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I SRST – SEMINÁRIO DE REDES E SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES

INSTITUTO NACIONAL E TELECOMUNICAÇÕES – INATEL


ISSN 2358-1913
SETEMBRO DE 2014

Optical Transport Networks


Maurício Ribeiro de Souza Júnior1, José Marcos C. Brito2

rede e podia transportar até um STM-256 (483.840 canais de


Abstract— This paper describes the OTN networks (Optical voz – aproximadamente 40Gbps). No entanto, com a crescente
Transport Network), showing the principles of operation, demanda por tráfego de dados, o SDH se mostrou ineficiente,
advantages and applications. The features and flexibility of OTN pois para transportar um tráfego Ethernet de 10Mbps, por
networks make this technology a strong candidate to be the
predominant technology in backbone networks in the near future,
exemplo, era necessário utilizar um STM-0 (51,84Mbps),
especially considering the trend of network solutions become fully resultando em uma ineficiência de 81%. Para contornar esta
based on TCP/IP (all IP) architecture. ineficiência surgiu então o SDH-NG (Next Generation), o qual
This work shows that the great advantage of the OTN network is utiliza VCAT (Virtual Concatenation), LCAS (Link Capacity
the union of high flexibility of signs of customer interfaces Adjustment Scheme) e GFP (Generic Framing Procedure),
together with maximum efficiency occupation of the optical layer aumentando muito a eficiência de transporte de dados sobre a
and the sum of the benefits of DWDM technology with the SDH
Hierarquia SDH [1].
network.
Index Terms—OTN, Backbone networks, GMPLS. Como a demanda de dados continuou crescendo, para
Resumo—Este artigo descreve as redes OTN (Optical aumentar a capacidade entre as estações, era necessário utilizar
Transport Network ou Rede de Transporte Óptico), mostrando os novas fibras e novos equipamentos SDH, montando enlaces
princípios de sua operação, suas vantagens e aplicações. As ópticos de equipamentos SDH em paralelo.
características e a flexibilidade das redes OTN tornam esta Para resolver esse problema, surgiu na década de 90 a
tecnologia uma forte candidata a ser a tecnologia predominante tecnologia DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing
nas redes de backbone em um futuro próximo, principalmente
ou Multiplexação Densa por Comprimento de Onda), o que
considerando a tendência das soluções de rede se tornarem
soluções totalmente baseadas na arquitetura TCP/IP (all IP). reduziu o investimento no lançamento de novos cabos ópticos
Este trabalho mostra que o grande diferencial da rede OTN é a e na compra e instalação de novos equipamentos SDH, pois os
união de alta flexibilidade de interfaces de sinais de clientes em equipamentos DWDM conseguem colocar vários
conjunto com a máxima eficiência de ocupação da camada óptica comprimentos de onda em uma única fibra, podendo
e da soma das vantagens da tecnologia DWDM com a rede SDH. multiplexar, demultiplexar e fazer Add/Drop
Palavras chave—OTN, redes de Backbone, GMPLS.
(Adição/Derivação) no domínio óptico de comprimentos de
onda de canais de até 100Gbps.
I. INTRODUÇÃO
Para aumentar a eficiência da tecnologia DWDM e visando
A crescente demanda de tráfego nas redes de a convergência do IP (Internet Protocol) com o DWDM,
telecomunicações gera uma constante busca por equipamentos criou-se então o padrão OTN (Optical Transport Network ou
e tecnologias mais eficientes. No âmbito das redes de Rede de Transporte Óptico), cuja versão final foi aprovada em
transporte, esta busca pode ser exemplificada pela observação 2009 pela ITU-T (International Telecommunication Union -
da história da evolução das tecnologias utilizadas nestas redes. Telecommunication Standardization Sector) [1].
Na década de 70 foi criado o PDH (Plesiochronous Digital O padrão OTN tem alta flexibilidade, o que, em termos
Hierarchy ou Hierarquia Digital Plesiócrona), o qual práticos, aumenta a eficiência da utilização de cada
conseguia transportar no máximo um E4 (64x2Mbps - 1.920 comprimento de onda. Fazendo com que ele tenha
canais de voz). Esta tecnologia logo se mostrou ineficiente, possibilidade de utilização de várias interfaces e diferentes
pois apresentava uma grande dificuldade para derivação e tráfegos, o que não acontecia no DWDM.
inserção de tributários, além de oferecer pequena capacidade O objetivo deste trabalho é apresentar o padrão OTN e suas
para gerência da rede. Para contornar os problemas vantagens, chegando ao OTN com GMPLS. Além disso, o
apresentados pelo PDH surgiu, na década de 80, o SDH trabalho discute brevemente a possível padronização do
(Synchronous Digital Hierarchy ou Hierarquia Digital OTU5(400Gbps).
Síncrona), o qual apresentava maior capacidade de gerência da O restante deste trabalho está organizado da seguinte forma:
na Seção II o padrão OTN; a Seção III resume o princípio de
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de
Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado operação das redes GMPLS e aponta as vantagens de se
de Pós-Graduação em Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações.
Orientador: Prof. José Marcos C. Brito. Trabalho aprovado em 09/2014.
utilizar esta rede em conjunto com a rede OTN; a Seção IV sendo o primeiro quadro identificado pela sequência de oito
aponta as vantagens das redes OTN; finalmente, a Seção V zeros, e o último (quadro número 256) identificado pela
apresenta as conclusões do trabalho. sequência de oito uns [3].
Os bytes 8, 9 e 10 formam a SM (Section Monitoring), a
II. PADRÃO OTN qual é composta pelos campos TTI, BIP8, BEI/BIAE, BDI e
A rede OTN é composta por camadas elétricas e ópticas [8], IAE [1].
que passam a ser descritas a seguir. O TTI (Trail Trace Identifier) envia mensagens de 64 bytes
entre equipamentos regeneradores ou terminais. O envio dessa
A. Camadas elétricas mensagem é repetido quatro vezes, já que o multiquadro
As camadas OPU(Optical Payload Unit), ODU (Optical possui 256 quadros e o campo TTI possui 64 bytes. A
Data Unit) e OTU (Optical Transport Unit) estão no domínio mensagem contém a informação SAPI (Source Access Point
elétrico [8]. Identifier) e o DAPI (Destination Access Point Identifier), as
O sinal do cliente é encapsulado dentro da OPU, a qual quais têm 16 bytes cada uma e informam o ponto de início e
conecta o cliente fim a fim, não sendo modificada pela rede destino da subcamada OTUk. Os bytes 32 a 63 podem ser
utilizados pela operadora [1].
OTN [8].
O BIP8 (Bit-Interleaved Parity level 8) guarda o valor de
Além do sinal do cliente, na camada OPU, existe o
paridade da subcamada OPUk de dois quadros transmitidos à
cabeçalho OPU, que especifica o tipo da informação que está
frente, dessa forma, há tempo suficiente para o receptor checar
sendo transmitida [8]. o sinal [1].
Adicionando um cabeçalho à OPU, cria-se a ODU, a qual O número de bits de BIP8 recebidos com erros é relatado no
também conecta o cliente fim a fim e não é modificada pela sentido do transmissor nos campos BEI (Backward Error
rede OTN [8]. Indication) e BIAE(Backward Incoming Alignment Error).
Com o cabeçalho ODU, é possível monitorar a OPU fim a Caso os campos BEI/BIAE enviem o valor ‘1011’, significa
fim e fazer comutação de proteção para cada ODU [8]. que existe falha de alinhamento do quadro, com isso, a
Acrescentando um cabeçalho a ODU e bytes de FEC contagem de erros é desconsiderada [1].
(Forward Error Correction), cria-se a camada OTU, a qual é O campo IAE (Incoming Alignment Error) mostra erro de
gerada e terminada em todos os pontos da rede que tem alinhamento de quadro para o equipamento à frente [1].
conversão elétrico-óptica ou vice-versa. A OTU é a última Falhas recebidas como TIM (Trail trace Identifier
camada elétrica [8]. Mismatch), LOM (Loss of Multi-frame), AIS (Alarm
A Figura 1 ilustra o quadro OTU, o qual possui além do Indication Signal), LOF (Loss of Frame) e LOS (Loss of
FEC e cabeçalho OTU (inclui o campo FA – Frame Signal) são indicadas no sentido da transmissão pelo bit BDI
Alignment), os cabeçalhos ODU e OPU. (Backward Defect Indicator) [1].
O quadro OTU é composto por 4x4080 bytes [7]. O campo GCC0(General Communications Channel) pode
Para envio dos bytes de FEC, cada linha de 4080 bytes é servir de canal de comunicação entre os equipamentos.
dividida em 16 partes, formando 16 pedaços de 255 bytes [7]. Por fim, os bits 7/8 do byte 10 e os bytes 13/14 são
reservados [1].
O FEC utilizado no padrão será descrito na sub-seção F desta
seção.

