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O CASO DE MIGUEL

Relato n°1

De sua Mãe

Miguel se levantou correndo, não quis tomar café e nem comer o


bolo que eu havia feito especialmente para ele. Também não quis
colocar o casaco que eu havia lhe dado de presente. Só pegou o
maço de cigarros e o isqueiro. Disse que estava com muita pressa e
ficou irritado quando insisti para ele comer e se vestir direito. Para
mim, ele continua sendo uma criança que precisa de cuidado,
porque não reconhece o que é bom para si mesmo.

Após esse relato, como a equipe percebe o Miguel?


O CASO DE MIGUEL

Relato n°2

Do garçom da boate

Ontem à noite, ele chegou aqui acompanhado de uma morena, bem


bonita por sinal, mas não deu a mínima bola para ela. Quando
entrou uma loira de vestido colado no corpo, ele me chamou e
queria saber quem era ela. Como eu não a conhecia, ele não teve
dúvidas: saiu de onde estava e foi até a mesa falar com ela. Eu
disfarcei, mas pude ouvir que ele marcava um encontro, às 9 da
manhã, bem na cara do homem que acompanhava ela. Que sujeito
valente!

Após esse relato, como a equipe percebe o Miguel?


O CASO DE MIGUEL

Relato n°3

Do motorista do Uber

Hoje de manhã, peguei numa corrida um sujeito estranho, e não fui


com a cara dele. Estava de cara amarrada, seco, não queria saber
de conversa. Tentei falar sobre futebol, política, sobre o trânsito e
ele sempre me mandava calar a boca, dizendo que precisava se
concentrar. Desconfio que ele é um bandido ou até um terrorista,
desses que a polícia anda procurando. Temi até que fosse um
daqueles que assaltam Uber direto. Aposto que anda armado.
Fiquei louco para me livrar dele o quanto antes.

Após esse relato, como a equipe percebe o Miguel?


O CASO DE MIGUEL

Relato n°4

Do porteiro do edifício

Esse Miguel não bate bem da cabeça não! Às vezes cumprimenta,


às vezes finge que não vê ninguém. As conversas dele eu não
entendo. É parecido com um parente meu que ficou maluco. Hoje
de manhã, ele chegou falando sozinho. Eu dei bom dia e ele me
olhou com um olhar estranho, e disse que ‘tudo no mundo era
relativo, que as palavras não eram iguais para todos, nem as
pessoas’. Aí puxou a gola da minha camisa e apontou para uma
senhora que passava. Falou também que, quando pintava um
quadro, aquilo é que era realidade. Ficava rindo sem parar... esse
cara é muito louco!

Após esse relato, como a equipe percebe o Miguel?


O CASO DE MIGUEL

Relato n°5

Da faxineira do edifício

Ele anda sempre com um ar misterioso. Eu não entendo nada dos


quadros que ele pinta. Quando ele chegou, ontem de manhã, me
olhou meio estranho. Tive um mau pressentimento, como se fosse
acontecer alguma coisa ruim. Pouco depois chegou uma moça loira,
desconhecida. Ela me perguntou onde ele estava, e eu disse.
Pouco tempo depois, eu ouvi ela gritar e fui correndo ajudar. Abri a
porta rapidamente, e ele estava com uma cara furiosa, olhando para
ela cheio de ódio. Ela estava jogada no sofá e no chão tinha uma
faca. Eu saí gritando: Assassino! Assassino!

Após esse relato, como a equipe percebe o Miguel?


RELATO DO PRÓPRIO MIGUEL SOBRE O OCORRIDO NESSE DIA

Meu nome é Miguel. Eu me dedico à pintura de corpo e alma. O


resto não tem importância. Sou solteiro e vivo na casa dos meus
pais. Minha mãe é na verdade, uma supermãe. Me trata como se eu
ainda fosse uma criança. Mesmo nos dias quentes, ela acha que
vou ficar gripado se não me agasalhar do jeito como ela quer. E tem
mais, se eu for comer tudo que ela faz especialmente para mim, em
um mês vou passar dos cem quilos. Faz meses que eu quero pintar
uma Madona* do século XXI, mas não encontro uma modelo
adequada, que encarne a beleza, a pureza e o sofrimento que eu
quero retratar. Na véspera daquele dia, uma amiga me mandou
mensagem dizendo que tinha encontrado a modelo que eu
procurava e marcou de nos encontrarmos na boate. Eu estava
ansioso para vê-la. Quando ela chegou fiquei fascinado; era
exatamente o modelo artístico que eu queria. Não tive dúvidas. Já
que o garçom não a conhecia, fui até a mesa dela, me apresentei e
pedi para ela posar para mim. Ela aceitou, e marcamos um
encontro no meu estúdio às 9 horas da manhã. Eu não dormi direito
naquela noite. Levantei ansioso, louco para começar o quadro, nem
quis tomar café, de tão afobado.

No Uber, comecei logo a fazer um esboço, pensando nos ângulos


da figura, no jogo de luz e sombra, na textura, nas matizes... nem
notei que o motorista estava falando comigo.

Quando entrei no edifício onde fica meu estúdio, eu estava falando


baixinho comigo mesmo. O porteiro me disse alguma coisa mas eu
nem prestei atenção. Aí, eu perguntei: ‘O que foi? ’ E ele disse:
‘bom dia! ’ Nada mais do que ‘bom dia’. Ele não sabia o que aquele
dia significava para mim. Sonhos, fantasias e aspirações... Tudo iria
se tornar real, enfim, com a execução daquele quadro. Eu tentei
explicar para ele que a verdade era relativa, que cada pessoa vê a
outra à sua maneira. Ele me chamou de maluco. Eu dei uma boa
risada e disse: ‘Aí está aí a prova do que eu disse! O maluco que
você vê, não existe.’

Já dentro do prédio, dei de cara com aquela fofoqueira, a faxineira


do edifício. Entrei no estúdio e comecei a preparar a tela e as tintas.
Foi quando minha tão sonhada modelo chegou. Estava com o
mesmo vestido de ontem e explicou que veio virada de uma festa.
Eu pedi a ela que sentasse no lugar indicado e que olhasse para o
alto, que imaginasse inocência, sofrimento... e que...

Do nada, ela me abraçou e disse que eu era muito legal. Eu afastei


ela de mim e perguntei se ela tinha bebido. Ela disse que sim, que a
festa estava ótima, que foi pena eu não ter estado lá e que pensou
em mim o tempo todo. Enfim, ela confessou que estava a fim de
mim. Quando ela me abraçou de novo eu a empurrei e ela caiu no
sofá e deu um grito. Um segundo depois, a faxineira entrou e saiu
berrando: Assassino! Assassino!

A loira se levantou, disse que eu era um idiota e foi embora. Então,


eu suspirei e disse: ‘Ah, minha Madona!’.

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