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CUNICULTURA

1. DADOS HISTÓRICOS

Os primeiros dados referentes à criação do coelho e sua exploração datam dos


tempos mais remotos, entretanto a sua origem é muito discutida.

Alguns afirmam ser o coelho originário do sul da Europa, e que só muito depois
foi introduzido nos outros países. Entretanto, muitos afirmam ser o coelho proveniente
do sul da África, de onde passou para a Europa, daí se propagou logo com rapidez por
todo o Continente.

Nada sabemos ao certo quando foi domesticado este roedor, entretanto parece
que os romanos foram os primeiros a criar os coelhos, em liberdade, em grandes
parques. Mais tarde, as primeiras tentativas da domesticação do coelho foram iniciadas
nos conventos, onde os monges da Idade Média foram os primeiros propagadores da
cunicultura em alojamentos e gaiolas, por toda Europa, principalmente na Bélgica,
França, Inglaterra de onde essa criação do coelho se espalhou pelo mundo todo.

Somente muitos anos depois é que a criação do coelho foi introduzida nos
Estados Unidos e Canadá, países estes em que a cunicultura alcançou o seu maior
desenvolvimento. Nos Estados Unidos, o centro da criação de coelhos está situada na
Califórnia, onde são encontradas as maiores granjas, cujos animais são enviados para
todo país, não só como reprodutores para início de criação, como também abatidos, cuja
carne é destinada aos hospitais, hotéis e casas de carne. Durante a última guerra
mundial, muitos países que tinham dificuldades em adquirir carne para o mercado
interno, incentivaram o povo a dedicar-se à criação de coelho. Nos Estados Unidos, por
exemplo, a criação doméstica do coelho passou a ter um caráter industrial, pois devido
ao consumo cada vez maior da carne que não estava sujeita aos cartões de
racionamento, as criações foram aos poucos aumentando a produção para melhor
atenderem ao mercado consumidor.

No Brasil, a criação de coelho bem orientada, organizada e com fins comerciais


começou a aparecer a partir de 1957 no Estado de São Paulo, após a 1 Exposição de
coelhos realizada na cidade de Leme, patrocinada pelo Departamento de Produção
Animal da Secretaria da Agricultura.

A partir desta data, temos em nosso Estado um grande número de granjas, que se
dedicam à exploração de carne e pêlo do coelho, além da venda de reprodutores da alta
linhagem.
2. O QUE SE APROVEITA DO COELHO

O coelho é um animal muito prolífero (vários descendentes em curto período de


tempo), seu ciclo produtivo é curto, podendo, portanto ser explorado comercialmente.
Sua criação recebe o nome de “cunicultura”, a qual podemos extrair produtos como
carnes, peles, filhotes (animais de estimação). A carne é macia, saborosa e de fácil
digestão. A pele, depois de curtida, é utilizada na confecção de objetos dos mais
variados. O pelo produz uma lã extremamente macia e leve. Até os dejetos (fezes e
urina), depois de curtidos adequadamente em estrumeiras especias, constituem um
ótimo adubo, rico em fosfatos e nitratos. De sua cartilagem obtém-se uma cola de
excelente qualidade e das vísceras produz-se farinhas, utilizadas na alimentação de
outros animais. A carne de coelho apresenta ainda um alto valor nutricional, como
podemos visualizar na tabela 1.

Tabela 1. Comparação entre carne de coelho e bovina.

Carne % proteína % gordura


Coelho 20,8 10,2
Bovino 16,3 28,0

3. CRIAÇÃO

3.1. Instalações

As gaiolas deverão ter, de preferência, bebedouros automáticos e cumbucas para


ração, sendo montados em galpões já existentes na propriedade ou construídos.
Utilizando gaiolas suspensas em um andar, o piso do galpão deverá ser de terra, tendo a
opção dos corredores de cimento, a lateral do galpão deverá ser uma mureta de 0,50 cm
de altura e o resto deverá ser fechado com tela e cortinas que possam ser abertas e
fechadas de acordo com o clima.

As cabeceiras do galpão deverão ser fechadas. A construção do galpão deverá


ser feita em local seco e protegido de ventos fortes obedecendo a posição das cabeceiras
sentido nascente-poente. Caso o terreno seja do lado sul, de onde provem os ventos frios
descampados, além da cortina será necessário plantio de um renoue de proteção (ex:
capim napier, elefante, bambú, etc.), do lado oposto proteção para o sol forte da tarde
(ex: bananeiras seria uma boa opção). O material para a construção será o mais simples
e o de mais fácil aquisição na região: alvenaria, madeira, etc. Para a cobertura: telhas de
barro, amianto ou mesmo sapê ou piaçava.

A criação doméstica não há nescessidade de tantos gastos como em uma


industria. Mas, para evitar prejuízos, são necessárias, pelo menos, as seguintes
instalações e equipamentos: gaiola, bebedouro, comedouro, manjedoura, ninho e
cobertura. Saiba, agora, como se monta um coelhário.

A primeira preocupação deve ser com relação à água, que deve ser potável. As
instalações precisam oferecer aos coelhos uma boa aeração, condições para que eles que
eles não sofram com as mudanças brutas de temperatura e para que fiquem protegidos
das chuvas, ventos, frio e sol direto.

Providencie, então, o galpão, que poderá ser construído de blocos de cimento de


10 cm, até a altura de 1,50m, fazendo-se pilares para sustentação do telhado, o qual
poderá ser de duas ou uma só água. A cobertura pode ser feita com telhas de amianto,
que não nescessitam de muito madeirame, ficando o telhado mais leve do que com
telhas de barro.

As paredes devem ter 1,50m de altura e o restante poderá ser fechado com tela
ou, ainda, com cortinas de plásticos usados para proteger os coelhos do vento. Depois
de construído o galpão, instale as gaiolas de arame galvanizado, de tamanho padrão que
são encontradas em lojas especializadas: 80 X 60 X 45 cm. Veja o modelo abaixo de
uma coelheira dupla.

Para uma criação pequena, o galpão poderá ter 8 X 4 metros, comportando


inicialmente 16 gaiolas, isto é, oito em cada lado, para abrigar raças médias. Mas
também poderá ser feito de tal maneira que, mais tarde, se construa outro tanto, para ser
colocado como se fosse o segundo andar.

