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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM).......................................................................... 9
Capítulo 1
Origem, histórico e conceitos.......................................................................................... 9
Capítulo 2
Objetivos da TPM................................................................................................................. 21
Capítulo 3
Perdas.................................................................................................................................. 29
Unidade iI
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)................................................................. 35
Capítulo 1
Conceitos e objetivos dos oito pilares da TPM.............................................................. 35
Capítulo 2
Ferramentas de suporte à TPM........................................................................................... 45
Unidade iII
IMPLANTAÇÃO DA TPM......................................................................................................................... 66
Capítulo 1
Os doze passos para a implantação da TPM.................................................................... 66
Capítulo 2
Benefícios da Implantação da TPM................................................................................... 84
Unidade iV
DIFICULDADES VERSUS SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL – TPM........... 86
Capítulo 1
Dificuldades e sucessos que podemos ter ao implementar a TPM................................ 86
Capítulo 2
Educação e treinamentos para implementação do TPM................................................ 89
Capítulo 3
Melhorias específicas........................................................................................................ 91
Referências................................................................................................................................... 95
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Com o aumento da competitividade devido ao aumento da concorrência, a cada dia
mais as empresas buscam melhorias contínuas e estratégias que possam mantê-la em
boa posição nessa disputa acirrada. Podemos afirmar atualmente que a produção está
diretamente ligada a uma eficiente manutenção e que essa pode ser um mecanismo de
estratégia para a empresa, visto que para que tenhamos uma produtividade eficiente
necessitamos que a manutenção atenda e supra totalmente as necessidades da produção.
Com isso alcançamos reduções de custos, melhores condições e disponibilidade de
equipamentos entre outros benefícios, que aliados conseguem contribuir para a
competitividade da empresa. (PINTO; XAVIER, 2001)
Com início no Japão, esse tipo de gestão foi se difundindo entre países devido ao seu
sucesso e os resultados alcançados. O modelo japonês alcançou reduções de custos,
atuação direta em áreas como manutenção, produção e meio ambiente.
Mas o cenário não é só de glórias para a implantação dessa ferramenta, muitas empresas
têm problemas e abandonam o programa com resultados negativos. Podemos afirmar
que esse insucesso está diretamente ligado à cultura da empresa e de seus colaboradores.
A grande maioria dos funcionários tem a cultura de pensar que as falhas que ocorrem
nos equipamentos são advindas de desgastes devido ao tempo de utilização, porém,
estudos relatam que essas falhas devido a desgastes somente representam 11% do
total. Unidos a essa cultura, temos os problemas quanto a orientações vindas dos
fabricantes no manual dos equipamentos, que muitas vezes não são embasadas em
fatos reais, pois em sua maioria, sendo que há exceções, os fabricantes orientam
revisões e substituições em intervalos menores de tempo, tendo como finalidade
diminuir sua responsabilidade ou aumentar a venda de componentes de substituição.
(KARDEC; LAFRAIA, 2002)
Além disso, a resistência a modelos novos de gestão é muito grande e então temos que
entender que para se obter sucesso nesse tipo de implantação precisamos primeiramente
uma mudança comportamental e de atitude por parte de todos os envolvidos no processo
de implantação, desde a alta classe até as mais baixas, portanto, todos precisam estar
alinhados e empenhados em desenvolver com sucesso as suas tarefas.
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Se pensarmos na TPM como um modelo de gestão a ser seguido, a totalidade da empresa
terá que trabalhar, seguir e transformar, sempre buscando eliminar desperdícios,
melhorar o processo como um todo, melhorar a qualidade, melhorar os serviços
efetuados e com isso conseguir atingir o crescimento da empresa junto ao mundo
competitivo em que vive.
Procuramos de forma clara e sucinta retratar essa importante ferramenta que pode
vir a trazer resultados tão satisfatórios à empresa que pretende implantar esse tipo de
gestão. Quando pensamos que atualmente a disputa é muito acirrada por um espaço
no mundo competitivo e que esse espaço está cada vez menor, saber gerir e utilizar
ferramentas de gestão para conseguir melhorias é determinante para ditar quem fica e
quem sai do mercado.
Objetivos
»» Discernir todos os aspectos e objetivos da Manutenção Produtiva Total
(TPM).
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INTRODUÇÃO À
MANUTENÇÃO Unidade I
PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Nesta primeira unidade iremos entender como o termo manutenção foi sendo trabalhado
dentro da indústria e se transformou em algo essencial para se alcançar resultados
satisfatórios. Os conceitos de manutenção produtiva total serão listados e detalhados,
bem como seus objetivos de aplicação e perdas a fim de podermos dar continuidade aos
estudos, estando familiarizados com os termos mais utilizados.
Capítulo 1
Origem, histórico e conceitos
Origem
Desde os primórdios existe a manutenção, foi no século XVI na Europa que apareceram
técnicos especialistas em montagem e assistência com o surgimento do relógio mecânico.
Foi a partir de 1930 que a manutenção teve um espaço maior dentro das indústrias.
Se compararmos dados históricos, conseguimos entender o porquê de a manutenção
começar a ganhar maiores proporções. Durante a Segunda Guerra Mundial, as
indústrias viram a necessidade de mudar o modo como eram fabricados seus
produtos já que não se tinha o controle de quase nada, equipamentos eram
superdimensionados e a mão de obra era utilizada em grande escala durante toda a
produção. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, a busca por maiores quantidades de
produtos pelo mercado consumidor fez com que se realizassem mudanças no modo
de produção para conseguir atender toda essa demanda. As fábricas começaram a
buscar mecanização de equipamentos e áreas próprias para indústrias. (PINTO;
XAVIER, 2001)
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Vários autores definem que a manutenção foi evoluindo durante três gerações. Conforme
podemos ver na figura 1 a seguir.
•Engenharia de
• Consertar •Manutenção manutenção.
somente após planejada.
falha. •Grupos
1o 2o •Disponibilidade 3o multidiciplinares
geração •Manutenção crescente. de trabalho.
geração geração
somente
corretiva de •Planejamento e •Softwares de
emergência. controle manual. planejmaneto e
controle.
Primeira geração
De acordo com Pinto e Xavier (2001), com o cenário econômico em que se vivia,
a primeira geração é o período que precede a Segunda Guerra Mundial, onde a
produtividade não era tão importante, as indústrias eram pouco mecanizadas, os
equipamentos superdimensionados e a mão de obra era utilizada em grande escala.
Portanto a manutenção não era realizada periodicamente, mas de forma corretiva
para concerto de maquinários que apresentavam quebra, ou serviços de limpeza e
lubrificação. Quando um equipamento apresentava algum defeito, esse era entendido
como desgaste natural de vida útil, e somente eram realizados reparos necessários
para sanar o defeito apresentado pelo equipamento.
Segunda geração
Já a segunda geração tem início durante a Segunda Guerra Mundial onde o cenário
industrial era o seguinte: houve aumento de demanda por todos os tipos de produtos
e uma escassez de funcionários nas indústrias. Em consequência houve um aumento
significativo da mecanização nas indústrias e melhor instalação dessas. Nesse cenário,
frente à demanda crescente, as industrias começaram a dar atenção ao funcionamento
correto de seus equipamentos, e foi aqui que começamos a ver o conceito de manutenção
preventiva surgir. (PINTO; XAVIER, 2001)
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INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE I
Terceira geração
Finalmente, a terceira geração começou a ser desenhada na década de 1970. As
manutenções que eram realizadas em períodos fixos e determinados diminuíram
a produtividade, aumentaram os custos e começaram a afetar também a qualidade
dos produtos. Consequentemente, houve aumento de custos, o que se agravou com
o conceito do Just in Time, onde os estoques são reduzidos para a produção em
andamento, isso significaria uma paralisação no processo produtivo. Aqui surge o
conceito de uma manutenção preditiva, que indica as reais condições de operação dos
equipamentos embasados em dados que indicam desgaste e processos que indicam a
vida útil do equipamento bem como as condições que devem ser seguidas para que esse
tempo de vida útil seja mais bem utilizado. Nessa fase, podemos ver que os processos de
elaboração de um sistema, bem como sua disponibilidade e confiabilidade ficam mais
claros. (PINTO; XAVIER, 2001)
Histórico do TPM
O termo, bem como sua aplicação, surgiu na década de 1970, mais especificamente no
Japão, sendo embasada nas manutenções corretivas da década de 1950 e nas manutenções
preventivas da década de 1960, sendo sua primeira implantação na indústria Nippondenso
do grupo Toyota.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
essa um dos atributos da TPM, onde é mais vantajoso a utilização dos conhecimentos
práticos dos operadores do equipamento do que equipes de manutenção altamente
qualificadas.
