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XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

GESTÃO E ARMAZENAMENTO DE ESTOQUES


EM UMA INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS

Luiz Antonio Nonenmacher Junior (UFRGS)


ljuniornone@gmail.com
Pedro Silva Sturmer (UFRGS)
pedrosturmer@hotmail.com
Giovana Savitri Pasa (UFRGS)
savitripasa@uol.com.br

Na construção civil, os materiais plásticos se destacam cada vez mais, tanto


em produtos como encanamentos e tubulações, quanto em substituição a
materiais tradicionalmente feitos em madeira ou alumínio, como esquadrias.
As vantagens estão associadas aos baixos custos, mas para aumentar a
participação no mercado as empresas necessitam garantir qualidade e
atendimento ágil. Este artigo trata da aplicação de técnicas da Engenharia
de Produção a uma empresa de pequeno porte, fabricante de materiais
plásticos, com o objetivo de auxiliar na operacionalização de uma nova
estratégia visando maior agilidade e pontualidade de entrega com custos
competitivos. Foram realizados estudos de priorização de produtos com
relação ao faturamento e com relação aos volumes, definindo pontos de
reposição ótimos, reestruturando o armazenamento e desenvolvendo um
método de controle informatizado. Observou-se que melhorias podem ser
alcançadas a partir de abordagens com pequena complexidade, desde que
respeitada a estratégia da empresa e analisados os processos e as
especificidades e restrições de cada caso.

Palavras-chave: estoque, construção, plástico


XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

1. Introdução

A construção civil é um dos principais setores da indústria nacional, ocupando uma


grande parcela da população brasileira e contribuindo com uma parcela significativa do valor
adicionado bruto do país. Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção
(CBIC, 2015), em 2014 a construção civil contribuiu com 6,5% do valor adicionado bruto do
país e, em 2011, apresentou uma participação de 8,13% da população ocupada total no Brasil.

Uma tendência global que pode ser percebida nesse setor é a presença cada vez maior
de materiais plásticos. Exemplo disso é a parceria estabelecida entre a Associação Brasileira
da Indústria do Plástico, a Braskem e as empresas de transformação, buscando aplicações em
plástico relacionadas a “produtos que já possuem participação consolidada no mercado -
como tubos de PVC e caixas d'água em polietileno - e novas tecnologias como telhas e
esquadrias em PVC e as mantas acústicas para pisos fabricadas em polietileno expandido”
(ABIPLAST, 2014).

No mesmo sentido, Valencio (2011) afirma que, além dos plásticos utilizados em
tubos e conexões, vem ocorrendo a crescente substituição de aplicações tradicionalmente de
madeira ou alumínio, como esquadrias, por PVC. Ele destaca que há espaço de crescimento,
pois as esquadrias de PVC representavam, em 2011, apenas 1% do mercado total, frente a
40% dos materiais de madeira e 59% dos metálicos, sendo que uma significativa parte dos
fabricantes de esquadrias e acessórios são empresas de extrusão concentradas nas regiões sul e
sudeste.

Dentro desse cenário encontra-se a empresa estudada, sediada na região metropolitana


de Porto Alegre. A empresa, de pequeno porte, decidiu redefinir sua estratégia através do foco
nos produtos mais rentáveis de seu portfólio, oferecendo entrega rápida e confiável a custos
competitivos.

O objetivo deste trabalho foi realizar uma adequação dos processos de gestão de
estoques da empresa à nova estratégia adotada, abordando aspectos como as políticas de

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ressuprimento, o capital investido, o espaço físico para armazenamento, a gestão visual e o


sistema de registros.

Este artigo segue a seguinte estrutura: na segunda seção é mostrado um breve


referencial teórico a respeito de estoques, movimentação e armazenagem de materiais. Na
seção seguinte são apresentadas as ações para a solução do problema e na quarta seção são
mostrados os resultados obtidos. Por fim, na quinta seção são apresentadas as conclusões e
considerações finais deste trabalho.

2. Referencial teórico

A seguir apresenta-se a base conceitual que permeou o desenvolvimento deste


trabalho, abordando gestão de estoques e armazenagem de materiais.

2.1 Gestão de estoques

Estoque é definido como a acumulação armazenada de recursos materiais em um


sistema de transformação (SLACK, 2002). Segundo Moreira (2011), os itens em estoque
podem ser classificados em cinco grandes grupos genéricos: matérias-primas, peças e itens
comprados de terceiros, peças e outros itens fabricados internamente, material em processo e
produtos acabados, sendo o estoque de cada empresa constituído pela combinação desses
tipos básicos.

