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FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA FORMAÇÃO PELA ESCOLA


MÓDULO SIOPE

O SIOPE COMO FERRAMENTA DEMOCRÁTICA: uma análise dos Relatórios


Resumidos da Execução Orçamentária do Piauí

HELÉDIA DE SOUZA FERREIRA


JOANA BATISTA DE SOUSA
VYCTOR GOMES DE NEGREIROS ARAUJO

TERESINA
2018
SUMÁRIO

1. O SIOPE E A GARANTIA DO EXERCÍCIO DA DEMOCRACIA: UMA


INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................. 2
1.2. FUNCIONAMENTO........................................................................................ 3
2. ANÁLISE DOS RELATÓRIOS RESUMIDOS DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
DO ESTADO DO PIAUÍ .............................................................................................. 4
2.1. ORIGEM E IMPORTÂNCIA DOS RREO ....................................................... 4
2.2. DEMONSTRATIVO DAS RECEITAS E DESPESAS COM MANUTENÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DO ENSINO: APLICAÇÃO E IMPORTÂNCIA..................... 6
2.3. AVALIAÇÃO DO DEMONSTRATIVO DAS RECEITAS E DESPESAS COM
MDE DO ESTADO DO PIAUÍ NO ANO DE 2017 .................................................... 7
3. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 8
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 8
1. O SIOPE E A GARANTIA DO EXERCÍCIO DA DEMOCRACIA: UMA
INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

A Constituição da República Federativa do Brasil determina no caput do


Artigo 37 que a administração pública de quaisquer dos poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Considerando a
Educação como direito de todos e dever do Estado, assegurando-se a gratuidade do
ensino público, e a garantia do padrão de qualidade, conforme a norma
constitucional, resta-nos deduzir que é fundamental ao Estado a criação e o
gerenciamento de mecanismos que assegurem a publicidade e transparência dos
processos administrativos da Educação, nos termos da Lei nº 12527/2011,
divulgando informações de interesses públicos, independentemente de solicitações
através dos meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação.
O Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope)
corresponde a um sistema de acesso público via internet, operacionalizado pelo
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, que coleta, processa e
dissemina dados relativos aos orçamentos públicos em educação da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios. Constitui, portanto, um banco de dados
confiável e acessível para respaldar decisões gerenciais e permitir o
acompanhamento dos investimentos públicos em educação realizados no país,
contribuindo, dessa forma, para o cumprimento das determinações constitucionais
de publicidade e eficiência.
O Sistema foi instituído pela Portaria Ministerial – MEC nº 06, de junho de
2006, estando, a princípio sob a responsabilidade do Inep e, a partir de 2008, teve a
gestão transferida para o FNDE e tem como objetivos principais constituir uma base
de dados nacional detalhada sobre as receitas e investimentos públicos em
educação de todos os entes federados; subsidiar a elaboração de políticas
educacionais em todos os níveis de governo; assegurar transparência e publicidade

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às informações sobre financiamento e investimentos públicos em educação e
produzir indicadores de eficiência e eficácia dos investimentos públicos em
educação, além de instrumentalizar a atuação do controle social.
Tomando-se como fundamental a manutenção da democracia depende do
estabelecimento de práticas essenciais de governança, esta que representa, nos
termos de Bizerra (apud FIGUEIREDO & SANTOS p.03)

o conjunto de princípios básicos e práticas que conduzem a administração


pública ao alcance da eficiência, eficácia e efetividade nos seus resultados,
através de um melhor gerenciamento dos seus processos e de suas
atividades, promovendo a prestação de contas responsável (accountability)
e a transparência de suas ações.

O Siope representa para a administração pública uma importante ferramenta


para o Combate aos desvios e má aplicação dos recursos públicos vinculados à
educação. Maior eficiência no planejamento e na gestão educacional e melhoria da
qualidade da educação pública no Brasil.

1.2. FUNCIONAMENTO

O Siope opera através da disponibilização das informações prestadas pelos


entes federados de acordo com a legislação e metodologia adotada pela Secretaria
do Tesouro Nacional (STN), tais como os cálculos automáticos dos percentuais
mínimos obrigatórios de aplicação dos impostos e transferências em Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino (MDE), bem como dos recursos do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
profissionais da Educação (Fundeb). Os dados declarados são confrontados com os
demonstrativos contábeis publicados pelos entes da federação através de
mecanismos específicos e filtros de consistência representados pelas mais distintas
informações oficiais.
O sistema, portanto, disponibiliza um conjunto de indicadores que podem ser
usados pelos gestores e analistas de políticas públicas para aprimorar a gestão
educacional, e, ainda, permitir o diagnóstico dos problemas e desafios dos sistemas

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públicos de ensino a serem enfrentados por cada ente federativo. Além de
possibilitar a visualização isolada e conjunta dos dados e informações educacionais
declaradas pelos entes das três esferas de governo, esse mecanismo permite a
geração automática do Demonstrativo das Receitas e Despesas com Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino que compõem o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
O sistema é uma garantia do exercício democrático, ao tempo em que permite
sustentar os três pilares da democráticos da transparência, informação e
participação, sem os quais os direitos políticos não passariam de mero formalismo
vazio.