Para 10 matrizes (para cada 10 fêmeas é necessário apenas um macho), são


necessárias, no mínimo, 16 gaiolas: uma para o macho, uma para cada matriz, e algumas
de reserva para os filhotes (antes de irem para a gaiolas de engorda). As gaiolas devem
ficar a 80 cm do solo.

Fixadas as gaiolas, coloque os bebedouros e comedouros dentro de cada uma


(normalmente as gaiolas já vem com comedouro externo, que são os ideais. Os
bebedouros, também encontrados no mercado, são do tipo canudo e adaptados com uma
garrafa do lado externo da gaiola).

O corredor, entre as gaiolas, deve ser cimentado. A esterqueira, que fica sob as
gaiolas, deve ter seu nível abaixo do corredor e ser inclinada para deixar o esterco
sempre seco.
3.2. Alimentação

Os coelhos deverão receber uma ração peletizada própria e de boa procedência


(use ração específica para coelho). O reprodutor e a matriz em crescimento comem, em
média, de 120 a 150 gramas de ração/dia; matriz em gestação consome de 200 a 220
gramas/dia; os láparos do 22º dia após o nascimento até o desmame, 40 a 60 gramas;
depois do desmame até o abate, de 100 a 120 gramas; e a matriz lactante, com sete
láparos, de 400 a 420 gramas/dia.

A distribuição da ração deverá ser realizada de manhã e à tarde em horas mais


ou menos certas. Também o criador não deverá dar comida em quantidade excessiva aos
animais, sabendo-se que um coelho come de acordo com seu tamanho.

Como complemento e até economia, devemos fornecer forragem verde, (rami,


confrei, folhas de bananeira ou árvores frutíferas, picão, aveia preta etc, e hortaliças,
com exceção do alface) em quantidades controladas. Para evitar desperdícios,
recomenda-se, no caso das hortaliças, um prévio descanso para que murchem. A água
deverá ser potável e abundante.

3.3. Reprodução

3.3.1. Escolha dos reprodutores e matrizes

A aquisição das matrizes e reprodutores para o início de criação deverá proceder


de uma granja comercial idônea. As raças a serem adquiridas, aconselha-se que sejam
de porte médio, tais como: Nova Zelândia Branco, Califórnia, Chinchila, Borboleta,
Nova Zelândia Vermelho, ou um cruzamento industrial. Isto porque elas reúnem
características essenciais como boa conversão alimentar, precocidade, carcaça,
As matrizes para corte (raças Califórnia, Nova Zelândia, Gigante de Flandres,
Gigante Branco de Bouscat) ou para produção de pele (Rex, Gigante Borboleta, Negro e
Fogo, Fulvo de Borgonha e Angorá).

3.3.2. Cobertura e prenhez

A fêmea deverá ser coberta pela primeira vez após os quatro meses devendo o
macho ter cinco meses, entretanto no cio a coelha fica inquieta, a vulva fica entumecida
e arrocheada.

Passado o período de adaptação, inicie a verificação do cio, que consiste em


observar a vulva da fêmea. Se ela estiver intumescida e com a coloração rosada, brilho
intenso e mucosa, estará no cio. Leve a fêmea até a gaiola do macho e anote a cobertura
na ficha. Normalmente o macho faz duas coberturas ao dia e um descanso no outro. O
maior índice de fertilidade na coelha se dá no início de reprodução. A partir de 4 meses
e meio para raças médias, no plantel, como um todo, o inverno e a primavera são os
mais férteis, caindo no verão e outono, a média anual por cobertura de uma fêmea é de
60%.
Dez dias depois, verifique a prenhez apalpando o animal. Caso isso não indique
sinal de prenhez, leve a fêmea novamente ao macho. Se ela estiver prenha irá mostrar-se
irritadiça, agressiva ou procurará se esconder. Se ela aceitar o macho anote novamente
na ficha a nova cobertura e se isto se repetir pela quarta vez a fêmea deve ser
descartada.

O melhor índice de prenhes é quando se faz a cobertura logo após o parto, após 6
a 10 horas (95%), como conseqüência teremos o desmame precoce, com 28 dias. O
segundo índice é quando a cobertura é feita 15 dias após o parto (60%), desmame com
42 dias. O terceiro índice é a cobertura 30 dias após o parto (75%), desmame com 55
dias.

3.3.3. Gestação

Período de gestação: 31 dias.

O parto ocorrerá entre o 28º e o 34º dia após a cobertura (dependendo da raça).
No 27ª dia, coloca-se na gaiola o ninho (veja modelo abaixo) na gaiola da fêmea.

O ninho tipo caixa fechada com abertura frontal que é o mais recomendado,
deverá ser 30 x 40 x 30 cm com a abertura de 15 cm, devendo ser forrado de preferência
com "maravalha" (não serragem em pó, nem fita), ou utilizar palha, feno macio (capim
colchão). Durante a gestação, a fêmea necessita apenas de um lugar tranqüilo sem
outros cuidados especiais. Normalmente a fêmea arranca pelos do próprio corpo e
mistura-os com o material do ninho. Logo após o parto o ninho deve ser examinado
retirando-se os natimortos, observando se os láparos permanecem juntos e não
espalhados por todo o ninho. Os ninhos deverão ser examinados diariamente, a fêmea
amamenta os láparos no máximo duas vezes ao dia, caso uma coelha crie mais de oito
filhotes e outra menos de sete, o excesso da primeira deve ser colocado com a segunda,
a média é de sete filhotes por parto. Depois de 15 dias do nascimento a fêmea poderá ser
coberta novamente. O ninho será retirado trinta dias do nascimento e o desmame após
quarenta e dois dias. Entre setenta e cinco e noventa dias os filhotes estarão prontos para
corte, com um peso médio de 2,2 a 2,5 kg.

3.3.4. Como conhecer o sexo nos coelhos jovens?

Em relação a todos os animais domésticos, é o coelho que se destaca pela


precocidade da maturidade sexual; portanto a separação do sexo deverá ser feita bem
cedo, logo após o desmame quando os láparos tem em média 2 meses de idade.