A empresa da Toyota contava com funcionários treinados e qualificados para tal mudança,
portanto conseguiu que todos participassem e implementassem a manutenção produtiva.
Com o desenvolvimento e implementação do TPM, obtiveram uma premiação pelo
Japanese Institute of Plant Engineers, que com o passar do tempo se tornou o Japan
Institute of Plant Maintenance (JIPM). Com isso a empresa se tornou a primeira a ter a
certificação de TPM.
Essa ferramenta foi definida de primeiro como atuadora direta no setor de produção,
onde podemos ver que em 1971 as cinco estratégias traçadas pelo Japan Institute of
Plaint Maintenance foram:
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INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE I
»» Todos participam.
Por volta de 1989, o Japan Institute of Plant Maintenance realizou mudanças estratégicas
nos componentes do TPM e assim tivemos as seguintes definições:
»» Sempre salientar que o objetivo principal é ter perdas zero para pequenos
grupos.
comportamentais.
»» Manutenção do sistema produtivo »» Engenharia de confiabilidade.
Técnicas
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
do MP, integrado por 20 empresas que (Japan Management Association). »» 1971: Simpósio Internacional de
abraçaram o programa, dando origem Manutenção em Los Angeles.
»» 1963: Simpósio Internacional de
ao JIPM.
Manutenção em Londres. »» 1973: Simpósio de Manutenção e
»» 1954: visita de George Smith ao Japão reparo em Tokyo, além do Simpósio
»» 1964: início do prêmio PM de
para disseminação dos conceitos de MP. Internacional de Terotecnologia, em
excelência em manutenção.
Bruxelas.
»» 1968: Simpósio Internacional de
»» 1964: Simpósio Internacional de
manutenção em New York.
Manutenção da Iugoslávia.
»» 1969: criação do JIPE (Japan Institute
»» 1981: Fundação do JIPM (Japanese
of Plant Engineering).
Institute of Plant Maintenance).
Fonte: <http://brasilengenhariademanutencao.blogspot.com.br/2012/10/tpm-total-productive-maintenance-origem.html>.
Foi por intermédio de vindas ao país do Dr. Seiichi Nakajima em 1987 que adotada a
metodologia TPM, que falava que a melhor forma de se prevenir que equipamentos
viessem a quebrar, era dar ao operador condições para que pudesse sanar o problema,
consequentemente, a melhor forma de se prevenir a quebra de um equipamento era
dada pelo próprio operador da máquina, que a conhece muito bem.
Existem três grandes razões para explicar o porquê do TPM se difundir, partindo do
Japão e viajando por todo o mundo:
Empresas que implantam o TPM estão sempre em busca de resultados positivos, sendo
os mais importantes deles:
»» aumento da produtividade;
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INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE I
O TPM proporciona aos funcionários uma autonomia e lhes confere confiança, já que são
eles que resolvem problemas que estão ao seu alcance dos equipamentos que operam.
Conforme Takahashi e Osada (1993), o TPM trata-se de uma ferramenta utilizada para
gerenciamento, que tem início com a liberdade de criatividade dos trabalhadores, que
podem contribuir muito para a empresa, caso tenham essa permissão.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
De acordo com Tavares (1999), a TPM visa reestruturar os setores da indústria a partir
de aplicação de melhoramentos, tanto com operários quanto com equipamentos,
e também mudanças na estrutura organizacional a fim de melhor atenderem tal
reestruturação. Já quanto a equipamentos, está relacionada à promoção de seu melhor
aproveitamento, por intermédio da associação do acidente, defeito e quebra zero.
Abriremos um parêntese aqui para explicar de forma breve o que vem a ser o LCC, trata-
se de uma metodologia que avalia gastos de capital, reconhecendo as somatórias ao ativo
pelo período de aplicação ou vida útil. É muito comum aplicar essa técnica em cálculos
que permitam a tomada de decisão quanto à aquisição de ativos que se transformarão
em despesas com operações e manutenções durante sua vida útil. (YOSHITAKE, 1995)
A fim de se conseguir uma eficaz utilização dos equipamentos, a TPM trabalha com
eliminação de perdas. Costumeiramente, essas eram realizadas ao se analisar resultados
da utilização dos equipamentos, tendo como objetivo determinar os problemas e assim
achar suas causas.
A fim de conseguir uma maior eficiência do equipamento, a TPM busca retirar todas as
perdas que de alguma forma venham a prejudicá-la.
TPM=TPM1+TPM2+TPM3+TPM4
Onde temos:
Vamos entender um pouco sobre cada fator soma acima citado, para que possa ficar
bem claro como podemos utilizar de forma eficaz o TPM e aproveitar o máximo do que
ele pode oferecer.
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INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE I
Características do TPM
Conforme Marchese (2010), podemos definir três características mais importantes
da TPM:
Resumindo todos os conceitos, podemos definir que TPM tem como propósito:
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Tipos de manutenção
De acordo com Viana (2002), definimos os tipos de manutenção como sendo os
procedimentos os quais serão adotados para se realizar intervenções nos equipamentos.
Podemos classificar a manutenção em dois tipos distintos:
Corretiva
Esse tipo de manutenção tem por função principal restaurar ou corrigir, pode ocorrer
quando ocorrem duas situações distintas, sendo a primeira quando o equipamento não
consegue atingir o desempenho que lhe foi estipulado ou quando falhas no equipamento
acontecem. Com isso, podemos dividir a manutenção corretiva em planejada e
não planejada:
Preventiva
Nesse tipo de manutenção, temos a atenção voltada para evitar a falha do equipamento,
sendo ela o contrário da manutenção corretiva. A manutenção preventiva é feita nos
equipamentos que estão em perfeitas condições de funcionamento, com isso temos
duas situações que podem vir a ocorrer:
Portanto, a atenção para o tempo de parada do equipamento tem que ser bem definida
e seguida sempre de maneira eficaz. Geralmente, esse tempo de parada é definido por
funcionários que conhecem o equipamento e seguindo recomendações de fabricantes e
atenção às condições climáticas que podem vir a interferir muito no funcionamento de
um equipamento. (PEREIRA, 2009)
Mas temos que salientar que esse tipo de manutenção pode levar a falhas que antes não
existiam no equipamento, que são causadas por:
Preditiva
Este tipo de manutenção ocorre embasada nas condições dos equipamento, portanto
uma manutenção preventiva. Por meio dela podemos acompanhar o desempenho do
equipamento por intermédio de medições que ocorrem durante o seu funcionamento,
o que acarreta em uma maior disposição do equipamento, pois ele está submetido a
limites pré-estabelecidos pela manutenção. Portanto, podemos afirmar que esse tipo
de manutenção consegue nos dizer se ocorrerão falhas no equipamento e quando se
resolve parar o equipamento para realizar a manutenção, essa é uma manutenção
corretiva programada. (PEREIRA, 2009)
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Para que seja efetivado esse tipo de manutenção as seguintes condições devem estar
presentes:
Terotecnologia
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Capítulo 2
Objetivos da TPM
De acordo com Pereira (2009), o objetivo principal da TPM nada mais é do que
atingir melhorias contínuas tanto nos empregados quanto nos equipamentos a fim de
se conseguir uma maior eficácia na estrutura orgânica. Para se alcançar tal objetivo,
é preciso elaborar programas de desenvolvimento nas seguintes áreas de recursos
humanos:
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Educação e
teinamento
Melhorias Melhorias de
individuais projeto
TPM
Melhorias
Manutenção
administrativa
autônoma
s
Manutenção Manutenção
planejada de qualidade
Segurança
saúde e
meio
ambiente
Fonte: <http://manutencaodesistemasindustriais.blogspot.com.br/2015/01/folha-de-dados-sistema-bimetalico.html>.
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INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE I
Lembrando que esse aumento na capacidade produtiva não ocorre logo após a
implementação da TPM, mas após os empregados envolvidos no processo já estarem
bem familiarizados quanto à questão. Essa familiarização pode ser demorada, porém, a
partir da terceira etapa da manutenção autônoma – que veremos na unidade seguinte
– podemos obter resultados positivos da aplicação da TPM.
»» aumento da participação;
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
A partir de agora vamos aprender alguns cálculos essenciais para um bom funcionamento
do TPM.
