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MARXISMO, MATERIALISMO
HISTÓRICO DIALÉTICO,
LUTAS DE CLASSES,
REVOLUÇÃO E
EMANCIPAÇÃO HUMANA
1
Neste escrito usaremos a expressão oprimido(s) e dominado(s) como sinônimos de classe trabalhadora.
Ao partirmos de uma perspectiva materialista histórico-dialética, compreendemos que os sujeitos que
compõe a massa de trabalhadores por estarem inseridos de forma não autônoma dentro do
sociometabolismo do capital encontram-se também na condição de dominados e oprimidos pelos grupos
detentores dos meios de produção, ou seja, pelos grupos dominantes/opressores.
4. Considerações finais
Em suma, percebe-se que a Educação Profissional, de acordo com seus
fundamentos ideológicos, tem a capacidade de formar homens distintos. Quando se pauta
na sociedade de mercadorias se constitui de um forte instrumento alienante, um aparelho
ideológico, o qual inculca no indivíduo a ideologia burguesa fazendo-o acreditar e aceitar
como natural a sua realidade de exploração e opressão. Ao passo que se o primado dessa
educação for o sujeito, a educação profissional, pode-se configurar como uma atividade
criadora, formando um homem omnilateral, o capacitando para o mundo do trabalho, para
uma vida digna e para a liberdade
A violência da realidade opressora faz com que os oprimidos sejam impedidos de
serem ontologicamente homens (FREIRE, 2014). Para tanto torna-se imprescindível
5. Referências Bibliográficas
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 14.ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1983.
MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política. Livro primeiro, tomo 1. São
Paulo: Nova Cultural, 1996.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Tradução Luiz Cláudio de Castro
Costa. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1998.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. 1.ed. São Paulo:
Expressão Popular, 2008.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. Tradução Isa Tavares. 2.ed. São
Paulo: Editora Boitempo, 2008.
______. A teoria da alienação em Marx. Tradução Isa Tavares. São Paulo: Editora
Boitempo, 2006.
______. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre a
educação política. 34.ed. Campinas: Editora Autores Associados, 2001.
Introdução
O texto foi escrito como exercício inicial de uma pesquisa que objetiva analisar o
alcance e as divergências do conceito de hegemonia na atualidade. Tem como
problemática central a análise do conceito de hegemonia utilizado pelo filósofo Antonio
Gramsci e das considerações feitas pelos autores Ernesto Laclau e Chantal Mouffe em
seu livro hegemonia e estratégia socialista: por uma política democrática radical.
Importante salientar que o texto apresenta uma análise breve, resultado de estudo
em andamento e que, ao finalizá-lo, terá nova redação.
Falar do conceito de Hegemonia presente na obra de Antonio Gramsci não é algo
fácil. Gramsci utiliza inúmeros conceitos no desenvolvimento de sua teoria sendo que
nenhum deles pode ser explicado ou interpretado isoladamente. Todos os conceitos se
articulam,por assim dizer, por um fio condutor que é a política. Gramsci utiliza o conceito
de Hegemonia relacionado ao conceito de Estado, de revolução, de articulação política, e
assim relaciona com o papel dos intelectuais, com a educação, etc.
Quando Gramsci analisa o Estado, busca atribuir-lhe uma função diferente
daquela tradicionalmente dada pelos liberais e o faz vinculando essa nova forma de
organização do Estado relacionada ao conceito de hegemonia.
Gramsci, assim, sinaliza a passagem de uma concepção de Estado-
nacional-popular, capaz de reapropriar-se do poder separado, imposto
e esvaziado pelos grupos supra e sub-nacionais, Um poder em
condições de dar substancia democrática, de levar as classes
trabalhadoras a tomar posse de seu território, das suas riquezas, dos
Laclau e Mouffe analisam o que, para eles, seria uma crise do marxismo ou então,
a insuficiência das interpretações marxistas diante do avanço do capitalismo. A
insuficiência do marxismo na análise da realidade seria motivada pelo mecanicismo e
pelo economicismo como categorias de análise da realidade. Referindo-se a Kautski e sua
interpretação do marxismo afirmam que “em todas as áreas da sociedade tinha lugar uma
automização de esferas, que implicava que em qualquer tipo de unidade só pudesse ser
atingido através de formas instáveis e complexas da realidade [...]. E como a relação entre
teoria e programa era de total implicação, a crise política foi reduplicada como crise
teórica. Em 1898, Thomas Masaryk cunhou a expressão que logo se tornou popular: a
“crise do marxismo”. (LACLAU, E.; MOUFFE, C., 2015, p. 70).