Para se conhecer o sexo dos coelhos jovens, temos a necessidade de examinar os


órgãos sexuais, cuja técnica é a seguinte: levantar o coelho por cima do lombo,
segurando-o pela dobra da pele e com os dedos livres segurar a cauda do animal e
repuxá-la para trás na direção do corpo.

Com o animal nessa posição, o criador verá duas aberturas situadas debaixo da
cauda que se acha levantadda. A abertura superior, arredondada e ligeiramente
pregueada, constitui o ânus que é a parte final do intestino, pela qual são eliminados as
fezes. Logo abaixo do ânus há uma abertura, ligeiramente alongada no sentido vertical,
a qual deverá ser cuidadosamente examinada assim: o criador suspendendo o coelho,
com os dedos polegar e indicador colocados cada um ao lado desta abertura, deverá
comprimir o local e puxá-lo ligeiramente para trás. Se por esta abertura aparecer uma
ponta de 1 cm de comprimento, ligeiramente encurvada conforme a idade, trata-se de
um macho. Ao contrário, se durante a compressão e repuxamento da abertura, esta
apresentar apenas uma fenda, ligeiramente ovalada, trata-se de uma fêmea.
CICLO REPRODUTIVO
01/07 primeira cobertura
11/07 primeira apalpação
27/07 colocar ninho
01/08 primeiro nascimento
15/08 segunda cobertura
25/08 segunda apalpação
01/09 retirada do ninho
desmame + colocação do novo
12/09
ninho
15/09 novo nascimento

4. RAÇAS

Quem vai iniciar uma criação de coelhos deverá ter em mente a que ela se
destina, já que o futuro criador terá como opções: produção de carne (caseira ou
comercial), venda de reprodutores, produção de pele, cobaias para laboratório e, ainda,
mas em menor escala no Brasil, produção de pêlos. Para cada tipo de exploração, uma
raça deve ser escolhida entre inúmeras existentes, pois cada qual tem sua finalidade.
Existem também as raças mistas que servem tanto para a carne como para pele, bem
como para carne e pêlo e assim sucessivamente.

4.1. Classificação

As raças podem ser classificadas quanto ao tamanho ou peso, quanto à aptidão e


quanto ao seu objetivo. Quanto ao tamanho ou peso, elas se dividem em raças gigantes,
raças médias, raças pequenas e raças anãs. Essa classificação é a mais usada, embora as
outras citadas acima (aptidão e objetivo) estejam corretas.

4.1.1. Raças Gigantes

Seu peso adulto é de, no mínimo, 5 quilos, podendo ultrapassar os 10 quilos.


Normalmente, as raças desse grupo apresentam boa velocidade de crescimento,
atingindo o peso para o abate mais rapidamente. Entretanto, devido ao seu elevado peso
adulto, as fêmeas reprodutoras são mais tardias, quando comparadas aos outros grupos.
As raças gigantes são ótimas criadeiras, mas não são muito prolíferas. Normalmente,
não são boas produtoras de pele por excelência, já que o seu crescimento é muito
rápido, concorrendo negativamente para uma pele de boa qualidade. No geral, são as
mais indicadas para a produção de mestiços de corte. A apresentação da carcaça, que é
mais alongada (tem animal que pode medir até 1 metro), é outro ponto que deve ser
analisado, pois deverá refletir o que o mercado consumidor absorve.
Como exemplos dessas raças temos:

a) Gigante de Flandes – de origem belga, seu tamanho e peso foram obtidos depois de
longa e constante seleção, aliada à consangüinidade e à superalimentação. É a raça de
maior porte e chega a ultrapassar os 10 quilos de peso. Apresenta variedades de cores
como a parda, a negra, a areia, sendo a branca a mais comum.

b) Gigante de Bouscat – de origem francesa, foi obtido por meio de cruzamentos entre
as raças Gigante de Flandes, Prateado de Champagne e Angorá. Seu peso mínimo é de 5
quilos (fêmeas). De cor branca, suas orelhas chegam a atingir de 15 a 18 cm de
comprimento. Só as fêmeas possuem papada, que é uma prega localizada no pescoço.

c) Gigante de Espanha – a sua origem é a cidade espanhola de Valença. É produto da


raça Gigante de Flandes com tipos selecionados de coelhos espanhóis. É rústica,
precoce e prolífica (8 a 12 láparos). A carne é de boa qualidade e abundante, pois, como
são animais grandes, há uma maior área para cobertura de carne. A pele é de boa
qualidade e tamanho, entretanto, como já foi mencionado, se for sacrificado mais tarde,
as peles estarão em melhores condições e obterão melhores preços. Como subproduto,
as peles podem ser utilizadas na fabricação de feltro.

4.1.2. Raças Médias

Seu peso varia entre 3,5 e 5 quilos. É o mais importante de todos os grupos, pois
inclui as raças mais precoces, rústicas, resistentes e produtoras, conhecidas, por isso
mesmo, como raças industriais ou econômicas.

Como exemplos dessas raças podem ser citadas:

a) Nova Zelândia (branco, vermelho e preto) – de origem americana, é atualmente a


raça pura mais criada no país. O seu peso máximo oscila entre 4,5 quilos para fêmeas e
5 quilos para machos, sendo as fêmeas muito prolíferas e boas criadoras. Os pêlos têm
comprimento médio e as orelhas são bem implantadas, proporcionais ao tamanho do
corpo. Raça mista para produção de pele, sendo considerada uma das melhores raças
produtoras de carnes. Os animais são precoces, chegando a pesar 1,8 a 2 kg em 8 a 10
semanas. Os animais dessa raça devem ser sacrificados mais tarde para que suas peles
estejam em melhores condições e obtenham melhores preços. As fêmeas são mansas,
boas criadeiras e muito prolíficas.

b) Califórnia – também de origem americana, resultou do cruzamento entre as raças


Chinchila, Russa e Nova Zelândia Branco. Foi formada na Califórnia, com o intuito de
produzir carne. Os animais dessa raça têm pouca gordura, são volumosos e apresentam
boa distribuição da massa muscular. Sua cor deve ser branca-gelo, com marcas escuras
nas extremidades (focinho, patas, cauda e orelhas). Seu peso ideal fica entre 4 quilos
para macho e 4,5 quilos para fêmeas.

