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Embrião de Brasília

Propostas pré 1956, Relatório Belcher e Edital.


Andressa Constantini, Fernanda Messias, Isabelle Salgado e Maritza Dantas.
PPG FAU UnB | Brasília: história e crítica | Eduardo Rossetti, PhD.
Propostas
pré-1956
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília

Propostas pré 1956


➔ A possibilidade de transferir a capital do Brasil para o interior
➔ 1750 - Francisco Colombina - Carta Goiás
➔ 1763- Rio como capital - questoes estratégicas de segurança, capital longe dos
portos.
➔ 1852 - Holanda Cavalcante apresenta projeto ao Senado -continuidade à
proposta de José Bonifácio
➔ 1877- Francisco Varnhagen - primeira viagem ao Planalto Central
➔ 1883- sonho de São João Bosco - Dom Bosco (paralelos 15° e 20°)
➔ 1892 - Floriano Peixoto determinou que uma comissão de cientistas- exploram
o Planalto Central e demarcaram a área.
➔ Comissão Exploradora do Planalto Central, composta por 21 pessoas; chefiada
pelo astrônomo e geógrafo belga Louis Ferdinand Cruls.
➔ 5 projetos para a Nova Capital
Ideia da mudança
Im Possíveis Brasílias

“A idéia da mudança da capital do Brasil já fora aventada pelos Inconfidentes em 1798, no entanto é a partir da Proclamação
da República em 1889, que a aspiração da criação de uma capital administrativa toma maior força.” (Costa,pg 25)

Brasília: uma História de Planejamento


“A intenção de mudar a Capital do Brasil para o planalto central remonta a meados do século dezessete, quando o país
ainda era colônia de Portugal e já se vislumbrava a possibilidade de transferência da Corte Portuguesa para o novo
continente.” (Fischer, 2003)
"Da largura que a terra do Brasil tem para o sertão não trato, porque até agora
não houve quem a andasse por negligência dos portugueses, que, sendo
grandes conquistadores de terras, não se aproveitam delas, mas contentam-se
de as andar arranhando ao longo do mar como caranguejos." Frei Vicente do
Salvador, História do Brasil, 1627
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
Entre 1751 e 1756 - Francisco
Colombina

“Entre 1751 e 1756, Francisco Tosi


Colombina iria fazer os primeiros mapas
da região.” (FICHER, 2003,pag.1)

“1750 – O cartógrafo genovês Francisco


Tossi Colombina elaborou a chamada
Carta de Goiás, sugerindo a mudança da
capital do Brasil para essa região.”(site do
SENADO, 2010)

ARQUIVO PÚBLICO DO DF - Mapa dos limites de Goiás


Rio de Janeiro como capital

“Com a ascensão de Napoleão– a qual faria do primeiro-ministro inglês, William


Pitt, um defensor de uma nova Capital para o Brasil– em 1808 a Corte Portuguesa
foi forçada a se estabelecer no Rio de Janeiro e o Brasil passou de colônia a Reino
Unido. Dessa época em diante, o tema da interiorização da Capital, seja por razões
políticas, seja por estratégias militares, estaria sempre presente nas discussões
sobre a organização territorial e administrativa do país.” (FICHER, 2003,pag.1)

"Parece-nos também muito útil que se levante uma cidade central no interior do Brasil
para assento da corte ou da regência, que poderá ser na latitude, pouco mais ou menos,
de 15 graus, em sítio sadio, ameno, fértil e regado por algum rio navegável. Deste modo
fica a corte ou assento da regência livre de qualquer assalto e surpresa externa, e se
chama para as províncias centrais o excesso da povoação vadia das cidades marítimas e
mercantis.”José Bonifácio de Andrade e Silva
1877 – Francisco Adolfo de Varnhagen,

