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Eletricista de Manutenção

Eletricidade básica - Prática


Eletricidade básica - Prática
004634 (46.15.11.944-7)

© SENAI-SP, 2010

4a Edição.
Revisão de edição por Meios Educacionais da Gerência de Educação da Diretoria técnica do SENAI-SP.

Revisores de edição Priscila Ferri


Marcos Luesch Reis
Coordenação editorial Gilvan Lima da Silva

3a Edição, 2008.
Trabalho avaliado pelo Comitê Técnico de Eletricidade e editorado por Meios Educacionais da Gerência
de Educação da Diretoria técnica do SENAI-SP.

Avaliação Comitê Técnico de Eletricidade

2ª Edição, 2005.
Trabalho revisado pela Escola SENAI “Roberto Simonsen” - CFP 1.01 e editorado por
Meios Educacionais da Gerência de Educação da Diretoria Técnica do SENAI-SP.

Revisão de conteúdos Antônio Hernandes Gonçalves (CFP 1.01)


Paulo Dirceu Bonami Briotto (CFP 1.01)
Demércio Claudinei Lopes (CFP 1.01)

1a Edição. Elaboração, 1998.


Trabalho elaborado pela Divisão de Recursos Didáticos da Diretoria de Educação do Departamento
Regional do SENAI-SP.

Equipe responsável
Coordenação geral Adilson Tabain Kole
Coordenação Célio Torrecilha
Elaboração Airton Almeida de Moraes
Regina Célia Roland Novaes
Conteúdo técnico Airton Almeida de Moraes
Júlio César Caetano
Ilustrações José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Capa José Joaquim Pecegueiro
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Regional de São Paulo
Av. Paulista, 1313 - Cerqueira César
São Paulo – SP
CEP 01311-923

Telefone (0XX11) 3146-7000


Telefax (0XX11) 3146-7230
SENAI on-line 0800-55-1000

E-mail senai@sp.senai.br
Home page http://www.sp.senai.br
Eletricidade básica - Prática

Sumário

Parte I: Tecnologia aplicada


Apresentação 9
Normas técnicas 11
O que é normalização? 11
Normas técnicas brasileiras 12
Normas para eletricidade/eletrônica 14
O consumidor e a norma 15
Exercícios 16
Diagramas elétricos 19
Diagrama elétrico 19
Exercícios 27
Ferramentas para instalações elétricas 29
Alicates 29
Chave de fenda 32
Exercícios 34
Utensílios para eletricistas 35
Escadas 35
Guia de náilon 38
Exercícios 39
Condutores elétricos 41
Materiais para a fabricação de condutores 41
Normalização 44
Técnicas de conexão de condutores elétricos 47
Emendas e derivações 47
Conectores especiais 53
Isolação de emendas e derivações 53
Instrumentos de medição 55
Instrumentos 55
Megôhmetro 58
Resistência de isolação 60
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Eletricidade básica - Prática

Regra para instalações elétricas 61


Regra para transformadores 63
Teste de isolação com o megôhmetro 64
Exercícios 67
Proteção contra os perigos da energia elétrica 69
Efeitos da corrente elétrica no corpo humano 69
Medidas de proteção 72
Exercícios 74
Aterramento 75
Eletrodo de aterramento 76
Corrente de fuga 77
Condutores de proteção 79
Sistemas de aterramento para redes de baixa tensão 80
Terramiter ou terrômetro 82
Exercícios 83
Dispositivos de proteção, acionamento e sinalização 85
Dispositivos de proteção 85
Interruptor de corrente de fuga 85
Fusíveis 87
Disjuntores 88
Relês térmicos 91
Contatores 93
Dispositivos de sinalização 95
Exercícios 96
Dispositivos de manobra, ligação e conexão 99
Interruptores 99
Tipos de interruptores 100
Tomadas e plugues 103
Porta-lâmpadas 105
Exercícios 105
Lâmpadas incandescentes 107
Exercícios 109
Luminárias para lâmpadas fluorescentes 111
Luminária fluorescente 111
Calha 112
Reatores 113
Difusor 114
Starter 115

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Eletricidade básica - Prática

Lâmpada de descarga fluorescente 116


Funcionamento 117
Exercícios 118
Noções de ergonomia 121
O que é ergonomia? 121
Norma Regulamentadora 17 123
Organização do trabalho 124
Posto de trabalho 125
Princípios de economia de movimentos 126
Fatores ambientais 133
Riscos físicos 134
Ruído 135
Temperatura 136
Radiação 136
Radiações ionizantes 138
Riscos ergonômicos 143
Os riscos ergonômicos: Lesões por Esforço Repetitivo 143
O que é uma LER? 144
Causas da LER 144
Prevenção das LER 147
Importância das pausas e dos exercícios 148
Prevenção de incêndios 153
O que é o fogo? 153
A prevenção 155
Como evitar incêndios 155
Armazenamento 156
Organização e Limpeza 156
Pára-raios 157
Manutenção adequada de instalações elétricas, máquinas e equipamentos 157
Os primeiros cinco minutos 157
Todo incêndio é igual? 158
Providências em caso de incêndio 160
Exercícios 161
Descarte de materiais 163
Lixo: um grande problema 164
Tratamento do lixo 164
Reciclagem do lixo 167
Papel 167

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Eletricidade básica - Prática

Vidro 168
Metal 169
Plástico 170
Exercícios 171

Parte II: Ensaios


Emendar, soldar e isolar condutores 173
Procedimento 174
Medir grandezas elétricas 179
Procedimento 180
Medir resistência elétrica 187
Procedimento 188
Comprovar a lei de Ohm 191
Procedimento 192
Instalar tomada, interruptor e lâmpada 197
Procedimento 198
Instalar duas lâmpadas incandescentes 201
Procedimento 202
Instalar luminária 203
Procedimento 204
Instalar motor monofásico 205
Procedimento 205
Instalar motor trifásico 207
Introdução 207
Procedimento 208
Instalar motor trifásico com inversão de rotação 211
Procedimento 211
Indicações de Normas 215
Referências 219

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Eletricidade básica - Prática

Apresentação

Caro Aluno

Neste momento você está iniciando seus estudos na área de Eletricidade no Curso de
Aprendizagem Industrial do SENAI. O principal objetivo deste estudo é fazer você
conhecer não só os princípios e as leis que comandam o funcionamento dos circuitos
elétricos, mas também as características de componentes e instrumentos de medição
usados no dia-a-dia do profissional dessa área.

Para isso, o presente volume, Eletricidade Básica: Prática Profissional está


dividido em duas partes: Tecnologia Aplicada, que complementa os conceitos
teóricos que você já estudou com informações tecnológicas sobre ferramentas,
instrumentos, componentes, equipamentos e normas de segurança para a realização
das atividades práticas e Ensaios, que tem o objetivo de comprovar
experimentalmente os conceitos e aplicar na prática todos os conteúdos teóricos
estudados.

Trata-se de um material de referência preparado com todo o cuidado para ajudá-lo em


sua caminhada rumo ao sucesso profissional. Por isso desejamos que ele seja não
apenas a porta de entrada para o maravilhoso mundo da elétrica, mas também que
indique os inúmeros caminhos que este mundo pode fornecer quando se tem
curiosidade, criatividade e vontade de aprender.

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Eletroeletrônica

10 Tecnologia aplicada e ensaios


Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Normas técnicas

Se observarmos a natureza, será possível perceber que existem, no ambiente em que


vivemos, elementos que se repetem. Exemplos disso são os movimentos dos astros,
os formatos das folhas, a estrutura cristalina de determinadas substâncias.

Seguindo essa tendência natural, quando o ser humano começou a viver em


comunidade, precisou usar normas de convivência, de linguagem, de padrões de
comportamento.

Conforme foi descobrindo ou inventando armas, ferramentas, objetos de uso


doméstico, o homem percebeu também as vantagens de usar normas e procedimentos
uniformizados.

Isso se tornou ainda mais necessário quando a Revolução Industrial, que começou no
fim do século XVIII, fez surgir a produção em massa, ou seja, a fabricação de um
mesmo produto em grandes quantidades. Para racionalizar custos de produção e
facilitar o uso e manutenção dos produtos fabricados, começaram a surgir critérios de
padronização que reduziram a variedade de tamanhos e formatos das peças,
diminuindo a quantidade de itens de estoque e facilitando a vida do consumidor.

O que é normalização?

A padronização foi o primeiro passo para a normalização. Esta nada mais é do que
um conjunto de critérios estabelecidos entre as partes interessadas, ou seja, técnicos,
engenheiros, fabricantes, consumidores e instituições, para padronizar produtos,
simplificar processos produtivos e garantir um produto confiável que atenda às
necessidades de seu usuário.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Do processo de normalização surgem as normas que são documentos que contêm


informações técnicas para uso de fabricantes e consumidores. Elas são elaboradas a
partir da experiência acumulada na indústria e no uso, e a partir dos avanços
tecnológicos que vão sendo incorporados à criação e fabricação de novos produtos.

O processo de normalização que se iniciou por volta de 1900 e se estendeu até os


anos 80, concentrou seus esforços na criação de normas que visavam à especificação
e à definição de produtos industriais, agrícolas e outros. Nesse período, a maior
atenção da normalização esteve voltada para a padronização de peças usadas na
construção de máquinas e de equipamentos.

Atualmente as normas englobam questões relativas a terminologias, glossários de


termos técnicos, símbolos e regulamentos de segurança entre outros. Por causa disso,
os objetivos atuais da normalização referem-se à:
• Simplificação, ou seja, à limitação e redução da fabricação de variedades
desnecessárias de um produto;
• Comunicação, ou seja, ao estabelecimento de linguagens comuns que facilitem o
processo de comunicação entre fabricantes, fornecedores e consumidores;
• Economia global, isto é, à criação de normas técnicas internacionais que permitam
o comércio de produtos entre países;
• Segurança, quer dizer, à proteção da saúde e da vida humana;
• Proteção dos direitos do consumidor, isto é, à garantia da qualidade do produto.

Normas técnicas brasileiras

O atual modelo brasileiro de normalização foi implantado a partir de 1992 e tem o


objetivo de descentralizar e agilizar a elaboração de normas técnicas. Para isso, foram
criados o Comitê Nacional de Normalização (CNN) e o Organismo de
Normalização Setorial (ONS).

O CNN tem a função de estruturar todo o sistema de normalização, enquanto que cada
ONS tem como objetivo agilizar a produção de normas específicas de seus setores.
Para que os ONS passem a elaborar normas de âmbito nacional, eles devem se
credenciar e ser supervisionados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A ABNT é uma entidade privada, sem fins lucrativos e a ela compete coordenar,
orientar e supervisionar o processo de elaboração de normas brasileiras, bem como
elaborar, editar e registrar as referidas normas (NBR).

Para que os produtos brasileiros sejam aceitos nos mercados internacionais, as


normas da ABNT devem ser elaboradas, de preferência, seguindo diretrizes e
instruções de associações internacionais de normalização como a ISO (International
Standard Organization), com sede em Genebra, na Suíça, e que significa Organização
Internacional de Normas) e a IEC (International Eletrotechnical Commission, que quer
dizer, Comissão Internacional de Eletrotécnica) utilizando a forma e o conteúdo das
normas internacionais, acrescentando-lhes, quando necessário, as particularidades do
mercado nacional.

A ABNT é responsável pela elaboração dos seguintes tipos de normas:


• Normas de procedimento que fornecem orientações sobre a maneira correta de
empregar materiais e produtos; executar cálculos e projetos; instalar máquinas e
equipamentos; realizar controle de produtos;
• Normas de especificação que fixam padrões mínimos de qualidade para os
produtos;
• Normas de padronização que fixam formas, dimensões e tipos de produtos usados
na construção de máquinas, equipamentos e dispositivos mecânicos;
• Normas de terminologia que definem, com precisão, os termos técnicos aplicados
a materiais, máquinas, peças e outros artigos;
• Normas de classificação que ordenam, distribuem ou subdividem conceitos ou
objetos, bem como estabelecem critérios de classificação a serem adotados;
• Normas de métodos de ensaio que determinam a maneira de se verificar a
qualidade das matérias-primas e dos produtos manufaturados;
• Normas de simbologia que estabelecem convenções gráficas para conceitos,
grandezas, sistemas ou partes de sistemas, com a finalidade de representar
esquemas de montagem, circuitos, componentes de circuitos, fluxogramas etc.

Observação
A simbologia facilita a comunicação entre fabricantes e consumidores. Sem códigos
normalizados, cada fabricante teria que escrever extensos manuais para informar as
características dos equipamentos, projetos, desenhos, diagramas, circuitos, esquemas
de seus produtos.

SENAI-SP – INTRANET 13
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Normas para eletricidade/eletrônica

Para existir, uma norma percorre um longo caminho. No caso de eletricidade, ela é
discutida inicialmente no COBEI - Comitê Brasileiro de Eletricidade.

O COBEI tem diversas comissões de estudos formada por técnicos que se dedicam a
cada um dos assuntos específicos, que fazem parte de uma norma. Estes
profissionais, muitas vezes partem de um documento básico sobre o tema a ser
normatizado, produzido pelo IEC. Como este documento é feito por uma comissão
internacional, ele precisa, como já foi dito, ser adaptado para ser aplicado no Brasil.

Feitos os estudos, tem-se um projeto de norma que recebe um número da ABNT, é


votado por seus sócios e retorna à comissão técnica que pode aceitar ou não as
alterações propostas na votação. Se aprovado, transforma-se em norma ABNT que,
em seguida é encaminhada ao INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (órgão federal ligado ao Ministério da Justiça),
onde receberá uma classificação e será registrada.

Esta norma poderá ser uma NBR1, o que a torna obrigatória; uma NBR2, obrigatória
para órgãos públicos e chamada de referendada; ou uma NBR3, chamada de
registrada e que pode ou não ser seguida.

14 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O organograma simplificado da ABNT, mostrado a seguir, representa o trajeto seguido


por uma norma até que ela seja aprovada.

Periodicamente, as normas devem ser revistas. Em geral, esse exame deve ocorrer
em intervalos de cinco anos. Todavia, o avanço tecnológico pode determinar que
algumas normas sejam revistas em intervalos menores de tempo.

O consumidor e a norma

No relacionamento fabricante-consumidor, o consumidor é a parte que mais se


beneficia com produtos fabricados segundo normas oficiais, pois quanto maior o
número de normas implantadas para se fabricar um produto qualquer, maior a
qualidade do produto e, portanto, maior é a confiança do consumidor.

Além disso, fabricar produtos segundo normas aceitas internacionalmente é um fator


muito importante para a colocação desses produtos no mercado externo.

Se as normas já eram importantes, com o código de defesa do consumidor as


normas técnicas da ABNT estão assumindo um papel ainda mais importante, já que se
tornaram verdadeiras referências sobre qualidade e produto.

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Eletricidade básica - Prática

A ABNT é aberta à população e é possível associar-se a ela e receber normas


atualizadas. Mesmo não sendo sócio, qualquer cidadão pode fazer consultas ou
adquirir normas no seguinte endereço:

Rua Marquês de Itu, 88 - 4o andar


São Paulo - CEP 01223-000
Tel.: (011) 222-0966
e-mail: http://www.abnt.org.br

Exercícios

1. Assinale a alternativa correta:


a. As organizações ISO e IEC elaboram normas:
1. ( ) nacionais, para uso restrito em alguns países.
2. ( ) para setores específicos do setor produtivo.
3. ( ) internacionais, para uso comum de vários países.
4. ( ) para uso interno de algumas empresas.

b. As mais importantes associações internacionais responsáveis pela elaboração


de normas válidas para diversos países são:
1. ( ) ISO, ABNT.
2. ( ) ISO, IEC.
3. ( ) IEC, ABNT.
4. ( ) ABNT, DIN.

c. Faça a analogia entre a descrição e o respectivo objetivo da normalização,


numerando a coluna da direita de acordo com a da esquerda. Atenção! Um dos
parênteses ficará vazio!

1. Reduzir variedades de dimensões e ( ) economia global


padrões, definir terminologia comum e
coerente para facilitar a fabricação e o uso ( ) segurança
dos produtos.
2. Padronizar termos técnicos, criando uma ( ) interesse do consumidor
linguagem comum para facilitar a relação
entre fabricantes, fornecedores e ( ) diversificação
consumidores.
3. Obter produtos com qualidade, custo ( ) simplificação
reduzido, menor índice de refugo, menor
quantidade de itens de estoque. ( ) comunicação

16 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

4. Proteger a saúde, a vida humana e o bem-


estar da sociedade.
5. Garantir satisfação com a qualidade e
eficiência do produto.

2. Responda às seguintes perguntas:


a. Qual é o nome da organização responsável pela elaboração das normas
técnicas no Brasil?

b. Quantos e quais são os tipos de normas que esse órgão elabora?

SENAI-SP – INTRANET 17
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaborador: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Conteudista: Airton Almeida de Moraes Cláudio Correia
Júlio César Caetano Douglas Airoldi
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Edvaldo Freire Cabral
José Luciano de Souza Filho Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2009

Diagramas elétricos

Para a execução de uma instalação elétrica, o eletricista deve ter à sua disposição,
uma série de dados importantes tais como: a localização dos elementos na planta do
imóvel, a quantidade e seção dos fios que passarão dentro de cada eletroduto, qual o
trajeto da instalação, a distribuição dos dispositivos e circuitos e seu funcionamento.

Todos esses dados estão contidos neste capítulo que falará sobre diagramas de
instalação. Nele você verá que existem diversos tipos de diagramas, conhecerá suas
características, simbologia e modo de utilização.

Diagrama elétrico
Diagrama elétrico é a representação de uma instalação elétrica ou parte dela por meio
de símbolos gráficos, definidos nas normas NBR 5259, NBR 5280, NBR 5444, NBR
12519, NBR 12520 e NBR 12523.

Dos diagramas existentes, estudaremos neste capítulo três:


• Diagrama funcional;
• Diagrama multifilar;
• Diagrama unifilar.

O diagrama funcional apresenta todo o sistema elétrico e permite interpretar com


rapidez e clareza o funcionamento ou a seqüência funcional dos circuitos.

Esse tipo de diagrama não se preocupa com a posição física dos componentes da
instalação elétrica.

SENAI-SP – INTRANET 19
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A figura a seguir mostra um exemplo de diagrama funcional de um circuito composto


por um interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada.

S1

O diagrama multifilar é usado somente para os circuitos elementares, pois é de difícil


interpretação quando o circuito é complexo. É um diagrama que representa todo
sistema elétrico em seus detalhes e todos os condutores.

Veja na figura a seguir, um exemplo de diagrama multifilar mostrando um circuito


composto de um interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada.

H1

S1
X1

O diagrama unifilar apresenta as partes principais de um sistema elétrico e identifica


o número de condutores. O trajeto dos condutores é representado por um único traço.
Esse tipo de diagrama geralmente representa a posição física dos componentes da
instalação, porém não representa com clareza o funcionamento e a sequência
funcional dos circuitos. É o tipo de diagrama mais usado em instalações elétricas
prediais.

20 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A figura a seguir apresenta um diagrama unifilar do circuito elétrico composto por um


interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada.

-1-

Os símbolos gráficos usados neste diagrama são definidos pela norma NBR 5444,
para serem usados em planta baixa (arquitetônica) do imóvel. Nesta planta é indicada
a localização exata dos circuitos de luz, de força, de telefone e seus respectivos
aparelhos.

Veja na tabela a seguir, a simbologia do sistema unifilar para instalações elétricas


prediais (NBR 5444).

No. Símbolo Significado Observações

Dutos e distribuição

Eletroduto embutido no teto ou


1
parede
Para todas as dimensões em
2 Eletroduto embutido no piso milímetros, indicar a seção, se esta
não for de 15 mm.
3 Telefone no teto

4 Telefone no piso

Tubulação para campainha, som, Indicar na legenda o sistema


5
anunciador ou outro sistema passante.

Condutor de fase no interior do Cada traço representa um condutor.


6
eletroduto Indicar a seção, no do circuito e a
Condutor neutro no interior do seção dos condutores, exceto se
7 forem de 1,5 mm2.
eletroduto

Condutor de retorno no interior do


8
eletroduto

9 Condutor terra no interior do


eletroduto

10 Condutor positivo no interior do


eletroduto

Condutor negativo no interior do


11
eletroduto

Indicar a seção utilizada; em 50.


12 Cordoalha de terra
significa 50 mm2

SENAI-SP – INTRANET 21
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

No. Símbolo Significado Observações

Dutos e distribuição
Leito de cabos com um circuito
passante composto de: três 25. significa 25mm2
13 fases, cada um por dois cabos de
25mm2 mais cabos de neutro de 10. significa 10mm2
2
seção 10mm

14 Caixa de passagem no piso Dimensões em mm.

15 Caixa de passagem no teto Dimensões em mm.

Indicar a altura e se necessário


16 Caixa de passagem na parede
fazer detalhe (dimensões em mm).

17 Eletroduto que sobe

18 Eletroduto que desce

19 Eletroduto que passa descendo

20 Eletroduto que passa subindo

No desenho aparecem quatro


sistemas que são habitualmente:

I- Luz e força;
21 Sistema de calha de piso
II- Telefone (TELEBRÁS);
III- Telefone (P(A)BX, KS, ramais);
Especiais (COMUNICAÇÕES).
2
Condutor seção 1,0mm , fase
22
para campainha
Se for de seção maior, indicá-la.
23 Condutor seção 1,0mm2, neutro
para campainha
2
24 Condutor seção 1,0mm , retorno
para campainha

Quadros de distribuição

Quadro parcial de luz e força Indicar as cargas de luz em watts e


25
aparente de força em W ou kW.

Quadro parcial de luz e força


26
embutido

Quadro geral de luz e força


27
aparente

Quadro geral de luz e força


28
embutido

22 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

29 Caixa de telefones

30 Caixa para medidor

Interruptores

A letra minúscula indica o ponto


31 Interruptor de uma seção
comandado.

As letras minúsculas indicam os


32 Interruptor de duas seções
pontos comandados.

As letras minúsculas indicam os


33 Interruptor de três seções
pontos comandados.

A letra minúscula indica o ponto


34 Interruptor paralelo ou three-way
comandado.

Interruptor intermediário ou four- A letra minúscula indica o ponto


35
way comandado.

36 Botão de minuteria

Nota: Os símbolos de 31 a 38 são


Botão de campainha na parede
37 para plantas; os de 39 a 46 são
(ou comando à distância)
para diagramas.

Botão de campainha no piso (ou


38
comando a distância)

Indicar a tensão, correntes


39 Fusível
nominais.
Indicar a tensão, correntes
Chave seccionadora com nominais.
40
fusíveis, abertura sem carga
Ex.: chave tripolar.
Indicar a tensão, correntes
Chave seccionadora com nominais.
41
fusíveis, abertura em carga
Ex.: chave bipolar.
Indicar a tensão, correntes
Chave seccionadora abertura nominais.
42
sem carga
Ex.: chave monopolar.

Chave seccionadora abertura em Indicar a tensão, correntes


43
carga nominais.

Indicar a tensão, corrente, potência,


44 Disjuntor a óleo capacidade nominal de interrupção
e polaridade.

Indicar a tensão, corrente potência,


45 Disjuntor a seco capacidade nominal de interrupção
e polaridade através de traços.

46
Chave reversora

SENAI-SP – INTRANET 23
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Luminárias, refletores, lâmpadas


Ponto de luz incandescente no A letra minúscula indica o ponto de
47 teto. Indicar o no de lâmpadas e a comando e o número entre dois
potência em watts. traços o circuito correspondente.

Ponto de luz incandescente na


48 Deve-se indicar a altura da arandela.
parede (arandela).

Ponto de luz incandescente no teto


49
(embutido).

Ponto de luz fluorescente no teto A letra maiúscula indica o ponto de


o
50 (indicar o n . de lâmpadas e na comando e o número entre dois
legenda o tipo de partida e reator). traços o circuito correspondente.

Ponto de luz fluorescente na


51 Deve-se indicar a altura da luminária.
parede.

Ponto de luz fluorescente no teto


52
(embutido).

Ponto de luz incandescente no


53 teto em circuito vigia
(emergência).

Ponto de luz fluorescente no teto


54
em circuito vigia (emergência).

Sinalização de tráfego (rampas,


55
entradas, etc.).

56 Lâmpada de sinalização.

Indicar potência, tensão e tipo de


57 Refletor.
lâmpadas.

Poste com duas luminárias para


58 Indicar potências, tipo de lâmpadas.
iluminação externa.

59 Lâmpada obstáculo.

60 Minuteria. Diâmetro igual ao do interruptor.

Ponto de luz de emergência na


61 parede com alimentação
independente.

62 Exaustor.

Motobomba para bombeamento


63 da reserva técnica de água para
combate a incêndio.

24 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Tomadas

Tomada de luz na parede, baixo


64
(300 mm do piso acabado).