Onde:
D = disponibilidade;
De = desempenho;
IQ = índice de qualidade.
݈ܽݐݐ݉݁ݐെ ܽ݀ܽݎܽ݁݀݉݁ݐ
ܦൌ
݈ܽݐݐ݉݁ݐ
Onde:
tempo de parada para descanso dos operários, tempo para realizar a manutenção
preventiva, tempo para refeições etc. Normalmente tempos que são fáceis de serem
medidos e fazem parte da programação da produção.
tempo de parada = tempo para trocas, quebras, falhas, substituir materiais, regular
equipamentos etc.
Sendo que o índice de velocidade operacional nada mais é do que a diferença entre a
velocidade teórica e a efetiva.
ܿ݅ݎ×݁ݐ݈ܿ݅ܿ݀݉݁ݐ
A݊݀݅ܿ݁݀݁ ݈ܽ݊݅ܿܽݎ݈݁݁݀ܽ݀݅ܿ݁ݒൌ
ݒ݅ݐ݂݈݁݁ܿ݅ܿ݀݉݁ݐ
O índice de qualidade também pode ser dito como índice de defeitos, pois é a relação
entre o número de peças aprovadas e o número total de peças produzidas.
ܽ݀݅ݖݑ݀ݎ݈ܽݐݐ݁݀ܽ݀݅ݐ݊ܽݑݍെ ݊ï݉݁ݏܽݏݑݐ݂݅݁݁݀ݎ
ܳܫൌ
ܽ݀݅ݖݑ݀ݎ݈ݐݐ݁݀ܽ݀݅ݐ݊ܽݑݍ
Auditoria de TPM
Conforme Ribeiro (2014), a auditoria da TPM tem por finalidade uma implementação de
modo eficaz e com isso atingir o objetivo de corrigir possíveis desvios em sua fase inicial.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Esse tipo de auditoria pode ser realizado por consultorias externas; secretaria ou
gestor do TPM; comitê de implantação ou profissionais da indústria ou corporação.
Geralmente, ela é realizada de maneira modular onde os pilares, a estruturação e até
os itens de avaliação podem ser realizados por pessoas distintas. Esse tipo de auditoria
geralmente é feita com maior frequência, a fim de liberar áreas ou equipamentos e
certificar etapas do processo com certa rapidez.
Objetivos da auditoria
Auditoria externa
Auditoria interna
Feita pela empresa, mas com funcionários independentes, ou seja, não estão ligados
diretamente ao projeto ou não são parte integrante da instalação auditada.
Autoavaliação
A equipe designada para esse fim tem o objetivo de verificar a evolução do padrão
da TPM, sempre com o objetivo de conseguir chegar às metas pré-estabelecidas, os
avaliadores podem ser o gestor ou equipe responsável pela TPM; funcionário que integra
ou comanda a equipe de implementação da TPM (gerente, chefe etc.) e convidados que
auxiliam o gestor ou gerente. (RIBEIRO, 2014)
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INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE I
A cada item definido temos um peso de acordo com a sua importância dentro da estrutura
de cada pilar que pode variar entre 0 a 3. Tais pesos também são aplicados à estrutura do
pilar, conforme sua importância dentro da empresa. Podemos verificar o significado de
cada peso na tabela 3, a seguir.
Lembrando que a empresa deve ponderar se a pontuação acima está dentro da realidade
a qual enfrenta e dentro do que espera atender. Sendo os itens e subitens abertos a
modificações ou eliminações, mas recomenda-se que uma pesquisa bem elaborada seja
realizada, a fim de se evitar mudanças nos dados quando são medidos os avanços do TPM.
27
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
A fim de realizar uma auditoria com sucesso, duas condições são essenciais, conforme
Ribeiro (2014):
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Capítulo 3
Perdas
As maiores perdas que podem acometer sobre um equipamento são, de acordo com
Pereira (2009):
29
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
3. Perdas por falhas logísticas: são perdas devido ao tempo que se gasta
com transporte, deslocamento e que são realizados por funcionários que
não são desta área.
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INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE I
A causa da perda pode ser uma só e, mesmo assim, ela pode ser atribuída a vários
fatores e para se conseguir resolvê-los temos que adotar medidas defensivas para todas
as possíveis causas, sejam elas simples, múltiplas ou compostas.
Existem três razões pelas quais temos que nos atentar a essas pequenas falhas, são elas:
»» Por fim, tentar sanar as falhas em seus estágios iniciais evitando que se
transformem futuramente em grandes problemas.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Quebra zero
Esse tipo de quebra acontece quando ocorre a parada total da máquina ou seus
componentes, que em sua maioria é causada pelos seus próprios operadores.
Portanto, essas falhas somente cessam quando conseguimos mudar os pensamentos
dos funcionários, melhorando suas atitudes e seu modo de pensar quando trabalham
com a máquina. O ponto de partida para se atingir quebra zero é o descarte do
conceito de que as quebras são inevitáveis e adotar o conceito de que os equipamentos
podem ser protegidos. Pois se ocorre a possibilidade de se prever que as falhas
vão acontecer, existe também a possibilidade de se evitar que elas aconteçam por
meio de métodos preventivos. Na grande maioria dos casos, as falhas acontecem e
não sabemos exatamente sua causa, esse fenômeno e dito como defeitos latentes.
(MARCHESE, 2010)
Defeitos latentes
Os defeitos físicos
»» Podem ser invisíveis por poeira, sujeira ou até por uma má distribuição
do equipamento no layout, que deixa o defeito fora do campo de
visão total.
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INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE I
Os defeitos psicológicos
Como princípios básicos da quebra zero, nós podemos colocar que obter e identificar
esses defeitos de maneira preventiva sempre será a melhor saída.
A fim de se evitar que falhas aconteçam, podemos listar cinco importantes medidas a
serem adotadas.
Com a implementação da TPM, conseguimos corrigir falhas tanto dos operários quanto
de equipamentos. Enfim, essa ferramenta permite que se combatam os inputs, que são
tidos como perdas, de maneira correta, segura e eficaz.
33
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
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OS OITO PILARES DA
MANUTENÇÃO PRODUTIVA Unidade iI
TOTAL (TPM)
Nesta segunda unidade vamos definir os oito pilares que constituem a manutenção
produtiva total, bem como explorá-los a fundo, a fim de conseguirmos expor claramente
seus conceitos principais e objetivos. Com isso, daremos sequência a uma implementação
de sucesso, e para esclarecer e tornar viável essa implementação, estudaremos algumas
ferramentas que podem nos auxiliar nesse processo.
Capítulo 1
Conceitos e objetivos dos oito pilares
da TPM
TPM
Segurança, Higiene e Meio Ambiente.
Manutenção da Qualidade.
Educação e Treinamento.
Manutenção Autônoma.
Manutenção Planejada.
TPM na Administração.
Melhoria Específica.
Controle Inicial.
INVESTIMENTO
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UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Para se obter uma identificação e solução que abranja o máximo de pontos, é importante
utilizar uma equipe multidisciplinar, que em muitas vezes é composta por pessoas dos
departamentos de produção, manutenção e engenharia.
Porém, deve-se ter em mente que essas melhorias estão agregando valor real, ou seja,
que de fato estão solucionando problemas e falhas reais.
36
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
Tendo isso em mente, é importante demonstrar ao operador que se ele cuidar bem do
equipamento, bons resultados serão obtidos e esse fator se reflete em toda a organização,
evidenciando o operador da máquina como sendo essencial para a organização obter
bons resultado produtivo.
Observe que na maioria das máquinas o tempo que o operador realmente a opera é
relativamente muito pequeno em comparação com o tempo em que a máquina leva
para produzir a peça, deixando o operador ocioso durante o tempo em que a máquina
está em operação, produzindo a peça sem a intervenção do operador.
Para que isso seja possível, é essencial a capacitação do operador nos conhecimentos
necessários para realizar esses pequenos reparos na máquina e também que o operador
seja envolvido nos procedimentos da manutenção e nos planejamentos de melhorias.
Tornando possível que o próprio operador realize pequenas manutenções na máquina,
não sendo necessárias longas paradas de máquinas, onde somente o departamento de
manutenção atua na correção dos problemas. Segundo Suzuki (1994, p. 393), o segundo
pilar é definido como:
Para se planejar algo, primeiro deve-se ter um objetivo ou meta. Nesse caso, para a
redução das falhas e quebras, é necessário estudar tudo que possa influenciar positiva
e negativamente na obtenção desse objetivo. E para se estudar se fazem necessários
dados e informações.