“1877 – Francisco Adolfo de Varnhagen, o


visconde de Porto Seguro, militar, diplomata e
historiador brasileiro, fez a primeira viagem ao
Planalto Central para localizar a futura capital.
Oficializada pelo Ministério da Agricultura, a
aventura, feita em lombo de burro, era para indicar
regiões propícias à colonização europeia no Brasil.
Varnhagen sugeria o nome de Imperatória para a
nova capital, que seria a sede do Império.” (site do
senado, 2010)
“Por muitas milhas, percorremos uma enorme floresta
1883- sonho de São João virgem e inexplorada. Não só descortinava, ao longo das
Cordilheiras, mas via até as cadeias de montanhas
Bosco isoladas existentes naquelas planícies imensuráveis e as
contemplava em todos os seus menores acidentes.
Aquelas de Nova Granada, da Venezuela, das Três
Guianas, as do Brasil, da Bolívia, até os últimos confins.
Eu via as entranhas da montanha e o fundo das
planícies. Tinha sob os olhos as riquezas incomparáveis
desses países, as quais um dia serão descobertas. Via
numerosas minas de metais preciosos e de carvão fóssil,
depósitos de petróleo abundantes que jamais já se viram
em outros lugares. Mas isso não era tudo. Entre os
paralelos 15 e 20 graus, havia um leito muito largo
e muito extenso, que partia de um ponto onde se
formava um lago. Então uma voz disse
Dom João Bosco é considerado o repetidamente: “Quando escavarem as minas
escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui
visionário que anteviu Brasília. a Grande Civilização, a Terra Prometida, onde
correrá leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.
E essas coisas acontecerão na terceira geração”.
Está no volume XVI da
“Memórias biográficas de São Trecho extraído do livro “Brasília Kubitschek de Oliveira”,
de Ronaldo Costa Couto.
João Bosco”:
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1891 - Constituição da
República

“Art 3º - Fica pertencendo à União,


no planalto central da República,
uma zona de 14.400 quilômetros
quadrados, que será oportunamente
demarcada para nela estabeIecer-se
a futura Capital federal.” (BRASIL,
1891,pag.1)
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1892 - Comissão Exploradora
do Planalto Central
1892 – Presidente Floriano Peixoto
nomeia a Comissão Exploradora do
Planalto Central, composta por 21
pessoas e chefiada pelo astrônomo e
geógrafo belga Louis Ferdinand Cruls.
A chamada Missão Cruls demarcou
uma área de 14.400 Km², considerada
adequada para a futura capital, que
ficou conhecida como “Quadrilátero
EQUIPE DA MISSÃO CRULS, QUE NO FINAL DO SÉCULO XIX
Cruls” - mesmo indicado por DEMARCOU A ÁREA DA FUTURA CAPITAL
Varnhagen.
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília

1894 - Relatório Cruls


Cruls apresentou ao governo
republicano o relatório da comissão
exploradora, que ficou conhecido
como Relatório Cruls.
1896 – Cruls apresentou um segundo
relatório sobre o local demarcado
(topografia, hidrografia, bioma natural,
não incluindo em seu relatório
informações mais precisas das
cidades goianas da região), com
informações sobre a ligação
ferroviária. Fonte: Atlas dos itinerários, perfis longitudinais e zona demarcada.
Comissão Cruls. ARPDF.
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília

1894 - Relatório Cruls


Cruls apresentou ao governo
republicano o relatório da comissão
exploradora, que ficou conhecido
como Relatório Cruls.
1896 – Cruls apresentou um segundo
relatório sobre o local demarcado
(topografia, hidrografia, bioma natural,
não incluindo em seu relatório
informações mais precisas das
cidades goianas da região), com
informações sobre a ligação
ferroviária. Fonte: Atlas dos itinerários, perfis longitudinais e zona demarcada.
Comissão Cruls. ARPDF.
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília

30 anos depois ...

1922 – Foi lançada a pedra


fundamental da futura capital do país,
perto da cidade de Planaltina, que
integra atualmente o Distrito Federal.

1952 – O Congresso Nacional


aprovou lei determinando a
realização de estudos conclusivos
para a edificação da nova capital.

Pedra fundamental da futura capital federal em Planaltina


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília

Projetos para Nova Capital


➔ 1927 Autor desconhecido, agente imobiliário de Planaltina
➔ 1929 Theodoro de Almeida, historiador brasilianista
➔ 1936 Carmem Portinho, engenheira
➔ 1948 Jales Machado, deputado federal
➔ (sem data) João Augusto Pimenta, médico e agente imobiliário
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1927
Especulações Planaltinenses

Encontrado em um Cartório de
Registro de Imáveis de Planaltna.

Projeto simples e vinculado aos


insteresses imbiliários (gerados pela
pedra fundamental em 1922)

Não atribui à cidade qualque indício


de cidade administrativa.

Fonte: TAVARES (2004)


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1927:
Especulações Planaltinenses

Localizado próximo ao sítio definitivo


para a Nova Capital.

Fonte: TAVARES (2004)


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1927:
Especulações Planaltinenses

Localizado próximo ao sítio definitivo


para a Nova Capital.