Segundo Moura (1997, p. 232), “A função da atividade de estocagem é guardar,


proteger e preservar o material até que o mesmo seja requerido para uso”. A gestão de
estoques é um problema comum para a maioria das empresas, que devem responder a duas
questões fundamentais: quando realizar a reposição do inventário e qual quantidade pedir para
essa reposição (NAMIT; CHEN, 1999). As decisões sobre quantidade e momento de
colocação do pedido dependem basicamente do nível de estoques desejado e do lead time de
entrega ou produção do item (SLACK, 2002).

De acordo com Wanke (2011), a gestão de estoques abrange um conjunto de decisões


com o intuito de coordenar a demanda existente com a oferta de produtos e materiais a fim de
que sejam atingidos os objetivos de custo e de nível de serviços especificados. Um dos fatores

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mais críticos para a gestão de estoques é o padrão de demanda mais irregular causado pela
diversidade crescente do número de produtos (REGO; MESQUITA, 2011)

Segundo Krajewski (2008), a definição do nível de estoques desejado consiste em


equilibrar as vantagens e desvantagens, tanto de estoques baixos como altos, e encontrar um
meio termo favorável entre tais níveis. O autor levanta três tipos de vantagens de manter
estoques baixos: custos de armazenamento e manuseio, custo de capital e encargos, seguros e
perdas. Também salienta seis vantagens de níveis de estoques elevados: atendimento ao
cliente, custo do pedido, custo de setup, utilização da mão de obra e equipamento, custo de
transporte e pagamentos a fornecedores.

Para gerenciar a reposição dos estoques a um nível desejado, é definido um nível de


ressuprimento. Slack (2002) define esse nível como sendo o ponto no qual o estoque chega a
zero menos o lead time do pedido, que é o tempo desde o pedido do produto até o início da
reposição. Para situações reais sujeitas a variações, deve-se definir um estoque de segurança,
cuja principal função é garantir que não falte estoque antes de chegar o primeiro pedido de
reabastecimento. Esse estoque deve ser estabelecido levando em conta a probabilidade
predeterminada de que a falta de estoque não ocorrerá.

Para garantir o ressuprimento dos estoques no tempo adequado é necessário adotar


uma política de revisão. Slack (2002) e Krajewski (2008) definem duas políticas básicas:
revisão contínua, onde os níveis de produto são continuamente acompanhados e revisão
periódica onde o estoque é revisado a intervalos de tempos regulares e fixos.

2.2 Armazenagem de materiais

De acordo com Moura (1997) a armazenagem tem como o objetivo estocar matérias
primas da forma mais eficiente possível. Um método adequado para estocar matéria prima,
peças em processamento e produtos acabados diminui os custos da operação, aumenta a
qualidade dos produtos e acelera o ritmo da produção (DIAS, 1993).

A armazenagem é uma atividade de suporte ao processo logístico. Ao envolver a


administração do espaço necessário para se estocar materiais, ela aborda diferentes aspectos
como escolha de localização adequada, arranjo físico e equipamentos (BRAGA, PIMENTA,
VIEIRA, 2008). Segundo Groover (2011), em um sistema de armazenamento, duas medidas

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de desempenho importantes são a capacidade e a densidade de armazenamento. A capacidade


de armazenamento pode se definida através do espaço total volumétrico disponível ou através
número total de compartimentos de armazenamento disponíveis no sistema para manter itens
ou cargas. Já densidade de armazenamento consiste na relação entre o volume efetivamente
disponível para o armazenamento e o volume total da instalação. O autor ressalta que um
sistema de armazenamento deve ser projetado para atingir uma densidade alta, mas devem ser
feitas compensações entre a densidade e a acessibilidade, pois conforme a densidade aumenta,
a capacidade de se acessar um item ou carga armazenada no sistema diminui.

Em relação às estratégias de armazenamento, elas podem ser classificadas em dois


tipos básicos: (1) armazenamento aleatório e (2) armazenamento dedicado. A estratégia de
armazenamento afeta a taxa de transferência do sistema de armazenamento que recebe e
armazena cargas. Segundo o autor, o armazenamento aleatório, no qual os itens são estocados
em qualquer localização disponível no sistema, geralmente exige um espaço total menor
quando comparado ao sistema de armazenamento dedicado, em que cada tipo de item, ou
Stock Keeping Unit (SKU) possui uma localização específica, de forma que o número de
localizações para cada tipo de item deve poder acomodar o nível máximo de estoque.
Entretanto, o armazenamento dedicado possibilita que se atinja uma maior taxa de
transferência (GROOVER, 2011).

