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Rodolfo Amoedo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Rodolfo Amoedo (Salvador, 11 de dezembro de 1857 — Rio de
Janeiro, 31 de maio de 1941) foi Rodolfo Amoedo
um pintor, desenhista, professor e decorador brasileiro. Era professor
na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e foi considerado
um ótimo conhecedor das técnicas artísticas. Ao começar a lecionar,
sempre dava grande importância ao método de aprendizado no
momento que ensinava seus alunos. Acreditava que o mais
significativo não era criar especialistas e sua maior pretensão era que
todos aqueles que passassem por suas mãos se tornassem grandes
entendedores de arte.[1]
Bibliografia
Nascido em um vilarejo em Salvador (Bahia), em 11 de setembro de 1857, Rodolfo Amoedo era filho de pais atores[3] e
estudava no Colégio Sebrão, ainda em Salvador. A família do pintor vivia sem luxo e passava por complicações
financeiras.[4] Mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro quando ainda era criança, em 1868, aos 11 anos de
idade e foi matriculado no Colégio Vitorio.[5] Começou a exercer seus primeiros traços de artista quando foi convidado
por um amigo pintor-letrista para trabalhar no extinto Teatro São Pedro. Foi admitido no Colégio Pedro II e ficou
trabalhando por lá por algum tempo, mas a falta de dinheiro o impedia de concluir o ensino. Depois disso, começou a
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Para os artistas jovens daquela época, estudar na França era muito importante. Afinal, ali estava a mais prestigiada
instituição de ensino, a École des Beaux-Arts. Durante o tempo em que ficou no pensionato, começou a se envolver e a
se descobrir também como um amante das obras de caráter indianista, consideradas as melhores de sua carreira.
Entre elas, podemos citar o “Marabá” (1882), uma obra que representa o realismo e a sensualidade. Considerada uma
renovação final da temática indianista do pintor. Mas não foi uma tela que foi aclamada de imediato pelos críticos da
época, justamente por ter uma base de concepção moderna para o período histórico. E o “Ultimo Tamoio” (1883), que
é considerada uma pintura em que os progressos de Rodolfo são revelados, se trata de uma técnica superior ao da obra
"Marabá". Seus traços são considerados mais firmes e decididos, era a afirmação de que o mundo artístico estava em
movimento.[2][6][7]
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Estudos em Paris
Em 1879 mudou-se para Paris. Foi para a cidade luz com a intenção
de trabalhar e estudar. Inicialmente, cursa a Academia Julian. A
escola exigia exames de anatomia e perspectiva, história geral e
desenho ornamental para que o candidato fosse aceito e fizesse parte
do grupo de alunos. Mas só em maio de 1880, após submeter-se duas
vezes ao exame de admissão,[5] Rodolfo consegue matricular-se
na École des Beaux-Arts. É orientado por Alexandre Cabanel, Paul
Baudry e Puvis de Chavannes, renomados pintores
O Último Tamoio (1883), uma das obras
mais notórias de Amoedo acadêmicos do Segundo Império. Com estes orientadores, Rodolfo
aprendeu a pintar, tendo como base um desenho meticuloso,
aprendeu também a usar cores discretas e a criar uma arte mais
objetiva. Características que ficaram presentes em suas obras durante muito tempo. Durante o período que ficou
cursando a Academia de Julian, pintou temas tradicionais e buscava se livrar um pouco dos seus traços idealistas.[4][6]
Rodolfo também teve a oportunidade de ser um dos alunos de Jules Joseph Lefebvre, um importante pintor
acadêmico francês que influenciou uma grande parcela dos artistas que estavam na Academia Julian.[3]
As regras da Academia eram rígidas e Rodolfo Amoedo, ciente deste fato, seguiu os primeiros anos na escola sem fazer
nada de errado. No ano de 1882, o pintor começou a elaborar uma obra para que pudesse expor no Salon, que era a
grande vitrine artística da época.[2] Participou do Salon de Paris em 1882, 1883 e 1884, passando a desenvolver seus
grandes temas em torno da mitologia (A narração de Filectas), dos retratos (Amuada), dos temas bíblicos (Jesus em
Cafarnaum, A partida de Jacob) e da literatura brasileira, na qual se destacou pela produção de grandes telas voltadas
para o indianismo (O Último Tamoio, Marabá).[2][4]
Outro estilo de obra de Rodolfo Amoedo que mexeram com o imaginário de muitas pessoas durante o Segundo
Império brasileiro, seriam os nus que o artista fazia. Ele tratava de representar o corpo como um modelo em um
quadro hipotético. Que quase sempre eram localizadas em um ambiente tropical, o que nos dá a ideia de estar
representando o período colonial brasileiro. Esses nus brasileiros representam o mito do herói e do anti-herói da
literatura indianista. Podemos destacar entre as obras de Amoedo, que se encaixam nesta descrição, a obra “O estudo
de mulher (Mulher com Ventarola)” (1884) e o “Marabá” (1883), este que representa um nu muito mais realístico e
possui um recorte muito mais focado no corpo. O ambiente que é representado em torno do corpo da índia, possui
poucos elementos narrativos. É uma obra em que o pintor representa sua ideia de uma maneira mais dramática. O
“Marabá”, quando foi exposto em Paris, recebeu louvações e elogios de Alexandre Cabanel, professor prestigiado de
Amoedo na École des Beaux Arts.[8] Em 1883, Benedicto de Souza, um correspondente da Gazeta de Notícias do Rio
de Janeiro publicou suas impressões a respeito do estilo artístico do pintor: “Eu admiro no Sr. Amoedo esta bela
qualidade de querer pintar as cousas de seus país. Quando tiver completa sua educação artística, e quando voltar para
o Brasil e estiver em contato imediato com a natureza que ele conhece e que ele também sente e compreende, o Sr.
