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Tradução da palestra realizada por Declan Kennedy durante o IPC8

Ok. Declan Kennedy não parece um nome alemão e realmente não é. É um nome
irlandês. Eu sou irlandês, mas moro com a minha esposa que é alemã, na Alemanha. Eu
moro lá a cerca de quarenta anos e agora eu tenho um sotaque irlandês-alemão. Então, se
vocês tiverem problemas em entender o que estou falando basta acenar. Eu adoro quando
acenam pra mim.
Esse é o tópico com o qual eu comecei. E eu creio que estamos tendo um problema
de energia agora mesmo bem nesse lugar. Passamos o dia inteiro sentados aqui sob essa
energia do ar condicionado, sob essas lâmpadas e estamos usando muita eletricidade. Então
eu sugiro que todos nos fiquemos de pé agora pra fazer um pequeno exercício de energia.
Tudo bem, pra fazer esse exercício vocês vão precisar de um parceiro. Então,simplesmente
escolham alguém que esteja próximo de vocês. Olhe pro seu parceiro e faça com a sua mão
como se fosse uma xícara na sua frente.
Agora notem quando vocês elevam a sua mão aquela sensação estranha de
formigamento, aquela energia engraçada. Esta é uma energia que vocês podem usar para
cura. Eu a uso pra cura todo tempo. Eu saí do movimento de permacultura e ecovilas
porque eu tive um câncer e eu superei meu câncer usando minha própria energia. Agora
vocês vão dirigir essa energia ao seu parceiro e desejar a ele ou ela novas energias. Por um
momento feche seus olhos. Agora abra novamente e olhe diretamente dentro dos olhos do
seu parceiro. Ok. Agora de uma balançada em você mesmo. Muito bem, podem sentar!
Muito obrigado.
Então, quando eu aprendi permacultura em 1981 na Tasmânia eu coloquei um slide
show e essas foram as duas primeiras imagens que eu usei. Na verdade é uma foto do
Canadá. A que está na esquerda é no Canadá. É uma pessoa tentando captar energia com
um vidro em frente a um prédio em um clima muito frio. Estou falando do norte da Europa,
eu vivo no norte da Europa. Aproximadamente dois bilhões de pessoas nesse planeta vivem
em climas frios, onde elas tem que aquecer suas casas mais da metade do ano. Então esse é
um enorme problema energético.
Então a primeira coisa que aprendi com Bill Mollison e David Holmgrem foi que,
se eu movesse o vidro da casa pra fora somente alguns metros já teria um local pra fazer
produção de alimentos, onde eu poderia sentar no inverno ou no outono frios e receber a luz
do sol, receber as energias do sol no meu corpo, onde eu poderia comer, me alimentar lá.
Vocês viram algumas dessas coisas que o Tony fez junto com o seu grupo em
Copenhagen. Mas eu comecei com a minha própria casa. Eu vivia naquela época em Berlin
oriental, atrás do muro. Morava em uma casa comum como a maioria das pessoas do norte
moram e eu decidi então instalar estufas tanto na parte da frente quanto na parte de trás da
casa. E tentei convencer meus vizinhos a fazer o mesmo. Nós morávamos em casas
geminadas. Aqui vocês vêem essa foto, é como a maioria dos Europeus vivem, em casas
geminadas. Aqui vemos uma casa geminada uma após a outra. Na Europa temos pessoas
vivendo em casas geminadas mais do que em qualquer outra forma de casa. Então isso é
uma grande perda de energia se elas não forem bem construídas. Então eu coloquei vidros
no alto. E por que era um ambiente artificial eu plantei gerânios, por exemplo, que dão um
bom cheiro e mantem insetos e pragas afastadas. Plantamos uma espécie de cogumelo que
parece uma estrela. E a próxima coisa que nos tivemos que fazer foi levar o solo até o teto
da casa. Então fizemos canteiros no telhado, levamos terra e minhocas e plantamos
“Percival Clover”. É um tipo de erva, para que ela mantivesse as outras ervas daninhas fora
do canteiro.