E todos os dados devem sempre ser arquivados, para que se possa comparar o antes com
o depois, e sendo um ciclo, o resultado do primeiro planejamento poderá ser a entrada
para o segundo planejamento. Suzuki (1994, p. 394), define o terceiro pilar como:
38
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
Cada pilar da TPM é uma área de conhecimento que deve ser trabalhada e treinada,
individualmente ou em grupo, por todos os colaboradores da organização.
Quanto mais elevar o nível de conhecimento dos colaboradores sobre o programa TPM
mais a organização será beneficiada, e mais rápidos os resultados serão obtidos.
Vamos exemplificar de uma forma fácil de entender. Pense que na organização que está
sendo implementado o programa de TPM existam dois profissionais um de 20 anos de
dedicação à empresa e outro que iniciou recentemente. O profissional de 20 anos terá
mais dificuldade em aderir ao programa da TPM por já estar fundamentado em conceitos
anteriores, enquanto o jovem profissional está aberto a todo conhecimento novo.
39
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Seu conceito está em realizar uma análise cuidadosa dos equipamentos antes que eles
sejam instalados, ou uma análise detalhada antes de iniciar a produção seriada de um
novo produto. Conforme Suzuki (1994, p. 397), o quinto pilar é definido como:
40
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
SUSTENTABILIDADE
ENTENDIMENTO
E
APRENDIZAGEM
TEMPO
Fonte: <http://www.advanced-eng.com.br/images/comportamento.jpg>.
A análise dos meios precisa ser o mais aprofundada possível, de forma a possibilitar a
descoberta até de problemas que nunca ocorreram, mas que podem vir a acontecer se
algum parâmetro se desviar do estabelecido.
Esses problemas que nunca ocorreram, mas que podem vir a ocorrer e criar planos
para que essa ocorrência não tenha meios de ocorrer é realizar o planejamento de
forma proativa.
41
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Com esse conceito, se assegurará que os meios não terão desvios, tornando o sistema
produtivo mais confiável. De acordo com Suzuki (1994, p. 401), o sexto pilar é definido
como:
42
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
Esse pilar traz à tona as 2 primeiras camadas da teoria das necessidades proposta
por Abraham Maslow, onde o topo da pirâmide só é possível de ser alcançado se os
anteriores estiverem sendo satisfeitos. Na figura 8 podemos ver a pirâmide da teoria.
Fonte: <http://psychclassics.yorku.ca/Maslow/motivation.htm>.
Dessa forma, esse pilar deve ser tratado como fundamental, pois o empenho de toda a
organização no programa da manutenção produtiva total só terá sucesso se as pessoas
envolvidas estiverem no topo das necessidades, pois é nesse ponto que elas estarão
43
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
44
Capítulo 2
Ferramentas de suporte à TPM
Neste capítulo iremos apresentar algumas ferramentas que dão suporte para que a
implantação do programa TPM possa ser possível em qualquer organização.
5S
A ferramenta 5S não possui uma origem ou um autor específico. O pouco que se sabe
sobre sua origem, é que sua utilização iniciou-se no Japão, identificado pelo idioma que
até hoje fixa as palavras de suporte da ferramenta, que são elas: Seiri, Seiton, Seiso,
Seiketsu e Shitsuke.
A tradução de cada uma dessas palavras nos remete ao trabalho ou senso a ser desenvolvido,
são elas, respectivamente: utilização, ordem, limpar, padronizar, disciplina. A figura 9
ilustra o ciclo do 5S.
Seiri
Utilização
Shitsuke Seiton
Disciplina Ordem
Seiketsu Seiso
Padronizar Limpar
Fonte: <http://cursosgratis.blog.br/wp-content/uploads/2015/05/Programa-5S.jpg>.
Para entender melhor o conceito dentro de cada S, ou seja, em cada palavra, falaremos
um pouco individualmente de cada uma.
45
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Seiri (Utilização)
O primeiro ‘S’, Seiri, representa o senso de utilidade dos recursos à disposição. Muitas
vezes acreditamos que é necessário ter tudo perto para ser de fácil utilização, porém,
não é bem assim. Precisamos entender o que vai ser útil para nós, e manter por perto
esses recursos.
Os tipos de recursos que podemos avaliar nesse ‘S’ são, matérias-primas, ferramentas,
peças em geral, documentos, indo até máquinas e equipamentos.
Imagine, que você precise fabricar uma peça, e que para ser fabricada a peça precise
utilizar uma prensa de várias toneladas e posteriormente um equipamento muito
sensível para realizar as medições. Se você manter esses dois equipamentos lado
a lado, nenhum deles irá trabalhar adequadamente para tentar evitar interferência
um ao outro, além do risco de danificar o equipamento mais sensível. É um exemplo
exagerado, mas é aí que se inicia o senso de utilização.
Nesse momento, é importante definir o que é se usa com muita frequência, com média
e com pouca frequência.
Fonte: <http://www.programa5s.com.br/images/geral/5S/sensos/utilizacao/util-inutil.png>.
Seiton (Ordem)
A implantação do próximo ‘S’, Seiton, inicia-se ainda antes do término do primeiro ‘S’.
Pois o Seiton, busca pela sensibilização da organização das coisas. A organização se inicia
46
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
após a identificação de frequência de uso, feita no primeiro ‘S’. Após esse passo, deve-se
definir locais para armazenar esses itens de modo que os de uso mais frequente estejam
mais próximos do usuário e os de uso de menor frequência podem ficar armazenados
mais longe do usuário. Atualmente, até conhecemos o conceito de arquivo-morto, que
são documentos e itens que estão fora de uso há muito tempo, porém, não podem
ser descartados, então, eles são mantidos em uma sala normalmente exclusiva para
esse fim.
Ainda no senso da organização, após a definição dos locais para cada coisa, elas devem
realmente passar a ocupar esses locais. Tudo o que estiver fora de seu devido lugar,
pode se tornar inútil e até mesmo perigoso.
Caixa
Caixa
Seiso (Limpar)
Observe como cada passo faz com que o próximo passo seja realizado de forma mais
fácil e simples.
O senso de limpeza, que é o terceiro ‘S’, Seiso, não seria fácil de ser realizado se não
soubéssemos o que é útil e o que é inútil e se todas as coisas estivessem bagunçadas e
não tivessem local definido de armazenamento.
O senso de limpeza está tão presente em nossas vidas, que dentro de nossas próprias
casas, escritórios e até mesmo dos carros, procuramos mantê-los limpo, pois nos
sentimos melhor num ambiente limpo do que em um ambiente todo cheio de sujeiras.
Esse senso está muito ligado ao nosso senso de segurança. Todos temos o sentido de
que um local bagunçado e sujo é sinal de perigo eminente.
Além do que, um local limpo nos trará o desejo de mantê-lo limpo, pois nos sentimos
bem e queremos que os outros se sintam bem também.
47
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Observe que em locais sujos e bagunçados as pessoas acabam passando por cima de
seus sentimentos de limpeza e acabam sujando e bagunçando ainda mais. Porém, em
locais limpos, procuram deixar tão limpo quanto quando o encontraram.
Meu ambiente
de trabalho
Sujeira
Seiketsu (Padronização)
O quarto ‘S’, Seiketsu, analisa tudo o que foi realizado e criado durante a execução dos
Seiri, Seiton e Seiso. Pois esses passos, dentro de uma organização, podem ter sido
realizados de forma diferente em diferentes departamentos. E nesse ponto se torna
importante que toda a organização esteja organizada de uma única forma. Para que
um operador, ao precisar mudar de máquina para trabalhar, não se depare com um
ambiente organizado de uma forma que ele desconheça. Para ele, isso seria o mesmo
que um ambiente desorganizado.
Ainda nesse passo, a organização deve estabelecer regras e conceitos para que
nenhum membro seja mais favorecido que outro, as mesmas rotinas e exigências
em um departamento também devem ser exigidas dos demais departamentos, pois
estamos buscando a harmonia organizacional. Na figura 13 há um exemplo do conceito
de padronização.
48
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
Utilizar
somente o
Análise melhor
dos
modelos
Vários
modelos
Fonte: próprio autor.
Shitsuke (Disciplina)
Por fim podemos dizer que o Shitsuke, o quinto ‘S’, é autossensibilização dos membros
de uma organização, todos passam a trabalhar em acordo com o bem comum que
buscam no 5S.