Amoedo há de produzir quadros excelentes. É um artista de futuro.".[3]
Volta ao Brasil
Sua volta ao Rio de Janeiro em 1887, foi anunciada até nos jornais regionais.[3] Em 1888 é nomeado professor
honorário da Academia Imperial de Belas Artes(Aiba). Mas quando Rodolfo volta ao Brasil, traz consigo algumas
concepções diferentes de aprendizado, por conta do modo diferente de lecionar dos franceses. Deste modo, cria a
pretensão de mudar tanto as concepções estéticas quanto as pedagógicas da Aiba. Suas obras já não eram mais as
mesmas do período em que cursava a Academia, agora, possuíam um tom triunfante, com um tratamento bem mais
discreto e que tomavam distancia de temas mitificados.[6] Então, no mesmo ano, junto a Antônio Souza Lobo,
Zeferino Costa e aos irmãos Henrique Bernadelli e Rodolfo Bernadelli, funda o Ateliê Livre. Um espaço que funcionava
como um paralelo ao ensino e ao trabalho da Academia, com a intenção de modernizar a grade curricular dos alunos e
ter como modelo a Académie Julian.[4]
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Foi várias vezes premiado nas Exposições Gerais de Belas Artes, destacando-se a medalha de ouro na Exposição
Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil, no Rio de Janeiro em 1908. Também
ganhou medalha de honra na Exposição Geral de 1917. Em 1916 é convidado para decorar com a sua arte, o Theatro
Municipal do Rio de Janeiro. Ele fica afastado da Escola Nacional de Belas Artes(Enba) até o ano de 1918, quando é
novamente contratado pela instituição para reger a segunda cadeira de Pintura da Escola, cargo que ocupou até a sua
aposentadoria em 1934.[4]
Herança artística
Rodolfo Amoedo falece em 31 de maio de 1941, no Rio de Janeiro, com 84 anos de idade. Neste momento, já era
reconhecido como um dos grandes nomes da arte acadêmica brasileira, glorioso pintor e quase cego.[3] Mas já no fim
de sua vida, o pintor passava por dificuldades financeiras, não recebia nenhum auxílio das escolas aonde lecionou e
pode ser enterrado graças a generosidade de alguns amigos e ex-alunos. Entendedores de arte e historiadores relatam
que Rodolfo Amoedo foi melhor professor do que artista, embora suas telas sejam belíssimas.[1] Em 1942, grande
parte das obras do acervo do artista foram doadas para o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de
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Janeiro.[4] Que foi reaberto ao público em 2015, após uma reforma de dois anos. Atualmente, ele possui recursos
digitais que facilitam as consultas ao próprio museu. E a biblioteca do local, pouco conhecida pelos visitantes, foi
criada em 1943 graças a essa doação das obras feita pela família do pintor.[10] "A morte de Amoedo anuncia o inicio e
o fim da arte do século XIX; começa a ser definitivamente sepultada uma arte baseada no culto ao bom desenho, à
captação objetiva (porém não naturalista) da forma, ao rigor da composição.".[11]
Ao se tornar professor, abandonou a técnica de copiar estampas e quadros, tentou interpretar modelos vivos com
qualidades plástica e sem elas. Em relação aos seus alunos, exigia rigor nos desenhos e queria que as cores das paletas
utilizadas fossem claras, para que assim as pinturas não tivessem negros e terras queimadas. Afirmava que o preto só
devia ser usado no meio das tintas claras. Não tinha a pretensão de formar especialistas, mas queria que aqueles que
passassem por suas mãos fossem grandes conhecedores de arte.[1][6] É visto como um pintor ambíguo por algumas
vezes defender os velhos padrões e em outras, trazer a renovação. “Amoedo surge indeciso entre o papel de herdeiro
do academicismo local e aquele de introdutor do realismo burguês. Curiosamente o artista consegue transformar o seu
realismo inicial no único herdeiro possível e intransigente da arte tradicional no país, única sentinela eficaz contra os