Figura 1 – Quadro OTUk [8].


Figura 2 – Cabeçalho OTUk [1].
O cabeçalho OTU é composto pelos dados de alinhamento,
Uma das vantagens da OTN é a possibilidade de criar até 6
status e identificação do quadro [1].
TCM’s, permitindo o monitoramento da qualidade dos trechos
A Figura 2 mostra o detalhamento do cabeçalho OTU.
da rede até o destino final.
Os seis primeiros bytes são utilizados para alinhamento do
A Figura 3 mostra o detalhamento do cabeçalho ODUk,
quadro (FAS – Frame Alignment Signal), sendo os 3 primeiros
onde é possível observar os 6 campos TCM, tendo em cada
OA1 (Optical Alignment 1) setado em “11110110” e os bytes
um deles, os subcampos TTI, BIP8, BEI/BIAE e BDI, os quais
4 até o 6 formados pelo OA2 (Optical Alignment 2) setado em
possuem as mesmas funções do cabeçalho OTUk, porém,
“00101000” [3].
contendo as informações da camada ODUk. A única exceção é
O sétimo byte é o MFAS (Multi-Frame Alignment Signal),
o campo STAT (Status), usado para identificar o tipo do
o qual é utilizado para identificar o início de um multiquadro
quadro [1].
[1].
O campo PM (Path Monitoring) é usado para monitorar o
Um multiquadro é formado por uma sequência de 256
sinal transmitido da origem até o terminal final, logo, ele não é
quadros OTN, os quais são identificados pelo MFAS [1],
monitorado nos terminais intermediários. O campo PM, não informação ou justificação (idle) para o caso da taxa de
tem a função BIAE, apenas a função BEI, sendo essa a única transmissão do sinal de entrada ser maior ou menor que a
diferença entre os campos PM e TCM [1]. transmissão do quadro OPUk.
Os campos GCC1 e GCC2 também existem no cabeçalho
ODUk e tem a mesma característica do cabeçalho OTUk [1].
O TCM/ACT (Tandem Connection Monitoring / Activation-
desactivation Control Channel) é utilizado para ativar e
desativar os campos de TCM [1].
O FTFL (Fault Type and Fault Location channel) é uma
mensagem de 256 bytes com as informações de tipo e local de
uma falha, a qual é associada ao contador MFAS, sendo os
128 bytes iniciais aplicados no sentido downstream e os bytes
finais no sentido upstream. Os tipos especificados atualmente
são: sinal sem falha (00000000), com falha (00000001) e
degradado (00000010) [1]. Figura 4 – Cabeçalho OPUk [1].
O campo EXP (Experimental) é utilizado para testes [1]. B. Camadas ópticas
Para finalizar, os 4 bytes do campo APS/PCC (Automatic
Protection Switching / Protection Communication Channel), As camadas OCh (Optical Channel), OMS(Optical
se utilizados, são para guardar sinais de controle e Multiplex Section) e OTS (Optical Transmission Section)
comunicação do canal de proteção [1]. estão no domínio óptico [8].
Todas as camadas ópticas são transportadas pelo OSC
(Optical Supervisory Channel), que é transmitido separado do
sinal do canal óptico [8].
O OCh conecta os canais ópticos fim a fim para transmissão
de forma transparente dos sinais de clientes. Ele usa um
comprimento de onda para transportar a OTU [8].
O cabeçalho do OCh fornece funções de supervisão para
operar no nível de rede, avaliação da qualidade da transmissão
e detecção de defeitos de transmissão [8].
A OMS faz a multiplexação dos canais ópticos OCh e provê
funcionalidade de rede de um sinal óptico de múltiplos
comprimentos de onda [8].
O cabeçalho OMS fornece monitoramento da integridade de
sinal e provê funções para operação e gerenciamento, como
por exemplo, a indicação de defeitos [8].
A OTS fornece função de transporte para a camada OMS. É
ela que define a frequência e o nível de potência, ou seja, as
características da interface física [8].
Figura 3 – Cabeçalho ODUk [1].
O cabeçalho OTS disponibiliza funções de manutenção e
O cabeçalho da camada OPU é apresentado na figura 4.
gerenciamento [8].
O PSI (Payload Structure Identifier) transporta uma
A Figura 5 mostra o OOS (Optical transport module
informação de 256 bytes associada ao contador MFAS, sendo
Overhead Signal), que é composto pelos sinais dos cabeçalhos
que o primeiro byte é para identificar o tipo de informação
das camadas ópticas OCh, OMS e OTS, e transmitido pelo
enviada (PT - Payload Type). O MSI (Multiplex Structure
OSC [5].
Identifier) é enviado através dos bytes 2 a 17, os quais
O campo General Management Communications overhead
identificam o tipo e a localização de cada tributário
(COMMS) fornece comunicação geral de gerência entre os
transportado quando o processo de multiplexação é usado.
equipamentos [3].
Não há especificação para os bytes 18 ao 255 [1].
O cabeçalho da camada OTS tem os campos a seguir: [12]
Os bits 7 e 8 da coluna 16 se referem ao campo JC
TTI (Trail Trace Identifier): envia 64 bytes, os quais
(Justification Control), os quais são usados para controle de
informam o ponto de início e destino da camada OTS;
justificação negativa e positiva (NJO – Negative Justification
BDI-P (Backward Defect Indication – Payload): indica
Opportunity e PJO – Positive Justification Opportunity). São
falha nos dados (payload) da OTSn no sentido de transmissão
enviados três valores, os quais são analisados e considerados
(upstream);
os dois valores iguais, para que não se tome a decisão errada
BDI-O (Backward Defect Indication – Overhead): indica
no caso de ocorrer algum erro de bit nesse campo [1].
falha no cabeçalho da OTSn no sentido de transmissão;
Para finalizar os campos do cabeçalho OPUk, o NJO e
PMI (Payload Missing Indication): utilizado para indicar
PJO, com tamanho igual a 1 byte cada um, podem armazenar
que não foi adicionado dados no ponto de origem da OTSn.
Abaixo seguem os campos do cabeçalho OMS: [12]
FDI-P (Forward Defect Indication - Payload): utilizado
para indicar falha nos dados (payload) da OMSn no sentido de
recepção (downstream);
FDI-O (Forward Defect Indication - Overhead): utilizado
para indicar falha no cabeçalho da OMSn no sentido de
recepção;
BDI-P (Backward Defect Indication - Payload): indica
falha nos dados (payload) da OMSn no sentido de
transmissão;
BDI-O (Backward Defect Indication - Overhead): indica
falha no cabeçalho da OMSn no sentido de transmissão;
PMI (Payload Missing Indication): utilizado para indicar
que não contem nenhum sinal de canal óptico.
Por fim, seguem os campos do cabeçalho da camada OCh:
[12] Figura 6 – Comportamento das camadas OTN em uma rede [8].
FDI-P (Forward Defect Indication - Payload): utilizado A Figura 7 mostra toda a sequência de transmissão de um
para indicar falha nos dados (payload) da OChn no sentido de sinal na rede OTN.
recepção; O sinal de entrada do cliente é encapsulado na OPU, depois
FDI-O (Forward Defect Indication - Overhead): utilizado na ODU e então na última camada elétrica, a OTU, a qual,
para indicar falha no cabeçalho da OChn no sentido de além do cabeçalho OTU, acrescenta o código para correção
recepção; automática de erro (FEC) [8].
OCI (Open Connection Indication): usado para mostrar que Depois da OTU, é feita uma conversão eletro-óptica,
uma conexão na matrix está aberta devido a um comando de gerando a primeira camada óptica OCh e a multiplexação dos
gerência. vários OCh dá origem a camada OMS que, ao ser transmitida,
gera a OTS [8].
Note que todas as camadas têm o seu respectivo cabeçalho,
cada um com funcionalidades específicas, as quais foram
descritas nas sub-seções A e B desta seção.

Figura 5 – OOS, composto pelos cabeçalhos OTSn, OMSn e OChn [5].

