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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.

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Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…

Direito Processual Civil – 3º Semestre


Processo de Conhecimento
Prof. Paulo Dimas

PROCESSO E PROCEDIMENTO

Processo:
Tecnicamente, há distinção entre processo e procedimento.
O processo corresponde a um sistema voltado a compor a lide em juízo
através de uma relação jurídica vinculativa de direito público.
O processo representa um complexo de atividades que se desenvolvem para
que se alcance em juízo um determinado provimento jurisdicional.
Temos uma sucessão ordenada de atos que segue modelos previstos em lei
que são os procedimentos. O processo é, então, um instrumento pelo qual se opera a
jurisdição. É uma unidade, um todo e algo abstrato.

Procedimento:
O processo não se desenvolve do mesmo modo em todos os casos. Os atos
exteriorizam-se de maneiras diferentes conforme as peculiaridades da pretensão deduzida.
O modo próprio de desenvolvimento do processo, conforme cada caso, é
exatamente o procedimento, ou seja, o rito a ser adotado. Rito e procedimento são
expressões sinônimas.
O procedimento, portanto, é a maneira pela qual os atos se desenvolvem no
processo; representa o aspecto formal do processo.
Uma ação de cobrança não se desenvolve da mesma maneira que uma ação
de prestação de contas ou de consignação em pagamento; uma ação de despejo por falta de
pagamento não se desenvolve do mesmo modo que uma ação de mandado de segurança.

Tipos de processo:
O CPC de 1973 indicava a existência de três tipos de processo, levando em
conta o conteúdo da prestação jurisdicional almejada (processo de conhecimento, processo
de execução e processo cautelar); o novo CPC reconhece autonomia apenas aos processos
de conhecimento e de execução, estabelecendo uma nova disciplina para a outorga das
tutelas provisórias de urgência.

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1) Processo de Conhecimento:
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A parte busca uma sentença de mérito voltada ao reconhecimento de um
direito, haja vista a existência de um conflito de interesses.
Temos então a cognição da causa pelo juiz e a declaração do direito material
aplicável ao caso concreto. O juiz irá conhecer das alegações das partes e das provas
produzidas, proferindo uma sentença voltada a compor a lide. A sentença nesse tipo de
processo sempre terá uma carga declaratória.
O processo de conhecimento apresenta uma subclassificação, tendo em vista
a natureza do provimento pretendido pelo autor. Pode ser meramente declaratório,
condenatório e constitutivo.

a) processo meramente declaratório - o objetivo é remover a incerteza


reinante acerca da existência ou inexistência de uma relação jurídica ou ainda quanto à
autenticidade ou falsidade de um documento (v. art. 4º do CPC de 1973).
No CPC de 2015, o artigo 19, no inciso I, contempla uma ampliação das
chamadas ações “meramente declaratórias”, constando que o interesse do autor pode
também envolver a declaração “do modo de ser de uma relação jurídica”. Essa ampliação
decorre do entendimento da jurisprudência, no sentido de que é admissível ação declaratória
visando a obter certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual (v. Súmula 181
do STJ); logo, esse tipo de ação se presta também a declarar de que maneira a obrigação
deve ser cumprida pelos contratantes.
Como se vê, a simples declaração judicial já esgota a finalidade da ação.
Normalmente, não será necessária a execução da sentença.
Ex.: ação de investigação de paternidade, ação declaratória de nulidade do
negócio jurídico por incapacidade absoluta do contratante, ação de usucapião, etc.

b) processo condenatório - temos a declaração do direito material aplicável,


mais a aplicação de uma sanção, ou seja, a imposição do cumprimento de uma obrigação de
fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia certa.
A sentença condenatória atribui ao vencedor um título executivo, podendo
instaurar-se então a fase de execução na mesma relação processual (e nos próprios autos em
que ela foi proferida), caso a obrigação não seja cumprida voluntariamente pelo devedor.
Ex.: ação de cobrança, ação de indenização, ação de obrigação de fazer
(fornecimento pelo Estado de medicamentos para pessoas carentes), etc.

c) processo constitutivo - temos a declaração do direito material aplicável


mais uma inovação específica no mundo jurídico. A sentença constitutiva presta-se a criar,
modificar ou extinguir um estado (da pessoa) ou uma relação jurídica. Essa sentença
também não comporta execução ulterior.

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Ex.: ação de rescisão de contrato, ação de divórcio, ação anulatória de


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negócio jurídico por vício no consentimento, etc.
OBS.: podemos ter no mesmo processo a cumulação de pedidos,
objetivando provimentos de natureza distinta; o autor, por exemplo, pode postular
declaração de paternidade (pretensão meramente declaratória), mais a condenação do
réu a pagar alimentos (pretensão condenatória).

2) Processo de Execução:
Visa a satisfação de uma obrigação expressa em título produzido em
processo de conhecimento (títulos executivos judiciais) ou em negócio jurídico
documentado (títulos executivos extrajudiciais).
No CPC de 1973 o rol dos títulos executivos judiciais se encontrava no
artigo 475-N e dos extrajudiciais no artigo 585.
No CPC de 2015 o rol dos títulos executivos judiciais se encontra no artigo
515 e dos extrajudiciais no artigo 784.
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo
cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos
previstos neste Título:
I – a sentença proferida no processo civil que I – as decisões proferidas no processo civil que
reconheça a existência de obrigação de fazer, não reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar
fazer, entregar coisa ou pagar quantia; quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
III – a sentença homologatória de conciliação ou II – a decisão homologatória de autocomposição
de transação, ainda que inclua matéria não posta judicial;
em juízo;
V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, III – a decisão homologatória de autocomposição
homologado judicialmente; extrajudicial de qualquer natureza;
VII – o formal e a certidão de partilha, IV – o formal e a certidão de partilha,
exclusivamente em relação ao inventariante, aos exclusivamente em relação ao inventariante, aos
herdeiros e aos sucessores a título singular ou herdeiros e aos sucessores a título singular ou
universal. universal;
V – o crédito de auxiliar da justiça, quando as
custas, emolumentos ou honorários tiverem sido
aprovados por decisão judicial;
II – a sentença penal condenatória transitada em VI – a sentença penal condenatória transitada em
julgado; julgado;
IV – a sentença arbitral; VII – a sentença arbitral;
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo VIII – a sentença estrangeira homologada pelo
Superior Tribunal de Justiça; Superior Tribunal de Justiça;
IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a
concessão do exequatur à carta rogatória pelo
Superior Tribunal de Justiça;
X – (VETADO)
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e § 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será
VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a ordem citado no juízo cível para o cumprimento da
de citação do devedor, no juízo cível, para sentença ou para a liquidação no prazo de 15
liquidação ou execução, conforme o caso. (quinze) dias.
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver
sujeito estranho ao processo e versar sobre relação
jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.

Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a I – a letra de câmbio, a nota promissória, a
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duplicata, a debênture e o cheque; duplicata, a debênture e o cheque;


II - a Resumo alunos
escritura pública completo
ou outro documento- agosto-2017 - processo
II – a escritura pública e procedime…
ou outro documento público
público assinado pelo devedor; o documento assinado pelo devedor;
particular assinado pelo devedor e por duas
testemunhas; o instrumento de transação
referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública ou pelos advogados dos
transatores;
III – o documento particular assinado pelo devedor
e por 2 (duas) testemunhas;
IV – o instrumento de transação referendado pelo
Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela
Advocacia Pública, pelos advogados dos
transatores ou por conciliador ou mediador
credenciado pelo tribunal;
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, V – o contrato garantido por hipoteca, penhor,
anticrese e caução, bem como os de seguro de anticrese ou outro direito real de garantia e aquele
vida; garantido por caução;
VI – o contrato de seguro de vida em caso de
morte;
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; VII – o crédito decorrente de foro e laudêmio;
V - o crédito, documentalmente comprovado, VIII – o crédito, documentalmente comprovado,
decorrente de aluguel de imóvel, bem como de decorrente de aluguel de imóvel, bem como de
encargos acessórios, tais como taxas e despesas de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de
condomínio; condomínio;
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito,
de intérprete, ou de tradutor, quando as custas,
emolumentos ou honorários forem aprovados por
decisão judicial;
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública
Pública da União, dos Estados, do Distrito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Federal, dos Territórios e dos Municípios, Municípios, correspondente aos créditos inscritos
correspondente aos créditos inscritos na forma da na forma da lei;
lei;
X – o crédito referente às contribuições ordinárias
ou extraordinárias de condomínio edilício,
previstas em Convenção de Condomínio ou
aprovadas em Assembleia Geral, desde que
documentalmente comprovadas;
XI – a certidão expedida por serventia notarial ou
de registro, relativa a valores de emolumentos e
demais despesas devidas pelos atos por ela
praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
VIII - todos os demais títulos a que, por XII – todos os demais títulos aos quais, por
disposição expressa, a lei atribuir força executiva. disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
§ 1o A propositura de qualquer ação relativa ao § 1º A propositura de qualquer ação relativa ao
débito constante do título executivo não inibe o débito constante do título executivo não inibe o
credor de promover-lhe a execução. credor de promover-lhe a execução.

§ 2o Não dependem de homologação pelo § 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos


Supremo Tribunal Federal, para serem de país estrangeiro não dependem de homologação
executados, os títulos executivos extrajudiciais, para serem executados.
oriundos de país estrangeiro. O título, para ter
eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos
de formação exigidos pela lei do lugar de sua
celebração e indicar o Brasil como o lugar de
cumprimento da obrigação.
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva
quando satisfeitos os requisitos de formação
exigidos pela lei do lugar de sua celebração e o
Brasil for indicado como o lugar de cumprimento
da obrigação.
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Resumo
Noalunos completo
processo - agosto-2017
de execução, - processo
não temos sentença e procedime…
de mérito, mas apenas uma
sentença extintiva do processo, em razão do cumprimento integral da obrigação, remissão
total da dívida, renúncia ao crédito, etc. [v. arts. 794 e 795 do CPC de 1973; 924 (traz novas
hipóteses de extinção) e 925 do CPC de 2015].
DA EXTINÇÃO DA EXTINÇÃO
Art. 794. Extingue-se a execução quando: Art. 924. Extingue-se a execução quando:
I – a petição inicial for indeferida;
I - o devedor satisfaz a obrigação; II – a obrigação for satisfeita;
II - o devedor obtém, por transação ou por III – o executado obtiver, por qualquer outro meio,
qualquer outro meio, a remissão total da dívida; a extinção total da dívida;
III - o credor renunciar ao crédito. IV – o exequente renunciar ao crédito;
V – ocorrer a prescrição intercorrente.

Art. 795. A extinção só produz efeito quando Art. 925. A extinção só produz efeito quando
declarada por sentença. declarada por sentença.

Na execução, não temos, portanto, atividades de cognição e de declaração do


direito por parte do juiz. O direito do credor já está explicitado no título judicial ou
extrajdicial, sendo necessária, então, a prática de atos materiais coativos voltados à
realização concreta da obrigação existente. O exequente busca, portanto, a realização
concreta do direito material.
No CPC de 1973 e agora no novo CPC, quando se trata de execução ou
cumprimento de sentença, não se instaura processo autônomo de execução com a citação do
executado para cumprir a obrigação. Os atos materiais de execução representam uma nova
fase do processo instaurado (temos então fase de conhecimento e fase de execução); essa
nova fase se processa, destarte, nos próprios autos em que foi proferida a sentença
exequenda.
O processo de execução pode tramitar de modo diferente se o título em que
se funda for judicial ou extrajudicial. O procedimento também varia dependendo da natureza
da prestação devida, ou seja, se a obrigação é de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar
quantia certa.
Cumprimento ou execução de sentença: arts. 475-I e seguintes do CPC de
1973; arts. 513 a 538 do CPC de 2015.
Execução de títulos extrajudiciais: arts. 566 a 795 do CPC de 1973; arts.
771 a 925 do CPC de 2015.

3) Processo Cautelar:
Guardava autonomia no CPC de 1973.
Ao postular uma tutela cautelar, o requerente objetiva uma proteção
emergencial e provisória de bens jurídicos envolvidos em um litígio, de modo a preservar a
situação de fato, enquanto se aguarda a obtenção da tutela definitiva; no CPC de 1973, essa
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tutela de urgência normalmente deveria ser requerida em processo cautelar autônomo, sendo
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que a tutela definitiva, de caráter satisfativo, era obtida em outro processo, denominado de
processo principal (de conhecimento ou de execução).
Pretendia-se, portanto, nessa sistemática, assegurar a eficácia e utilidade do
processo principal. Tratava-se então de um processo acessório voltado à concessão de uma
tutela de garantia, ou seja, de caráter preventivo.
De todo modo, no processo instaurado para obter uma tutela cautelar, o juiz
normalmente concede ou nega a medida requerida; só haverá resolução do mérito da causa
se o juiz pronunciar a prescrição ou a decadência (v. art. 810 do CPC de 1973 e art. 310 do
CPC de 2015).
Art. 810. O indeferimento da medida não obsta a Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não
que a parte intente a ação, nem influi no obsta a que a parte formule o pedido principal, nem
julgamento desta, salvo se o juiz, no procedimento influi no julgamento desse, salvo se o motivo do
cautelar, acolher a alegação de decadência ou de indeferimento for o reconhecimento de decadência
prescrição do direito do autor. ou de prescrição.

No CPC de 1973, tínhamos a previsão de medidas típicas ou nominadas (v.


arts. 813 a 899), mas o juiz poderia conceder outras medidas com base no seu poder geral de
cautela (v. arts. 796 a 812).
No CPC de 2015, se apresenta alteração radical na disciplina das tutelas
provisórias de urgência (de natureza satisfativa ou cautelar).
Não temos mais a previsão do processo cautelar em livro próprio; há agora
apenas previsão das denominadas tutelas de urgência e de evidência, submetidas às mesmas
disposições gerais, passando a constar da parte geral do CPC (v. arts. 294 a 311).
Foram abolidas todas as medidas cautelares típicas ou nominadas; todas as
medidas agora serão atípicas ou inominadas, sejam elas tutelas de urgência cautelares ou
satisfativas; tais medidas podem ser concedidas em caráter antecedente (antes da
apresentação do pedido principal ou de tutela final) ou incidental (caso em que já está em
andamento o processo relativo ao pedido de tutela final – normalmente um processo de
conhecimento).
Apresentado pedido específico de tutela de urgência (de natureza satisfativa
ou cautelar), portanto em caráter antecedente, o mesmo processo instaurado será aproveitado
para deduzir o pedido de tutela final ou principal, sem incidência de novas custas
processuais; se o processo de conhecimento já está em curso, a tutela provisória, fundada em
urgência ou evidência, pode ser requerida nos próprios autos; não há mais necessidade de
instaurar processo cautelar autônomo para requerer tutela preventiva de urgência de caráter
incidental; no CPC de 1973, a medida cautelar incidental também deveria ser requerida em
processo autônomo.
OBS.: a cada tipo de processo pode corresponder mais de um
procedimento.

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CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS


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No sistema do CPC, temos a seguinte classificação:
1 - Procedimento Comum: diz respeito a processos de conhecimento; no
CPC de 1973 se desdobrava em rito sumário (v. arts. 275 a 281) e em rito ordinário (v. arts.
271 e 272).
No novo CPC, de 2015, o rito sumário foi abolido; portanto, não mais
teremos “dois procedimentos comuns”, o ordinário e o sumário; há elementos de um e de
outro na composição de um novo procedimento comum.
2 - Procedimentos Especiais: são aqueles referentes a processos especiais
de conhecimento (previstos no CPC e em leis esparsas), a processos cautelares autônomos
(CPC/73), a pedidos de tutelas de urgência em caráter antecedente (v. arts. 303 a 310 do
CPC de 2015) e a processos de ações de competência originária dos tribunais.
Ações de competência originária são aquelas ajuizadas diretamente no
tribunal competente. Ex.: ação rescisória (v. arts. 485 e seguintes do CPC de 1973; arts. 966
a 975 do CPC de 2015), mandado de segurança contra ato judicial, ações diretas de
constitucionalidade ou inconstitucionalidade de leis, etc.
3 - Procedimentos de Execução: são aqueles que atendem às diversas
modalidades de execução.
Cumprimento ou execução de sentença: arts. 475-I e seguintes do CPC de
1973; arts. 513 a 538 do CPC de 2015.
Execução de títulos extrajudiciais: arts. 566 a 795 do CPC de 1973; arts.
771 a 925 do CPC de 2015.
Há também previsão de procedimentos de execução em leis esparsas; ver, por
exemplo, a Lei de Execução Fiscal (nº 6.830/80).