Quando conscientizados, os padrões éticos e morais das pessoas também será alterado
para o conceito dos 5S. E se ainda não o tiverem feito, começaram a levar esse conceito
para a vida, para dentro de suas casas e seus familiares.
É tão interessante quando um indivíduo chega nesse ponto, que se ele observar outro
indivíduo realizando de forma que esteja fora desses padrões, ele tomará consciência de que
precisa passar ao outro indivíduo esses bons conceitos que são os 5S. Na figura 14 podemos
verificar exemplos da aplicação do 5s, onde todos trabalham para um mesmo propósito.
Comercial
Produção Vendas
Organização
Engenharia RH
5S
49
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Os novos S (8S)
Nos dias atuais já existe uma variação dos 5S para 8S. Vejamos na sequência uma breve
explicação dos demais ‘S’.
ShikariYaro
Shido
Setsuyaku
PDCA
O PDCA é uma ferramenta de auxílio para acompanhamento de projetos e se for
do desejo da pessoa que a utiliza, essa ferramenta após iniciada, só é encerrada
quando os objetivos iniciais forem alcançados. Os ciclos PDCA são muito utilizados
para projetos de melhorias contínuas, quando ao término de um processo outro
ciclo se inicia, utilizando os resultados obtidos no primeiro ciclo como entrada no
próximo ciclo.
Não podemos esquecer-nos de referenciar que o conceito do PDCA foi idealizado por
Walter A. Shewhart, mas foi Willian E. Deming quem popularizou essa ferramenta
inicialmente nas indústrias japonesas. Na figura 15 podemos ver um exemplo da aplicação
do PDCA.
50
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
ACT PLAN
AGIR PLANEJAR
CHECK DO
AVALIAR FAZER
Plan (Planejar)
O primeiro passo do ciclo PDCA é o planejamento, porém, para se planejar, é preciso definir
o que se deseja, ou seja, é necessário se ter um objetivo mensurável para então iniciar o
planejamento ou, em caso de uma ação corretiva, identificar o que se deseja corrigir.
Do (Fazer)
Check (Avaliar)
No terceiro passo do PDCA, iremos avaliar primeiramente se o que foi executado estava
de acordo com o planejamento, por esse motivo é importante evitar desvios durante a
51
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
execução, caso tenha havido desvios, avalia-se os fatores causadores dos desvios e se
esses desvios geraram ou não reflexos negativos.
Na sequência da avaliação dos desvios, ou caso não tenha havido desvios, segue-se para
a avaliação, se a execução, ao todo, avaliar se os objetivos foram atingidos em completo
ou se alguns detalhes dos objetivos não puderam ser alcançados. Nessa avaliação é
importante identificar todos os fatores que causaram o não atendimento dos objetivos
e também identificar todos os fatores que foram bem executados.
Act (Agir)
No último passo do PDCA, o Agir, estudamos os desvios encontrados durante as
avaliações. Existem dois tipos de desvios: os desvios negativos, que atrapalharam
atingir os objetivos e os desvios positivos, que facilitam atingir os objetivos.
Em ambos os casos são abertos estudos dedicados, no caso dos desvios negativos,
procuramos por alternativas para que esses desvios não voltem a acontecer, em alguns
casos, até se alteram os meios de como executar.
Já nos desvios positivos, trabalha-se para que eles continuem a ocorrem novamente
durante as execuções, por não serem mais tratados como desvios, pois já os conhecemos,
durante o planejamento já iremos considerar esses fatores.
Nas aplicações de melhoria contínua, ou quando os objetivos não foram atendidos por
completo no primeiro ciclo, esse passo se torna entrada para um novo planejamento
(um novo PDCA), porém já com conhecimento do que deu certo e o que deu errado para
que o próximo planejamento seja mais preciso que o primeiro e consequentemente a
execução seja feita de forma mais eficiente e na sequência os resultados sejam melhores
que os do primeiro ciclo.
DMAIC
Posterior ao PDCA, algumas variações baseadas nessa ferramenta foram desenvolvidas,
dentre elas a DMAIC, sigla das palavras inglesas, Define, Measure, Analyse, Improve
and Control (Defina, Meça, Analise, Melhore, Controle). Como é uma variação da
ferramenta PDCA, não entraremos no mérito de falar de cada passo especificamente.
Os passos não fogem do conceito do PDCA, pois Definir, Medir e Analisar trata da
situação atual, que é realizado no Planejar do PDCA, a Melhoria está ligada ao Fazer, o
Controle ligado ao Avaliar e Agir.
Análise de Pareto
Você alguma vez já deve ter ouvido algo sobre a Análise de Pareto, ou relação 80/20,
ou Curva ABC, caso tenha escutado apenas um desses termos ou não conheça nenhum,
saiba que todas essas denominações são utilizadas para a mesma ferramenta.
Vilfredo Pareto, ou apenas Pareto, foi um economista italiano, que ficou muito conhecimento
por ter observado em um determinado evento, 80% dos efeitos eram gerados por apenas
20% das causas.
O objetivo dessa ferramenta é evitar que pessoas dediquem muito tempo com ações
sobre problemas que não trará resultados significativos para a organização, pois o
esforço está sendo direcionado para as causas menos frequentes de problemas, e isso
torna o trabalho de solução dos problemas demorado e com altos custos.
Por esse motivo, a análise de Pareto é realizada para auxiliar na tomada de decisões
sobre quais causas serão abordadas primeiro e, posteriormente, qual será a melhor
forma para trabalhar as soluções.
»» Primeiro: identificar o que será analisado. Se for uma máquina que está
gerando muitas peças com falhas. Se forem várias reclamações que o pós-
venda está recebendo sobre um determinado produto.
Bem simples esse primeiro passo, certo? Então vamos para o próximo.
53
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
30
25
20
15
10
0
Curto-Circuito Queima motor Quebra estrutura Botão
30 100% 100%
97%
92% 90%
25
80%
70%
20 66%
60%
15 50%
40%
10
30%
20%
5
10%
0 0%
Curto-Circuito Queima motor Quebra estrutura Botão
54
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
A partir desse ponto, podemos começar a planejar uma frente de ação para resolver
as falhas no sistema elétrico, pois solucionando os problemas elétricos, conseguirá
resolver 92% das falhas nos produtos. Obtendo um resultado mais rápido.
Essa mesma análise pode ser utilizada para levantamento, por exemplo, dos
principais produtos produzidos por uma empresa, para que programas de melhorias
sejam empregados primeiramente nesses produtos, com o objetivo de se ter retornos
mais rápidos.
Ishikawa
Uma ferramenta muito utilizada para descobrir e analisar os meios causadores de um
determinado fator, muitas vezes utilizado para falhas e defeitos é o famoso diagrama de
Ishikawa, também conhecido como diagrama de causa e efeito, ou diagrama espinha de
peixe. Atualmente, o diagrama de Ishikawa é considerado como uma das 7 principais
ferramentas da qualidade.
Isso acontece exatamente por não terem sido avaliados outros meios que possam ter
influenciado para levar àquela determinada falha, em alguns casos, vários fatores
55
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
juntos que irão causar um problema e não somente um, isoladamente. O que nos leva à
avaliação de causas para resultados de dispersões dentro de um determinado processo.
Essa análise visa avaliar seis vertentes distintas que afetam o fato ocorrido, que são:
método, medida, máquina, meio ambiente, material e mão de obra. Na figura 18 há
exemplos de diagrama de Ishikawa
Problema
Causa Causa
Causa
Mão de Meio
Material
obra Ambiente
Fonte: <http://s3-us-west-1.amazonaws.com/blog.luz.vc/wp-content/uploads/2015/12/planilha-de-diagrama-de-ishikawa-em-
excel-imagem-espinha-de-peixe.jpg>.
56
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
Ao pôr em prática o uso da ferramenta, tenha em mente que alguns ‘M’ não serão
necessários, mas antes de tomar essa decisão, faça uma avaliação com todos os ‘M’.
Pondo em prática
Elabore uma descrição o mais detalhada possível sobre o problema, de modo que seja
possível mensurá-lo de alguma forma.
Monte sua “espinha de peixe” e deixe os campos “causa” em branco para posterior
preenchimento.
Analise cada ‘M’ separadamente, lembrando sempre de explicar o que cada um deles
significa. Levante possíveis causas, evite trabalhar procurando apenas uma causa, tenha
em mente que o problema foi causado por várias causas.