Fonte: TAVARES (2004) (grifo nosso)


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1927
Especulações Planaltinenses

Vias no sentido norte-sul e


leste-oeste, outras em diagonal e uma
série de praças ao longo dos
principais eixos.

Estação rodoviária no centro.

Não há setorização.

Parece comportar uma população


superior àquela destinada aos centro ?
urbanos na década de 20.

Fonte: TAVARES (2004)


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1929
A cidade histórica da América

Foi considerado pelo governo de JK o


primeiro projeto para Brasília.

Projeto de traçado geométrico (e


simétrico) e caráter monumental,
incorpora ligeira setorização de
instituições públicas.

Ideias positivista, racional e

Fonte: TAVARES (2004)


determinista ficam evidentes no
traçado tradicional da malha
reticulada e das diagonais.
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1929
A cidade histórica da América

Hierarquização de vias e diferenciação


das quadras segundo o traçado e
localização (soluções modernas)

Instituições de ensino, administrativas,


religiosa, Instituto Histórico e
Geográfico, Correio Geral são
acomodados em partes privilegiadas.

Fonte: TAVARES (2004)


Semelhança ao plano de Arão Reis para
Belo Horizonte (edifícios administrativos
distribuídos na malha).
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1936
Proposta Carmem Portinho

Manifesto Vanguardista. Tese para


obtenção de título de urbanista na
Universidade do Distrito Federal.

Método corbusiano com soluções


adaptadas às condições brasileiras.

"Cidade do tipo 'Ville Radieuse' -


Apricação dos princípios de Le
Corbusier"
?
Cria um modelo de cidade.

Fonte: TAVARES (2004)


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1936
Proposta Carmem Portinho

Implantação segundo as sugestões


do Relatório Cruls.

Estabelece relação de maior


proximidade com o podencial
hidrográfico da região.

Planejamento de abastecimento de 2
milhões de habitantes.

Fonte: TAVARES (2004)


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1936
Proposta Carmem Portinho

Circulação e transportes são


elementos predominantes no projeto.
Possui hierarquia de vias (12,19 e 25
m de largura).

Malha ortogonal é cortada por


diagonais que conecta com os
principais centros e liga-se com as
rodovias.

Fonte: TAVARES (2004)


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília

Proposta Carmem Portinho

Circulação e transportes são


elementos predominantes no projeto.
Possui hierarquia de vias (12,19 e 25
m de largura).

Malha ortogonal é cortada por


diagonais que conecta com os
principais centros e liga-se com as
rodovias.
?
Esquemas de cruzamentos

Fonte: TAVARES (2004)


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília

Proposta Carmem Portinho

Habitação como um serviço social.

Produção em série de edifícios (para


um caráter democrático).

Edifícios de 50m e altura, ocupando


12% do lote (700x200m), com uma
densidade de 900hab/ha.

Ideal coletivo, liberação do solo e


eficiência da cidade máquina. ?

Fonte: TAVARES (2004)


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília
1948
Jales Machado

Apresentado em discurso proferido


nas sessões de Debates na Comissão
Parlamentar da Mudança da Capital
Federal.

Aborda a questão da circulação de


forma pragmática.

Demonstra como o Planejamento


Regional poderia incorporar a Capital
Federal para equilibrar a produção e
a economia nacionais.
Fonte: TAVARES (2004)
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília

Jales Machado

Volta-se para o Planejamento


Territorial ao definir um grande
sistema de circulação
radial-perimetral para o país (no
coração do país).

Incorpora formas de transporte


rodoviários, ferroviário e fluvial.

Mapa 1: Propagação das Ondas de


Progresso pela Lei da Irradiação das
Ondas Liquidas, tendo como centro a
capital no Rio de Janeiro. Fonte: TAVARES (2004)
Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília

Jales Machado

Mapa 2: Propagação das Ondas de


Progresso pela Lei da Irradiação das
Ondas Liquidas, tendo como centro
uma capital federal no Triângulo
Mineiro..

Fonte: TAVARES (2004)


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília

Jales Machado

Mapa 3: Propagação das Ondas de


Progresso pela Lei da Irradiação das
Ondas Liquidas, tendo como centro
uma capital federal no Planalto
Central..

Fonte: TAVARES (2004)


Propostas pré 1956 | Embrião de Brasília

Jales Machado

Mapa 4: Capital federal no


Quadrilátero Cruls.