2. ANÁLISE DOS RELATÓRIOS RESUMIDOS DA EXECUÇÃO


ORÇAMENTÁRIA DO ESTADO DO PIAUÍ

2.1. ORIGEM E IMPORTÂNCIA DOS RREO

A segunda metade da década de 80 foi marcada pelo reordenamento das


finanças públicas do País, momento em que se destacaram três grandes conquistas:
A criação da Secretaria do Tesouro Nacional – STN (1986), a implantação do
Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI (1987)
e a instituição da Conta Única do Tesouro Nacional (1988).
A chegada do novo milênio viu surgir novas ações em prol da modernização e
da austeridade na contabilidade e na gestão das finanças públicas, destacando-se a
promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (2000), o início do processo
de convergência das práticas de contabilidade do setor público brasileiro às normas
internacionais de contabilidade (2008) e a edição da Lei Complementar 131/2009,
popularmente conhecida como Lei da Transparência.
Nesse contexto, a STN criou, por meio das Portarias 135 e 136, de 6 de
março de 2007, atualizadas por meio das Portarias 511 e 510 de 28 de agosto de
2014, os Grupos Técnicos de Padronização de Relatórios e Demonstrativos Fiscais
e de Procedimentos Contábeis, cujo objetivo é propor recomendações baseadas no
diálogo permanente, com a finalidade de reduzir divergências e duplicidades, em

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benefício da transparência da gestão fiscal, da racionalização de custos nos entes
da Federação e do controle social de forma a exercer, em caráter supletivo, as
funções do Conselho de Gestão Fiscal para fins de consolidação das contas
públicas. As recomendações dos grupos técnicos continuam sendo os pilares do
processo de aperfeiçoamento do Manual de Demonstrativos Fiscais. Debruçaram-se
nesse processo, em pouco mais de um ano, diversas instituições públicas e da
sociedade civil organizada, além de diversas coordenações gerais da STN, cujas
participações são dignas de destaque.
Da parte da STN, o estabelecimento de padrões contábeis e fiscais
contribuirá para a melhoria da consolidação das contas públicas conforme previsto
na LRF. A STN tem consciência do alcance e da dimensão desse empreendimento,
cujo sucesso tem sido resultado das parcerias e debates acima destacados e que
são materializados nas partes I – Anexo de Riscos Fiscais, II - Anexo de Metas
Fiscais, III – Relatório Resumido da Execução Orçamentária e IV – Relatório de
Gestão Fiscal, representando, assim, mais um passo para a implementação de um
novo modelo de contabilidade pública a ser implantado no país e para o
aperfeiçoamento da gestão fiscal responsável.
O Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO é exigido pela
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, que
estabelece em seu artigo 165, parágrafo 3º, que o Poder Executivo o publicará, até
trinta dias após o encerramento de cada bimestre.
A União já o divulga, há vários anos, mensalmente. O objetivo dessa
periodicidade é permitir que, cada vez mais, a sociedade, por meio dos diversos
órgãos de controle, conheça, acompanhe e analise o desempenho da execução
orçamentária do Governo Federal. A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de
2000, que se refere às normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal, estabelece as normas para elaboração e
publicação do RREO.
O RREO e seus demonstrativos abrangerão os órgãos da Administração
Direta e entidades da Administração Indireta, de todos os Poderes, constituídos
pelas autarquias, fundações, fundos especiais, e as empresas públicas e sociedades
de economia mista que recebem recursos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade
Social (empresas estatais dependentes), inclusive sob a forma de subvenções para

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pagamento de pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último
caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.
O RREO será elaborado e publicado pelo Poder Executivo da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, devendo ser assinado pelo Chefe do
Poder Executivo que estiver no exercício do mandato na data da publicação do
relatório ou por pessoa a quem ele tenha legalmente delegado essa competência.
Qualquer dos dois deve fazê-lo em conjunto com o profissional de contabilidade
responsável pela elaboração do relatório. As informações deverão ser elaboradas a
partir dos dados contábeis consolidados de todas as unidades gestoras, no âmbito
da Administração Direta, autarquias, fundações, fundos especiais, empresas
públicas e sociedades de economia mista.