No processo de conhecimento temos a previsão de ritos especiais, que são


aqueles próprios para o processamento de certas causas, em razão das peculiaridades da
pretensão do autor.
Esses procedimentos especiais podem ser de jurisdição voluntária e de
jurisdição contenciosa (v. arts. 890 a 1211 do CPC de 1973; arts. 539 a 770 do CPC de
2015).
Por outro lado, leis esparsas também disciplinam procedimentos específicos.
Exemplos: a) ação de mandado de segurança – Lei nº 12.016/09; b) ações locatícias – Lei nº
8.245/91; c) ação civil pública – Lei nº 7.347/85; d) ação popular – Lei nº 4.717/65, etc.
O procedimento comum é aplicável no processo de conhecimento a todas as
causas para as quais a lei não estabeleceu um procedimento especial. Não havendo
previsão de rito específico, adota-se o procedimento comum.
Mas o procedimento comum, no CPC de 1973, era subdividido em rito
sumário e ordinário; verificava-se, então, em primeiro lugar, se a causa enquadrava-se nas
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hipóteses do artigo 275 do CPC (rito sumário); não sendo hipótese de rito sumário, teria
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lugar então a adoção do rito ordinário, que era o rito padrão; suas disposições gerais
aplicavam-se subsidiariamente aos demais procedimentos (v. art. 272, parágrafo único, do
CPC de 1973); no CPC de 2015 o procedimento comum não apresenta o
desdobramento do CPC de 1973; as disposições gerais desse novo procedimento
comum são aplicadas subsidiariamente aos procedimentos especiais e ao processo de
execução (v. art. 318 do CPC de 2015).
Art. 271. Aplica-se a todas as causas o Art. 318. Aplica-se a todas as causas o
procedimento comum, salvo disposição em procedimento comum, salvo disposição em
contrário deste Código ou de lei especial. contrário deste Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se
subsidiariamente aos demais procedimentos
especiais e ao processo de execução.
Art. 272. O procedimento comum é ordinário ou
sumário.
Parágrafo único. O procedimento especial e o
procedimento sumário regem-se pelas disposições
que lhes são próprias, aplicando-se-lhes,
subsidiariamente, as disposições gerais do
procedimento ordinário.

NOVO PROCEDIMENTO COMUM – CPC DE 2015


Podemos identificar quatro fases lógicas:
1 - Fase Postulatória:
Predominam as atividades das partes, existindo agora previsão da
designação, desde logo, de audiência para tentativa de autocomposição do litígio. Temos a
exposição da causa pelo autor, que deduz uma pretensão na petição inicial, e a contestação
do réu; no novo CPC, não mais se identificam três modalidades de resposta (contestação,
exceção e reconvenção).
Com o ingresso da petição inicial em juízo, considera-se proposta a ação e
instaurado o processo (v. art. 312 do CPC de 2015).
“Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada,
todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240
depois que for validamente citado.”
Com a citação do réu, aperfeiçoa-se a relação processual.
No procedimento comum, relativo a processos de conhecimento, o juiz faz o
controle prévio de admissibilidade da petição inicial e, se esta preencher os requisitos
essenciais e não for caso de improcedência liminar do pedido, designará audiência de
conciliação ou de mediação, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser
citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
O réu, portanto, é citado, em princípio, para comparecer à audiência de
conciliação ou de mediação (v. art. 334 do CPC de 2015); o juiz não designará audiência
prévia apenas quando verificar que a causa não admite a autocomposição; nesta hipótese, o

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réu será citado para apresentar contestação em 15 (quinze) dias, contados normalmente da
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juntada aos autos do comprovante de citação.
Essa audiência, porém, não será realizada (embora já designada) diante da
manifestação expressa de ambas as partes de que não têm interesse na solução consensual
do litígio.
O autor deve indicar na petição inicial seu desinteresse na autocomposição;
já o réu deverá se manifestar nesse sentido por petição, a ser apresentada até 10 (dez) dias
antes da data designada para a audiência; se houver litisconsórcio, esse desinteresse deve ser
manifestado por todos os litisconsortes.
Nessa audiência de conciliação ou de mediação, as partes devem estar
acompanhadas por seus patronos; podem elas constituir representante apenas para tal
audiência, por meio de procuração específica, outorgando poderes para negociar e transigir.
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência
liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência
mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou
de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização
judiciária.
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2
(dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes.
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.
§ 4º A audiência não será realizada:
I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
II – quando não se admitir a autocomposição.
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá
fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos
os litisconsortes.
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da
lei.
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado
ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem
econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos.
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para
negociar e transigir.
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o
intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte.

Nessa audiência prévia não cabe apresentação de contestação ou produção de


qualquer prova. A consequência para a ausência injustificada do autor ou do réu vem
prevista no § 8º desse artigo 334: o não comparecimento é considerado ato atentatório à
dignidade da justiça, tendo lugar a imposição de multa, revertida em favor da União ou do
Estado.
A contestação poderá ser oferecida por petição, no prazo de 15 (quinze) dias;
de acordo com o artigo 335 do CPC de 2015, o termo inicial para contestar será a data:

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“I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando


qualquer parte nãoalunos
Resumo comparecer ou, comparecendo,
completo não houver
- agosto-2017 autocomposição;
- processo e procedime…
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação
apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I;
III – prevista no art. 231[1], de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial
previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo
pedido de cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o
autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data
de intimação da decisão que homologar a desistência.”

Não há mais previsão de oferecimento de exceção para arguir incompetência


relativa do juízo e impedimento ou suspeição do juiz; a exceção foi abolida, não mais
subsistindo como modalidade de resposta do réu; a incompetência relativa deve ser
suscitada como preliminar da contestação; e temos agora a previsão de arguição de
impedimento e de suspeição do juiz, a ser oferecida em petição específica, por qualquer das
partes (v. arts. 146 e 147 do CPC de 2015).
“Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o
impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará
o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e
com rol de testemunhas.
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará
imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal; caso contrário, determinará a
autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões,
acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do
incidente ao tribunal.
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente
for recebido:
I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II – com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for
recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal
rejeitá-la-á.
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal
condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer
da decisão.
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o
juiz não poderia ter atuado.
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo
de impedimento ou de suspeição.
Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta
ou colateral, até o terceiro grau, o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele
atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal.”

A reconvenção representa uma ação do réu contra o autor, no mesmo


processo em que está sendo demandado (contraataque do réu); no novo CPC não mais é
apresentada em peça autônoma; assim, na própria contestação o réu propõe reconvenção
para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da
defesa (v. art. 343 do CPC de 2015).
Também não há mais previsão para a instauração de incidente específico de
impugnação ao valor da causa; eventual incorreção do valor da causa deve ser suscitada
como preliminar na contestação (v. art. 337, III, do CPC de 2015).
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 10/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

Essa fase inicial vai do ingresso da petição inicial em juízo até a


Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
apresentação de contestação; proposta reconvenção, essa fase se estende até a resposta à
reconvenção.
2 - Fase intermediária de ordenamento e saneamento do feito:
Apresentada a contestação pelo réu, ou decorrido o prazo sem
comparecimento deste, os autos são conclusos ao juiz, que poderá, conforme o caso,
determinar algumas providências preliminares (v. art. 347 do CPC de 2015). Fala-se em pré-
saneamento do feito. Neste momento, o juiz poderá facultar a réplica ao autor, agora em 15
dias (réplica representa a manifestação do autor sobre a contestação do réu), deliberar
providências para suprir irregularidades no que toca à representação processual ou
capacidade das partes, poderá determinar a especificação de provas, etc. (v. arts. 348 a 353
do CPC de 2015).
Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o
juiz passa a proferir o julgamento conforme o estado do processo (v. arts. 354 a 357 do CPC
de 2015).
Nesse momento, o juiz pode adotar três posturas distintas:
a) encerrar a fase cognitiva do processo, se delineadas as hipóteses previstas
no artigo 485 (prolação de sentença sem exame do mérito da causa) ou 487, incisos II e III
(há resolução do mérito da causa);
“Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I – indeferir a petição inicial;
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por
mais de 30 (trinta) dias;
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular
do processo;
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral
reconhecer sua competência;
VIII – homologar a desistência da ação;
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X – nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a
falta no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e,
quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de
advogado.
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer
tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor
depende de requerimento do réu.
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz
terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha
de novo a ação.
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art.
485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem
resolução do mérito.

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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito
das custas e dos honorários de advogado.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não
poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a
possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III – homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não
serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.

b) não sendo caso de encerramento do feito na fase de conhecimento, o juiz


poderá proceder ao julgamento antecipado da lide, se delineadas as hipóteses previstas no
artigo 355 do CPC de 2015.
De acordo com o inciso I desse artigo, é possível o julgamento antecipado do
mérito quando desnecessária a dilação probatória (a matéria controvertida é exclusivamente
de direito ou sendo de direito e de fato não há necessidade de produção de outras provas; a
prova documental apresentada na fase postulatória já seria suficiente para elucidação da
matéria fática controvertida).
No caso do inciso II do artigo 355, o julgamento antecipado do mérito é
viável quando estiver presente o efeito da revelia previsto no artigo 344 do CPC de 2015
(presumem-se verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor e não há requerimento
de prova na forma do artigo 349).
Em algumas situações, o réu é revel, mas não está presente o efeito da
revelia, previsto no artigo 344. Esse efeito da revelia não se verifica nas hipóteses do artigo
345 do CPC.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à
prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição
com prova constante dos autos.
Quando o réu é revel, mas foi citado por edital ou com hora certa, ou se
encontra preso, também não incide o efeito da revelia do artigo 344. O juiz deverá então
nomear um curador especial para esse réu, que poderá contestar o pedido por negativa geral
(v. arts. 72, II e 341, parágrafo único, do CPC de 2015). Essa contestação do curador
especial, ainda que por negativa geral, faz com que o autor continue com o ônus de provar o
fato constitutivo do seu direito; isto porque está afastado o efeito da revelia (presunção de
veracidade dos fatos alegados na inicial).
Quando o juiz profere, desde logo, a sentença de mérito, incide o artigo 487,
inciso I, do CPC de 2015. Podemos ter então a fase decisória logo após a fase postulatória,

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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

encerrando-se a fase de conhecimento do processo.


Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
Há agora previsão expressa de julgamento antecipado parcial do mérito (v.
art. 356 do CPC de 2015).
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou
parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida
ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar
parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser
processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.

c) não sendo caso de extinção do processo ou do julgamento antecipado do


mérito (integral), teremos então o saneamento do feito, mediante provimento decisório
lançado desde logo nos autos, devendo o juiz, no entanto, se a causa apresentar
complexidade em matéria de fato ou de direito, designar audiência para que o saneamento
seja feito em cooperação com as partes (v. art. 357 do CPC de 2015).
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de
saneamento e de organização do processo:
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios
de prova admitidos;
III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no
prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de
fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar
audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz,
se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não
superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes já devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de
testemunhas.
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo,
para a prova de cada fato.
§ 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos
fatos individualmente considerados.
§ 8º Caso tenha sido determinada a produção da prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art.
465 e, se possível, estabelecer, de logo, calendário para sua realização.
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.

Nessa audiência do § 3º do artigo 357 do CPC de 2015 não tem lugar a


produção de provas, prestando-se apenas ao saneamento do feito, com a colaboração das

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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

partes; nesta oportunidade, o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
suas alegações.
Com a decisão de saneamento, encerra-se a fase intermediária, abrindo-se,
então, a fase instrutória do feito.
Em princípio, só caberá agravo de instrumento contra essa decisão, no prazo
de 15 (quinze) dias, se nela for inserida solução de alguma das matérias mencionadas no
artigo 1.015 do CPC de 2015.
Art. 1015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I – tutelas provisórias;
II – mérito do processo;
III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI – exibição ou posse de documento ou coisa;
VII – exclusão de litisconsorte;
VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;
XII – (VETADO);
XIII – outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na
fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no
processo de inventário.

3 - Fase instrutória ou probatória:


Proferida a decisão de saneamento, abre-se a fase instrutória. Nesta podemos
ter a produção de prova pericial, prova oral e até a complementação da prova documental.
A prova oral concentra-se, normalmente, na audiência de instrução e
julgamento (v. arts. 358 a 368 do CPC de 2015). Há uma ordem estabelecida para a coleta
da prova oral, tida como preferencial (v. art. 361 do CPC de 2015). A prova oral pode
consistir nos esclarecimentos em audiência do perito judicial e dos assistentes técnicos, no
depoimento pessoal das partes e na inquirição (oitiva) de testemunhas.
Encerrada a instrução, temos os debates orais, ou seja, manifestação dos
advogados, apresentando suas alegações finais. Os debates orais podem ser substituídos por
razões finais escritas (memoriais) (v. art. 364 do CPC de 2015). Com as razões finais das
partes, encerra-se a fase instrutória.
OBS.: quando há necessidade de perícia e de prova oral, a audiência de
instrução e julgamento normalmente é designada após a conclusão dos trabalhos periciais; o
representante do MP, quando atua como fiscal da lei, pode requerer a produção de provas e
apresentar alegações finais (v. arts. 178 e 179 do CPC de 2015).
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da
ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que
envolvam:
I – interesse público ou social;
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II – interesse de incapaz;
Resumo
III – litígios alunos
coletivos pela completo
posse de terra rural ou- urbana;
agosto-2017 - processo e procedime…
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção
do Ministério Público.
Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público:
I – terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo;
II – poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início
a partir da sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz
requisitará os autos e dará andamento ao processo.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o Ministério Público.

DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (CPC de 2015)

“Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e
julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras
pessoas que dela devam participar.
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego
anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:
I – manter a ordem e o decoro na audiência;
II – ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente;
III – requisitar, quando necessário, força policial;
IV – tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da
Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo;
V – registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência.
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem,
preferencialmente:
I – o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos
requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito;
II – o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais;
III – as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as
testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença
do juiz.
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
I – por convenção das partes;
II – se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva
necessariamente participar;
III – por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário
marcado.
§ 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz
procederá à instrução.
§ 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou
defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério
Público.
§ 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas.
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da
parte, determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da
nova designação.
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao
membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de
20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz.
§ 1º Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação
um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso.

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§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá
ser substituído
Resumo poralunos
razões completo
finais escritas, que serão apresentadas
- agosto-2017 - processo pelo autor e pelo réu, bem
e procedime…
como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15
(quinze) dias, assegurada vista dos autos.
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na
ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes.
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do
julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima
possível, em pauta preferencial.
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em
audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na
audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato.
§ 1º Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as folhas, que
serão encadernadas em volume próprio.
§ 2º Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério Público e o escrivão ou
chefe de secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver ato de disposição para cuja
prática os advogados não tenham poderes.
§ 3º O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia autêntica do termo de
audiência.
§ 4º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código, em legislação
específica e nas normas internas dos tribunais.
§ 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou
analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a
legislação específica.
§ 6º A gravação a que se refere o § 5º também pode ser realizada diretamente por qualquer das
partes, independentemente de autorização judicial.
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.”

Normalmente, a prova documental é produzida pelas partes na fase


postulatória. Mas há a possibilidade de requisição de documentos pelo juiz junto a
repartições públicas e apresentação de outros documentos pelas partes no curso do
procedimento (v. arts. 320 e 434 a 438 do CPC de 2015).
“Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da
ação.”
“Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos
destinados a provar suas alegações.
Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução cinematográfica ou fonográfica, a
parte deverá trazê-lo nos termos do caput, mas sua exposição será realizada em audiência,
intimando-se previamente as partes.
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando
destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que
foram produzidos nos autos.
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição
inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis
após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los
anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com
o art. 5º.
Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, poderá:
I – impugnar a admissibilidade da prova documental;
II – impugnar sua autenticidade;
III – suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de arguição de falsidade;
IV – manifestar-se sobre seu conteúdo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, a impugnação deverá basear-se em
argumentação específica, não se admitindo alegação genérica de falsidade.
Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os documentos anexados à inicial, e o
autor manifestar-se-á na réplica sobre os documentos anexados à contestação.

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§ 1º Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu
respeito, a outra parte, que disporá do prazo de 15 (quinze) dias para adotar qualquer das
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
posturas indicadas no art. 436.
§ 2º Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para manifestação sobre a prova
documental produzida, levando em consideração a quantidade e a complexidade da
documentação.
Art. 438. O juiz requisitará às repartições públicas, em qualquer tempo ou grau de jurisdição:
I – as certidões necessárias à prova das alegações das partes;
II – os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a União, os
Estados, o Distrito Federal, os Municípios ou entidades da administração indireta.
§ 1º Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável de 1 (um)
mês, certidões ou reproduções fotográficas das peças que indicar e das que forem indicadas
pelas partes, e, em seguida, devolverá os autos à repartição de origem.
§ 2º As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em meio eletrônico,
conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que
consta em seu banco de dados ou do documento digitalizado.”
Com as razões finais das partes, encerra-se a fase instrutória.
4 - Fase decisória:
A sentença pode ser proferida em audiência, após o encerramento da
instrução, ou no prazo de 30 (trinta) dias (v. art. 366 do CPC de 2015). Esse prazo é
impróprio, pois é conferido ao juiz e não se submete à preclusão.

PETIÇÃO INICIAL
(Arts. 282 a 285-A do CPC de 1973 e 319 a 332 do CPC de 2015)
Consiste na declaração da parte da vontade de acionar. Na petição inicial o
autor formula a sua pretensão a ser examinada pelo órgão jurisdicional.
Requisitos da petição inicial:
- Requisito externo: forma escrita. A petição pode ser impressa,
datilografada ou manuscrita.
- Requisitos internos: arts. 282 do CPC 1973 e 319 do CPC de 2015.
Dos Requisitos da Petição Inicial Dos Requisitos da Petição Inicial
Art. 282. A petição inicial indicará: Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; I – o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a
domicílio e residência do autor e do réu; existência de união estável, a profissão, o número
no cadastro de pessoas físicas ou no cadastro
nacional de pessoas jurídicas, o endereço
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do
réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações; IV – o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa; V – o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende VI – as provas com que o autor pretende
demonstrar a verdade dos fatos alegados; demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII – a opção do autor pela realização ou não de
audiência de conciliação ou de mediação.
VII - o requerimento para a citação do réu.
§ 1º Caso não disponha das informações previstas

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no inciso II, poderá o autor, na petição inicial,


requerer ao juiz diligências necessárias a sua
Resumo alunos completo - agosto-2017 obtenção.
- processo e procedime…
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a
despeito da falta de informações a que se refere o
inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida, pelo não
atendimento ao disposto no inciso II deste artigo,
se a obtenção de tais informações tornar impossível
ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
Art. 283. A petição inicial será instruída com os Art. 320. A petição inicial será instruída com os
documentos indispensáveis à propositura da ação. documentos indispensáveis à propositura da ação.
Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial Art. 321. Verificando o juiz que a petição inicial
não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou
283, ou que apresenta defeitos e irregularidades que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
capazes de dificultar o julgamento de mérito, dificultar o julgamento de mérito, determinará que
determinará que o autor a emende, ou a complete, o autor, no prazo de quinze dias, a emende ou a
no prazo de 10 (dez) dias. complete, indicando com precisão o que deve ser
corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a Parágrafo único. Se o autor não cumprir a
diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

Dois desses requisitos internos dizem respeito ao mérito da pretensão,


formando o libelo (indicação da causa de pedir e do pedido – incisos III e IV).
Os demais requisitos são de ordem processual.
I - endereçamento da petição à autoridade judiciária competente.
Muitas vezes, a ação é de competência originária de Tribunal e a petição
inicial deve ser endereçada ao seu Presidente. Exemplos de ações que são ajuizadas
diretamente no Tribunal: ação rescisória, mandado de segurança contra ato judicial,
mandado de segurança contra ato de Governador (competência originária do TJ), MS contra
ato de Ministro de Estado (competência originária do STJ), etc..
II - indicação dos dados qualificativos das partes.
No CPC de 2015, os §§ 1º a 3º do artigo 319 (supra transcritos)
regulamentam a exigência de indicação desses dados, permitindo que as informações
previstas no inciso II sejam obtidas a partir da atuação do órgão jurisdicional (v. §§ 1º e 2º);
de forma mais ampla, aponta que a falta delas não pode tornar impossível ou
excessivamente oneroso o acesso à justiça (v. § 3º); em último caso, o autor deverá indicar
elementos esclarecedores, que tornem certa a pessoa que está sendo demandada.
III - indicação do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido.
Temos nesse inciso a indicação da causa de pedir; o “porquê do pedido”.
Dessa indicação deve transparecer a presença das condições da ação.
O nosso CPC adota a teoria da substanciação, pela qual não basta a indicação
de um fundamento geral para o pedido, ou seja, não basta a indicação do título que
justificaria a pretensão deduzida. O CPC impõe que na fundamentação do pedido o autor
indique, além da causa de pedir próxima (fundamento jurídico), a causa de pedir remota, que
são os fundamentos de fato. A causa de pedir próxima, que corresponde ao fundamento

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jurídico, não representa a indicação da norma de direito material em que se funda a


Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
pretensão do autor. O fundamento jurídico, que não se confunde com fundamento legal,
representa a declaração da natureza do direito pleiteado (direito pessoal ou real), ou seja,
representa a indicação do título que legitima a pretensão deduzida. O autor declara, então,
que é credor, proprietário, possuidor, etc. O fundamento jurídico corresponde, então, à
relação jurídica controvertida e ao direito particular dela decorrente.
Já a causa de pedir remota corresponde aos fundamentos de fato (fato
gerador do direito do autor e da obrigação do réu).
Exemplo 1: em uma ação de cobrança, o autor declara que é credor do réu
(fundamento jurídico), em razão de contrato de prestação de serviços, não sendo pago o
preço ajustado (fundamentos de fato).
Exemplo 2: em uma ação reivindicatória, o credor alega que é proprietário do
bem (fundamento jurídico), sendo que o réu dele se apossou injustamente (fundamento de
fato).
IV - o pedido com as suas especificações.
É o objeto da ação. Não há ação sem pedido. Deve o pedido guardar nexo
lógico com a causa de pedir.

V - atribuição de valor à causa.


Deve esse valor corresponder tanto quanto possível ao proveito econômico
perseguido pelo autor. Mesmo quando a causa não tem conteúdo econômico imediato, deve
ser atribuído a ela um valor, cabendo ao autor estimá-lo (v. arts. 258 a 261 do CPC de 1973
e arts. 291 a 293 do CPC de 2015).
Do Valor da Causa DO VALOR DA CAUSA
Art. 258. A toda causa será atribuído um valor Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo,
certo, ainda que não tenha conteúdo econômico ainda que não tenha conteúdo econômico
imediato. imediatamente aferível.
Art. 259. O valor da causa constará sempre da Art. 292. O valor da causa constará da petição
petição inicial e será: inicial ou da reconvenção e será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma do I – na ação de cobrança de dívida, a soma
principal, da pena e dos juros vencidos até a monetariamente corrigida do principal, dos juros de
propositura da ação; mora vencidos e de outras penalidades, se houver,
até a data da propositura da ação;
V - quando o litígio tiver por objeto a existência, II – na ação que tiver por objeto a existência, a
validade, cumprimento, modificação ou rescisão validade, o cumprimento, a modificação, a
de negócio jurídico, o valor do contrato; resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico,
o valor do ato ou o de sua parte controvertida;
VI - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) III – na ação de alimentos, a soma de 12 (doze)
prestações mensais, pedidas pelo autor; prestações mensais pedidas pelo autor;
VII - na ação de divisão, de demarcação e de IV – na ação de divisão, de demarcação e de
reivindicação, a estimativa oficial para reivindicação o valor de avaliação da área ou bem
lançamento do imposto. objeto do pedido;
V – na ação indenizatória, inclusive a fundada em
dano moral, o valor pretendido;
II - havendo cumulação de pedidos, a quantia VI – na ação em que há cumulação de pedidos, a
correspondente à soma dos valores de todos eles; quantia correspondente à soma dos valores de
todos eles;
III - sendo alternativos os pedidos, o de maior VII – na ação em que os pedidos são alternativos, o
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valor; de maior valor;


Resumo
IV - se houver tambémalunos completo
pedido subsidiário, - agosto-2017
o valor VIII – na ação em- que
processo e procedime…
houver pedido subsidiário, o
do pedido principal; valor do pedido principal.
Art. 260. Quando se pedirem prestações vencidas § 1º Quando se pedirem prestações vencidas e
e vincendas, tomar-se-á em consideração o valor vincendas, considerar-se-á em consideração o valor
de umas e outras. O valor das prestações de umas e outras.
vincendas será igual a uma prestação anual, se a § 2º O valor das prestações vincendas será igual a
obrigação for por tempo indeterminado, ou por uma prestação anual, se a obrigação for por tempo
tempo superior a 1 (um) ano; se, por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano,
inferior, será igual à soma das prestações. e, se por tempo inferior, será igual à soma das
prestações.
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o
valor da causa quando verificar que não
corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão
ou ao proveito econômico perseguido pelo autor,
caso em que se procederá ao recolhimento das
custas correspondentes.
Art. 261. O réu poderá impugnar, no prazo da Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da
contestação, o valor atribuído à causa pelo autor. contestação, o valor atribuído à causa pelo autor,
A impugnação será autuada em apenso, ouvindo- sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito,
se o autor no prazo de 5 (cinco) dias. Em seguida impondo, se for o caso, a complementação das
o juiz, sem suspender o processo, servindo-se, custas.
quando necessário, do auxílio de perito,
determinará, no prazo de 10 (dez) dias, o valor da
causa.
Parágrafo único. Não havendo impugnação,
presume-se aceito o valor atribuído à causa na
petição inicial.

A exigência justifica-se pelos seguintes motivos: a) o valor da causa pode


determinar a competência do Juízo (ver, por exemplo, a competência do Juizado Especial
Cível); no âmbito da Justiça Estadual de São Paulo, na comarca da Capital, a competência
dos foros regionais para as ações de rito ordinário está limitada a 500 salários mínimos; b) o
valor da causa serve de base para o recolhimento da taxa judiciária; c) o valor da causa pode
servir de parâmetro para a fixação dos honorários advocatícios em favor da parte vencedora.
Regras para atribuição de valor à causa – v. arts. 259 e 260 do CPC de 1973 e
292 do CPC de 2015.
O juiz pode, de ofício e por arbitramento, corrigir o valor da causa quando
não observados os critérios legais, determinando, se for o caso, a complementação das
custas recolhidas (v. § 3º do art. 292 do CPC de 2015).
O réu pode impugnar o valor atribuído à causa na petição inicial; de acordo
com o art. 293 do CPC de 2015, essa impugnação será apresentada como preliminar da
contestação; esse prazo é preclusivo; se não for apresentada a impugnação oportunamente,
presume-se que o valor constante da inicial foi aceito pelo réu; portanto, não há mais
instauração de incidente específico, como anteriormente previsto no artigo 261 do CPC de
1973.
VI - indicação das provas com que o autor pretende demonstrar a
verdade dos fatos alegados.

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Basta menção à espécie de prova a ser produzida, ou seja, o autor pode


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protestar genericamente pela utilização de todos os meios de prova admitidos em direito,
sendo que posteriormente poderá particularizar as provas a produzir.
VII (de acordo com o CPC de 2015) – a opção do autor pela realização
ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
OBS.: o autor, portanto, já deve declinar, na petição inicial, se tem ou não
interesse na realização dessa audiência prévia; no entanto, ela só não se realizará se o réu ou
os réus também manifestarem por petição, até 10 dias antes da data designada, que não tem
interesse na autocomposição do litígio.
O novo CPC não mais estabelece como requisito essencial o requerimento
para a citação do réu; isso porque a citação é indispensável para a validade e a eficácia da
relação processual e se realizará independentemente de qualquer postulação do promovente.
No novo procedimento comum, previsto no CPC de 2015, o réu é citado para
comparecer à audiência prévia de conciliação ou de mediação; caso a causa não admita
autocomposição, o juiz não designará essa audiência e o réu já será citado para apresentar
contestação em 15 dias; se a audiência inicialmente designada não se realizar pela
manifestação antecipada de ambas as partes que não têm interesse na autocomposição do
litígio, o prazo para contestar observará o disposto no artigo 335 (CPC de 2015).
“Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de
15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de
conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver
autocomposição;
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação
ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º,
inciso I;
III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação,
nos demais casos.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, §
6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de
apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo
litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o
prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a
desistência.”
No processo de execução, o réu é citado para cumprir a obrigação e no
procedimento de concessão de tutela cautelar requerida em caráter antecedente o requerido é
citado para contestar o pedido em cinco dias (v. art. 306 do CPC de 2015).

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Outras exigências legais:


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Na fase postulatória, também temos atividade probatória das partes; o autor
deve instruir a petição inicial com os documentos indispensáveis à propositura da ação (v.
arts. 283 do CPC de 1973 e 320 do CPC de 2015).
São os chamados documentos substanciais e fundamentais.
a) documentos substanciais (v. art. 366 do CPC de 1973 e 406 do CPC de
2015); conforme enuncia referido artigo 406, que reproduz basicamente o artigo 366 do
CPC vigente, “quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato,
nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta”; são aqueles,
portanto, que a lei expressamente exige para fazer prova de um ato ou de um negócio
jurídico. Exemplos: em uma ação reivindicatória de bem imóvel, o autor deve apresentar
desde logo a escritura pública registrada no ofício imobiliário; em ação de divórcio, o autor
deve apresentar com a inicial a certidão do registro civil do casamento.
b) documentos fundamentais – são aqueles mencionados como fundamento
da pretensão do autor. Exemplo: em uma ação de rescisão de contrato, o autor deve exibir
desde logo o instrumento respectivo, em que fundamenta a sua pretensão.
Instrumento do mandato: o advogado que subscreve a petição inicial deve
apresentar, desde logo, o instrumento da procuração que lhe foi conferido pelo autor, salvo
se postular em causa própria (v. arts. 36 a 40 do CPC de 1973 e 103 a 107 do CPC de 2015).
CAPÍTULO III CAPÍTULO III
DOS PROCURADORES DOS PROCURADORES
Art. 36. A parte será representada em juízo por Art. 103. A parte será representada em juízo por
advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-á lícito, advogado regularmente inscrito na Ordem dos
no entanto, postular em causa própria, quando Advogados do Brasil.
tiver habilitação legal ou, não a tendo, no caso de
falta de advogado no lugar ou recusa ou
impedimento dos que houver.
Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa
própria quando tiver habilitação legal.
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.649, de 1998)
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.649, de 1998)
Art. 37. Sem instrumento de mandato, o Art. 104. O advogado não será admitido a postular
advogado não será admitido a procurar em juízo. em juízo sem procuração, salvo para evitar
Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, preclusão, decadência ou prescrição, ou para
a fim de evitar decadência ou prescrição, bem praticar ato considerado urgente.
como intervir, no processo, para praticar atos
reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se
obrigará, independentemente de caução, a exibir o
instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze)
dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por
despacho do juiz.
§ 1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado
deverá, independentemente de caução, exibir a
procuração no prazo de 15 (quinze) dias,
prorrogável por igual período por despacho do juiz.
Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, § 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz
serão havidos por inexistentes, respondendo o relativamente àquele em cujo nome foi praticado,
advogado por despesas e perdas e danos. respondendo o advogado pelas despesas e perdas e
danos.

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Art. 38. A procuração geral para o foro, conferida Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada
por instrumento público, ou particular assinado por instrumento público ou particular assinado pela
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
pela parte, habilita o advogado a praticar todos os parte, habilita o advogado a praticar todos os atos
atos do processo, salvo para receber citação do processo, exceto receber citação, confessar,
inicial, confessar, reconhecer a procedência do reconhecer a procedência do pedido, transigir,
pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a
sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e
firmar compromisso. assinar declaração de hipossuficiência econômica,
que devem constar de cláusula específica.
Parágrafo único. A procuração pode ser assinada § 1º A procuração pode ser assinada digitalmente,
digitalmente com base em certificado emitido por na forma da lei.
Autoridade Certificadora credenciada, na forma
da lei específica.
§ 2º A procuração deverá conter o nome do
advogado, seu número de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil e endereço completo.
§ 3º Se o outorgado integrar sociedade de
advogados, a procuração também deverá conter o
nome desta, seu número de registro na Ordem dos
Advogados do Brasil e endereço completo.
§ 4º Salvo disposição expressa em sentido contrário
constante do próprio instrumento, a procuração
outorgada na fase de conhecimento é eficaz para
todas as fases do processo, inclusive para o
cumprimento de sentença.
Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte quando Art. 106. Quando postular em causa própria,
postular em causa própria: incumbe ao advogado:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o
endereço em que receberá intimação; endereço, seu número de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil e o nome da sociedade de
advogados da qual participa, para o recebimento de
intimações;
II - comunicar ao escrivão do processo qualquer II – comunicar ao juízo qualquer mudança de
mudança de endereço. endereço.
Parágrafo único. Se o advogado não cumprir o § 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso
disposto no I deste artigo, o juiz, antes de I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo
determinar a citação do réu, mandará que se supra de cinco dias, antes de determinar a citação do réu,
a omissão no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de indeferimento da petição.
sob pena de indeferimento da petição; se infringir
o previsto no II, reputar-se-ão válidas as
intimações enviadas, em carta registrada, para o
endereço constante dos autos.
§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II,
serão consideradas válidas as intimações enviadas
por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço
constante dos autos.
Art. 40. O advogado tem direito de: Art. 107. O advogado tem direito a:
I - examinar, em cartório de justiça e secretaria de I – examinar, em cartório de fórum e secretaria de
tribunal, autos de qualquer processo, salvo o tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer
disposto no art. 155; processo, independentemente da fase de
tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o
registro de anotações, salvo na hipótese de segredo
de justiça, nas quais apenas o advogado constituído
terá acesso aos autos;
II - requerer, como procurador, vista dos autos de II – requerer, como procurador, vista dos autos de
qualquer processo pelo prazo de 5 (cinco) dias; qualquer processo, pelo prazo de cinco dias;
III - retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo III – retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo
prazo legal, sempre que lhe competir falar neles prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por
por determinação do juiz, nos casos previstos em determinação do juiz, nos casos previstos em lei.
lei.
§ 1º Ao receber os autos, o advogado assinará § 1º Ao receber os autos, o advogado assinará carga

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carga no livro competente. em livro ou documento próprio.


Resumo
§ 2º Sendo comum alunos
às partes completo
o prazo, só em- agosto-2017
§ 2º Sendo o - processo
prazo comume às procedime…
partes, os
conjunto ou mediante prévio ajuste por petição procuradores poderão retirar os autos somente em
nos autos, poderão os seus procuradores retirar os conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos
autos, ressalvada a obtenção de cópias para a qual autos.
cada procurador poderá retirá-los pelo prazo de 1 § 3º Na hipótese do § 2º, é lícito ao procurador
(uma) hora independentemente de ajuste. retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo
de duas a seis horas, independentemente de ajuste e
sem prejuízo da continuidade do prazo.
§ 4º O procurador perderá no mesmo processo o
direito a que se refere o § 3º se não devolver os
autos tempestivamente, salvo se o prazo for
prorrogado pelo juiz.
De se registrar que, em situações emergenciais, o advogado poderá intentar a
ação e pedir prazo para exibir o instrumento de mandato.

Emenda ou complementação da petição inicial:


(v. arts. 284 do CPC de 1973 e 321 do CPC de 2015).
O juiz, no controle prévio de admissibilidade da petição inicial, pode
identificar defeitos capazes de dificultar a defesa ou o julgamento do mérito. Deve
determinar então a emenda ou complementação da petição. Se a diligência não for cumprida
a contento, tem lugar o indeferimento da petição inicial, com a extinção do processo na fase
cognitiva, sem exame do mérito (v. arts. 267, I, CPC de 1973 e 485, I, do CPC de 2015).
No CPC de 2015, o prazo para essa emenda ou complementação da inicial
passou a ser de 15 dias; e o juiz deve indicar com precisão o que deve ser corrigido ou
completado.
Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial Art. 321. Verificando o juiz que a petição inicial
não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou
283, ou que apresenta defeitos e irregularidades que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
capazes de dificultar o julgamento de mérito, dificultar o julgamento de mérito, determinará que
determinará que o autor a emende, ou a complete, o autor, no prazo de quinze dias, a emende ou a
no prazo de 10 (dez) dias. complete, indicando com precisão o que deve ser
corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a Parágrafo único. Se o autor não cumprir a
diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

Causas de indeferimento da petição inicial:


Seção III (CPC de 1973) Seção III (CPC de 2015)
Do Indeferimento da Petição Inicial Do Indeferimento da Petição Inicial
Art. 295. A petição inicial será indeferida: Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - quando for inepta; I – for inepta;
II - quando a parte for manifestamente ilegítima; II – a parte for manifestamente ilegítima;
III - quando o autor carecer de interesse III – o autor carecer de interesse processual;
processual;
IV - quando o juiz verificar, desde logo, a
decadência ou a prescrição (art. 219, § 5o);
V - quando o tipo de procedimento, escolhido
pelo autor, não corresponder à natureza da causa,
ou ao valor da ação; caso em que só não será
indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de
procedimento legal;
VI - quando não atendidas as prescrições dos arts. IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106[2] e
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 24/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

39, parágrafo único, primeira parte, e 284. 321[3].


ParágrafoResumo alunos inepta
único. Considera-se completo - agosto-2017
a petição § 1º Considera-se-inepta
processo
a petição e procedime…
inicial quando:
inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as


hipóteses legais em que se permite o pedido
genérico;
II - da narração dos fatos não decorrer III – da narração dos fatos não decorrer
logicamente a conclusão; logicamente a conclusão;
III - o pedido for juridicamente impossível;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de
obrigação decorrente de empréstimo,
financiamento ou alienação de bens, o autor terá
de, sob pena de inépcia, discriminar na petição
inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas
que pretende controverter, além de quantificar o
valor incontroverso do débito.
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo
contratados.

I - inépcia da petição inicial: diz respeito à imperfeição do libelo, ou seja,


deficiência na formulação do pedido ou da causa de pedir; não é, portanto, qualquer defeito
que representa essa inépcia; ver então as hipóteses no parágrafo único do artigo 295 do CPC
de 1973 e no § 1º do artigo 330 do CPC de 2015;
II - ilegitimidade “ad causam” manifesta, ativa ou passiva: considerando
a situação fática exposta na inicial, pode o juiz verificar desde logo a ilegitimidade das
partes, pronunciando-a;
III - falta de interesse processual: o juiz irá verificar a necessidade e
utilidade da prestação jurisdicional; exemplo: o juiz verifica que o medicamento está
disponível na rede pública, podendo ser obtido sem a prestação jurisdicional; é caso então de
reconhecer a falta de interesse de agir, indeferindo desde logo a petição inicial;
OBS.: a) nas hipóteses dos incisos II e III identifica-se a carência da ação
(falta de condições da ação);
b) o exame da presença das condições da ação deve ser feito pelo juiz com
abstração do fato do autor ter ou não o direito que se atribui, ou seja, se as afirmações do
autor são verdadeiras ou não é questão que envolve o mérito da causa e não a carência da
ação;
c) no CPC de 2015 a ocorrência de decadência ou prescrição, identificada
desde logo pelo juiz no controle de admissibilidade da petição inicial, não induz ao
indeferimento desta (conforme técnica estabelecida no CPC de 1973), mas ao julgamento
liminar de improcedência do pedido, tal como previsto no artigo 332, § 1º[4];
d) no CPC de 2015 não mais consta, como causa de indeferimento da inicial,
a impossibilidade de adaptação ao tipo de procedimento legal (v. inciso V do art. 295 do
CPC de 1973, supra transcrito);
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 25/159
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IV - não atendimento das prescrições dos artigos 106 e 321 do CPC de


Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
2015 – v. transcrição anterior desses dois dispositivos em rodapé.
OBS.: o fato do juiz receber a petição inicial não afasta a possibilidade de
indeferi-la posteriormente, de ofício ou mediante provocação do réu. Não há preclusão para
o juiz, pois a aptidão da petição inicial é requisito essencial para a outorga da prestação
jurisdicional.
O provimento do juiz que indefere a petição inicial representa uma sentença
terminativa, extinguindo-se então o processo sem exame do mérito na fase de conhecimento
(v. art. 267, I, do CPC de 1973 e 485, I, do CPC de 2015). Cabe recurso de apelação, no
prazo de quinze dias.
Normalmente, diante do recurso de apelação, o juiz não pode exercer o
chamado juízo de retratação, ou seja, não pode reformar a sentença proferida.
Mas temos três hipóteses excepcionais em que o juízo de retratação é
admitido, diante da apelação do autor:
1 – v. arts. 296 do CPC de 1973 e 331 do CPC de 2015:
Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor
poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco
(quarenta e oito) horas, reformar sua decisão. dias, retratar-se.
Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, § 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar
os autos serão imediatamente encaminhados ao o réu para responder ao recurso.
tribunal competente.
§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o
prazo para a contestação começará a correr da
intimação do retorno dos autos, observado o
disposto no art. 334.
§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado
do trânsito em julgado da sentença.

Nessa primeira hipótese, o juiz indefere liminarmente a petição inicial, ou


seja, antes da citação do réu;
se o autor apelar, o juiz poderá reformar a sentença proferida e determinar o
prosseguimento da ação (no CPC de 1973 a retratação deveria se dar no prazo de 48 horas,
enquanto no CPC de 2015 esse prazo passou a ser de cinco dias);
no CPC de 1973, se o juiz não reformasse sua sentença, determinava então a
imediata remessa dos autos ao Tribunal para julgamento da apelação; não havia previsão de
citação do réu para responder ao recurso; já no CPC de 2015, se não houver retratação, o
réu deverá ser citado para responder ao recurso; por via de consequência, se a sentença for
reformada pelo Tribunal, com determinação de prosseguimento da ação, o prazo para o réu
contestar começará a correr automaticamente da intimação do retorno dos autos, observado
o disposto no art. 334;

2 – v. arts. 285-A do CPC de 1973 e 332 do CPC de 2015:


CAPÍTULO III
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 26/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

PEDIDO
Resumo
Art. 285-A. Quando alunos completofor
a matéria controvertida - agosto-2017
Art. 332. Nas -causasprocesso e procedime…
que dispensem a fase
unicamente de direito e no juízo já houver sido instrutória, o juiz, independentemente da citação do
proferida sentença de total improcedência em réu, julgará liminarmente improcedente o pedido
outros casos idênticos, poderá ser dispensada a que contrariar:
citação e proferida sentença, reproduzindo-se o
teor da anteriormente prolatada.
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de
resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça
sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado
do trânsito em julgado da sentença, nos termos do
art. 241.
§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, § 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se
no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença em 5 (cinco) dias.
e determinar o prosseguimento da ação.
§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada a § 4º Se houver retratação, o juiz determinará o
citação do réu para responder ao recurso. prosseguimento do processo, com a citação do réu,
e, se não houver retratação, determinará a citação
do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de
15 (quinze) dias.

Temos julgamento liminar de mérito nessas hipóteses, ou seja, ocorrerá o


julgamento de plano da causa, prescindindo-se da citação do réu; isso é possível quando a
matéria controvertida for exclusivamente de direito, ou seja, quando a causa dispensa
a fase instrutória;
no CPC de 1973, para que ocorresse esse julgamento liminar de mérito,
bastaria que naquele juízo já tivesse sido proferida sentença de total improcedência em
outros casos idênticos, reproduzindo-se então o teor da anteriormente prolatada;
já no CPC de 2015, tem lugar a improcedência liminar do pedido do autor
se ele contrariar a jurisprudência consolidada no âmbito dos tribunais superiores ou
enunciado de súmula de Tribunal de Justiça sobre direito local; cabe também o julgamento
liminar de improcedência se o juiz verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou
prescrição;
o autor pode então apelar dessa sentença de improcedência, no prazo de
quinze dias; diante da apelação do autor, o juiz poderá reformar essa sentença em cinco dias,
determinando o prosseguimento da ação; mantida a sentença, o réu deverá ser citado para
responder o recurso, em quinze dias; na sequência, os autos são remetidos ao tribunal
competente para julgamento do apelo.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 27/159
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3 – v. art. 485, § 7º, do CPC/2015, sem correspondência com o CPC/73.


Art. 485.Resumo alunos
O juiz não resolverá completo
o mérito quando: - agosto-2017 - processo e procedime…
I – indeferir a petição inicial;
II – o processo ficar parado durante mais de um ano por negligência das partes;
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais
de trinta dias;
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo;
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral
reconhecer sua competência;
VIII – homologar a desistência da ação;
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e

X – nos demais casos prescritos neste Código.


§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta
no prazo de cinco dias.
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao
inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e
grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de
requerimento do réu.
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz
terá cinco dias para retratar-se.

O CPC/2015 inovou no particular, permitindo que o juiz também possa


retratar-se quando interposta a apelação em qualquer dos casos em que profere sentença sem
resolução do mérito (v. art. 485, § 7º).
Nessas hipóteses, portanto, passou-se a admitir o chamado juízo de
retratação, ou seja, interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos do
citado artigo 485, o juiz terá 5 dias para proferir outra sentença, apreciando então o mérito
da causa; se não houver retratação, o recurso será então processado e encaminhado
oportunamente ao tribunal competente.

ALTERAÇÕES DA PETIÇÃO INICIAL


Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor Art. 329. O autor poderá:
modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o I – até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a
consentimento do réu, mantendo-se as mesmas causa de pedir, independentemente de
partes, salvo as substituições permitidas por lei. consentimento do réu;
II – até o saneamento do processo, aditar ou alterar
o pedido e a causa de pedir, com consentimento do
réu, assegurado o contraditório mediante a
possibilidade de manifestação deste no prazo
mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o
requerimento de prova suplementar.
Parágrafo único. A alteração do pedido ou da Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à
causa de pedir em nenhuma hipótese será reconvenção e à respectiva causa de pedir.
permitida após o saneamento do processo.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 28/159
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Alterações objetivas: dizem respeito ao libelo, ou seja, à indicação da causa


Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
de pedir e do pedido.
Antes da citação do réu, a alteração ou o aditamento do pedido ou da causa
de pedir são admitidos sem restrições. Após a citação, a alteração ou o aditamento
dependem de consentimento do réu, assegurando-se, todavia, o contraditório; proferida
decisão de saneamento, tais alterações objetivas não mais serão admitidas (v. artigos supra
transcritos).
Alterações subjetivas: dizem respeito às partes. Após a citação, só são
admitidas as substituições previstas em lei.
No caso de falecimento, a parte deve ser substituída pelo espólio ou pelos
herdeiros e sucessores.
Alegada pelo réu sua ilegitimidade ad causam, deverá ele indicar quem deve
legitimamente figurar como sujeito passivo da relação jurídica discutida; no CPC de 1973
havia previsão de nomeação à autoria, como forma de intervenção de terceiros (v. arts. 64 a
69); no CPC de 2015, essa indicação deve ser feita na própria contestação, conforme artigo
339, verbis:
“Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da
relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as
despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de
indicação.
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da
petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art.
338.
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para
incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.”
Aceita essa indicação, teremos então a substituição do réu originário; no CPC
de 2015, o autor pode optar pela formação de litisconsórcio passivo, incluindo então na
relação processual o sujeito indicado pelo réu.
Em caso de alienação ou cessão do direito ou da coisa litigiosa, no curso de
processo já instaurado, só haverá substituição do vendedor ou cedente pelo adquirente ou
cessionário com anuência do adversário (v. arts. 42 do CPC de 1973 e 109 do CPC de 2015).

CAPÍTULO IV (CPC DE 1973) CAPÍTULO IV (CPC DE 2015)


DA SUBSTITUIÇÃO DAS PARTES E DOS DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS
PROCURADORES PROCURADORES
Art. 41. Só é permitida, no curso do processo, a Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a
substituição voluntária das partes nos casos sucessão voluntária das partes nos casos expressos
expressos em lei. em lei.
Art. 42. A alienação da coisa ou do direito Art. 109. A alienação da coisa ou direito litigioso
litigioso, a título particular, por ato entre vivos, por ato entre vivos, a título particular, não altera a
não altera a legitimidade das partes. legitimidade das partes.
§ 1º O adquirente ou o cessionário não poderá § 1º O adquirente ou cessionário não poderá
ingressar em juízo, substituindo o alienante, ou o ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou
cedente, sem que o consinta a parte contrária. cedente, sem que o consinta a parte contrária.
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§ 2º O adquirente ou o cessionário poderá, no § 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no


entanto, intervir no processo, assistindo o processo como assistente litisconsorcial do
Resumo alunos completo - agosto-2017
alienante ou o cedente.
- processo e procedime…
alienante ou cedente.
§ 3º A sentença, proferida entre as partes § 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida
originárias, estende os seus efeitos ao adquirente entre as partes originárias ao adquirente ou
ou ao cessionário. cessionário.
Art. 43. Ocorrendo a morte de qualquer das Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das
partes, dar-se-á a substituição pelo seu espólio ou partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou seus
pelos seus sucessores, observado o disposto no sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1º
art. 265. e 2º.

PEDIDO
É o objeto da ação. É a expressão da pretensão do demandante. Não há ação
sem pedido.
No pedido temos a postulação de uma providência jurisdicional na tutela de
um bem jurídico.
Fala-se então em pedido imediato e pedido mediato.
O pedido imediato corresponde à providência jurisdicional pretendida pela
parte. No processo de conhecimento, a providência jurisdicional almejada é uma sentença de
mérito, que pode ser meramente declaratória, condenatória ou constitutiva.
Já o pedido mediato corresponde ao bem jurídico (bem da vida) a ser
tutelado pelo órgão jurisdicional.
Ex.: em uma ação de indenização, o pedido imediato é a sentença
condenatória; já o pedido mediato é a reparação dos danos ocasionados ao autor.
Ex.: em uma ação de rescisão de negócio jurídico (contrato), o pedido
imediato será a prolação de sentença constitutiva; já o pedido mediato é a desconstituição do
negócio jurídico.
Ex.: em uma ação declaratória de nulidade de negócio jurídico, por
incapacidade absoluta do contratante, o pedido imediato é a sentença meramente
declaratória e o pedido mediato corresponde justamente à declaração judicial da nulidade.
Nesse caso (nas ações meramente declaratórias) o pedido imediato e o mediato se
confundem; a simples declaração judicial já esgota a finalidade da ação.

REQUISITOS DO PEDIDO
(v. art. 286, caput, do CPC de 1973 e arts. 322 e 324 do CPC de 2015)
O pedido deve ser certo, determinado e concludente.
Pedido certo: quer dizer pedido expresso, explícito.
Pedido determinado: significa pedido delimitado na sua qualidade e na sua
quantidade. O pedido mediato pode ser indeterminado em alguns casos.
Pedido concludente: deve resultar logicamente da causa de pedir (caso
contrário, haverá inépcia da petição inicial).
É o pedido que vai delimitar o conteúdo da sentença. O juiz fica adstrito
(vinculado) ao que foi postulado pela parte.
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ESPÉCIES
Resumo DE PEDIDO
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1 - Pedido determinado ou genérico: arts. 286, I a III, do CPC de 1973 e
324, § 1º, do CPC de 2015.
Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. Art. 324. O pedido deve ser determinado.
É lícito, porém, formular pedido genérico: § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se não puder o autor I – nas ações universais, se o autor não puder
individuar na petição os bens demandados; individuar os bens demandados;
II - quando não for possível determinar, de modo II – quando não for possível determinar, desde
definitivo, as consequências do ato ou do fato logo, as consequências do ato ou do fato;
ilícito;
III - quando a determinação do valor da III – quando a determinação do objeto ou do valor
condenação depender de ato que deva ser da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu. praticado pelo réu.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à
reconvenção.

O pedido é determinado desde que assinale todas as características do bem


jurídico pretendido, de modo a distingui-lo de qualquer outro. Em princípio, o autor deve
indicar o que é devido (“an debeatur”) e o quanto devido (“quantum debeatur”).
O pedido genérico é aquele determinado no que toca ao que é devido, mas
indeterminado no que se refere ao quantum devido. A definição do quantum devido pode
ocorrer na própria sentença de mérito ou será relegada para a fase de liquidação de sentença.
I – É possível pedido genérico nas ações universais. A ação universal se
refere a uma universalidade de fato (rebanho, biblioteca) ou de direito (herança). Exemplo: o
filho não reconhecido pelo de cujus ingressa com ação de investigação de paternidade mais
petição de herança; no que toca ao segundo pedido, postulará o seu quinhão na herança sem
individualizar os bens que vão integrar esse quinhão.
II – É possível pedido genérico quando não for possível determinar desde
logo as consequências do ato ou fato ilícito. Exemplo: o autor pede a condenação do réu a
compor danos materiais e morais sem definir o valor devido, que será apurado no curso do
procedimento ou na fase de liquidação de sentença.
III – Também é possível pedido genérico quando a determinação do valor
devido depender de ato a ser praticado pelo réu. Ex.: ação de prestação de contas; eventual
saldo credor só será definido a partir da exibição das contas pelo réu.
2 - Pedido fixo ou alternativo: arts. 288 do CPC de 1973 e 325 do CPC de
2015.
Art. 288. O pedido será alternativo, quando, pela Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela
natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a
prestação de mais de um modo. prestação de mais de um modo.
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato,
contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o
assegurará o direito de cumprir a prestação de um direito de cumprir a prestação de um ou de outro
ou de outro modo, ainda que o autor não tenha modo, ainda que o autor não tenha formulado
formulado pedido alternativo. pedido alternativo.

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O autor pode formular pedido alternativo quando, pela natureza da


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obrigação, ela puder ser cumprida pelo réu por mais de um modo. Exemplo 1: ação de
depósito; o autor pede a entrega do bem objeto do contrato ou o pagamento do equivalente
em dinheiro. Exemplo 2: o adquirente de um terreno verifica que falta metragem em razão
da venda contratada; pode pedir a complementação da área ou o abatimento do preço.
De uma forma ou de outra, nesses exemplos, o autor terá a sua pretensão
satisfeita.
OBS.: Somente se fala em pedido alternativo se a escolha couber ao réu. Se a
opção é do autor, ele deve apresentá-la na petição inicial, não sendo caso então de pedido
alternativo.
3 - Pedido principal e pedidos sucessivos ou subsidiários: arts. 289 do
CPC de 1973 e 326 do CPC de 2015.
Art. 289. É lícito formular mais de um pedido em Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em
ordem sucessiva, a fim de que o juiz conheça do ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do
posterior, em não podendo acolher o anterior. posterior, em não acolhendo o anterior.
Parágrafo único. É lícito formular mais de um
pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um
deles.

É possível formular mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o


juiz conheça do posterior, se não puder acolher o anterior. Apresenta-se, então, um pedido
principal e outro, subsidiariamente, caso aquele pedido principal não possa ser acolhido.
Nesse caso, o juiz deve apreciar os pedidos na ordem em que foram apresentados. Ex.: “A”
recebeu área menor do que a adquirida. Pede, então, em juízo, em primeiro lugar, a
complementação da área, apresentando, em caráter subsidiário, pedido de rescisão do
contrato e composição de perdas e danos.
No CPC de 2015, o parágrafo único do art. 326 preconiza a possibilidade de
formulação de mais de um pedido, conferindo ao juiz alternativa para acolher um deles; o
juiz então não fica vinculado a uma ordem pré-estabelecida pela parte.
4 - Pedido de prestações periódicas: arts. 290 do CPC de 1973 e 323 do
CPC de 2015.
Art. 290. Quando a obrigação consistir em Art. 323. Na ação que tiver por objeto
prestações periódicas, considerar-se-ão elas cumprimento de obrigação em prestações
incluídas no pedido, independentemente de sucessivas, essas serão consideradas incluídas no
declaração expressa do autor; se o devedor, no pedido, independentemente de declaração expressa
curso do processo, deixar de pagá-las ou de do autor, e serão incluídas na condenação,
consigná-las, a sentença as incluirá na enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso
condenação, enquanto durar a obrigação. do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
Esse pedido diz respeito ao cumprimento de obrigações de trato sucessivo,
ou seja, que se prolongam no tempo. Nesse caso, o autor pode pedir que sejam incluídas na
condenação as prestações que se vencerem no curso do procedimento (normalmente, as que
se vencerem até o trânsito em julgado da sentença seriam exigíveis do devedor nesse
processo).

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OBS.: fala-se em prestações vincendas.


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Ex.: ações de cobrança de encargos condominiais, de alimentos, aluguéis,
prestações de financiamentos, etc.
OBS.: as prestações vincendas podem ser incluídas na condenação
independentemente de postulação expressa do autor, enquanto perdurar a obrigação.
5 - Pedido cominatório.
CPC DE 1973 CPC DE 2015
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o
o juiz concederá a tutela específica da obrigação pedido, concederá a tutela específica ou
ou, se procedente o pedido, determinará determinará providências que assegurem a
providências que assegurem o resultado prático obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente ao do adimplemento. equivalente.
§ 3o Sendo relevante o fundamento da demanda e
havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou mediante justificação prévia,
citado o réu. A medida liminar poderá ser
revogada ou modificada, a qualquer tempo, em
decisão fundamentada.
§ 4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo
anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for
suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento
do preceito.
§ 5o Para a efetivação da tutela específica ou a
obtenção do resultado prático equivalente, poderá
o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as
medidas necessárias, tais como a imposição de
multa por tempo de atraso, busca e apreensão,
remoção de pessoas e coisas, desfazimento de
obras e impedimento de atividade nociva, se
necessário com requisição de força policial.
§ 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou
a periodicidade da multa, caso verifique que se
tornou insuficiente ou excessiva.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela
específica destinada a inibir a prática, a reiteração
ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é
irrelevante a demonstração da ocorrência de dano
ou da existência de culpa ou dolo.

Cominar significa ameaçar pena, sanção.


Esse pedido cominatório diz respeito às ações que visam o adimplemento de
obrigações de fazer e de não fazer. O CPC estabelece medidas que podem ser determinadas
pelo juiz para que se possa alcançar a tutela específica da obrigação, ou seja, resultado
prático equivalente ao cumprimento espontâneo da obrigação pelo devedor. Uma das
medidas é a fixação de pena pecuniária (“astreintes”) por dia de atraso no cumprimento da
prestação.
6 - Pedidos cumulados: arts. 292 do CPC de 1973 e 327 do CPC de 2015.
Art. 292. É permitida a cumulação, num único Art. 327. É lícita a cumulação, em um único
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 33/159
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processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos,
ainda que entre eles não haja conexão. ainda que entre eles não haja conexão.
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§ 1o São requisitos de admissibilidade da § 1º São requisitos de admissibilidade da
cumulação: cumulação que:
I - que os pedidos sejam compatíveis entre si; I – os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - que seja competente para conhecer deles o II – seja competente para conhecer deles o mesmo
mesmo juízo; juízo;
III - que seja adequado para todos os pedidos o III – seja adequado para todos os pedidos o tipo de
tipo de procedimento. procedimento.
§ 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo
diverso de procedimento, admitir-se-á a diverso de procedimento, será admitida a
cumulação, se o autor empregar o procedimento cumulação se o autor empregar o procedimento
ordinário. comum, sem prejuízo do emprego das técnicas
processuais diferenciadas previstas nos
procedimentos especiais a que se sujeitam um ou
mais pedidos cumulados, que não forem
incompatíveis com as disposições sobre o
procedimento comum.
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações
de pedidos de que trata o art. 326.

É possível cumular no mesmo processo vários pedidos contra o mesmo réu,


ainda que entre eles não haja conexão, ou seja, decorram de relações jurídicas distintas. Ex.:
o autor pede a condenação do réu ao pagamento de uma dívida decorrente de contrato de
empréstimo e outra decorrente de contrato de prestação de serviços.
Essa cumulação de pedidos pode também decorrer da mesma relação
jurídica. Ex.: autor pede a rescisão de um contrato mais a composição de perdas e danos.
Ex.: o autor reclama o reconhecimento da paternidade mais a condenação do réu a pagar
alimentos.

Requisitos de admissibilidade da cumulação:


- Compatibilidade entre os pedidos, ou seja, um pedido não pode excluir o
outro. Ex.: em uma ação de depósito, o autor não pode pedir a entrega da coisa mais o
pagamento do equivalente em dinheiro. Nesse caso, é possível formular pedido alternativo.
- Competência do mesmo juízo para conhecer dos pedidos cumulados.
Muitas vezes, não se pode cumular os pedidos em razão da incompetência absoluta do juízo
para conhecer de todos eles. Ex.: empregado dispensado pela empresa pretende reclamar em
juízo o pagamento das verbas rescisórias, bem como de uma quantia que emprestou à
empregadora. Nesta hipótese, não é possível a cumulação, pois o pagamento das verbas
trabalhistas deve ser postulado perante a Justiça do Trabalho e o pagamento do valor do
empréstimo deve ser reclamado perante a Justiça Comum Estadual.
- Adequação do mesmo tipo de procedimento para deduzir os pedidos
cumulados. Muitas vezes, temos pedidos a serem cumulados, mediante ações de ritos
especiais inconciliáveis. Ex.: pedido de prestação de contas e de consignação em
pagamento. Nessas hipóteses, o legislador criou procedimentos específicos, tendo em vista
as peculiaridades da pretensão, considerado o direito material.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 34/159
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OBS.: a regra do § 2º do art. 327 do CPC de 2015 permite a cumulação


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quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, se o autor empregar o
procedimento comum; podem ser empregadas as técnicas processuais diferenciadas relativas
aos procedimentos especiais, desde que não sejam incompatíveis com as disposições sobre o
procedimento comum.

INTERPRETAÇÃO DO PEDIDO
Arts. 293 do CPC de 1973 e 322 do CPC de 2015.
Art. 293. Os pedidos são interpretados Art. 322. O pedido deve ser certo.
restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no § 1º Compreendem-se no principal os juros legais,
principal os juros legais. a correção monetária e as verbas de sucumbência,
inclusive os honorários advocatícios.
§ 2º A interpretação do pedido considerará o
conjunto da postulação e observará o princípio da
boa-fé.

Os pedidos devem ser interpretados restritivamente pelo juiz, ou seja, o juiz


fica adstrito ao que foi expressamente postulado pela parte. O pedido deve ser certo, ou seja,
expresso, explícito. Assim, não se admite, via de regra, pedido implícito. Mas temos
exceções previstas em lei. Certos pedidos consideram-se compreendidos no pedido
principal, ou seja, podem ser considerados pelo juiz independentemente de postulação
expressa pela parte.

EXCEÇÕES PREVISTAS EM LEI:


- incidência dos juros legais;
- incidência de correção monetária;
- condenação nas verbas da sucumbência;
- inclusão na condenação das prestações vincendas: arts. 290 do CPC de 1973
e 323 do CPC de 2015.

TUTELA PROVISÓRIA
No sistema do CPC, temos duas espécies de tutela provisória:
1 – tutela provisória antecipada, que pode fundamentar-se em
“urgência” ou “evidência” (v. arts. 273 do CPC de 1973 e 294 do CPC de 2015);
representa instituto típico de processo de conhecimento, pois envolve a antecipação do
próprio provimento jurisdicional de mérito ou dos seus efeitos, ou seja, corresponde a
adiantamento da tutela final, a ser outorgada na sentença de mérito de um processo de
conhecimento; na concepção do CPC de 1973, a tutela provisória antecipada só poderia ser
obtida nos autos do processo de conhecimento já instaurado, existindo previsão de requisitos
específicos no citado artigo 273 (CPC/1973);
No CPC de 2015, a parte pode também deduzir desde logo o pedido de tutela
final, instaurando processo de conhecimento, reclamando, já na petição inicial ou mesmo no

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 35/159
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curso do procedimento, a antecipação da tutela de mérito pretendida; mas o legislador


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inovou, permitindo que o autor possa apresentar, na petição inicial, apenas o pedido de
tutela urgente antecipada, indicando em que consistirá o pedido de tutela final; nesse caso,
se a tutela urgente antecipada for concedida pelo juiz e o réu não recorrer contra essa
decisão, esse provimento provisório se estabilizará (v. art. 304 do CPC de 2015); o processo
será então extinto e a tutela antecipada conservará seus efeitos, enquanto não revista,
reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida em ação própria, ou seja, em um
novo processo, a ser iniciado por qualquer das partes (v. §§ 1º a 6º do art. 304 do CPC de
2015).
Como se vê, o novo Código cuidou de disciplinar um procedimento
específico para a tutela antecipada requerida em caráter antecedente (ou seja, provimento
provisório requerido antes da apresentação do pedido de tutela final), quando estiver
presente o perigo da demora da prestação da tutela jurisdicional definitiva (v. arts. 303 e 304
do CPC de 2015).
É de se considerar, por outro lado, que a tutela antecipada provisória pode
fundamentar-se em evidência, ou seja, pode ser requerida e concedida sem o pressuposto da
urgência (sem a presença do periculum in mora).
De acordo com o artigo 311 do CPC de 2015:
“A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de
dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório
da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob
cominação de multa;
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.”
Cumpre observar aqui que o texto do novo CPC traz inovações e uma nova
técnica na disciplina da antecipação da tutela de mérito.

2 - tutela cautelar.
No CPC de 1973, a medida cautelar, antecedente ou incidental, deveria ser
sempre requerida em processo autônomo (v. arts. 796 e seguintes); falava-se em processo
acessório, que visava simplesmente assegurar a eficácia e utilidade do processo principal,
que poderia ser de conhecimento ou de execução.
No novo CPC, operou-se uma alteração substancial no sistema voltado à
concessão da tutela cautelar; o legislador procurou unificar, na parte geral do Código, o
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regime das tutelas provisórias.


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Mas continuam existindo diferenças entre a tutela cautelar e a tutela
antecipada, embora ambas sejam concedidas pelo juiz a partir de cognição sumária
(averiguação superficial e provisória dos fatos da causa).
A propósito, o parágrafo único do artigo 294 do CPC de 2015 estabelece
devidamente que a tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida
em caráter antecedente ou incidental; ou seja, faz clara distinção entre a tutela de urgência
antecipada, de caráter satisfativo, e a outra, de caráter meramente preventivo (tutela
cautelar).

Tutela Antecipada
O art. 273 do CPC de 1973 é que veio a instituir a possibilidade da
antecipação da tutela de mérito pretendida pela parte, em qualquer processo de
conhecimento, mediante cognição sumária (averiguação superficial e provisória dos fatos da
causa).
A sentença de mérito é proferida a partir de uma cognição exauriente, ou
seja, a partir de um exame aprofundado dos elementos de convicção coligidos no curso do
procedimento.
O juiz pode, então, a requerimento da parte, antecipar total ou parcialmente o
próprio provimento de mérito pretendido ou os seus efeitos. Essa tutela provisória é instituto
típico de processo de conhecimento, pois apenas neste tipo de processo temos o julgamento
do mérito de uma causa.
A ideia do legislador foi a de evitar os males corrosivos do tempo no
processo, tratando de forma diferenciada o direito que se mostra evidente. Quando concede
a tutela antecipada, o juiz adianta os efeitos da sentença de mérito a ser proferida na ação de
conhecimento.
Ex.: “A” comprou um imóvel e pagou o preço ajustado, mas o vendedor não
entregou o imóvel no prazo devido. O comprador pode, então, ajuizar uma ação de imissão
na posse, pedindo, desde logo, tutela antecipada para ocupar de imediato o imóvel
adquirido.
Ex.: pessoa carente reclama em juízo o fornecimento de medicamentos de
alto custo pelo Estado. É possível requerer tutela antecipada para obter desde logo esse
fornecimento.
Nesses casos, verifica-se que a parte pode obter a fruição antecipada do
direito afirmado, ou seja, antes mesmo da outorga da tutela jurisdicional definitiva.
OBS.: antes da alteração do art. 273 do CPC/73, em 1994, já havia previsão
de concessão de tutela antecipada em procedimentos específicos previstos no CPC e em leis
esparsas. Ex.: fixação de prestação provisória em ação de alimentos; reintegração liminar
em ação possessória; medida liminar em mandado de segurança, etc.
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A tutela antecipada representa uma prestação jurisdicional provisória de


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caráter satisfativo e não se confunde com tutela cautelar.
Como já realçado, essa distinção também pode ser inferida do texto do CPC
de 2015, que será reproduzido adiante.
Na verdade, a tutela provisória cautelar, sempre concedida com fundamento
na urgência, visa apenas assegurar o estado de fato enquanto se aguarda a tutela satisfativa
definitiva, ou seja, enquanto se aguarda a apreciação do pedido principal; ela tem caráter
preventivo, e não satisfativo como a tutela antecipada. Enquanto na tutela antecipada a ideia
é satisfazer de antemão o direito da parte que se mostra evidente, na tutela cautelar a ideia é
somente assegurar a eficácia e utilidade da tutela satisfativa.
Ex. 1 de tutela cautelar: ao determinar o sequestro de um bem, o juiz
apenas estará assegurando a sua higidez, ou seja, o provimento tem apenas um caráter
preventivo (evitar o perecimento ou a dilapidação do bem, de modo a assegurar a sua
entrega a quem de direito nos autos da ação principal).
Ex. 2: a mulher, pretendendo ajuizar ação de divórcio, requer em caráter
antecedente o arrolamento dos bens do casal, de modo a assegurar a futura partilha, a ser
deliberada quando da eventual decretação da dissolução do vínculo conjugal.
OBS.: o novo CPC inovou e a tutela provisória cautelar poderá ser
concedida, em caráter incidental, nos próprios autos do processo de conhecimento ou de
execução em curso, ou seja, não se exige mais que a medida cautelar nessas condições seja
reclamada em processo cautelar autônomo; aproveita-se a mesma relação processual em que
tramita o pedido de tutela principal; há também disciplina própria, no CPC de 2015, para
requerer e obter tutela cautelar em caráter antecedente, ou seja, antes de se propor o pedido
de tutela principal.
Uma vez concedida a tutela cautelar, em caráter antecedente, o autor deve
formular o pedido principal em 30 dias, sob pena de cessação da eficácia da medida; o
requerido será citado para apresentar contestação em 5 dias; caso venha a cessar a eficácia
da tutela preventiva, o pedido não pode ser renovado, salvo sob fundamento diverso.
Observações sobre tutela provisória:
a) em princípio, não pode ser concedida de ofício pelo juiz, ou seja, depende
de requerimento da parte;
b) tem lugar a antecipação da tutela de mérito em qualquer processo de
conhecimento, seja qual for o rito adotado; cabe, inclusive, no procedimento sumaríssimo do
JEC;
c) nas ações de conhecimento meramente declaratórias e constitutivas é
possível a antecipação dos efeitos da sentença de mérito a ser proferida (antecipam-se os
efeitos, e não o próprio provimento de mérito);

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d) a tutela antecipada pode ser requerida pelo autor, pelo réu quando este
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apresente reconvenção, pelo terceiro interveniente (assistente) e pelo Ministério Público
como fiscal da lei;
e) a expressão “liminar” tem um conteúdo temporal, ou seja, representa um
provimento jurisdicional que é concedido “initio litis”, ou seja, no início, no limiar do
procedimento, antes mesmo da citação da parte contrária; não se confunde tutela cautelar
com liminar; a tutela cautelar pode ser concedida liminarmente no processo cautelar; e a
tutela antecipada pode ser concedida liminarmente, ou seja, antes da citação do réu, mas
pode também ser concedida em outros momentos do processo.

Disposições gerais sobre tutela provisória no CPC de 2015 (v. arts. 294 a
299)
“Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de
custas.
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a
eficácia durante o período de suspensão do processo.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação
da tutela provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao
cumprimento provisório da sentença, no que couber.
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz
motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao
juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de
tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o
mérito.”

Disposições gerais sobre tutela provisória de urgência (cautelar ou


antecipada)
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução
real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

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§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo
Resumo dos
de irreversibilidade alunos
efeitoscompleto
da decisão. - agosto-2017 - processo e procedime…
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida
idônea para asseguração do direito.
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo
prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável;
II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios
necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido
concedida, sempre que possível.”
O novo CPC, como se vê, estabelece uma disciplina geral para a concessão
da tutela de urgência, não estabelecendo requisitos específicos para a tutela cautelar e para a
tutela antecipada, como ocorria no CPC de 1973.
Fala-se apenas em presença de elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo; no caso de tutela de
urgência de natureza antecipada subsiste o requisito adicional de não se identificar perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Não há mais previsão de medidas cautelares típicas ou nominadas,
apontando-se, exemplificativamente, algumas providências que podem ser efetivadas em
caráter preventivo, como arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem, explicitando-se a possibilidade do deferimento de qualquer outra medida
idônea para asseguração do direito.
De toda sorte, possível entrever que para a concessão de tutela provisória de
natureza antecipada exige-se mais do que o fumus boni iuris necessário à obtenção de uma
tutela cautelar; para a concessão desta, basta a aparência do bom direito, mas para a
concessão de tutela antecipada exige-se a evidência do direito afirmado; o CPC vigente fala
em oferecimento de prova consistente, que convença o juiz da verossimilhança da alegação
do requerente; em se tratando de tutela de urgência, é indispensável a presença do periculum
in mora; isso significa que a demora processual pode acarretar ao requerente lesão grave de
difícil ou incerta reparação.
A tutela cautelar sempre terá como requisito essencial a presença do
periculum in mora. Já a tutela provisória antecipada nem sempre representará uma tutela de
urgência, pois também pode ser concedida a partir de outros pressupostos, falando-se então,
no CPC de 2015, em tutela da evidência (v. art. 311, já transcrito linhas atrás).
OBS.: como já destacado, não se admite o provimento antecipatório quando
houver perigo de irreversibilidade dos seus efeitos; embora represente uma tutela satisfativa,
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ela é provisória, devendo então ser considerada a possibilidade da reversão dos seus efeitos.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
Ex.: não se admite tutela antecipada para demolição ou modificação de
prédio tombado pelo patrimônio histórico.
Essa regra deve ser interpretada com temperamento quando se está diante de
um interesse legitimamente superior a ser tutelado como direito à saúde e à vida.
Segue reprodução dos artigos 303 a 310 do CPC de 2015, relativos aos
procedimentos da tutela antecipada requerida em caráter antecedente e da tutela
cautelar requerida em caráter antecedente.

CAPÍTULO II
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM
CARÁTER ANTECEDENTE
“Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a
petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final,
com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do
processo.
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a
juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro
prazo maior que o juiz fixar;
II – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma
do art. 334;
III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art.
335.
§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo
será extinto sem resolução do mérito.
§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos
autos, sem incidência de novas custas processuais.
§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor
da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final.
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto
no caput deste artigo.
§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de
o processo ser extinto sem resolução de mérito.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou
invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou
invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º.

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§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi
Resumo
concedida a medida,alunos completo
para instruir - agosto-2017
a petição inicial da ação a que -seprocesso
refere o § 2º,e prevento
procedime…
o juízo em que a
tutela antecipada foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste
artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos
do § 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação
ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER
ANTECEDENTE
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as
provas que pretende produzir.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão
aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento
comum.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor
no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de
tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais.
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela
cautelar.
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de
conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de
nova citação do réu.
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art.
335.
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
I – o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II – não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III – o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o
processo sem resolução de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à
parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.

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Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido
Resumo
principal, nem influialunos completo
no julgamento desse, -salvo
agosto-2017 - processo
se o motivo do e procedime…
indeferimento for o reconhecimento de
decadência ou de prescrição.”

DEFESA DO RÉU
O réu, no processo de conhecimento, é convocado para comparecer em
juízo e se defender. A defesa é uma faculdade e não uma obrigação do réu. Se ele não se
defender, sofrerá, no entanto, uma consequência negativa – o reconhecimento da revelia.
Ao ser citado, o réu pode assumir duas posturas:
- atacar a relação processual instaurada, buscando impedir a decisão
judicial sobre a lide ou pelo menos protelar o momento em que ela será proferida;
- resistir à pretensão manifestada pelo autor, buscando a sua
improcedência.
Temos, então, duas espécies de defesa: defesas contra o processo
(defesas processuais) e defesas contra o mérito.

Defesas contra o processo:


O réu objetiva o trancamento ou a paralisação da relação processual.
Essas defesas se prestam a impedir ou retardar a resolução do mérito da causa.
As defesas processuais podem ser diretas e indiretas.
Defesas Diretas contra o processo: dizem respeito às arguições de
falta de condições da ação (carência da ação) ou ausência de pressupostos de constituição e
de desenvolvimento válido e regular do processo (v. arts. 267, IV e VI, do CPC de 1973;
485, IV e VI, do CPC de 2015).
Defesas Indiretas contra o processo: o réu recorre a circunstâncias
externas, exteriores, atacando o processo em curso. Temos aqui as chamadas exceções
processuais, que podem ser dilatórias (impróprias) ou peremptórias (próprias).
Dilatórias: apenas dilatam o curso do procedimento, levando à sua
paralisação momentânea; são as arguições de incompetência relativa e absoluta do juízo, de
impedimento ou suspeição do juiz, as alegações de inexistência ou nulidade da citação, de
conexão ou continência, incapacidade da parte, defeito de representação, falta de
autorização, a indevida concessão do benefício da justiça gratuita etc.
Peremptórias: o seu acolhimento leva à extinção do processo sem
exame do mérito; são as arguições de litispendência, coisa julgada, perempção, ilegitimidade
ad causam, ausência de interesse processual, inépcia da petição inicial e convenção de
arbitragem (v. arts. 267, I, V e VI, 301, §§ 2º e 3º, e 268, todos do CPC de 1973; 485, I e V,
VI, 337, §§ 1º e 2º, e 486, § 3º, todos do CPC de 2015).

DEFESAS CONTRA O MÉRITO

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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

Visam à rejeição do pedido do autor, atacando o mérito da causa. Podem


Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
ser diretas e indiretas.
Defesas diretas: são dirigidas contra os fundamentos de fato ou de
direito do pedido inicial;
a) o réu nega a veracidade dos fatos alegados pelo autor. Ex.: em uma
ação de indenização, o réu afirma que não praticou o ato ilícito, não sendo então verdadeiros
os fatos articulados na petição inicial (defesa dirigida contra os fundamentos de fato);
b) o réu admite que os fatos são verdadeiros, mas nega as consequências
jurídicas pretendidas pelo autor. Ex.: em uma ação de despejo, o réu admite que ocupa o
imóvel e não paga aluguel; aponta, no entanto, que a relação mantida com o autor é de
comodato, não sendo cabível pedido de despejo (defesa dirigida contra os fundamentos
jurídicos).

Defesas indiretas contra o mérito:


a) o réu admite que os fatos alegados na petição inicial são verdadeiros,
mas invoca em seu favor outros, ou seja, aponta fato extintivo, impeditivo ou modificativo
do direito afirmado pelo autor. Ex.: fato extintivo - o réu admite a existência da dívida, mas
afirma que já efetuou o pagamento; fato impeditivo - o réu admite a existência da obrigação,
mas alega que era absolutamente incapaz ao tempo da contratação; fato modificativo - o réu
admite ser devedor, mas afirma que já pagou parte do valor devido;
b) o réu admite a veracidade dos fatos alegados na petição inicial, mas
invoca outros fatos que têm por conteúdo direito seu, que anulam ou impedem os efeitos do
direito invocado pelo autor. Ex.: prescrição, compensação, exceção de contrato não
cumprido, direito de retenção por benfeitorias, etc.

MODALIDADES DE RESPOSTA
No CPC de 1973, tínhamos:
- contestação
- exceção
- reconvenção
Exceção, para o CPC de 1973, representava processo incidente pelo
qual o litigante poderia apenas arguir incompetência relativa do Juízo e impedimento ou
suspeição do Juiz. É defesa indireta processual, restrita a tais arguições. Todas as demais
defesas contra o processo e contra o mérito deveriam ser deduzidas na contestação.
Como meios de defesa, incluiam-se a contestação e a exceção. A
reconvenção não tinha como propósito buscar a extinção do processo sem resolução do
mérito ou requerer a improcedência da ação – representava um contra-ataque do réu.
No CPC de 2015, não se fala mais em exceção como modalidade de
resposta; temos então apenas a contestação e a reconvenção; a incompetência relativa
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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

do juízo deve ser suscitada como preliminar na própria contestação; já o impedimento


Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
e a suspeição do juiz devem ser alegados em petição específica na forma do artigo 146
do CPC de 2015.

Contestação – artigos 300 a 303 do CPC de 1973 e 335 a 342 do CPC de


2015
A contestação é defesa geral, em que o réu deve concentrar as suas
alegações. Incide o princípio da eventualidade ou da concentração da defesa: as defesas
devem ser apresentadas desde logo, de uma só vez, até como medida de prevenção, de modo
que não sendo acolhida uma, outra possa ser apreciada pelo Juiz.
Em princípio, apresentada a contestação, dá-se a preclusão das alegações que
o réu poderia oferecer em sua defesa.
Entende-se que apresentada a contestação, o réu normalmente não poderá
aditá-la ou complementá-la posteriormente, ainda que dentro do prazo legal.
Esse princípio da eventualidade sofre restrições, ou seja, existem exceções à
regra de que todas as alegações defensivas devem estar concentradas na contestação (v. arts.
303 do CPC/1973 e 342 do CPC/2015).
Art. 303. Depois da contestação, só é lícito Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu
deduzir novas alegações quando: deduzir novas alegações quando:
I - relativas a direito superveniente; I – relativas a direito ou a fato superveniente;
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; II – competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III - por expressa autorização legal, puderem ser III – por expressa autorização legal, puderem ser
formuladas em qualquer tempo e juízo. formuladas em qualquer tempo e grau de
jurisdição.

Algumas defesas podem então, excepcionalmente, ser suscitadas depois da


contestação.
É possível apresentar novas alegações quando relativas a direito ou fato
superveniente, ou seja, direito que se constituiu após a contestação ou fato ocorrido em
momento ulterior.
Ex.: Município move ação demolitória de imóvel edificado irregularmente;
após a apresentação de contestação, é editada uma nova lei, anistiando os imóveis
irregulares; o réu pode então comparecer em juízo e invocar o direito superveniente, sem
que se possa falar em preclusão por já ter decorrido o prazo para contestar.
É também possível apresentar novas alegações quando o Juiz puder conhecer
delas de ofício, ou seja, independentemente de provocação das partes. Existem matérias de
ordem pública que não precluem, que podem ser examinadas pelo julgador a qualquer
tempo, e em qualquer grau de jurisdição, de ofício ou mediante provocação das partes – v.
arts. 267, § 3º, e 301, § 4º, do Código de 1973; 485, § 3º, e 337, § 5º, estes do CPC de 2015.
Exs.: falta de condições da ação; ausência de pressupostos processuais; litispendência; coisa
julgada; perempção; inépcia da inicial etc.

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Na atualidade, a prescrição também pode ser pronunciada de ofício.


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O impedimento do Juiz e a incompetência absoluta do juízo também podem
ser declarados de ofício, a qualquer tempo.
A hipótese do inciso III dos artigos 303 do CPC/1973 e 342 do CPC/2015 se
confunde basicamente com a do inciso II.
Exemplos:
- o réu foi citado e não apresentou contestação no prazo legal; nada impede
que, posteriormente, mediante simples petição, ou mesmo na via recursal, venha a alegar as
matérias já mencionadas. Se o Juiz pode conhecê-las de ofício, a parte não está impedida de
suscitá-las após a contestação.
- o réu apresentou contestação oportunamente, mas não arguiu, por exemplo,
a prescrição ou outra matéria que o Juiz pode conhecer de ofício; diante do que dispõem os
artigos supracitados, poderá comparecer posteriormente para apresentar tais alegações.
O réu tem o ônus da impugnação especificada dos fatos narrados na petição
inicial. Em princípio, presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados na contestação.
Temos, porém, exceções a essa regra de que os fatos não impugnados
presumem-se verdadeiros e aceitos pelo réu.
Ver artigos 302 do CPC de 1973 e 341 do CPC de 2015.
Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se
precisamente sobre os fatos narrados na petição precisamente sobre as alegações de fato constantes
inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as
impugnados, salvo: não impugnadas, salvo se:
I - se não for admissível, a seu respeito, a I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;
confissão;
II - se a petição inicial não estiver acompanhada II – a petição inicial não estiver acompanhada de
do instrumento público que a lei considerar da instrumento que a lei considerar da substância do
substância do ato; ato;
III - se estiverem em contradição com a defesa, III – estiverem em contradição com a defesa,
considerada em seu conjunto. considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da Parágrafo único. O ônus da impugnação
impugnação especificada dos fatos, não se aplica especificada dos fatos não se aplica ao defensor
ao advogado dativo, ao curador especial e ao público, ao advogado dativo e ao curador especial.
órgão do Ministério Público.

Assim, não se opera a presunção de veracidade nas seguintes hipóteses:


a) quando não for admissível a respeito dos fatos a confissão, por dizerem
respeito a direitos indisponíveis (fatos relacionados a ações que dizem respeito ao estado e à
capacidade das pessoas naturais, como investigação de paternidade, destituição do poder
familiar, anulação de casamento etc., ou ainda fatos discutidos em ações que envolvem
interesse público primário);
b) quando a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento que a lei
considerar da substância do ato – v. arts. 366 do CPC de 1973 e 406 do CPC de 2015;
determinados atos, por exigência legal, só se provam por instrumento público ou particular.
Art. 366. Quando a lei exigir, como da substância Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público
do ato, o instrumento público, nenhuma outra como da substância do ato, nenhuma outra prova,
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prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
a falta.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
Ex.: numa ação reivindicatória de bem imóvel, a propriedade do autor só
pode ser provada mediante exibição da escritura pública, registrada no ofício imobiliário. A
não exibição do documento não pode ser suprida nem mesmo pela não impugnação do réu
da alegação do autor de que é proprietário do bem.
c) quando os fatos não impugnados estiverem em contradição com a defesa,
considerada em seu conjunto. Ex.: o réu baseia a sua defesa no fato de que não estava
presente no local onde ocorreu o ato ilícito. Implicitamente, estarão impugnados todos os
demais fatos alegados pelo autor que pressuponham a presença desse contestante no local.
Como visto, essa regra, da impugnação especificada dos fatos, não se aplica
ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
A jurisprudência entende que a regra também não se aplica à Fazenda
Pública, que defende direitos indisponíveis em Juízo.
Obs.: o Curador Especial atua na defesa do réu quando ele for revel em
hipóteses em que a citação se deu por edital ou com hora certa, ou ainda quando ele se
encontra preso, podendo então contestar o pedido por negativa geral; isso faz com que o
autor continue com o ônus de provar os fatos alegados na inicial, afastada, assim, a
presunção de veracidade das alegações de fato constantes da petição inicial.
As defesas processuais revestem-se de caráter prejudicial e devem ser
apresentadas preliminarmente, ou seja, antes de discutir o mérito da causa – v. arts. 301 do
CPC de 1973 e 337 do CPC de 2015.
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o
mérito, alegar: mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação; I – inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta; II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
III - inépcia da petição inicial; IV – inépcia da petição inicial;
IV - perempção; V – perempção;
V - litispendência; VI – litispendência;
Vl - coisa julgada; VII – coisa julgada;
VII - conexão; VIII – conexão;
Vlll - incapacidade da parte, defeito de IX – incapacidade da parte, defeito de
representação ou falta de autorização; representação ou falta de autorização;
IX - convenção de arbitragem; X – convenção de arbitragem;
X - carência de ação; XI – ausência de legitimidade ou de interesse
processual;
Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a XII – falta de caução ou de outra prestação que a
lei exige como preliminar. lei exige como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício da
gratuidade de justiça.
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada
julgada, quando se reproduz ação anteriormente quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
ajuizada.
§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as § 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as
mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo
pedido.
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mesmo pedido.
Resumo alunos
§ 3o Há litispendência, quando secompleto - agosto-2017
repete ação, que - processo
§ 3º Há litispendência quando seerepete
procedime…
ação que
está em curso; há coisa julgada, quando se repete está em curso.
ação que já foi decidida por sentença, de que não § 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já
caiba recurso. foi decidida por decisão transitada em julgado.
o
§ 4 Com exceção do compromisso arbitral, o juiz § 5º Excetuada a convenção de arbitragem e a
conhecerá de ofício da matéria enumerada neste incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício
artigo. das matérias enumeradas neste artigo.
§ 6º A ausência de alegação da existência de
convenção de arbitragem, na forma prevista neste
Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e
renúncia ao juízo arbitral.

Algumas dessas alegações preliminares, quando acolhidas, levam à extinção


do processo sem resolução do mérito; a suscitação de outras alegações pode levar à
paralisação momentânea da relação processual, ensejando deliberações que não implicam no
trancamento do feito.
I – inexistência ou nulidade da citação;
A falta de citação ou sua nulidade podem ser suscitadas e sanadas ainda
quando o processo está em andamento.
De acordo com o § 1º do artigo 239 do CPC de 2015, “o comparecimento
espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta
data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução”.

II – incompetência absoluta e relativa;


A incompetência relativa não é mais suscitada por meio de exceção; uma vez
acolhida a arguição de incompetência absoluta ou relativa, será deliberada a remessa dos
autos ao juízo competente.
III – incorreção do valor da causa;
A impugnação ao valor da causa, no CPC de 2015, não é mais oferecida em
peça autônoma, com autuação em apenso, devendo ser então suscitada como preliminar na
contestação, sob pena de preclusão.
IV – inépcia da petição inicial;
São as hipóteses do § 1º do artigo 330 do novo Código de Processo Civil, já
apontadas anteriormente; o acolhimento dessa alegação leva à extinção do processo na fase
conhecimento, sem exame do mérito.
V – perempção; VI – litispendência; VII – coisa julgada;
O acolhimento dessas alegações também acarreta a extinção anômala do
processo.
VIII – conexão;
As ações são conexas quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir; o
seu reconhecimento não leva à extinção, mas à reunião dos processos, no juízo prevento,
para julgamento simultâneo; a ideia é evitar decisões contraditórias; a continência também

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pode ser suscitada em preliminar de contestação, desbordando na reunião dos processos, na


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forma dos artigos 56 e 57 do novo CPC.
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de
autorização;
Esses vícios podem ser sanados, razão pela qual o juiz deve intimar a parte
para tanto, em prazo razoável, sob pena de extinção do processo caso a providência caiba ao
autor; se a providência couber ao réu, será considerado revel.

X – convenção de arbitragem;
Se essa preliminar for acolhida, o processo também será extinto sem
julgamento de mérito, devendo as partes se valer da arbitragem.
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Aponta-se, nessa preliminar, a carência da ação, ou seja, a falta das condições
da ação; em princípio, o seu acolhimento leva à extinção do processo; no caso de
ilegitimidade do réu, o novo CPC prevê a possibilidade de alteração do polo passivo (v. arts.
338 e 339, que serão transcritos adiante).
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como
preliminar;
Essa falta pode ser sanada, em prazo a ser fixado pelo juiz, sob pena de
extinção anômala do feito.
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Pelo novo CPC não é mais necessária a instauração de incidente específico
para que o réu questione o benefício da justiça gratuita concedido ao autor; essa impugnação
assim oferecida como preliminar de contestação, uma vez acolhida, leva à revogação da
gratuidade, devendo então o autor recolher as custas e despesas processuais pertinentes, sob
pena de extinção do processo.
As matérias assim enumeradas nos arts. 301 do CPC de 1973 e 337 do novo
CPC, excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa do juízo, consistem
em questões de ordem pública, a serem conhecidas de ofício pelo Juiz (v. arts. 337, § 5º, e
485, § 3º, do novo CPC), podendo ainda ser suscitadas pelo réu a qualquer tempo no
processo (v. art. 342, II e III, do novo CPC); em relação às mesmas não se opera então a
preclusão.
Após a apresentação das defesas processuais, o réu deve articular as defesas
contra o mérito, diretas e indiretas.
A prescrição e a decadência correspondem a defesas indiretas contra o
mérito; o juiz, como é sabido, pode decidir de ofício sobre a ocorrência de decadência ou
prescrição; se o juiz pronuncia a prescrição ou a decadência, há resolução do mérito no
sistema do CPC, pois a parte não poderá repropor a mesma ação (v. arts. 269, IV, do CPC de
1973 e 487, II, do novo CPC).
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 49/159
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Na disciplina do novo CPC, “ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a


Resumo
prescrição alunos completo
e a decadência não serão- agosto-2017 - processo
reconhecidas sem e procedime…
que antes seja dada às partes
oportunidade de manifestar-se”.
As arguições de prescrição ou decadência devem ser apresentadas como
preliminares de mérito, pois se forem acolhidas dispensam o exame das demais defesas
meritórias.
No Juizado Especial Cível a contestação é apresentada na audiência de
instrução e julgamento.
No procedimento para concessão de tutela cautelar em caráter antecedente, o
prazo para contestar é de 5 dias – v. arts. 802 do CPC de 1973 e 306 do novo CPC.
No novo procedimento comum, do CPC de 2015, o prazo para contestar é de
15 dias, observando-se o disposto no artigo 335:
“Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias,
cujo termo inicial será a data:
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação,
quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação
apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I;
III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais
casos.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo
inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de
cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo
e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de
intimação da decisão que homologar a desistência.”
Inovação importante do CPC de 2015
Os artigos 338 e 339 do novo CPC tratam da possibilidade de correção do
polo passivo pelo autor; prestigia-se a simplificação do procedimento e o princípio da
sanabilidade de certos vícios; essa correção, no CPC/73, se dava mediante a nomeação à
autoria (arts. 62 e 63); no novo CPC não há mais previsão dessa modalidade de intervenção
de terceiros; o réu pode então, em preliminar de contestação, suscitar a sua ilegitimidade
passiva, indicando, se tiver conhecimento, quem deve legitimamente responder aos termos
da ação aforada; o autor pode, em 15 dias, aceitar a indicação, substituindo o réu; mas pode
também optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito
indicado pelo réu.
“Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o
responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a
alteração da petição inicial para substituição do réu.

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Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e


Resumo
pagará alunos completo
os honorários - agosto-2017
ao procurador - processo
do réu excluído, e procedime…
que serão fixados entre três e
cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º.
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito
passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de
arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes
da falta de indicação.
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à
alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o
parágrafo único do art. 338.
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial
para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.”
Outra alteração relevante trazida pelo novo CPC (v. art. 340).
Como já realçado, a incompetência relativa do juízo e a incompetência
absoluta devem ser suscitadas como preliminar na contestação; e, nessa situação, a
contestação poderá ser protocolada pelo réu no foro do seu domicílio; a ideia é evitar
deslocamentos penosos e onerosos do réu, quando está sendo demandado em juízo
incompetente; se o processo for eletrônico, esse inconveniente decorrente da deslocação não
existirá; o citado artigo 340 disciplina devidamente essa hipótese de oferecimento da
contestação em juízo diverso daquele em que tramita o feito:
“Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a
contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será
imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido
citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua
imediata remessa para o juízo da causa.
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for
distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.
§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização
da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.
§ 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a
audiência de conciliação ou de mediação.”
REVELIA (v. arts. 319 a 322 do CPC/73 e 344 a 346 do novo CPC)
A não apresentação da contestação oportunamente acarreta a revelia do réu,
ou seja, ele é considerado revel; contestar representa um ônus para o réu e não uma
obrigação; se ele não se desincumbir desse ônus, poderá sofrer consequências em razão da
sua inércia (de caráter material e processual).
CAPÍTULO III CAPÍTULO VII
DA REVELIA DA REVELIA
Art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar- Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será
se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor. considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pelo autor.
Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito Art. 345. A revelia não produz o efeito
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mencionado no artigo antecedente: mencionado no art. 341 se:


