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MADRE MARIANA DE JESUS

TORRES EXORCIZA SEM SER


EXORCISTA

No Convento das Concepcionistas de Quito havia uma freira,


comumente chamada de “capelã”, que comandava uma diabólica revolta contra
as Fundadoras. Madre Mariana de Jesus Torres aceitou passar cinco anos no
inferno (apenas espiritualmente) com o fim de salvar a alma daquela freira. A
alma da referida “capelã” , por si mesma, estava morta espiritualmente.
Necessitava de uma vítima humana que, unida à Vítima Divina, conseguisse
arrancá-la das garras do demônio.

1
Abafada a revolta daquela “capelã”, as autoridades ordenaram que a
mesma fosse colocada num cárcere que havia dentro do Convento. Alguns
dias depois de presa a revoltada, as freiras começaram a ouvir estranhos
ruídos no cárcere. Certo dia, quando passavam por ali a Superiora e Madre
Mariana, ouviram ambas gritos e vozes roucas dentro da prisão. Madre
Mariana logo entendeu do que se tratava: a prisioneira era vítima de possessão
diabólica.
A Superiora logo propôs a solução mais simples: tirar a possessa dali e
levá-la a um outro lugar. Com o que Madre Mariana não concordou: “Não,
Madre. Se ela sair do Convento, esta pobre irmã perderá sua alma. É preciso
conquistá-la para Deus”. A Superiora, considerando que Madre Mariana tinha
forças para enfrentar a situação, lhe ordena que entre no cárcere para ver o
que conseguiria fazer pelo bem daquela alma.
Logo que Madre Mariana entra, a prisioneira começa a gritar: “Estou
morrendo, estou morrendo!” e corre por toda a prisão, batendo a fronte e a
cabeça contra as paredes. Em seguida caiu sem sentidos. Madre Mariana
aproximou-se dela e viu que deitava espuma e sangue pela boca. Começou a
lhe dar massagens tentando reanima-la, quando a Superiora, covardemente,
grita da porta: “Madre, se ela voltar a si, eu me abalo para longe”.
Em vez de se abalar, Madre Mariana mandou que trouxessem remédio
para reanimar a possessa, que estava ferida. Logo que a Madre Superiora
saiu, ficando Madre Mariana sozinha rezando pela possessa, viu
repentinamente dois negros demônios colados na parede como quem se
escondia dela. Vendo-os, gritou: “Bestiagas [récua de bestas] vis e
abomináveis, que fazeis aqui? Ide à vossa cruel morada, que este é lugar santo
e casa de oração e penitência. Todos os esforços para levar a alma de minha
irmã serão vãos. Jesus Cristo morreu por ela e, apesar de vós, ela se salvará.
Ordeno-vos em nome do Mistério da Santíssima Trindade, da Divina Eucaristia,
da Maternidade Divina de Maria Santíssima, de Seu glorioso Trânsito e
Assunção em Corpo e Alma aos Céus, que imediatamente desocupeis este
santo lugar e nunca mais volteis a mortificar com vossa abominável presença a
nenhuma de minhas irmãs, que justa ou injustamente aqui estão” 1.
Note-se que Madre Mariana, ao fazer a oração exorcística, manda que
os demônios desocupem imediatamente “este lugar santo”: ela está
exorcizando um tipo de demônio chamado de “arrimadiços” (segundo o Padre
Manuel Bernardes), os quais junto com os o que a Igreja chama de “demônios
dos ares” atuam na posse de lugares para provocar a perdição das almas. Não
se trata, portanto, de um exorcismo clássico de expulsar o demônio do corpo
da pessoa. Talvez este último seja mais difícil porque trata-se de algo ligado à
pessoa, ao corpo, mas principalmente à alma de uma pessoa, dependendo
muitas vezes dela e de seu livre arbítrio para que o demônio seja expulso.
Tão logo Madre Mariana termina sua oração exorcística deu-se um
estrondo, a terra tremeu e ouviu-se uivos horríveis. Neste momento, a Madre
Superiora estava chegando com algumas ajudantes e o remédio que Madre
Mariana pedira. Uma delas falou assustada que algo de diabólico estava
acontecendo no cárcere, mas que lá estando Madre Mariana nada haveria de
se temer. Quando entraram na prisão ainda encontraram o ambiente