C. Estrutura das camadas OTN


A Figura 6 mostra o comportamento de cada camada dentro
da rede OTN. É possível notar que a OPU e a ODU não são
modificadas pela rede OTN, conectando o cliente fim a fim. Já
as camadas OTU e OCh são geradas e finalizadas todas as
vezes que ocorre uma transição eletro-óptica e vice versa [1]. Figura 7 – Estrutura de transporte OTN [8].
A camada OMS é refeita sempre que há um equipamento
D. Taxas de transmissão
que pode comutar um comprimento de onda, ou seja, se há um
Cross Connect óptico, ele precisa abrir a camada OMS para As redes OTN permitem a transmissão em diversas taxas de
identificar o comprimento de onda e fazer a comutação transmissão. A Tabela 1 ilustra as taxas de transmissão OPUk,
correta. Ela também é refeita em todos os casos que tem sendo k igual a 0, 1, 2, 3 e 4. Além destas cinco taxas, existe
também o padrão OPU2e, que é utilizado para transmitir sinais
conversão eletro-óptico e vice-versa.
de 10Gbps Ethernet, e o padrão OPUflex, que é utilizado para
A OTS é gerada e finalizada em todos os pontos da rede [8],
transmitir qualquer taxa, se adaptando às necessidades do
inclusive nos amplificadores ópticos.
cliente [1].
É possível observar que as camadas OTN gerenciam todos
os pontos da rede e, no caso de uma falha, o trecho é
rapidamente identificado.
TABELA I em um enlace óptico vivo (com tráfego já existente) de 350
TAXA DE TRANSMISSÃO OPU (OPTICAL PAYLOAD UNIT) [3]
quilômetros interligando as cidades de Sydney e Canberra [2].
Esse teste demonstrou também a capacidade de transmitir
até 17,6 Terabits por segundo em um enlace óptico existente, o
que é equivalente a 266 milhões de chamadas de voz [2].
O sucesso dos testes já feitos ao redor do mundo indicam
que os fornecedores de equipamentos estão investindo em
produtos que possam transmitir acima de 100Gbps (OTU4), o
que pode fazer com que a ITU-T defina o padrão OTU5 para a
velocidade de 400Gbps.
E. Estrutura de multiplexação [6]
Com o acréscimo do cabeçalho ODU na camada OPU, é A Figura 8 mostra a estrutura de multiplexação contendo o
gerado a ODUk [1]. conceito de ODU de baixa ordem (LO ODU) e alta ordem
A Tabela 2 mostra a velocidade de transmissão da ODUk. A (HO ODU), sendo a de baixa ordem as ODU’s que podem ser
taxa de comercialização da ODU0/OPU0 é 1,2Gbps, mapeadas em ODU’s de ordem superiores, com o objetivo de
ODU1/OPU1 é 2,5Gbps, ODU2/OPU2 é 10Gbps, aproveitar melhor toda a capacidade de transmissão final de
ODU3/OPU3 é 40Gbps e por fim a ODU4/OPU4 é 100Gbps cada OTU, o que corresponde a um comprimento de onda.
[6]. A LO ODU0, é utilizada para sinais de cliente no padrão
Conforme a OPU, a ODU também tem a ODU2e e a 1000BASE-X (interface de 1Gbps padrão Ethernet), podendo
ODUflex [1]. ser mapeada em HO ODU1, 2, 3 ou 4.
A LO ODU1 pode ser utilizada para sinais CBR2G5
TABELA II
TAXA DE TRANSMISSÃO ODU (OPTICAL DATA UNIT) [3] (Constant Bit Rate ou taxa de bits constante de 2,5Gbps) ou
STM-16/OC-48 (interface de 2,5Gbps padrão SDH/SONET) e
pode ser transmitida direto por uma OTU1 ou ser mapeada em
HO ODU2, 3 ou 4.
A LO ODUflex pode transportar sinais CBRx (Constant Bit
Rate ou taxa de bits constante) ou dados GFP (Generic
Framing Procedure – protocolo que aceita tráfego Fibre
Chanel, Ficon, Escon, Ethernet e DVB); ela utiliza a HO
ODU2, 3 ou 4.
Com a LO ODU2 é possível enviar sinais CBR10G
(Constant Bit Rate ou taxa de bits constante de 10Gbps) ou
A Tabela 3 mostra as taxas de transmissão da OTUk, a qual STM64/OC-192 (interface de 10Gbps padrão SDH/SONET);
é formada pela camada ODU, cabeçalho OTU e FEC [1]. ela pode ser transmitida direto pela OTU2, ou multiplexada
A OTU não tem OTU0, OTU2e e OTUflex, pois a ODU0 é em HO ODU3 ou 4.
mapeada dentro de ODU’s de ordem maior, como a ODU1, 2, A LO ODU2e é utilizada para envio de sinais 10GBASE-R
3 ou 4 [3]. (interface de 10Gbps padrão Ethernet) ou FC1200 (interface
A ODU2e utiliza a ODU3 ou 4 para transmissão e a de 10Gbps Fibre Channel) e só pode ser mapeada nos HO
ODUflex é transmitida dentro da ODU2, 3 ou 4 [3]. ODU3 ou 4.
Já a LO ODU3 envia sinais CBR40G (Constant Bit Rate ou