Dias (1993) ressalta que no sistema de estocagem aleatória, ou livre, é necessário que
exista um método de controle sobre o endereçamento dos materiais para que não haja
materiais perdidos em estoque. Em relação à classificação e codificação de materiais, o autor
ressalta a importância de um sistema de classificação para que se mantenha um controle sobre
os estoques. Além disso, é importante utilizar um sistema de códigos que seja subdividido em
classes de acordo com as necessidades da empresa.

Para Dias (1993, p. 179), “a escolha do melhor sistema de estocagem de uma empresa
é feita em função do espaço disponível, do número de itens estocados e seus tipos, do tipo de
embalagem e da velocidade de atendimento necessária”. O autor ressalta que cada tipo de
carga tem suas particularidades e exige adaptações, de forma que é necessário desenvolver
soluções para cada caso.

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3. Etapas do estudo

Nesta seção são apresentadas as etapas utilizadas para a solução do problema de


adaptação dos processos de gestão de estoques à estratégia adotada de oferecer entregas
confiáveis e rápidas a custos competitivos. Inicia-se com a descrição do funcionamento da
empresa e pela análise dos dados de vendas, seguindo com a organização do depósito e
definição dos níveis de estoque e finalizando com o desenvolvimento do método de controle.

3.1 Descrição do funcionamento da empresa

Através de entrevistas com os colaboradores da empresa e de observações in loco,


buscou-se compreender o macroprocesso produtivo da empresa. Foram realizadas medições
no chão de fábrica e desenhada uma planta baixa do local e layout, vistos na Figura 1, para
auxiliar na identificação do fluxo de materiais e informações no local. Também foram
identificados com precisão os espaços que a empresa utiliza para estocar os produtos prontos.

Figura 1 – Planta baixa e layout

3.2 Análise dos dados de vendas

Após o mapeamento dos processos e o entendimento do layout da empresa,


prosseguiu-se com a análise dos produtos, através de seus dados de vendas. Numa situação

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ideal, devem-se utilizar os dados de um período de tempo relativamente grande, mas como a
organização sofreu uma reestruturação em sua estrutura produtiva nos últimos meses, foram
analisados apenas os dados dos últimos três meses.

Os dados analisados continham a quantidade vendida de cada produto em kg, seu


custo médio (R$ por kg) e o faturamento gerado por essa venda. Além disso, os produtos da
empresa estavam alocados em seis famílias. Para manter o sigilo, essas passam a ser
chamadas de famílias A, B, C, D, E e F. Então, foi feita uma análise da participação de cada
família nas vendas em relação ao peso total vendido.

Tabela 1 - Vendas em peso (%) de cada família de produtos

Família Volume (%)


A 40,6
B 23,6
C 21,8
D 9,0
E 4,8
F 0,2
Total 100
A segunda análise, vista na Tabela 2, considerou a contribuição de cada família com
relação ao faturamento.

Tabela 2 –Faturamento (%) de cada família de produtos

Família Faturamento (%)


B 36,1
A 26,6
C 25,7
D 7,4
E 3,9
F 0,3
Total 100

3.3 Organização do depósito

A organização do depósito teve como principal objetivo minimizar o tempo e a


distância necessários para buscar um produto pronto no estoque e levá-lo até a área de
expedição. Com base na priorização mostrada na Tabela 1, buscou-se organizar o estoque de
forma que a minimizar o fluxo dos produtos entre o estoque e a área de expedição.

Para dimensionar a área de estoque destinada para cada família, considerou-se que o
espaço ocupado pelos produtos é equivalente a sua massa e, portanto a porção da área do

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estoque destinada a cada família de produtos seria equivalente às porcentagens expressas na


Tabela 1. Contudo, para as famílias A, B e C, optou-se por adotar uma estratégia de
armazenamento dedicado, com espaços bem determinados. Para as famílias D, E e F, devido
às menores quantidades, a opção foi utilizar uma área de estocagem única (armazenamento
aleatório), com os produtos prontos ocupando qualquer posição disponível nessa área de
estoque.