Tomada de luz a meio a altura


65
(1.300 mm do piso acabado).
A potência deverá ser indicada ao
Tomada de luz alta (2.000 mm do lado em VA (exceto se for de 100
66 VA), como também o número do
piso acabado).
circuito correspondente e a altura
da tomada, se for diferente da
67 Tomada de luz no piso. normalizada; se a tomada for de
força, indicar o número de W ou
kW.
Saída para telefone externo na
68
parede (rede Telebrás).

Saída para telefone externo na


69 Especificar “h”.
parede a uma altura “h”.

Saída para telefone interno na


70
parede.

Saída para telefone externo no


71
piso.

72 Saída para telefone interno no piso.

73 Tomada para rádio e televisão.

74 Relógio elétrico no teto.

75 Relógio elétrico na parede.

76 Saída de som, no teto.

77 Saída de som, na parede. Indicar a altura “h”.

78 Cigarra.

79 Campainha.

Dentro do círculo, indicar o


80 Quadro anunciador. número de chamadas em
algarismos romanos.

SENAI-SP – INTRANET 25
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Motores e Transformadores

81 Gerador. Indicar as características nominais

82 Motor. Indicar as características nominais

Indicar a relação de tensões e


83 Transformador de potência.
valores nominais

Transformador de corrente (um


84
núcleo).
Indicar a relação de espiras, classe
de exatidão e nível de isolamento. A
85 Transformador de potencial. barra de primário deve ter um traço
mais grosso.
Transformador de corrente (dois
86
núcleos).

87 Retificador.

Acumuladores
a) O traço longo representa o pólo
positivo e o traço curto, o pólo
negativo.

Acumulador ou elementos de b) Este símbolo poderá ser usado


88 para representar uma bateria se
pilha.
não houver risco de dúvida.
o
Neste caso, a tensão ou o n e o
tipo dos elementos devem(m) ser
indicado(s).
Bateria de acumuladores ou Sem indicação do número de
89
pilhas. Forma 1. elementos.

Bateria de acumuladores ou Sem indicação do número de


90
pilhas. Forma 2. elementos.

26 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Como exemplo, é apresentado a seguir um esquema da instalação elétrica de uma


residência, na planta baixa.

Exercícios

1. Resolva os exercícios a seguir:


a. Qual é a diferença entre os diagramas multifilar e funcional?

b. Que é diagrama elétrico?

SENAI-SP – INTRANET 27
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

c. Qual tipo de diagrama é mais usado em instalações elétricas prediais?

d. Qual é a norma da ABNT que define os símbolos gráficos para serem usados
em plantas baixas, em instalações elétricas prediais?

2. Complete a tabela que segue com os respectivos símbolos.

a. Eletroduto embutido no teto ou parede

b. Eletroduto embutido no piso

c. Telefone no teto

d. Condutor neutro no interior do eletroduto

e. Condutor de retorno no interior do eletroduto

f. Interruptor de duas seções

g. Campainha

h. Retificador

i. Tomada de luz na parede, baixo (300 mm do piso acabado)

j. Tomada de luz a meio a altura (1.300 mm do piso acabado)

k. Motor

Ponto de luz incandescente no teto. Indicar o número de


l.
lâmpadas e a potência em watts

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2009


Elaborador: Benjamin Prizendt André Gustavo Sacardo
Conteudista: Antonio Luis Geovani Augusto Lins de Albuquerque Neto
José Ruis Gomes Cláudio Correia
Ilustrador: Hugo Campos Silva Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Casado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello

28 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Ferramentas para
instalações elétricas

Para a realização de suas tarefas do dia-a-dia, o profissional da área eletroeletrônica


necessita não só do conhecimento teórico, mas também de uma série de
equipamentos, componentes e ferramentas que o auxiliam nesse trabalho.

Neste capítulo serão estudadas as ferramentas mais usadas em eletricidade, ou seja,


alicates e chaves de fenda.

Alicates

O alicate é uma ferramenta de aço forjado composta de dois braços e um pino de


articulação. Cada uma das extremidades de cada braço (cabeça) pode ser em formato
de garras, de lâminas de corte ou de pontas que servem para segurar, cortar, dobrar
ou retirar peças de determinadas montagens.

Existem vários modelos de alicates, cada um adequado a um tipo de trabalho. Em


serviços de eletricidade, os alicates mais usuais são os seguintes:
• Alicate universal;
• Alicate de corte diagonal;
• Alicate de bico;
• Alicate decapador;
• Alicate gasista.
SENAI-SP – INTRANET 29
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O alicate universal é o modelo mais conhecido e usado de toda a família dos alicates.
Os tipos existentes no mercado variam principalmente em relação ao acabamento e ao
formato da cabeça.

Esse tipo de alicate é uma das principais ferramentas usadas pelo eletricista, pois
serve para prender, cortar ou dobrar condutores.

Este alicate é composto de dois braços articulados por um pino ou eixo, que permite
abri-lo e fechá-lo, e em uma das extremidades se encontram suas mandíbulas. São
encontrados nos comprimentos de 150mm, 165mm, 175mm, 190mm, 200mm,
210mm e 215mm.

O alicate de corte diagonal serve para cortar condutores. É encontrado nos


comprimentos de 130mm e 160mm.

30 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Alicate de bico redondo é utilizado para fazer olhal em condutores com diâmetros
diferentes, de acordo com o parafuso de fixação. É encontrado nos comprimentos de
130mm e 160mm.

O alicate decapador possui mandíbulas reguláveis para decapar a isolação com


rapidez e sem danificar o condutor. Tem comprimento padronizado conforme o
diâmetro do condutor.

Outro alicate usado pelo eletricista instalador é o alicate gasista, também chamado de
alicate bomba d’água, que possui mandíbulas reguláveis, braços não isolados e não
tem corte. Serve para montar rede de eletrodutos, e especificamente buchas e
arruelas. É encontrado nos comprimentos de 160mm, 200mm e 250mm.

SENAI-SP – INTRANET 31
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Chave de fenda

A chave de fenda comum ou chave de parafuso é uma ferramenta manual utilizada


para apertar e desapertar parafusos que apresentam uma fenda ou ranhura em suas
cabeças.

Ela é constituída por uma haste de aço-carbono ou aço especial, com uma das
extremidades forjada em forma de cunha e outra, em forma de espiga prismática ou
cilíndrica estriada, encravada solidamente em um cabo.

O cabo normalmente é feito de material isolante rígido com ranhuras longitudinais que
permitem uma boa empunhadura do operador e impedem que a ferramenta
escorregue da mão.

A região da cunha da chave de fenda é temperada para resistir à ação cortante das
ranhuras existentes nas fendas dos parafusos. O restante da haste deve apresentar
uma boa tenacidade para resistir ao esforço de torção quando a chave de fenda estiver
sendo utilizada.

Para permitir o correto ajuste na fenda do parafuso, as chaves de fenda comuns de


boa qualidade apresentam as faces esmerilhadas em planos paralelos, próximo ao
topo.

32 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A finalidade dessas faces esmerilhadas é dificultar o escorregamento da cunha na


fenda do parafuso quando ele está sendo apertado ou desapertado. Isso evita que
a fenda do parafuso fique danificada e protege o operador de acidentes devidos ao
escorregamento da ferramenta

Além da chave de fenda comum, existem alguns outros modelos indicados para o uso
em trabalhos da área eletroeletrônica. Elas são:
• Chave Philips;
• Chave tipo canhão.

Chave Philips
A chave Philips é uma variante da chave de fenda. Nela, a extremidade da haste,
oposta ao cabo, tem o formato de cruz. É usada em parafusos que usam este tipo de
fenda.

Chave tipo canhão


A chave tipo canhão tem na extremidade de sua haste um alojamento com dimensões
iguais às dimensões externas de uma porca. Esse tipo de chave serve para a
colocação de porcas.

Conservação e condições de uso


Como qualquer outra ferramenta, a chave de fenda requer cuidados especiais de
manuseio e armazenamento.

SENAI-SP – INTRANET 33
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Para que a chave de fenda se mantenha em perfeito estado para uso, deve-se seguir
os seguintes cuidados de manuseio:
• Não usar o cabo da chave como um martelo;
• Não usar a chave para cortar, raspar ou traçar qualquer material;
• Usar a chave adequada ao tamanho e tipo do parafuso;
• Jamais esmerilhar ou limar a cunha da chave.

Para evitar acidentes, ao apertar parafusos, a peça deve estar apoiada em um lugar
firme. Do contrário, a chave poderá escorregar e causar ferimentos na mão que estiver
segurando a peça.

Exercícios

1. Responda às seguintes questões:


a. Quais são as ferramentas mais usada nas atividades da área eletroeletrônica?

b. Qual dos alicates estudados nesta lição serve para prender, cortar e dobrar
condutores?

c. Qual é a função do alicate bomba d’água?

2. Associe a coluna da esquerda com a coluna da direita.


a. alicate decapador ( ) Serve para cortar condutores.
b. alicate de bico ( ) Tem uma fenda no formato de cruz.
c. alicate de corte diagonal ( ) Decapa a isolação de condutores.
d. chave tipo canhão ( ) Serve para montar redes de eletrodutos.
e. chave Philips ( ) Faz olhal em condutores.
( ) Serve para colocação de porcas.

34 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Utensílios para eletricistas

Para executar seu trabalho, muitas vezes o eletricista precisa, além de ferramentas
como alicates e chaves, de equipamentos adicionais que o auxiliem na execução de
determinadas tarefas.

Neste capítulo, serão apresentados três utensílios que ajudam o eletricista em seu
trabalho. Serão mostradas também as formas corretas de sua utilização.

Escadas

A escada é um equipamento utilizado pelo eletricista para que possa realizar trabalhos
em diferentes alturas. Elas são encontradas basicamente em três modelos diferentes:
• Escada simples;
• Escada dupla;
• Escada com apoio.

A escada simples é constituída basicamente


por degraus e pernas. Esse tipo de escada só
pode ser usado em locais que ofereçam apoio
a sua parte superior, como por exemplo
paredes.

SENAI-SP – INTRANET 35
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O apoio contra as paredes deve ter uma inclinação tal, que os pés fiquem distantes da
parede aproximadamente ¼ do comprimento “L”.

Antes de subir na escada, é necessário certificar-se de que os pés da escada estejam


firmemente apoiados ao chão. Se o piso for escorregadio, use um tapete de
borracha no apoio dos pés da escada.

Ao utilizar essa escada, deve-se solicitar o auxílio de


outra pessoa para segurá-la firmemente antes da
subida. Se possível, o último degrau deve ser
amarrado no ponto de apoio para que a escada não
escorregue de lado.

36 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

As escadas dupla e com apoio são semelhantes na forma construtiva, diferindo


apenas na utilização. A escada dupla permite a subida de duas pessoas, enquanto que
a escada com apoio permite a subida de somente uma.

Esses tipos de escada não precisam ser apoiadas em paredes, porque possuem dois
lados que se abrem com o auxílio de uma dobradiça. Além disso, um braço articulado
mantém a escada na posição aberta.

Cinto porta-ferramentas

Esse cinto é um equipamento de segurança usado não só para proteger o eletricista


contra quedas, mas também para transportar as ferramentas de forma prática e
organizada, uma vez que, para evitar acidentes nunca se deve carregar ferramentas no
bolso.

SENAI-SP – INTRANET 37
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O cinto deve ser colocado na cintura com as ferramentas encaixadas nos espaços
separados para cada uma; alicates, chaves de fendas e canivete.

Guia de náilon

O guia de náilon é utilizado para facilitar a passagem dos condutores nos eletrodutos.

Na ponta desse utensílio existe uma mola com uma esfera para guiar a haste de nailon
através das curvas.

Na outra extremidade do guia, a fixação dos condutores é feita por meio do olhal
metálico, conforme ilustração a seguir.

Após feitas as amarrações, e antes de introduzir o guia através do eletroduto, estas


devem ser isoladas com fita isolante. As amarrações devem receber uma camada de
vaselina ou talco industrial, fabricados para esse fim, à medida que o guia e as fiações
forem sendo introduzidas. Isto é feito para facilitar a passagem dos condutores pelos
eletrodutos.

38 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Exercício

1. Responda as questões a seguir:


a. Quais são os modelos de escadas existentes?

b. O que deve ser feito quando se utiliza uma escada simples em pisos
escorregadios?

c. Qual é a diferença entre a escada simples e a dupla?

d. Qual é a função do cinto porta-ferramentas?

e. Quando a guia de náilon deve ser usada?

SENAI-SP – INTRANET 39
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

40 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Condutores elétricos

Nas lições anteriores, você aprendeu que para a eletricidade poder ser utilizada,
precisa da existência de um circuito por onde possa circular a corrente elétrica.

Você estudou, também, que o circuito elétrico mais simples é composto por três
componentes: a fonte geradora, a carga e o condutor.

Nesta lição, vão ser estudados os diferentes tipos de condutores que podem ser
usados nos mais variados tipos de instalações elétricas.

Para obter sucesso no estudo dos condutores, é necessário ter conhecimentos


anteriores sobre materiais condutores.

Materiais para a fabricação de condutores

Como já foi estudado, condutor é o componente do circuito que conduz a corrente


elétrica. Ele é tão mais eficaz quanto maior for sua capacidade de facilitar a passagem
da corrente.

Por causa disso, os condutores elétricos são fabricados com materiais cuja formação
atômica facilita a ocorrência de uma corrente elétrica, ou seja, materiais que conduzem
eletricidade com maior eficácia devido a sua condutibilidade.

Os materiais mais utilizados como condutores elétricos são o cobre e o alumínio.


Esses dois materiais apresentam vantagens e desvantagens em sua utilização.

SENAI-SP – INTRANET 41
CT018-10
Eletricidade básica - Prática .

A tabela que segue apresenta em destaque os itens nos quais um material apresenta
vantagem sobre o outro.

Cobre Alumínio
2
Resistividade (0,017Ω.mm ) / m Resistividade (0,028Ω .mm2) / m
Boa resistência mecânica Baixa resistência mecânica
Soldagem das emendas com estanho Requer soldas especiais
Custo elevado Custo mais baixo
Densidade 8,9 kg/dm3 Densidade 2,7kg/dm3

Comparando a resistividade do alumínio com a do cobre, verifica-se que a resistividade


do alumínio é 1,6 vezes maior que a do cobre. Portanto, para substituir um condutor de
alumínio por um de cobre, deve-se diminuir a seção deste em 1,6 vezes com relação
ao condutor de alumínio, para que este conduza a mesma corrente nas mesmas
condições.

Em instalações residenciais, comerciais e industriais, o condutor de cobre é o mais


utilizado. O condutor de alumínio é mais empregado em linhas de transmissão de
eletricidade devido a sua menor densidade e, consequentemente menor peso. Isso é
um fator de economia, pois as torres de sustentação podem ser menos reforçadas.

Tipos de condutores
O condutor pode ser constituído de um ou vários fios. Quando é constituído por apenas
um fio é denominado de fio rígido. Quando é constituído por vários fios, é chamado de
cabo.

fio

cabo

O cabo é mais flexível que um fio de mesma seção. Assim, quando se necessita de um
condutor com seção transversal superior a 10mm2 é quase que obrigatório o uso do
cabo devido a sua flexibilidade, uma vez que o fio a partir desta seção é de difícil
manuseio.

42 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática .

O cabo pode ser formado por um condutor (cabo simples ou singelo) ou vários
condutores (múltiplo).

Isolação
Para proteção do condutor é utilizado uma capa de material isolante denominado
isolação, com determinadas propriedades destinadas a isolá-los entre si.

A isolação deve suportar a diferença de potencial entre os condutores e terra, e


proteger o condutor de choques mecânicos, umidade e corrosivos. Alguns condutores
são fabricados com duas camadas de materiais diferentes, porém completamente
aderidas entre si.

A camada interna é constituída por um composto com propriedades elétricas


superiores, sendo que a externa é constituída por um material com características
mecânicas excelentes.

SENAI-SP – INTRANET 43
CT018-10
Eletricidade básica - Prática .

A isolação suporta temperaturas elevadas, de acordo com o material que é utilizado na


sua fabricação. Veja tabela a seguir.

Temperatura máxima Temperatura limite de Temperatura limite


Tipo de isolação para serviço contínuo sobrecarga de curto-circuito
(condutor °C) (condutor °C) (condutor °C)
Cloreto de polivilina
70 100 160
(PVC)
Borracha etileno-
90 130 250
propileno (EPR)
Polietileno reticulado
90 130 250
(XLPE)

Normalização

No Brasil, até 1982, os condutores elétricos eram fabricados de acordo com a escala
AWG / MCM. A partir daquele ano, de acordo com o plano de metrificação do Instituto
Nacional de Metrologia, foi implantado a série métrica conforme as normas da IEC.

Como consequência, a NBR 5410 inclui duas novas características nas especificações
dos fios e cabos: nova escala de seções padronizadas em mm2 e emprego de
materiais isolantes com nova temperatura-limite, aumentando de 60°C para 70°C. Com
isso, houve um aumento da densidade de corrente (ampères por mm2) uma vez que o
emprego de materiais isolantes com maior temperatura-limite possibilita este aumento.

Outra vantagem dessa mudança é que as seções são dadas em números redondos,
ou seja, com menor número de casas decimais em relação ao sistema AWG / MCM.

A tabela que segue mostra o limite de condução de corrente elétrica pelos condutores,
no sistema métrico, a capacidade de condução de corrente para cabos isolados até 3
condutores carregados, e maneiras de instalar n°s. 1, 2, 3, 5 e 6 da norma NBR 5410.

o
PVC/70 C - NBR- 6148 ABNT
Série Métrica (mm2) Ampéres Série Métrica (mm2) Ampéres
1,5 15,5 70 171
2,5 21 95 207
4 28 120 239
6 36 150 272
10 50 185 310
16 66 240 364
25 89 300 419
35 111 400 502
50 134 500 578

44 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática .

As normas da ABNT aplicáveis a fios e cabos são:


• NBR-6880 para condutores de cobre para cabos isolados;
• NBR-6148 para fios e cabos com isolação sólida extrudada de cloreto de polivinila
para tensões até 750V-especificações.

Exercícios

1. Responda as questões abaixo:


a. Cite duas principais vantagens que o cobre oferece em relação ao alumínio.

b. Qual é a diferença entre fio rígido e cabo nos aspectos construtivos e de


utilização?

c. Quais foram as principais vantagens da mudança da escala AWG para a série


métrica?

2. Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita.


a. Cabo singelo ( ) 70°

( ) Prolongamento
b. Cabo múltiplo
( ) 90°
c. Isolação PVC
( ) Condutor único
d. Isolação EPR
( ) Vários condutores

SENAI-SP – INTRANET 45
CT018-10
Eletricidade básica - Prática .

Créditos Comitê Técnico de Processos de Eletricidade/2008


Elaborador: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Conteudista: Airton Almeida de Moraes Cláudio Correia
Júlio César Caetano Douglas Airoldi
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Edvaldo Freire Cabral
José Luciano de Souza Filho Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello

46 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Técnicas de conexão de
condutores elétricos

Quando é necessário unir as extremidades de condutores de modo a assegurar


resistência mecânica adequada e um contato elétrico perfeito, usam-se emendas e
derivações.

As técnicas para realizar esses tipos de conexão entre condutores elétricos são o
assunto deste capítulo.

Emendas e derivações

Os tipos de emendas mais empregados são:


• Emendas em linhas abertas;
• Emendas em caixas de ligação;
• Emendas com fios grossos.

As emendas feitas em linhas abertas são feitas enrolando-se a extremidade do


condutor à ponta do outro e vice-versa. Este tipo de emenda é denominado de
prolongamento.

SENAI-SP – INTRANET 47
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Para se executar este tipo de emenda, os condutores a serem unidos devem ser
desencapados em aproximadamente 50 vezes seu diâmetro.

O fio sem isolação deve ser cruzado, e as primeiras espiras enroladas com os dedos.

Então, prossegue-se com o alicate universal, dando o aperto final com dois alicates.

48 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

As emendas de condutores em caixas de ligações são denominadas rabo de rato.


Para esse tipo de emenda, os condutores são desencapados da mesma forma e
comprimento do processo anterior. Os fios devem estar fora da caixa e a emenda deve
ser iniciada torcendo-se os condutores com os dedos.

O aperto final deve ser dado com o alicate.

Dobrando-se a emenda no meio, faz-se o travamento.

SENAI-SP – INTRANET 49
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Quando é necessário derivar um condutor em uma rede elétrica, independente do tipo


de ligação, usa-se a derivação.

O condutor a ser derivado deve ser desencapado num comprimento de aproximada-


mente 50 vezes seu diâmetro. A região do outro condutor onde se efetuará a emenda
deve ser desencapada num comprimento aproximado de 10 vezes o seu diâmetro.

Deve-se cruzar o condutor em um ângulo de 90° em relação ao condutor principal,


segurando-os com o alicate universal.

50 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O condutor derivado deve ser enrolado com os dedos sobre o principal mantendo-se
as espiras uma ao lado da outra, e um mínimo de 6 espiras.

Utilizando dois alicates, dá-se o aperto final e o arremate.

Em virtude da resistência que os condutores oferecem na torção das pontas, em


condutores com seção igual ou superior a 10mm2 outro processo de emenda é
utilizado. Isso exige técnica especial de junções, a fim de assegurar uma ligação
mecânica forte, além do bom contato elétrico.

Emendas de fios grossos


Em relação às emendas de fios grossos, observa-se a regra geral de que as
emendas só podem ser executadas com auxílio de conectores. A tabela a seguir
resume informações sobre esse tipo de emenda.

SENAI-SP – INTRANET 51
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Tipo de emenda Aplicação Ilustração


fio amarrilho
Instalações interiores. O fio
Emendas com fio
utilizado como amarrilho deve ser
amarrilho
de 1mm2 .

Emendas em
prolongamento e em Instalações externas
derivação

Condutor encordoado
Emenda entrelaçada de uso geral.
(cabo)

cobre

Prolongamento ou derivações em
Emenda com conector
fios singelos ou cabos. inibidor

alumínio

Emenda por soldagem


Outra forma de emendar fios grossos é pela emenda por soldagem que apresenta um
bom contato elétrico e boa resistência mecânica. Ela é executada com o auxílio de um
metal de adição formado por uma liga de estanho e chumbo.

Para executar a emenda por soldagem, o ferro de soldar deve estar com a ponta limpa,
quente, e com uma certa quantidade de metal de adição derretido.

52 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O ferro deve ser o apoio da emenda, e o metal de adição deve estar apoiado na parte
superior da emenda, até que a solda fundida preencha todos espaços entre as espiras
e cubra totalmente a emenda.

Conectores especiais

A conexão de condutores pode também ser feita por meio de conectores especiais,
denominados bornes ou conectores bornes, que unem fios ou cabos por meio de
parafusos.

Outra forma de conexão de condutores a equipamentos é o olhal, feito com um alicate


de bico. É importante observar o sentido de aperto do parafuso ao se conectar o fio no
equipamento para que o olhal não se abra.

Isolação de emendas e derivações

Toda emenda e derivação deve ser protegida por uma isolação restabelecendo as
condições de isolação dos condutores. Essa isolação é feita por meio da fita isolante.

A fita isolante é fabricada com materiais plásticos e borracha. É apresentada


comercialmente em rolos com diferentes comprimentos e larguras adequadas a cada
tipos de condutor que se queira isolar.

SENAI-SP – INTRANET 53
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Independente do tipo de emenda ou derivação, esta deve ser isolada com, no mínimo,
duas camadas de fita sem que ela seja cortada, procurando deixá-la bem esticada e
com a mesma espessura do isolamento do condutor.

54 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Instrumentos de medição

Estudando os capítulos anteriores, você aprendeu o que é corrente, o que é tensão e o


que é resistência. Por isso, você já sabe que corrente, tensão e resistência são
grandezas elétricas e que, como tal, podem ser medidas.

Existem vários instrumentos para medições dessas grandezas elétricas mas, neste
capítulo, estudaremos alguns deles.

Instrumentos

O multímetro digital e o volt-amperímetro alicate são instrumentos dotados de múltiplas


funções: com eles é possível fazer medições de tensão, corrente, resistência. Com
alguns de seus modelos pode-se, também, testar componentes eletrônicos, e até
mesmo medir outros tipos de grandezas.

A figura que segue, ilustra um modelo de multímetro digital e um modelo de volt-


amperímetro alicate digital.

SENAI-SP – INTRANET 55
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Multímetro digital
Com a utilização do multímetro digital, a leitura dos valores observados é de fácil
execução, pois eles aparecem no visor digital, sem a necessidade de interpretação de
valores como ocorre com os instrumentos analógicos, ou seja, que têm um mostrador
com um ponteiro.

Antes de se efetuar qualquer medição, deve-se ajustar o seletor de funções na função


correta, isto é, na grandeza a ser medida (tensão, ou corrente, ou resistência) e a
escala no valor superior ao ponto observado. Quando não se tem idéia do valor a ser
medido, inicia-se pela escala de maior valor, e de acordo com o valor observado,
diminui-se a escala até um valor ideal.