1
“Vida Admirável de Madre Mariana de Jesus Torres...” – Tomo I – Fr. Manuel Sousa
Pereira, OFM, págs. 103/104

2
obscurecido por uma espessa fumaça. Aplicaram os medicamentos na “capelã”
que logo se reanimou sem sinais externos de possessão.
Talvez a possessa ainda tivesse alguns demônios que a incomodassem,
mas aqueles que Madre Mariana havia visto foram exorcizados.

Expulsão dos demônios que infestam as casas de família


Talvez um campo de ação em que o demônio mais encontra facilidade
de ação seja as casas de família. Seriam estes os “arrimadiços” de que fala o
Pe. Manuel Bernardes? Em si mesmo sagrado, o lar precisa entretanto que
seja santo, que as pessoa que o habitem pratiquem a santidade. Não sendo
assim, os demônios podem encontrar lugar onde se acolherem nos lares e daí
inspirar ódio, vingança, contendas pessoais, invejas, por fim, todo tipo de vícios
e pecados, principalmente de uns contra outros.
Em Quito, na época de Madre Mariana, infelizmente os demônios
estavam conseguindo levar duas importantes famílias à contenda, à luta
pessoal e ao ódio. Em suas orações, a santa Madre via tudo. E certo dia,
Nosso Senhor pediu a Madre que expulsasse pessoalmente referidos
demônios.
Madre Mariana rezou a Nosso Senhor pedindo que tivesse piedade
daquela gente e Ele mesmo expulsasse os demônios: “Humilhai-o, Senhor, e
abatei-o pela sua louca perfídia e soberba. Tende compaixão e misericórdia
destas almas tão caras, remidas pelo vosso Sangue e vossos méritos, e pelos
da divina Co-Redentora Maria Santíssima, Mãe vossa e minha dulcíssima”.
Ao ouvir esta oração, em presença de Sua Mãe Santíssima, Nosso
Senhor Jesus Cristo, respondeu à Madre Mariana:
“Manda tu mesma que desça ao fundo do abismo infernal essas furiosas
legiões de demônios que saíram para impedir a conversão dessas almas.
Ordena-lhes em nome do Mistério da Santíssima Trindade, de minha Presença
Real na Hóstia Consagrada, da Imaculada Conceição de minha bendita Mãe e
de Sua Maternidade Divina, sendo Virgem Puríssima antes do parto, no parto e
depois do parto. E verás como fogem espavoridos esses imundíssimos
espíritos. E para que o possas fazer, olha-os primeiro” 2
Ao ouvir esta admoestação, Madre Mariana viu em seguida incontáveis
demônios que infestavam aqueles lares, forcejando para penetrar dentro dos
corações daquelas pessoas. Em seguida, Madre Mariana pediu força para os
exorcizar:
“Fortaleza dos débeis, acompanhai-me nesta empresa. Do contrário,
nada poderei, porque sou vilíssimo e repelente lodo, esses infernais e astutos
espíritos escarnecerão de mim. Mas como Vossas Majestades me deram
sempre provas de vosso amor misericordioso rogo-Vos, com a fronte no pó,
que Vós, ó dulcíssima vida de minha alma, Vos ponhais como o haveis feito
sempre, isto é, como Menino nos braços de Maria Santíssima, minha terna
Mãe. Assim acompanhada e defendida por Vossas Majestades, terei feliz
sucesso, lançando no abismo profundo esses soberbos e invejosos espíritos”.