c) Chinchila – com origem na Alemanha, essa raça possui o mesmo nome de um


pequeno roedor, chamado Chinchila panigera, que vive nos Andes, na América do Sul,
e não é mais encontrada em estado selvagem, sendo criada em cativeiro. Foi a que
melhor se adaptou ao Brasil, sendo considerada uma das melhores, por sua resistência
física, precocidade e prolificidade. Há duas variedades de Chinchila: a grande e a
pequena. A pequena é de pouco peso e rendimento. Já a grande rende muita carne, além
de possuir uma pele bela e valiosa. Sua cor apresenta um tom cinzento- azulado, com
um salpicado de preto nas costas e na parte traseira. A pele é de tamanho médio com
bom desenvolvimento. Os olhos são marrons-escuros. Os filhotes já mostram, ao nascer,
uma cor escura, quase preta e a barriga clara. A cor dos chinchilas já aparece muito cedo
e, após a primeira muda, é cinza, que eles perdem no quarto mês, surgindo em seu lugar
o sombreado, enquanto que o flocado vem mais devagar e termina entre 7 e 8 meses.
Em geral, a pele do chinchila grande não tem o mesmo valor que a pele do chinchila
pequeno. Além disso, é a raça que talvez melhor tenha se adaptado às condições
brasileiras.

d) Borboleta Inglês – os coelhos dessa raça, de origem inglesa, apresentam boa


conformação do corpo, membros com massas musculares firmes e um esqueleto fino, o
que permite maior rendimento de carne. Os olhos são bem abertos e vivos, com a cor da
íris acompanhando a cor das marcas ou pintas, que podem ser pretas, azuis, alaranjadas
ou marrons, bem definidas sobre o fundo branco. Os animais dessa raça são chamados
assim por possuírem, do alto do focinho até a boca, uma pinta que lembra uma
borboleta de asas abertas. O corpo apresenta o fundo branco, com uma risca preta no
dorso e algumas pintas espalhadas no corpo. Os animais não ultrapassam 3 kg de peso.
A carne é de boa qualidade mas é produzida em pequena quantidade. Os borboletas
podem ser de 4 tipos: Francês, Inglês, Gigante e de Lorena, sendo as duas primeiras as
mais conhecidas e criadas.

e) Borboleta Francês - rústico, precoce, de fácil engorda, atingindo 2 kg com 4 meses


de idade. É bom produtor de carne de boa qualidade e atinge de 5 a 6 kg quando adulto.
Sua pele não é muito valorizada pois possui marcas, não prestando às imitações.

f) Belier – a principal característica dessa raça são as orelhas, que chegam a medir 60
cm de comprimento e são caídas, dando um certo charme. Pode ser do tipo Francês e
Inglês. O Francês é obtido pelo cruzamento do Belier Inglês com o Gigante de Flandes
e coelho Normando. O Inglês é considerado uma raça fantasia. É uma animal rústico e
prolífico. É mais tardio, atingindo a idade adulta aos 14 meses. As coelhas são boas
criadeiras, os láparos são fáceis de criar, e atingem de 5 a 7 kg quando adultos. É
considerado produtor de carne atingindo 6 kg de peso. Apresentam muitas variedades.

g) Azul de Viena - é um coelho gigante de cor azul, puro, obtido pelo cruzamento de
um macho Gigante Preto e uma fêmea Gigante Amarela, em 1983. Os coelhos dessa
raça foram apresentados pela primeira vez, em Prater, Viena em 1895, como Coelho
Azul de Viena. Com o tempo e o desenvolvimento da criação, foi obtido um coelho de
raça média de 3,5 a 4,5 kg de peso, evitando-se a forma gigante e conseguida a forma
cilíndrica, de maior valor e rentabilidade Quanto ao peso, pode ser classificado em:
médio, com 3,5 kg; normal acima de 4,5 kg e máximo, com 5,5 kg. O corpo é de forma
cilíndrica e bem proporcionado, sendo mais perfeito no macho de que na fêmea, sendo
mesmo um tipo econômico ideal. Esta raça tem a variedade branca, cujos olhos são
azuis. Não tem tanta expressão econômica como a variedade azul.

h) Prateado de Champagne – é de origem desconhecida, rústico, precoce, fácil de


criar. Sua carne é de ótima qualidade e a pele serve para fazer muitas imitações. Não
devem ser muito claros pois perdem bastante valor.
i) Leonardo de Borgonha – animal de bom tamanho, rústico, precoce, resistente, que
produz carne abundante e de boa qualidade. Atinge 3 kg aos 6 meses de idade. A pele
possui pêlos densos, não se mancha durante a muda e imita a raposa vermelha.

j) Angorá – pode ser admitido como produtor de carne e mesmo de pele. A carne é de
boa qualidade (animais jovens) e são rústicos, fáceis de criar. As fêmeas são boas
criadeiras (5, 6 até 10 láparos). As jaulas devem ser secas, limpas e bem confortáveis
para garantir a qualidade da lã. Variedades Branca, Negra, Cinza, Azul e Havana.

4.1.3. Raças Pequenas

Os coelhos dessas raças alcançam de 1,5 a 3,5 quilos de peso, são de baixo
rendimento, de pequeno tamanho, e, assim, não interessam às criações para produção de
carne. Nesse grupo se destacam as raças Negro e Fogo e o Castor Rex, que produzem
excelente pele e até uma boa quantidade de carne. As fêmeas são excelentes criadeiras,
sendo usadas em cruzamentos com outras raças, para melhorar a habilidade materna.

a) Castor Rex – sua pele bela faz sucesso e é vendida a preços elevados. Produz carne
de boa qualidade. São animais rústicos e precoces, cujas fêmeas são prolíficas e boas
criadeiras (5, 7 até 10 láparos). Atingem 3 a 4 kg. Os Rex de outras cores são resultantes
de cruzamentos com raças de pelagem comum. Seu pêlo é curto, o que confere um
aspecto aveludado e acetinado à pele, sendo muito valorizado para venda.