Observação
Nunca se deve mudar de escala ou função quando o instrumento de medição estiver
conectado a um circuito ligado, porque isso poderá causar a queima do instrumento.
Para a mudança de escala, deve-se desligar antes o circuito. Para a mudança de
função, deve-se desligar o circuito, desligar as pontas de prova, e selecionar a função
e escala apropriadas antes da ligação e conexão das pontas de prova no circuito.

Para a medição de tensão elétrica, as pontas de


prova do instrumento devem ser conectadas aos
pontos a serem medidos, ou seja, em paralelo.

56 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Nas medições da corrente elétrica, o circuito deve ser interrompido e o instrumento


inserido nesta parte do circuito, para que os elétrons que estão circulando por ele
passem também pelo instrumento e este possa informar o valor dessa corrente. Desse
modo, o instrumento deve ser ligado em série com o circuito.

Para a medição de resistência elétrica, o resistor desconhecido deve estar


desconectado do circuito. Se isto não for feito, o valor encontrado não será
verdadeiro, pois o restante do circuito funcionará como uma resistência. Além disso, se
o circuito estiver energizado poderá ocorrer a queima do instrumento.

Volt-amperímetro alicate
condutor
Para a medição de tensão e resistência com o volt-
amperímetro alicate deve-se seguir os mesmos
procedimentos empregados na utilização do multímetro.

Na medição de corrente elétrica, o manuseio do volt-


amperímetro alicate difere do manuseio do multímetro,
pois com ele não é necessário interromper o circuito para
colocá-lo em série. Basta abraçar o condutor a ser medido
com a garra do alicate.
SENAI-SP – INTRANET 57
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O volt-amperímetro alicate é indispensável em instalações industriais, para medições


da corrente elétrica de motores, transformadores, cabos alimentadores de painéis. No
entanto, com este instrumento só é possível medir corrente elétrica alternada, pois seu
funcionamento se baseia no princípio da indução eletromagnética.

Antes de utilizar qualquer instrumento de medida, é necessário que se consulte o


manual do instrumento, no qual são descritas particularidades e formas de utilização,
pois de um instrumento para outro ocorrem diferenças significativas.

Megôhmetro

O megôhmetro é um instrumento portátil utilizado para medir a resistência de isolação


das instalações elétricas, motores, geradores, transformadores.

Ele é constituído basicamente por um instrumento de medição, com a escala graduada


em megohms e um pequeno gerador de corrente contínua girado por meio de uma
manivela.

Na parte externa, possui dois bornes de conexão e um botão para ajustar o


instrumento no momento de se efetuar a medição.

Veja nas figuras abaixo um modelo de megôhmetro.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Existem megôhmetros sem esse botão, nos quais a tensão do gerador se mantém
constante, independentemente da velocidade do giro da manivela.

Na parte interna, o megôhmetro possui os seguintes componentes:


A - galvanômetro com bobinas cruzadas;
B e B1 - bobinas móveis cruzadas;
C - gerador manual de CC de 500 ou 1.000V;
D - regulador de tensão;
E – ponteiro;
F - Escala graduada;
L e T - bornes para conexões externas;
R e R1 - resistores de amortecimento.

Os megôhmetros são construídos com diferentes faixas de medição e um gerador de


tensão com o valor adequado a cada aplicação. Os mais comuns são os que permitem
medir até 50 megohms com uma tensão de 500V.

Quando a instalação elétrica ou o aparelho que se está testando destina-se a trabalhar


com alta tensão, deve-se utilizar megôhmetros de maior alcance, de 1.000 ou 10.000
megohms, cujo gerador proporciona uma tensão de 2.500 ou 5.000V.

Funcionamento
O funcionamento do megôhmetro é baseado no princípio eletrodinâmico com bobinas
cruzadas, tendo como pólo fixo um ímã permanente e, como pólos móveis, as bobinas
B e B1.

SENAI-SP – INTRANET 59
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Quando a manivela do gerador de CC (componente C) é girada, obtém-se uma tensão


de valor variável de acordo com a velocidade que esteja sendo imprimida à manivela.

Essa tensão é enviada ao regulador de tensão D, que a estabiliza em 500V, sendo


enviada em seguida aos bornes L e T.

Se os bornes L e T estiverem abertos, haverá circulação de corrente somente pela


bobina B, que, por sua vez, receberá tensão através do resistor de amortecimento R.

O campo magnético criado pela bobina (B) provocará um deslocamento do conjunto de


bobinas móveis, levando o ponteiro E para o ponto "infinito" da escala graduada F.

Resistência de isolação

A resistência de isolação é medida pelos megôhmetros e existem vários fatores que


interferem na medição a saber:
• Temperatura ambiente e da máquina;
• Tipo de construção, potência e tensão;
• Umidade do ar e do meio envolvente;
• Condições da máquina, ou seja, se é nova, recuperada, estocada;
• Qualidade dos materiais usados e seus estados.

Em virtude desses fatores, é difícil formular regras fixas para se determinar com
precisão o valor da resistência de isolação para cada máquina. Por isso, é necessário
usar o bom senso baseado em experiências e anotações anteriores.

60 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Há, em todo caso, algumas regras que podem ser utilizadas e que são descritas a
seguir.

Regra para instalações elétricas

O Instituto Americano dos Engenheiros Eletricistas (AIEE) sugere que a resistência de


isolação seja calculada pela fórmula:

tensão de funcioname nto da máquina


resistência de isolação = (em MΩ).
1.000

Com esta fórmula deduz-se que para cada volt deveremos ter 1.000Ω de isolação,
admitindo porém que as resistências de isolação para circuitos, mesmo quando
calculadas, não podem ser menores que 1MΩ, devido a problemas de corrente de
fuga.

Tensão Calculado Mínimo exigido entre a parte ativa e a carcaça


motor 220V 0,2MΩ 1MΩ
440V 0,4MΩ 1MΩ
550V 0,5MΩ 1MΩ
1.000V 1MΩ 1MΩ

Este sistema, embora muito aceito, fica restrito a instalações elétricas, pois deixa a
desejar em termos de precisão técnica.

Regra para máquinas


Esta regra, muito utilizada para máquinas rotativas, precisa de uma resistência de
isolação para máquina limpa e seca, numa temperatura de 40°C, quando for aplicada a
tensão de ensaio (do megôhmetro) durante um minuto.

Assim, Rm = En + 1

Nessa igualdade Rm é a resistência de isolação mínima recomendada em MΩ com


enrolamento a 40°C, e En é a tensão nominal da máquina (enrolamento em kV).

SENAI-SP – INTRANET 61
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Observações
• Quando a medição for feita a temperatura diferente de 40°C, será necessário
corrigir o seu valor através da fórmula R40°C = Rt ⋅ Kt40°C, para satisfazer o valor
de Rm. Veja a curva no gráfico a seguir.

Gráfico da resistência da isolação

62 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

• Quando não se dispõe dessa curva, pode-se fazer o levantamento de uma nova
curva para que sejam estabelecidos parâmetros específicos para determinada
máquina;
• A cada 10°C de temperatura diminuída no enrolamento, resistência de isolação
praticamente dobra;
• Máquinas novas poderão fornecer valores de resistência de isolação menores que
as mais antigas, devido a secagens incompletas dos solventes dos vernizes;
• Quedas bruscas na resistência de isolação indicam que o sistema está
comprometido. Se a resistência medida, após a correção, for menor que a indicada
pela fórmula e tabela, é indício de que esse motor deverá ser submetido a um
processo de recuperação do sistema de isolação.

Regra para transformadores

Transformador parado (30°C) Transformador em funcionamento (80ºC)

30 En En
Risol = Risol =
kVA kVA
f f

Risol = resistência de isolação, em megohms e a 30°C;


30 = constante quando a temperatura for de 30°C;
kVA = potência aparente;
f = freqüência, em Hz;
En = tensão nominal em kV - primária/secundária.

Exemplo
Num transformador de 10kVA – 3.200/220V - 60Hz, quais devem ser suas resistências
de isolação?

1. Com temperatura a 30°C:

30 Enp 30 ⋅ 3,2 96
Risol = = = = 240MΩ
kVA 10 0,4
f 60

30 Ens 30 ⋅ 0,22 6,6


Risol = = = = 16,5MΩ
kVA 10 0,4
f 60

SENAI-SP – INTRANET 63
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

2. Com temperatura a 80°C:

Enp 3,2 3,2


Risol = = = = 8MΩ
kVA 10 0,4
f 60

Enp 0,22 0,22


Risol = = = = 0,55MΩ
kVA 10 0,4
f 60

Observações
• Corrente de fuga é a corrente que, por deficiência do meio isolante, flui à terra;
• Com o aumento de temperatura, a resistência de isolação diminui;
• As medições com o megôhmetro devem ser feitas tomando-se medida durante 1
minuto;
• Essas regras são gerais. Para casos específicos, consulte as normas específicas
da ABNT.

Teste de isolação com o megôhmetro

• Verifique se o equipamento a ser testado encontra-se totalmente desligado de


fontes de energia elétrica;
• Ligue, por meio de um condutor, o borne T do instrumento à massa do aparelho
sob teste;
• Ligue o borne L a um dos extremos do circuito que se deseja testar;
• Acione a manivela e faça a leitura.

Teste de isolação entre os enrolamentos e a carcaça de um motor.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Medição da isolação entre tanque e


secundário de um transformador.

Medição da isolação entre tanque e


primário de um transformador.

Se a resistência de isolação for muito elevada é conveniente que as conexões L e T


sejam feitas com condutores separados e suficientemente isolados.

Medição de cabo
Quando, na medição de um cabo, a isolação está muito próxima da proteção metálica,
é preciso eliminar as correntes superficiais que provocam erros na medição. Isso é
conseguido conectando-se o borne G do aparelho à capa isolante.

Observe as figuras a seguir.

Isolação entre os enrolamentos da


fase 2 e da fase 3.

SENAI-SP – INTRANET 65
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Isolação do cabo entre os condutores


1 e 2 e a massa.

Isolação do cabo entre o condutor e a


massa.

Isolação do cabo entre o condutor 1 e


seus demais elementos.

Isolação do cabo entre os condutores


1, 2 e 3 e a massa.

66 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Exercício

1. Responda:
a. Quando não se tem idéia do valor a ser medido, qual escala deve ser usada no
multímetro?

b. O que se deve fazer no circuito quando for necessário mudar de função?

c. Relacione:
1. Medição de tensão. ( ) Desconectar o componente do circuito.
2. Medição de corrente. ( ) Energizar o circuito.
3. Medição de ( ) Ligar o instrumento em série com o circuito.
resistência. ( ) Ligar o instrumento, em paralelo com o
circuito.

d. Qual a principal vantagem na utilização do volt-amperímetro alicate?

e. Qual deve ser a principal atitude ao se utilizar um instrumento de medição?

SENAI-SP – INTRANET 67
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Conteudista: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Júlio César Caetano Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Cláudio Correia
José Luciano de Souza Filho Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
68 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Proteção contra os perigos


da energia elétrica

Muitas vezes subestimamos os perigos da energia elétrica, por não ser um perigo
visível ou apalpável como ocorre em mecânica, por exemplo.

Mas uma simples troca de lâmpada pode ser fatal se não forem observados alguns
aspectos importantes com relação à segurança.

Neste capítulo serão abordados assuntos que devem ser encarados com muita
seriedade, pois, sua vida é mais importante que qualquer outra coisa, inclusive seu
trabalho.

Efeitos da corrente elétrica no corpo humano

Partindo do princípio de que tudo é formado por átomos, e corrente elétrica é o


movimento dos elétrons de um átomo a outro, o corpo humano é então um condutor
de eletricidade.

SENAI-SP – INTRANET 69
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A passagem da corrente elétrica pelo corpo humano pode ser perigosa dependendo da
sua intensidade, do caminho por onde ela circula e do tipo de corrente elétrica. Assim,
uma pessoa suporta, durante um curto período de tempo, uma corrente de até 40mA.

Vejamos por quê


Com as mãos úmidas, a resistência total de um corpo humano é de aproximadamente
1.300Ω. Aplicando a Lei de Ohm (V = R ⋅ I), vamos nos lembrar de que para uma
corrente de 40mA circular em uma resistência de 1.300Ω, é necessária apenas uma
tensão elétrica de: V = 1.300 . 0,04 = 52, ou seja, 52V.

Por causa disso, em nível internacional, tensões superiores a 50V são consideradas
perigosas.

Através da tabela que segue, é possível observar em valores de correntes, o que pode
ocorrer com uma pessoa quando submetida à passagem de uma corrente elétrica. É
claro que cada ser humano tem valores resistivos diferentes e esses valores variam de
acordo com o metabolismo, a presença ou não de umidade, e o trajeto que a corrente
faz através dos membros da pessoa.

Corrente em ampères Efeito


0,005 a 0,01A Pequenos estímulos nervosos.
0,01 a 0,025A Contrações musculares.
Aumento da pressão sangüínea, transtornos cardíacos e
0,025 a 0,08A
respiratórios, desmaios.
Corrente alternada pode provocar a morte por contrações rápidas
0,08 a 5A
do coração (fibrilação).
acima de 5A Queimaduras na pele e nos músculos.

Veja na ilustração a seguir, o que pode ocorrer em alguns dos órgãos do corpo
humano, quando atravessado por uma corrente, entrando pela mão e saindo pelos pés
de uma pessoa descalça sobre um chão molhado.

70 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

1. Cérebro: detenção da circulação sangüínea;


2. Músculo: paralisação do músculo; saída de um órgão ou parte dele;
3. Pulmões: acúmulo anormal de líquido; aumento de pressão;
4. Coração: infarto; aumento do número de contrações e perda da capacidade de
bombear sangue;
5. Diafragma: parada respiratória; tetanização;
6. Rim: insuficiência renal; incontinência de urina;
7. Embrião (feto): tetanização; aumento do número de contrações no coração e
perda de capacidade de bombear sangue; desprendimento da placenta;
8. Vasos circulatórios: entupimento e parada cardíaca;
9. Sangue: fuga da parte líquida, coagulável do sangue;
10. Bulbo: inibição dos centros respiratórios e cardíacos.

Devido ao que acabou de ser explicado, os seguintes cuidados devem ser tomados:
• Os reparos de equipamentos elétricos devem ser sempre feitos por especialistas;
• As partes do corpo expostas à tensão devem estar devidamente isoladas;
• Os equipamentos devem estar desligados por completo durante a execução dos
reparos.

SENAI-SP – INTRANET 71
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Medidas de proteção

Várias medidas podem ser tomadas para proteger as pessoas contra choques
elétricos. As mais usuais são:
• Proteção através do condutor terra;
• Proteção por isolamento;
• Proteção por separação de circuitos.

Proteção através do condutor terra


A falha de isolação de qualquer equipamento cuja instalação tenha sido realizada sem
o condutor terra, fará a carcaça do equipamento ficar energizada. Se alguém se
encostar nesta carcaça, uma corrente elétrica circulará através de seu corpo,
ocasionando um choque elétrico.

Para evitar esse tipo de acidente deve-se instalar um condutor terra na carcaça do
equipamento. Esta medida de proteção é chamada de aterramento.

Se ocorrer falha na isolação do equipamento, estando a carcaça aterrada, teremos


um curto-circuito entre a fase e o terra. Isto faz romper o fusível e elimina o perigo. A
corrente de curto-circuito passa à terra pelo condutor de proteção.

72 SENAI-SP – INTRANET
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Eletricidade básica - Prática

O condutor de proteção deve ter cor verde com espiras amarelas (NBR 5410).

Proteção por isolação


Uma outra forma de proteção contra choques elétricos é através da utilização de
materiais isolantes na carcaça dos equipamentos. As ferramentas elétricas e os
aparelhos eletrodomésticos são envolvidos em materiais isolantes com boa resistência
mecânica.

Proteção por separação de circuitos


A proteção por separação de circuitos é feita com o auxílio de um transformador
isolador (1:1) com o secundário não aterrado. Assim é possível deixar o secundário
sem referência com o terra, deixando de existir, dessa forma, diferença de potencial
entre os terminais do secundário e o terra.

SENAI-SP – INTRANET 73
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Exercícios

1. Responda às questões que seguem:


a. Qual é o valor limite de corrente elétrica que uma pessoa pode suportar durante
um curto período de tempo?

b. O que pode ocorrer com uma pessoa quando submetida a passagem de uma
corrente elétrica de 30mA?

c. Acima de qual valor a tensão é considerada perigosa?

d. Cite um exemplo de dano que a corrente elétrica pode causar ao passar pelo
coração de uma pessoa.

2. Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita.


a. Proteção através do condutor terra. ( ) Transformador isolador 1:1.

b. Proteção por separação de circuitos. ( ) Aterramento.

c. Proteção por isolação. ( ) Carcaça de materiais isolantes

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Conteudista: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Júlio César Caetano Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Cláudio Correia
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Ronaldo Gomes Figueira
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Aterramento

Segundo a ABNT, aterrar significa colocar instalações e equipamentos no mesmo


potencial de modo que a diferença de potencial entre a terra e o equipamento seja
zero. Isso é feito para que, ao operar máquinas e equipamentos elétricos, o operador
não receba descargas elétricas do equipamento que ele está manuseando.

Portanto, o aterramento tem duas finalidades básicas: proteger o funcionamento das


instalações elétricas e garantir a segurança do operador e do equipamento que está
sendo usado.

Neste capítulo são apresentadas as técnicas de aterramento e os materiais que são


usados para esse fim. Esses conhecimentos são de fundamental importância para o
eletricista de manutenção e devem ser estudados com bastante cuidado.

Para aprender com mais facilidade esse assunto, é necessário ter conhecimentos
anteriores sobre corrente e tensão elétrica.

O que deve ser aterrado


Em princípio, todo equipamento deve ser aterrado, inclusive as tomadas para
máquinas portáteis. Veja figura a seguir.

SENAI-SP – INTRANET 75
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Outros equipamentos que devem ser aterrados são:


• Máquinas fixas;
• Computadores e outros equipamentos eletrônicos;
• Grades metálicas de proteção de equipamentos de alta tensão;
• Estruturas que sustentam ou servem de base para equipamentos elétricos e
eletrodutos rígidos ou flexíveis.

Observações
1. Em equipamentos eletrônicos e impressoras gráficas, o aterramento elimina os
efeitos da eletricidade estática.
2. O aterramento para computadores deve ser exclusivo para esse tipo de
equipamento.

Na prática, é comum adotar-se o conceito de massa com referência ao material


condutor onde está contido o elemento eletrizado e que está em contato com a terra.

Assim, as bobinas de um motor, por exemplo, são os elementos eletrizados. A


carcaça, (base de ferro do motor) e a estrutura de ferro que fazem parte do conjunto
constituem a massa, formada de material condutor.

Eletrodo de aterramento

O eletrodo de aterramento tem a função de propiciar bom contato elétrico entre a terra
e o equipamento a ser aterrado. Ele é constituído por hastes de cobre ou tubos
galvanizados fincados no solo. Deve ter, no mínimo, 1,50m de comprimento.

76 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Observação
O ponto de conexão do condutor de proteção com o eletrodo de aterramento deverá
ser acessível à inspeção e protegido mecanicamente.

No circuito a seguir, vê-se um transformador cujo primário e secundário estão


aterrados de modo a atender aos requisitos de funcionamento e segurança.

Se, por acidente, o secundário entrar em contato direto com o primário, haverá um
curto-circuito através dos eletrodos de aterramento. Esse curto-circuito fará com que a
tensão caia praticamente a zero. Por outro lado, a corrente de curto-circuito provocará
a interrupção do circuito através dos fusíveis.

Corrente de fuga

Corrente de fuga (ou de falta) é a corrente que flui de um condutor para outro e/ou
para a terra quando um condutor energizado encosta acidentalmente na carcaça do
equipamento ou em outro condutor sem isolação.

Em quase todos os circuitos, por mais bem dimensionados que sejam, há sempre uma
corrente de fuga natural para a terra. Essa corrente é da ordem de 5 a 10mA e não
causa prejuízos à instalação.

SENAI-SP – INTRANET 77
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A corrente de fuga (ou de falta) é ilustrada no diagrama a seguir no qual a carcaça de


uma máquina aterrada no ponto 1 teve um contato acidental com um resistor.

Como se pode ver, a corrente passa para a massa e retorna à fonte pela terra, partindo
do eletrodo 1 para o eletrodo 2.

Se no sistema o neutro é aterrado, a corrente de fuga (falta) retornará por ele como
mostra o diagrama a seguir.

78 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Qualquer fuga de corrente, seja por meio de isolamento defeituoso ou através do corpo
de pessoas ou animais, pode causar incêndios ou acidentes, muitas vezes fatais.

Se ela ultrapassar os 15mA, pode haver riscos para o circuito, daí a necessidade de se
operar com os dispositivos de segurança.

Condutores de proteção

O aterramento de um circuito ou equipamento pode ser feito de várias formas, e para


cada sistema é utilizada uma terminologia para o condutor de proteção:
• Condutor PE;
• Condutor N;
• Condutor PEN.

O condutor PE é aquele que liga a um terminal de aterramento principal as massas e


os elementos condutores estranhos à instalação. Muitas vezes, esse condutor é
chamado de terra de proteção, terra de carcaça ou simplesmente condutor de
proteção. A norma NBR 5410 prescreve que este condutor tenha cor verde com
espiras amarelas.

O condutor N é aquele que tem a função de neutro no sistema elétrico e tem por
finalidade garantir o correto funcionamento dos equipamentos. Esse condutor é
também denominado condutor terra funcional.

O condutor PEN tem as funções de terra de proteção e neutro simultaneamente.

A seção dos condutores para ligação à terra é determinada pela ABNT NBR 5410
(tabela 53), que é apresentada a seguir.

Seção dos condutores-fase da instalação Seção mínima do condutor de proteção


2
(mm ) correspondente SP (mm2)

S ≤ 16 S

16 < S ≤ 35 16

S > 35 S/2

SENAI-SP – INTRANET 79
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Sistemas de aterramento para redes de baixa tensão

Do ponto de vista do aterramento, os sistemas de distribuição de energia em baixa


tensão são denominados conforme determina a NBR-5410, ou seja: sistema TT;
sistema TN-S; sistema TN-C; sistema IT.

O sistema TT é o sistema pelo qual o condutor de proteção serve exclusivamente para


aterramento. As massas são ligadas ao cabo que está ligado à terra por um ou vários
eletrodos de aterramento.

O sistema TN-S é um sistema com condutor neutro e condutor de proteção distintos.

80 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

No sistema TN-C, o N e o PE formam o condutor PEN com a função de neutro (N) e


proteção (PE).

Observação
Existem restrições quanto ao uso desse sistema, porque oferece riscos. Em caso de
rompimento do condutor PEN, a massa do equipamento fica ligada ao potencial da
linha como mostra a ilustração a seguir.

Além disso, se o sistema de distribuição empregado não é conhecido, o neutro nunca


deve ser usado como terra.

No sistema IT somente a massa é aterrada, não havendo nenhum ponto de


alimentação diretamente aterrado.

SENAI-SP – INTRANET 81
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Quando o sistema não oferece condições de aterramento, liga-se a massa diretamente


no eletrodo de aterramento. Este pode atender a um ou mais equipamentos como
mostra a ilustração a seguir.

Terramiter ou terrômetro

O instrumento usado para medir a resistência de terra é chamado de terramiter ou


terrômetro.

A condição necessária para a medição, é que a resistência de terra de um aterramento


seja de, no máximo, 2Ω.

82 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Exercícios

1. Responda às perguntas que seguem.


a. O que significa aterrar?

b. O que é massa na terminologia de aterramento?

c. Qual é o comprimento mínimo do eletrodo de aterramento?

d. A partir de que valor a corrente de fuga se torna perigosa para o circuito?

e. Qual deve ser a seção de um condutor de proteção em um circuito com


condutores ase de 25mm2 ?

2. Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda.


1. Sistema TT ( ) Condutor neutro e de proteção distintos.
2. Sistema TN-S ( ) Somente a massa é aterrada.
3. Sistema TN-C ( ) Condutor de proteção exclusivo para aterramento.
4. Sistema IT ( ) Condutor terra funcional.
5. Condutor N ( ) Condutor com a função de neutro e proteção.

SENAI-SP – INTRANET 83
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

84 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Dispositivos de proteção,
acionamento e sinalização

Neste capítulo serão estudados dispositivos usados em instalações prediais e em


comandos elétricos industriais.

Para a complementação do estudo desse assunto, é importante que você consulte


catálogos técnicos fornecidos por fabricantes desses dispositivos, nos quais é possível
obter informações técnicas que permitem dimensionar e especificar os dispositivos de
acordo com os parâmetros do circuito.

Dispositivos de proteção

Os dispositivos de proteção dos circuitos elétricos podem ser divididos em quatro tipos:
• Interruptor de corrente de fuga;
• Fusíveis;
• Disjuntores;
• Relês térmicos.

Interruptor de corrente de fuga

O interruptor de corrente de fuga é um dispositivo que faz o desligamento de qualquer


circuito que apresente uma corrente de fuga entre 15 e 30mA. Isso garante a
segurança contra incêndios. Apesar de se ter a sensação de choque em caso de
contato da fase com o corpo humano, não há risco de vida, caso o circuito seja
protegido por esse dispositivo.