Um cerimonial celeste exorcístico


A importância deste exorcismo foi tal que envolveu todo o Céu:

2
op. cit. tomo. II, pág. 167

3
“Concluída esta súplica, Madre Mariana viu o Céu se abrir, descendo
até o Sacrário. Todo o altar-mor resplandecia com luz celestial, a ponto de ela,
por um momento, ter pensado que, sem sentir a morte, já se encontrava na
eternidade. Os Anjos cantaram, com melodia própria a eles, o “Salve Sancta
Parens.
“Imediatamente a Rainha dos Céus adiantou-Se.
“Ao contínuo, os quatro Arcanjos, seguidos de incontáveis espíritos
celestes, voaram ao Sacrário. O Príncipe São Miguel, depois de fazer uma
profunda reverência, tomou em suas mãos a santa Hóstia, que se converteu
imediatamente em um formosíssimo Menino. Ele olhou ternamente para o
Príncipe e sua gloriosa comitiva celeste, e disse:
- Ponde-me quanto antes nos braços de minha Mãe, e acompanhai-Nos
todos vós, a fim de presenciar a grandeza do poder de Deus, que Se vale de
instrumentos aparentemente débeis para realizar grandes maravilhas. – Nova
confirmação daquela verdade encantadora: de que Deus oculta Seus segredos
aos soberbos e grandes do mundo e os revela aos humildes e simples de
coração”.
“Incontinenti o Arcanjo se apresentou diante da Imperatriz Soberana, e
fazendo-Lhe reverência, disse:
- “Tomai, Senhora, em vossos braços soberanos o Tesouro divino do
qual sois depositária”. E colocando-Lhe no braço esquerdo o Divino Infante,
retirou-se, fazendo nova reverência.
“Em seguida aproximou-se o Arcanjo São Gabriel trazendo um belo
báculo. Fez uma profunda reverência e colocou-o em sua mão direita, dizendo:
- “Empunhai, Senhora, em vossa soberana destra o báculo que a
Onipotência Divina nela colocou, para que, como Imperatriz dos Céus e da
terra, governeis o universo e reprimais em todos os tempos a força diabólica do
tenaz e soberbo satanás, que cheio de furiosa inveja trabalha com toda sutiliza
na perdição das almas, mas que sempre se verá vencido e humilhado por Vós,
que sois a Mãe do Verbo Divino.
“Fez novamente profunda reverência e se retirou.
“Logo depois chegou o Arcanjo São Rafael, portando uma pequena cruz
muito formosa, do tamanho de um dedo mas que ofuscava a vista com a luz
que irradiava. Era toda composta de preciosos rubis, esmeraldas, ametistas,
safiras e brilhantes. Pondo-a na mão do Divino Infante, disse:
- “Aqui tendes, Rei dos Céus e da terra, o presente que guardais e
concedeis a vossas esposas fiéis que durante a vida religiosa Vos servem com
fidelidade. Com ele triunfarão das maquinações diabólicas, até que fechem
seus olhos à luz material para os abrir ao esplendor da luz eterna. Pela cruz
serão salvas as almas remidas por Vós”. E com uma profunda reverência, o
Arcanjo se retirou.
“A Corte Celeste entoou então um hino de glória, cuja melodia só a alma
poderia degustar, os sentidos do corpo nem sequer agüentariam, a não ser
adormecidos.
“Tudo isto passou-se diante de Madre Mariana, que estava em presença
de Deus e de Sua Mãe Santíssima, com essa humildade própria dos santos.
Humildade adquirida ao longo de uma vida cheia de dificuldades e
humilhações, de que o leitor pode tomar conhecimento, lendo a vida desta feliz
discípula do Divino Redentor.