Ao ser identificada não somente a principal, mas as principais causas, elabore um plano
de ação para corrigi-las.
FMEA
A última ferramenta que iremos abordar nesse capítulo é a FMEA – sigla para “Failure
Mode and Effect Analysis” – que significa análise dos modos de falha e seus efeitos.
57
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
seus efeitos posteriores e quais as suas principais causas. Esse levantamento faz com
que, conhecendo os riscos, a confiabilidade seja maior nos processos ou nos projetos.
Apesar de termos dito que o FMEA melhora a confiabilidade no Projeto e Processo, ele
também é utilizado para outros fins como Sistema, Serviços e Máquinas, explicando um
pouco de cada um.
Código : [Código da peça/produto em análise] Data Original: [data] D.Rev. [data de revisão]
58
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
Responsável e Prazos
Ação Recomendada
Classificação
Ações Tomadas
Severidade
Ocorrência
Requisitos
Detecção
Função
Severidade
Ocorrência
Detecção
NPR
NPR
Fonte: Manual FMEA, 2012.
Função
»» Rosquear porca;
Requisitos
»» Código fonte com trinta linhas de codificação tolerando mais dez linhas e
menos uma linha.
59
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
»» Impossibilita montagem.
60
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
Severidade
A severidade é um índice pré-definido para ajudar na especificação do grau de severidade,
pode ser elaborado pela própria organização como também pode seguir algum critério
previamente estabelecido.
Ao se estabelecer os critérios, esses devem ter conceitos claros e objetivos para fácil
entendimento dos profissionais que irão utilizá-los.
Severidade
10 Falha em atender exigências de segurança sem aviso prévio.
09 Falha em atender exigências de segurança com aviso prévio.
08 Perda função Primária, Inoperante, 100% produção pode ser destruída.
07 Perda função Primária, redução de desempenho, parte da produção pode ser destruída.
06 Perda função secundária, perda de conforto, 100% produção retrabalhada fora da linha.
05 Perda função secundária, conforto reduzido, parte da produção retrabalhada fora da linha.
04 Incômodo perceptível por vários usuários, 100% retrabalhada por estação antes de processar.
03 Incômodo perceptível por alguns usuários, parte da produção retrabalhada por estação antes de processar.
02 Incômodo perceptível por poucos usuários, pequeno inconveniente com o processo.
01 Sem defeito.
Classificação
A classificação tem como função ajudar a identificar fatores com severidade potencial.
Podendo a organização definir uma denominação para elas ou seguir as práticas mais
comuns pelas organizações que definem características críticas e significativas, sendo
alinhadas diretamente com o número da severidade.
Uma característica crítica remete a uma severidade entre nove e dez, já uma característica
significativa remete a uma severidade entre sete e oito.
A identificação das causas deve estar limitada às falhas para o que se está sendo analisado.
É comum que existam várias causas para um mesmo modo de falha potencial e todas
devem ser listadas.
61
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Alerte-se que uma causa deve estar alinhada ao modo de falha e não a seu efeito.
Ocorrência
Ao se estabelecer os critérios, esses devem ter conceitos claros e objetivos para o fácil
entendimento dos profissionais que iram utilizá-los.
Ocorrência
10 Muito Alta 1 em 10
09 Alta 1 em 20
08 Alta 1 em 50
07 Alta 1 em 100
06 Moderada 1 em 500
05 Moderada 1 em 2.000
04 Moderada 1 em 10.000
03 Baixa 1 em 100.000
02 Baixa 1 em 1.000.000
01 Muito Baixa Controle preventivo
Esse índice deve ser trabalhado junto com o levantamento de dados de ocorrências de
falhas, se um problema tem alta ocorrência, como uma falha em cinquenta, seu índice
nesse caso será oito.
Porém, no caso de se realizar um estudo em algo que nunca foi realizado antes, deve-se
utilizar a probabilidade para definir o grau de ocorrência e, conforme o desenvolvimento,
avançar e realimentar com a informação correta.
No caso de se optar pelo uso da ocorrência um, muito baixa, uma justificativa para o
controle preventivo deve ser apresentada.
Os controles preventivos atuais são os controles que estão atualmente sendo utilizados
para prevenir a ocorrência.
62
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
Como exemplos temos, sistemas a prova de falha como sistemas poka-yoke, utilização de
ferramentas com índices de eficiência elevados, especificação de trabalhos, informações
históricas, entre outras.
Detecção
Ao se estabelecer os critérios, esses devem ter conceitos claros e objetivos para fácil
entendimento dos profissionais que iram utilizá-los.
Detecção
10 Quase impossível Não existe controle de processo corrente.
06 Baixa Detecção após processamento pelo operador com uso de dispositivo de atributos.
Esse índice deve ser trabalhado junto com o sistema de detecção de falhas disponíveis
na organização, se um problema tem moderada detecção na estação pelo operador com
uso de dispositivo de automático, seu índice nesse caso será cinco.
63
UNIDADE II │ OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
No caso de se realizar um estudo em algo que nunca foi realizado antes deve-se alinhar
ao método de detecção esperado que seja utilizado para definir o grau de detecção e,
conforme o desenvolvimento avançar, realimentar com a informação correta.
No caso de se optar pelo uso da ocorrência muito baixa, uma justificativa para o controle
preventivo deve ser apresentada.
Ações recomendadas
Responsável e prazo
Sempre deverá existir uma pessoa pré-estabelecida para executar as ações recomendadas
e ser responsável pelo cumprimento do prazo estabelecido.
Nesse caso, nomear uma pessoa específica é mais eficaz do que nomear uma posição/cargo
e lembre-se que somente pessoas da equipe de elaboração poderão ser designadas para
assumir uma responsabilidade de ação recomendada.
64
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) │ UNIDADE II
Nesse ponto, se descreve cada ação tomada como seus objetivos e seus resultados, é
importante que se tenha os resultados até as datas-alvo definidas no ponto anterior.
Não tendo atingido o objetivo e se a nova análise entre severidade, ocorrência, detecção
e NPR ainda solicitar ação corretiva, outra ação corretiva deve ser iniciada.
65
IMPLANTAÇÃO DA TPM Unidade iII
Capítulo 1
Os doze passos para a implantação
da TPM
De acordo com Suzuki (1994), para uma implantação da TPM de forma bem-sucedida,
quatro fases devem ser seguidas: preparação, introdução, implantação e consolidação,
que podem decompor-se em doze passos. Na tabela 8 podemos ver um resumo das
fases e os passos a serem seguidos para implementar de forma eficaz tal sistema.
Fase Etapa
01 – Anúncio Oficial.
02 – Educação sobre TPM.
Preparação 03 – Estrutura de implementação.
04 – Plano Mestre da TPM.
05 – Elaboração do Plano Mestre.
Introdução 06 – Iniciação da TPM.
66
IMPLANTAÇÃO DA TPM │ UNIDADE III
Essa fase busca informar todas as partes sobre o desejo e o anseio na implementação,
informando que todo o suporte necessário para implantação será fornecido, pois a
organização compreende que durante a implementação de qualquer ferramenta, podem
existir desvios e esses devem ser tratados e solucionados para se seguir em frente e
fazer com que todos entendam qual é a real necessidade dessa implantação.
Isso tem que refletir que essa implantação está sendo incentivada e não sendo imposta.
Pois, em caso contrário, poderá surgir resistências das partes o que não é bom.
Dessa forma o anúncio oficial deve abordar porque a organização decidiu por essa
implantação, o que os colaboradores e a organização ganham com a implementação
dessa ferramenta, informar quais serão os próximos passos da implementação e,
principalmente, deixar claro que a organização deseja ir até o fim da implementação.
Na figura 19 podemos ver a estrutura hierárquica para implementar a TPM.
67
UNIDADE III │ IMPLANTAÇÃO DA TPM
Essa etapa deve ser executada em um curto espaço de tempo após o anúncio, para
manter o assunto em evidência.
Isso, em primeiro lugar, irá mostrar a todos que a organização tem real interesse na
implementação, em segundo, fará com que os colaboradores tomem mais interesse pelo
assunto e possivelmente acabem por buscar por eles mais informações sobre a TPM.
Nesse momento, o interesse da organização na TPM deve ser visual, então, faixas e cartazes
e demais formas visuais que anunciam essa nova fase da organização serão bem-vindos.
68
IMPLANTAÇÃO DA TPM │ UNIDADE III
Dois grupos são o ideal para realizar a implementação, o primeiro grupo é responsável
por desenvolver os planos, coordenar as execuções, buscar novas atividades e
treinamentos, ou seja é a parte administrativa da implementação.