SENAI-SP – INTRANET 85
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A ilustração a seguir representa um interruptor de corrente de fuga.

O interruptor de corrente de fuga possui um transformador de corrente, um disparador


e um mecanismo liga-desliga. Ele funciona comparando uma corrente de entrada com
uma corrente de saída. Se a diferença estiver entre 15 e 30mA, o disparador opera em
30ms.

Ele deve ser ligado de modo que todos os condutores do circuito, inclusive o neutro,
passem pelo interruptor. Isso permite a comparação entre as correntes de entrada e de
saída e o desligamento da alimentação do circuito em caso de fuga de corrente.

86 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Veja exemplos de esquemas de ligação para interruptores de corrente de fuga nas


ilustrações a seguir.

Há interruptores projetados para operar com correntes de fuga de 500mA, porém eles
só protegem as instalações contra riscos de incêndio, não oferecendo segurança
contra riscos pessoais.

Fusíveis

Os fusíveis são dispositivos de proteção destinados a interromper circuitos pelos quais


esteja circulando uma corrente de curto-circuito ou sobrecarga de longa duração.

Há vários modelos de fusíveis, de diversos fabricantes. Os mais usuais são os do tipo


diazed e NH.

Os fusíveis são formados por um corpo de material isolante, normalmente fibra


prensada ou porcelana no qual está inserido um fio fusível de chumbo, cobre ou prata,
que uma vez fundido por sobrecarga ou curto-circuito, interrompe a corrente do
circuito. O corpo de material isolante serve de proteção contra acidentes pessoais
(choques).

SENAI-SP – INTRANET 87
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Os fusíveis são construídos para várias intensidades de correntes e tensão máxima de


serviço até 600V.

O fio fusível existente no interior do fusível, chamado elo fusível, ou lâmina fusível, é o
condutor que se funde dentro do fusível e interrompe a corrente do circuito quando há
sobrecarga de longa duração ou curto-circuito. Quando ocorrer a queima do elo fusível,
o dispositivo deverá se substituído por outro de mesma característica.

Disjuntores

Disjuntores são dispositivos de manobra e proteção com capacidade de ligação e


interrupção de corrente quando surgem no circuito condições anormais de trabalho
como curto-circuito ou sobrecarga.

88 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O disjuntor é composto das seguintes partes:


• Caixa moldada feita de material isolante na qual são montados os componentes;
• Alavanca liga-desliga por meio da qual se liga ou desliga manualmente o disjuntor;
• Extintor de arco ou câmara de extinção, que secciona e extingue o arco que se
forma entre os contatos quando acontece sobrecarga ou curto-circuito;
• Mecanismo de disparo que desliga automaticamente o disjuntor em caso de
sobrecarga;
• Relê bimetálico que aciona o mecanismo de disparo quando há sobrecarga de
longa duração;
• Relê eletromagnético que aciona o mecanismo de disparo quando há um curto-
circuito.

SENAI-SP – INTRANET 89
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O disjuntor inserido no circuito funciona como um interruptor. Como o relê bimetálico e


o relê eletromagnético são ligados em série dentro do disjuntor, ao ser acionada a
alavanca liga-desliga, fecha-se o circuito que é travado pelo mecanismo de disparo e a
corrente circula pelos dois relês.

Havendo uma sobrecarga de longa duração no circuito, o relê bimetálico atua sobre o
mecanismo de disparo abrindo o circuito. Da mesma forma, se houver um curto-
circuito, o relê eletromagnético é que atua sobre o mecanismo de disparo abrindo o
circuito instantaneamente.

Quando ocorrer o desarme do disjuntor, basta acionar a alavanca de acionamento para


que o dispositivo volte a operar, não sendo necessária sua substituição como ocorre
com os fusíveis.

Quanto às características elétricas, os disjuntores podem ser unipolar, bipolar e


tripolar; normalmente para correntes de 6A, 10A, 15A, 20A, 25A, 30A, 35A, 40A, 50A
60A, 70A, 90A, 70A, 100A e 150A.

Eles possuem disparo livre, ou seja, se a alavanca for acionada para a posição ligada
e houver um curto-circuito ou uma sobrecarga, o disjuntor desarma.
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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Observação
O disjuntor deve ser colocado em série com o circuito que irá proteger.

O tempo de disparo da proteção térmica (ou contra sobrecarga) torna-se mais curto
quando o disjuntor trabalha em temperatura ambiente elevada. Isso ocorre
normalmente dentro do quadro de distribuição. Por isso, é necessário dimensionar a
corrente nominal do disjuntor, de acordo com as especificações do fabricante, e
considerando também essa situação.

Relês térmicos

Esse componente é também denominado de relê bimetálico. Sua função básica é


proteger motores ou outros equipamentos contra aquecimento demasiado produzido
por sobrecarga. Protege também os motores trifásicos em caso de funcionamento
bifásico, ou seja, se faltar uma fase por um motivo qualquer, o motor continuará
funcionando, mas ocorrerá uma elevação da corrente das outras duas fases. Essa
elevação da corrente provocará um aquecimento do relê, interrompendo o circuito.

O relê térmico é constituído basicamente de um bimetal, contato fixo, contato móvel e


elemento de arraste conforme ilustração a seguir.

O bimetal é formado pela união de dois metais com coeficientes de dilatação


diferentes.

Quando esse bimetal é aquecido, pela elevação da corrente, curva-se acionando o


contato fechado, abrindo-o.
SENAI-SP – INTRANET 91
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Os dispositivos de proteção são representados pelos símbolos gráficos apresentados


na tabela a seguir conforme determina a norma NBR 12523.

NBR 12523/92

Fusível Disjuntor Relê térmico

(item 3.21.1) (item 3.13.5) (item 3.15.21)

Observação
Antes de substituir ou rearmar qualquer dispositivo de proteção, deve-se sanar as
causas que provocaram a interrupção do funcionamento do circuito elétrico.

Dispositivos de acionamento
São considerados como dispositivos de acionamento aqueles direta ou indiretamente
responsáveis pelo acionamento de algum equipamento elétrico, como um motor por
exemplo. Nesse grupo de componentes estão as botoeiras, os contatores e as
chaves fim de curso.

Botoeiras
Botoeiras ou botões de comando, são chaves auxiliares de comando manual que
interrompem ou estabelecem um circuito de comando por meio de pulsos. A figura a
seguir ilustra um tipo de botoeira.

As chaves auxiliares tipo botoeira são constituídas por botão de acionamento, contatos
móveis e contatos fixos.

92 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A norma NBR 12523/92 define o símbolo gráfico desse componente e a NBR 5280/83,
a letra para designação, conforme as ilustrações a seguir.

Contatores

Contatores são dispositivos de manobra mecânica acionados eletricamente, capazes


de conduzir ou interromper correntes em condições normais do circuito.

Esse componente apresenta várias vantagens, entre elas:


• Permite acionar equipamentos com maior segurança e precisão;
• Apresenta grande durabilidade;
• É construído para uma elevada freqüência de operação;
• Pode ser comandado a distância.

As figuras que seguem ilustram dois tipos de contatores.

SENAI-SP – INTRANET 93
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Através da ilustração simplificada em corte mostrada a seguir, é fácil compreender o


funcionamento de um contator.

A bobina, quando alimentada por um circuito externo, cria um campo magnético que é
concentrado no núcleo fixo e atrai o núcleo móvel.

Nesse deslocamento, através de um acionamento mecânico fecham os contatos


abertos e abrem os contatos fechados.

Chaves fim de curso


Chaves fim de curso são chaves auxiliares de comando usadas para comandar
contatores, válvulas, sinalização e outros elementos.

94 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Esse tipo de dispositivo é constituído por um elemento de acionamento, que pode ser
uma alavanca ou haste, que quando acionado permite abrir ou fechar internamente
contatos elétricos.

Dispositivos de sinalização

Sinalização é uma forma visual ou sonora de chamar a atenção do operador para uma
situação determinada em um circuito, máquina ou conjunto de máquinas.

A sinalização pode ser:


• Luminosa;
• Sonora.

A sinalização luminosa é utilizada quando se exige percepção rápida do evento a ser


sinalizado.

SENAI-SP – INTRANET 95
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A lente do sinalizador deve propiciar bom brilho e, quando a lâmpada está apagada,
deve apresentar-se completamente opaca em relação à luz ambiente.

A sinalização sonora pode ser feita por meio de “buzzers”, campainhas ou sirenes.

Esse tipo de sinalização é usado normalmente em locais com ruídos, como por
exemplo na sinalização de ponte rolante, com a função de chamar a atenção em uma
emergência.

Exercício

1. Responda às seguintes perguntas.


a. Qual é a função do interruptor de corrente de fuga?

b. Quais são os tipos de fusíveis mais usuais?

c. Como ocorre a interrupção do circuito através do fusível?

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

d. Qual é a diferença entre um disjuntor e um fusível?

e. Em quais condições o disjuntor desarma?

f. Qual é a função do relê térmico?

g. O que são dispositivos de acionamento?

h. Faça o símbolo gráfico de uma botoeira.

i. Cite duas vantagens da utilização do contator.

j. Qual a função de uma chave fim de curso?

k. Cite dois dispositivos de sinalização.

SENAI-SP – INTRANET 97
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Conteudista: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Júlio César Caetano Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Cláudio Correia
José Luciano de Souza Filho Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello

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Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Dispositivos de manobra,
ligação e conexão

Para acender ou apagar uma lâmpada, fazer funcionar um ferro de passar roupas
elétrico ou qualquer eletrodoméstico, é necessária a utilização de dispositivos
construídos para esta finalidade. Esses dispositivos são indispensáveis em uma
instalação elétrica e são denominados de interruptores, tomadas, plugues e porta-
lâmpadas.

Neste capítulo, esses dispositivos serão tratados em suas particularidades técnicas,


utilizações e simbologia, para que você possa escolher e especificar de forma correta o
que melhor se adapte às necessidades do trabalho.

Interruptores

Interruptores são dispositivos de manobra que permitem abrir, fechar ou comutar um


circuito elétrico. Geralmente são usados nas instalações elétricas prediais em circuitos
de iluminação.

Os interruptores são constituídos basicamente de duas partes: corpo e contatos. O


corpo do interruptor é feito de baquelite, porcelana ou plástico e serve para alojar as
partes metálicas compostas pelos contatos e pelos sistemas de molas.

Os contatos são feitos de latão cadmiado, ferro cadmiado e ferro. Quando acionados,
eles têm a função de abrir, fechar ou comutar um circuito elétrico. Normalmente esses
contatos são construídos para suportarem uma corrente máxima de 10 ampères, valor
este que vem impresso no corpo do interruptor.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Tipos de interruptores

Os interruptores são fabricados basicamente em três tipos:


• Interruptor simples;
• Interruptor paralelo;
• Interruptor intermediário.

O interruptor simples é o tipo de interruptor mais usado em instalações elétricas e sua


única função é interromper ou restabelecer o circuito. As figuras que seguem
representam este tipo de interruptor e um circuito utilizando um interruptor simples.

Em circuitos com interruptor simples, existe a possibilidade de substituição do


interruptor por um dispositivo controlador de luminosidade denominado dimmer. Esse
dispositivo possui dois terminais de ligação, e deve ser ligado da mesma forma que o
interruptor simples.

O dimmer apresenta duas vantagens em relação ao interruptor; controle de


luminosidade e economia de energia elétrica, pois pode ser regulado para proporcionar
menos luminosidade do que a que seria fornecida se o comando da iluminação fosse
realizado apenas por meio de um interruptor simples.

As ilustrações que seguem apresentam dois modelos de dimmer: um do tipo deslizante


e outro do tipo rotativo.

100 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Os interruptores paralelos são aqueles que permitem o comando de uma lâmpada em


dois pontos diferentes. Possuem três bornes: um é comum e os outros dois são
responsáveis pela comutação do circuito, o que permite que se ligue ou desligue o
circuito a partir de dois pontos diferentes.

Esse tipo de interruptor é muito usado para comandar iluminação de escadarias,


corredores e dormitórios.

As figuras que seguem ilustram o sistema de acionamento interno e o esquema


elétrico desse interruptor.

Para esse tipo de instalação, é necessária a utilização de dois interruptores paralelos.


As figuras a seguir demonstram um circuito utilizando estes interruptores.

Se os dois interruptores estiverem na mesma posição (posição I ou posição II), a


lâmpada estará acesa. Por outro lado, se os interruptores estiverem em posições
diferentes, à lâmpada se apagará. Desta forma, independentemente da posição de um
dos interruptores, é possível comandar a lâmpada a partir de qualquer um dos pontos.

SENAI-SP – INTRANET 101


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Quando é necessário comandar uma lâmpada ou um circuito a partir de vários pontos


diferentes (3 ou mais pontos), é necessário utilizar dois interruptores paralelos e
interruptores intermediários entre eles.

Os interruptores intermediários possuem quatro bornes de ligação, responsáveis pela


comutação dos circuitos.

Através desses interruptores é possível a comutação do circuito em quantos pontos


forem necessários, pois a sua construção permite dois tipos de ligações que
possibilitam esta comutação. As figuras a seguir ilustram as ligações nas posições I e II.

A seguir é mostrado o esquema de um circuito de iluminação comandado a partir de


quatro pontos diferentes, utilizando dois interruptores paralelos e dois intermediários.

Se for necessário comandar a lâmpada do circuito anterior em sete pontos diferentes,


bastaria acrescentar ao circuito mais três interruptores intermediários, entre os
interruptores paralelos.

Estes interruptores são utilizados em corredores longos com várias portas no seu
percurso, como por exemplo em hospitais, onde é necessário o comando de um
circuito em vários pontos diferentes.

O aspecto físico dos interruptores varia de acordo com o fabricante e necessidade do


ambiente onde ele será usado. Os interruptores simples e paralelo são idênticos e o
intermediário possui tecla dupla.

102 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A seguir são apresentados alguns modelos como exemplo. É sempre interessante


consultar catálogos de fabricantes para conhecer a diversidade de combinações e
tipos de interruptores fabricados, a fim de escolher o que melhor se adapte ao trabalho
a ser realizado.

De acordo com o interruptor utilizado, escolhe-se um tipo de placa de proteção. As


figuras que seguem ilustram alguns modelos.

Tomadas e plugues

Tomadas e plugues são dispositivos que permitem ligações elétricas provisórias de


aparelhos portáteis industriais e eletrodomésticos. A ligação é feita por meio do
encaixe entre o plugue, que é a parte móvel, e a tomada, que é a parte fixa.

Nesses tipos de dispositivos, os valores de tensão de serviço e corrente nominal mais


comuns são: 250V - 6A, 10A e 30A.

SENAI-SP – INTRANET 103


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Os plugues e as tomadas são fabricados normalmente de baquelite, porcelana ou


nailon. Eles se diferenciam entre si pelo formato e quantidade de pinos. Os pinos
podem ser redondos ou chatos e devem corresponder ao formato e quantidade dos
contatos da tomada.

Quando o plugue possui o pino-terra, este normalmente diferencia-se dos outros pinos
pelo seu maior comprimento.

A tomada pode ser simples ou universal. O que diferencia uma da outra é o formato
dos pinos do plugue que podem ser encaixados. A tomada simples só pode receber
pinos redondos, enquanto que a tomada universal aceita pinos redondos e chatos,
conforme ilustrações que seguem.

A seguir, são apresentados alguns modelos de tomadas e plugues. Consultando


catálogos de fabricantes, é possível encontrar muitos outros tipos.

A instalação de interruptores e tomadas deve obedecer à norma NBR 5410. Essa


norma determina que o interruptor fique a 1,2m do piso. Para tomadas existem três
alturas padronizadas: a 30cm (baixa), a 1,2m (média) e a 2m (alta) do piso acabado.

104 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Porta-lâmpadas

Porta-lâmpadas são dispositivos de fixação e conexão elétrica usados entre a lâmpada


e os condutores. Os materiais mais utilizados na fabricação desses dispositivos são a
porcelana e o baquelite.

A norma NBR 5112 determina todos os parâmetros construtivos e ensaios desse


dispositivo.

A rosca destinada a receber a lâmpada é denominada de rosca Edison, com vários


diâmetros diferentes. O seu código é provido da letra E (Edison) e um número que
determina o diâmetro da rosca em milímetros: E-10, E-12, E-14, E-17, E-27 e E-40.

As lâmpadas incandescentes usadas em residências possuem rosca E-27.

Alguns tipos de porta lâmpadas são mostrados nas figuras que seguem.

Exercício

1. Responda às seguintes perguntas:


a. Quais são os três tipos de interruptores usados em instalações elétricas
prediais?

b. Qual é a corrente máxima que pode circular por um interruptor simples, em


instalações prediais?

SENAI-SP – INTRANET 105


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

c. De que forma deve ser ligado um dimmer em um circuito elétrico?

d. Que vantagem o interruptor paralelo apresenta em relação ao interruptor


simples?

e. Faça o esquema de um circuito de iluminação com uma lâmpada comandada a


partir de três pontos diferentes.

f. Quais são os valores de tensão de serviço e correntes nominais mais comuns


para tomadas e plugues?

g. Qual é a diferença entre as tomadas simples e universal?

h. Qual é o tipo de rosca que é utilizado em porta-lâmpadas para lâmpadas


usadas em residências?

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Conteudista: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Júlio César Caetano Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Cláudio Correia
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Lâmpadas incandescentes

Entre os vários tipos de lâmpadas elétricas empregadas em iluminação, destacam-se a


lâmpada incandescente que é o objeto de estudo deste capítulo, e a lâmpada
fluorescente que será estudada no próximo capítulo.

Lâmpadas incandescentes
Por definição lâmpada incandescente é uma fonte de luz artificial, que tem a finalidade
de transformar energia elétrica em energia luminosa.

A luz emitida por esta lâmpada provem de um filamento metálico, montado dentro de
um bulbo de vidro, intensamente aquecido (aproximadamente 2.700°C) pela passagem
da corrente elétrica.

A figura a seguir mostra uma lâmpada com a designação de suas partes.

SENAI-SP – INTRANET 107


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O bulbo é construído em vidro opaco ou transparente e apresenta diversos formatos.

Para evitar que o filamento entre em combustão e se evapore dentro do bulbo, cria-se
um vácuo em lâmpadas pequenas de até 25W. Nas lâmpadas de maior potência, além
do vácuo pode-se também colocar um gás inerte, do tipo nitrogênio ou argônio.

A base da lâmpada incandescente é feita de latão ou alumínio que pode apresentar


rosca do tipo Edison de diversos diâmetros, ou encaixe do tipo baioneta. As ilustrações
a seguir mostram esses dois tipos de conexões.

Conexão tipo edison Conexão tipo baioneta

O filamento é construído de tungstênio, enrolado em forma helicoidal e apoiado por


uma haste de vidro, onde se encontram também os condutores internos.

A escolha de uma lâmpada incandescente é feita baseando-se principalmente na


potência e tensão. Assim, quanto maior for à potência, maior será o fluxo luminoso.
Para conhecer o fluxo luminoso de uma lâmpada, deve-se consultar catálogos técnicos
de fabricantes.

108 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A tabela a seguir é fornecida pela norma NBR 5121, e relaciona valores de tensão,
potência, tamanho de base, e acabamento do bulbo.

Tensão Potência
Base Acabamento do bulbo
nominal (em V) nominal (em W)
25
40
Entre 115 60 E 26
Foscado internamente,
e 75 ou
opalizado ou claro
240V 100 E 27
150
200
E 26
E 27
300
E 39 Claro
500
ou
E40
E 39
1.000
ou
1.500
E 40

Exercícios

1. Responda às seguintes perguntas:


a. Qual é a definição de lâmpada incandescente?

b. Quais os parâmetros elétricos analisados para a escolha de uma lâmpada


incandescente?

2. Assinale V para verdadeiro e F para falso nas afirmações que seguem:


a. ( ) O filamento da lâmpada incandescente é feito de tungstênio.
b. ( ) Dentro do bulbo de vidro é colocado um gás denominado hidrogênio.
c. ( ) A lâmpada incandescente com base E40 terá somente bulbo claro.
d. ( ) A temperatura no filamento é de aproximadamente 2.700°C.
e. ( ) Lâmpadas incandescentes de 1.000W são fabricadas com bases de E26
a E40.

SENAI-SP – INTRANET 109


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Luminárias para
lâmpadas fluorescentes

Neste capítulo, será estudado um tipo de iluminação muito utilizado em instalações


prediais em geral: é a iluminação fluorescente usada na substituição de lâmpadas
incandescentes.

Essa substituição traz uma série de vantagens como será demonstrado a seguir.

Luminária fluorescente

A luminária é um conjunto para iluminação formado de calha, reator, starter,


receptáculos, lâmpada fluorescente e acessórios de fixação.

SENAI-SP – INTRANET 111


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Esse tipo de luminária é usado em ambientes residenciais, comerciais e industriais.


A luminária fluorescente pode ser construída para fixação pendente ou na superfície,
com ou sem difusor, conforme ilustrações a seguir.

Calha

A calha é uma estrutura metálica (chapa de aço) esmaltada com rasgos para a
introdução de soquetes e furação para a fixação de reatores.

A calha é construída de formas variadas. Eles podem ser construídos para uma, duas,
três ou quatro lâmpadas. Sua principal função é refletir e dirigir o fluxo luminoso para a
área a ser iluminada, aumentando o aproveitamento deste fluxo luminoso emitido pela
lâmpada.

112 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Reatores

Reatores são aparelhos que proporcionam às lâmpadas fluorescentes as tensões


necessárias ao seu funcionamento. Eles podem ser construídos para uma ou duas
lâmpadas e sempre trazem estampado em sua carcaça o esquema de ligação.

Existem basicamente dois tipos de reatores:


• Reator eletrônico;
• Reator indutivo.

O reator eletrônico apresenta algumas vantagens em relação ao reator indutivo. Entre


elas podem ser citadas:
• Menor peso;
• Maior vida útil;
• Starter desnecessário;
• Fator de potência próximo de 1.

SENAI-SP – INTRANET 113


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O reator indutivo é composto de uma bobina de reatância ou da combinação dessa


bobina com um autotransformador imerso em massa isolante.

Os terminais de ligação do reator saem da caixa de ferro, e seus condutores


apresentam cores diferentes ou base conectora, a fim de facilitar sua ligação com
outros elementos da instalação.

Esse tipo de reator pode ser convencional ou com partida direta.

O reator convencional precisa de um elemento para partir, ou iniciar seu


funcionamento chamado de starter. Já o reator de partida direta dispensa esse
componente.

Difusor

O difusor é um acessório da luminária que abriga a lâmpada evitando que a luz incida
diretamente nos objetos, difundido a iluminação de maneira uniforme, produzindo uma
sensação de conforto e dando à luminária um aspecto ornamental.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Starter

O starter é um interruptor térmico automático, destinado a abrir ou fechar o circuito


dos filamentos de uma lâmpada. Sua finalidade é fornecer dentro de um tempo
determinado, o pré-aquecimento dos catodos, quando então, a lâmpada entra em
funcionamento.

Os starters são fabricados para vários valores de potência de lâmpadas, de15 a 40W.

Receptáculos
Os receptáculos são responsáveis pela interligação das lâmpadas e do starter ao
circuito. As figuras que seguem ilustram esses componentes.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Lâmpada de descarga fluorescente

A lâmpada de descarga fluorescente é um tipo de lâmpada que utiliza a descarga


elétrica através de um gás para produzir energia luminosa. É constituída de um tubo
cilíndrico de vidro, que contém gás argônio, hélio ou neônio e gotículas de mercúrio.
Sua parede interna é recoberta de substância fluorescente.

Nas extremidades estão os filamentos de tungstênio, bases e pinos de conexão.

Essas lâmpadas proporcionam um tipo de iluminação agradável e, em relação ao


consumo, emitem maior quantidade de fluxo luminoso do que lâmpadas
incandescentes de mesma potência.

Os catálogos de fabricantes fornecem o fluxo luminoso de suas lâmpadas


fluorescentes. A tabela a seguir ilustra duas lâmpadas fluorescentes e o valor
equivalente da lâmpada incandescente.

Fluxo luminoso (lm) Lâmpada fluorescente (W) Lâmpada incandescente equivalente (W)

900 - 75

1.200 20 100

116 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Funcionamento

Acionando-se o interruptor, forma-se um arco entre os terminais do starter e o


bimetálico se aquece, fechando o circuito conforme as setas da corrente no diagrama a
seguir.

Ao circular uma corrente elétrica pelo filamento, ele se aquece. Num espaço de tempo
muito curto, a lâmina bimetálica do starter esfria e se afasta do contato fixo abrindo o
circuito, provocando uma tensão mais alta, originária do reator. Essa tensão vai
encontrar os filamentos aquecidos e será suficiente para produzir dentro da lâmpada
uma descarga elétrica entre os filamentos por meio do gás existente dentro da
lâmpada.