4
O Menino Jesus incita Madre Mariana ao exorcismo
O que vimos acima nada mais foi do que o prólogo de uma solene
cerimônia exorcística, estando presente toda a Corte Celeste e uma santa
Vítima Expiatória e Exorcística, Madre Mariana de Jesus Torres. Após o
cântico cós anjos o Menino Jesus dirige-se à Madre Mariana:
“Minha dileta esposa, tu és a fibra mais delicada de Meu Coração,
porque passaste toda tua vida em meu serviço e Me amaste com todo teu
coração e toda tua alma. E este teu amor por Mim, que sou teu Deus e Senhor,
tem sido muito dedicado e ativo, conquistando-Me almas. Para convertê-las,
arrancá-las do vício e encaminhá-las na via segura que conduz ao Céu, tiveste
que arrostar grandes padecimentos físicos e morais com generosidade e valor,
sem que o maldito respeito humano, frustrador de grandes graças em favor das
almas, conseguisse fazer-te desistir de empresa tão grandiosa.
“Oh! Se todas minhas esposas tivessem essa diligência e cuidado em
relação a todas as pessoas com que tratam. Quantas almas Me dariam em
segredo!
“Saibas que pus nas palavras de Minhas esposas espadas de dois
gumes para penetrarem nos corações mais endurecidos. Mesmo que na
aparência nada se note, essas palavras repercutem no interior das almas noite
e dia e acabam germinando e dando cedo ou tarde frutos de penitência. E,
quando são acompanhadas de súplica incessante em favor desses pecadores
queridos, então melhor ainda: Eu não posso resistir aos pedidos de minhas
esposas, em se tratando de salvar as almas.
“Oh! Dileta minha! Dize a tuas filhas que sejam meus apóstolos a partir
do silêncio do claustro. Asseguro-lhes que, se assim o fizerem, terão uma
glória muito especial no Céu. Afirmo que uma só palavra proferida pelas
pessoas religiosas é de muito peso no coração dos que vivem no mundo, os
quais, por mais pecadores que sejam, vêem nelas seres separados do mundo,
consagrados e entregues ao exclusivo serviço de Deus, e portanto dignos de
respeito e atenção.
“Agora, ouve a tua Mãe e minha. E vamos sepultar no abismo as
malditas legiões que saíram do inferno para perder estas duas pobres famílias,
tentando roubar-Me almas tão queridas do meu Coração. Recebe esta bela
cruz como presente das núpcias eternas que proximamente te esperam”.

Nossa Senhora dá a palavra final antes do exorcismo


Após o Menino Jesus, Nossa Senhora se dirige à Madre Mariana:
“Minha filha muito querida, minha fiel imitadora, já teus dias mortais
estão no fim. Os poucos dias que te restam quero que sejam ainda mais
perfeitos no amor de Deus e do próximo. Esforça-te em orar, trabalhar e sofrer
para ganhar almas a Deus.
“Oh! Se as religiosas soubessem o mérito que entesouram para a
eternidade nesse apostolado oculto, não omitiriam meio algum para pô-lo em
prática. Grande caridade é trabalhar, orar e sofrer por esses pobres irmãos
transviados. Como outros filhos pródigos, eles abandonaram a casa de seu
bom Pai e se afastaram, pelo pecado, para regiões muito distantes de Deus,
dissipando a preciosa herança das graças divinas, até ficar reduzido à extrema
miséria espiritual. Passam a mendigar no mundo, que e um amo duro e cruel,
as bolotas das falsas honras e prazeres, os sobejos dos porcos, que são os
vícios e as paixões desenfreadas, os quais sepultam no inferno um