Ambos os grupos devem contar com pessoal de todas as áreas da organização (do chão
de fábrica até a gerência) e deve-se trabalhar com modo de comunicação de cima para
baixo e também de baixo para cima, também conhecidos, respectivamente, por: Top
to Down e Bottom to Up. Esse modo define uma comunicação de duas vias, ou seja, as
decisões são tomadas pela alta administração e transmitidas à gerência e posteriormente
ao operacional. O operacional deve implementar e em seguida coletar os resultados,
comunicando-os de volta para a gerência e posteriormente para a alta administração.
As pessoas, para constituírem esses grupos, podem ser indicadas diretamente pela
alta administração como também podem ser pessoas que voluntariamente tenham
interesse em ajudar. Nesse segundo método (voluntariado) é onde já se pode começar a
mensurar a adesão do programa de TPM pela organização. Caso ainda não se identifique
um interesse real da organização ao todo, é necessário continuar trabalhando ainda na
etapa 2. Na figura 20 podemos ver a estrutura para a implementação do TPM.
ESTRUTURAÇÃO
Figura 20. Estruturação.
Diretoria
Comitê Gestor
(Estratégico)
Nível Gerencial
Treinamento
Sub Comitês &
(Tático) Consultoria
Nível Supervisional
Times
(Operacional)
Nível Operacional
Fonte: <http://www.advanced-eng.com.br/images/tictpm.jpg>.
69
UNIDADE III │ IMPLANTAÇÃO DA TPM
Os objetivos devem ser estabelecidos para médio e longo prazo de modo que seja possível
a implementação total do programa de TPM atendendo toda a linha de base pré-definida.
Aproveite essa etapa e pense a respeito da frase de William Edwards Deming, “Não se
gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se
entende, e não há sucesso no que não se gerencia.”.
Podemos extrair dessa frase que para termos sucesso nas próximas etapas, precisamos, em
primeiro lugar, conhecer onde a organização se encontra, entender porque a organização
está nessa situação, definir para onde se deseja chegar e definir objetivos mensuráveis.
Lembre-se que as metas devem ser desafiadoras, porém, também precisam ser alcançáveis.
Após definidos os objetivos, metas, diretrizes e demais, esses devem ser anunciados
pelos diversos meios de comunicação para toda a organização, mais uma vez buscando
o engajamento de todos na organização. Na figura 21 podemos ver o planejamento de
objetivos e metas para implantar TPM em uma empresa.
Fonte: <http://www.advanced-eng.com.br/images/pic32.jpg>.
70
IMPLANTAÇÃO DA TPM │ UNIDADE III
O que (What)?
Objetivo, meta
Fonte: <http://s3-us-west-1.amazonaws.com/blog.luz.vc/wp-content/uploads/2015/03/111.jpg>.
Todas as atividades, de todos os planos, irão gerar custos, ter um ou mais responsável,
e gastará tempo em dedicação. Para que não haja custos extras nem atrasos, todas as
71
UNIDADE III │ IMPLANTAÇÃO DA TPM
atividades devem ser bem planejadas e monitoradas constantemente, para isso, pontos
pré-determinados devem ser estabelecidos, para o monitoramento constante e não
apenas ao final de cada atividade.
Essa reunião tem como objetivo apresentar o plano mestre às partes da organização
que não estavam envolvidas no planejamento do programa de TPM.
É recomendado que a alta direção realize também uma reunião com os clientes e
fornecedores para a apresentação do plano de implementação da TPM, colocando todas
as partes interessadas motivadas e demonstrando o real interesse em melhorias que a
organização está em busca. Isto irá refletir também nos colaboradores, que vendo essa
disposição da alta direção, se sentiram mais dispostos, com o moral elevado, pois eles
são necessários para a boa execução da implantação da TPM.
Porém, também existem os oitos pilares identificados nas boas práticas de implantação
do programa da TPM, mas nessa fase serão implantados apenas quatros deles: Pilar da
Melhoria Específica, Pilar da Manutenção Autônoma, Pilar da Manutenção Planejada e
Pilar da Educação e Treinamento.
72
IMPLANTAÇÃO DA TPM │ UNIDADE III
Outro ponto que deve ser lembrado é que devem ser identificados todos os tipos de
problemas, trabalhado as melhorias em todos eles. Aqui também se recomenda a
utilização da análise de Pareto, de modo a se iniciar o trabalho nos principais problemas
e sequenciando até os mais simples.
73
UNIDADE III │ IMPLANTAÇÃO DA TPM
Nesse momento, todos os grandes problemas deverão ser sanados para que se possa
seguir para o próximo passo.
Esse pilar é o principal para a posterior implementação de todo programa de TPM. Para
ser implantado, existem alguns passos específicos para ele, que são: limpeza, inspeção,
eliminação de fontes de sujeiras, estabelecer padrões, gestão autônoma, como podemos
ver na figura 23.
5-Gestão
1-Limpeza
Autônoma
4-Estabelecer
2-Inspeção
Padrões
3-Eliminar
Fontes de
Sujeiras
Fonte: próprio autor.
A inspeção após a limpeza é visualmente mais fácil para identificar pequenos problemas
que antes não eram percebidos, durante esse passo, são identificados todos os pequenos
74
IMPLANTAÇÃO DA TPM │ UNIDADE III
problemas, e inicia-se o trabalho autônomo do operador, pois nesse ponto ele pode
decidir o que é possível dele resolver e o que exige a necessidade de um conhecimento
mais técnico para a resolução.
A gestão autônoma é iniciada com a utilização dos cinco sentidos do operador (visão,
olfato, tato, adição e paladar, esse último como o senso de necessidade de relatar a
falha), que poderá identificar se o equipamento apresenta alterações fora dos padrões
pré-estabelecidos, um ruído diferente, uma nova fonte de sujeira etc.
Fonte: <http://www.advanced-eng.com.br/images/pic15.jpg>.
6-Avaliar o 1-Situação
sistema atual
5-Elaborar 2-Solucionar
análise problemas
preditiva recorrentes
4-Elaborar 3-Elaborar
manutenção histórico de
periódica ocorrências
Fonte: próprio autor.
Fonte: <http://www.advanced-eng.com.br/images/pic11.jpg>.
Como nos demais pilares, é importante manter uma constante avaliação se o pilar
está sendo mantido de forma adequada e gerando os resultados esperados. Algumas
77
UNIDADE III │ IMPLANTAÇÃO DA TPM
Fonte: <http://www.advanced-eng.com.br/images/pic9.jpg>.
Aqui você fará uma análise de risco focada em o que pode acontecer, qual o impacto
disso, porém, trabalhando de forma completamente preventiva. Sem deixar que a quebra
nunca ocorra. Deve-se elaborar um padrão de bom funcionamento do equipamento e
trabalhar fortemente na análise preditiva, identificando possíveis ocorrências futuras e
trabalhando de forma antecipada a solucionar.
78
IMPLANTAÇÃO DA TPM │ UNIDADE III
Figura 28. Possíveis meios causadores de problemas que são supervisionados pela manutenção da qualidade.
Matéria-Prima Ferramentas
Manutenção
da
Qualidade
Matérias-primas
Máquinas
A máquina precisa estar em boas condições de operação, pois uma máquina com folgas
pode ser ajustada no início da produção e em pouco tempo desviar as dimensões das
peças produzidas.
79
UNIDADE III │ IMPLANTAÇÃO DA TPM
Mão de obra
Se o operador não for bem treinado e continuamente treinado, poderão surgir informações
na execução da peça que podem o deixar confuso, ajustando a máquina de forma equivocada.
Ferramentas
Esses departamentos são os que criam informações que dão apoio, suporte, respondem
as necessidades para dar continuidade do programa de TPM.
Com isso, essas áreas devem estar tão alinhadas ao programa de TPM quanto o setor
fabril, pois para ensinar você precisa saber e praticar. E como implantar o programa de
TPM em departamentos administrativos?
80
IMPLANTAÇÃO DA TPM │ UNIDADE III
bem conscientizado cria o senso crítico do que pode lhe gerar perigo. Reduzindo assim
a quantidade de acidentes.
Mas precisamos lembrar que isso tudo só acontecerá se houver interesse e incentivo da
alta administração da organização.