Devido à adoção desse sistema de estoque com estratégia de armazenamento mista, foi
criado um sistema de localização para as estantes e prateleiras. Para classificar os produtos,
criou-se um sistema de codificação com duas subdivisões: tipo de produto e cor do produto.

3.4 Definição dos níveis de estoque

A partir da análise do faturamento dos produtos, foi definida uma família prioritária
para aplicar um estudo sobre o nível de ressuprimento. Para esse cálculo, foi necessário
definir uma taxa de demanda dos produtos, o lead time de pedido e o estoque de segurança.

Para estimar a taxa de demanda, deve-se fazer uma de previsão de demanda


considerando as particularidades dos produtos analisados. A taxa de demanda foi estimada a
partir da média de demanda dos três últimos meses de venda, o que se justifica uma vez que a
empresa sofreu significativa reestruturação em relação aos períodos anteriores. Isso implicou
no estabelecimento de um estoque de segurança garantindo os níveis de serviço, que será
gradativamente ajustado.

A estimativa do lead time de pedido foi feito pela empresa a partir do tempo médio de
produção de cada produto e do tempo para que o mesmo seja sequenciado e produzido. Como
a espera até ser sequenciado representa a maior parte do lead time, sendo o tempo de
produção apenas uma pequena parcela, o lead time de pedido foi definido em conjunto com os
responsáveis pela empresa, como constante para todos os produtos da família. Para suprir a
incerteza desse valor, a estimativa foi acrescida de uma margem de segurança.

O cálculo do estoque de segurança (S) foi feito a partir da expressão 1. Para isso,
definiu-se um nível de serviço (probabilidade de atender ao pedido do cliente sem que haja
espera) e, assumindo um comportamento normal da demanda, encontrou-se o número de

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desvios padrão (N) correspondente. Calculou-se, então, o desvio padrão ( ) e a demanda


média (media) do produto durante o lead time.

(1)

De posse desses dados, foi definido o nível de ressuprimento (Rs) a partir da soma do
estoque de segurança com a demanda média no período do lead time (media). Como a
demanda média é também utilizada para o cálculo do estoque de segurança, pode-se combinar
os termos obtendo a expressão 2.

Devido à possibilidade de se realizar o acompanhamento do estoque com auxílio de


planilha eletrônica, e considerando a viabilidade de atualização dos registros, optou-se por um
sistema de revisão contínua. Seria solicitada a fabricação sempre que o nível de estoque de
produto fosse menor ou igual ao nível de ressuprimento. A cada solicitação, seria produzida a
quantidade suficiente para alcançar o nível máximo de estoque definido pela empresa (T).

3.5 Método de controle

Com o objetivo de auxiliar a empresa a monitorar o nível de seus estoques, e localizar


seus produtos no armazém, melhorando o fluxo de informações na empresa, foi elaborada
uma planilha eletrônica no software Excel®.

Para tanto, os produtos da empresa foram cadastrados na planilha, assim como sua
localização de acordo com o endereçamento proposto e seu código de identificação. A
planilha contém informações a respeito da quantidade de cada produto em estoque, incluindo
o nível de ressuprimento calculado para a família de produtos priorizada, a fim de que a
empresa possa manter um estoque de segurança.

Na produção de polímeros, devido a um período de estabilização que ocorre após cada


setup, há uma perda normal de matéria prima envolvida na fabricação dos produtos. Portanto,
estimou-se essa perda a fim de compensá-la, permitindo uma boa estimativa da quantidade de
matéria prima no estoque.

4. Resultados

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4.1 Organização do depósito

A área de estoque da empresa foi dividida em duas áreas: a primeira, com método de
estocagem dedicado (famílias A, B e C), e, a segunda, com método de estocagem livre
(famílias C,D e E). O depósito da empresa é composto de sete estantes subdivididas em três
prateleiras, totalizando 21. Buscando seguir as porcentagens de massa de produtos vendidos
(Tabela 1), oito prateleiras devem ser dedicadas à família A, cinco para a família B, cinco
para a família C e três prateleiras para as famílias D, E e F.

Quanto ao sistema de localização, cada estante foi numerada de 1 a 7, enquanto cada


um dos três níveis de prateleiras foi identificado com uma letra. Para minimizar as distâncias
de deslocamento, utilizou-se a priorização da Tabela 1 para determinar quais famílias devem
ficar nas prateleiras mais próximas à área de expedição.