2.2. DEMONSTRATIVO DAS RECEITAS E DESPESAS COM MANUTENÇÃO E


DESENVOLVIMENTO DO ENSINO: APLICAÇÃO E IMPORTÂNCIA

O Demonstrativo das Receitas e Despesas com Manutenção e


Desenvolvimento do Ensino – MDE apresenta os recursos públicos destinados à
educação, provenientes da receita resultante de impostos e das receitas vinculadas
ao ensino, as despesas com a MDE por vinculação de receita, os acréscimos ou
decréscimos nas transferências do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, o
cumprimento dos limites constitucionais e outras informações para controle
financeiro. A apresentação deste demonstrativo está prevista no ordenamento
jurídico. O art. 72 da Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB prevê a publicação nos relatórios expressos na Constituição. O art.
165 da Constituição determina a publicação até trinta dias após o encerramento de
cada bimestre do Relatório Resumido da Execução Orçamentária. Adicionalmente, o
art. 52 da Lei Complementar nº 101, de 2000, Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF,
reafirma o prazo de publicação e informa a sua abrangência. Também constitui fator
determinante para a elaboração do demonstrativo, o disposto no art. 25, § 1º, inciso
IV, alínea b, da LRF, que determina, como condição para o recebimento de
transferências voluntárias por parte do ente da Federação, o cumprimento dos
limites constitucionais relativos à educação e à saúde. Ressalta-se que a Portaria nº
844, de 8 de julho de 2008, do MEC determina o preenchimento – no âmbito da

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União, Estados, Distrito Federal e Municípios – das informações relativas à MDE nos
formulários do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação –
SIOPE, condição indispensável para a realização de transferências voluntárias pelo
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Assim sendo, até trinta
dias após o encerramento do primeiro bimestre do exercício subsequente, deverão
ser utilizados os formulários do SIOPE.

2.3. AVALIAÇÃO DO DEMONSTRATIVO DAS RECEITAS E DESPESAS COM MDE


DO ESTADO DO PIAUÍ NO ANO DE 2017

A administração pública do Estado do Piauí, em conformidade com as


disposições legais que orientam a execução orçamentária e prestação de contas dos
recursos públicos preencheu e transmitiu devidamente os dados que integram o
Siope nos últimos cinco anos.
No ano de 2017, especificamente, foram atingidos de forma satisfatória os
índices constitucionais calculados pelo Siope. O percentual de aplicação das
receitas de impostos e transferências vinculadas à educação em MDE, os quais
devem totalizar um mínimo de 25%, configurou 26,44%. O percentual de aplicação
das receitas do Fundeb na remuneração dos profissionais do magistério, que deve
totalizar um mínimo de 60%, alcançou 97,11%. Da mesma forma o percentual de
aplicação das receitas do Fundeb em despesas com MDE, que não remuneração do
magistério, não ultrapassaram o limite máximo de 40% da receita, perfazendo o
valor de 25,38%; e o percentual de aplicação das receitas do Fundeb não aplicados
no exercício mantiveram-se em 0,75%, sendo o limite máximo de 5%.
A receita total resultante de impostos, atestada no RREO consultado,
referente ao 6º bimestre de 2017, perfez um montante de R$ 3.287.153.057,00, o
que permitiu que o valor previsto inicialmente para o Fundeb de R$ 525.155.925,00
mais do que dobrasse para R$ 1.158.001.996,67.
Na oportunidade da pesquisa, como forma de averiguar os usos do Siope,
foram entrevistados membros do Conselho de Acompanhamento e Controle Social –
CACS, os quais ressaltaram a importância do Siope para o acompanhamento da
execução do Fundeb e a maneira como o Estado investe em Educação.

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3. CONCLUSÃO

O Siope configura-se, de fato, como ferramenta de exercício de cidadania


democrática. O controle e acompanhamento dos orçamentos públicos em educação
perfaz a base para a eficiência do serviço prestado, possibilitando a avaliação e o
estabelecimento de novas metas, bem como o controle social das políticas
implementadas, assegurando a transparência e publicização das informações da
administração pública como previsto constitucionalmente.
O estado do Piauí tem executado de forma satisfatória o balanço bimestral
das receitas e despesas calculadas pelo Siope. Alimentando o banco de dados do
sistema como exigido pela Portaria MEC/ nº 844, de 8 de julho de 2008. Outro fator
de relevante importância, que reforça e garante o cumprimento das determinações
da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei de Transparência, é a obrigatoriedade do
preenchimento do Siope como condição para a celebração de convênios e termos
de cooperação com o MEC ou órgãos à ele vinculados. É fundamental, no entanto,
que se reforcem os mecanismos de publicização das ações da administração
pública dos entes federados, aprimorando ainda mais o Siope e sua rede de
cobertura, bem como estimulando e disseminando o acesso da população às
ferramentas.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e


bases da educação nacional. Brasília,DF. Disponivel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 17 de out. 2018.

BRASIL. Lei complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.


Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão
fiscal e dá outras providências. Brasília,DF. Disponivel em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 18 de out. 2018.

BRASIL. Portaria/MEC nº 844, de 8 de julho de 2008.


Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão
fiscal e dá outras providências. Brasília,DF. Disponivel em <
https://www.fnde.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/item/4024-
portaria-mec-n%C2%BA-844,-de-8-de-julho-de-2008>. Acesso em: 17 de out. 2018.

BRASIL. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.


Estabelece procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal

8
e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações. Brasília,DF. Disponivel
em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm>.
Acesso em: 18 de out. 2018.

CONSTITUIÇÃO (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. BRASIL.

FIGUEIREDO, V.S.; SANTOS, W.J.L. Transparência e controle social na


administração pública. Temas de Administração Pública. Araraquara, V. 8 n. 1,
2013

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