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29/10/2018 Rodolfo Amoedo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Rodolfo Amoedo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Rodolfo Amoedo (Salvador, 11 de dezembro de 1857 — Rio de
Janeiro, 31 de maio de 1941) foi Rodolfo Amoedo
um pintor, desenhista, professor e decorador brasileiro. Era professor
na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e foi considerado
um ótimo conhecedor das técnicas artísticas. Ao começar a lecionar,
sempre dava grande importância ao método de aprendizado no
momento que ensinava seus alunos. Acreditava que o mais
significativo não era criar especialistas e sua maior pretensão era que
todos aqueles que passassem por suas mãos se tornassem grandes
entendedores de arte.[1]

Tinha uma personalidade forte, a ponto de se envolver em diversas


brigas. Visto por muitos críticos como um dos pintores que inovou o
conceito do que era pintura durante o fim do Brasil Imperial, foi
denominado com o atualizador das obras acadêmicas do final do
século XIX e começo do século XX.[2] Ao morrer, suas pinturas foram
doadas para o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de
Janeiro.[3]
Nascimento 11 de dezembro de 1857
Salvador
Morte 31 de maio de
Índice 1941 (83 anos)
Rio de Janeiro
Bibliografia Cidadania Brasil
Estudos em Paris
Alma mater École nationale supérieure
Volta ao Brasil
des Beaux-Arts, Academia
Herança artística Julian
Técnica e modo de ensinar a arte Ocupação pintor, professor
Críticas universitário
Galeria Magnum Ciclo do Ouro, Marabá,
opus Más notícias, O Último
Referências Tamoio
Ver também [edite no Wikidata]
Ligações externas

Bibliografia
Nascido em um vilarejo em Salvador (Bahia), em 11 de setembro de 1857, Rodolfo Amoedo era filho de pais atores[3] e
estudava no Colégio Sebrão, ainda em Salvador. A família do pintor vivia sem luxo e passava por complicações
financeiras.[4] Mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro quando ainda era criança, em 1868, aos 11 anos de
idade e foi matriculado no Colégio Vitorio.[5] Começou a exercer seus primeiros traços de artista quando foi convidado
por um amigo pintor-letrista para trabalhar no extinto Teatro São Pedro. Foi admitido no Colégio Pedro II e ficou
trabalhando por lá por algum tempo, mas a falta de dinheiro o impedia de concluir o ensino. Depois disso, começou a

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trabalhar como assistente do pintor-letrista Albino Gonçalves.[1] Volta


aos estudos somente em 1873, aos 16 anos, matriculando-se no Liceu
de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, onde foi aluno de Costa Miranda
e de Antônio Sousa Lobo, que acabou se tornando uma espécie de
protetor de Rodolfo. Lá encontrou também o então jovem artista,
Victor Meirelles, que teve um importante papel na construção
artística do pintor. Afinal, as pinturas de Victor Meirelles eram
repletas de lirismo e influenciaram Rodolfo, mesmo em suas obras
mais naturalistas. Rodolfo aprendeu a reproduzir a suavidade e a
grande variação de cores por conta do legado das obras
impressionantes de Meirelles.[3][6]

Rodolpho Amoedo em foto de agosto de


1879.

No ano seguinte, graças a uma ajuda de Costa Miranda, Amoedo


ingressa na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba) como
pensionista, onde estudou com outros grandes artistas, como Zeferino
da Costa, Agostinho José da Mota e o escultor Chaves Pinheiro. Em
1878, ainda muito jovem, e com uma tela retratando e nomeada como
"O sacrifício de Abel", Rodolfo conquistou, em um polêmico concurso,
O Sacrifício de Abel (1878) o Prêmio de Viagem à Europa, no qual concorria com Henrique
Bernardelli, e com o paisagista e pintor de assuntos
históricos Antônio Firmino Monteiro.[2] O concurso se tornou polêmico pelo fato de que a comissão julgadora tinha
classificado Amoedo e Bernadelli como os ganhadores, e ambos ficaram em primeiro lugar, considerados pintores de
alto nível. Os jurados sentiram-se incapazes de escolher apenas um e pediram para que os concorrentes resolvem o
problema na sorte. Na época, o diretor da Academia se recusou a dar continuidade ao que tinha sido proposto e os
jurados tiveram que dar um parecer de sua decisão. Então, foi feita uma votação secreta e o resultado deu empate
novamente. O diretor da Academia precisou intervir, escolhendo o pintor Rodolfo Amoedo como o ganhador do
concurso. Foi assim que o artista conseguiu sua passagem para estudar em Paris.[3][2]