Exbe um sumário da viabilidade


econômica do empreendimento
(garantir a viabilidade financeira sem
onerar os cofre públicos).

Não trata de definições intra-urbanas.

Fonte: TAVARES (2004)


Relatório Belcher
e desdobramentos
Relatório Belcher | Embrião de Brasília

Relatório Belcher - Antecedentes

1896

Apresentação do
Relatório da
Comissão
Exploradora do
Planalto Central
do Brasil
(Relatório Cruls)
Relatório Belcher | Embrião de Brasília

Relatório Belcher - Antecedentes

1896 1934

Apresentação do A Assembléia Nacional


Relatório da promulgou uma nova
Comissão Constituição, cujo artigo
Exploradora do 4° das “Disposições
Planalto Central Transitórias” estabelecia
do Brasil que “Será transferida a
(Relatório Cruls) Capital da União para um
ponto central do Brasil”
e que o presidente
“nomeará uma Comissão
(...), procederá a estudos
localidades adequadas à
instalação da Capital”
Relatório Belcher | Embrião de Brasília

Relatório Belcher - Antecedentes

1896 1934 1948

Apresentação do A Assembléia Nacional Gaspar Dutra autoriza a


Relatório da promulgou uma nova criação da Comissão de
Comissão Constituição, cujo artigo Estudo para a
Exploradora do 4° das “Disposições Localização da Nova
Planalto Central Transitórias” estabelecia Capital do Brasil.
do Brasil que “Será transferida a Amplia-se a área do
(Relatório Cruls) Capital da União para um retângulo Cruls de
ponto central do Brasil” 14.000 km² para 77.000
e que o presidente km²
“nomeará uma Comissão
(...), procederá a estudos
localidades adequadas à
instalação da Capital”
Relatório Belcher | Embrião de Brasília

Relatório Belcher - Antecedentes

1896 1934 1948 1953

Apresentação do A Assembléia Nacional Gaspar Dutra autoriza a Congresso aprova a Lei No


Relatório da promulgou uma nova criação da Comissão de 1.803, de 05 de janeiro de
Comissão Constituição, cujo artigo Estudo para a 1953, que autoriza a realizar
Exploradora do 4° das “Disposições Localização da Nova estudos definitivos para a
Planalto Central Transitórias” estabelecia Capital do Brasil. escolha, no Planalto Central,
do Brasil que “Será transferida a Amplia-se a área do de um sítio para a nova
(Relatório Cruls) Capital da União para um retângulo Cruls de Capital Brasileira.
ponto central do Brasil” 14.000 km² para 77.000 Vargas autoriza novos
e que o presidente km² estudos por meio da
“nomeará uma Comissão Comissão de Localização da
(...), procederá a estudos Nova Capital Federal.
localidades adequadas à Cria-se o retângulo do
instalação da Capital” Congresso (52.000 km²)
Relatório Belcher | Embrião de Brasília

Relatório Belcher - Antecedentes

1896 1934 1948 1953 1954

Apresentação do A Assembléia Nacional Gaspar Dutra autoriza a Congresso aprova a Lei No Efetua-se o contrato com
Relatório da promulgou uma nova criação da Comissão de 1.803, de 05 de janeiro de a empresa americana
Comissão Constituição, cujo artigo Estudo para a 1953, que autoriza a realizar Donald Belcher &
Exploradora do 4° das “Disposições Localização da Nova estudos definitivos para a Associates Inc. para
Planalto Central Transitórias” estabelecia Capital do Brasil. escolha, no Planalto Central, realizar aquele que seria
do Brasil que “Será transferida a Amplia-se a área do de um sítio para a nova o último e definitivo
(Relatório Cruls) Capital da União para um retângulo Cruls de Capital Brasileira. estudo para a escolha
ponto central do Brasil” 14.000 km² para 77.000 Vargas autoriza novos do Distrito Federal e que
e que o presidente km² estudos por meio da daria
“nomeará uma Comissão Comissão de Localização da
(...), procederá a estudos Nova Capital Federal.
localidades adequadas à Cria-se o retângulo do
instalação da Capital” Congresso (52.000 km²)
Relatório Belcher | Embrião de Brasília

