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CURSO FORMAÇÃO DE PREGADORES

A PREGAÇÃO NO GRUPO DE ORAÇÃO


Dercides Pires da Silva

1. QUALIDADE DA PREGAÇÃO NO GRUPO DE ORAÇÃO


1
"Também eu, quando fui ter convosco, irmãos, não fui com o prestígio da eloqüência nem
da sabedoria anunciar-vos o testemunho de Deus. 2Julguei não dever saber coisa alguma entre
vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. 3Eu me apresentei em vosso meio num esta-
do de fraqueza, de desassossego e de temor. 4A minha palavra e a minha pregação longe esta-
vam da eloqüência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma demonstração do Espírito e do
poder divino, 5para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de
Deus. 6Entretanto, o que pregamos entre os perfeitos é uma sabedoria, porém não a sabedoria
deste mundo nem a dos grandes deste mundo, que são, aos olhos daquela, desqualificados.
7
Pregamos a sabedoria de Deus, misteriosa e secreta, que Deus predeterminou antes de existir
o tempo, para a nossa glória" (1Cor 2,1-7).

Se há uma parcela da Igreja que exige pregação boa é o grupo de oração. Pregação boa é
ungida, dependente do Espírito Santo, que não "sabe" [não prega] outro conteúdo que não seja
Cristo crucificado, morto e ressuscitado; que não se vale da sabedoria humana, mas da sabedo-
ria divina; que demonstre o poder de Deus nos sinais e prodígios. Em resumo, como a pregação
acima descrita por Paulo.

Quem era Paulo? Ele mesmo responde, e também outros do seu tempo:
4
"No entanto, eu poderia confiar também na carne. Se há quem julgue ter motivos humanos
para se gloriar, maiores os possuo eu: 5circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de
Benjamim, hebreu e filho de hebreus. Quanto à lei, fariseu; 6quanto ao zelo, perseguidor da Igre-
ja; quanto à justiça legal, declaradamente irrepreensível" Fil 3,4-6). "Havia então na Igreja de
Antioquia profetas e doutores, entre eles Barnabé, Simão, apelidado o Negro, Lúcio de Cirene,
Manaém, companheiro de infância do tetrarca Herodes, e Saulo" (At 13,1). "Continuou ele: Eu
sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me nesta cidade, instruí-me aos pés de Gamaliel,
em toda a observância da lei de nossos pais, partidário entusiasta da causa de Deus como todos
vós também o sois no dia de hoje" (At 22,3).

Antes mesmo de pertencer ao número dos discípulos e dos apóstolos de Jesus, Paulo era
um doutor da lei, posto que fosse formado por Gamaliel, também um doutor da lei; mestre, espe-
cializado em formar outros. Também antes de ser discípulo e apóstolo do Senhor, Paulo

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experimentou o poder de Deus em seu próprio corpo durante a marcha que fazia para Damasco,
a fim de prender muitos cristãos.

Com base nas palavras que o Senhor disse a Ananias – "Vai, porque este homem é para
mim um instrumento escolhido, que levará o meu nome diante das nações, dos reis e dos filhos
de Israel" (At 9,15) – podemos dizer que Paulo, ao estudar com Gamaliel, estava sendo formado
para ser pregador, pastor, formador, doutor. O mesmo se diga de seu encontro com o Senhor no
caminho de Damasco e do seu batismo ministrado pelo discípulo Ananias. A formação de Paulo
continuou por mais algum tempo, silenciosamente, em Tarso; não mais perante Gamaliel, mas
aos pés do Mestre dos mestres, pelo Espírito Santo.

O Senhor disse a Ananias que Paulo era um instrumento escolhido. Em verdade, Paulo es-
tava sendo formado desde os tempos de Gamaliel, isto é, estava sendo afinado para executar a
música evangelizadora do Espírito Santo.