Segue-se a isso que
Essa crise, que serviu de pano de fundo a todos os debates das
complexidades e resistências de um capitalismo crescentemente
organizado, e a fragmentação das diferentes posições dos agentes
sociais que, de acordo com marxistas da vida do século XIX para o XX
até ã guerra, parece ter sido dominada por dois momentos básicos a
Sobre as diferentes leituras que se possa fazer da obra de Gramsci, entre elas a de
um teórico revolucionário ou reformista, Laclau e Mouffe afirmam que:
De fato, a inovação teórica de Gramsci se localizou num nível mais
geral, de modo que ambas as leituras são possíveis – e parcialmente
válidas. Mais do que qualquer outro teórico de seu tempo, Gramsci
ampliou o terreno da recomposição política e da hegemonia, ao mesmo
tempo em que ofereceuuma teorização do vínculo hegemônico que ia
claramente além da categoria leninista de “aliança de classes”.
(LACLAU, E.; MOUFFE, C., 2015, p. 130).
Após densa explanação no seu livro Hegemonia e estratégia socialista: por uma
política democrática radical, Laclau e Mouffe concluem:
Sobre a função dos partidos políticos Gramsci analisa a relação destes com a
questão da hegemonia. A crise de hegemonia significa então a perda da capacidade
dirigente de um ou mais partidos políticos. “Ela ocorre quando em um certo ponto de sua
vida histórica, os grupos sociais se separam de seus partidos tradicionais, isto é, os
partidos tradicionais naquela dada forma organizativa, como aqueles determinados
homens que os constituem, representam e dirigem, não são mais reconhecidos como sua
expressão por sua classe ou fração de classe” (GRAMSCI, 2000, p. 60). Conclui
Referindo a sociedade civil, Gramsci alerta para o fato de não ser ela algo externo,
oposto, ao Estado. Para Gramsci, Estado e Sociedade Civil se inter relacionam
dialeticamente e tem direta vinculação com a questão da hegemonia.
É preciso distinguir a sociedade civil tal como é entendida por Hegel e
no sentido que é, muitas vezes usada nestas notas (isto é, no sentido de
hegemoniapolítica e cultural de um grupo social sobre toda a sociedade,
como conteúdo ético do Estado) do sentido que lhe dão os católicos,
para os quais a sociedade civil, ao contrário, é a sociedade política ou o
estado, em oposição a sociedade familiar e à igreja. (GRAMSCI, 2000,
p. 225).
Embora não seja objeto de análise deste texto, podemos afirmar que essa distinção
é sempre necessária e que ao interpretar momentos históricos da política brasileira
Considerações Finais
Ao finalizar este texto podemos afirmar que sua elaboração foi de grande
importância pelo fato de possibilitar um contato mais próximo com a obra de Antonio
Gramsci e de intelectuais que analisam seu pensamento.
Pudemos constatar que a categoria da hegemonia foi utilizada com diferentes
alcances por autores que analisaram o movimento da política na sociedade de classes e
que, embora com diferentes perspectivas de analise, os autores sempre utilizaram este
conceito para indicar o movimento de permanência/superação de determinado contexto
histórico. Ao utilizar o conceito de hegemonia, em especial em Antonio Gramsci,
constata-se continuamente a referência a necessidade de dar uma direção política a um
determinado período histórico. Em tese, a hegemonia é o exercício de formar o consenso
em torno de determinado projeto político e societário.