avanços das vanguardas vindas da Europa”, diz o crítico e historiador Tadeu Chiarelli.[4] Alguns quadros de Rodolfo
Amoedo, do final do século XIX e começo do século XX, ainda são classificados como obras “acadêmicas” e que para o
período em que foram feitas, são consideradas como obras modernas. O artista, com sua paleta de cores luminosa, por
utilizar predominantemente das vezes, cores claras, demonstra um perfeito conhecimento da temática
impressionista.[8]
trazida pelo artista com o quadro “Estudo de Mulher” (1884), teria perdido suas concepções de expor um realismo
distante da idealização de seus antigos mestres, quando se tornou vice-diretor da Academia Nacional de Belas
Artes:[11][13]
Desde sua posse como vice-diretor da Escola Nacional, em 1890, o artista soube
“ absorver rapidamente os valores morais, puritanos, que pautavam a atuação da
antiga Academia. Seu papel ali, depois da reforma republicana não foi o de ”
renovador de ensino e das mentalidades existentes naquela instituição antes da
proclamação da República. Pelo contrário: uma vez atuando no território da arte
maior da arte oficial brasileira, que como professor/artista, quer como administrador,
Amoedo encarnou os antigos valores daquela intuição esquecendo-se rapidamente
de ter sido um dia vitima deles...
Críticas
Gonzaga Duque publicou em 1929 uma crítica à obra de Amoedo:[14]
Em 2000, Luciano Migliaccio realizou o seguinte comentário sobre Amoedo e sua obra:[15]
Galeria
Cena de café (s/d) Tronco Masculino (1880) Recostada (1880) Amuada (1882)
Referências
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1. Noblat, Ricardo. «Pintura: Más Notícias (1895)» (htt Enciclopédia Itaú Cultural» (http://enciclopedia.itaucul
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pintura-mas-noticias-1895-419965.html). Ricardo Enciclopédia Itaú Cultural
Noblat
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2. «19&20 - As pinturas indianistas de Rodolfo Amoedo, a.uol.com.br/biografia/rodolfo-amoedo.htm). Brasil
por Marcelo Gonczarowska Jorge» (http://www.dezen Escola. Consultado em 3 de novembro de 2017.
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www.dezenovevinte.net. Consultado em 3 de 6. Cavalcanti, Ana Maria Tavares Cavalcanti (2 de
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romântico» (http://www.historia.uff.br/impressoesrebel
3. Costa, Richard Santiago (2013). «O corpo indígena des/wp-content/uploads/2017/02/O-%C3%BAltimo-ta
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Amoedo, e a retórica nacionalista do final do e-Hist%C3%B3ria.pdf) (PDF). A pintura histórica de
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7. Barata, Frederico (1944). O prêmio de viagem. In: 11. Chiarelli, Tadeu (1999). «Rodolfo Amoedo. In:
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8. Batista, Stephanie Dahn (1 de junho de 2010). «O 12. Motta, Edson (1979). «In: FUNARTE (RIO DE
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5071) historiográfico, omissões históricas e novas
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3%B3ria-Giovana-Loos.pdf) (PDF). Consultado em 3 Janeiro: [s.n.] pp. 11–18
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15. Magliaccio, Luciano (2000). O século XIX. In:
10. «Biblioteca do Museus de Belas Artes é reaberta no MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SÃO
Rio.» (http://www.brasil.gov.br/cultura/2015/09/bibliote PAULO. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo.
ca-do-museu-de-belas-artes-e-reaberta-no-ri). 2015. 146 páginas
Consultado em 3 de novembro de 2017.
Ver também
Lista de pinturas de Rodolfo Amoedo
Pintura do Brasil
Pintura do Romantismo brasileiro
Ligações externas
Verbete na Enciclopédia Itaú Cultural (http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21342/rodolfo-amoedo)
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