Para os artistas jovens daquela época, estudar na França era muito importante. Afinal, ali estava a mais prestigiada
instituição de ensino, a École des Beaux-Arts. Durante o tempo em que ficou no pensionato, começou a se envolver e a
se descobrir também como um amante das obras de caráter indianista, consideradas as melhores de sua carreira.
Entre elas, podemos citar o “Marabá” (1882), uma obra que representa o realismo e a sensualidade. Considerada uma
renovação final da temática indianista do pintor. Mas não foi uma tela que foi aclamada de imediato pelos críticos da
época, justamente por ter uma base de concepção moderna para o período histórico. E o “Ultimo Tamoio” (1883), que
é considerada uma pintura em que os progressos de Rodolfo são revelados, se trata de uma técnica superior ao da obra
"Marabá". Seus traços são considerados mais firmes e decididos, era a afirmação de que o mundo artístico estava em
movimento.[2][6][7]

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Estudos em Paris
Em 1879 mudou-se para Paris. Foi para a cidade luz com a intenção
de trabalhar e estudar. Inicialmente, cursa a Academia Julian. A
escola exigia exames de anatomia e perspectiva, história geral e
desenho ornamental para que o candidato fosse aceito e fizesse parte
do grupo de alunos. Mas só em maio de 1880, após submeter-se duas
vezes ao exame de admissão,[5] Rodolfo consegue matricular-se
na École des Beaux-Arts. É orientado por Alexandre Cabanel, Paul
Baudry e Puvis de Chavannes, renomados pintores
O Último Tamoio (1883), uma das obras
mais notórias de Amoedo acadêmicos do Segundo Império. Com estes orientadores, Rodolfo
aprendeu a pintar, tendo como base um desenho meticuloso,
aprendeu também a usar cores discretas e a criar uma arte mais
objetiva. Características que ficaram presentes em suas obras durante muito tempo. Durante o período que ficou
cursando a Academia de Julian, pintou temas tradicionais e buscava se livrar um pouco dos seus traços idealistas.[4][6]
Rodolfo também teve a oportunidade de ser um dos alunos de Jules Joseph Lefebvre, um importante pintor
acadêmico francês que influenciou uma grande parcela dos artistas que estavam na Academia Julian.[3]

As regras da Academia eram rígidas e Rodolfo Amoedo, ciente deste fato, seguiu os primeiros anos na escola sem fazer
nada de errado. No ano de 1882, o pintor começou a elaborar uma obra para que pudesse expor no Salon, que era a
grande vitrine artística da época.[2] Participou do Salon de Paris em 1882, 1883 e 1884, passando a desenvolver seus
grandes temas em torno da mitologia (A narração de Filectas), dos retratos (Amuada), dos temas bíblicos (Jesus em
Cafarnaum, A partida de Jacob) e da literatura brasileira, na qual se destacou pela produção de grandes telas voltadas
para o indianismo (O Último Tamoio, Marabá).[2][4]

Outro estilo de obra de Rodolfo Amoedo que mexeram com o imaginário de muitas pessoas durante o Segundo
Império brasileiro, seriam os nus que o artista fazia. Ele tratava de representar o corpo como um modelo em um
quadro hipotético. Que quase sempre eram localizadas em um ambiente tropical, o que nos dá a ideia de estar
representando o período colonial brasileiro. Esses nus brasileiros representam o mito do herói e do anti-herói da
literatura indianista. Podemos destacar entre as obras de Amoedo, que se encaixam nesta descrição, a obra “O estudo
de mulher (Mulher com Ventarola)” (1884) e o “Marabá” (1883), este que representa um nu muito mais realístico e
possui um recorte muito mais focado no corpo. O ambiente que é representado em torno do corpo da índia, possui
poucos elementos narrativos. É uma obra em que o pintor representa sua ideia de uma maneira mais dramática. O
“Marabá”, quando foi exposto em Paris, recebeu louvações e elogios de Alexandre Cabanel, professor prestigiado de
Amoedo na École des Beaux Arts.[8] Em 1883, Benedicto de Souza, um correspondente da Gazeta de Notícias do Rio
de Janeiro publicou suas impressões a respeito do estilo artístico do pintor: “Eu admiro no Sr. Amoedo esta bela
qualidade de querer pintar as cousas de seus país. Quando tiver completa sua educação artística, e quando voltar para
o Brasil e estiver em contato imediato com a natureza que ele conhece e que ele também sente e compreende, o Sr.
Amoedo há de produzir quadros excelentes. É um artista de futuro.".[3]