Como anunciamos na introdução, o texto constitui um exercício de leitura e
aprendizado da teoria e do conceito de hegemonia de Antonio Gramsci. Na continuidade
do estudo teremos que necessariamente reescrevê-lo para dar-lhe consistência e
profundidade necessárias a um texto acadêmico/cientifico.
Bibliografia
FIORI, Giuseppe. Antonio Gramsci. Vita attraverso Le lettere. Torino: Einaudi, 1994.
Autor/a:
Introdução:
Partimos do pressuposto que o gênero humano, através da sua atividade do
trabalho, é promotor das suas próprias relações sociais, em distintos momentos históricos
e econômicos. O trabalho, uma relação em qual o ser humano mantém com a Natureza,
segue formas específicas a cada momento histórico vigente. No entanto, a definição
universal de transformação da natureza é geral, que pode acontecer tanto na ação direta
de um indivíduo objetivando seu trabalho sobre um objeto ou matéria prima do trabalho,
quanto de um conjunto de indivíduos executando parcialmente operações sobre um objeto
ou matéria-prima do trabalho, um trabalhador coletivo.
Desta forma, na atividade do trabalho, que é teleologicamente orientada a uma
finalidade pré-definida e planejada de forma individual ou coletiva, há um instrumento
ou tecnologia (por exemplo: máquina-ferramenta) tanto de ordem física quanto de ordem
teórica, mas ambas objetivas e com força material.
A ferramenta ou tecnologia é uma técnica humana de atuação sobre a natureza
externa e tem como finalidade suprir uma carência ou necessidade com qualidades
humanas. No entanto, ao passo que o ser humano transforma a natureza externa ele
também transforma sua natureza interna quando desenvolve novas necessidades e
também novos instrumentos ou tecnologias. E é justamente essa relação entre a
transformação do corpo/corporeidade humano genérico e o instrumento, que iremos
investigar na revisão bibliográfica.
Fundamentação Teórica:
Considerações Finais
Podemos concluir, portanto, que há uma dupla manifestação do movimento
contraditório entre objetividade geral e singular na relação sujeito e sociedade, e assim é
possível apreender que ambas apresentam a necessidade social de utilização de
instrumentos/meios mediadores da ação humana, seja ela material ou teleológica, para a
operação de uma dada atividade ou de um conjunto de atividades produtivas entre o
sujeito e a natureza, ou entre o sujeito e os demais sujeitos, ou ainda entre o conjunto dos
sujeitos e o indivíduo. Desta forma, se geram novas necessidades e novas conformações
na corporeidade psicofísica no gênero humano e no indivíduo, pois o instrumento do trabalho
é tanto meio de transformação da natureza externa quanto interna, um produto social. O indivíduo
é humanizado ao mesmo tempo em que exerce sua atividade sobre o meio concreto e histórico,
podendo o indivíduo expressar, em seu ser genérico psicofísico, maior ou menor capacidade de
estranhamento ou de emancipação, compatíveis com seu próprio momento histórico.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.
Autores:
Guilherme Ferreira Ribeiro
Mestre em Tecnologia e Sociedade - UTFPR
Mário Lopes Amorim
Prof. do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade - UTFPR
Considerações Finais:
Neste trabalho procuramos desenvolver uma exposição que, a partir do método
desenvolvido por Karl Marx, contribua para inserir a pesquisa em educação nas
discussões acerca da luta de classes do atual estágio de desenvolvimento da sociedade
capitalista. Procuramos apresentar, ainda que sucintamente, algumas categorias
marxianas que auxiliam o pesquisador a “pensar por contradição”, superando a lógica
formal de se fazer pesquisa.
Referências:
2
“As categorias não são puras abstrações ou simples classificações, isto é, não são noções despojadas dos
aspectos diversificados do real na sua concretude histórica. As categorias são concretos de pensamento
gerados sobre a realidade objetiva e diversificada, são mediações ontológicas da totalidade social,
construídas na sua particularidade histórica” (CIAVATTA, 2001, p. 138).