SENAI-SP – INTRANET 117


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Eletricidade básica - Prática

Essa descarga é rica em radiações ultravioleta que, atingindo a camada fluorescente


do tubo, produz luz visível.

Existem ainda lâmpadas fluorescentes compactas nas quais, em muitos casos, o


reator já está acoplado na base de rosca E27.

A tabela a seguir apresenta alguns tipos de lâmpadas fluorescentes compactas


comparando-as com lâmpadas incandescentes de mesma potência.

Tipos de lâmpadas Potências Fluxo luminoso Lâmpada incandescente


Fluorescentes (W) (lm) equivalente (W)

Simples 5 / 7 / 9 / 11 / 13 250 / 400 / 600 / 900 / 900 25 / 40 / 60 / 75 / 75

Dupla 9 / 18 / 26 600 / 1.200 / 1.800 60 / 100 / 150

Tripla 18 / 26 1.200 / 1.800 100 / 150

Exercícios

1. Responda às seguintes questões perguntas:


a. Quais são os componentes que compõem uma luminária fluorescente?

118 SENAI-SP – INTRANET


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Eletricidade básica - Prática

b. Qual a diferença entre o reator eletrônico e o reator indutivo?

c. Cite duas vantagens que o reator eletrônico apresenta em relação ao indutivo.

d. Qual é a função dos receptáculos?

e. Qual é a principal vantagem da utilização de uma lâmpada fluorescente?

f. Em uma instalação de iluminação, para substituir uma lâmpada incandescente


de 25W por uma lâmpada fluorescente compacta, qual seria a potência da
lâmpada fluorescente para obter o mesmo fluxo luminoso?

SENAI-SP – INTRANET 119


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Eletricidade básica - Prática

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


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Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2009

Noções de ergonomia

Quase tudo que está à nossa volta é fruto do trabalho dos homens, desde a sua
criação até a sua execução. De manhã, ao tomarmos café com leite e comermos pão
com manteiga, nem sempre somos capazes de imaginar quantas pessoas colaboraram
com seu trabalho físico e intelectual para termos esses produtos. Graças ao trabalho e
à capacidade dessas pessoas, conseguimos viver com maior conforto e saúde.

Também não somos capazes de imaginar sob que condições esse trabalho foi
realizado. Porém, isso é muito importante porque condições inseguras, insalubres ou
perigosas podem trazer ao trabalhador doenças profissionais que o tornará incapaz
para uma vida produtiva.

Os princípios da ergonomia ajudam a estudar as condições sob as quais o trabalho é


realizado, melhorando o conhecimento sobre a atividade real do trabalhador e
detectando pontos de desequilíbrio entre o homem e seu posto de trabalho. Isso torna
possível influir tanto na organização das tarefas quanto no ambiente em que elas são
realizadas, permitindo a atuação direta sobre suas consequências negativas como os
acidentes de trabalho, as doenças profissionais e do trabalho, a fadiga industrial.

Neste capítulo, estudaremos algumas noções sobre ergonomia e também formas de


organizar o trabalho de modo a obter maior produtividade com menos esforço, mais
segurança e mais eficácia.

O que é ergonomia

Ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao ser humano que


auxiliam na concepção de máquinas, instrumentos e dispositivos, de modo que ao
serem utilizados, proporcionem aos seus usuários o máximo de conforto, segurança e
eficácia.
SENAI-SP – INTRANET 121
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Por exemplo:
Você já viu como funciona uma guilhotina manual que serve para cortar chapas de
aço?

A haste de movimentação da guilhotina, que tem contato com as mãos do trabalhador,


deve ter um formato adequado, de modo a permitir que todos os dedos nela se
apoiem, conforme mostra a ilustração abaixo.

Esse formato respeita a anatomia das mãos, proporcionando conforto ao trabalhador.

A ergonomia surgiu nos anos 40 com o objetivo de compreender o trabalho humano


em suas relações dentro dos contextos social e tecnológico. Trata-se de uma área de
conhecimento que utiliza informações de diversas outras áreas como a engenharia, a
fisiologia, a psicologia, a medicina, a fisioterapia, a sociologia.

A ergonomia se classifica em:


• Ergonomia do produto, que trata do design dos produtos a serem oferecidos no
mercado;
• Ergonomia de produção, que estuda o modo como os processos produtivos são
organizados.

A ergonomia de produção, por sua vez, pode ser subdividida em:


• Ergonomia de concepção, que trata dos projetos de máquinas e equipamentos,
processos de trabalho e plantas industriais, com a finalidade de evitar que seu uso
venha a causar desconforto e doenças profissionais em seus usuários;
• Ergonomia de correção, que trata da correção dos problemas ergonômicos gerados
por máquinas, equipamentos, processos de trabalho e plantas industriais e que
estejam causando desconforto e doença aos trabalhadores.

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Através da observação dos postos de trabalho, os especialistas em ergonomia têm


verificado que o trabalho cada vez mais se realiza por meio de tarefas manuais
repetitivas com exigências de precisão e rapidez cada vez maiores e com um ritmo de
trabalho imposto pelas máquinas.

Essa exigência de um grau cada vez maior de produtividade e competitividade leva a


um crescente aumento das doenças relacionadas ao trabalho, sejam elas físicas ou
mentais, particularmente os casos de Distúrbios Ósteo-musculares Relacionados com
o Trabalho (DORT). Essas doenças profissionais têm graves repercussões tanto para o
trabalhador que adoece, quanto para a sociedade que tem que arcar com os custos de
sua assistência médica e previdenciária.

Elas são resultado de exigências de esforço físico intenso, levantamento e transporte


manual de peso, postura inadequada no exercício das atividades, exigências rigorosas
de produtividade, jornadas de trabalho prolongadas ou em turnos, atividades
monótonas ou repetitivas etc.

Norma Regulamentadora 17

Segurança e saúde do trabalhador são assuntos muito sérios. Em virtude disso,


existem as Normas Regulamentadoras (NR) que tratam das questões relativas à
segurança e medicina do trabalho, são de responsabilidade do Ministério do Trabalho e
Emprego e cuja aplicação é fiscalizada pela Secretaria de Segurança e Saúde do
Trabalho.

A Ergonomia é tratada na NR-17 que “visa estabelecer parâmetros que permitam a


adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente”.

“As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento de


transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos, às condições
ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho
(NR17, itens 17.1 e 17.2.)”.

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Isso significa que essa NR descreve parâmetros para estabelecimento de condições


mínimas de trabalho no que se refere a:
• Levantamento, transporte e descarga individual de materiais, estabelecendo, por
exemplo, que “Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas
cujo peso seja suscetível de comprometer” (NR17, item 17.2.2.) a saúde ou a
segurança do trabalhador;
• Mobiliário dos postos de trabalho que exige, por exemplo, que “Para trabalho
manual sentado ou que tenha de ser feito de pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa
postura, visualização e operação...” (NR17, item 17.3.2.);
• Equipamentos dos postos de trabalho que estabelece que “Todos os equipamentos
que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e a natureza do trabalho a ser executado”
(NR17, item 17.4.1.);
• Condições ambientais do trabalho que exige, entre outras coisas, que “Nos locais
de trabalho onde são executadas as atividades que exijam solicitação intelectual e
atenção constantes”... “são recomendadas as seguintes condições de conforto:
a. níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira
registrada no INMETRO;
b. índice de temperatura efetiva entre 20°C e 23oC;
c. velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d. umidade relativa ao ar não inferior a 40%. ( NR17, item 17.5.2.)”.
• Organização do trabalho, que “para efeito da NR, deve levar em conta, no mínimo:
a. as normas de produção;
b. modo operatório;
c. a exigência de tempo;
d. a determinação do conteúdo do tempo;
e. o ritmo do trabalho;
f. o conteúdo das tarefas. (NR17, item 17.6.2.).

Organização do trabalho

Como vimos, organização do trabalho é um dos itens da NR17 que trata da ergonomia
com vistas a proporcionar conforto e segurança ao trabalhador na realização de seu
trabalho.

O problema surge quando é necessário elaborar e por em prática essa organização.


Por exemplo, escolher uma forma mais rápida de realizar uma tarefa pode afetar a
qualidade do produto e a segurança do trabalhador, tornando o trabalho perigoso.

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Além disso, precisamos pensar, também, na quantidade e qualidade dos materiais


necessários, nas condições de equipamentos e do ambiente para as pessoas que vão
operá-los, na hora e no local em que eles devem estar.

Antes de iniciar o trabalho, precisamos providenciar:


• Máquinas;
• Ferramentas adequadas e em bom estado;
• Matéria-prima;
• Equipamentos diversos, inclusive os de segurança;
• Tempo necessário;
• Pessoas qualificadas etc.

Quando fazemos, com antecedência, um estudo de todos os fatores que vão interferir
no trabalho e reunimos o que é necessário para a sua execução, estamos organizando
o trabalho para alcançar bons resultados.

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Posto de trabalho
Posto de trabalho é o local definido e delimitado para a realização de uma atividade
qualquer. Esse local deve ter tudo o que é necessário para o trabalho: máquinas,
bancadas, material, ferramentas, instalações etc. Num posto de trabalho, podem
trabalhar uma ou mais pessoas.

Para essa organização, é valiosa a técnica baseada nos princípios de economia de


movimentos.

Princípios de economia de movimentos

Esses princípios orientam procedimentos para reduzir movimentos do profissional e


aumentar a produtividade. A idéia básica desses princípios é a de que não se deve
fazer nada que seja desnecessário. Normalmente, esses princípios são empregados
em trabalhos contínuos, manuais e em pequenas montagens. De acordo com tais
princípios, o trabalho deve ser organizado com base nas seguintes idéias:

1. Uso de músculos adequados;


Deve haver concordância entre o esforço a ser feito e os músculos a serem
utilizados num trabalho físico. Pela ordem, devemos usar os músculos dos dedos.

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Se estes não forem suficientes para o esforço despendido, vamos acrescentando a


força de outros músculos: do punho, do antebraço, do braço e dos ombros.
Essa quantidade de músculos deve ser usada de acordo com a necessidade: nem
mais, o que seria desperdício de energia; nem menos, porque a sobrecarga de um
só músculo pode causar problemas sérios ao trabalhador.

Por exemplo:
Quando um pintor usa um pincel médio para pintar uma porta numa determinada
altura, ele deve usar os músculos dos dedos mais os músculos dos punhos. Se
utilizasse também o antebraço, estaria fazendo esforço desnecessário.

2. Mãos e braços;
As mãos e os braços devem trabalhar juntos. Sempre que possível, deve-se
organizar o trabalho de modo que ele possa ser realizado com as duas mãos ou os
dois braços num mesmo momento e em atividades iguais.

Se, por exemplo, temos de colocar uma porca num parafuso, dar meia-volta na
porca e colocar a peça numa caixa de embalagem, devemos fazer esse trabalho
com as duas mãos e os dois braços. Numa empresa, esse tipo de trabalho pode
ser feito de modo rápido e eficiente pelo trabalhador, desde que se façam as
adaptações necessárias no posto de trabalho e que o trabalhador passe por um
treinamento.

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3. Movimentos curvos
Os movimentos dos braços e das mãos devem ser feitos em curvas contínuas, isto
é, sem paradas e, se possível, de forma combinada. Um exemplo de movimento
em curvas é o de encerar que, em vez de vaivém, deve ser feito em círculos
contínuos.

Um exemplo de movimento combinado é o que fazemos quando pegamos um


parafuso com as mãos e o seguramos de modo que sua posição fique adequada
para encaixá-lo num furo.

4. Lançamentos
Quando necessitamos transportar coisas, poderemos lançá-las em vez de carregá-
las, se a distância assim o permitir. Esse lançamento deve seguir uma trajetória
chamada balística porque descreve uma curva igual ao caminho que faz uma bala
disparada de uma arma de fogo. É o que fazem os pedreiros ao usarem pás para
lançar areia de um local para outro.

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5. Ritmo
O trabalho deve ser feito com ritmo, ou seja, cadência. Quando andamos uma
longa distância, devemos manter um ritmo constante, de modo que não nos
cansemos andando muito rápido, nem demoremos andando muito devagar.

Mas é preciso lembrar que cada pessoa tem um ritmo próprio. Assim, o trabalhador
deve seguir o seu próprio ritmo e mantê-lo constantemente.

Ao serrar uma barra de aço de bitola fina, por exemplo, com uma serra manual, o
movimento de vaivém deve ter um ritmo normal. Um movimento excessivamente
rápido, além de cansar quem está serrando, pode resultar num corte malfeito, sem
boa qualidade. Também pode causar redução da produção, pois o trabalhador, após
excessivo esforço, vê-se obrigado a parar por muito cansaço.

6. Zonas de trabalho
É preciso demarcar bem a zona de trabalho, que é a área da extensão das mãos
do trabalhador quando ele movimenta os braços, sem precisar movimentar o corpo.

No plano horizontal, temos a chamada zona ótima, adequada para a realização de


tarefas mais precisas, em que são movimentados os dedos e os punhos.

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Quando usamos dedos, punho e antebraço na execução de um trabalho, estamos


usando a zona normal, conforme ilustra a figura abaixo.

A zona de alcance máximo dos braços corresponde à área denominada zona


máxima. Além desse limite, não é recomendável a realização de nenhuma tarefa.

Todas as ferramentas, materiais, botões de comando e pontos de operação devem


estar sempre colocados nessas áreas, seguindo, se possível, a seqüência: zona
ótima, zona normal, zona máxima.

Essas áreas também existem no plano A área de trabalho pode, ainda, estar em
vertical, que fica paralelo à frente da pleno perpendicular à frente do corpo,
pessoa como é o caso do professor, ao como é o caso do músico que toca harpa.
escrever na lousa.

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7. Altura do posto de trabalho;


A altura do posto de trabalho é um dos aspectos importantes para manter o
conforto do trabalhador e evitar cansaço. Sempre que possível, a pessoa deve ter
liberdade para trabalhar em pé ou sentada, mudando essas duas posições de
acordo com sua disposição física. Portanto, as máquinas e bancadas devem ter
altura adequada à altura do trabalhador para ele trabalhar em pé. Para seu
conforto, deve haver um assento alto, regulável, que lhe possibilite trabalhar
sentado. No entanto, existem trabalhos que só podem ser feitos com o trabalhador
sentado, como é o caso dos motoristas, e trabalhos que só podem ser feitos em pé,
como é o caso dos cozinheiros à frente do fogão.

Em cadeira alta, o trabalhador precisa ter um apoio para os pés, de modo que haja
facilidade de circulação do sangue pelas coxas, pelas pernas e pelos pés.

8. Um lugar para cada coisa


Deve haver sempre um lugar para cada coisa e cada coisa deve estar sempre em
seu lugar. Pondo isso em prática, evita-se fadiga, perda de tempo e irritação por
não se encontrar o que se necessita.

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Um exemplo desse princípio de ordem e organização é o dos quadros de oficinas


mecânicas, que apresentam contornos das ferramentas a fim de que cada uma
volte sempre ao seu local.

9. Objetos em ordem
Objetos em ordem facilitam o trabalho. Se, numa sequência de operações, você
usa ferramentas ou outros objetos, procure colocá-los na mesma ordem da
seqüência de uso e na zona em que vai trabalhar. Os objetos de uso mais
frequente devem ficar mais próximos de você.

10. Uso da força da gravidade


A força da gravidade faz com que os corpos sejam atraídos para o centro da Terra.
Deve ser aproveitada para pequenos deslocamentos, como é caso de
abastecimento e retirada de materiais. Sua bancada, por exemplo, pode ter uma
calha para você receber peças ou transportá-las para outro posto.

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11. Ferramentas
As ferramentas devem ser adequadas ao trabalho, tanto no tipo quanto no
tamanho. Por exemplo, para pregar pregos pequenos, devemos usar martelos
pequenos e para pregos grandes, martelos grandes. Devemos apertar uma porca
com chave de boca com tamanho e tipo apropriados, pois o uso da ferramenta
inadequada pode causar acidentes.

Fatores ambientais

Fatores como iluminação, barulho, temperatura etc., devem ser considerados para
aumentar a produtividade, assegurar a qualidade do produto ou serviço que está sendo
feito e garantir o conforto e a saúde ocupacional do trabalhador.

O conjunto de elementos que temos à nossa volta, tais como as edificações, os


equipamentos, os móveis, as condições de temperatura, de pressão, a umidade do ar,
a iluminação, a ordem, a limpeza e as próprias pessoas, constituem o nosso ambiente.
Nos locais de trabalho, a combinação de alguns desses elementos gera produtos e
serviços. A todo esse conjunto de elementos e ações denominamos condições
ambientais.

Com o desenvolvimento tecnológico, é possível imaginar que, num futuro próximo, os


trabalhadores fiquem livres de desenvolver atividades em ambientes que coloquem em
risco sua integridade física e saúde.

Já estamos chegando quase lá. Hoje, existem robôs que, manipulados por controle
remoto, descem ao fundo das crateras vulcânicas para colher amostras de solo e
registrar informações que permitirão prever a ocorrência de futuras erupções. Os
cientistas fazem a sua parte em locais mais seguros. Nas linhas de montagem, os
robôs se encarregam de atividades repetitivas e perigosas.

Entretanto, apesar de todo o avanço científico e tecnológico, ainda há situações em


que o homem é obrigado a enfrentar condições desfavoráveis em seu ambiente de
trabalho, expondo-se ao risco de contrair doenças ou sofrer lesões. E o que é pior: há
casos em que o homem desenvolve seu trabalho em condições ambientais
aparentemente inofensivas, sem ter consciência dos riscos invisíveis que está
enfrentando.

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Há vários fatores de risco que afetam o trabalhador no desenvolvimento de suas


tarefas diárias. Alguns atingem grupos específicos de profissionais. É o caso, por
exemplo, dos mergulhadores, que trabalham submetidos a altas pressões e a baixas
temperaturas. Por isso, são obrigados a usar roupas especiais, para conservar a
temperatura do corpo, e passam por cabines de compressão e descompressão, cada
vez que mergulham ou sobem à superfície.

Outros fatores de risco não escolhem profissão: agridem trabalhadores de diferentes


áreas e níveis ocupacionais, de maneira sutil, praticamente imperceptível. Esses
últimos são os mais perigosos, porque são os mais ignorados.

Riscos físicos

Todos nós, ao desenvolvermos nossos trabalhos, gastamos certa quantidade de


energia para produzir um determinado resultado. Quando as condições físicas do
ambiente, como, por exemplo, o nível de ruído e a temperatura, são agradáveis,
produzimos mais com menor esforço. Mas, quando essas condições fogem muito dos
limites de tolerância, vem o cansaço, a queda de produção, a falta de motivação para o
trabalho, as doenças profissionais e os acidentes do trabalho.

Em outras palavras, os fatores físicos do ambiente de trabalho interferem diretamente


no desempenho do trabalhador e na produção e, por isso, merecem ser analisados
com o maior cuidado.

Ruído

Os especialistas no assunto definem o ruído como todo som que causa sensação
desagradável ao homem.

Quando você se encontra em um ambiente de trabalho e não consegue ouvir


perfeitamente a fala das pessoas, isso é uma indicação de que o local é barulhento ou
ruidoso.

O som e o ruído, penetrando pelos ouvidos, atingem o cérebro. Se medidas de


controle não forem tomadas, graves consequências podem ocorrer. Agindo no
aparelho auditivo, o ruído pode causar surdez profissional cuja cura é impossível,

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deixando o trabalhador com dificuldades para ouvir rádio, televisão e para manter um
bom “papo” com os amigos.
Você sabia?
Para 8 horas diárias de trabalho, o limite máximo de ruído estabelecido pela norma
regulamentadora do Ministério do Trabalho é de 85 decibéis. O ruído emitido por uma
britadeira é equivalente a 100 decibéis. Pela mesma norma, o limite máximo de
exposição contínua do trabalhador a esse ruído, sem protetor auditivo, é de 1 hora.

Temperatura

Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para um


ambiente frio ou vice-versa, também são prejudiciais à saúde.

Nos ambientes onde há a necessidade do uso de fornos, maçaricos etc., ou pelo tipo
de material utilizado e características das construções (insuficiência de janelas, portas
ou outras aberturas necessárias a uma boa ventilação), toda essa combinação pode
gerar alta temperatura prejudicial à saúde do trabalhador.

A sensação de calor que sentimos é proveniente da temperatura resultante existente


no local e do esforço físico que fazemos para executar um trabalho. A temperatura
resultante é função dos seguintes fatores: umidade relativa do ar, velocidade e
temperatura do ar e calor radiante, isto é, produzido por fontes de calor do ambiente,
como fornos e maçaricos.

Para saber mais!


Consulte o anexo 3 da Norma Regulamentadora 15 do Ministério do Trabalho, que
trata das tabelas de temperaturas máximas para diferentes tipos de trabalho. Você
pode fazer isso pela Internet.
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Radiação

As radiações são uma forma de energia que se transmite da fonte ao receptor através
do espaço, em ondas eletromagnéticas.

As radiações se movimentam no espaço em forma de ondas. É dessa forma, em


ondas, que o som chega até o seu radinho de pilhas.

Um dos elementos da onda é o seu comprimento, identificado pela letra grega λ


(lambda). O comprimento de onda λ tem grandes variações, de acordo com o tipo de
energia.

Existem diferentes tipos de radiações que se propagam no espaço em diferentes


comprimentos de onda. As radiações são tanto mais perigosas quanto menor for o
comprimento de onda λ.

Veja, a seguir, quais os tipos de radiação que mais atingem o trabalhador.

1. Raios infravermelhos
Trabalhos com solda elétrica, com solda oxiacetilênica, trabalhos com metais e
vidros incandescentes, isto é, que ficam da cor laranja e emitem luz quando
superaquecidos, e também nos fornos, fornalhas e processos de secagem de tinta
e material úmido são atividades que produzem raios infravermelhos. Em trabalhos
a céu aberto, o trabalhador fica exposto ao Sol, que é uma fonte natural emissora
de raios infravermelhos.

Em doses bem controladas, os raios infravermelhos são usados para fins


medicinais. Mas, quando a intensidade dessa radiação ultrapassa os limites de
tolerância, atingindo o trabalhador sem nenhuma proteção adequada, os raios
infravermelhos podem causar sérios danos à saúde.

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2. Raios ultravioletas
Atividades com solda elétrica, processos de foto-reprodução, esterilização do ar e
da água, produção de luz fluorescente, trabalhos com arco-voltaico, dispositivos
usados pelos dentistas, processos de aluminotermia (atividade química com o
emprego de alumínio em pó), lâmpadas especiais e o Sol emitem raios ultravioleta.

Em pequenas doses (mais ou menos 15 minutos diários de exposição ao Sol), o


ultravioleta é necessário ao homem porque é o responsável pela produção da
vitamina D no organismo humano. Mas, em quantidades excessivas, pode causar
graves prejuízos à saúde.

Tanto os raios infravermelhos como os ultravioletas normalmente não são medidos


nos ambientes de trabalho, mas quando ocorrem atividades que emitam esses
raios, como as citadas nesta aula, medidas de proteção devem ser tomadas para
garantir a saúde dos trabalhadores.

3. Micro-ondas
As micro-ondas são encontradas em formas domésticas ou industriais: fornos de
micro-ondas, aparelhos de radar em aeroportos, aparelhos de radiocomunicação,
equipamentos de diatermia para obter calor e processos de aquecimento em
produção de plásticos e cerâmicos. A medição ou avaliação das microondas pode
ser por sistema elétrico ou térmico, mas não é costumeira e não existem limites
nacionais de tolerância definidos.

4. Laser
Esta sigla, em inglês, vem de “Light Amplification by Stimulated Emission of
Radiation”, que em Português pode ser traduzido por: amplificação da luz por
emissão estimulada de radiação.

O laser é um feixe de luz direcional convergente, isto é, que se concentra em um


só ponto. É muito utilizado em indústrias metalúrgicas para cortar metais, para
soldar e também em equipamentos para medições a grandes distâncias. Tem
também aplicações em medicina, para modernos processos cirúrgicos.

Os perigos que podem representar os raios laser têm sido motivo de estudos e
experiências, até agora não conclusivos. Daí as recomendações se limitarem mais
aos aspectos preventivos. O seu maior efeito no homem é sobre os olhos, podendo
causar grandes estragos na retina, que é a membrana sensível do olho, em alguns
casos irreversíveis, podendo provocar cegueira.

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Todas essas radiações estudadas: o infravermelho, o ultravioleta, a microonda e o


laser são classificados como radiações não ionizantes. Porém, as mais perigosas
são as ionizantes, cuja energia é tão grande que, atingindo o corpo humano,
produzem alterações das células, provocando o câncer.

Radiações ionizantes

Do ponto de vista do estudo das condições ambientais, as radiações ionizantes de


maior interesse de uso industrial são os raios X, gama e beta, e de uso não industrial
são os raios alfa e nêutrons, cada uma com uma faixa de comprimento de onda λ.
Essas radiações podem ser encontradas de forma natural nos elementos radioativos,
tais como Urânio 238, Potássio 40 etc., além das radiações cósmicas vindas do espaço
celeste.