4.2 Definição dos níveis de estoque

A partir da definição de um lead time de pedido constante igual a uma semana e de um


nível máximo de estoques de um mês, foram calculados os níveis de ressuprimento para todos
os produtos (A1 até A8) pertencentes à família A. Para o cálculo do estoque de segurança foi
utilizado um nível de serviço de 98%, que corresponde a aproximadamente dois desvios
padrão. Através dos níveis de ressuprimento apresentados na Tabela 3 (multiplicados por um
fator de escala para fins de sigilo), a empresa pode realizar a gestão de estoques de esquadrias
de forma mais eficiente que o modo atual, buscando minimizar seus custos com estoque ao
mesmo tempo em que garante o atendimento ao cliente.

Tabela 3 - Pontos de ressuprimento para cada produto

Produto Rs
A1 3131 m2
A2 850 peças
A3 757 m
A4 960 m2
A5 349,5
A6 402,5 m2
A7 89 peças
A8 43,5 peças

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4.3 Método de controle

A planilha eletrônica elaborada teve seu modo de funcionamento planejado com o


intuito de fornecer as informações a repeito do nível de estoque dos produtos, buscando
integrar o setor de vendas e produção, de forma que seja possível informar ao cliente prazos
mais precisos de entrega. Para atingir tais objetivos, existem campos onde serão registradas,
no final de cada dia, as ordens de produção concluídas, de modo que o estoque de produtos
prontos irá aumentar, enquanto o estoque de matéria prima irá diminuir. As informações
registradas dizem respeito a quais produtos foram fabricados, sua quantidade, e sua
localização no estoque e seu código de identificação, que diz respeito ao produto fabricado e a
sua cor.

Em relação à perda normal de matéria prima, estimou-se, junto aos colaboradores, que
é de cerca de 10%. Dessa forma, quando uma ordem de produção concluída é registrada na
planilha, o estoque de matéria prima é deduzido levando em conta tal perda. Acredita-se que
essa estimativa é suficiente para que a empresa possa manter um acompanhamento do nível
de estoque de matéria prima, visto que o maior problema enfrentado pela empresa é o
monitoramento dos estoques de produtos prontos, pois essa informação afeta de forma mais
direta os prazos de entrega para os clientes.

5. Considerações finais

Do ponto de vista prático, observou-se que empresas de menor porte podem auferir
benefícios para si e para seus clientes através do estudo e da sistematização da gestão e
armazenagem dos estoques. A partir da revisão bibliográfica realizada e através do
entendimento do funcionamento da empresa, foi possível a proposição de melhorias, tais
como a definição dos níveis de resuprimento da família de produtos mais importante
economicamente para a empresa. Foi possível definir a quantidade adequada de produtos no
estoque de forma a atender a demanda e minimizar a quantidade de produtos estocados. Essa
definição do ponto de resuprimentos também implicou em redução de custos com produtos os
estocados.

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Através da reorganização na área de estocagem da empresa, também foi possível


visualizar potenciais ganhos advindos da diminuição do tempo de procura e distâncias
percorridas ao buscar produtos prontos. Por fim, com a elaboração de uma planilha eletrônica,
criou-se um meio simples e eficaz para concentrar as informações relativas às quantidades de
produtos estocados e sua localização. Acredita-se que a utilização da planilha elaborada tem
um importante papel na manutenção e continuidade das melhorias propostas associadas à
gestão do estoque e a sua armazenagem.

Sob o enfoque acadêmico, o estudo mostrou a potencialidade existente em ferramentas


relativamente simples, ao mesmo tempo em que evidenciou que a aplicação das mesmas
requer uma visão sistêmica capaz de abranger, desde os aspectos estratégicos, como a opção
pela competição apoiada no diferencial de rapidez e confiabilidade de entrega, passando pela
definição dos produtos fabricados pela empresa, em função de volumes e contribuição ao
faturamento, e chegando aos processos de gestão do chão de fábrica. Evidencia-se, também,
que a aplicação das técnicas da Engenharia de Produção requer a habilidade de compreender
as especificidades e restrições de ordem operacional de cada empresa, realizando as
intervenções necessárias e suficientes a cada caso.

Referências

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http://abiplast.org.br/noticias/braskem-e-abiplast-promovem-inovacoes-do-plastico-na-
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1993. 5. ed. São Paulo : Atlas, 2010.

GROOVER, M. Automação Industrial e Sistemas de Manufatura. 3 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
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