b) Negro e Fogo – de tamanho pequeno, sendo muito bonitos devido à sua pelagem. É
uma raça fantasia ou esportiva, cuja carne é de ótima qualidade. A pele é de grande
valor devido ao brilho muito intenso.É precoce e rústico e as fêmeas são boas criadeiras
(5 a 6 láparos). A pelagem é de duas cores, sendo uma negra aveludada muito intensa e
a outra cor de fogo com tonalidade vermelho-cobre, pura e sem mistura alguma de
outras cores. Pode apresentar variedades (Azul e Fogo, Havana e Fogo, e
Prateado e Fogo).

c) Havana – de cor marrom bem escuro, semelhante à do fumo quando maduro, sua
pele é de tamanho reduzido e tonalidade desuniforme. É de ótima qualidade, podendo
imitar as da marta e do castor. A carne é branca, delicada e muito saborosa. Atinge peso
de 2,5 a 3 kg. Devido ao pequeno tamanho, depois de muito trabalho desenvolveu-se o
Havana grande, com peso mínimo de 4 kg.

d) Russo ou Himalaia – uma das menores raças cunículas, atinge peso máximo de 2,5
kg quando adultos. Apresentam pele espessa, fina, sedosa e de branco puro brilhante,
que é empregada na imitação do arminho. A carne é de primeira qualidade e muito
saborosa, mas de pouco rendimento. É uma raça rústica, fácil de criar, fêmeas prolíficas
e boas criadeiras. O russo grande é obtido por diversos cruzamentos, atingindo 4 a 4,5
kg quando adultos. A pelagem é branca-pura, exceto as orelhas, nariz, patas e cauda,
que são negro azeviche. Havana pode estar no lugar do azeviche Russo Havana.

e) Holandês – pequeno, bonito, de coloração agradável e cores bem definidas, é um


animal rústico, precoce. As fêmeas são prolíficas e boas criadeiras (7 a 10 láparos). É
considerada raça fantasia ou esportiva, que atinge peso de 2 a 2,5 kg. O focinho, frente,
pescoço, parte do lombo, peito, patas dianteiras e extremidades traseiras são brancos-
puros, enquanto o resto do corpo pode ser preto, azul, amarelo, cinza, havana, etc.,
existindo diversas variedades que recebem o nome de acordo com a tonalidade dessas
manchas.

4.1.4. Raças Anãs

Os animais atingem peso inferior a 1,5 quilo e são criados como hobby, devido à
sua baixa produção e rendimento. Está nesse grupo a raça Polonesa.

a) Polonês ou Arminho - menor de todas as raças de coelhos, sendo a mais bonita entre
as raças brancas, imitando perfeitamente a pele do arminho, um pequeno animal cuja
pele é muito valorizada para comercialização. A carne é de ótima qualidade, mas
produzida em pequena quantidade. O peso é de aproximadamente 1,5 kg. É um animal
delicado, sentindo bastante altas temperaturas e frio intenso . As fêmeas são prolíferas e
boas criadeiras. O principal inconveniente dessa raça é o tamanho pequeno, pois produz
ótima carne e uma pele de grande valor, sendo mesmo uma das mais valorizadas entre
as produzidas pelos coelhos.

5. Doenças

5.1. Desinteria

As desinterias são ocasionadas por diversas causas, e aparecem mais


freqüentemente nos coelhos durante a época do desmame. Em geral as desinterias são
produzidas pelos alimentos fermentados, mofados ou sujos; pelo excesso da forragem
verde de alimentação. Também são causas da desinteria as intoxicações alimentares,
parasitas intestinais, os. alojamentos úmidos e calor intenso.

Além disso a desinteria é um sintoma comum a diversas doenças, sendo mais ou


menos grave, conforme as causas que a provocaram.

Em geral o criador nota o aparecimento da desinteria ao fazer diariamente a


inspeção nas coelheiras quando os animais doentes se apresentam com os pêlos em
volta do ânus sujos de fezes moles. Além disso os coelhos se apresentam com o ventre
inchado, perda de apetite, bebem muita água, olhos embaçados e pêlos arrepiados.
Como tratamento, devemos primeiramente eliminar as causas tirando toda a
alimentação e procurando constatar a boa qualidade da ração distribuída aos animais.

Estes deverão receber uma alimentação rica em elementos nutritivos, podendo se


dar, também folhas de bananeira ou goiabeira, que dão bom resultado na desinteria
alimentar.

5.2. Coriza

Esta enfermidade que aparece nas coelheiras em qualquer época do ano se


manifesta em geral por abundante secreção da mucosa do nariz, acompanhada de
espirros contínuos, podendo, conforme o caso, ser benigna ou infecciosa.
O aparecimento da coriza entre os coelhos é motivada não só pelas mudanças
bruscas de temperatura, chuvas contínuas, ventos e umidade, como também pela poeira,
alimentação deficiente e falta de higiene nas coelheiras.

A coriza infecciosa é, em geral, encontrada em diversas enfermidades graves


com lesões pulmonares, e infecção geral. A coriza é quase que comum nas criações
cujos animais se alojam em coelheiras instaladas ao relento, expostas ao sol, chuva e
umidade. O clima e a localização do terreno onde se acham instaladas as coelheiras
influem consideravelmente no aparecimento de qualquer moléstia, principalmente se
tratando da coriza, quando sabemos que, em grande parte, a umidade, o vento e as
mudanças bruscas de temperatura são os responsáveis pelo seu aparecimento.

Com isto, vemos que é muito rara a existência de coriza nas criações onde as
coelheiras estão colocadas em galpões ou recintos fechados, que as abriguem do vento e
chuva.

Nessas condições, os coelhos assim protegidos, dificilmente poderão contrair


resfriados que os predisponham à coriza.

No início da moléstia, os coelhos espirram continuamente, e nos casos benignos,


não perdem o apetite e nem enfraquecem.

Com o decorrer da moléstia, após 2 ou 3 dias, começa a sair pelas fossas nasais
um corrimento aquoso e inodoro. O coelho assim atacado esfrega constantemente o
nariz com as patas dianteiras: chega a perder o apetite; fica triste e com os pêlos
arrepiados, apresentando os olhos embaciados e quase não se alimenta.

A coriza, não sendo medicada em tempo, irá apresentar, além dos espirros, um
corrimento ocular aquoso. Com o continuar da moléstia, este corrimento nasal torna-se
mucoso, espesso, e quando aderente à ração do animal, chega a obstruir as narinas,
determinando a morte do mesmo por asfixia. O aparecimento da coriza é muito comum
durante a época das chuvas constantes.