Artificialmente, são originadas pela tecnologia moderna, como o raio X, usado em


metalurgia para detectar falhas em estruturas metálicas e verificar se há soldas
defeituosas. Outros tipos de radiações são usados para determinar espessuras de
lâminas metálicas, de vidro ou plásticos, bem como para indicar níveis de líquidos em
reservatórios.

Os raios gama servem para analisar soldagem em tubos metálicos, cujo processo
chama-se gamagrafia.

As radiações são ainda usadas em tintas luminosas, nas usinas de produção de


energia elétrica (como a usina atômica de Angra dos Reis) e nos processos de
verificação de desgaste de cera para piso, desgaste de ferramentas de tornos e de
anéis de motores de automóveis. São também usadas em laboratórios de pesquisa e
na medicina, no combate ao câncer e em muitas outras aplicações.
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A absorção de radiação no organismo humano é indiretamente avaliada pela unidade


chamada REM, em inglês: “Relative Efect Man” que em português quer dizer: efeito
relativo no homem. A detecção das radiações ionizantes é feita por vários tipos de
aparelhos, como detectores pessoais e de cintilação, dosímetros etc.

Os limites máximos de exposição são indicados pela Comissão Nacional de Energia


Nuclear e por norma do Ministério do Trabalho.

Cuidado! Este símbolo indica material radioativo. Não se aproxime, não mexa. Vendo
este símbolo em materiais abandonados ou mal acondicionados, informe aos órgãos
especializados.

Riscos químicos

Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são


lançadas no ambiente de trabalho, intencional ou acidentalmente. Essas substâncias
podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e gasoso.

No estado sólido, essas substâncias são representadas por poeiras de origem animal,
mineral e vegetal, como a poeira mineral de sílica encontrada nas areias para moldes
de fundição. No estado gasoso pode-se citar, por exemplo, o GLP (gás liquefeito de
petróleo), usado como combustível nos fogões residenciais. Os ácidos, os solventes,
as tintas e os inseticidas domésticos são exemplos de substâncias químicas no estado
líquido.

Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo do


trabalhador por:
• Via respiratória, principal porta de entrada dos agentes químicos, porque
respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar vai direto aos nossos
pulmões. Se o produto químico estiver sob forma sólida ou líquida, normalmente
fica retido nos pulmões e provoca, a curto ou longo prazo, sérias doenças
chamadas pneumoconioses, como o edema pulmonar e o câncer dos pulmões.
Se estiver no ar sob forma gasosa, causa maiores problemas de saúde, pois a
substância atravessa os pulmões, entra na corrente sanguínea e vai alojar-se em

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Eletricidade básica - Prática

diferentes partes do corpo humano, como no sangue, fígado, rins, medula óssea,
cérebro etc., causando anemias, leucemias, alergias, irritação das vias
respiratórias, asfixia, anestesia, convulsões, paralisias, dores de cabeça, dores
abdominais e sonolência.

Veja ilustração abaixo.

• Via digestiva - se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que
ficaram muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas
será ingerida junto com o alimento, atingindo o estômago e provocando sérios
riscos à saúde.

• Cimento, derivados de petróleo etc. que causam câncer e doenças de pele


conhecidas como dermatoses. Epiderme - essa via de penetração é a mais difícil,

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Eletricidade básica - Prática

mas se o trabalhador estiver desprotegido e tiver contato com substâncias


químicas, havendo deposição no corpo, serão absorvidas pela pele.

A maneira mais comum da penetração pela pele é o manuseio e o contato direto com
os produtos perigosos, como arsênico, álcool.

• Via ocular - alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação nos
olhos e conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode se
dar também pela vista.

É importante tomar cuidado com os diferentes produtos químicos empregados nas


indústrias e até em casa. Faça um levantamento dos produtos químicos que você
utiliza, leia os rótulos das embalagens e informe-se sobre os efeitos que podem
provocar no organismo humano.

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Eletricidade básica - Prática

Riscos biológicos

Os riscos biológicos são causados por agentes biológicos na forma de microrganismos,


ou seja, reduzidíssimos seres vivos não vistos a olho nu, presentes em alguns
ambientes de trabalho, como hospitais, laboratórios de análises clínicas, coleta de lixo,
indústria do couro, fossas etc. Nessa categoria incluem-se os vírus, as bactérias, os
protozoários, os fungos, os parasitas e os bacilos.

Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele, são
responsáveis por algumas doenças profissionais.

Como esses microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes


sujos, as medidas preventivas a tomar são: rigorosa higiene dos locais de trabalho, do
corpo e das roupas; destruição por processos de elevação da temperatura (esterilização)
ou uso de cloro; uso de equipamentos individuais para evitar contato direto com os
microrganismos; ventilação permanente e adequada; controle médico constante, e
vacinação, sempre que possível.

A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita por


meio de retirada de amostras de ar e de água, que serão analisadas em laboratórios
especializados. Em virtude das grandes dificuldades para a realização dessas
análises, não existem limites de tolerância definidos.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2009


Conteudista: Luiz Cláudio Vecchia André Gustavo Sacardo
Augusto Lins de Albuquerque Neto
Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Casado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello

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Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Riscos ergonômicos

Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco
produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias,
curáveis em estágios iniciais, mas complicadas quando não tratadas a tempo,
chamadas genericamente de Lesões por Esforços Repetitivos - LER (lê-se lér, com
e aberto).

As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga


muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos atingidos.

Neste capítulo, você vai saber um pouco mais sobre esse tipo de doença.

Os riscos ergonômicos: Lesões por Esforço Repetitivo

Ao contrário do que se pensa, as LER (Lesões por Esforço Repetitivo) não são
doenças do século XX. Na verdade, esta síndrome é relatada desde 1700 quando
Ramazzini - o pai da medicina do trabalho - a descreve como "doença dos escribas e
notários". Mais tarde aparece como "doença das tecelãs" (1920) ou "doença das
lavadeiras" (1965). O problema se ampliou a partir de 1980, quando a doença - que
atinge várias profissões que envolvem movimentos repetitivos ou grande imobilização
postural - tornou-se um fenômeno mundial, devido à grande evolução do trabalho
humano e ao aumento do ritmo na vida diária.

Hoje, a síndrome que é mais associada ao trabalho informatizado, já representa quase


70% do conjunto das doenças profissionais registradas no Brasil. A prevenção foi e
continua sendo a melhor forma de combate a este tipo de patologia. A adoção de
posturas e ritmos de trabalho mais adequados (com as pausas ao longo da jornada de
trabalho) são fundamentais. Quando existe uma suspeita de lesão, o acompanhamento
de um profissional torna-se primordial para a correta avaliação e tratamento do
funcionário.
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Eletricidade básica - Prática

O que é uma LER?

As lesões por esforços repetitivos (LER) também chamadas de lesões por traumas
cumulativos (LTC) ou distúrbios ósteo-musculares relacionados com o trabalho
(DORT) são um grupo de doenças causadas pelo uso excessivo de determinada
articulação, principalmente envolvendo as mãos, os punhos, cotovelos, ombros e
joelhos.

Essas doenças têm chamado a atenção ultimamente devido ao aumento de casos,


principalmente nas pessoas que trabalham com computadores e que apresentam
dores e inflamações nas mãos.

Por serem doenças que envolvem determinadas profissões, elas são consideradas
doenças do trabalho. Por isso, as empresas estão cada vez mais preocupadas em
orientar seus funcionários no sentido de prevenir a ocorrência dessas lesões.

Causas da LER

A causa direta da LER parece ser o uso excessivo de determinadas articulações do


corpo, relacionadas ao exercício de certas profissões. Digitadores/datilógrafos,
operadores de caixas registradoras, trabalhadores de linhas de montagem e
costureiras são exemplos de profissionais sujeitos a esse tipo de doença.

Essas pessoas passam horas fazendo o mesmo movimento com as mãos e os braços,
provocando inflamações nas estruturas ósseas, nos músculos, nos tendões, obtendo
como resultado a compressão de nervos e interrupção da circulação sangüínea. Isso
leva à dor, fraqueza e fadiga das articulações. A realização do trabalho, por esse
motivo, torna-se muito dolorosa o que impede a pessoa de trabalhar normalmente.

Tipos de LER
Existem várias doenças que podem ser enquadradas no grupo das LER. Cada uma
delas tem características diferentes, mas, em geral, apresentam o mesmo tipo de
sintoma, ou seja, dor e fraqueza nas articulações. Os principais tipos de lesões por
esforços repetitivos são:
• Tendinite - Inflamação aguda ou crônica dos tendões. Os tendões são estruturas
que se parecem com cordões extremamente fortes e que são responsáveis pela
fixação dos músculos nos ossos. Toda vez que o músculo se contrai, os tendões se

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esticam, dando-se assim o movimento desejado. O termo tendinite, significa


inflamação dessas estruturas, causada, geralmente, por dois fatores:
movimentação freqüente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se
principalmente através de dor na região que é agravada por movimentos
voluntários. Associados à dor, manifestam-se também edema e crepitação na
região.

• Tenossinovite - Inflamação aguda ou crônica das bainhas dos tendões. Assim


como a tendinite, os dois principais fatores causadores da lesão são:
movimentação freqüente e período de repouso insuficiente. Manifesta-se
principalmente através de dor na região que é agravada por movimentos
voluntários. Associados à dor, manifestam-se também edema e crepitação na
região.

• Síndrome de De Quervain - Inflamação dos tendões que passam pelo punho no


lado do polegar. Estes tendões têm uma característica anatômica interessante:
correm dentro da mesma bainha; quando friccionados, costumam se inflamar. O
principal sintoma é a dor muito forte no dorso do polegar. Um dos principais fatores
causadores deste tipo de lesão está no ato de fazer força torcendo o punho.

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Eletricidade básica - Prática

• Síndrome do túnel do carpo - Inflamação devida à compressão do nervo mediano


(que vem do braço e passa pelo punho) no túnel do carpo. As causas mais comuns
deste tipo de lesão são a exigência de flexão do punho, a extensão do punho e a
tenossinovite. Neste caso, os tendões inflamados levam a uma compressão crônica
e intermitente da estrutura mais sensível do conjunto que compõe o túnel do carpo:
o nervo mediano.

(www.ergonomia.com.br – 2005)

Outros exemplos de LER são:


• Epicondilite lateral - Inflamação das pequenas protuberâncias dos ossos do
cotovelo, chamados de epicôndilos. Manifesta-se em pessoas que trabalham
levantando peso.
• Bursite - Inflamação da bursa, que é uma cápsula contendo líquido lubrificante em
seu interior e que reveste algumas articulações.

É importante notar que essas lesões vão se formando por processo cumulativo, isto é,
um pouco a cada dia e só são sentidas ao longo do tempo.

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Eletricidade básica - Prática

Os primeiros sintomas de uma lesão por esforço repetitivo são sensações de peso e
desconforto no braço afetado, normalmente o que é mais usado. Durante a jornada de
trabalho, essas sensações vão e voltam, porém não são suficientemente incômodas
para interromper a atividade. À medida que o caso se agrava, surge a dor,
acompanhada de formigamento e sensação de calor na área atingida. Ainda nesse
ponto, praticamente não existem sintomas clínicos, além de uma pequena nodulação
na área afetada.

Quando a lesão está definitivamente instalada, a dor acontece principalmente à noite.


Há perda de força muscular o que impede o profissional de exercer sua função
normalmente. As crises repetidas podem levar a constantes afastamentos do trabalho
até a total impossibilidade para o trabalho, com afastamento definitivo por invalidez.

Todo o trabalho de fisioterapia para a recuperação dos movimentos é longo e sem


garantia de sucesso total. Em seu estado mais grave, as lesões por esforços
repetitivos produzem inchaço na área afetada, alteração da sensibilidade e
comprometimento dos nervos, culminando muitas vezes com a necessidade de uma
cirurgia.

Prevenção das LER

Como essas doenças se instalam por uso repetitivo, a maneira mais fácil de evitá-las é
a prevenção.

Assim, para evitar a tendinite, é preciso tomar cuidado com a posição em que se está
sentado, observando a posição dos braços e das mãos, principalmente as pessoas
que trabalham com computadores e máquinas de escrever. Os punhos devem ficar
sempre em posição confortável, alinhados com os braços e o teclado. De tempos em
tempos, deve-se parar o trabalho para relaxar a musculatura e os tendões.

A fim de prevenir a tenossinovite, deve-se evitar o uso repetitivo das articulações,


evitando forçar as palmas das mãos em atividades como grampear e carimbar.

Na prevenção da síndrome de De Quervain, deve-se procurar relaxar as mãos


durante o trabalho. Ao se apertar a barra de espaço do computador ou da máquina de
escrever, por exemplo, deve-se alternar o uso do polegar direito e esquerdo. O
digitador/datilógrafo deve estar sentado confortavelmente com os punhos no mesmo

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nível das teclas. Se a atividade prevê o uso de canetas ou lápis, deve-se usar aqueles
que forneçam sensação mais confortável para a mão, a fim de que o polegar não seja
sobrecarregado. Se a atividade exigir movimentos de pinçamento, deve-se usar luvas
de borracha e alternar o uso das mãos.

A medida mais importante para prevenir a síndrome do túnel do carpo é evitar usar
as articulações por muito tempo. Durante a realização do trabalho devem ser feitas
pausas para relaxar a musculatura das mãos e dos dedos. Para profissionais que
trabalham sentados usando computadores e máquinas de escrever, é muito importante
a posição em que se está sentado. Os pés devem ficar paralelos ao chão (use um
apoio para os pés, se necessário) e as pernas devem estar flexionadas na altura dos
joelhos de modo que a coxa forme um ângulo de 90o em relação às costas. A cadeira
deve ser confortável e as costas devem estar apoiadas no encosto. Os braços e mãos
devem ficar na mesma altura do teclado para não forçar os punhos. A tela do
computador deve estar a uma distância entre 40 e 60 centímetros dos olhos com um
ângulo de inclinação entre 15 e 30o.

Importância das pausas e dos exercícios

Como já vimos, para a prevenção das LER, é muito importante que, ao longo do
período de trabalho, pequenas pausas para descanso sejam feitas. Embora a princípio
essas pausas possam parecer sem importância, paradas entre 5 e 10 minutos por
hora, causam um impacto extremamente positivo ao nosso corpo, impedindo que ele
entre em processo de fadiga e diminuindo em muito o risco de doenças ocupacionais.

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A seguir são apresentados quatro exercícios de alongamento e um de relaxamento


que previnem a tenossinovite em pessoas que utilizam principalmente as mãos em seu
trabalho.

Alongamento dos extensores


Para alongar os músculos extensores do punho e dos dedos: fazer o alongamento por
10 segundos, cinco vezes em cada mão.

Alongamento dos flexores


Para alongar os músculos internos das mãos: repetir cinco vezes para cada mão.

Alongamento da mão
Fazer por dez segundos, repetindo cinco vezes.

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Relaxamento
Para relaxar mãos e braços: soltar o braço sacudindo as mãos com o punho e dedos
relaxados. Esse exercício pode ser feito isoladamente durante o decorrer do trabalho.

Contra os males provocados pelos agentes ergonômicos, a melhor arma, como vimos,
é a prevenção na forma de:
• Rodízios e descansos constantes;
• Exercícios compensatórios frequentes para trabalhos repetitivos;
• Exames médicos periódicos;
• Manutenção de postura correta sentado, em pé, ou carregando e levantando peso.

• Utilização correta do mouse:


a. Bastante espaço livre à volta do mouse para que seu usuário possa movimentá-
lo à vontade;
b. Ângulo de 90o do braço em relação ao antebraço;
c. Botões do mouse pressionados com pouca força para não causar sobrecarga
muscular.

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Eletricidade básica - Prática

Observação
O texto desta lição foi elaborado com o auxílio de textos pesquisados na Internet. Se
você tem computador e acesso à Internet, faça sua própria pesquisa. Um endereço
interessante é o www.ergonomia.com.br no qual você encontra vídeos com ginásticas
que podem ser feitas nos locais de trabalho para prevenir as LER.

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Eletricidade básica - Prática

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaborador: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Conteudista: Airton Almeida de Moraes Cláudio Correia
Júlio César Caetano Douglas Airoldi
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Edvaldo Freire Cabral
José Luciano de Souza Filho Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello

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Prevenção de incêndios

Durante muitos séculos, a humanidade dependeu de fenômenos naturais, como as


descargas elétricas sob a forma de raios, por exemplo, para obter o fogo. Com o
tempo, o homem aprendeu a fazer o fogo e a usá-lo em seu benefício. Conhecer o
segredo do fogo passou a ser fator de superioridade sobre quem não possuía esse
conhecimento.

Hoje em dia é muito fácil obter o fogo. Utilizamos o fogo o tempo todo e raramente ou
nunca nos damos conta do que estamos fazendo. Não há dúvida de que o fogo é um
elemento extremamente útil ao homem. Porém, ainda hoje, o fogo é um fenômeno que,
às vezes, escapa ao nosso controle e acarreta conseqüências desastrosas.

Mas, afinal, o que é o fogo? Como tê-lo do nosso lado, ao nosso serviço? Como evitar
que ele se torne sinônimo de perigo e destruição? O que cada um de nós pode fazer
para evitar que o fogo seja um risco fora de controle? Esses são alguns dos assuntos
analisados neste capítulo.

O que é o fogo?

O fogo é um fenômeno químico denominado combustão. É uma reação química que


desprende calor e luz, alterando profundamente a substância que se queima. Para
formação do fogo são necessários três elementos, que reagem entre si:
• Combustível, que alimenta o fogo e serve de campo para sua propagação.
Combustível é tudo que queima, que pega fogo. Os combustíveis podem ser
sólidos (madeira, papel, tecidos etc.), líquidos (álcool, gasolina, óleo etc.) ou
gasosos (acetileno, butano, metano etc.). Substâncias combustíveis que queimam
muito rapidamente são chamadas inflamáveis. É o caso da gasolina, por exemplo,
citada anteriormente como combustível líquido.

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Eletricidade básica - Prática

• Calor, que dá início ao fogo, mantendo-o e propagando-o pelo combustível. O calor


provém de fontes que se encontram ao nosso redor como, por exemplo, a brasa de
um cigarro ou a chama de um fogão de cozinha.
• Comburente, é o ativador de fogo que dá vida às chamas. O comburente mais
comum é o oxigênio, elemento presente no ar que respiramos.

Basta juntar o combustível, o comburente e uma fonte de calor, com a intensidade


ideal, que teremos como resultado o fogo. Ou seja, teremos formado o Triângulo do
fogo.

Lembramos que a falta de um desses elementos implicará o não surgimento do fogo e,


conseqüentemente, a não manutenção da chama. Ultimamente vem sendo incluído
mais um elemento: a reação em cadeia, como mostra a figura ao lado.

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Eletricidade básica - Prática

A prevenção

Grandes incêndios acontecidos nos últimos anos na cidade de São Paulo, ainda estão
na nossa memória: os dos edifícios Andraus, Joelma, CESP. Após cada um desses
grandes incêndios, a única certeza que ficou é a que todos eles começaram de um
pequeno foco iniciado com a formação do triângulo do fogo. Um pequeno foco pode
ser um fósforo aceso jogado por engano num cesto de lixo ou um curto-circuito num
aparelho de ar condicionado.

Episódios como os dos três edifícios podem ser evitados desde que se impeça a
formação do triângulo do fogo. Isso pode ser conseguido por meio de prevenção.
E prevenir incêndios é tarefa de todos nós.

A prevenção é um assunto tão importante que mereceu até legislação específica. No


Brasil, a própria Constituição e a Consolidação das Leis do Trabalho determinam que
sejam cumpridas normas que têm por objetivo garantir condições seguras de trabalho.

A NR-23, que trata de Proteção Contra Incêndio, estabelece que todas as empresas
devem possuir:
• Proteção contra incêndios;
• Saídas para a rápida retirada do pessoal em caso de incêndio;
• Equipamentos para combater o fogo em seu início e;
• Pessoas treinadas no uso desses equipamentos.

Para pesquisar!
Que tal conhecer melhor a NR-23? Procure-a na biblioteca mais próxima ou, se você
tem computador, faça a pesquisa na Internet.

Como evitar incêndios?

Para ser bem sucedido na prevenção de incêndios, é preciso, antes de mais nada, ter
mentalidade prevencionista e espírito de colaboração. A melhor medida para prevenir
incêndios, como já foi dito, é evitar a formação do triângulo do fogo, o que pode ser
conseguido por meio de algumas medidas básicas, como por exemplo:
• Armazenamento adequado de material;
• Organização e limpeza dos ambientes;
• Instalação de pára-raios;
• Manutenção adequada de instalações elétricas, máquinas e equipamentos.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Armazenamento

Materiais inflamáveis devem ser guardados fora dos edifícios principais, em locais bem
sinalizados, onde a proibição de fumar deve ser rigorosamente obedecida.

Organização e Limpeza

Além de tornarem o ambiente de trabalho mais agradável, evitam que o fogo se inicie e
se propague por um descuido qualquer. Lixo espalhado geralmente é fonte inflamável,
podendo ter como conseqüência a ocorrência de incêndios.

Também o setor administrativo deve merecer muita atenção, pois o volume de material
combustível, representado por móveis, cortinas, carpetes e forros é muito grande,
possibilitando grande risco de incêndio.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Pára-raios

Os incêndios provocados pelos raios são muito comuns. Todas as edificações devem
possuir a proteção do pára-raios, cuja instalação e manutenção periódica devem ser
feitas por especialistas.

Um pára-raios consta essencialmente de uma haste metálica disposta verticalmente na


parte mais alta do edifício a proteger. A extremidade superior da haste termina em
várias pontas (geralmente três) e a inferior é ligada à terra por meio de um cabo
metálico que é introduzido profundamente no solo.

Manutenção adequada de instalações elétricas, máquinas e equipamentos

Cuidado com as instalações elétricas, que ocupam um dos primeiros lugares como
fonte causadora de incêndio. Elas devem ser projetadas adequadamente e receber
manutenção constante. Fios e componentes desgastados devem ser substituídos.
Devem ser evitadas, também, as improvisações ou “gambiarras”. Além disso, a
realização de serviços na área somente deve ficar a cargo de pessoas capacitadas.

Os equipamentos e máquinas devem receber manutenção e lubrificação periódicas,


para evitar o aquecimento que gera calor, colocando em risco o ambiente de trabalho.

Os primeiros cinco minutos

Em qualquer incêndio, os cinco primeiros minutos são decisivos. Se o fogo não for
dominado nesse prazo, a tendência é ele escapar ao controle. Por essa razão é tão
importante evitar que os incêndios comecem ou, se começarem, que sejam extinguidos
rapidamente.
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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Toda empresa deve ter um plano de prevenção e combate a incêndios e um sistema


de controle que proporcione rápida comunicação e correspondente tomada de
providências. Esse plano orienta muito sobre a utilização de equipamentos, retirada
das pessoas e, ainda, sobre os primeiros socorros.

Do mesmo modo, toda empresa deve organizar sua brigada de incêndios, composta
por pessoas treinadas para:
• Verificar condições de riscos de incêndio ou explosão;
• Combater o fogo no seu início, buscando romper o triângulo do fogo;
• Isolar as áreas;
• Combater o incêndio usando hidrantes ou extintores e;
• Coordenar e comandar toda ação de abandono da área de risco.

Esse grupo deve conhecer os tipos de incêndios mais prováveis de acontecer na


empresa a que pertence e ter, entre seus membros, elementos de diversos setores,
especialmente das áreas de manutenção e supervisão que, pelas características de
suas atividades, estão checando freqüentemente as irregularidades.

Todo incêndio é igual?

Parece difícil pensar que alguém vá se preocupar com teorias sobre tipos de incêndio,
quando estiver numa situação de risco. Entretanto, esse é um conhecimento muito
importante e útil porque somente conhecendo a natureza do material que queima,
poderemos descobrir a forma correta de extingui-lo e utilizar o agente extintor
adequado.

Diferentes tipos de materiais provocam diferentes tipos de incêndios e requerem,


também, diferentes tipos de agentes extintores.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Em função do tipo de material que se queima, existem quatro classes de incêndios,


descritas a seguir.

Classe Tipo de combustível Características Agente extintor

Incêndios envolvendo materiais

sólidos que queimam em superfície e


A Água, espuma
profundidade e deixam resíduos. Ex.:

madeira, papelão, tecidos etc.

Incêndios envolvendo materiais


Gás carbônico, pó
líquidos e gasosos, que queimam em
B químico seco,
superfície e não deixam resíduos
espuma
(não há formação de brasas).

Incêndios envolvendo toda linha de

materiais energizados, isto é, ligados Gás carbônico, pó


C
(*) Ex.: motores, equipamentos químico seco

elétricos etc.

Incêndios envolvendo materiais


Pó químico seco
pirofóricos, isto é, que se inflamam
D especial, limalha de
quando entram em contato com o ar.
ferro, grafite
Ex.: Magnésio, Titânio, Zircônio etc.

(*) Com a corrente desligada, este tipo de incêndio passa a ser combatido como se fosse de classe A ou B.