Também nós, se quisermos pregar como Paulo, devemos nos sujeitar aos afinamentos do
Espírito Santo que se serve de “Gamaliéis” e Ananias para formar pregadores até nos dias de
hoje. Isso exige alguns passos de humildade, oração, compreensão, oração, estudo, oração,
treinamento, oração... Assim, afinados pelo Espírito Santo, poderemos ser seus instrumentos
para pregarmos com sabedoria divina nos grupos de oração e noutros lugares, e com demons-
trações do poder de Deus, a fim de que as pessoas creiam que nosso Deus não está morto, mas
ressuscitou e vive entre nós.

Para que haja em nossos dias pregações como as dos primeiros discípulos do Senhor, o
Ministério de Pregação, com oração e discernindo a visão de Jesus para nossos grupos de ora-
ção, tem ministrado a formação de pregadores seguindo uma proposta que tem evoluído ao lon-
go dos anos, conforme o Espírito Santo nos tem inspirado. Esta proposta é apresentada nos tó-
picos seguintes, de forma resumida. Leiamo-la.

2. DESAFIOS

Gostaria de iniciar nossa conversa com uma indagação: Qual seria mais desafiadora, uma
pregação que dure uma hora, ministrada num encontro de avivamento, ou uma pregação de que
não ultrapasse dez minutos, ministrada a um grupo de oração? Em geral os pregadores se preo-
cupam muito mais com a pregação de uma hora. Alguns se angustiam e até se apavoram antes
das primeiras pregações que duram uma hora. Devem ter seus motivos. Entretanto, se conside-
rarmos a pregação do ponto de vista dos frutos que devem produzir, uma pregação de dez minu-
tos ministrada ao grupo de oração é, de longe, muito mais desafiadora, posto que se deseje des-
ta pregação os mesmos frutos que se esperam de uma pregação de uma hora.

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E tem mais: Durante uma hora dá para consertar alguns erros cometidos durante a prega-
ção, dá também para mudar de rumo, de metodologia, de técnica, quando se descobre que se
fez alguma opção inadequada. O mesmo não se consegue fazer durante uma pregação de dez
minutos, sem risco de se perder alguma coisa boa que reste.

É certo que Deus quer salvar as pessoas que vão aos encontros de avivamento (reba-
nhões, louvores, retiros, acampamentos etc.), nos quais os participantes ouvem várias prega-
ções de meia hora, quarenta minutos, uma hora; mas é certo também que ele deseja salvar os
que vão aos grupos de oração, uma só vez na vida, para ouvir uma pregação de dez minutos,
apenas. Logo, é enorme o desafio de se pregar aos participantes dos grupos de oração.

Comparando a pregação que se faz a um grupo de oração com a que se prega num encon-
tro maior, com a visão que esboçamos nos parágrafos anteriores, nota-se que os desafios a se-
rem vencidos são imensamente grandes, se não vejamos: durante uma pregação de dez minu-
tos, o doente precisa abrir o coração para receber a cura, o pecador precisa se arrepender dos
seus pecados e se converter; o cego precisa acreditar que poderá ver; o surdo, que poderá ouvir;
o aleijado, que poderá ser restaurado; o pecador, que será perdoado; o ateu, que poderá crer.
Essas idéias nos ajudam a compreender o quanto o pregador do grupo de oração deverá estar
preparado, assim como sua pregação.

3. PREPARAÇÃO DA PREGAÇÃO

A melhor forma, e também a mais simples, de se preparar uma pregação é organizá-la em


roteiros, pelas seguintes vantagens:

“Os roteiros poderão ser escritos e não escritos”. Os nãos escritos possuem as vantagens
das pregações e dos ensinos não escritos, citadas acima. Entretanto, em se tratando de desvan-
tagens, o roteiro não escrito não é tão perigoso quanto à pregação e aos ensinos não escritos,
pois quem seguir um roteiro, ainda que de memória, dificilmente se perderá.

Entre as duas formas de roteiro, inegavelmente a melhor, a ideal, é o roteiro escrito1, tanto
para o ensino, quanto para a pregação. É que ele oferece boa flexibilidade, boa abertura para as
inspirações, moções e toques do Espírito Santo, possibilita-nos ter sempre à mão as principais
ideias, libera o evangelizador do medo de não ter o que pregar ou ensinar, permite a inserção de
histórias, parábolas, técnicas pedagógicas e recursos variados, entre outros benefícios.