TBELA III
TAXA DE TRANSMISSÃO OTU (OPTICAL TRANSPORT UNIT) [3] taxa de bits constante de 40Gbps) ou STM-256/OC-768
(interface de 40Gbps padrão SDH/SONET) ou 40GBASE-R
(interface de 40Gbps padrão Ethernet) e pode ser transmitida
direto pelo OTU3 ou ser multiplexada em HO ODU4.
Por fim, a LO ODU4 transporta o sinal 100GBASE-R
(interface de 100Gbps padrão Ethernet) e só pode ser
transmitida pela OTU4.
A seguir apresentam-se os tipos de mapeamentos que
Apesar de não existir padronização para velocidades podem existir em cada ODU de alta ordem:
maiores que 100Gbps, já foram feitos alguns testes, com ODU1: 2 x ODU0;
sucesso, de 400Gbps por comprimento de onda. ODU2: 8 x ODU0 ou 4 x ODU1 ou N x ODUflex;
Como, por exemplo, o teste feito pela fabricante de ODU3: 32 x ODU0 ou 16 x ODU1 ou N x ODUflex ou 4 x
produtos de telecomunicações Alcatel-Lucent em conjunto ODU2 ou 3 x ODU2e;
com a provedora de serviços de rede Nextgen, que testaram na ODU4:80 x ODU0 ou 40 x ODU1 ou N x ODUflex ou 10 x
Austrália a adição de um comprimento de onda de 400Gbps ODU2 ou 10 x ODU2e ou 2 x ODU3.
A Tabela 4 ilustra as possibilidades de multiplexação de tenha a capacidade de correção de rajada de erros multiplicada
ODU. pela ordem do entrelaçamento [1].
Essa flexibilidade de multiplexação da rede OTN só é Ao utilizar o código corretor de erro (RS255,239), o código
possível devido a possibilidade de envio de sinais utilizando o Reed-Solomon utiliza 16 bytes para verificação de paridade, e
mapeamento por tributário, que pode ser de 1,25Gbps ou possui capacidade de correção de erro em rajada de 8
2,5Gbps, tornando mais eficiente a utilização de cada OTU e símbolos, ou 64 bits [1].
consequentemente do comprimento de onda. Com a técnica de entrelaçamento da ordem de 16, a
Segue a quantidade de tributários que podem ser mapeados capacidade de correção de erro em rajada é multiplicada por
dentro de cada HO ODU: 16, totalizando 128 símbolos ou 1024 bits [1].
HO ODU1: 2 tributários de 1,25Gbps ou 1 de 2,5Gbps;
G. Monitoramento de conexão TANDEM (TCM)
HO ODU2: 8 tributários de 1,25Gbps ou 4 de 2,5Gbps;
HO ODU3: 32 tributários de 1,25Gbps ou 16 de 2,5Gbps; Nas redes de backbone é comum haver um ou vários sinais
HO ODU4: 80 tributários de 1,25Gbps. passando por uma rede de outra operadora, o que gera a
A LO ODU0, LO ODUflex e LO ODU2e utilizam necessidade de monitorar o sinal que passa nessa outra rede.
tributários de 1,25Gbps para mapear sinais dentro de ODU’s Esse tipo de ligação entre redes é chamado de conexão
de alta ordem, já a LO ODU1, 2 e 3 podem utilizar tributários TANDEM [11].
de 1,25Gbps ou 2.5Gbps. O cabeçalho da Unidade de Dados Óptica (ODU) contém as
informações de monitoramento de conexão TANDEM, sendo
TABELA IV que na OTN pode haver até seis camadas TCM (Tandem
POSIBILIDADE DE MULTIPLEXAÇÃO DE ODU [6] Connection Monitoring) [7].
A Figura 9 mostra os possíveis tipos de monitoramento de
conexão que se pode fazer.
No caso de um sinal de cliente que passa por diversas redes,
é possível monitorar a qualidade de cada rede criando um
TCM nos pontos chamados de interface rede a rede (NNI –
Network to Network Interface) [8].
É possível monitorar a conexão entre o usuário e a rede
criando um TCM nos pontos chamados de UNI (User Network
Interface ou Interface Usuário Rede) [8].
Dentro de uma rede específica, é possível gerar mais de um
TCM, sendo criado entre trechos alinhados (nested) ou
sobrepostos (overlapping) [8].
Para monitorar uma proteção, também é possível criar um
TCM só para isso, caso do TCM4 da rede três, conforme
ilustrado na Figura 9 [8].
O TCM mais importante a ser criado é o que verifica a
qualidade do serviço fim a fim, monitorando a qualidade do
sinal do cliente desde a entrada na rede até o destino final.
Para o exemplo de um sinal SDH de cliente, existe a
monitoração de conexão fim a fim, a qual é feita do trecho
antes de entrar na OTN (saída do equipamento SDH) até a
entrega final (entrada do outro equipamento SDH), sendo essa
monitoração feita pelo SDH [8].
Figura 8 – Multiplexação de ODU [6].