JUNTA, Cristiano. CNPq paga 45% menos bolsas de mestrado e doutorado em 2017
comparado com 2015. Associação Nacional de Pós-Graduandos. 2017. Disponível em:
< http://www.anpg.org.br/cnpq-paga-45-menos-bolsas-de-mestrado-e-doutorado-
em-2017-comparado-com-2015/>. Acesso em: 26 Fev. 2018.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. 2 ed. São Paulo: Boitempo, 2008.
NETTO, José Paulo. Introdução ao estudo do método de Marx. São Paulo: Expressão
Popular, 2011.
Autores:
Fernanda de Aragão Mikolaiczyk
Doutoranda em educação na linha de pesquisa Trabalho e Educação, da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC).
Dayane Santos Silva Dalmaz
Doutoranda em educação na linha de pesquisa Políticas e Gestão da Educação, da
Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Ribamar Nogueira da Silva
Doutorando em educação na linha de pesquisa Filosofia e História da Educação, da
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Marx e Engels se posicionavam contrários a teoria de Hegel, pois este tinha visão
idealista do mundo. Marx questiona a alienação religiosa e parte para análise do concreto,
e diz que tem que se analisar qual a realidade concreta o sofrimento completo das pessoas,
que faz com que elas necessitem da religião. Para ele a religião é uma compensação do
sofrimento.
Uma das ideias centrais na obra “A Ideologia Alemã” se refere a concepção de
Marx sobre o materialismo. Ao explicar a respeito o materialismo Marx defende que “as
premissas de que partimos não são bases arbitrárias, dogmas; são bases reais que só
podemos abstrair na imaginação.” Assim o material para Marx “São os indivíduos reais,
sua ação e suas condições materiais de existência, tanto as que eles já encontraram
prontas, como aquelas engendradas de sua própria ação.” (MARX & ENGELS, 2002, p.
10).
Sobre o posicionamento de Marx com relação a idealismo e materialismo
recorremos as palavras de Lessa e Tonet (2008, p. 35) onde explicam que “o idealismo
afirma a prioridade da ideia sobre a matéria e o materialismo, ao inverso, a prioridade da
matéria sobre a ideia.
Para Marx a transformação de uma ideia, não depende de outra ideia, mas sim
da transformação das relações sociais de que elas provêm. “A verdadeira solução dessa
fraseologia, a eliminação dessas representações na consciência dos homens, só será
realizada, por meio de uma transformação das circunstâncias existentes, e não por
deduções teóricas” (MARX & ENGELS, 2002, p. 39-40).
A ideia dominante de uma sociedade, junto com sua estrutura social, gera certas
ideias que são reproduzidas pelo estado, pelas leis. A partir desta distinção da ideia
dominante observamos a identificação de classe. Desta forma Marx relata que:
os pensamentos da classe dominante são também, em todas as épocas,
os pensamentos dominantes; em outras palavras, a classe que é o poder
material dominante numa determinada sociedade é também o poder
espiritual dominante. A classe que dispõem dos meios da produção
material dispõe também dos meios da produção intelectual, de tal modo
que os pensamentos daqueles aos quais são negados os meios de
produção intelectual está submetido também à classe dominante; [...]
suas ideias são, portanto, as ideias dominantes de sua época [...]. Desta
forma as ideias dominantes tornam-se universais em cada época
histórica, visto que a classe dominante apresenta os seus interesses
como sendo interesses comuns de toda a sociedade. (MARX &
ENGELS, 2002, p. 48-49).
Referências:
BIRNBAUM, Norman. Interpretações conflitantes sobre a gênese do capitalismo:
Marx e Weber. In: GERTS, René E. (org). Max Weber e Karl Marx. São Paulo: Hucitec,
1994. Capítulo IV, p. 99-119.
FROMM, Eric. Conceito marxista do homem com uma tradução dos manuscritos
econômicos e filosóficos de Karl Marx. Rio de Janeiro: Zahar, 1964.
MARX, Karl; Engels Friedrich. A Ideologia Alemã. Trad. Castro e Costa, L.C. São
Paulo: Martins Fontes, 2002.
Autores: