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Artigos - Ciências Exatas e da Terra

Análise de risco de crédito empresarial


usando sistemas especialistas

Autor: Tony Carrara de Lima - Ciência da Computação


Profesora Orientadora: Ms. Jeanne Dobgenski*

Faculdades de Valinhos
Artigo apresentado no Congreso de Computación Aplicada CAIP´2007

RESUMO tentando diminuir as perdas com inadimplência e criando


uma carteira de crédito consistente. Leva-se em
Este trabalho propõe uma metodologia de análise consideração somente concessão de crédito a empresas
de risco de crédito empresarial utilizando critérios dos por meio de venda de mercadoria a ser paga por
cinco c’s do crédito e a resolução 2682/99 do Banco determinado prazo de tempo. Rezende (2002) coloca que
Central Brasileiro, juntamente com conceitos de sistemas os sistemas especialistas são programas de computador
especialistas. Foram realizados testes computacionais que usam o conhecimento humano, representado
com dados de clientes reais, os quais indicam a qualidade explicitamente para resolver problemas, manipulando
das regras criadas. Os testes mostraram que o sistema conhecimento e informação de forma inteligente e são
implementado retorna indicações de risco muito próximas desenvolvidos para serem usados em problemas que
àquelas aplicadas na realidade. requerem uma quantidade considerável de conhecimento
humano e de especialização.
Palavras-chave: Sistemas especialistas, análise Em análise de crédito efetuada por instituições
de risco de crédito empresarial, sistemas baseados em financeiras, os indicadores e premissas quanto a política
regras. de crédito não são divulgadas, com isso as regras criadas
neste trabalho tentam simular esses indicadores. Logo,
INTRODUÇÃO pretende-se apresentar um método de análise de crédito
utilizando critérios dos C’s do crédito juntamente com a
Nas empresas que efetuam grande volume de resolução 2682/99 do Banco Central Brasileiro (BACEN,
vendas à prazo é feita uma análise do risco em permitir 2006), estabelecendo regras para otimização do processo
determinada venda. Assim, os métodos de análise devem e análise de risco de crédito.
ser baseados em critérios consistentes e verificáveis. Há
muita pesquisa que analisa a consistência das análises ANÁLISE DE CRÉDITO EMPRESARIAL
de crédito realizadas (ROGERS E ROGERS, 2006).
Fonseca et al. (2005) propôs modelos de análise de A classificação da operação no nível de risco
*Bolsista FUNADESP

crédito empresarial utilizando o método de vizinhos mais correspondente deve ser efetuada com base em critérios
próximos, árvores de decisão e redes neurais com lógica consistentes e verificáveis, amparada por informações
fuzzy, com resultados satisfatórios. Este trabalho propõe internas e externas, levando em consideração aspectos
uma metodologia baseada em sistemas especialistas para quanto ao devedor e seus garantidores, como: situação
tornar a análise de risco de crédito mais ágil e eficaz, econômico-financeira, grau de endividamento, capacidade

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Análise de risco de crédito empresarial usando sistemas especialistas

de geração de resultados, fluxo de caixa, administração financeiro. As regras criadas advém das respostas das
e qualidade de controles, pontualidade e atrasos nos perguntas, interpretadas a partir dos conceitos de análise
pagamentos, contingências, setor de atividade econômica, do risco de crédito resultando na aprovação ou não do
limite de crédito. Quanto à operação, deve-se relevar a crédito dentro dos critérios estabelecidos.
natureza e a finalidade da transação, características das Classificam-se as empresas por meio dos níveis
garantias, particularmente quanto à suficiência de liquidez de risco e do número de pontos conforme tabela 2. É
e valor. Conforme a resolução 2682/99, o BACEN importante observar que em “RA (F, G e H)”, os
determina que as instituições financeiras devem indicadores F, G e H são aqueles definidos na tabela 1,
classificar suas operações de crédito, em ordem assim como os demais.
crescente de risco, nos níveis: AA, A, B, C, D, E, F, G e
H. A classificação da operação de crédito apresentará
os níveis de risco e referências conforme expostos na
tabela 1.

Como regra, empresas classificadas com, no


máximo, risco médio (RM) podem operar com
crédito. As demais estão classificadas fora dos limites
toleráveis de risco.
Para obter um nível de classificação e
pontuação, utiliza-se um questionário como base da
análise, em que as tabelas de regras são montadas
através da interseção entre as ocorrências. A
alimentação dessas tabelas com a interpretação das
respostas para a indicação da ocorrência de saída,
foi efetuada por meio da experiência dos autores no
ramo de concessão de crédito empresarial. Para a
definição do mapa ou de tabela de regras, usa-se os
dados cadastrais da empresa. As 15 perguntas
elencadas nessa seção vem de questionários-padrão
para esse fim. Neste trabalho são expostas apenas
as primeiras tabelas de regras criadas. A pesquisa
completa da Monografia de Trabalho de Conclusão
de curso está disponível na biblioteca das Faculdade
de Valinhos.
Para garantir o retorno do crédito, será viabilizada 1 - A empresa está Registrada na Junta Comercial/
a operação com clientes com risco D ou superior, ou Cartório?
seja, de AA a D. a) Sim b) Não
2 - Está Registrada na Receita Federal?
MODELO PROPOSTO c) CNPJ Inativo d) Não e) Sim
A tabela 3 contém as saídas possíveis das questões 1
Com o intuito de utilizar um sistema especialista e 2.
para analisar o risco na concessão de crédito empresarial
foi necessário analisar e propor uma estratégia para esse
fim. Desta forma, por meio da experiência dos autores
na área de concessão de crédito empresarial e em
sistemas especialistas, foram relacionadas perguntas
chaves a serem efetuadas à empresa que solicita o crédito 3 - Tem licença de funcionamento?

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f) Não g) Não é o caso h) Sim 11 - Análise de endividamento da empresa


A tabela 4 representa a interseção da saída RN da i1) Existe e a diferença é maior que 20%
tabela 3 e a questão 3. Não há necessidade de análise quando j1) Existe e a diferença é menor que 20%
a saída é RA, pois como indica “risco alto” o sistema aborta l1) Não existe dívida
e não permite a concessão do crédito. Sendo a resposta 12 - Atividade da empresa exige técnico
obtida na tabela 3, RN, passa-se às próximas questões. responsável?
m1) Não n1) Sim, mas não há na empresa
o1) Sim, a empresa possui técnico responsável
13 - Possui controle de contas a receber?
p1) Não é o caso q1) Não tem r1) Tem e
funciona bem s1) Tem e funciona razoavelmente
14 - Possui controle de contas a pagar?
t1) Não é o caso u1) Não tem v1) Tem e
4 - Está registrada na Fazenda Estadual? funciona bem x1) Tem e funciona razoavelmente
i) Não j) Não é o caso l) Sim 15 - Possiu controle de estoque?
5 - Está registrada na Fazenda Municipal? z1) Não é o caso a2) Não tem b2) Tem e
m) Não n) Não é o caso o) Sim funciona bem c2) Tem e funciona razoavelmente
As respostas das questões 4 e 5, codificadas para a
interpretação necessária, estão na tabela 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para realização dos testes computacionais, utilizou-


se a ferramenta Matlab para a implementação das
regras. Foram utilizados 19 cadastros de empresas de
diferentes ramos de atividades, retirados de uma base
de dados real e consistente, a qual os autores tem acesso.
Para empresas que estão com a documentação regular
e possuem nível de endividamento menor ou igual a 20%,
Ao interpretar as questões 4 e 5 e obter a saída o resultado obtido foi RISCO BAIXO e nota 70. No caso
RN, passa-se às próximas perguntas. É importante de empresas que não possuem dívidas no Banco Central
ressaltar que as demais tabelas de regras criadas seguem e estão regulares quanto outros aspectos, o nível de risco
o padrão utilizado nas tabelas 3, 4 e 5. obtido foi RISCO NULO e nota 100. Empresas que não
6 - Possui Certificado de regularidade de FGTS possuem pelo menos duas certidões (CRF, Certidão
(CRF)? Conjunta de Débitos Relativos a Tributos Federais e à
p) Não q) Sim dívida Ativa da União ou Certidão Negativa de Débito
7 - Possui Certidão Conjunta de Débitos Relativos da Previdência Social), mas possuem endividamento
a Tributos Federais e à Dívida Ativa da União? menor ou igual a 20%, tiveram como resultado RISCO
r) Negativa s) Positiva com efeito Negativa ALTO e nota 20.
t) Não possui No caso de empresas que não possuem apenas
8 - Possui Certidão Negativa de Débito da uma das certidões e não possuem dívidas no BACEN, o
Previdência Social? resultado foi RISCO MÉDIO e nota 50. Para empresas
u) Negativa v) Positiva com efeito Negativa que não possuem apenas uma das certidões, com
x) Não Possui endividamento menor ou igual a 20% e restrição absoluta
9 - Possui restrição no SERASA? no SERASA, a classificação obtida foi RISCO ALTO e
z)Restrição não relavante a1) Restrição relativa nota 20. Comparando os resultados obtidos nas avaliações
b1) Restrição absoluta c1) Nada consta de risco de crédito, utilizando tabela de regras com os
10 - Dívida vencida no SISBACEN resultados obtidos na análise de risco de crédito sobre
d1) Existe, em valor não relevante - paga dados reais, observa-se que os testes efetuados neste
e1) Existe, em valor não relevante - em aberto trabalho apresentam níveis de risco muito próximos
f1) Existe, em valor relevante - em aberto àqueles mostrados na realidade. Pode-se observar, tabela
g1) Existe, em valor relevante - paga 6, que as regras implementadas estão rígidas quanto às
h1) Não existe dívida respostas fornecidas pelo cliente, pois reprovou a
concessão de crédito a um cliente, o qual, na realidade,

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Análise de risco de crédito empresarial usando sistemas especialistas

obteve crédito da empresa financiadora.

CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos, por meio da


simulação com os dados reais, pôde-se chegar às
seguintes conclusões: 1) as regras geradas são eficientes
e simulam, de forma muito próxima, os indicadores e
premissas reais para concessão de crédito empresarial;
2) quando há pouca inadimplência e é necessário um
incremento na carteira de crédito, é preciso redefinir as
regras de modo que haja maior índice de aprovação das
empresas analisadas; 3) para alto índice de inadimplência,
é necessário rever os critérios de análise para filtrar
cliente mal pagador; 4) o sistema implementado é uma
boa ferramenta de auxílio à concessão de crédito
empresarial.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BACEN, “Resolução 2682/99”, Disponível em


www.bcb.gov.br (2006).
FONSECA, O. L. H., F. D. Mora Neto e F. J. de Souza, “Modelos
de análise de crédito utilizando técnicas de aprendizado de
máquina”,XXVIII CNMAC, Brasil, (2005).
REZENDE, S. O., “Sistemas Inteligentes”, São Paulo, Ed.
Manole (2002).
ROGERS, D. e P. ROGERS, “Revisão do limite de crédito
através da análise de cenários: estudo de caso em uma
empresa atacadista”, IX SemAD,USP, Brasil, (2006).

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