F. FEC (Forward Error Correction)


No padrão OTN utiliza-se o código Reed-Solomon
(255,239) para correção de erro, sendo que os bits são
codificados e subdivididos em 239 bytes, mais 16 bytes para
verificação de paridade, compondo a palavra-código de 255
bytes. [1][3]
Como na transmissão óptica é comum erros em rajada e os
códigos corretores de erros são mais eficientes com erros
distribuídos aleatoriamente, é utilizada a técnica de
entrelaçamento de bytes, o que faz com que os bytes sejam
transmitidos fora da ordem, sendo que o receptor, ao
Figura 9 – Monitoramento de Conexão TANDEM (TCM) [8].
decodificar os bytes, remonta a ordem original e depois aplica
o código corretor de erro Reed-Solomon fazendo com que
III. GMPLS – CONTROL PLANE local e estado das conexões locais (ligação com os NE’s
A rede GMPLS (Generalized Multi-Protocol Label vizinhos). Cada NE recebe a informação periodicamente dos
Switching) é baseada principalmente pela adição de um plano seus vizinhos, com isso, é atualizado no banco de dados a nova
de controle e por um conjunto de protocolos [10], sendo que a topologia de toda a rede. Essa troca de informações entre os
principal característica dessa rede é passar algumas funções, NE’s vizinhos faz com que cada NE possa construir
antes feitas de forma centralizada pelo plano de constantemente o seu mapa de toda a rede.
gerenciamento, para o plano de controle, deixando as funções Para criar um novo caminho, o NE utiliza o mapa da
topologia de toda a rede para calcular o caminho da origem até
mais fáceis e eficientes.
o destino ou para definir o próximo saldo (next hop) na
A. Planos de uma rede GMPLS direção do destino solicitado.
A rede GMPLS é formada pelos seguintes planos: Protocolo de sinalização RSVP-TE (Resource Reservation
Plano de gerenciamento (management plane): responsável Protocol with Traffic Engineering extensions): é utilizado para
por funções centralizadas de gerência, como monitoração de troca de informações entre os NE’s adjacentes com o objetivo
desempenho, tarefas administrativas e supervisão de alarmes de criar ou liberar uma conexão na rede. Quando uma nova
conexão está sendo criada, o protocolo envia mensagens de
fim a fim [10];
sinalização para que todos os NE’s no caminho processem
Plano de controle (control plane): responsável pelo
essa informação.
roteamento, sinalização, configuração de conexões de forma
Protocolo de gerenciamento de Link LMP (Link
rápida e eficiente, reconfiguração ou modificação de conexões Management Protocol): gerencia as conexões entre os nós
e execução de função de restauração [10]; vizinhos, faz verificação de conectividade dos enlaces de
Plano de transporte (transport plane): o plano de transporte transmissão, disponibiliza suporte a supervisão de
ou plano de dados é responsável pelo tráfego de dados da rede conectividade de canal de controle e correlaciona as
[10]. informações de propriedade de enlace.
A Figura 10 mostra os três planos de uma rede GMPLS.
C. Benefícios da rede GMPLS
Depois de mostrados os três planos, com destaque especial
para o plano de controle, o qual descentraliza algumas funções
do plano de gerenciamento, e dos principais protocolos que
formam o GMPLS, seguem os benefícios ao implantarmos
uma rede GMPLS: [10]
• Provisionamento rápido e automatizado da conexão fim a
fim;
• Escalabilidade aprimorada;
• Robustez contra falhas com um mínimo de recursos
adicionais;
• Possibilidade de suportar redes de outros fabricantes;
• Aceita redes de várias tecnologias, como IP, ATM, SDH,
OTN, WDM, etc.;
• Perfeita integração de dados e redes de transmissão;
Figura 10 – Planos de uma rede GMPLS [10]. • Restauração e reação de rede distribuída, o que torna a
B. Conjunto de protocolos restauração e a reação de rede mais rápida e eficiente
É possível notar que, com a adição do plano de controle, em casos de falhas comparada com a restauração
algumas funções antes feitas de forma centralizada pelo plano centralizada;
de gerenciamento foram repassadas para o plano de controle e • Estabelecimento e liberação de caminhos de forma
para que isso fosse possível foi necessária a adição de três automatizada e distribuída através da rede.
protocolos: [10] D. Diminuição de recursos e tráfego IP utilizando o plano
Protocolo de roteamento OSPF-TE (Open Shortest Path de transporte
First with Traffic Engineering extensions): é utilizado para
acesso de informações entre os elementos de rede para Com a utilização do plano de transporte é possível evitar a
permitir que cada NE (Network Element ou Elemento de Rede) utilização de roteadores intermediários e, consequentemente,
possa construir o seu mapa. Esse mapa que cada NE cria é o aliviar o tráfego nestes roteadores [4].
mapa da topologia de toda a rede ou sub-rede, o qual possui as A Figura 11 mostra o tráfego IP sem a utilização do
informações de cada NE e as conexões estabelecidas com backbone OTN.
outros NE’s, sendo esses dados armazenados em um banco de Nota-se que o sinal passa por dois roteadores
dados. intermediários desnecessariamente.
Para montar esse mapa de toda a topologia, cada NE envia
constantemente informações de si mesmo informando estado
