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CRIMINOLOGIA

NOTA DE AULA 01

UNIDADE I - INTRODUÇÃO À CRIMINOLOGIA


1 - Cientificidade da Criminologia
- O Que é Ciência? Conjunto de conhecimentos sobre um objeto definido, a partir de um método
próprio.
- A Criminologia é uma ciência. Reúne uma informação válida, confiável e contrastada sobre o
problema criminal, que é obtido graças a um método (empírico) que se baseia na análise e
observação da realidade1.

1.1 - Método
- Empírico: experimentação e observação. Utiliza-se da interdisciplinariedade e do método lógico-
indutivo e não do jurídico-normativo, de natureza dedutivo (mundo axiológico).
- Criminologia como ciência empírica: ciência do "ser", preocupa-se com a análise da realidade
(do mundo real, verificável e mensurável), pretendendo-se neutra, com a finalidade de fornecer
dados para a transformação da realidade.

1.2 - Objeto delineado: delito, delinqüente, vítima e controle social.


a) Delito: conceito criminológico x conceito do direito penal
Segundo Salomão Shecaira, baseia-se na verificação de quatro critérios2:
i) incidência massiva na população: fato isolado não é crime
ii) incidência aflitiva: deve produzir dor à vítima ou à comunidade.
iii) persistência espaço temporal: distribuição no território durante certo espaço de tempo.
iv) inequívoco consenso a respeito de sua etiologia:

b) Delinquente
- Entendimento dos clássicos: visto como um inimigo, dotado de livre arbítrio que optou pelo mal.
- Perspectiva positivista: prisioneiro de uma patologia (determinismo biológico) ou de processos
causais alheios (determinismo)
- Visão correcionalista: ser inferior, deficiente, débil, incapaz de corrigir-se por si mesmo,
necessitando da intervenção tutelar do Estado.

1
MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Flávio. CRIMINOLOGIA. 8. ed. revista., atual. e ampliada. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2012 p. 31.
2
SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. p. 44-46
c) Vítima
- "idade de ouro"; desconsideração e resgate.
- Estudo mais aprofundado no tópico "Vitimologia".

d) Controle social: conjunto de mecanismos e sanções sociais que pretendem submeter o


indivíduo aos modelos e normas comunitários.3
i) informal (sociedade civil): família, escola, profissão, opinião pública, mídia
ii) formal (aparelho político do Estado): polícia, forças armadas, ministério público, sistema
penitenciário

1.3 - Funções: explicar e prevenir o crime e intervir na pessoa do infrator e avaliar os diferentes
modelos de resposta ao crime4

2. Definição da disciplina
Segundo Antônio García-Pablos de Molina: Ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do
estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo,
e que trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e
variáveis principais do crime - contemplando este como problema individual e como problema
social -, assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de
intervenção positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou sistemas de resposta ao
delito5.
Da definição pode-se verificar:
a) Crime encarado como problema e não como fenômeno natural da convivência em sociedade
b) Incorpora a vítima e o controle social no objeto da moderna criminologia
c) Assume postura prevencionista e não repressiva ou retributiva
d) Substitui a ideia de "tratamento" pelo de "intervenção".
e) análise e avaliação dos modelos de reação como um dos objetos da criminologia

3. Criminologia e ciências afins6


- Criminologia relaciona-se com todas as áreas do conhecimento humano que tenham como
objeto o fenômeno da criminalidade. Assim, interage interdisciplinarmente com:
i) História do Direito Penal: pesquisa conexa dos fenômenos jurídico-penais de cada povo

3 Id. Ibid. p.56.


4 MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Flávio. Op.cit. p. 30.
5 Id. Ibid. p. 30
6
FERNANDES, Newton; FERNANDES, Valter. Criminologia integrada. 3.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. p. 53 a 55.
ii) Filosofia do Direito Penal: análise e crítica do Direito Penal no que pertine aos seus princípios,
causas e modificações
iii) Direito Penal Comparado: pesquisa sistemática e cotejo das legislações penais dos diversos
países
iv) Antropologia Criminal: características orgânicas e biológicas do delinquente
v) Biologia Criminal: estudo do crime como acontecimento da vida do indivíduo
vi) Sociologia Criminal: pesquisa o fenômeno delituoso sob o prisma da influência ambiental na
conduta criminosa.
vii) Psicologia Criminal: caracteres psíquicos do delinquente que influem na gênese do crime
viii) Psicanálise Criminal: atenta para a personalidade do criminoso e para os processos íntimos
que o excitam à prática delitiva.
xix) Direito Penitenciário: regras reguladoras da atividade jurídico-carcerária
x) Criminalística: ausculta as formas como se cometem os delitos, cuidando da aplicação dos
recursos técnicos para a sua constatação e perquirição.
xi) Estatística Criminal: observação etiológica do delito com vistas ao planejamento e avaliação
do desempenho institucional com a criminalidade.
3.1 - Relação com o Direito Penal e a Política Criminal
- De acordo com Jorge de Figueiredo Dias e Manuel da Costa Andrade "é hoje manifesta a
permeabilização da dogmática jurídico-penal aos resultados e às sugestões da criminologia, quer
por força de uma incidência direta (...) quer indirecta, através da mediação da política criminal"7.
- Direito Penal utiliza-se das descobertas científicas da criminologia para formular suas normas.
- A Política criminal propõe-se a selecionar as estratégias a serem utilizadas para a prevenção e
repressão dos delitos, servindo, portanto, de parâmetro para o legislador e para os julgadores.
Diante da ampliação do objeto da criminologia, tal função passou a ser também desta.
Permanece, portanto, a diferença, no método: criminologia parte do ser para lançar juízos de
dever ser, enquanto que a política criminal parte do que deve ser para tentar transformar o ser8.

7
DIAS, Jorge de Figueiredo. ANDRADE, Manuel da Costa. Criminologia: o homem delinquente e a
sociedade criminógena. Coimbra: Coimbra Editora, 1997. p. 102.
8
Id. Ibid. p. 112-113.

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