Modernamente bons professores de oratória ensinam o uso de vários recursos pedagógi-


cos. Indubitavelmente um dos recursos é o roteiro. Existem professores que chegam a indicar

1
Isabel FURINI, A Arte de Falar em Público, p. 56: “Estruturado ou „ex tempore‟ é aquele discurso que estudamos, organizamos e
conhecemos profundamente. Trabalhamos a idéia, diríamos, mas deixamos as palavras para a inspiração de momento. Para a maio-
ria dos comunicadores é a melhor forma de preparação, pois podemos modificar o enfoque de acordo com o auditório, sem chegar a
comprometer a mensagem.”

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recurso mais moderno do que roteiro, como é o caso de transparências e uso de imagens eletrô-
nicas. Mas não ficam somente na indicação, também incentivam seu emprego, dizendo que são
fatores de sucesso dos bons oradores.2 O roteiro materializa a preparação do evangelizador.
Andréa Monteiro de Barros MACHADO, in Falando Muito bem em Público, p. 64, arrola a falta de
preparação do discurso entre os pecados capitais do apresentador, e dedicam, como os demais
escritores, capítulos próprios para ensinar a planejar discursos."

Outra coisa importante que precisamos dizer, é que o roteiro deve ser somente um roteiro,
nada mais do que um roteiro. Ele não é o ensino e nem tampouco a pregação. Frise-se que ele é
somente a organização das principais idéias que o pregador e o formador seguirão para pregar e
ensinar (Dercides Pires da SILVA, Formação de Pregadores e Formadores, Oratória Sacra, Ro-
teirização, pp. 18 e19."

4. FORMA DOS ROTEIROS

Os roteiros de pregação devem ter três partes: Introdução, desenvolvimento e conclusão.


Na introdução o pregador, a um só tempo, apresenta a pregação e motiva a assembléia, ou vice-
versa. É na introdução que os ouvintes avaliam se vale a pena ouvir o pregador, ou se será mais
divertido pensarem noutras coisas enquanto ele prega. Apresentar a pregação é informar aos
ouvintes – porém em tom proclamativo, porque, efetivamente já se prega desde a introdução – o
tema e as idéias principais que desenvolverá durante a pregação. No desenvolvimento, há a
pregação propriamente dita. Na conclusão, resume-se a pregação, relembrando as idéias princi-
pais que foram desenvolvidas; porém, sempre em tom proclamativo.

 DURAÇÃO DA PREGAÇÃO

Alguns irmãos têm indagado sobre o tempo de duração da pregação no grupo de oração.
Aconselha-se que a pregação seja ministrada durante dez minutos, principalmente quando for
ministrada por pregador do próprio grupo. Entretanto, quando o tema contiver alguma complexi-
dade, poderá ser estendido um pouco mais. O tempo também poderá ser aumentado – um pou-
co somente – quando o pregador for de outro grupo.

A pregação no grupo de oração, por ser essencialmente querigmática, não exige muito
tempo para produzir bons frutos. Em vez de mais tempo, os pregadores necessitam de mais
unção e de mais fé na ação de Deus por intermédio deles. Com fé e unção, eles se tornam fer-
ramentas adequadas nas mãos de Deus para produzirem frutos cem por um, ainda que preguem
durante um minuto apenas.
2
Góis, Maurício. Curso Prático de Comunicação Verbal, pp 27 e 28. Bolsa Nacional do Livro. Curitiba-PR: 1989: “5. DECÁLOGO DO
ORADOR DE SUCESSO: (...) 9. Use recursos de oratória que não deixam você se perder na fala, na exposição dos argumentos e no
próprio medo de falar. Entre estes recursos estão as transparências com os passos ou etapas dos argumentos.”