Atenção
• Nos fogos classe A, em seu início, poderão ser usados ainda pó químico seco ou
gás carbônico!
• A extinção de incêndios tipo D requer a utilização de pós especiais, de acordo com
o metal envolvido no incêndio.

Para extinção do fogo pode-se utilizar:


• Sistema hidráulico ou;
• Extintores de incêndio.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

O sistema hidráulico é constituído por hidrantes, que são dispositivos existentes em


redes hidráulicas, facilmente identificáveis pela porta vermelha com visor, e chuveiros
automáticos, que são sistemas de encanamento de água acionados automaticamente
quando ocorre elevação da temperatura, evitando a propagação do fogo.

Os extintores são aparelhos que servem para extinguir instantaneamente os princípios


de incêndio. De modo geral, são constituídos de um recipiente de metal contendo o
agente extintor. Os extintores mais utilizados são: Extintor de Água Pressurizada,
Extintor de Gás Carbônico, Extintor de Espuma Mecânica e Extintor de Pó Químico
Seco.

Providências em caso de incêndio

Como já foi visto, todo o esforço deve ser feito para prevenir a ocorrência de incêndios.
Mas, se apesar de todos os cuidados, ainda assim um incêndio vier a acontecer e você
se encontrar no meio dele, alguns procedimentos poderão ajudá-lo a sair-se dessa
situação com um mínimo de conseqüências desagradáveis.

Analise com atenção as recomendações a seguir. Reflita sobre elas e prepare-se


psicologicamente para fazer o melhor que puder, caso esse tipo de infortúnio venha a
lhe acontecer.
• Acionar o alarme;
• Chamar o corpo de bombeiros (telefone 193);
• Desligar máquinas, aparelhos elétricos e bloquear entrada de energia;
• Abandonar a área imediatamente, de forma organizada, sem correrias.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

A brigada de incêndio deve entrar em ação imediatamente, isolando a área e


combatendo o fogo em seu início. Assim que o corpo de bombeiros chegar, deve ser
notificado sobre a classe de incêndio (A, B, C ou D). Nessas situações, o mais
importante é manter a calma e acalmar os demais, pois o tumulto e o corre-corre
somente causam confusão e não ajudam em nada.

Exercícios

1. Observe a cena a seguir e aponte os 7 erros, que mostram situações em


desacordo com as regras básicas de prevenção contra incêndios.

2. Baseado no que você aprendeu, pense, discuta com seus colegas e responda:
Um trabalhador acionou um motor elétrico que produziu uma fagulha que caiu num
monte de estopa, iniciando um pequeno incêndio que atingiu um recipiente com
gasolina, provocando uma pequena explosão e um grande susto.
a. Como você classificaria tal incêndio?
b. Que medida tomaria para extingui-lo?
c. O que teria feito para evitar que tudo isso acontecesse?

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

3. Imagine que você acaba de chegar à empresa, numa segunda-feira. Esteve de


férias e, ao chegar, percebe que ocorreram várias modificações no ambiente físico
da empresa. Ao passar pelo escritório, percebe que há, em cada uma das tomadas,
um “T” com três aparelhos ligados em cada um deles. Os telefones foram mudados
de lugar e há fios de extensões que estão nas passagens entre as mesas. Na área
de produção também houve mudanças, e há duas máquinas ligadas à mesma
tomada. Na frente dessas máquinas, os fios da prensa foram emendados com fita
crepe e duas lâmpadas instaladas provisoriamente estão com fios descascados.
Além disso, há dois galões de gasolina próximos de um torno mecânico.

Analise a situação e compare-a com o que vimos até agora. É uma situação de risco
de incêndio? Se você acha que sim, liste abaixo as medidas de prevenção que você
acha que podem ser tomadas. Lembre-se do que falamos no tópico Como evitar
incêndios.

Seu procedimento Os procedimentos sugeridos pelo grupo

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Descarte de materiais

Numa rua do Parque Palmas do Tremembé, São Paulo, um caminhão despeja entulho
e terra num terreno baldio. A sujeira é grande e ocupa um pedaço da calçada. Um
carro da Polícia Militar chega ao local e interrompe a operação, mas momentos depois
vai embora. Após a saída dos policiais, o resto da sujeira é despejado no terreno, e o
caminhão também sai de cena, como se nada tivesse acontecido.
O Estado de S. Paulo, 19/06/95.

Na cidade de Taubaté, no Estado de São Paulo, a saturação do aterro sanitário levou a


Prefeitura a decretar estado de calamidade pública: o aterro exala mau cheiro (...) e
está próximo ao rio Una, onde se faz a captação de água que abastece a cidade.
Diário do Comércio e Indústria, 28/05/94.

(...) O sistema de coleta seletiva de lixo, inaugurado em São Paulo na gestão Luiza
Erundina, só não foi extinto porque existe uma lei municipal que o torna obrigatório. Os
sacos de lixo se amontoam ao lado dos contêineres coloridos, não há divulgação e a
coleta domiciliar é deficiente. Das 12 mil toneladas de lixo recolhidas por dia, apenas
10 toneladas vão para a reciclagem - menos de 0,09%. Agora a Prefeitura promete, por
meio de dois novos projetos, retomar e ampliar o programa.
O Estado de S. Paulo, 26/06/95.

Não se pode falar de descarte de materiais sem lembrar do problema maior que é o
acúmulo de lixo. Neste capítulo, você vai estudar o que acontece com o lixo das
grandes cidades e o impacto que o descarte de cada tipo de material causa no
ambiente.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Lixo: um grande problema

Nasci em um pequeno bairro formado de casinhas, a maioria térrea, três ou quatro


vendas e duas quitandas. Agora, 40 anos depois, a minha casinha é a única da rua,
espremida entre imensos prédios de apartamentos por todos os lados. As pessoas não
resistiram às ofertas das construtoras, venderam suas casas e se mudaram para
outros bairros mais distantes.

Nos terrenos das casas que abrigavam quatro ou cinco pessoas, foram construídos
prédios de vinte andares, com dezenas de apartamentos, abrigando centenas de
pessoas. Isso fez com que aumentasse o número de carros, piorasse o trânsito,
houvesse mais barulho e mais lixo!

O acúmulo de lixo polui o ambiente. Mas há soluções para o problema do lixo, como
você verá a seguir.

Tratamento do lixo

O Brasil produz cerca de 90 mil toneladas de lixo por dia, o que corresponde a 30 mil
caminhões cheios de lixo. A grande quantidade de embalagens e produtos descartá-
veis agrava ainda mais o problema. Boa parte desse lixo é constituída de materiais que
podem ser reciclados; outra parte é constituída de material orgânico que pode ser
decomposto por microrganismos. No Brasil, quase todo o lixo ainda é jogado em
lixões. O quadro abaixo mostra os principais destinos do lixo no Brasil.

Destino Em toneladas Em caminhões Porcentagem

lixões 79.200 26.400 88%

aterros sanitários 9.000 3.000 10%

usinas de tratamento 1.800 600 2%

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Vamos ver agora o que acontece com o lixo nesses lugares.


• Lixões
São terrenos comuns, onde o lixo é depositado diariamente a céu aberto, o que
provoca contaminação da água, do solo e do ar.
A decomposição do lixo produz um líquido negro, altamente poluente chamado
"chorume", que penetra no solo e atinge as águas subterrâneas, contaminando as
minas e fontes. A decomposição também provoca a proliferação de animais trans-
missores de inúmeras doenças, como ratos, baratas, moscas e mosquitos. O solo
contaminado torna-se improdutivo, além de ser um desperdício a ocupação de
grandes terrenos com lixo.

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CT018-10
Eletricidade básica - Prática

• Aterros sanitários
São áreas escolhidas com critério, geralmente terrenos não produtivos e que não
estão localizados em áreas de preservação ambiental. O fundo do aterro deve ser
preparado com camadas plastificadas resistentes, prevendo o escoamento do
"chorume" e o seu tratamento. É uma obra de engenharia complexa, executada
com todos os critérios técnicos, de acordo com a legislação antipoluição vigente.

Nos aterros sanitários, o lixo é disposto em camadas, cobertas com terra ou argila
e compactadas por tratores de esteiras. Após algum tempo, esse lixo é parcial-
mente decomposto pelos microrganismos que se alimentam dele. Os resíduos de
lixo vão se acumulando, até lotar a capacidade do terreno. Em São Paulo existem,
atualmente, cinco aterros sanitários. Um deles é só para entulho da construção ci-
vil. Dos outros quatro, dois já estão esgotados.
• Usinas de tratamento
Nessas usinas, o lixo não é acumulado. Ao chegar, o lixo é espalhado em esteiras
móveis, para que os materiais recicláveis possam ser separados, como vidros, pa-
péis, metais, plásticos etc., e vendidos às indústrias de reciclagem. O lixo restante
é colocado em grandes reatores chamados biodigestores. Por meio da ação dos
microrganismos, o lixo se transforma em um composto orgânico que pode ser usa-
do como adubo ou como componente de rações para animais. O lixo residual que
porventura sobrar é levado para um aterro sanitário.
• Incineração
O lixo incinerado é proveniente de hospitais, clínicas veterinárias, materiais tóxicos
etc. Os gases contidos na fumaça do lixo queimado podem ser poluentes, se não
forem corretamente tratados.

166 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Reciclagem do lixo

Para podermos aumentar a vida útil dos aterros, precisamos aprender a reutilizar e a
reciclar parte do lixo. Separar vidros, papéis, plásticos etc. é lucrativo, pois você pode
vendê-los ou, se quiser, doá-los para entidades assistências. Pode também participar
da coleta seletiva de lixo da prefeitura, jogando os papéis, os plásticos e os vidros nos
coletores apropriados, espalhados pela cidade.

Separação de lixo para reciclagem

Pense um pouco: será que você está colaborando para diminuir o lixo na sua cidade?
Que sugestões você faria para um programa de melhor aproveitamento do lixo? Vamos
conhecer os processos de reciclagem de alguns produtos mais comuns.

Papel

Inventado na China, por volta de 200 anos antes de Cristo, o papel chegou à Europa
somente no século XI da nossa era.

O papel é fabricado, basicamente, a partir de uma pasta de celulose, obtida pelo


cozimento da mistura de cavacos de madeira e água. Os dejetos desse processo de
cozimento poluem a água e o ar. Para fabricar uma tonelada de papel virgem, são
utilizadas de 10 a 20 árvores adultas e 100 mil litros de água.

SENAI-SP – INTRANET 167


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Quando o papel é reciclado, a quantidade de água empregada no processo diminui


para 2 mil litros, e evita-se o corte de tantas árvores. A energia gasta é 71% menor do
que para a produção de papel virgem, e o processo não é tão poluidor.

O processo de reciclagem é simples. O papel usado (jornais velhos, restos de produ-


ção de gráficas, aparas, papéis de embrulho, cadernos usados etc.) vai para uma
máquina semelhante a um grande liqüidificador. O papel é desfibrado, formando uma
pasta. Essa pasta passa por uma máquina que retira as impurezas. Depois de limpa, a
pasta é imersa em água e colocada em uma superfície plana, sobre uma tela, que dará
forma ao papel. O excesso de água escoa e um sistema de rolos compressores dá
consistência às folhas, que são postas para secar.

No Brasil, cerca de 30% do papel produzido vai para a reciclagem. O papel reciclado é
utilizado, principalmente, na fabricação de caixas de papelão.

Atualmente, o Brasil importa milhares de toneladas de aparas por ano. Se o volume de


papel reciclado fosse maior, o Brasil não precisaria comprar restos de papel para dar
conta de sua produção.

Vidro

O vidro foi criado há cerca de 4000 anos antes de Cristo. É feito de matérias-primas
naturais, como areia, barrilha, feldspato, alumina, etc. Algumas dessas jazidas já estão
se esgotando.

Na produção de vidro, são gastos 1.200kg de matéria-prima para cada 1.000kg de


vidro. A extração desse material agride a natureza e o meio ambiente.

O vidro não é degradável, mas é 100% reciclável. Com 1.000kg de vidro triturado são
produzidos praticamente 1.000kg de vidro novo.

Na reciclagem, o vidro passa por um processo de lavagem e são retirados objetos


estranhos, como rótulos, anéis metálicos, etc. Depois, é separado pela cor e triturado.
A seguir, entra no processo de fabricação normal: o vidro é fundido para a produção de
novos objetos.

Alguns tipos de vidro, como os planos, usados em janelas e portas, necessitam de


tratamento especial na reciclagem. Esses vidros podem ser reutilizados na fabricação

168 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

de telhas e lã de vidro, ou ainda, convertidos em pequenos grãos, que são misturados


à tinta para pintura de asfalto.

Um objeto de vidro pode ser usado infinitamente, desde que não se quebre. Por isso,
as indústrias alimentícias e de refrigerantes reutilizam os vidros, depois de lavados e
desinfetados. Uma tonelada de vidro reutilizado economiza cerca de 290kg de
petróleo e 1.200kg de matéria-prima que seriam gastos em sua fundição.

Metal

Os metais têm sido utilizados pelo homem desde a Idade do Ferro, na confecção de
armas e ferramentas. A partir do final do século XIX, iniciou-se a fabricação de embala-
gens para conservar alimentos, feitas de ligas metálicas como folha-de-flandres, aço e
alumínio.

O aço é uma liga de ferro com teor de carbono que varia entre 0,06% e 1,7%. Ele é
obtido do beneficiamento siderúrgico do ferro-gusa com adição de metais diversos
para a produção de ligas especiais. Atualmente, no Brasil, são consumidas 650 mil
toneladas de aço laminado, por ano, e 25% delas são destinadas à fabricação de
latas para a indústria alimentícia.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de minério de ferro, e o sexto maior


produtor de aço, mas essa produção não é suficiente para suprir nossas necessidades
internas. Por isso, o Brasil gasta muito dinheiro com importação de sucata de ferro. E
as reservas de minério de ferro do planeta podem suprir o consumo só por pouco mais
de um século.

O alumínio é obtido da bauxita. São necessárias cinco toneladas de bauxita para se


produzir uma tonelada de alumínio, e a extração da bauxita é extremamente agressora
ao meio ambiente. Nos últimos anos, tem aumentado muito o emprego das embala-
gens de alumínio. São de alumínio as embalagens para pasta de dente, creme de
barbear, refrigerante, cerveja e muitas outras.

O Brasil consegue reciclar 27% do aço produzido e 50% das latas de alumínio. A
reciclagem é simples. A sucata é separada conforme o material predominante, lavada,
prensada e fundida novamente. A reciclagem do aço possibilita 74% de economia de
energia, e a do alumínio possibilita 95%. Uma latinha de alumínio reciclada poupa meia
latinha de gasolina.

SENAI-SP – INTRANET 169


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Plástico

O plástico é um produto relativamente novo, pois foi desenvolvido no início deste


século e popularizado. É elaborado a partir de derivados do petróleo. Além do fato de
que o petróleo é um recurso natural dificilmente renovável, calcula-se que certos
tipos de plástico podem levar mais de cinqüenta anos para degradar.

Cada cidadão brasileiro joga no lixo, anualmente, uma média de 10 quilos de plástico.
Só na cidade de São Paulo são recolhidas 670 toneladas de plástico diariamente!

O plástico pode ser reciclado na própria indústria que o fabrica. As peças defeituosas
ou as aparas são trituradas, derretidas e novamente colocadas na linha de produção.
Embalagens e outros plásticos usados também podem ser reciclados. Na reciclagem
do plástico a economia de energia chega a 90%.

Para aumentar a produtividade na reciclagem, os plásticos são codificados com


números de 1 a 7, de acordo com a resina básica de que foram feitos. Isso facilita a
classificação na hora da reciclagem, pois plásticos feitos da mesma resina fornecem
um produto final de melhor qualidade.

Veja no quadro a seguir alguns tipos de resina, seus usos principais e os produtos
obtidos de sua reciclagem.

Resina Uso principal Produtos de reciclagem


Tapetes, penugem das bolas de
1. Polietileno tereftalato Garrafas de refrigerante
tênis
2. Polietileno de alta Garrafas de água, recipientes para
Cadeiras e latas de lixo
densidade detergentes
Recipientes para óleo, embalagem Esteiras de chão, canos e
3. Vinil ou polivinil
de alimentos, válvulas e juntas mangueiras
4. Polietileno de baixa
Embalagens de biscoitos e massas Saquinhos de supermercado
densidade
5. Polipropileno Recipientes de alimentos Recipientes para tinta
Copos descartáveis, utensílios Canos, latas de lixo
6. Poliestireno
domésticos, isolantes

170 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Alguns países reutilizam o plástico como combustível. Ele é queimado em grandes


incineradores, gerando uma energia superior à do carvão. Porém, é necessário o uso
de um sistema de filtros para diminuir a poluição do ar. A emissão desses gases na
atmosfera deve seguir as normas de segurança e a legislação aplicada à poluição do
ar.

Você viu como é simples diminuir o volume de lixo de uma cidade, tornando nosso
ambiente mais saudável. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
apresenta as seguintes soluções para o problema de acúmulo de lixo.
• Reduzir: usar menos material, evitar desperdícios;
• Reutilizar: não jogar fora produtos usados, mas sim empregá-los de outras manei-
ras ou encaminhá-los para fábricas de reciclagem;
• Reciclar: reprocessar a matéria-prima dos produtos usados, para a fabricação de
novos produtos;
• Incinerar: para aproveitar, pelo menos, parte da energia que foi gasta na confec-
ção dos produtos;
• Dispor em aterros: em último caso, acumular os resíduos em áreas especialmente
preparadas, para evitar a contaminação do solo e de lençóis de água subterrânea.

Para terminar esta lição, veja se as sugestões que você pensou para um programa de
melhor aproveitamento do lixo são parecidas com alguma destas:
• Sempre que possível, comprar bebidas em garrafas retornáveis;
• Separar o papel (branco, jornal, papelão) e os recipientes de vidro usados, para
vender ou doar para entidades assistenciais;
• Reutilizar embalagens. Por exemplo, as latinhas de cerveja ou refrigerante podem
guardar lápis e canetas;
• Quem mora em casa com quintal de terra pode separar as cascas de frutas e as
folhas de verduras para serem transformadas em adubo orgânico.

Exercícios

1. Responda às questões a seguir.


a. Para onde é levada a maior parte do lixo no Brasil?

SENAI-SP – INTRANET 171


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

b. Que podemos fazer para aumentar a vida útil dos aterros sanitários?

c. Que se economiza quando se recicla o papel?

d. Qual é o material 100% reciclável?

e. Quais são as etapas de reciclagem da sucata de alumínio?

f. Dos materiais recicláveis, qual leva mais tempo para se degradar?

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


SENAI-SP André Gustavo Sacardo
Augusto Lins de Albuquerque Neto
Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello

172 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Emendar, soldar e isolar


condutores

Nesta atividade você vai executar várias emendas, de acordo com as informações
tecnológicas já estudadas, de modo que apresentem boa resistência mecânica, bom
contato elétrico e boa isolação.

Equipamentos e ferramentas
• Ferro de soldar;
• 2 alicates universais;
• Alicate decapador.

Material necessário
Faça a lista de materiais a partir dos passos 1 a 4 da sessão Procedimento desta
atividade prática. Consulte catálogos de fabricantes de fita isolante, ligas de solda e
condutores elétricos.

SENAI-SP – INTRANET 173


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Procedimento

1. Execute a emenda do tipo prolongamento. Utilize fio de cobre 2,5mm2 com


isolação de PVC.

prolongamento

2. Para executar a emenda, desencape os condutores a serem unidos com o auxílio


de um alicate decapador.

Observação
O condutor deve ser desencapado numa extensão de aproximadamente 50 vezes seu
diâmetro.

50 D

3. Cruze os fios sem isolação enrolando as primeiras espiras com os dedos.

4. Continue o enrolamento das espiras com o auxílio de um alicate.

174 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

5. Dê o aperto final usando dois alicates.

6. Utilizando ferro de soldar e o metal de adição, solde todas as emendas de forma


que o metal fundido preencha todos os espaços entre as espiras.

metal de
adição

7. Isole a emenda com, no mínimo, duas camadas de fita isolante sem cortá-la,
procurando deixá-la bem esticada e com a mesma espessura do isolamento do
condutor.

SENAI-SP – INTRANET 175


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

8. Execute a emenda do tipo rabo de rato. Utilize fio de cobre de 2,5mm2 e isolação
de PVC.

rabo de rato

9. Puxe as pontas dos condutores para fora da caixa e desencape-os como foi feito
no passo 2.

10. Inicie a emenda torcendo os condutores com os dedos.

11. Dê o aperto final com o auxílio do alicate.

176 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

12. Dobre a emenda ao meio para fazer o travamento.

13. Isole a emenda como indicado no passo 7.


14. Execute a emenda do tipo derivação. Utilize fio de cobre de 2,5mm2 com isolação
de PVC.

condutor principal derivação

condutor derivado

15. Para executar a emenda, desencape o condutor a ser derivado em um


comprimento aproximado de 50 vezes seu diâmetro. Use um alicate decapador.
16. Desencape a região do condutor principal na qual se efetuará a emenda em um
comprimento aproximado de 10 vezes seu diâmetro.
17. Cruze o condutor em um ângulo de 90o em relação ao condutor principal,
segurando-os com o alicate universal.

condutor
principal

condutor
derivado

alicate

SENAI-SP – INTRANET 177


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

18. Com os dedos, enrole o condutor derivado sobre o principal. Mantenha as espiras
uma ao lado da outra. Faça, no mínimo, seis espiras.

19. Dê o aperto final e faça o arremate com o auxílio de dois alicates universais.

alicate

20. Solde a emenda como foi feito no passo 6.


21. Isole a emenda como foi feito no passo 7.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaborador: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Conteudista: Airton Almeida de Moraes Cláudio Correia
Júlio César Caetano Douglas Airoldi
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Edvaldo Freire Cabral
José Luciano de Souza Filho Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
178 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Medir grandezas elétricas

Neste ensaio, você vai usar um multímetro digital e um volt-amperímetro alicate. Para
isso, vai inicialmente estudar os manuais dos instrumentos. Em seguida, usando o
multímetro, vai medir valores ôhmicos de resistências elétricas, tensões elétricas, e
correntes elétricas.

Equipamentos
• Volt-amperímetro alicate;
• Multímetro digital;
• Fonte CC.

Material necessário
• Manual do fabricante do multímetro e do volt-amperímetro alicate;
• Pilha 1,5V;
• Bateria 9V;
• Matriz de contatos;
• Após ler o ensaio, complete a lista de materiais necessários, de acordo com os
passos do item Procedimento. Consulte catálogos de fabricantes de resistores
elétricos e a norma NBR 5311.

SENAI-SP – INTRANET 179


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Procedimento

Medição de resistência
1. Estude o manual de instruções de uso do multímetro, principalmente na parte
referente à utilização como ohmímetro.

2. Desenhe o painel frontal do multímetro e identifique a escala de funções, as


posições da chave seletora e os bornes referentes ao ohmímetro.

3. Quantas e quais são as posições da chave seletora correspondente ao ohmímetro?

4. Prepare o multímetro para a medição de resistência:


• Ponta de prova vermelha no borne + ou volt/Ω;
• Ponta de prova preta no borne – ou com.

5. Selecione a chave seletora de funções do multímetro para medição de resistência


elétrica.

6. Responda:
a. Você conhece o valor de resistência do material dos itens fornecidos?
( ) sim ( ) não

b. Qual é a posição em que, preferencialmente, deve ser ajustada a chave


seletora?

7. Selecione a posição adequada da chave seletora para medir a resistência de cada


item relacionado na tabela do passo 8.

180 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

8. Conecte as pontas de prova nas extremidades de cada um dos itens fornecidos e


anote os valores medidos na tabela a seguir.

Itens fornecidos Valor medido


Ferro de soldar
Lâmpada incandescente
Auto-falante
Reostato

Interpretação do código de cores de resistores


1. Registre as cores dos resistores e faça a leitura do valor ôhmico e percentual de
tolerância utilizando a tabela a seguir. Se o resistor tiver menos cores que a tabela,
ignore as colunas finais que ficarem sem preenchimento.

Valor codificado
Resistor 1ª cor 2ª cor 3ª cor 4ª cor 5ª cor 6ª cor
(nominal) Vn

Resistor 1

Resistor 2

Resistor 3

Resistor 4

Resistor 5

Resistor 6

Resistor 7

Resistor 8

Resistor 9

Resistor 10

Medição do valor resistivo de resistores elétricos.


1. Estude o manual de instruções do multímetro na parte referente à utilização como
ohmímetro.
2. No painel frontal do multímetro, coloque a chave seletora de função na posição
ohmímetro, na escala adequada para cada medição.
3. Insira as pontas de prova nos bornes de medição de resistência do multímetro.
4. Coloque os resistores sobre a bancada, organizados em ordem crescente de valor
ôhmico.