Delimitações de áreas
Retângulo Cruls

Retângulo do Congresso
Relatório Belcher | Embrião de Brasília

Relatório Belcher
➔ Seu objetivo foi classificar cada área de acordo com suas características
naturais, atribuindo a cada item um valor específico. Ao final se obteria um
ranking das áreas com suas respectivas qualidades para sediar a Nova Capital;
➔ Análises a partir do solo; do subsolo; da geologia; dos recursos hidráulicos;
das fontes de água potável; das características agrícolas e do solo; da
matéria-prima para construção existentes nos locais; do clima; da topografia;
das belezas naturais; do potencial de abastecimento da população segundo a
fertilidade para cultivos agrícolas; e da possibilidade de transportes;
➔ Cinco áreas foram assinaladas e identificadas com cores diferenciadas. Todas
elas apresentavam cerca de 1.000 Km2, como previsto, e estavam dentro do
Retângulo do Congresso.
Relatório Belcher | Embrião de Brasília

Sítios demarcados pelo Relatório Belcher


Relatório Belcher | Embrião de Brasília

Sítios demarcados pelo Relatório Belcher


Relatório Belcher | Embrião de Brasília

Sítio Castanho

"Essas encostas ao longo dos vales são suaves e adequadas para as


edificações. Os vales em si poderiam ser desenvolvidos para edifícios públicos
e a sede do governo. As encostas da área são de tal ordem que, se a cidade
fosse construída aqui, haveria muitos setores da cidade com vistas ilimitadas
para os vales contíguos. Ao mesmo tempo, a associação de terrenos planos
contíguos às encostas proporciona uma excelente combinação para aeroportos
a serem localizados próximos à cidade, ainda sim, com um mínimo de
interferência dos estorvos operacionais de um aeroporto. Os recursos
recreacionais da vizinhança são tão variados como excelentes, variando desde
as encostas densamente florestadas do Rio Paranoá até os pontos vizinhos
onde é possível construir lagos artificiais."
Relatório Belcher (p. 249-250)
Desdobramentos | Embrião de Brasília

➔ Com base no Relatório Belcher, foram fixados novos limites para o quadrilátero, com área de
5.789,16 km2, e definido o “sítio castanho” para a implantação do embrião da cidade;
➔ A área apresentava condições de clima temperado, terreno contínuo, boa drenagem e potencial para
formação de lagos, pela possibilidade de represamento dos dois rios ali existentes: rio Paranoá e rio
São Bartolomeu.
➔ Em 1° de setembro de 1955, o Diário Oficial da União publicou o despacho de Café Filho
homologando o sítio e os limites do território da nova sede e inicia-se o processo de desapropriação
dos terrenos da área.
➔ Relatório: Nova Metrópole do Brasil (1955), concentra, portanto, um levantamento minucioso da área
escolhida lançando algumas diretrizes urbanísticas para a sua ocupação.
Desdobramentos | Embrião de Brasília
Raul Penna, José de Oliveira
Reis e Roberto Lacombe - 1955

A subcomissão de "Planejamento
Urbano" propôs uma cidade que se
denominava “Vera Cruz”, descrita
como sendo não apenas uma cidade
orgânica, monumental, política, e
administrativa, mas ainda baseada
nos conceitos de cidade-jardim do
urbanista britânico Ebenezer Howard
Desdobramentos | Embrião de Brasília

Novacap
➔ Em 24 de setembro de 1956, Kubitschek aprovou o estatuto da Companhia
Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), cujos principais objetivos eram:
1. estabelecer a localização, projetar, e executar a urbanização e construção da
futura capital e dispor dos imóveis do Distrito Federal como previsto em lei;
2. executar todos os serviços de competência federal, estadual e municipal;
3. colocar em prática o que fosse necessário para cumprir os objetivos sociais
previstos no estatuto, autorizados pelo seu conselho;
➔ Brasília não tinha projeto, mas já tinha pista do aeroporto comercial e o terminal
temporário, moradias para 3.000 trabalhadores, além de abrigos temporários para
a Novacap e seus funcionários;
➔ O concurso se deu apenas meses depois do início do processo de transferência.
Concurso Nacional
do Plano Piloto da
Nova Capital do
Brasil
Preliminares

Possível convite a Le Corbusier, apoiado por Affonso Eduardo Reidy e Roberto Burle Marx - sobre pressões

internas da categoria de arquitetos - IAB

Juscelino chegara a convidar Oscar Niemeyer que indica Lúcio Costa

Lúcio Costa sugere a organização de um concurso nacional sob o patrocínio do IAB

Agosto 1956 - “Manifesto dos arquitetos ao Presidente da Republica”


Manifesto dos arquitetos ao Presidente da República

Pedia concurso público de projetos entre profissionais brasileiros

Ressalvava a necessidade da elaboração de um esquema de plano regional para a área - prever e promover
um necessário equilíbrio “território-população-economia”

20 setembro 1956 - publicado o edital do Concurso e é criada a Novacap


Edital.