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considerável número de almas, tornando infrutíferos o Sangue e os méritos de
meu Filho Redentor.
“Este bom e amoroso Pai, contudo, sai diariamente do Sacrário para
penetrar nos corações purificados e limpos, donde Ele estende sua amorosa
vista ao longe, na expectativa de ver chega Seus filhos pródigos, a fim de
recebê-los de braços abertos e, uma vez reconciliados e lavados no santo
Tribunal da Penitência, faze-los voltar à Sua amizade, com a posse da vida da
graça e dos inúmeros bens reservados para o Reino dos Céus.
“Em vista precisamente da reconquista desses filhos pródigos
estabeleceu Nosso Senhor a vida contemplativa em sua Igreja, para que Suas
almas prediletas, escondidas de todo olhar humano, desconhecidas,
esquecidas e muitas vezes desprezadas, fossem mediante a oração
incessante e a penitência, em toda forma e circunstância da vida monacal,
apóstolos ativos e fervorosos.
“Ai das almas religiosas que incautas e ociosas não querem cumprir, por
vãs covardias, sua sublime missão! Não terão escusas no Tribunal divino. Ali
se lhes recompensarão almas salvas e se castigarão pelas que, por omissão
sua naquela vinha do Senhor, se perderam.
“Ponhamos agora em vergonhosa fuga as legiões infernais que se
atreveram arrebatar aquelas almas a Deus”

Esplendoroso cortejo celeste vai às casas de família para exorcizá-las


Quando Nossa Senhora terminou de falar, todo o cortejo celeste ali
formado, juntamente com Madre Mariana, dirigiu-se às casas de família a fim
de exorcizar os demônios que as infestavam. Vejamos como tudo sucedeu,
conforme o relato de Frei Manuel Sousa Pereira:
“A santa religiosa, com a luz que alumiava em seu coração a pequena
cruz presenteada pelo Divino Infante, viu minuciosamente as consciências
daquelas almas. Discerniu a sutileza com que os demônios trabalhavam para
impedir a mútua reconciliação, semeando no entendimento dos pais e mães mil
temores infundados, renovando ressentimentos e fazendo-lhes crer que o
próprio ato de reconciliação era como uma montanha de impossibilidade, difícil
de ser galgada. O amor próprio fazia-os resistirem, para não terem de se
humilhar, apegados à nobreza e riqueza de suas casas. Tudo era dúvida,
perplexidade, aborrecimento e desgosto, até entre os próprios membros da
mesma família. Em suma, nunca se sentiram tão incomodados e estiveram tão
molestos como naquela tarde e noite.
“Nesse contexto fulgurou a luz celeste do Rei do Céu, que repousava
nos braços de sua Mãe, Maria Santíssima Rainha, acompanhados da celestial
comitiva e da predileta de Seus Corações.
Os demônios ficaram estupefatos e aterrorizados quiseram fugir, mas
não puderam, porque o Príncipe São Miguel os atalhou:
“Malditas, desventuradas e invejosas legiões, mando em nome do Verbo
Divino e de sua Virgem Mãe, nossa Rainha, que permaneçais aqui, até que
uma humilde serva do Senhor vos precipite no abismo profundo. Pois vossa
luciferina soberba deve ser humilhada pela natureza humana, que, amando a
nosso Deus, rivaliza com a angélica natureza. Enquanto os Espíritos Angélicos,
que humildes adoraram o Verbo feito carne, comprazem-se em favorecer e
servir a esses servos do Senhor, prodigalizando-lhes cuidados em sua vida

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terrena, até conduzi-los ao Céu, onde gozam a Deus em sua companhia,
louvando as misericórdias que o Senhor neles realizou”.
“Ao ouvirem a imperiosa voz do Chefe e Príncipe da Milícia Angélica,
tremeram as hostes infernais e soltaram um alarido tão terrível que parecia
retumbar no universo inteiro. E virando-se os demônios para a luz que os
eclipsava, viram-se em presença de Jesus Cristo, de sua Virgem Mãe e da
humilde monja concepcionista, elevada a tanta honra em virtude de uma vida
inteira de sacrifício incessante e de vitórias alcançadas sobre eles. E isto os
enfurecia sobremaneira, sendo o motivo desse ódio que lhe tinham, não tendo
eles poupado nenhum esforço no afã de derrubá-la ao solo pelo pecado, o que,
porém, jamais conseguiram. Ao vê-la, quiseram lançar-se sobre ela, pois não
conseguindo causar-lhe dano à alma, queriam pelo menos tirar-lhe a vida.