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 PREPARAÇÃO DO PREGADOR

Assim como a pregação, o pregador deve ser e estar adequadamente preparado para pro-
duzir bons frutos, pois uma mensagem poderá ser acolhida ou rejeitada, dependendo da forma
de sua transmissão. Noutro dia li uma história sobre o poeta Olavo Bilac que bem ilustra a ne-
cessidade da preparação para se comunicar. Ei-la, a seguir:

“Um dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua:
– Sr. Bilac estou precisando vender meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Poderia redigir um
anúncio para o jornal? Olavo Bilac apanhou um papel e escreveu: „Vende-se encantadora propri-
edade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por águas cristali-
nas e marejantes de um ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila
das tardes na varanda‟. Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia ven-
dido o sítio”. – Nem pense mais nisso! – disse o homem. “Quando li o anúncio é que percebi a
maravilha que eu tinha.”

Essa história me fez lembrar que além de ter uma boa inspiração, para pregar precisamos
saber nos comunicar; falamos de comunicar com unção. A forma de falar, a postura do pregador,
seu timbre de voz, seus gestos, enfim, tudo que compõe a imagem do pregador influencia no
ânimo dos ouvintes. E essa influência vai predispô-los a aceitarem ou a rejeitarem a mensagem
transmitida na pregação. É por isso que os pregadores devem ser incansáveis quando se trata
de formação; devem ser santamente insaciáveis na busca de novos métodos para pregar. É nes-
te contexto que entra a formação, para colaborar. Na Bíblia encontramos exemplos de como a
forma de se expressar influencia os ouvintes. Certa vez, após Jesus terminar uma pregação “a
multidão ficou impressionada com a sua doutrina” (Mt 7,28) e o evangelista segue explicando
que “ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas” (v. 29).

A pregação utiliza a oratória como instrumento de trabalho. A oratória, como a música, é


uma arte; a arte de discursar eloqüentemente. Em se tratando de pregação, é pregar com elo-
qüência e com unção.

Ninguém nasce pregador, assim como ninguém vem ao mundo já sendo um cantor. Como
se aprende a cantar, se aprende a pregar. Só que pregar é muito mais fácil, em se tratando de
técnica, do que cantar. Para aprender a pregar adequadamente, basta um pouco de formação.
Mas, lamentavelmente, alguns resistem à formação e ainda tentam fundamentar suas teimosias,
preguiças e desobediências na Santa Palavra, dizendo que Pedro era um homem rude e des-
preparado, mas mesmo assim Jesus o chamou para pregar e ainda lhe confiou os destinos da
Igreja. De fato, Pedro era rude e analfabeto, e também despreparado para a missão de pregador
e de pastor da Igreja quando Jesus o conheceu. Mas ninguém poderá dizer que após cerca de
três anos convivendo com Jesus ele continuava o mesmo homem. Dos traços antigos de Pedro,
ele conservou o analfabetismo, tanto que ditou sua carta a Silvano. Mas, por outro lado, Jesus

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não o chamou para ensinar aramaico, hebraico, grego ou latim. Ele foi escolhido para pastorear
a Igreja e para pregar o Evangelho com palavras, sinais e prodígios. E para isso ele estava muito
bem preparado, uma vez que fora formado pelo Mestre, pessoalmente.

Para atender às necessidades de formação dos pregadores, o Ministério de Pregação or-


ganizou vários cursos em três ciclos, apresentados a seguir:

a) Ciclo essencial

a.1) Conhecimento bíblico-doutrinário

MÓDULO BÍBLIA e MÓDULO BÁSICO, elaborados pela Comissão de Formação Nacional


e aplicados pelo Ministério de Formação.

O Módulo Básico compõe-se dos seguintes encontros: Identidade da Renovação Carismá-


tica Católica, Carismas, Grupos de Oração, Oração: Caminho de Santidade, Santidade,
Liderança em Serviço na RCC, Igreja e Doutrina Social da Igreja.

a.2) Unção

Será composto pelos seguintes encontros: ARDOR MISSIONÁRIO (como pregar e ensinar
com ardor e como reavivar o ardor e o vigor na pregação e no ensino)” e PREGAÇÃO INSPIRA-
DA (como acolher inspirações divinas para pregar e ensinar).