Quando tratada em tempo, não apresenta a coriza nenhuma gravidade. Assim,


em primeiro lugar devemos eliminar as causas determinantes da mesma e isolar os
animais doentes. Estes deverão ser colocados em lugares secos, limpos e bem abrigados.
A alimentação deverá ser rica em grãos, sais minerais e vitaminas A e D.

Em geral, a morte do animal se dá pela obstrução das fossas nasais, o que


impede o animal de respirar. Isto acontece porque o corrimento nasal, em contato com a
ração, forma uma massa de consistência mais ou menos dura que, ao secar, chega a
entupir completamente as fossas nasais.

5.3. Sarna Auricular

É esta uma doença comumente encontrada nas criações de coelhos, cujo rápido
contágio facilita em pouco tempo a propagação da moléstia entre todos os animais. A
sarna auricular é uma moléstia parasitária ocasionada por dois parasitas, Psoroptes
communis e Chorioptes cuniculis, os quais se localizam dentro do ouvido do coelho, na
parte profunda da pele, chegando muitas vezes a provocar a morte do animal quando
não tratado em tempo.

A primeira manifestação de sarna de orelha começa pelo aparecimento de forte


irritação, no interior de um dos ouvidos do coelho, seguida de inflamação e formação de
uma secreção espessa, que em poucos dias torna-se serosa e amarelada. Com a
continuação da moléstia, esta serosidade se engrossa cada vez mais, havendo formação
de crostas ou escamas de côr amarelo-pardo, aderentes à parte interna da orelha
fechando completamente o ouvido do animal.

Os animais assim atacados se tornam inapetentes, fracos, emagrecendo


rapidamente, chegando muitas vezes à morte; inclina a cabeça para o lado doente,
procurando coçar com as patas a orelha atacada. Com o avançar da moléstia, iremos
encontrar juntamente com as crostas, sangue e pús, de cheiro fétido. Tratando-se de
moléstia muito contagiosa, o criador deverá tomar sérias medidas de profilaxia e higiene
a fim de impedir a propagação da moléstia.

Tratamento - Faz-se primeiro a limpeza do ouvido, retirando-se com uma


pinça, as crostas previamente pinceladas com querosene a fim de facilitar seu
amolecimento. Em seguida aplica-se qualquer sarnicida de preferência em Spray,
encontrado no comércio, o qual será aplicado novamente após 15 dias até a cura
completa do animal.

Medidas Profiláticas - Manter uma limpeza rigorosa nas coelheiras. Não


permitir a entrada de animais doentes na criação; todos os coelhos deverão ser
examinados periodicamente, e a título preventivo, fazer uma aplicação mensal de
sarnicida em todos os animais.

Os animais doentes deverão ser logo medicados e isolados. As gaiolas ocupadas


pelos coelhos doentes deverão ser desinfetadas de preferência flambadas, ao lança-
chamas.

5.4. Coccidose Hepática

Esta moléstia, muito freqüente nas criações de coelhos causa sempre grandes
prejuízos aos criadores, pela grande mortalidade que produz entre os animais.

De um modo geral, todos os coelhos são atacados pela coccidioso, mas ela
atinge de preferência os coelhos de 2 a 4 meses, onde a mortalidade é maior. Os coelhos
adultos, quando atingidos pela moléstia, são bem resistentes, tornando-se muitas vezes,
portadores da coccidiose. Esses animais são assim chamados porque, mesmo não
apresentando o sintoma da moléstia, são os propagadores da mesma, pela eliminação do
micróbio da coccidiose pelas fezes. Desse modo, é fácil a propagação da coccidiose
através dos alimentos, água, coelheiras e até pelo próprio tratador. Entretanto, para que
o micróbio da coccidiose esteja em condições de contaminar os animais, é preciso que o
mesmo apresente modificações tais, facilitadas pelo calor e umidade, a partir do
momento em que os parasitas são expelidos pelo coelho doente até o momento de serem
ingeridos pelos coelhos sãos. Assim, a contaminação só será feita quando o micróbio da
coccidiose sofrer as transformações necessárias ao seu amadurecimento durante três
dias mais ou menos. Antes desse tempo, os micróbios da coccidiose não transmitem a
moléstia quando ingeridos pelos coelhos sãos, por não estarem maduros. A constatação
da moléstia é feita pelos seguintes sintomas: tristeza e abatimento dos coelhos, falta de
apetite, pêlos arrepiados, diarréia, ventre aumentado de volume; em alguns casos há
convulsões e paralisia das patas. A morte do animal poderá dar-se em dias ou dois a três
meses. Entretanto, o diagnóstico certo da coccidiose só poderá ser feito com exame de
laboratório, devendo o criador enviar o coelho morto ou doente ao Instituto Biológico,
onde serão feitos os exames necessários.

Ao abrir-se um coelho morto suspeito de coccidiose o criador notará, como


indício, o fígado muito aumentado de volume e todo salpicado de pequenos pontos ou
manchas branco-amareladas. O meio mais certo para impedir o aparecimento da
coccidiose são as seguintes medidas preventivas: limpeza diária c desinfecção das
coelheiras: a criação deverá ser instalada em lugares secos e amplos: os alimentos e a
água destinados aos animais deverão ser muito limpos e nunca em contato com os
excrementos; as coelheiras deverão ter o piso de sarrafo ou tela, evitando assim o
contato do animal com os excrementos e sua possível contaminação.

Os animais doentes deverão ser isolados imediatamente, os coelhos mortos de


coccidiose deverão ser queimados.

O criador deverá ter muito cuidado em introduzir coelhos de procedência


,ignorada na sua criação.

O estrume dos animais doentes nunca deverá ser usado em hortas ou plantações
destinadas à alimentação dos coelhos.

Somente quando existe a coccidiose é que devemos fazer o tratamento curativo à


base das sulfas. Entretanto, não devemos esquecer que, apesar de sulfa ser o
medicamento específico da coccidiose, esta deverá ser aplicada com bastante cautela e
somente quando tivermos certeza do aparecimento da coccidiose. Isto porque, em geral,
a aplicação da sulfa como curativo determina também certas perturbações no organismo
do coelho.