Volta ao Brasil
Sua volta ao Rio de Janeiro em 1887, foi anunciada até nos jornais regionais.[3] Em 1888 é nomeado professor
honorário da Academia Imperial de Belas Artes(Aiba). Mas quando Rodolfo volta ao Brasil, traz consigo algumas
concepções diferentes de aprendizado, por conta do modo diferente de lecionar dos franceses. Deste modo, cria a
pretensão de mudar tanto as concepções estéticas quanto as pedagógicas da Aiba. Suas obras já não eram mais as
mesmas do período em que cursava a Academia, agora, possuíam um tom triunfante, com um tratamento bem mais
discreto e que tomavam distancia de temas mitificados.[6] Então, no mesmo ano, junto a Antônio Souza Lobo,
Zeferino Costa e aos irmãos Henrique Bernadelli e Rodolfo Bernadelli, funda o Ateliê Livre. Um espaço que funcionava
como um paralelo ao ensino e ao trabalho da Academia, com a intenção de modernizar a grade curricular dos alunos e
ter como modelo a Académie Julian.[4]
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Ainda no ano de 1888, Rodolfo Amoedo realizou um evento para


expor as obras que confeccionou durante o período em que ficou no
pensionato artístico em Paris. Os críticos foram a loucura com as
obras do artista e até D. Pedro II foi prestigiá-lo. O começo da carreira
do pintor se estabeleceu nos últimos anos do Império Brasileiro, e isso
fez com que ele fizesse suas obras levando em consideração alguns
registros realistas do período. Obras que chegaram a ser vistas quase
que como paródias, mas sempre levando em conta os limites
convencionais da época. Desta maneira, Rodolfo Amoedo teve o
importante reconhecimento de sua arte por parte da oficialidade
brasileira na última década do império.[3]

Em 1889, o mesmo grupo de artistas e criadores do Atelie Livre, é


reconhecido por seu trabalho renovador e acabam conquistando
espaço dentro da diretoria da Escola Nacional de Belas Artes (antiga
Academia Imperial de Belas Artes). Rodolfo Amoedo se torna vice-
diretor da Escola em 1893, mas ainda lecionava na instituição. Em
1931 se torna professor catedrático honoris causa da instituição. Era
um professor rígido e incentivava seus alunos a pesquisar sobre os
mais diversos processos de pintura: têmpera, encáustica e até mesmo
a aquarela. Grandes artistas passaram por suas mãos durante este
período, como por exemplo: Candido Portinari, Baptista da Costa,
João Timóteo da Costa, Eugênio Latour, Eliseu Visconti, Alfredo
Galvão, Rodolfo Chambelland e Carlos Chambelland.[4] Mas em 1906, Ciclo do Ouro, de 1892, em exposição no
o pintor e Rodolfo Bernadelli tiveram uma briga, fazendo com que Museu Paulista.
Amoedo partisse para a Europa. No ano de 1909, passou a receber
importantes encomendas para fazer a decoração de prédios públicos, como o Palácio Itamaraty e o Supremo Tribunal
Federal do Rio de Janeiro, cria alguns painéis que ficariam na sessão de livros raros da Biblioteca Nacional e para o
Conselho Municipal do Rio de Janeiro. Ele realiza trabalhos também no Museu do Ipiranga (atualmente Museu
Paulista da Universidade de São Paulo), em São Paulo. E também no Teatro José Alencar, em Fortaleza. Além disso,
também pintou retratos de autoridades brasileiras, onde notabilizou-se bastante ao fazer este tipo de trabalho. Afinal,
uma das grandes características de Amoedo ao realizar uma pintura, era saber como dar ênfase a linearidade de suas
obras, sabia muito bem como ajustar a cor e tinha um contorno firme, o que dava evidência para a o caráter de suas
pinturas.[4][5][1][9]

Foi várias vezes premiado nas Exposições Gerais de Belas Artes, destacando-se a medalha de ouro na Exposição
Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil, no Rio de Janeiro em 1908. Também
ganhou medalha de honra na Exposição Geral de 1917. Em 1916 é convidado para decorar com a sua arte, o Theatro
Municipal do Rio de Janeiro. Ele fica afastado da Escola Nacional de Belas Artes(Enba) até o ano de 1918, quando é
novamente contratado pela instituição para reger a segunda cadeira de Pintura da Escola, cargo que ocupou até a sua
aposentadoria em 1934.[4]