Entre setembro de 1956 e março de 1957

“3. O Plano Piloto deverá abranger:

a) traçado básico da cidade, indicando a disposição dos principais elementos da estrutura urbana, a localização e

interligação dos diversos setores, centros, instalações e serviços, distribuição dos espaços livres e vias de

comunicação (escala 1:25.000);”

b) relatório justificativo.”
Edital.

“a) esquema cartográfico da utilização prevista para a área do Distrito Federal, com a localização aproximada das

zonas de produção agrícola, urbana, industrial, de preservação dos recursos naturais – inclusive florestas, caça e

pesca, controle de erosão e proteção de mananciais – e das redes de comunicação (escala 1:50.000). [...]

b) cálculo do abastecimento de energia elétrica, de água e de transporte, necessários à vida da população urbana”
Expectativas...

f) equilíbrio e estabilidade econômica da região, sendo previstas oportunidades de trabalho para toda a população

e remuneração para os investimentos planejados;

g) previsão de um desenvolvimento progressivo equilibrado, assegurando a aplicação dos investimentos no mais

breve espaço de tempo e a existência dos abastecimentos e serviços necessários à população em cada etapa do

programa;

h) distribuição conveniente da população nas aglomerações urbanas e nas zonas de produção agrícola, de modo a

criar condições adequadas de convivência social.


Elegibilidade e júri

5. Só poderão participar deste concurso equipes dirigidas por arquitetos, engenheiros ou urbanistas, domiciliados

no país e devidamente registrados no Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura.

7. Os relatórios devem ser apresentados em sete vias.

8.0 Júri, presidido pelo Presidente da Cia. Urbanizadora da Nova Capital do Brasil, compor-se-á de: dois

representantes da Cia. Urbanizadora da Nova Capital do Brasil, um do Instituto de Arquitetura do Brasil, um do

Clube de Engenharia e dois urbanistas estrangeiros.

9. Os trabalhos deverão ser entregues dentro de 120 dias, a partir da data da abertura das inscrições.
Elegibilidade e júri

11. Os concorrentes, quando convocados, farão defesa oral de seus respectivos projetos perante o Júri.

12. A decisão do Júri será fundamentada, não cabendo dela qualquer recurso.

13. Após a publicação do resultado do julgamento, a Cia. Urbanizadora da Nova Capital do Brasil poderá expor os

trabalhos em lugar acessível ao público.


Composição do júri

André Sive (França);

William Holford (inglês de origem sul-africana), membro da Real Comissão de Belas Artes da Grã-Bretanha e

consultor na adaptação posterior dos projetos urbanos de Camberra (Austrália) e Petrória (África do Sul)

Israel Pinheiro, Presidente da Novacap

Oscar Niemeyer, Chefe do Depto de Urb e Arq Novacap

Paulo Antunes Ribeiro, indicado pelo IAB

Luiz Hildebrando Horta Barbosa, membro do Clube de Engenharia


Premiação

14. Os autores do Plano Piloto, classificados em primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto lugares, receberão os

prêmios de Cr$ 1.000.000,00 (um milhão de cruzeiros), Cr$ 500.000,00 (quinhentos mil cruzeiros), Cr$

400.000,00 (quatrocentos mil cruzeiros), Cr$ 300.000,00 (trezentos mil cruzeiros) e Cr$ 200.000,00 (duzentos mil

cruzeiros), respectivamente

15. Desde que haja perfeito acordo entre os autores classificados em primeiro lugar e a Cia. Urbanizadora da Nova

Capital do Brasil, terão aqueles a preferência para o desenvolvimento do projeto.