IV. VANTAGENS DA REDE OTN
As vantagens da rede OTN são muitas, sendo as principais
mostradas nos subitens a seguir.
A. Flexibilidade e eficiência no transporte de sinais de
clientes
O padrão OTN tem alta flexibilidade de sinais de entrada,
podendo transportar de forma totalmente transparente sinais
SDH (STM16, 64 e 256), SONET (OC48, 192 e 768),
Ethernet (1Gbps, 10Gbps, 40Gbps e 100Gbps), OTN (OTU1,
2 e 3) e, utilizando a ODU Flex, é possível transmitir
velocidades e interfaces diferentes utilizando os tributários de
1,25Gbps (ver seção E do item II) até completar a OTU a ser
Figura 11 – Tráfego IP sem utilização do backbone OTN [4]. transmitida [6].
Já na Figura 12, utilizando o backbone OTN com plano Todos os sinais de entrada podem ser transmitidos em um
de transporte, o sinal não passa pelos roteadores único OTU, desde que não ultrapasse a capacidade do mesmo.
intermediários, sendo comutado direto na camada óptica e não Para isso, a rede OTN utiliza a multiplexação de ODU’s já
na camada IP, evitando a utilização de portas, uso da mostrada anteriormente.
capacidade e o tráfego desnecessário nos roteadores Para demonstrar a vantagem sobre outras tecnologias,
intermediários [4]. vamos utilizar o exemplo de um cliente que quer transportar
dois sinais de 40Gbps, um sinal de STM-64 (10Gbps) e 5
canais de 1Gbps.
Para essa transmissão, o DWDM teria que utilizar três
transponders, que são placas utilizadas no DWDM que
recebem o sinal do cliente (interface SDH, SONET, Ethernet,
etc.) e transformam em um comprimento de onda. Os três
transponders seriam 1 de 2x40Gbps, 1 de 4x10STM-64 e 1 de
10x1Gbps, e consequentemente 3 comprimentos de onda
(canais de 100Gbps, 40Gbps e 10Gbps), totalizando uma
necessidade de transmissão óptica de 150Gbps, da qual seria
necessário utilizar apenas 95Gbps, ou seja, utilizar-se-ia
apenas 63% do sistema, ficando os outros 37% sem utilização.
Já utilizando o padrão OTN é possível transportar os dois
sinais de 40Gbps, o sinal STM-64 e os cinco sinais de 1Gbps
Figura 12 – Tráfego IP com utilização do backbone OTN com plano de
transporte [4].
em um único OTU4, sendo que o sistema usará apenas um
comprimento de onda (necessário apenas um transponder de
E. Vantagens GMPLS na rede OTN 100Gbps) e a eficiência de transmissão do sistema ficará em
Ao implantar GMPLS na rede OTN, muitas operações de 95%. Além disso, terá necessidade de menos equipamentos e
rede são simplificadas, pois vários processos operacionais são de menor uso de comprimentos de onda. Outro ponto muito
feitos pelo plano de controle de forma automatizada, como importante é que, ao utilizar a rede OTN, é possível fazer
descoberta de topologia de rede, encaminhamento de conexão adição e retirada de ODU no meio da rede por configuração, o
óptica da origem até o destino, provisionamento dinâmico de que não é possível utilizando apenas o DWDM.
largura de banda e cálculo de rotas para uma possível
restauração do sistema [9].
B. Maior distância entre regeneradores devido à utilização
Todo o sistema pode se recuperar de forma inteligente após
do FEC [8]
várias falhas de rede, ficando uma rede otimizada, eficiente,
auto executável e muito robusta com o mínimo de recurso Com a utilização do FEC, é possível operar com uma
necessário, com isso, tem-se uma ótima relação custo/ relação sinal / ruído menor, o que na prática nos permite o
benefício, reduzindo o valor de investimento (CAPEX) e de aumento da distância entre os regeneradores ou amplificadores
operação (OPEX) [9]. de potência óptica, fazendo com que o custo de implantação
A rede GMPLS também garante um acordo de nível de do projeto seja diminuído.
serviço (SLA – Service Level Agreement) superior e uma alta C. Combina a capacidade e recursos ópticos do DWDM
qualidade de serviço, tendo uma reduzida necessidade de com os benefícios da tecnologia SDH
intervenções na rede [9]. Este benefício pode ser melhor explicado por meio de um
exemplo. Suponha que exista uma rede DWDM de 4xSTM-64
interligando 3 estações e que para atender o tráfego de um estações igual a 25Gbps, que vai precisar ser transportada por
determinado cliente seja necessário derivar na estação um canal óptico de 40Gbps.
intermediária um sinal de 1Gbps. Se não utilizarmos equipamentos OTN, será utilizada uma
Sem utilizar a nuvem OTN será necessário utilizar uma porta de 40Gbps para um tráfego de 25Gbps, perdendo-se os
porta de STM-64 do DWDM para conectar a um novo outros 15Gbps restantes.
equipamento Mux (Multiplex) SDH com interface STM-64 em Já utilizando OTN, como é possível utilizar a ODU Flex,
ambas as estações e, com isso, o Mux SDH disponibilizará o pode-se enviar exatamente 25Gbps, com os outros 15Gbps
circuito de 1Gbps fim a fim. Nessa situação, a porta de podendo ser utilizados para outro tipo de tráfego (SDH por
10Gbps (STM-64) do DWDM ficou ocupada pelo exemplo) ou para aumentar o tráfego IP para esse ou outro
equipamento Mux SDH, com isso, como foi utilizado apenas cliente, ou seja, utiliza-se o mesmo canal óptico de 40Gbps da
um circuito de 1Gbps fim a fim, os outros 9Gbps não ficarão situação anterior, porém transmite-se o que é necessário no