Eles ajudarão os pregadores a aplicarem seus carismas com mais eficácia a serviço da
Nova Evangelização, como Nosso Senhor Jesus Cristo nos pede pela voz da Igreja.3

Estes encontros servirão para ajudar os pregadores eliminarem barreiras à unção do Espí-
rito Santo, tais como: dúvidas, incredulidades, apego ao pecado, pouco amor à santidade, pouca
intimidade divina.

Serão úteis também para propiciar formação espiritual suficiente para ajudá-los a amadu-
recerem, humana e espiritualmente, a fim de que assumam com desassombro e coragem a fé
que recebemos em nosso batismo.

Enfim, com eles os pregadores estarão sendo preparados para serem veículos do Poder
de Deus, no exercício missionário.

a.3) Comunicação (metodologia)

Terá os seguintes encontros: ROTEIRIZAÇÃO (preparação de pregações e ensinos),


VERBALIZAÇÃO (como falar em público).

Este ciclo constitui o núcleo da formação. O pregador, recebendo-o, obterá o mínimo ne-
cessário para exercer seu ministério. Contudo, para ele se desenvolver com rapidez e pregar

3
Redemptoris Missio e IV Conferência do Celam (Documento de Santo Domingo)

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melhor e com mais eficácia, deverá receber a formação completa, que inclui o ciclo aprofunda-
mento.

b) Ciclo aprofundamento

Todos os demais encontros comporão o ciclo aprofundamento, assim distribuídos:

b.1) Conhecimento bíblico-doutrinário

O pregador não poderá ser discípulo de “um livro só”; não poderá satisfazer-se somente
com os encontros ministrados especificamente para pregadores. O ministério da pregação é um
serviço de amor e doação exigentes. Seu integrante necessita adquirir conhecimentos gerais
sobre a Igreja, sobre nosso Movimento Eclesial e sobre o mundo, pelos menos. Quanto à Igreja,
sugerimos que os pregadores participem de encontros eclesiais e, quem puder, que participe
também de encontros, seminários e cursos teológicos. Quanto ao nosso Movimento, recomen-
damos que participem dos encontros promovidos pelos demais ministérios.

b.2) Unção

Para esta área da formação, o pregador terá à sua disposição o encontro ANUNCIA-ME
(como anunciar a palavra de Deus com testemunho, com sinais, com amor e com coragem), pois
um dos requisitos fundamentais para receber unção do Espírito Santo para o exercício de uma
missão é precisamente acolher e praticar uma atividade missionária, no caso do pregador, anun-
ciar o Evangelho é esta missão.

b.3) Comunicação (metodologia)

A área da comunicação é a que mais nos tem desafiado, mas aos seus desafios temos
respondido com maior quantidade de ofertas para a formação, assim estabelecidas:

– VOZ E UNÇÃO (como ter e preservar uma boa voz e como utilizá-la corretamente);

– DIDÁTICA (utilização de técnicas e recursos pedagógicos na pregação e no ensino);

– ARTES CÊNICAS NA PREGAÇÃO (aplicação de técnicas de encenação em histórias e


maior domínio dos recursos vocálicos e gestuais);

– COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL (eliminação de traumas que impedem a boa comuni-


cação em público e aplicação de técnicas e recursos de interação grupal);

– ORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO (organização de idéias para exposição verbal e es-


crita de opiniões e pensamentos aplicados aos ensinos e às pregações);

– APROFUNDAMENTO DO CONTEÚDO DA PREGAÇÃO (contextualização de textos bí-


blicos, entrelinhas da palavra, noções de exegese e hermenêutica).

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É necessário passar POR TODA ESSA FORMAÇÃO para ser pregador? NÃO, para formar
pregadores, o Ministério de Pregação segue o método de Jesus: teoria, prática, avaliação; tudo
simultaneamente. Isso significa que todos, a convite dos coordenadores de grupo, de diocese, do
Estado, poderão pregar ao mesmo tempo em que buscam a formação junto aos ministérios de
pregação locais. O que não seria aconselhável, é que alguém repudiasse a formação e insistisse
em ser pregador.

 ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO DE PREGADORES (também para os que pregam nos


grupos de oração)

a) Visão geral

A formação consiste, inicialmente, num encontro introdutório no qual será apresentada a


metodologia que seguimos – METODOLOGIA COM PODER DO ESPÍRITO SANTO. Neste en-
contro serão apresentadas as idéias fundamentais que ajudarão na formação de pregadores.
Nele o pregador em formação já terá os primeiros contatos com as técnicas de falar em público.

A partir deste encontro, serão aplicados os demais, conforme planejamento dos ministé-
rios de pregação locais.

Para a eficácia da formação de pregadores, isto é, para que ela dê frutos, propõe-se os
treinamento dos formandos em oficinas de pregação. Nas oficinas todos terão oportunidade de
treinarem as técnicas de pregação o quanto for necessário. Com as oficinas, em pouco tempo
um grande número de pessoas se tornam excelentes pregadores; sem elas, os frutos são muito
demorados, quando surgem.

Toda a formação poderá ser mais bem entendida com a realização de oficinas. Mesmo os
conteúdos das áreas do conhecimento bíblico-doutrinário e da unção poderão produzir melhores
frutos se forem estudados em pequenos grupos, utilizando técnicas e recursos pedagógicos
apropriados. Estes pequenos grupos seriam as oficinas.

Se as oficinas são úteis às áreas do conhecimento bíblico-doutrinário e da unção, à área


da comunicação são mais que necessárias; são “necessariamente fundamentais”. A formação
para a comunicação é composta fundamentalmente de metodologias que exigem a utilização de
várias técnicas e muitos recursos de comunicação. Tudo isso exige treinamentos que só poderão
ser realizados em oficinas, sob pena de prejudicar sobremaneira o resultado da formação.

Os frutos das oficinas, para a formação de pregadores, são incalculáveis. Nelas se aprende
realmente a falar em público e a pregar; e pregar bem, com unção e com conteúdo.

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Cada grupo de cinco pessoas acima (ou até menor) poderá fazer uma oficina de pregação.
Ela se resume em exercitar o que foi ministrado nos encontros, aliando aos exercícios boas ava-
liações, para crescer mais.

b) Flexibilidade do ciclo de formação

Um item importante na formação de pregadores é a flexibilidade do ciclo de formação. Com


efeito, não se deseja construir uma formação fechada. Ela deverá ser flexível para possibilitar o
constante progresso do saber, bem como para descobrir e incorporar novas técnicas que sejam
apresentadas pelos vários meios possíveis, incluindo, necessariamente, as sugestões de quan-
tos colaboram na formação de pregadores.

Sua flexibilidade será percebida sempre que se fizerem necessárias modificações, aperfei-
çoamentos, readequações.

Mas outra espécie de flexibilidade deve ser considerada. Trata-se da adequação do tempo
e da oportunidade de aplicação a todos os formandos, a fim de atender a situações familiares,
estudantis e profissionais de cada um. Assim estaremos valorizando a pessoa e não somente o
trabalho que se lhes presta. Só até aqui

c) Procedimentos fundamentais para a formação

Para que os ciclos de formação atinjam seus objetivos, fazem-se necessários alguns pro-
cedimentos básicos. Entre eles, citam-se: criar várias alternativas para a aplicação dos encon-
tros, produzir e oferecer material didático adequado e de preço acessível, possibilitar nas salas
de formação um ambiente fraterno por meio da oração e da partilha, combinar a formação com
as orações que se fazem em todos os encontros da Renovação, isto é, jamais ministrar formação
dissociada da oração.

d) Duração do ciclo de formação

A duração do ciclo de nossa formação, devido à flexibilização de tempo e oportunidade,


não poderá ser determinada pelo fator tempo. Assim, estabeleceremos dois critérios para marcar
o ciclo de formação. O primeiro será composto de um conteúdo mínimo, que abrangerá as áreas
do conhecimento, da unção e da comunicação, que acima denominamos de ciclo essencial.

O segundo critério de marcação do ciclo de formação será bastante flexível. Ele será com-
posto por oficinas de treinamento e por cursos de aprofundamento, à medida que as necessida-
des forem surgindo.

