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ENTREVISTA DE SAÚDE COLETIVA: NUTRIÇÃO

Aluna: Isabela Novaes Abrahão de Lima


Entrevistada: Flávia de Oliveira Valentim
Formada pela Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP em 2017. Atualmente,
residente de Dermatologia no Hospital das Clínicas de Botucatu.

1) Qual a sua opinião a respeito de como o tema em questão foi abordado durante a
sua graduação?
Acredito que esse não é um tema suficientemente abordado durante a graduação
e que isso se deve, principalmente, à nossa grade curricular. Possuímos uma
grade densa para disciplinas como Anatomia, Fisiologia e Semiologia, restando
poucas horas para discussões mais amplas, geralmente realizadas em disciplinas
como IUSC e Saúde Coletiva.
2) Você acredita que esse é um tema relevante para a prática médica? Justifique.
É um tema relevante, sem dúvidas. Não necessitamos de um conhecimento tão
aprofundado como o do curso de Nutrição, mas é imprescindível para um médico
saber orientar sobre uma dieta adequada para um paciente diabético, hipertenso
ou celíaco, por exemplo. Porém, como já disse, há um déficit bem grande desse
conhecimento dentre nós, profissionais. Quando atendo um paciente diabético
em uma consulta ambulatorial e preciso orientá-lo, faço-o de forma superficial e
restrita ao senso comum. Raramente consigo fornecer-lhe uma alternativa viável
à ingestão de um determinado alimento. Todo médico generalista deveria ter
conhecimento mínimo para sanar essas dúvidas básicas. Afinal de contas, não é
sempre que um paciente tem à sua disposição um nutricionista para
acompanhamento.
3) Quais as maiores dificuldades ou facilidades de aspectos referentes ao tema em
sua atuação profissional?
Dentre as dificuldades, primeiramente, acredito que seja a falta de conhecimento
sobre o tema, tornando-me capaz de montar uma dieta balanceada e direcionada
ao perfil do paciente. Em segundo lugar, a adesão do paciente, o que nos exige
um esforço maior para adaptarmos nossas orientações a seu contexto
psicossocial. Se pensarmos em um paciente idoso que, por mais de 50 anos,
alimentou-se de uma determinada forma e não praticou exercícios físicos, é
extremamente difícil convencê-lo a mudar seu estilo de vida visando evitar
complicações futuras. Além disso, há a questão financeira: muitas vezes,
alimentos processados e calóricos oferecem um menor gasto do que uma
alimentação saudável e balanceada.
Em relação às facilidades, acredito que são circunstanciais: faço parte de um
serviço terciário, dispondo de uma equipe multidisciplinar bastante completa
capaz de sanar quaisquer dúvidas minhas e, inclusive, orientar o meu paciente de
forma direta. Nesse ponto, sinto-me privilegiada.
4) Sob um âmbito pessoal, você considera o tema importante? Discorra sobre.
Considero um tema bastante importante, tanto sob um ponto de vista pessoal
quanto no que se refere à comunidade. Em dias corridos, quando não consigo me
alimentar corretamente ou praticar exercícios físicos, sinto me mais indisposta,
mal-humorada e mais vulnerável a quadros infecciosos. Pensando na população
de forma geral, além da melhora da qualidade de vida, uma dieta balanceada é
profilática para o desenvolvimento de diversas doenças crônicas, reduzindo,
inclusive, a sobrecarga dos serviços de saúde.

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