Herança artística
Rodolfo Amoedo falece em 31 de maio de 1941, no Rio de Janeiro, com 84 anos de idade. Neste momento, já era
reconhecido como um dos grandes nomes da arte acadêmica brasileira, glorioso pintor e quase cego.[3] Mas já no fim
de sua vida, o pintor passava por dificuldades financeiras, não recebia nenhum auxílio das escolas aonde lecionou e
pode ser enterrado graças a generosidade de alguns amigos e ex-alunos. Entendedores de arte e historiadores relatam
que Rodolfo Amoedo foi melhor professor do que artista, embora suas telas sejam belíssimas.[1] Em 1942, grande
parte das obras do acervo do artista foram doadas para o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de

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Janeiro.[4] Que foi reaberto ao público em 2015, após uma reforma de dois anos. Atualmente, ele possui recursos
digitais que facilitam as consultas ao próprio museu. E a biblioteca do local, pouco conhecida pelos visitantes, foi
criada em 1943 graças a essa doação das obras feita pela família do pintor.[10] "A morte de Amoedo anuncia o inicio e
o fim da arte do século XIX; começa a ser definitivamente sepultada uma arte baseada no culto ao bom desenho, à
captação objetiva (porém não naturalista) da forma, ao rigor da composição.".[11]

Técnica e modo de ensinar a arte


Rodolfo foi um dos responsáveis pela renovação do ensino artístico no
fim do século XIX. Apesar de ter uma visão tradicional no momento de
criar suas obras, ele conseguiu introduzir uma corrente artística que
atualizou, na época, o que era considerado como arte acadêmica. Trouxe
o realismo burguês menos idealizado, fugindo das influencias
neoclássicas e românticas que existiam no Brasil Imperial.[4] Ele
percebeu que assim que foi proclamada a República no Brasil, não existia
mais a necessidade de forjar mitos sobre a nacionalidade. Os temas
sagrados caíram e deram lugar ao tema burguês, seja na pintura de
Marabá - 1882.
paisagens ou de retratos.[1] Amoedo não era um pintor que colocava em
sua tela, muitos pontos para serem analisados. Era um artista intimista,
de execução demorada e sempre muito bem pensada.[3]

Ao se tornar professor, abandonou a técnica de copiar estampas e quadros, tentou interpretar modelos vivos com
qualidades plástica e sem elas. Em relação aos seus alunos, exigia rigor nos desenhos e queria que as cores das paletas
utilizadas fossem claras, para que assim as pinturas não tivessem negros e terras queimadas. Afirmava que o preto só
devia ser usado no meio das tintas claras. Não tinha a pretensão de formar especialistas, mas queria que aqueles que
passassem por suas mãos fossem grandes conhecedores de arte.[1][6] É visto como um pintor ambíguo por algumas
vezes defender os velhos padrões e em outras, trazer a renovação. “Amoedo surge indeciso entre o papel de herdeiro
do academicismo local e aquele de introdutor do realismo burguês. Curiosamente o artista consegue transformar o seu
realismo inicial no único herdeiro possível e intransigente da arte tradicional no país, única sentinela eficaz contra os
avanços das vanguardas vindas da Europa”, diz o crítico e historiador Tadeu Chiarelli.[4] Alguns quadros de Rodolfo
Amoedo, do final do século XIX e começo do século XX, ainda são classificados como obras “acadêmicas” e que para o
período em que foram feitas, são consideradas como obras modernas. O artista, com sua paleta de cores luminosa, por
utilizar predominantemente das vezes, cores claras, demonstra um perfeito conhecimento da temática
impressionista.[8]

Sempre querendo dar prioridade e maior importância a questão humanista, o


pintor brasileiro dedica grande parte de suas obras a esse viés. Dificilmente
encontramos uma paisagem em meio ao seu acervo e quando o encontramos,
são poucos, apenas aqueles destinados a auxílio de pequenos estudos.
Também pode ser classificado como restaurador de quadros, onde a partir de
sua visão moderna para a época, conseguiu distinguir seus traços, sobretudo,
pelos requintes de sua técnica.[5][12]