disponíveis no restante da rota DWDM. momento, sem que se perca o restante da banda disponível.
Já com a utilização do equipamento OTN é possível derivar
apenas uma porta de 1Gbps no mesmo equipamento, sem a V. CONCLUSÃO
necessidade de outro equipamento Mux SDH, ficando Com o uso da nuvem OTN é possível obter a convergência
disponível a banda de 9Gbps para utilização em qualquer da rede de transporte com a rede IP, com alta taxa de bits,
ponto da rota, o que não acontece utilizando a solução DWDM economia de recursos da rede IP e alta eficiência de transporte,
e Mux SDH. maximizando a utilização da rede óptica.
O exemplo mostrado é muito comum, pois as operadoras Como o mercado está na direção do conceito “all IP”, a
têm muitos equipamentos DWDM e SDH e, por conveniência, OTN, por combinar alta taxa de transmissão de forma
acabam utilizando a combinação das duas tecnologias. Porém, extremamente eficiente e convergência IP, é ideal para se
fica claro que a rede como um todo perde capacidade de tornar a tecnologia preferida para a implementação das redes
transmissão. de backbone nos próximos anos.
Outro detalhe é que ao utilizar apenas uma tecnologia, a As várias interfaces de sinais de clientes, como a Ethernet
operadora tem mais vantagens de implantação e operação, pois (1Gbps, 10Gbps, 40Gbps e 100Gbps), e a SDH (STM-16, 64 e
evita a utilização de diferentes equipes, equipamentos, 256) tornam a tecnologia versátil para a necessidade atual e
plataformas de gerência e software. futura.
Outro ponto importante é que o padrão OTN foi feito para O grande diferencial da rede OTN é a multiplexação de
trabalhar com multi comprimentos de onda, ou seja, toda a ODU, a qual possibilita o máximo enchimento do canal óptico
capacidade e recursos ópticos da tecnologia DWDM foi e também a inserção e retirada de ODUs em qualquer ponto da
incorporada ao transporte da nuvem OTN. rede OTN.
Diante disso, é possível observar que a OTN reuniu a alta Outro item de destaque é a implantação do GMPLS na
capacidade de transmissão e a possibilidade de comutação OTN, pois deixa a rede inteligente, robusta e auto executável,
óptica do DWDM com a facilidade de inserção e retirada de reduzindo o custo operacional da rede.
sinais da tecnologia SDH [7]. Este trabalho apresentou uma descrição sintetizada da
tecnologia OTN, mostrando suas aplicações e vantagens.
D. Maior monitoramento de conexão TAMDEM e melhora
OAM&P (Operations, Administration, Maintenance and
Provisioning) REFERÊNCIAS
[1] Bernardo, Rodrigo; Tronco, Tania Regina; Lessa, Carmen Lúcia Avelar;
As redes de backbone percorrem longas distâncias e muitas Mobilon, Eduardo. OTN: a evolução das redes de transporte. Cad.
vezes passam por trechos de outras operadoras, sendo CPqD Tecnologia, Campinas, v.7, n.2, p. 75-86, jul./dez. 2011.
necessário monitorar esses vários trechos [11]. [2] Alcatel-Lucent. Alcatel-Lucent and Nextgen Group complete first
Australian field trial of 400G data transmission over live network
A possibilidade de ter um maior número de monitoramento
(on-line). Disponível na Internet. URL: http://www.alcatel-
de conexões TAMDEM (até seis) é uma grande vantagem do lucent.com/press/2013/002958. (acesso em 10/05/2014).
padrão OTN, pois permite diagnosticar e atuar no trecho onde [3] ITU TELECOMMUNICATION STANDARDIZATION SECTOR (ITU-
está o problema. T). G.709/Y.1331. Interfaces for the optical transport network. Geneve,
2012.
Outra vantagem é que o padrão OTN, por apresentar uma [4] Alcatel-Lucent. 1830 Photonic Service Switch (PSS)-36/64 R4.0
solução que combina alta velocidade de transporte de bits com Overview. 09/2011.
flexibilidade de interfaces e velocidades de sinais de clientes, [5] ITU TELECOMMUNICATION STANDARDIZATION SECTOR (ITU-
T). G.798. Characteristics of optical transport network hierarchy
fornece para as operadoras melhor OAM&P (Operação, equipment functional blocks. Geneve, 01/2002.
Administração, Manutenção e Provisionamento). [6] Alcatel-Lucent. Understanding OTN Optical Transport Network
(G.709). 03/2010.
E. Maior eficiência de transmissão em um backbone IP [7] Gendron, Robert e Gidaro, Amato. The G.709 Optical Transport
Na maioria dos casos, a necessidade de transmissão do Network – an overview (on-line). Disponível na Internet. URL:
http://metrotek.ru/lib/pdf/EXFO/appnotes/anote153-ang.pdf. (acesso em
backbone IP é menor do que a capacidade do canal óptico [4]. 12/05/2014).
Por exemplo, admita uma necessidade de tráfego IP entre duas
[8] Alcatel-Lucent. Optical Transport Hierarchy (OTH) introduction.
03/2010.
[9] Alcatel-Lucent. Entering the Terabit Era – Implementing the
intelligent Optical Transport Network to face the exaflood
phenomenon and support sustainable IP traffic growth. 2011.
[10] Alcatel-Lucent. Alcatel-Lucent 1830 PSS – GMPLS/GMRE Guide –
8DG-61688-NAAA-TQZZA. 08/2012.
[11] TAFUL, Maria Catarina Rodrigues. Otimização e Planeamento de
Redes OTN Para Transporte de Tráfego Ethernet. Dissertação de
Mestrado. Instituto Superior Técnico. Lisboa. Novembro de 2013.
[12] Bruckman, Leon. OTN Tutorial (on-line). Disponível na Internet.
URL: http://www.iplight.com/files/wordocs/IPLightOTNTutorial.pdf.
(acesso em 27/07/2014).