Então nós começamos a trabalhar com alguns estudantes que moravam no sexto andar,
com um enorme telhado no topo e nós transformamos este telhado numa estufa, onde
plantávamos seus alimentos. Vocês viram uma na apresentação que Robbin fez em Berlim
também. Um tipo similar. Essa parte de grama aqui na esquerda era um telhado que nos não
conseguimos construir sobre ele. Mas descobrimos que se agente simplesmente colocasse
grama sobre ele,nós faríamos uma renovação do ar para a casa inteira. Simplesmente
através dessa pequena quantidade de grama.
Depois nós mudamos de Berlim para uma ecovila, estamos morando lá a 21 anos, no
norte da Alemanha. Construímos uma estufa rodeando toda casa e a chamamos de uma
“estufa que embrulha a casa”. Isso nos poupou uma grande quantidade de energia. Agora
chegamos ao ponto com algumas células foto-voltaicas no telhado. Temos uma casa que
produz mais energia do que consome. O investimento que fizemos nessa casa irá retornar
em oito ou nove anos através da economia no uso de combustíveis fosseis. Então não
estamos simplesmente economizando combustíveis fósseis, estamos economizando
dinheiro também.
Então é um negócio. Eu sinto que isso é um negocio. Então eu estou tentando
convencer pessoas que planejam as cidades, os planejadores urbanos, a pensar diferente.
Pensar de uma maneira nova. Mas eles não podem pensar diferente se agente simplesmente
falar pra eles colocarem uma estufa no telhado. Nós temos que mostrar pra eles, mostrar
algumas fotos. Então aqui estou mostrando as fotos.
Então primeiro deve-se mostrar a eles os detalhes técnicos e a maneira que você
pode usar sanitários compostáveis. Pode usar um sistema para tratar água cinza como o
sistema que o Tony estava falando ou pode reutilizar essa água para outros fins bombeando
ela novamente, fazendo com que você mantenha todo um ciclo funcionando.
E você pode ter também muita energia vindo através do seu telhado. Esse é um dos
nossos prédios em nossa comunidade. É uma loja, uma clinica de homeopatia e também
uma residência. E alí era originalmente um local onde ficavam os porcos e as vacas nos
invernos rigorosos da Alemanha. Mas ela teve que ser reformada e isso tudo foi feito com
material orgânico. Então esse mesmo homem tem um carro elétrico de dois lugares. A
maioria das pessoas anda sozinha em seu carro, ou com a sua esposa ou mais uma pessoa…
E ele tem espaço pra carregar algumas coisas pesadas também. E esse carro pertence à
comunidade, qualquer pessoa de lá pode utilizar. Mas esse carro você tem que ter uma
carteira de motorista especial porque as pessoas na rua não te ouvem passar, ele é tão
silencioso que assusta as pessoas o tempo inteiro. Inclusive você pode andar com ele em
ruas destinada só pra pedestres como você faria com uma bicicleta, podendo então ir até a
porta da loja comprar as coisas que você precisa. Ele é muito útil principalmente para os
nossos membros mais velhos, mais idosos. Eu sou o segundo mais velho. Mas muitos deles
são mais novos que eu e tem problemas pra carregar as compras.
Esta é uma casa“zero energia”. É a primeira casa desse jeito na Europa. Foi feita em
1984 e fica numa cidade quase no circulo ártico. Ela foi construída de maneira que através
de insolação suficiente fosse uma casa que não precisasse de nenhuma energia, de nenhuma
eletricidade. No entanto era uma casa que utilizava algumas energias que não eram
saudáveis. Então eu e um outro amigo, um arquiteto construímos a primeira casa com
eletricidade orgânica. Mas depois chegamos à conclusão de que fica muito cara. Pra uma
pessoa com uma casa isolada ser uma casa “energia zero” é muito melhor se ele chegar ao
próximo nível de descentralização, fazendo um grupo de casas, ou talvez até um terceiro
nível que é o nível de uma ecovila. Porque aí tem coisas como células fotovoltaicas que não
precisam ser adquiridas por uma casa só, mas é feita uma aquisição através de toda
comunidade.
Então a grande pergunta era: as novas tecnologias ecológicas podem funcionar para
todas as pessoas? Para a maioria da população? Caso afirmativo, quais são as mudanças
ecológicas que são recomendadas?