Essa etapa é dividida em dois processos, o primeiro é avaliar tudo o que foi criado, ele
está em conformidade com seu plano inicial? Houve mudanças durante a execução da
implantação? Seguiu tudo como planejado, ótimo, mas muito provavelmente a implantação
não seguiu exatamente o plano inicial e também houve muitas mudanças sobre o plano
inicial para o que foi realmente realizado e isto não é necessariamente errado de acontecer.
É por isso que essa etapa existe. Agora é hora de avaliar tudo que foi realizado e entender
o que causou as variações com os planos iniciais. Pode haver diversos fatores que
podem ter desviado a execução, uma falta de verba num determinado momento que
impossibilitou a compra de um equipamento específico, ou uma urgência de produção
que precisou ser remarcada na parada inicial de uma máquina.
Mas pense, se esses imprevistos aconteceram e mesmo assim foi possível replanejar e
continuar com a implantação, você já praticou essa etapa anteriormente e vai entender
à frente.
Após levantar e analisar as divergências, agora vamos iniciar o segundo processo dessa
etapa que é replanejar o sistema, aperfeiçoar os pontos bons executados e corrigir e
melhorar os pontos que falharam durante a execução.
É hora de iniciar o ciclo todo novamente, realizar uma nova análise atual do programa,
desenvolver um novo plano mestre de execução, planejar novos treinamentos e melhorar
continuamente seu programa de TPM.
82
IMPLANTAÇÃO DA TPM │ UNIDADE III
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Capítulo 2
Benefícios da Implantação da TPM
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IMPLANTAÇÃO DA TPM │ UNIDADE III
Podemos resumir todos estes benefícios com a implantação do TPM por uma sigla
conhecida por PQCDSM que resume 6 grupos distintos, conforme podemos ver na
tabela 9 a seguir.
Fonte:<http://brasilengenhariademanutencao.blogspot.com.br/2012/11/definicoes-e-objetivos-do-tpm-total.html>.
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DIFICULDADES
VERSUS SUCESSO
NA IMPLANTAÇÃO Unidade iV
DA MANUTENÇÃO
PRODUTIVA TOTAL – TPM
Por fim, nesta última unidade estudaremos as possíveis complicações que podemos
enfrentar ao tentar implantar a TPM, os treinamentos específicos e melhorias contínuas
que devem ser realizados para se alcançar o sucesso esperado.
Capítulo 1
Dificuldades e sucessos que podemos
ter ao implementar a TPM
Para se obter sucesso na implementação da TPM, temos que ter em mente que podemos
enfrentar grandes desafios. Tudo depende exclusivamente do planejamento e controle
sobre as atividades que foram planejadas e cabe à alta administração conseguir lidar
com todos esses desafios.
De acordo com Ahuja e Khamba (2008) apenas 10% das empresas que tentaram
implementar a TPM obtiveram sucesso pleno. A partir dessa porcentagem tão
pequena, podemos considerar que para se implementar a TPM se faz necessária uma
estrutura bem feita, uma direção bem definida e um sério compromisso firmado entre
todos os envolvidos.
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DIFICULDADES VERSUS SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL – TPM │ UNIDADE IV
Segundo Becker (1993), podemos listar inúmeras barreiras que podem vir a impedir
que o sucesso da implementação da TPM aconteça, são elas:
Quanto ao descaso dos funcionários de acordo com McAdam e Duffner (1996), esse
acontece por falta de compreensão, sendo que na maioria dos casos eles acreditam que
ao se implementar a TPM, ameaça seu emprego, suas responsabilidades aumentarão, a
produtividade aumentará e o tempo de trabalho irá diminuir.
O que podemos concluir com esse caso é uma dificuldade muito grande de se conseguir
um comprometimento por parte dos funcionários envolvidos no programa.
Portanto, para que possamos implementar com sucesso o programa TPM se faz necessário
um comprometimento das equipes, sejam elas de quaisquer níveis hierárquicos envolvidos,
trabalho em equipe e acima de tudo compreender que a implementação bem-sucedida
desse programa implica em contentamento dos funcionários e redução de custos para
as empresas.
»» Avanço da produção.
Para implantar a TPM de modo a se obter sucesso, precisamos pensar em dois conceitos
muito importantes e que devem andar juntos: a manutenção preventiva e o envolvimento
de todos colaboradores envolvidos. Baseando-se na qualidade total, conseguimos, com
eles, reduzir os custos de manutenção.
Essa ferramenta também consegue trazer benefícios como melhorias contínuas das
habilidades e conhecimentos dos funcionários, aumento da satisfação e motivação
para eles, já que lhes permitem autonomia na operação de seus equipamentos; onde se
percebe a melhoria na qualidade de vida, redução de absenteísmo e maior comunicação
no ambiente de trabalho. (MCADAM; DUFFNER, 1996)
A seguir alguns sucessos alcançados por empresas após vinte quatro meses de implantação
do programa, listados na figura 29. (ADVANCED CONSULTING & TRAINING, 2011)
Figura 29.
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Capítulo 2
Educação e treinamentos para
implementação do TPM
Como último objetivo da implantação do TPM, podemos dizer que é a criação de espaços
capazes de responder positivamente para o trabalho em equipe, avanços tecnológicos
equipamentos sofisticados.
Faz-se necessário que existam pessoas competentes que compreendam seus equipamentos
a fundo. Os funcionários devem ter a capacidade de cuidar de seus equipamentos sozinhos,
para tanto é necessário que se invista em manutenção e tecnologia para dar suporte a eles.
Para superar esse círculo vicioso, a TPM inclui em seu enfoque de implantação de
estratégias e objetivos explícitos para elevar o nível das práticas de gestão e o nível
técnico de cada indivíduo envolvido. De fato, todas as empresas ganhadoras do Prêmio
TPM estão enfrentando os obstáculos do crescimento da tecnologia e da capacitação
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UNIDADE IV │ DIFICULDADES VERSUS SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL – TPM
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Capítulo 3
Melhorias específicas
Uma das principais características do programa TPM é seu grande potencial de gerar
lucros à empresa. Mas temos que ter cuidado quando pensamos que a implantação
desse programa trará benefícios à empresa por acreditarem que são modificações.
A seguir, vamos exemplificar um sistema que deve ser seguido para se alcançar sucesso.
O procedimento a seguir é extremamente eficaz para romper o ciclo vicioso que impede
que as melhorias sejam implantadas:
»» Registrar o tema.
Com as etapas acima listadas, é possível implantar melhorias específicas que se diferem
de melhorias contínuas diárias de forma eficaz.
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UNIDADE IV │ DIFICULDADES VERSUS SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL – TPM
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DIFICULDADES VERSUS SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL – TPM │ UNIDADE IV
Podemos listar algumas simplificações que se tornam de certa forma vantagens para a
empresa:
»» Selecionar melhoria.
»» Planejar as atividades.
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UNIDADE IV │ DIFICULDADES VERSUS SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL – TPM
»» Planejar melhorias.
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Referências
BECKER, S. W. TQM does work: ten reasons why misguided efforts fail. Management
Review, 1993.
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Referências
Sites
<http://brasilengenhariademanutencao.blogspot.com.br/2012/10/tpm-total-
productive-maintenance-origem.html>.
<http://manutencaodesistemasindustriais.blogspot.com.br/2015/01/folha-de-dados-
sistema-bimetalico.html>
<http://s3-us-west-1.amazonaws.com/blog.luz.vc/wp-content/uploads/2015/12/
planilha-de-diagrama-de-ishikawa-em-excel-imagem-espinha-de-peixe.jpg>.
<http://s3-us-west-1.amazonaws.com/blog.luz.vc/wp-content/uploads/2015/03/111.jpg>
<http://brasilengenhariademanutencao.blogspot.com.br/2012/11/definicoes-e-
objetivos-do-tpm-total.html>.<http://psychclassics.yorku.ca/Maslow/motivation.htm>
<http://cursosgratis.blog.br/wp-content/uploads/2015/05/Programa-5S.jpg>
<http://www.programa5s.com.br/images/geral/5S/sensos/utilizacao/util-inutil.png>
<http://www.advanced-eng.com.br/images/pic15.jpg>
<http://www.advanced-eng.com.br/images/pic9.jpg>
<http://www.advanced-eng.com.br/images/pic32.jpg>
<http://www.advanced-eng.com.br/images/tictpm.jpg>
<http://www.advanced-eng.com.br/images/tictpm.jpg>
<http://www.advanced-eng.com.br/images/comportamento.jpg>
<http://www.advanced-eng.com.br/images/pic11.jpg>
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