Assim os reprodutores, machos e fêmeas, ao receberem a sulfa ficam durante


alguns meses completamente frios e indiferentes, não permitindo ao criador continuar a
fazer normalmente os acasalamentos; também as fêmeas, quando prenhes, abortam
facilmente e as coelhas com ninhadas chegam a perder totalmente o leite.

5.5. Mixomatose

É uma das doenças mais graves que atacam os coelhos, ocasionando grande
mortandade no plantel, e propagando-se rapidamente entre os animais sãos. Os animais,
quando atacados pela mixomatose, apresentam os seguintes sintomas: no início da
moléstia aparece um corrimento nasal que vai aumentando, chegando às vezes a
dificultar a respiração do animal.

Em seguida apresenta os olhos congestionados e inflamados, com grande


secreção purulenta. Logo aparecem pequenos tumores na base da orelha, nariz e lábios,
que vão se estendendo por toda a cabeça, a qual se apresenta muito inchada.
Após os primeiros sintomas, estes tumores espalham-se por todo o corpo,
principalmente no ânus e órgãos genitais, onde são encontrados em grande número.

Estes tumores, quando abertos, deixam sair um líquido mucoso de cor rosa. O
animal apresenta uma febre ligeira, emagrece e morre geralmente entre 4 a 8 dias, após
o aparecimento dos primeiros sintomas. É a mixomatose muito contagiosa, e sua
transmissão é feita pelos mosquitos e pulgas.

Recomenda-se vacinar os animais preventivamente com vacina já fabricada no


país. O mais indicado é sacrificar os animais mais doentes e queimar os cadáveres,
desinfetar todas as gaiolas a fogo, isto é, aplicando-se o lança-chamas. Fazer uma
desinfeção geral e evitar o aparecimento dos mosquitos.

5.6. Vermes Intestinais

Os coelhos são também atacados pelos vermes intestinais que ocasionam sérios
prejuízos nas criações infetadas.

Os coelhos contaminados perdem o apetite, enfraquecem rapidamente,


apresentando-se sempre magros, chegando muitas vezes a ter convulsões e paralisia. Na
autópsia dos coelhos doentes os intestinos se apresentam endurecidos e resistentes ao
corte, e no seu interior encontramos geralmente grande quantidade de lumbrigas.

A alimentação deverá ser muito nutritiva, dando-se aos animais, além da ração
normal, 1 colher de sopa de aveia para cada coelho. A ração deverá conter 1 a 2% de
sais minerais e vitaminas.

5.7. Indigestão

Quando os coelhos são muito vorazes e o criador não controla a quantidade de


ração que é distribuída diariamente, os animais se apresentam com o estômago
endurecido e o ventre inchado. As vezes, o animal chega a vomitar, torna-se inquieto, e
deixa de comer. Isto também acontece no caso do animal ter comido grande quantidade
de verduras que fermentaram, dando origem à formação de gases ou também no caso de
envenenamento por plantas tóxicas.

Como tratamento, dar ao animal bicarbonato de sódio na água, ou leite de


magnésia. Se esse medicamento não der resultado, dar um purgativo, isto é, 1 a 2
colheres de azeite de cozinha.

5.8. Parasitos Externos

Vários parasitos como as pulgas e os piolhos chegam a atacar os coelhos,


produzindo o emagrecimento do animal, e dando ao pêlo um mau aspecto. Os piolhos
chegam a ocasionar a queda do pêlo no dorso do animal e na cauda, pois, para atenuar
as picadas do parasito o coelho procura coçar as partes atingidas, arrancando ele próprio
o pêlo destes locais.

Os animais assim atacados deverão receber aplicações diárias de pós inseticidas.


5.9. Sarna do Corpo

Esta doença, muito contagiosa, é caracterizada pela formação de crostas na


cabeça do coelho, principalmente na boca, olhos e nariz, estendendo-se nos casos graves
às patas e órgãos genitais.

Esta sarna é muito diferente da sarna da orelha, pois esta só ataca o corpo do
animal.

As primeiras manifestações da sarna começam com a picada do parasito que


causa forte irritação, ocasionando o aparecimento de um líquido que, ao secar, forma
crostas duras, de cor amarelo-cinza, que dão ao animal um aspecto repugnante, pois a
pele se apresenta enrugada e inchada, além de completa queda do pêlo. O parasito da
sarna é encontrado debaixo da pele, onde escava galerias, alimentando-se do sangue do
animal.

Como a sarna se localiza de preferência na cabeça e boca do animal, os lábios se


apresentam consideravelmente inchados e o coelho não pode alimentar-se devido à dor
e à dificuldade que sente ao mastigar. Com isto o animal emagrece, enfraquecendo-se
bastante até morrer.

Sendo ás crostas localizadas em volta do nariz, há inflamação do local,


determinando grande dificuldade na respiração.

Quando o coelho se apresenta com todos esses sintomas, a cura é muito difícil, e
quando isso acontece, ele se torna muito fraco; é mais indicado o sacrifício dos doentes.

Entretanto, no início da moléstia, antes que a sarna atinja completamente a


cabeça do animal, o seu tratamento é fácil. Assim, o criador ao notar que o focinho do
coelho que é geralmente limpo e brilhante, se apresenta coberto com um pó branco,
semelhante à farinha, deverá logo examinar o animal, assim como as suas patas, onde
ele irá encontrar entre as unhas o mesmo pó branco. Isto acontece porque o coelho, ao
sentir a irritação produzida pela picada do parasito na cabeça, procura logo coçar o
local, fazendo então com que as unhas se apresentem infectadas.

O tratamento consiste em esfregar as partes atingidas com querosene,


ocasionando a caída das crostas para então se aplicar o remédio.

A aplicação no local deverá ser feita diariamente, com qualquer desinfetante a


base de cloro ou sarnicida em Spray, 10 aplicações são suficientes até a eliminação da
moléstia.

No caso de sarna no corpo, as coelheiras deverão ser desinfetadas com lança-


chamas: não sendo isto possível, as coelheiras deverão ser desinfetadas com uma
pintura de cal e soda em partes iguais.