Terminamos aqui, irmãos, nossa conversa sobre a pregação no grupo de oração, com dois
pensamentos do Pe. Antônio Vieira:

“Jonas durante 40 dias pregou um só assunto, e nós queremos pregar quarenta assuntos
em uma hora” (Pe. Antônio Vieira, Sermões, tomo 1, p. 41).

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“O estilo pode ser muito claro e muito alto; tão claro que o entendam os que não sabem, e
tão alto que tenham muito que aprender nele os que sabem (Pe. Antônio Vieira, Sermões, tomo
1, p. 40).”

Muito obrigado. Deus os abençoe.

Dercides Pires da Silva.

Coordenador Nacional do Ministério de Pregação.

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ANEXO

1. MODELO DE ROTEIRO DE PREGAÇÃO

I – INTRODUÇÃO

Jesus é a fonte da Água Viva. A água mantém a vida sobre a terra. Ela é capaz de fazer
um vegetal semimorto reviver. A Água que Jesus nos traz é a Força de Deus que nos dá vida
nova, é a Graça que nos faz encontrar motivo para viver neste mundo, para ser feliz e para espe-
rar o Paraíso Eterno. Caso você esteja triste, angustiado, enfermo, ou simplesmente percebendo
que sua vida está perdendo o sabor, então você deve estar necessitando da Água Viva que Je-
sus nos traz hoje, neste grupo de oração. Prepare-se para recebê-la. Agora vou apresentar a
vocês, Jesus, nosso Senhor, como sendo aquilo que realmente ele é, FONTE DA ÁGUA VIVA.

II – DESENVOLVIMENTO

1. JESUS REVELA-SE COMO FONTE DA ÁGUA VIVA


a) Jo 4 (A samaritana no poço de Jacó)
b) A Samaritana aceitou a revelação de Jesus e ganhou:
– Sentido para viver
– Vontade para viver de forma diferente
c) A samaritana ganhou vida nova

– E buscou outras pessoas para beberem da Verdadeira Fonte, a fim de terem também vida no-
va.

2. JESUS CONVIDA-NOS PARA BERBERMOS DA FONTE


a) Jo 7,37-38 (A Água Viva é o Espírito Santo)
b) Os soldados beberam da Água Viva que Jesus oferecia
– Desistiram de prender Jesus
– Tiveram coragem de voltar aos chefes de mãos vazias
– Conseguiram começar vida nova (viver diferente)
c) Testemunho

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III – PERORAÇÃO

– Jesus, durante o tempo que foi ouvido pela samaritana e pelos soldados, pessoas de vida difí-
cil e sofrida, cujos corações estavam empedernidos, provou que é realmente a fonte da Água
Viva, pois lhes deu novo ânimo, nova coragem, novo sentido na vida.
– Agora é chegada a nossa vez de experimentar o que a samaritana e os soldados experimenta-
ram. Agora também nós somos convidados para bebermos da Água Viva que Jesus nos oferece.
– Bebendo da Água Viva que o Senhor nos dá, que é o Espírito Santo, teremos vida nova. Como
a água da chuva faz a semente brotar, dá novo viço à laranjeira e colore de vermelho as rosas, o
Espírito Santo nos dará entusiasmo para viver e esperança de vencer, e vencer com Jesus, em
qualquer circunstância desta vida. Isso é VIDA NOVA, isso é beber na FONTE DE ÁGUA VIVA.
– Fiquemos de pé para beber da Água Viva, para receber o Espírito Santo, para ter vida nova.

2. ORAÇÃO FINAL

– Orar pedindo um novo Batismo no Espírito Santo.

Obs.: A introdução e a peroração não precisam conter texto. Basta que tenham as idéias chaves
que servirão de guia para o pregador. Em nosso modelo inserimos os textos para facilitar o en-
tendimento do leitor. Outra coisa, a apresentação do pregador é feita pelo coordenador, por isso
o roteiro de pregação não contempla os itens de tal apresentação. Nisso a pregação é diferente
do ensino.

Muito obrigado. Deus os abençoe.

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