Mauricio Ribeiro de Souza Junior nasceu em São Paulo, em 14 de


dezembro de 1980. Possui os títulos: Técnico em Eletrônica (ETE Getulio
Vargas, 1998) e Engenheiro Eletricista (FEI, 2007).
De 2001 a 2008 trabalhou na Embratel como Coordenador de instalação de
rádio enlace, satélite e multiplex SDH. Desde abril de 2008 trabalha na
Alcatel como Coordenador de Implantação de rádio enlace PDH/SDH,
multiplex SDH e DWDM, tendo como clientes as operadoras Claro e Oi. Tem
interesse na área de reconhecimento de fala, assim como em projetos de
implantação de condomínios que utilizam meios de energia renováveis e
interatividade via comando de voz com o usuário.
Seu projeto de formatura ganhou o primeiro lugar entre os melhores projetos
do Curso de Engenharia Elétrica da FEI no segundo semestre de 2007. O
projeto consistia em um mouse para deficientes físicos, o qual era possível
movimentar o cursor através do movimento da cabeça e com um sopro o click
era acionado.

José Marcos Câmara Brito possui graduação em Engenharia Elétrica


(ênfases em Telecomunicações e Eletrônica) pelo Instituto Nacional de
Telecomunicações (Inatel), com término em 1986, mestrado em Engenharia
Elétrica na área de Eletrônica e Comunicações pela Universidade Estadual de
Campinas, com término em 1999, e doutorado em Engenharia Elétrica na
área de Telecomunicações e Telemática pela Universidade Estadual de
Campinas, com término em 2013. É professor do Inatel deste dezembro de
1986, sendo atualmente Professor Titular. Possui dezenas de artigos
publicados em congressos e periódicos nacionais e internacionais. Suas
principais áreas de atuação são: redes de telecomunicações, análise de
desempenho de redes de telecomunicações, múltiplo acesso e técnicas de
comunicação digital.

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