5.10. Pasteurelosis ou Septicemia Hemorrágica

Esta moléstia muito contagiosa é caracterizada pela rapidez com que ataca os
coelhos, produzindo grande mortandade entre eles.
Os coelhos atacados pela pasteurelosis, no início da moléstia apresentam febre,
tristeza, falta de apetite, pêlo eriçado, permanecendo em um canto da coelheira como se
estivessem dormindo. Às vezes apresentam os olhos congestionados e respiração
anormal, seguindo-se o aparecimento de uma diarréia, geralmente sanguinolenta, e
convulsões do animal com manifestação paralítica. Esta moléstia também se apresenta
com a forma pulmonar, que se caracteriza pela febre que ataca os coelhos, espirros; falta
de apetite; respiração acelerada e dolorosa, e principalmente pela líquido sanguinolento
que sai das fossas nasais do animal. A moléstia se apresenta sempre com grande
rapidez, determinando a morte do animal dentro de 2 a 3 dias. A pasteurelosis aparece
sempre nas criações onde não existe higiene nem limpeza, onde os animais são mal
alojados, e acham-se em comum com aves, porcos e outros animais. Ao notarmos a
aparecimento da pasteurelosis, deverão ser isolados os animais doentes, lavando-se as
fossas nasais com água morna e bicarbonato para retirada do muco nasal. Em seguida,
aplicar azeite ou vazelina mentolada, para descongestionar a mucosa e facilitar a
respiração. O tratamento preventivo poderá ser feito por meio de soro injetável.

Os animais mortos deverão ser queimados e as gaiolas serão desinfetadas com


lança-chamas.

5.11. Toxoplasmose

É também uma enfermidade de rápido curso, 8 a 10 dias, cuja transmissão é


ocasionada pelas pulgas e piolhos. Os animais doentes apresentam febre, falta de
apetite, grande abatimento, muita sede, abdome aumentado de tamanho,
emagrecimento, anemia, diarréia fétida de cor esverdeada ou sanguinolenta e
convulsões. Muitas vezes chega a ter paralisia da região posterior. Os animais doentes
deverão ser isolados. As rações deverão ser ricas em elementos nutritivos, à base de
alfafa e aveia.

5.12. Torcicolo ou Pescoço Torto

Acontece que muitas vezes encontramos um ou mais coelhos que se apresentam


de um dia para o outro com a cabeça completamente virada.

Se os coelhos nestas condições não se acham atacado pela sarna auricular, essa
torção da cabeça é de origem alimentar, ocasionada pela deficiência da Vitamina B, na
ração. O coelho, nestas condições, torce a cabeça para um lado, dando a impressão que
os músculos estão continuamente em contração; o animal anda com grande dificuldade,
girando freqüentemente sobre um mesmo lado.

Não deixe de procurar um médico veterinário. Somente ele é capaz de


reconhecer com certeza a doença e o tratamento correto.

5.13. Conjuntivite dos Coelhos Novos

É uma enfermidade que ataca os olhos, sendo muito comum nos coelhos novos,
devido ao forte cheiro de amoníaco que se desprende da urina e excrementos. Isto só
acontece nas criações mal cuidadas, onde não existe higiene. Os olhos se apresentam
inchados e completamente fechados.
Quando eles se abrem escorre uma grande quantidade de um líquido seroso e
amarelado que se endurece logo. Devido à esta infecção, a membrana do olho se torna
opaca, o que é conhecido como queratite. Como tratamento, a primeira coisa a ser feita
é retirar as causas, obedecendo as normas de limpeza e higiene.

6. CUIDADOS SANITÁRIOS

A melhor prevenção contra doenças é manter o rebanho em perfeitas condições


de higiene: limpeza periódica das gaiolas com escovas e bactericídas. Galpões e gaiolas
devem ser desinfetados mensalmente com bactericida e lança chamas mantendo-os o
mais limpo possível.

Nos serviços de rotina devem ser levados em conta os seguintes fatôres: combate
às moscas e ratos, muitas vezes responsáveis pela transmissão de várias moléstias e
preservá-las de môfo e bolores na ração.

A desinfecção periódica deve ocorrer quatro vezes por ano. Há dois métodos:
promover a queima da gaiola com o uso de lança-chamas a gás; ou pulverizá-la com
produto desinfetante (vendido em lojas de agropecuária).

Também o estêrco do coelho, responsável muitas vezes pelo aparecimento de


doenças, deverá ser guardado em esterqueiras próprias. Apesar de ser execelente adubo,
nunca deverá ser aproveitado nos terrenos destinados á plantação das verduras e
forragens destinadas aos próprios coelhos, pois, em caso de moléstia, tal como a
coccidiose, seria muito fácil a sua disseminação entre os animais. A retirada do esterco
será feita em um período máximo de vinte dias no verão e quarenta dias no inverno. A
cada retirada de esterco, joga-se uma camada de cerca de um centímetro de serragem ou
outro material seco.

Ninhos e cumbucas sujas devem ser lavados com desinfetantes, bem secos ao sol
e passados pelo lança chamas, a caixa d'água deve ser lavada e as mangueiras esgotadas
a cada mês.

Não esqueça de vacinar os animais contra a pasteurelose (necessária) e


mixomatose (só em lugares ou zonas infectadas), as doenças mais comuns verificadas
em coelhos. A profilaxia contra as sarnas é obtida através da higiene.

REFERÊNCIAS

DUARTE, A.T. Cunicultura. 1° Edição. Livraria Clássica Editora, 1979, 413 p.

FABICHAK, I. Coelho: criação caseira. Nobel, 1982 89 p.

MARTINS, E. A. Razas de conejos. Publicacines de Estension Agraria, Madrid, 1973.


114 p..
SCANDIAN, A. Coelho + técnica = lucro : alimentação, reprodução, doenças:
profilaxia e tratamento. Nobel, 1991 93 p. Templeton. G. S. Cria del conejo
Domestico. Compañia Editorial Continental S.A.1996. 255 p.

VIEIRA, M. I. Criação racional de coelhos, 2° Edição. Biblioteca Agrícola Popular


Brasileira, 210 p.

_________Curso de cunicultura. Curso de Apicultura. 4° Edição. Instituto Campineiro


de Ensino Agrícola, Campinas. S.P. 1974. 371 p.

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