Documentos disponibilizados aos concorrentes

a) mosaico aerofotográfico, na escala de 1:50.000, com curvas de forma de 20 em 20 metros (apoiados em pontos

de altura determinados no terreno por altímetro de precisão Wallace & Tiernane de todo o Distrito Federal;

b) mapas de drenagem de todo o Distrito Federal;

c) mapas de Geologia de todo o Distrito Federal;

d) mapas de solos para obras de engenharia de todo o Distrito Federal;

e) mapas de solos para agricultura de todo o Distrito Federal;


Documentos disponibilizados aos concorrentes

f) mapas de utilização atual da terra de todo o DF;

g) mapa de conjunto, indicando locais para perfuração de poços, exploração de pedreiras, instalações de usinas

hidrelétricas, áreas para cultura, áreas para criação de gado, áreas para recreação, locais para aeroportos, etc.,

etc.;

h) mapa topográfico regular, na escala de 1:25.000, com curvas de nível de 5 em 5 metros, executado por

aerofotogrametria, cobrindo todo o sítio da Capital (cerca de 1.000 km²) e mais uma área de 1.000 km² a leste do

Sítio da Capital, abrangendo a cidade de Planaltina e grande parte do vale do Rio São Bartolomeu;
Documentos disponibilizados aos concorrentes

i) ampliação fotográfica dos mapas do sítio da Capital (200 km2) para a escala de 1:5.000, com curvas de nível de

5 em 5 metros;

j) mapas detalhados de drenagem, geologia, solos para engenharia, solos para agricultura e utilização da terra, do

sítio da cidade (1.000 km²) e mais 1.000 km2 a leste desse sítio;
Documentos disponibilizados aos concorrentes

k) mapas topográficos regulares, na escala de 1:2.000, com curvas de nível de metro em metro e de dois em dois

metros, da área de 150 km², indicada como ideal para a localização da zona urbana da Capital Federal;

l) relatório minucioso relativo aos estudos do solo e do subsolo, do macro clima e do micro clima, das águas

superficiais e subterrâneas, das possibilidades agrícolas e pecuárias, etc., etc.


Carta do IAB
Israel Pinheiro
“Comunico-lhe, ainda, que determinei seja o prazo de 120 dias para a entrega do Plano Piloto, contado a partir da

data do encerramento das inscrições e que sejam fornecidas aos concorrentes, cópias do relatório Belcher, nas partes

que lhes possam interessar.”


Resposta a questionamentos

Respondidos
1 por Oscar
– Ventos dominantes - Predominam os ventos Niemeyer
leste.

2 – Estrada de ferro - Uma estrada de ferro deverá ligar Anápolis ou Vianópolis à Nova Capital.

3 – Estrada de rodagem - Deverá ser projetada de Anápolis a Brasília.

4 – Represa, Hotel, Palácio Residencial e Aeroporto - A represa (cujo nível corresponderá à cota 997) , o hotel e o

palácio residencial ficarão situados de acordo com a planta já fixada e à disposição dos concorrentes. O palácio do

Governo projetado aguardará fixação do Plano Piloto. Nessa planta se acha também localizado o aeroporto

definitivo, já em construção.
Resposta a questionamentos

Respondidos
5 por Oscar
– Ministérios - Para os estudos Niemeyer
do Plano Piloto permanece a atual organização ministerial, acrescida de três

ministérios. Somente cerca de 30% dos funcionários serão transferidos.

6 – Indústria e agricultura - Deverá prever-se um desenvolvimento limitado, em vista do caráter político-

administrativo da Nova Capital.

7 – Loteamento e tipo de propriedade - O assunto aguardará sugestões do Plano Piloto.

8 – Densidade - Provisão para 500.000 habitantes, no máximo.


Resposta a questionamentos

Respondidos
9 por- Oscar
– Construções em andamento Estão sendo Niemeyer
iniciadas as obras de um hotel e de um palácio residencial para o

Presidente da República. Além dessas obras, estão em construção, em caráter provisório, as instalações necessárias

ao funcionamento da Companhia Urbanizadora e dos serviços que ali se iniciam.

10 – Relatório - Foi enviada cópia do relatório ao Instituto de Arquitetos do Brasil e à Faculdade de Arquitetura de

São Paulo.

11 – Apresentação dos trabalhos - Os concorrentes terão plena liberdade na apresentação de seus projetos,

inclusive no uso de cores, etc.


Resposta a questionamentos

Respondidos
12 – Escala - A escala parapor
o PlanoOscar Niemeyer
Piloto permanecerá de 1:25.000, entretanto será permitido aos concorrentes

apresentar detalhes do referido plano na escala que desejarem.

13 – Colaboradores - O arquiteto inscrito no concurso para o Plano Piloto de Brasília terá plena liberdade na

escolha de seus colaboradores, que poderão assinar as plantas apresentadas.

14 – Defesa oral - Na defesa oral, os arquitetos poderão ter a assistência de seus colaboradores.