Então a primeira coisa que tivemos que fazer foi abandonar a idéia de que a
ecologia é o fator principal. Mas ao invés disso,ela é uma maneira de pensar em nossa
sobrevivência, e podermos alcançar um design de integração no qual as ligações entre os
aspectos são consideradas tão importantes quanto os aspectos em si mesmos. Então nós
estudamos vários tipos de métodos de design e chegamos ao que chamamos de “método de
design de ecovilas”. Que tem o método de design da permacultura por trás dele, nós assim
podemos dizer porque praticamente todas as ecovilas tem uma base na permacultura. Então
nós trouxemos a idéia da solução para o lugar, na qual você olha realmente para o lugar. E a
permacultura fala disso também. Mas na verdade você olha para a energia do lugar, para as
possibilidades para chegar a uma abordagem holística. Então você olha para as pessoas que
irão se mudar para o local, então você pensa nos gastos que você vai ter com cada aspecto,
quanto vai ser gasto em uma determinada área, quanto vai ser gasto em outra. Por que você
sabe, as pessoas olham pra você e dizem: isto vai ser muito caro. Mas geralmente isso é
algo ridículo de se dizer. Talvez seja muito caro para aquele momento e para a maneira
com que as pessoas estão acostumadas. Como por exemplo, para o carro movido a
combustível fóssil que está poluindo o planeta. Então realmente você precisa fazer esse
balanço financeiro.
A outra coisa que cheguei à conclusão é que todas as pessoas são designers. E eu fui
treinado durante nove anos enquanto arquiteto e designer urbano. Mas eu cheguei à
conclusão que todas as pessoas aqui nesta sala podem ser designers. Podem fazer um
design. E na verdade,a todo momento você está fazendo um design, mesmo no momento
que você põe apenas uma planta no chão. Você esta fazendo um design para aquela planta
pelos próximos muitos anos. A próxima coisa é que você está desenhando, fazendo um
design com a natureza. É um assunto que a permacultura trata, eu não preciso entrar nesse
assunto. Mas o que esquecemos é fazer com que a natureza seja visível, isso é
principalmente importante nas áreas urbanas.
Vocês sabem, tem um “arquiteto verde”, que esta sendo vendido como“arquiteto
verde” em Paris que faz seus prédios de concreto e pinta-os de verde. Na verdade não é
exatamente isso que estamos querendo. O que nós precisamos na verdade é arborizar o
local e fazer com que as plantas sejam visíveis.
A próxima coisa que nós encontramos no movimento de ecovilas é que você precisa
viver a abundância. Mesmo que você ainda não a tenha. Você deve simular a abundância,
você deve acreditar na abundância, então dessa forma você terá. Você terá, mas em
maneiras diferentes. Talvez você não consiga em dinheiro, mas você consegue abundância
de outras maneiras, como através de relacionamentos ou através de lindas refeições ou
mesmo em discussões com outras pessoas. Mas depois da discussão as pessoas podem ter
uma bela celebração, depois de tudo resolvido.
Para cada casa de família nós encontramos dois, talvez até três carros dependendo
do país. Daí existem estradas gigantescas em que a sua iluminação precisa ficar sempre
acesa por causa das pessoas a noite. Então o que tentamos foi fazer com que os subúrbios
ficassem densos e concentrados. E mesmo em locais que já possuam construções, construir
entre elas. Construir, nos lugares maiores, uma segunda casa, talvez. Então começamos a
pensar em situações como, por exemplo, em São Francisco onde colocamos jardins nos
telhados. Esta é uma casa de algumas pessoas idosas, que nós apresentamos à permacultura
enquanto estávamos lá. E usar os locais de estacionamento. Estes lugares deveriam ser
cobrados para serem utilizados. Estes locais deveriam ser cobrados um preço tão alto que as
pessoas não sairiam de carro para entrar no centro da cidade. Então eles usariam os
transportes coletivos como o metrô, etc. Dessa forma nós podemos nos livrar desses
espaços pra estacionamento.