Mas mesmo fazendo essas considerações sobre a arte oitocentista no Brasil,


ainda é possível notar que alguns pintores ainda persistiam na ideia de que, a
intenção de fazer uma reforma na maneira de se ensinar a arte em 1890, não
apresentava grandes mudanças em relação a concepção pedagógica e também
não chegava a contemplar as reivindicações e as descobertas da década
anterior. Para representar melhor esta ideia, temos um texto de Tadeu
Más Notícias (1895). Chiarelli sobre a maneira de executar a arte do então pintor baiano, Rodolfo
Amoedo. Aonde ele defende que a modernidade que anteriormente fora
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trazida pelo artista com o quadro “Estudo de Mulher” (1884), teria perdido suas concepções de expor um realismo
distante da idealização de seus antigos mestres, quando se tornou vice-diretor da Academia Nacional de Belas
Artes:[11][13]

Desde sua posse como vice-diretor da Escola Nacional, em 1890, o artista soube
“ absorver rapidamente os valores morais, puritanos, que pautavam a atuação da
antiga Academia. Seu papel ali, depois da reforma republicana não foi o de ”
renovador de ensino e das mentalidades existentes naquela instituição antes da
proclamação da República. Pelo contrário: uma vez atuando no território da arte
maior da arte oficial brasileira, que como professor/artista, quer como administrador,
Amoedo encarnou os antigos valores daquela intuição esquecendo-se rapidamente
de ter sido um dia vitima deles...

Críticas
Gonzaga Duque publicou em 1929 uma crítica à obra de Amoedo:[14]

A brilhante e comovedora obra inicial do


“ professor Rodolfo Amoedo sofreu, depois da
Narração de Filetas, um desviamento que ”
impressionaria muitíssimo se já não
houvéssemos indagado de seus estudos e
predileções de sua natureza. Esse desvio,
colaborado por causas complexas, tem-no
conduzido a uma arte menos emocional como
inspiração, mas, sem dúvida, forte, séria e Narração de Filetas - 1882
perfeita como técnica. Pesquisador por índole e
por probidade profissional preocupado com a
fatura, de que depende a durabilidade das
obras, os seus últimos tempos têm sido um
devotamento ao material de pintura, já
ensaiado processos desempoeirados da
antiguidade, já seguindo inovações que a
ciência moderna vulgariza.
Em 1944, Frederico Barata publicou a seguinte crítica:[7]

Há mesmo um curioso fenômeno digno de ser


“ assinalada na vida de Rodolfo Amoedo, para
qual é difícil encontrar uma explicação fora ”
dessa incapacidade de assimilar as formas
evolutivas que iam surgindo em redor dele.
Todas as telas que o firmaram, no conceito
geral e unânime, como mestre na pintura
brasileira, e ainda hoje o representam como tal
A Partida de Jacó (1884) nas galerias do Museu Nacional de Belas Artes,
foram trabalhos executados na época de aluno,
como pensionista na academia, na Europa.
Desde que voltou, consagrado pela crítica,
admirado por todos e recompensado com um
magistério prestigioso, nada mais produziu
comparável aos quadros mandados da
França... O impulso criador do seu pincel
admirável parece ter sido detido por uma força
misteriosa e chega a ser doloroso termos de
comparar a sua pintura posterior com a da fase
de apogeu precoce.
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Em 2000, Luciano Migliaccio realizou o seguinte comentário sobre Amoedo e sua obra:[15]

Amoedo também havia compreendido a lição de Cabanel, que impressionara Victor


“ Meirelles e Pedro Américo nas décadas anteriores. Sua interpretação, porém,
parece quase uma paródia intencional dos dois mestres. O tema indianista cedia ”
inteiramente lugar ao mundo bem mais urbano e real das cocotes, com o
atrevimento visto como um desafio pelos fariseus guardiães na moral da Academia
Imperial... A pintura de Amoedo, todavia, distingue-se pela atenção às novidades
técnicas que fazem dela um ponto de referência a renovação da Academia: por um
lado, os estudos de ótica de Bruck e Helmholtz; por outro lado, a redescoberta de
procedimentos antigos com a encáustica ou a pintura a ovo.

