Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
As migrações de seres humanos sempre aconteceram ao longo dos tempos e numa imensa
variedade de circunstâncias, podendo ser tribais, nacionais, de classes ou individuais e pelas
mais diversas causas, políticas, económicas, religiosas, naturais, étnicas ou simplesmente pelo
gosto de partir à aventura e assim, consideram-se fluxos migratórios, todos os grupos de
pessoas que se deslocam do seu lugar de origem, para outros locais, em busca de melhores
oportunidades e melhor nível de vida. A migração humana contempla dois actos, o acto de
emigrar ou o acto de imigrar.
No que diz respeito à duração, as migrações poderão ser temporárias, quando esta é feita por
um determinado período de tempo, que pode ir de poucos dias até a alguns anos. A título de
exemplo neste tipo de migração, estão os casos de trabalhadores com contratos de trabalho
temporário, na indústria hoteleira ou na construção civil. Nas migrações temporárias estão
também contempladas as migrações sazonais, que têm a ver com trabalhos a efectuar em
determinadas estações do ano, como por exemplo para as vindimas ou para a época balnear.
Existem depois as migrações definitivas, em que a migração é feita para um determinado
local, para aí se estabelecerem definitivamente.
Em relação à forma, as migrações poderão ser voluntárias, onde a decisão de migrar parte da
própria iniciativa do indivíduo, grupo ou população, ou forçada, quando o indivíduo, grupo ou
população se vêm obrigados a migrar pelos mais diversos motivos, apesar de não o desejar
fazer. (situações de guerra, cataclismos, epidemias)
Por último, em relação ao controlo, a migração pode ser legal, quando é feita com autorização
do país de acolhimento, ou clandestina se a migração for feita sem conhecimento ou
autorização do país de acolhimento.
Foi com era dos Descobrimentos, nos séculos XV e XVI, que foram abertos novos horizontes
geográficos. Estes deram a conhecer grandes áreas praticamente despovoadas, motivaram a
vontade e oportunidade de emigrar para esses novos locais.
Nessa época abriu-se uma nova era na história das migrações, pois foi a partir daí que
espanhóis e portugueses ocuparam países da América latina e África e Franceses e Britânicos
ocuparam a América do Norte.
O período compreendido entre as duas guerras mundiais foi uma época de abrandamento dos
fluxos migratórios internacionais; por um lado devido aos conflitos bélicos que dificultavam a
movimentação dos meios de transporte e impediam a saída de pessoas de grande parte dos
países europeu e por outro, os homens, devido à guerra, eram todos necessários para o
conflito.
Outra causa do abrandamento foi a crise económica dos anos 30 que teve início nos EUA e
que se alastrou a todo o mundo. Foi a partir desta crise que muitos países adoptaram medidas
de restrição às imigrações, adoptando políticas de controlo cada vez mais rigorosas, que
passavam pelo estabelecimento de um limite ao tipo e ao número de estrangeiros a entrar no
território, combatendo assim a imigração clandestina.
A possibilidade de poderem obter melhor emprego, emigrando para os países que estavam
destruídos, foi uma forma de alterar o seu nível de vida, pelo que se desencadeou outro grande
fluxo migratório, sendo que desta vez, não era para o Novo Mundo, mas sim, para os países da
Europa Ocidental que em poucas décadas conseguiram recuperar o seu desenvolvimento
económico.
Os principais países de acolhimento foram a França, a Alemanha, o Reino Unido, a Bélgica, a
Holanda, o Luxemburgo e a Suíça. Dos países de origem destacam-se a Espanha, Portugal,
Irlanda, Jugoslávia, Turquia, Marrocos, Argélia e Tunísia.
Em 1973, outra nova crise económica provocada pela subida crescente e vertiginosa dos
preços do petróleo, principalmente devido ao conflito entre o Irão e o Iraque, teve como
consequência novas restrições à imigração.
Actualmente verifica-se um grande fluxo migratório dos países africanos e asiáticos para a
Europa; muitos destes fluxos devem-se à crescente crise económica e politica vivida nesses
países. Porém, também verificamos um fluxo crescente para países como a China e Japão,
devido a interesses profissionais, uma vez que matérias-primas e mão-de-obra são de baixo
valor e o que proporciona melhores resultados.
Desta forma pode-se concluir que os motivos que levam os seres humanos a migrar são os
mais variados. Tanto podem ser por razões económicas ou laborais, estando estes dois muito
ligados, pois, por vezes, as pessoas partem em busca de melhores condições de trabalho e,
consequentemente, melhores condições salariais; por motivos étnicos, em situações em que
várias culturas coabitam na mesma região, mas que devido às diferenças culturais entre elas,
não proporcionam a convivência pacífica ou até mesmo por causas naturais, nomeadamente
terramotos, cheias, seca, e erupção de vulcões entre outros. Mas independentemente das
razões todos procuram melhorias para as suas vidas.