E essa foi uma decisão do governo que disse que ao invés de cada apartamento ter seu
espaço pra garagem, foi estipulado que somente a cada três apartamentos se devesse ter
uma vaga pra estacionamento. Eles fizeram a mesma coisa em Londres e tem algumas
cidades na Europa que estão cobrando pra você entrar dirigindo no centro da cidade. Se
você mora lá você pode entrar com o seu carro, mas você não pode se você mora fora do
centro. A outra coisa é que nos tenhamos todos esses parques na cidade e eu concordo com
o Tony de nós renovarmos esses parques. E nos locais urbanos mais densos podemos ter
um grande parque bem no meio. Nós conseguimos uma pessoa pra fazer uma perspectiva
do design e vendemos eles aos políticos. Então criamos uma associação que faria isso e isso
já acontece a 21 anos. E é bem quieto lá. Nós podemos considerar como uma “zona 5” da
permacultura. Para quem não sabe o que é a “zona 5” na permacultura, é a zona selvagem
na qual você quase não entra lá.
E de repente tivemos animais voltando pra dentro da cidade. Eles não haviam sido
vistos ali por quarenta anos, e nós tivemos pássaros voltando pra lá. E o que fizemos foi
colocar a mesma vegetação original daquele local de volta. Nós não esperamos pela sua
sucessão, simplesmente colocamos todas as plantas juntas ao mesmo tempo. E como nós
fizemos isso foi através das pessoas coletando dinheiro, fazendo festas para arrecadação.
Isso aqui é mais uma coisa que acontece nas cidades. Temos muitos e muitos
escritórios e eles são geralmente como um sumidouro de energia, completamente. Eles
usam tanta energia! Esse prédio aqui em Amsterdã, vocês podem ver aqui as duas torres,
ele mantêm todo o prédio refrigerado com ar condicionado através de painéis solares no seu
teto. sem usar nada de energia, de eletricidade externa. Ele Fica em Amsterdã.
Esse é um parque de diversões que foi montado num antigo estacionamento. Este é um
teto com produção de alimentos e aqui na Dinamarca, temos um quarteirão inteiro que
recolhe a água de todas as casa e faz o tratamento da água através de plantas, tanto da água
cinza quanto da água negra.
Então, é possível se você realmente quer fazer. Algo de bom acontecia na Dinamarca,
nas leis daquele tempo, pois podíamos experimentar mais, o que é mais difícil em outros
países.No interior dessa construção, nos jardins, a água foi deixada visível. É isso o que eu
digo com relação a deixar a natureza visível. E esse aqui é realmente fantástico, ele fica
bem no centro de Amsterdã.
Esse era um antigo hospital que foi reformado e transformado em um estúdio de arte,
em lojas e um teatro. Eles construiram algumas partes novas, mas a maioria foi reformada e
atualmente está deste jeito. Essa foto eu tirei a três anos atrás, quando eles colocaram um
novo prédio e tem um jardim de permacultura nele. Em diferentes países na Europa você
encontra novas idéias.Mas um dos problemas que nós temos, são as periferias em volta do
centro da cidade. E é gasto muita energia nos subúrbios e nós estamos tentando realizar
novos designs nessa direção.
Então quero mostrar a vocês o ultimo slide. Esse aqui é um esquema de um “public
housing”, que o governo destina à pessoas com baixa renda, cuja construção teve o mesmo
custo desse arranha-céu que vocês podem ver aqui à esquerda, e que é um prédio com esse
mesmo fim. Estão surgindo muitos arranha-céus desse tipo na Europa, porque se tem
descoberto que o índice de criminalidade neles é muito baixo e eles podem reduzir os
custos de energia para os elevadores, etc.
E esses aqui são “allcaps”, são pequenos prédios sem elevador com design
permacultural, com permacultura nos fundos, áreas de recreação etc. Então, vou ficar por
aqui por que senão vou continuar mais uma hora porque são tantas possibilidades que nós
podemos usar, tantas formas diferentes de energia de pessoas, tantas formas de design para
fazer com que nossas cidades melhorem. E para fazer essas coisas nós podemos entrar na
política, fazer com que os impostos mudem e mudar as prioridades. E esta é a única
maneira que podemos fazer isso: as pessoas da permacultura agora precisam ser políticos!

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