SENAI-SP – INTRANET 181


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

5. Utilizando o multímetro digital, meça os valores dos resistores e registre na coluna


"valor medido" (Vm) da tabela a seguir. Anote também os valores codificados (Vn)
encontrados no passo 1 e calcule a porcentagem de tolerância real, ou desvio
percentual (ΔR%) utilizando a fórmula

Vn - Vm x 100
ΔR% =
Vn

Valor nominal Valor medido Tolerância real


Resistor Tolerância nominal
(Vn) (Vm) (ΔR%)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

6. O valor real de cada resistor está de acordo com o seu valor codificado? (considere
a tolerância admitida). Justifique.
( ) Sim ( ) Não

Medição dos valores de tensões elétricas (CC)


1. Estude o manual de instruções do multímetro na parte referente à utilização como
voltímetro.
2. No painel frontal do multímetro, coloque a chave seletora de função na posição
voltímetro, e insira as pontas de prova nos bornes de medição de tensão CC do
multímetro.
182 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática

3. Selecione a escala adequada para cada medição.


4. Meça as tensões da pilha e da bateria. Anote esses valores na tabela a seguir
(valores medidos), juntamente com os respectivos valores nominais.

Item Valores nominais Valores medidos


Pilha
Bateria
Fonte CC (medição 1)
Fonte CC (medição 2)

5. Compare os valores medidos com os valores nominais.


6. Peça ao seu instrutor que ajuste a fonte CC para que você efetue as medições 1 e
2 do passo 4.
7. Repita o passo 3 e meça e anote os valores das tensões resultantes das medições
da fonte CC (valores medidos).
8. Pergunte ao seu professor quais foram os valores nominais ajustados na fonte CC
e registre-os na tabela do passo 4.
9. Repita o passo 5.

Medição de valores de corrente elétrica (CC).


1. Estude o manual de instruções do multímetro na parte referente à utilização como
miliamperímetro.
2. No painel frontal do multímetro, coloque a chave seletora de função na posição
miliamperímetro, na escala adequada para a medição que será feita.
3. Insira as pontas de prova nos bornes de medição de corrente contínua do
multímetro.

SENAI-SP – INTRANET 183


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Observação
Quando não for possível saber o valor aproximado a ser medido, deve-se selecionar
inicialmente a maior escala.

4. Monte o circuito abaixo e faça a medição da corrente elétrica.


I = ...............

P1

R1

5. Desligue a fonte CC e substitua o resistor R1 de 330Ω por um resistor de 470Ω, e


meça a corrente novamente.
I = .................

Medição de valores de corrente e tensão elétrica alternadas.


1. Estude o manual de instruções do multímetro tipo volt-amperímetro alicate, na parte
referente à utilização como amperímetro.
2. No painel frontal do volt-amperímetro alicate, coloque a chave seletora na posição
amperímetro, na escala adequada para a medição que será feita.
3. Peça para seu professor ligar um motor CA, e meça a corrente elétrica do motor
utilizando o alicate amperímetro.
4. Com a garra do alicate, abrace o condutor a ser medido.

condutor

184 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Observação
Abrace somente um condutor por vez, pois se mais de um condutor for abraçado não
haverá indicação de corrente ou a indicação será incorreta.
I = .......................................

5. Estude o manual de instruções do multímetro tipo volt-amperímetro alicate, na


parte referente à utilização como voltímetro.
6. No painel frontal do volt-amperímetro alicate, coloque a chave seletora de função
na posição voltímetro, na escala adequada para a medição que será feita.
7. Insira as pontas de prova nos bornes de medição de tensão alternada do
volt-amperímetro alicate.
8. Meça o valor de tensão da tomada de sua bancada.
U = ...................................

SENAI-SP – INTRANET 185


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaborador: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Júlio César Caetano Augusto Lins de Albuquerque Neto
Regina Célia Roland Novaes Cláudio Correia
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Douglas Airoldi
José Joaquim Pecegueiro Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
186 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Medir resistência elétrica

Neste ensaio, você vai usar um multímetro analógico. Para isso, vai inicialmente
estudar os manuais dos instrumentos. Em seguida, usando o multímetro, vai medir
valores ôhmicos de resistências elétricas.

Equipamentos
• Multímetro analógico.

Material necessário
• Manual do fabricante do multímetro e do volt-amperímetro alicate;
• Matriz de contatos;
• Após ler o ensaio, complete a lista de materiais necessários, de acordo com os
passos do item Procedimento. Consulte catálogos de fabricantes de resistores
elétricos e a norma NBR 5311.

SENAI-SP – INTRANET 187


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Procedimento

1. Estude o manual de instruções de uso do multímetro, principalmente na parte


referente à utilização como ohmímetro.

2. Desenhe o painel frontal do multímetro e identifique a escala de funções, as


posições da chave seletora e os bornes referentes ao ohmímetro.

3. Quantas e quais são as posições da chave seletora correspondente ao ohmímetro?

4. Prepare o multímetro para a medição de resistência:


• Ponta de prova vermelha no borne + ou volt/Ω.
• Ponta de prova preta no borne – ou com.

5. Selecione a chave seletora de funções do multímetro para medição de resistência


elétrica.

6. Responda:
a. Você conhece o valor de resistência do material dos itens fornecidos?
( ) sim ( ) não

b. Qual é a posição em que, preferencialmente, deve ser ajustada a chave


seletora?

188 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

7. Selecione a posição adequada da chave seletora para medir a resistência de cada


item relacionado na tabela do passo 8.

8. Conecte as pontas de prova nas extremidades de cada um dos itens fornecidos e


anote os valores medidos na tabela a seguir.

Itens fornecidos Valor medido


Ferro de soldar
Lâmpada incandescente
Auto-falante
Reostato

9. Registre as cores dos resistores fornecidos por seu professor e faça a leitura do
valor ôhmico e percentual de tolerância utilizando a tabela a seguir. Se o resistor
tiver menos cores que a tabela, ignore as colunas finais que ficarem sem
preenchimento.

Valor codificado
Resistor 1ª cor 2ª cor 3ª cor 4ª cor 5ª cor 6ª cor
(nominal) Vn
Resistor 1
Resistor 2
Resistor 3
Resistor 4
Resistor 5
Resistor 6
Resistor 7
Resistor 8
Resistor 9
Resistor 10

SENAI-SP – INTRANET 189


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

10. Utilizando o multímetro analógico, meça os valores dos resistores e registre na


coluna "valor medido" (Vm) da tabela a seguir. Anote também os valores
codificados (Vn) encontrados no passo 1 e calcule a porcentagem de tolerância
real, ou desvio percentual (ΔR%) utilizando a fórmula:

ΔR% =
(Vn - Vm) x 100
Vn

Resistor Valor nominal Valor medido Tolerância nominal Tolerância real


(Vn) (Vm) (ΔR%)
1,
2
3
4
5
6
7
8
9
10

11. O valor real de cada resistor está de acordo com o seu valor codificado? (considere
a tolerância admitida). Justifique.
( ) Sim ( ) Não

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaborador: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Júlio César Caetano Augusto Lins de Albuquerque Neto
Regina Célia Roland Novaes Cláudio Correia
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Douglas Airoldi
José Joaquim Pecegueiro Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
190 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Comprovar a lei de Ohm

Você já estudou que a Lei de Ohm é a lei básica da eletricidade e eletrônica, uma vez
que você estabelece uma relação entre as grandezas elétricas, tensão, corrente e
resistência.

Neste ensaio você vai verificar essas relações, através da comparação entre os
valores medidos e os valores calculados da tensão e da intensidade da corrente em
circuitos CC.

Equipamentos
• Fonte de tensão contínua ajustável;
• Multímetro digital.

Material necessário
• Matriz de contatos;
• Componentes e resistores diversos a serem especificados a seguir, após a leitura
dos passos 1 a 19.

SENAI-SP – INTRANET 191


CT018-10
Eletricidade básica - Prática .

Procedimento

1. Monte o circuito a seguir:

G1 → Fonte C. C. ajustada em 12V;


S1 → Chave interruptora;
P1 → Multímetro digital na escala de mA;
R1 → Resistor de carbono, 220Ω;
A/B → Ponto para conexão de resistores.

2. Ligue a chave, leia e anote o valor da intensidade de corrente medida pelo


multímetro P1.
I1 = ........................mA.

3. Desligue a chave.

4. Substitua o resistor R1 por uma associação série de dois resistores de 220Ω


(circuito 2) conforme o diagrama a seguir.

5. Ligue a chave, leia e anote o valor da intensidade de corrente medida pelo


multímetro P1.
I2 = ........................mA.

6. Calcule o valor de resistência total da associação R1 e R2.


Rt = .......................mA.

7. Desligue a chave.

192 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática .

8. Substitua os resistores R1 e R2 por um resistor de 680Ω (circuito 3) conforme o


diagrama a seguir.

9. Ligue a chave, leia e anote o valor da intensidade de corrente medida pelo


multímetro P1.
I3 = ........................mA.

10. Desligue a chave.

11. Ajuste a tensão da fonte para 8V mantendo o circuito montado, conforme diagrama
abaixo (circuito 4).

12. Ligue a chave, leia e anote o valor da intensidade de corrente medida pelo
multímetro P1.
I4 = ........................mA.

13. Desligue a chave.

SENAI-SP – INTRANET 193


CT018-10
Eletricidade básica - Prática .

14. Com base nos valores de corrente elétrica medidos, valores de resistência
utilizados e valores da tensão de alimentação utilizados, preencha a tabela a
seguir, e calcule a intensidade de corrente utilizando a Primeira Lei de Ohm.

Valor de Valor de tensão Corrente medida Corrente


Circuitos
resistência (Ω) (V) (mA) calculada (mA)

1 R1 = G1 = I1 = IC1 =

2 Rt = G1 = I2 = IC2 =

3 R3 = G1 = I3 = IC3 =

4 R3 = G2 = I4 = IC4 =

15. Compare os valores de corrente medidos com os valores calculados. Se forem


observadas grandes diferenças, chame o professor.

Valor calculado Valor medido Diferença

IC1 = IC1 =

IC2 = IC2 =

IC3 = IC3 =

IC4 = IC4 =

16. Por que é possível que o valor lido seja diferente do valor calculado?

17. Observe os valores obtidos na tabela, do passo 14, e responda às questões a


seguir.
a. No passo 4, ao substituir um resistor por uma associação série, o que ocorreu
com a resistência total do circuito? Por quê?

194 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática .

b. Comparando os valores dos circuitos 1 e 2, o que aconteceu com a corrente no


circuito quando a resistência dobrou de valor?

c. Com base na resposta da questão anterior, o que pode se afirmar com relação
às grandezas elétricas resistência e corrente?

d. Em um circuito com resistência constante a corrente é proporcional à tensão


aplicada?

18. Que valor de resistor deve ser usado no circuito 4, para que nele circule uma
corrente de 17mA?

19. Substitua o resistor do circuito 4 pelo resistor calculado na questão anterior,


confira o resultado e verifique o valor da corrente circulante no circuito.
I = 17 mA R = .................... Ω IC = ...................mA

Observação
Pode existir uma pequena diferença no valor obtido, devido à tolerância do resistor.

SENAI-SP – INTRANET 195


CT018-10
Eletricidade básica - Prática .

Créditos Comitê Técnico de e Eletricidade/2008


Elaborador: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Conteudista: Airton Almeida de Moraes Cláudio Correia
Júlio César Caetano Douglas Airoldi
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Edvaldo Freire Cabral
José Luciano de Souza Filho Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
196 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Instalar tomada,
interruptor e lâmpada

Neste ensaio, você vai realizar algumas atividades relacionadas a instalações elétricas.
Nele, você vai interpretar diagramas e montar uma instalação elétrica com uma tomada
e uma lâmpada incandescente comandada por interruptor simples em rede de
eletrodutos.

Equipamento
• Multímetro digital;
• Cinto porta-ferramenta.

Ferramentas
• Metro; • Alicate de corte;
• Canivete; • Alicate universal;
• Guia de náilon; • Chave de fenda 1/8” x 10”;
• Alicate de bico; • Chave de fenda 3/16” x 12”.

Material necessário
Faça a lista de materiais necessários a partir dos passos da descrição do
procedimento deste ensaio. Consulte catálogos técnicos de fita isolante, condutores
elétricos, lâmpadas incandescentes, interruptores simples, porta-lâmpadas e as
normas NBR 5112, 5444, 5471, 6148, 12520 e 12523.

SENAI-SP – INTRANET 197


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Procedimento

1. Faça um diagrama multifilar correspondente ao circuito mostrado a seguir.

2. Meça o percurso da fiação. Se isso não for possível, por impossibilidade de


localização do percurso da tubulação, use o guia de nailon para obter essa medida.

Observação
Ao cortar os fios, não se esqueças de deixar sobras.

3. Corte os fios desse percurso, amarre-os no olhal da guia de naylon e isole a


amarração.

4. Introduza o guia/fiação no eletroduto. Se necessário, passe vaselina ou talco


industrial na introdução da fiação.

198 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

5. Faça as emendas e instale os componentes.

6. Energize o circuito e teste-o.

SENAI-SP – INTRANET 199


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Conteudista: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Júlio César Caetano Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Cláudio Correia
José Luciano de Souza Filho Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
200 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Instalar duas
lâmpadas incandescentes

Neste ensaio, você vai praticar leitura e interpretação de diagramas elétricos. Vai
também montar uma instalação elétrica com duas lâmpadas incandescentes
comandadas por interruptores simples em rede de eletrodutos.

Equipamentos e ferramentas
• Multímetro digital; • Alicate de bico;
• Cinto porta ferramentas; • Alicate de corte;
• Metro; • Alicate universal;
• Canivete; • Chave de fenda 1/8” x 10”;
• Guia de náilon; • Chave de fenda 3/16” x 12”.

Material necessário
Faça a lista de materiais a partir dos passos da descrição do Procedimento deste
ensaio. Consulte catálogos técnicos de fita isolante, condutores elétricos, lâmpadas
incandescentes, interruptores de duas seções, porta-lâmpadas e as normas NBR IEC
60238, 5444, 5471, NM 247-3, 12520 e 12523.

Procedimento

1. Faça um diagrama unifilar correspondente ao circuito a seguir.

SENAI-SP – INTRANET 201


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

2. Meça o percurso da fiação e corte os fios com comprimento correto, não se


esqueça de deixar sobras.

3. Amarre os condutores no olhal da guia de nailon e isole a amarração.

4. Introduza o guia/fiação no eletroduto. Se necessário passe vaselina ou talco


industrial na introdução da fiação.

5. Faça as emendas e instale os componentes.

6. Energize o circuito e teste-o.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Conteudista: Luiz Cláudio Vecchia André Gustavo Sacardo
Augusto Lins de Albuquerque Neto
Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello

202 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Instalar luminária

Neste ensaio, você vai montar uma luminária para lâmpada fluorescente comandada a
partir de dois pontos diferentes por interruptores paralelos. Vai montar, também, uma
instalação elétrica em rede de eletrodutos para essa luminária.

Equipamentos e ferramentas
• Multímetro digital;
• Metro;
• Canivete;
• Guia de náilon;
• Alicate de bico;
• Alicate de corte;
• Alicate universal;
• Cinto porta ferramentas;
• Chave de fenda 1/8” x 10”;
• Chave de fenda 3/16” x 12”.

Material necessário
Faça a lista de materiais a partir dos passos da descrição do Procedimento deste
ensaio. Consulte catálogos técnicos de fabricantes de lâmpadas fluorescentes e
respectivos receptáculos, reatores, starters, fita isolante, condutores elétricos,
interruptores paralelos e a norma NBR 5444.

SENAI-SP – INTRANET 203


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Procedimento

1. Monte a luminária fluorescente, utilizando o esquema de ligação impresso na


carcaça do reator.

2. Meça o percurso da fiação e corte os fios, deixando sobras.


3. Passe a fiação da instalação na tubulação, de acordo com o diagrama da
instalação. Se necessário, passe talco industrial para facilitar a introdução da
fiação.

Observação
Se este diagrama não estiver coerente com a tubulação de sua bancada, refaça-o de
forma a atender às necessidades da sua instalação.

4. Faça as emendas e ligações dos componentes.


5. Energize o circuito e teste-o.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Conteudista: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Júlio César Caetano Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Cláudio Correia
José Luciano de Souza Filho Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
204 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Instalar motor monofásico

Neste ensaio, você vai instalar e ligar um motor monofásico de fase auxiliar em 110 e
220V. Vai também verificar a relação entre as correntes nas ligações em 110 e 220V,
bem como inverter o sentido de rotação do motor nas duas ligações.

Equipamento
• Motor monofásico de fase auxiliar;
• Amperímetro.

Procedimento

1. Faça um diagrama multifilar do circuito mostrado a seguir.

SENAI-SP – INTRANET 205


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

2. Faça uma relação dos materiais necessários à execução do ensaio.

3. Instale os componentes e o motor com ligação para 220V.


4. Relacione todas as características do motor que estão na plaqueta e explique o
significado de cada uma.

5. Teste o circuito e verifique o sentido de rotação.


6. Meça e anote a corrente do motor.

I= A

7. Inverta o sentido do giro, trocando apenas a ponta auxiliar de fase.


8. Modifique a ligação para 110V e ligue o motor.
9. Meça e anote a corrente de motor.

I= A

10. Que relação existe entre as correntes e os tipos de ligação (110 ou 220V)?
Justifique.

11. Inverta novamente o sentido do giro.


12. Em qual dos tipos de ligação é mais fácil realizar a inversão do sentido de rotação?
Por quê?

Créditos Comitê Técnico de Processos de Eletricidade/2008


Conteudista: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Júlio César Caetano Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Cláudio Correia
José Luciano de Souza Filho Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
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206 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Instalar motor trifásico

Introdução

Num circuito de acionamento eletromagnético, é o contator que comanda a corrente


que coloca em funcionamento as máquinas.

Neste ensaio, você vai verificar o funcionamento do circuito de um motor trifásico


comandado por contator.

Equipamento
• Motor trifásico 1cv, 220V, 60Hz.

Material necessário
• Fusíveis NH16A com base;
• Fusíveis diazed 4A com base;
• Contator com bobina para 220V, 60Hz;
• Botoeiras com um botão liga/desliga;
• Relé térmico com faixa de regulagem compatível com o motor;
• Cabos de conexão.

SENAI-SP – INTRANET 207


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Procedimento

1. Monte o circuito de comando conforme o diagrama a seguir.

2. Acione o botão S1 e comprove o funcionamento do circuito de comando.


3. Acione S0 , desligando o circuito.
4. Desligue o contato K1 (13, 14). Acione S1, observe e descreva o que acontece com
o circuito.

208 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

5. Religue o contato K1 (13, 14). Monte o circuito principal conforme o diagrama a


seguir.

6. Acione o botão S1 e comprove o funcionamento do circuito principal.


7. Acione S0 , desligando o circuito.
8. Descreva o funcionamento do circuito.

SENAI-SP – INTRANET 209


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Créditos Comitê Técnico de Processos de Eletricidade/2008


Conteudista: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Júlio César Caetano Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Cláudio Correia
José Luciano de Souza Filho Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
210 SENAI-SP – INTRANET
CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Instalar motor trifásico com


inversão de rotação

Neste ensaio você vai montar e verificar o funcionamento de um circuito de comando


que inverterá o sentido da rotação de um motor trifásico utilizando chaves auxiliares
fim de curso.

As chaves auxiliares fim de curso comandam os contatores. Estes, por sua vez,
comandam as correntes de acionamento dos motores.

Equipamento
• Motor trifásico 1cv, 220V, 60Hz.

Material necessário
• Fusíveis NH16A com base;
• Fusíveis diazed 4A com base;
• Contatores com bobinas para 220V;
• Botoeiras com três botões;
• Relé térmico com faixa de regulagem compatível com motor;
• Chaves fim de curso;
• Cabos de conexão.

Procedimento

1. Com auxílio de catálogos de fabricantes, faça a especificação de todos os


componentes necessários à montagem do circuito, simulando a capacidade do
motor indicada por seu instrutor.

SENAI-SP – INTRANET 211


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

2. Monte o circuito de comando conforme diagrama a seguir.

3. Acione S1. Anote o que acontece.

4. Acione S0. Anote o que acontece

5. Acione S2. Anote o que acontece.

6. Desligue o circuito.

212 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

7. Teste o intertravamento por botões: pulse S1, depois S2 e torne a pulsar S1.
Descreva o que aconteceu.

8. Teste o funcionamento das chaves fim de curso: seguindo a ordem, pulse S1, S3, S2
e S4.
9. Monte o circuito principal conforme o diagrama a seguir.

10. Teste o funcionamento do circuito principal, repetindo os passos 2 a 7.


11. Pulse S2 mantendo S4 pressionado. Observe e explique o que aconteceu.

12. Pulse S1 mantendo S4 pressionado. Explique o que aconteceu.

SENAI-SP – INTRANET 213


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

13. Se o contato 13.14 de K1 não ligar quando S1 for acionado, o que acontece com o
funcionamento do circuito? Simule essa situação e explique o que acontece.

14. Meça e anote a corrente de partida, a corrente na reversão e a corrente em


funcionamento normal.
IP ____________________
IR ____________________
I ____________________

Créditos Comitê Técnico de Processos de Eletricidade/2008


Conteudista: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Júlio César Caetano Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro Cláudio Correia
José Luciano de Souza Filho Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello

214 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Indicações de Normas

Na elaboração desse material foram consultadas várias normas da ABNT. Portanto,


para complementação de estudo, é bom que essas normas sejam consultadas.

A listagem a seguir, apresenta essas normas organizadas de acordo com sua


respectiva numeração por NBR.

NBR IEC 60238 - Porta-lâmpadas de rosca Edison.

NBR 5259 - Símbolos gráficos de instrumentos indicadores e medidores.

NBR 5261 - Símbolos gráficos de eletricidade - princípios gerais para desenho de


símbolos gráficos.

NBR 5280 - Símbolos literais de identificação de elementos de circuitos.

NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão.

NBR 5413 - Iluminância de interiores.

NBR 5444 - Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais.

NBR 5456 - Eletricidade geral.

NBR 5471 - Condutores elétricos.

NBR 5597 - Eletroduto rígido de aço carbono e acessórios com revestimento protetor e
rosca NPT - Requisitos.

SENAI-SP – INTRANET 215


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

NBR 5598 - Eletroduto rígido de aço carbono com revestimento protetor e rosca BSP -
Requisitos.

NBR 5624 - Eletroduto rígido de aço-carbono com costura, com revestimento protetor e
rosca NBR 8133.

NBR NM 247-3 - Cabos isolados com policloreto de vinila (PVC) para tensões nominais
até 450/750 V.

NBR 15465 - Sistemas de eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa


tensão – Requisitos de desempenho.

NBR 6513 - Eletrotécnica e eletrônica - resistores.

NBR NM 280 - Condutores de cabos isolados.

NBR 8346 - Bases e receptáculos de lâmpadas.

NBR 12519 - Símbolos gráficos de elementos de símbolos, símbolos qualificativos e


outros símbolos de aplicação geral.

NBR 12520 - Símbolos gráficos de condutores e dispositivos de conexão.

NBR 12521 - Símbolos gráficos de componentes passivos.

NBR 12522 - Símbolos gráficos de produção e conversão de energia elétrica.

NBR 12523 - Símbolos gráficos de equipamentos de manobra e controle e de


dispositivos de proteção.

NBR 13057 - Eletroduto rígido de aço carbono, com costura, zincado.

NBR IEC 60050 (161) – Vocabulário eletrotécnico internacional – Capítulo 161:


Compatibilidade eletromagnética.

NBR IEC 60050 (826) – Vocabulário eletrotécnico internacional – Capítulo 826:


Instalações elétricas em edificações.

216 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

NBR IEC 60050-444 – Vocabulário eletrotécnico internacional – Parte 444: Relés


elementares.

A seguir, são apresentados os endereços e telefones da Associação Brasileira de


Normas Técnicas para contatos.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


http://www.abnt.org.br

Sede:
Av. Treze de Maio, 13 - 280 Andar
Rio de Janeiro - RJ - CEP 20003-900
Tel: (021) 3974-2300
e-mail: atendimento.rj@abnt.org.br

São Paulo:
Rua Minas Gerais, 190 - Higienópolis
São Paulo – SP – CEP 01244-010
Tel: (011) 3017-3600
e-mail: atendimento.sp@abnt.org.br

SENAI-SP – INTRANET 217


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

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Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello

218 SENAI-SP – INTRANET


CT018-10
Eletricidade básica - Prática

Referências

GUSSOW, Milton. Eletricidade básica. São Paulo, Makron Books. 1985.

NISKIER, Júlio. e MACINTYRE, Joseph. Instalações elétricas. Rio de Janeiro, Editora


Guanabara Koogan S.A., 1992.

SENAI. Eletricista de Manutenção I - Eletricidade básica. São Paulo, 1993.

SENAI-SP – INTRANET 219


CT018-08
Eletricidade básica - Prática

220 SENAI-SP – INTRANET


CT018-08
Aprendizagem Industrial
Eletricista de Manutenção

(004635) 46.15.11.943-0 Eletricidade Básica - Teoria


(004634) 46.15.11.944-7 Eletricidade Básica - Prática

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