Oscar Niemeyer
Resposta a questionamentos

Respondidos
26 concorrentes por Oscar Niemeyer

Lucio Costa, Arquiteto e Urbanista, venceu

Projeto construído e inaugurado 4 anos depois

O Plano Piloto, de 500 mil habitantes, é hoje um bairro de uma metrópole

O plano idealizado se transformou na metrópole real, com as tensões e contradições naturais a grande parte

das cidades brasileiras - preservação do patrimônio histórico, especulação imobiliária, problemas de

segregação e pobreza urbana, falência dos sistemas de circulação e transportes.


Relatório do Júri (1956)

PREMISSAS

“Esta éCapital
1. Uma a maior
Federalcontribuição
deve ser diferentesurbanística
de qualquer cidadedo século
de 500 XX!” -
mil habitantes
Sir
2. William Holford
Deve ter expressão arquitetural própria
3. Sua principal característica é a função governamental, para onde todas as outras funções convergem

ELEMENTOS FUNCIONAIS

1 – a consideração dos dados topográficos;


2 – a extensão da cidade projetada em relação a densidade da população (escala humana);
3 – o grau de integração - as relações dos elementos entre si;
4 – a ligação orgânica entre a cidade e os arredores (plano regional).
Relatório do Juri (1956)
SÍNTESE ARQUITETÔNICA
1 – composição geral;

2 – expressão específica da sede do Governo.

O Júri selecionou quatro projetos que até certo

ponto preenchem os critérios enumerados:

– o de número 2 (dois), de Boruch Milmann, João

Henrique Rocha e Ney Fontes Gonçalves;

– o de número 8 (oito), de M. M. M. Roberto;

– o de número 17 (dezessete) de Rino Levi, Roberto

Cerqueira César e L. R. Carvalho Franco;

– o de número 22 (vinte e dois), de Lúcio Costa.


Relatório do Juri (1956)
SÍNTESE ARQUITETÔNICA
1o LUGAR - projeto 22, de Lúcio Costa, por conferir

composição coerente, racional, de essência urbana - uma

obra de arte

2o LUGAR – projeto 2, de Boruch Milmann, João Henrique

Rocha e Ney Fontes Gonçalves - densidade convincente,

agrupa de maneira feliz as habitações na beira do lago

3o LUGAR - projeto 17, de Rino Levi, Roberto Cerqueira

César e L. R. Carvalho Franco - por apresentar alta

qualidade plástica em harmonia com a grande competência

técnica

4o LUGAR - projeto 8, de M. M. M. Roberto por sua ampla

pesquisa de desenvolvimento regional e seus estudos

aprofundados dos problemas econômicos e administrativos;


Relatório do Juri (1956)
SÍNTESE ARQUITETÔNICA
5o PRÊMIO: o de número 24 (vinte e quatro), o

número 26 (vinte e seis) e o de número 1 (um)

DO TEXTO DE LÚCIO…

“Cidade planejada para o trabalho ordenado e

eficiente, mas ao mesmo tempo cidade viva e

aprazível, própria ao devaneio e à especulação

intelectual, capaz de tornar-se, com o tempo, além

de centro de governo e administração, num foco de

cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país.”


Considerações
Finais
Considerações Finais| Embrião de Brasília

Embrião de Brasília
➔ Considerações Finais em tópicos (panorama histórico). Sabe que dps que eu
fiz a apresentação inteira fiquei me questionando do nome "Embrião de
Brasília"? Hehe Coloquei por colocar, podemos discutir melhor… inclusive
agora acho que cabe o título "Antecedentes de Brasília" ou até "Panorâma
Histórico e Técnico de Brasília" … vamos pensando juntas :)
Bibliografia
OLIVEIRA, Márcio de. Brasília: o mito na trajetória da nação. Brasília:Paralelo 15, 2005.
VIDAL, Laurent. De Nova Lisboa a Brasília: a invenção de uma capital (séculos XIX-XX). Brasília: Editora UnB, 2009.
BATISTA, Geraldo Nogueira. FICHER, Sylvia. LEITÃO, Francisco. FRANÇA, Dionísio Alves de. Brasília: uma história de planejamento. Cidade,
planejamento e gestão urbana: história das ideais, das práticas e das representações. X Encontro Nacional da Anpur. Belo Horizonte, 2003.
TAVARES, Jeferson. Projetos para Brasília e a cultura urbanística nacional. Dissertação Mestrado: USP, 2004.
BRAGA, Milton. O concurso de Brasília. São Paulo: Cosac Naify, 2010.
Obrigada

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