Galeria

Cena de café (s/d) Tronco Masculino (1880) Recostada (1880) Amuada (1882)

Ateliê do Artista (1883) Estudo de Mulher (1884) Busto de Adelaide Amoedo


(1892)

Referências
4. Cultural, Instituto Itaú. «Rodolfo Amoedo |
1. Noblat, Ricardo. «Pintura: Más Notícias (1895)» (htt Enciclopédia Itaú Cultural» (http://enciclopedia.itaucul
p://noblat.oglobo.globo.com/arte-hoje/noticia/2011/12/ tural.org.br/pessoa21342/rodolfo-amoedo).
pintura-mas-noticias-1895-419965.html). Ricardo Enciclopédia Itaú Cultural
Noblat
5. «Rodolfo Amoedo - Brasil Escola» (http://brasilescol
2. «19&20 - As pinturas indianistas de Rodolfo Amoedo, a.uol.com.br/biografia/rodolfo-amoedo.htm). Brasil
por Marcelo Gonczarowska Jorge» (http://www.dezen Escola. Consultado em 3 de novembro de 2017.
ovevinte.net/obras/ra_indianismo.htm).
www.dezenovevinte.net. Consultado em 3 de 6. Cavalcanti, Ana Maria Tavares Cavalcanti (2 de
novembro de 2017. fevereiro de 2017). «O último tamoio e o último
romântico» (http://www.historia.uff.br/impressoesrebel
3. Costa, Richard Santiago (2013). «O corpo indígena des/wp-content/uploads/2017/02/O-%C3%BAltimo-ta
ressignificado : Marabá e O último Tamoio de Rodolfo moio-e-o-%C3%BAltimo-rom%C3%A2ntico-Revista-d
Amoedo, e a retórica nacionalista do final do e-Hist%C3%B3ria.pdf) (PDF). A pintura histórica de
Segundo Império» (http://repositorio.unicamp.br/hand Rodolfo Amoedo buscou na arte uma retratação do
le/REPOSIP/281782). Repositório da Produção país com os povos indígenas, massacrados durante
Científica e Intelectual da Unicamp. Consultado em 3 a colonização. Consultado em 3 de novembro de
de novembro de 2017. 2017.

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29/10/2018 Rodolfo Amoedo – Wikipédia, a enciclopédia livre

7. Barata, Frederico (1944). O prêmio de viagem. In: 11. Chiarelli, Tadeu (1999). «Rodolfo Amoedo. In:
_______. Eliseu Visconti e seu tempo. Rio de _______. Arte internacional brasileira.»: 154,155 e
Janeiro: [s.n.] pp. 45–46 156
8. Batista, Stephanie Dahn (1 de junho de 2010). «O 12. Motta, Edson (1979). «In: FUNARTE (RIO DE
corpo falante: narrativas e inscrições num corpo JANEIRO). Museu Nacional de Belas Artes.».
imaginário na pintura acadêmica do século XIX» (htt Rodolfo Amoedo. In: FUNARTE (RIO DE JANEIRO).
p://periodicos.unespar.edu.br/index.php/revistacientifi Museu Nacional de Belas Artes. 76 páginas
ca/article/view/1577). Revista Científica/FAP. 0 (0). 13. Dazzi, Camila (2013). «Os estudos sobre a Academia
ISSN 1980-5071 (https://www.worldcat.org/issn/1980- de Belas Artes do Rio de Janeiro: contexto
5071) historiográfico, omissões históricas e novas
9. MOREIRA, Giovana Loos (2016). «A Construção da perspectivas.»: 116 e 117
História Nacional pelo pintor Firmino Monteiro entre 14. Duque, Gozaga (1929). Rodolpho Amoêdo: o mestre,
1879 e 1884.» (http://www.ufjf.br/ppghistoria/files/201 deveríamos acrescentar. In: _______.
6/02/Disserta%C3%A7%C3%A3o-Mestrado-Hist%C Contemporâneos: pintores e esculptores. Rio de
3%B3ria-Giovana-Loos.pdf) (PDF). Consultado em 3 Janeiro: [s.n.] pp. 11–18
de novembro de 2017.
15. Magliaccio, Luciano (2000). O século XIX. In:
10. «Biblioteca do Museus de Belas Artes é reaberta no MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SÃO
Rio.» (http://www.brasil.gov.br/cultura/2015/09/bibliote PAULO. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo.
ca-do-museu-de-belas-artes-e-reaberta-no-ri). 2015. 146 páginas
Consultado em 3 de novembro de 2017.

Ver também
Lista de pinturas de Rodolfo Amoedo
Pintura do Brasil
Pintura do Romantismo brasileiro

Ligações externas
Verbete na Enciclopédia Itaú Cultural (http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21342/rodolfo-amoedo)

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