou coligações, práticas
proibidas por restringir a concorrência (artº 4º).
 Justificação das práticas proibidas:
As entendes ou coligações de empresas previstas no artº 4º, poderão ser
justificadas se:
- Contribuírem para melhorar a produção ou a distribuição de bens e serviços ou
para promover o desenvolvimento técnico ou económico;
- Da entende praticada tem que resultar benefícios;
- As cláusulas têm que se mostrar necessárias;
- Nunca podem ir tão longe que eliminem a concorrência do mercado.
Se cumprir cumulativamente todas estas condições a prática proibida está
justificada, há um balanço económico positivo.

 Abuso de posição dominante:


Outra prática proibida é o abuso de posição dominante, em que uma empresa ou
um conjunto de empresa num a posição de domínio do mercado em causa adopte
um comportamento abusivo dessa posição, nomeadamente os comportamentos
previstos no nº 3 deste artigo.
O facto de estar numa posição dominante não é proibido, a proibição encerra o
comportamento adoptado perante essa posição abusando de uma posição
dominante.
O abuso de posição dominante pode ser individual ou colectivo consoante
disposto no artº 6º nº 2.
 Abuso de dependência económica:
No que respeita ao abuso de dependência económica, esta prática também é
proibida.
A dependência económica poderá ser considerada abusiva nomeadamente na
adopção dos comportamentos previstos no nº 2 deste artigo.
Ex: Uma empresa está a produzir peças exclusivamente para outra empresa, esta
empresa está numa situação de dependência económica pois não possui outra
alternativa.
As práticas proibidas neste diploma também estão consagradas no Tratado da
União Europeia (artº 81º) pelo que se um desses comportamentos afectar a
concorrência em Portugal e noutro país da Comunidade será aplicado o Direito
Comunitário (artº 81º) porque tem supremacia.
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O DL 470/93 alterado pelo DL 140/98 de 16 de Maio estabelece 4 práticas
individuais proibidas:
- Aplicação de preços ou condições de venda discriminatórias relativamente a
prestações equivalentes (artº 1º);
- As vendas com prejuízo (artº 3º);
- A recusa de venda de bens ou de prestação de serviços (artº 4º);
- As práticas negociais abusivas (artº 5º).
Quando se tem dúvidas se os comportamentos previstos no artº 4º da Lei 18/2003
é ou não susceptível de constituir uma prática proibida pode-se submeter as
mesmas à apreciação da Autoridade da concorrência com vista à declaração da
legalidade, ilegalidade ou inaplicabilidade desses comportamentos (Portª 1097/93
de 29 de Outubro).
 Concentração de empresas:
No que respeita às concentrações de empresas, que não são proibidas, há
também um procedimento a observar para o controlo dessas operações (artº 30º
e ss).
As duas principais formas de concentrações de empresas são as previstas nas
alíneas a) e b), podendo ainda a criação ou aquisição de uma empresa comum
constituir uma operação de concentração de empresas nos termos do nº 2 deste
artigo, sendo que o controlo previsto implica a possibilidade de exercer uma
influência dominante sobre a actividade da empresa (nº3).
As operações de concentração de empresas poderão ficar sujeitas a notificação
prévia para a Autoridade da Concorrência nos termos do artigo 9º e só poderão
realizar-se após uma decisão expressa ou tácita de não oposição da mesma (artº
11º).

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