O exorcismo de Madre Mariana


O furor dos demônios contra Madre Mariana era porque ela levava vida
de santidade e não pecava. O pecado (caso ela o cometesse) poderia não só
fortalecer aqueles demônios como também trazer mais anjos malditos do
inferno para lhes auxiliar na tarefa de perder as almas. Como aqueles
demônios ansiavam isto, e Madre Mariana (com a graça de Deus) não pecava,
crescia-lhes mais ainda o ódio contra ela.
Neste momento, o Menino Jesus ordenou a Madre Mariana:
“Minha dileta esposa, a força divina te sustenta. Levanta-te sobre ti
mesma e ordena a estas asquerosas e impotentes legiões que deixem livres
estas almas e desçam ao abismo profundo, reconhecendo-se débeis ante as
criaturas humanas que fiéis servem a seu Deus e Senhor”.
“Com estas palavras o coração de Madre Mariana encheu-se de uma
fortaleza indizível e, fixando os demônios com severidade e desprezo, disse:
“Espíritos malignos e repugnantes, que por vossa soberba luciferina
caístes do Céu, onde o Senhor vos criou belíssimos, para o abismo profundo,
transformados pela Justiça de Deus em feíssimos demônios, condenados a
sofrer por toda a eternidade o fogo aceso pela Ira de Deus!
“Eu, pobre e débil criatura, que me glorio de servir a meu Deus e
Senhor, obedecendo-Lhe com agrado em tudo quanto Ele me manda e
amando-O com todo meu ser tão pequeno, aborreço-vos com o aborrecimento
com que meu Deus vos aborrece, por causa de vossa insubordinação.
“E lamentando por haverdes arrebatado tantas almas a Deus, que é o
único Senhor, eu ordeno: - Em nome do Augusto Mistério da Santíssima
Trindade; da Presença Real de Jesus Cristo na Hóstia Consagrada; do Mistério
da Conceição Imaculada de Maria Santíssima, de Quem tenho a ventura de ser
filha; e em nome também de sua Puríssima e Integérrima Virgindade e
Maternidade Divina, sendo Virgem Puríssima antes do parte, no parto e depois
do parto, ordeno-vos que deixeis livres a estas duas famílias, para que dêem
glória a Sua Divina Majestade, no cumprimento da santíssima vontade de
Deus. E descei vós ao averno profundo, vossa morada sempiterna, fugindo
derrotados para vossa maior ignomínia. Que vos sirva de tormento a Cruz
Redentora, que com gosto ostento em meu coração, tendo eu vivido alegre
nela encravada” E fez o sinal da cruz.
“No mesmo instante, dando horríveis bramidos e mordendo-se uns aos
outros, precipitaram-se os entes malditos no centro da terra. Produziu isto um
tal terremoto que os habitantes da cidade, alarmados, puseram-se a clamar por

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misericórdia, julgando que o vulcão Pichincha ia soterrá-los. O Senhor Bispo
mandou que se rezasse em todas as igrejas da cidade.
“As duas famílias, porém, que andavam tão molestadas nas respectivas
casas, acalmaram-se em seguida. Cada qual reuniu-se com toda a criadagem
para rezar o santo Rosário, advindo uma inalterável paz e tranqüilidade. E os
criados comentavam: “Como foi bom este tremor de terra, para que nossos
amos se acalmassem! Eles já se iam tornando insuportáveis!” 3
Cumprindo, pois, sua vocação não só de Vítima Expiatória, mas de
Vítima Expiatória Exorcística, Madre Mariana exorcizou poderosamente
aqueles demônios, os quais haviam conquistado importante lugar nas casas
daquelas famílias. Em seguida, os Anjos da Guarda daquelas casas voltaram a
assumir seus antigos lugar, inspirando às famílias a reza do Rosário e trazendo
a paz espiritual entre elas.

3
op. cit. Tomo II págs. 166/171.

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