Resumo
I - se, havendo alunos
pluralidade completo
de réus, algum deles- agosto-2017 - processo
I – havendo pluralidade e procedime…
de réus, algum deles
contestar a ação; contestar a ação;
II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis; II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - se a petição inicial não estiver acompanhada III – a petição inicial não estiver acompanhada de
do instrumento público, que a lei considere instrumento que a lei considere indispensável à
indispensável à prova do ato. prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor
forem inverossímeis ou estiverem em contradição
com prova constante dos autos.
Art. 321. Ainda que ocorra revelia, o autor não
poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir, nem
demandar declaração incidente, salvo
promovendo nova citação do réu, a quem será
assegurado o direito de responder no prazo de 15
(quinze) dias.
Art. 322. Contra o revel que não tenha patrono Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha
nos autos, correrão os prazos independentemente patrono nos autos fluirão da data de publicação do
de intimação, a partir da publicação de cada ato ato decisório no órgão oficial.
decisório.
Parágrafo único O revel poderá intervir no Parágrafo único. O revel poderá intervir no
processo em qualquer fase, recebendo-o no estado processo em qualquer fase, recebendo-o no estado
em que se encontrar. em que se encontrar.
A revelia, no juízo comum, se caracteriza normalmente pela ausência de
contestação.
O principal efeito da revelia consiste na presunção de veracidade das
alegações de fato deduzidas pelo autor; no entanto, em certas situações, o réu é revel, mas
não incide esse efeito principal da revelia:
- em caso de réu preso revel, ou revel citado por edital ou com hora certa, há
necessidade de nomeação de curador especial (v. arts. 9º, II, do CPC/73 e 72, II, do novo
CPC), cuja contestação, ainda que por negação geral, afasta esse efeito da revelia e faz com
que o autor continue com o ônus de provar o fato constitutivo do direito invocado na petição
inicial;
- nas hipóteses dos arts. 320 do CPC/73 e 345 do novo CPC:
a) há litisconsórcio passivo e um dos réus contesta a ação – a contestação
assim apresentada obsta a presunção em relação aos que se pautaram pela revelia se os fatos
forem comuns, ou seja, quando a defesa apresentada pelo contestante disser respeito a fatos
que se comunicam àquele réu que não apresentou contestação; a aplicação do inciso I dos
artigos citados pressupõe fato comum ao réu atuante e ao litisconsorte revel;
b) o litígio versa sobre direitos indisponíveis (é o que ocorre nas ações de
estado da pessoa ou contra a Fazenda Pública); efetivamente não se admite a confissão se as
partes não podem dispor dos direitos discutidos em juízo (v. arts. 351 do CPC/73 e 392 do
novo CPC); exemplos: ações de investigação de paternidade, de destituição do poder
familiar, de anulação de casamento; etc.; o Código Civil, no art. 840, assenta que só direitos
patrimoniais de caráter privado permitem a transação;
c) a petição inicial não está acompanhada do instrumento que a lei considera
indispensável à prova do ato; se a lei exige prova especial, solene, nenhuma outra pode
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suprir-lhe a falta, nem mesmo a confissão; exemplo: a ação reivindicatória de bem imóvel
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
não poderá ser julgada procedente, ainda que o réu não conteste o pedido, se não for exibida
a escritura pública registrada no ofício imobiliário.
Obs.: a presunção de veracidade em causa é relativa, tendo em vista o
princípio da livre apreciação da prova e da persuasão racional; se há elementos nos autos
que levam a conclusão diversa, o juiz não está obrigado a julgar a ação procedente; nessa
linha, temos agora o inciso IV do citado artigo 345 do novo CPC: “a revelia não produz o
efeito mencionado no art. 344 se as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis
ou estiverem em contradição com prova constante dos autos”.
Dos fatos incontroversos nem sempre decorrem as consequências jurídicas
pretendidas e, nesse caso, a revelia não produz nenhum efeito prático. Incumbe ao juiz
aplicar o direito aos fatos.
Outro efeito da revelia: os prazos correm para o réu revel, que não tenha
patrono nos autos, independentemente de intimação pessoal; fluirão da data de publicação
do ato decisório no órgão oficial, que se dará normalmente em nome do advogado do autor;
pode ele, no entanto, intervir no processo no estado em que se encontra; e, a partir daí, passa
a ser intimado na pessoa de seu advogado; poderá então exercer toda a atividade processual
adequada ao momento da causa.
Se o réu não contesta o pedido, mas apresenta reconvenção, deve ser
intimado, à evidência, dos atos do processo.

RECONVENÇÃO (arts. 315/318 do CPC de 1973 e 343 do CPC de 2015)


Representa ação do réu contra o autor, proposta no mesmo feito em que está
sendo demandado, ou seja, por meio da reconvenção o réu aproveita-se da mesma base
procedimental para formular pedido próprio em seu favor; fala-se que o réu é o reconvinte e
o autor é o reconvindo; amplia-se então o objeto do feito em curso, existindo então duas
pretensões contrapostas, a serem apreciadas, em princípio, na mesma sentença; prestigia-se
a economia processual, evitando-se, outrossim, decisões conflitantes acerca do litígio
existente entre as partes.
A reconvenção não se confunde com defesa.
Na defesa o réu resiste à pretensão do autor ou à sua vinculação ao processo
(pede a extinção do processo ou a improcedência do pedido inicial).
A reconvenção é, na verdade, um contra-ataque do réu – uma nova ação,
aproveitando a mesma base procedimental da ação originária; representa então cumulação
de ações no mesmo processo.
É mera faculdade – pode o réu ajuizar ação paralela ainda que esgotado o
prazo para reconvir.
É possível reconvir sem contestar; temos agora regra expressa nesse sentido
no § 6º do artigo 343 do CPC de 2015.
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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: de acordo com o CPC de 1973, a


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reconvenção deveria ser apresentada em petição própria, simultaneamente com a
contestação, ou seja, são apresentadas peças autônomas (v. art. 299); na disciplina do novo
CPC, a reconvenção é proposta na própria contestação, ou seja, inserida no bojo desta peça
processual (v. art. 343, caput).

Pressupostos de admissibilidade
A reconvenção subordina-se aos pressupostos processuais comuns e às
condições exigidas para a propositura de qualquer ação.
Existem, ainda, pressupostos específicos a serem observados:
1 – existência de conexão da reconvenção com a ação principal ou com o
fundamento da defesa;
A conexão pode se verificar por identidade de objeto ou da causa de pedir.
Identidade de objeto: os pedidos das partes visam o mesmo fim; exemplo: o
autor pede a rescisão contratual por culpa do réu e a condenação deste a compor perdas e
danos; o réu, na reconvenção, faz idênticos pedidos, apontando a culpa do autor.
Identidade de causa petendi: ação e reconvenção se baseiam no mesmo ato
ou negócio jurídico. Exemplos: a) o autor pede que o réu entregue o objeto do contrato; o
réu, na reconvenção, pede o pagamento do saldo do preço; b) o autor, na inicial, postula a
declaração de nulidade das cláusulas de reajuste das prestações de um contrato de
financiamento imobiliário; o réu pode então reconvir, pedindo a rescisão desse contrato e a
reintegração na posse do bem, diante do inadimplemento das parcelas devidas.
A conexão pode ainda ocorrer entre os fundamentos da contestação oferecida
e a reconvenção.
O fato jurídico invocado na defesa serve também para fundamentar pedido
próprio do réu. Exemplos: a) na contestação alega-se a invalidade do negócio jurídico por
ter sido fruto de erro; na reconvenção o réu pede a anulação do contrato e a condenação do
autor ao pagamento de perdas e danos, com base no mesmo vício (erro); b) respondendo
ação de cobrança, o réu invoca em sua defesa a compensação, pois também seria credor do
autor; em reconvenção pleiteia então o pagamento da diferença que eventualmente seja
identificada em seu favor.
2 – o juízo da ação originária não pode ser absolutamente incompetente
para a reconvenção, pois nesse caso se mostraria inviável a prorrogação da competência
para o julgamento conjunto das pretensões contrapostas.
3 – compatibilidade de procedimentos – ação e reconvenção devem ter
procedimentos compatíveis; se a ação originária é de rito especial, é possível a reconvenção
se é observado o procedimento comum após a resposta (ex.: ação de consignação em
pagamento).

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A reconvenção é autônoma em relação à ação originária, ou seja, a


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desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame do seu
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção – v. arts. 317 do
CPC de 1973 e 343, § 2º, do CPC de 2015.

Procedimento
Admitida a reconvenção, o autor é intimado na pessoa de seu procurador
para apresentar resposta em 15 dias. Essa intimação tem a natureza e os efeitos de uma
citação.
Normalmente a reconvenção enseja o recolhimento de taxa judiciária.
No CPC é necessário identidade de partes entre a ação originária e a
reconvenção, ou seja, só o réu ou qualquer dos réus têm legitimidade para reconvir e só o
autor ou autores ostentam legitimação passiva para a reconvenção; o novo CPC possibilita a
ampliação subjetiva da relação processual, a partir do oferecimento da reconvenção; assim,
esta pode ser proposta contra o autor e terceiro; nesse caso, o terceiro deve ser citado para
integrar a lide; de outro lado, a reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio
com terceiro.
Indeferida liminarmente a reconvenção, é possível admitir a interposição do
recurso de agravo de instrumento; o novo CPC não contém previsão expressa para a
apresentação de agravo de instrumento nas hipóteses de indeferimento liminar da
reconvenção ou julgamento liminar de sua improcedência (v. arts. 330 e 332 do CPC de
2015); mas essa interposição pode encontrar fundamento nos artigos 354, parágrafo único, e
356, § 5º, também do CPC de 2015.
OBS.: o julgamento antecipado do mérito da ação principal não interfere no
curso da ação reconvencional e vice-versa.
Nem sempre o acolhimento da ação acarreta a improcedência da
reconvenção. Ex.: na ação originária o autor pede que o réu seja condenado a entregar o
bem objeto do contrato; na reconvenção o réu pede que o autor seja condenado a pagar o
saldo do preço avençado; esses pedidos não se excluem, podendo ambos ser acolhidos na
sentença.
Dispositivos do CPC de 1973 e do novo CPC relativos à reconvenção:
CPC/73 CPC/2015
Seção IV CAPÍTULO VI
Da Reconvenção DA RECONVENÇÃO
Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor
processo, toda vez que a reconvenção seja conexa reconvenção para manifestar pretensão própria,
com a ação principal ou com o fundamento da conexa com a ação principal ou com o fundamento
defesa. da defesa.
Art. 316. Oferecida a reconvenção, o autor § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado,
reconvindo será intimado, na pessoa do seu na pessoa de seu advogado, para apresentar
procurador, para contestá-la no prazo de 15 resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
(quinze) dias.

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Art. 317. A desistência da ação, ou a existência de § 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa


qualquerResumo
causa que alunos
a extinga,completo
não obsta ao - agosto-2017 - processo
extintiva que impeça o exame dee seu
procedime…
mérito não
prosseguimento da reconvenção. obsta ao prosseguimento do processo quanto à
reconvenção.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o
autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em
litisconsórcio com terceiro.
Art. 315. § 5º Se o autor for substituto processual, o
Parágrafo único. Não pode o réu, em seu próprio reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em
nome, reconvir ao autor, quando este demandar face do substituído, e a reconvenção deverá ser
em nome de outrem. proposta em face do autor, também na qualidade de
substituto processual.
§ 6º O réu pode propor reconvenção
independentemente de oferecer contestação.
Art. 318. Julgar-se-ão na mesma sentença a ação
e a reconvenção.
Dos Impedimentos e da Suspeição do Juiz – Da incompetência relativa
do juízo
No sistema do CPC/73, o impedimento ou a suspeição do juiz, bem como a
incompetência relativa do juízo, eram suscitados sob a forma de exceção; a palavra exceção
é empregada no sentido ritual; correspondia então, no CPC de 73, a um processo incidente,
destinado exclusivamente à arguição das matérias supra aludidas.
A incompetência refere-se ao juízo, ou seja, ao órgão jurisdicional; o
impedimento e a suspeição, ao juiz, como pessoa física incumbida da prestação
jurisdicional.
Competência e imparcialidade são pressupostos processuais relativos ao juiz.
No CPC de 2015, não se fala mais em exceção como modalidade de
resposta do réu; temos então apenas a contestação e a reconvenção; a incompetência
relativa do juízo deve ser suscitada como preliminar na própria contestação; já o
impedimento e a suspeição do juiz devem ser alegados em petição específica na forma
do artigo 146 do CPC de 2015.

Impedimento e suspeição do juiz


A parte, para denunciar a falta de capacidade subjetiva do juiz, deve se valer
de petição específica; a ideia é afastar o juiz da relação processual.
Na suspeição há dúvida quanto ao bom procedimento do juiz; há fundada
suspeita de parcialidade.
As causas de suspeição estão previstas no art. 135 do CPC/73 e 145 do
CPC/2015.
Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de Art. 145. Há suspeição do juiz:
parcialidade do juiz, quando:
I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes
das partes; ou de seus advogados;
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o II – que receber presentes de pessoas que tiverem
processo; aconselhar alguma das partes acerca do interesse na causa antes ou depois de iniciado o
processo, aconselhar alguma das partes acerca do

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objeto da causa, ou subministrar meios para objeto da causa ou subministrar meios para atender
atender às despesas do litígio; às despesas do litígio;
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II - alguma das partes for credora ou devedora do III – quando qualquer das partes for sua credora ou
juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de
linha reta ou na colateral até o terceiro grau; parentes destes, em linha reta até o terceiro grau,
inclusive;
V - interessado no julgamento da causa em favor IV – interessado no julgamento de causa em favor
de uma das partes. de qualquer das partes.
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se § 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo
suspeito por motivo íntimo. de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas
razões.
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I – houver sido provocada por quem a alega;
II – a parte que a alega houver praticado ato que
signifique manifesta aceitação do arguido.

No que toca ao impedimento, as suas hipóteses estão previstas nos artigos


134 e 136 do CPC/73 e 144 do CPC/2015; há uma presunção absoluta de parcialidade do
juiz; a disciplina do impedimento no CPC de 2015 é mais ampla e mais rígida.
O juiz impedido está proibido de exercer suas funções no processo; seus atos
decisórios são considerados inválidos, ainda que não apresentada arguição a respeito.
A sentença proferida por juiz impedido pode ser desconstituída através de
ação rescisória (é considerada nula).
Nesse contexto, o impedimento é considerado vício insanável.
Já a suspeição representa vício sanável – se não for arguida oportunamente,
presume-se que o juiz suspeito foi aceito pelas partes; as causas de suspeição têm então uma
conotação subjetiva, gerando presunção relativa de parcialidade.
O novo CPC traz novas hipóteses de impedimento e maior abrangência às
hipóteses de suspeição (ler artigos supra transcritos).
Embora o CPC de 2015 não faça mais alusão à exceção de impedimento ou
suspeição, o procedimento da arguição não difere substancialmente do que vinha previsto no
CPC/73.
A parte (autor ou réu) tem o prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do
fato, para alegar, em petição própria, endereçada ao juiz do processo, o impedimento ou a
suspeição; deve indicar o fundamento da recusa e apresentar desde logo documentos e rol de
testemunhas.
Observação: não há como sustentar que o decurso do prazo para arguição do
impedimento acarrete preclusão; o impedimento fere de nulidade a relação processual,
podendo ser suscitado a qualquer tempo; como visto, é vício da maior gravidade, tanto que,
como já realçado, é causa de rescindibilidade da decisão de mérito transitada em julgado;
entende-se então que o impedimento, por ser questão de ordem pública, pode ser aventado
em qualquer oportunidade.
Ao receber a petição, se o juiz reconhecer a presença da causa de
impedimento ou de suspeição, deve remeter os autos de imediato ao seu substituto legal;
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caso contrário, determinará a autuação em separado dessa petição e, no prazo de 15 dias,


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deve apresentar as suas razões, acompanhadas de documentos e rol de testemunhas, se for o
caso, ordenando então a remessa dos autos desse incidente ao tribunal.
No tribunal competente, o incidente é julgado conforme seu Regimento
Interno; é regularmente distribuído e o relator decidirá, desde logo, se deve ou não atribuir-
lhe efeito suspensivo; se não for atribuído efeito suspensivo ao incidente, o processo onde se
deu a arguição retomará o seu curso; concedido o efeito suspensivo, o feito permanecerá
suspenso até a solução do incidente.
Considerada improcedente a arguição, o tribunal determina seu
arquivamento. Acolhida, o juiz impedido ou suspeito será condenado nas custas, remetendo-
se os autos ao substituto legal; o novo CPC permite que o juiz recorra da decisão;
estabelece ainda que o tribunal deve fixar o momento a partir do qual o juiz não poderia ter
atuado e decretar a nulidade dos atos praticados quando já presente o motivo de
impedimento ou suspeição.
Tais regras incidem nas arguições oferecidas em face do juiz de primeira
instância; em relação aos membros dos tribunais, a arguição é apresentada perante o relator,
aplicando-se daí o que está previsto nos respectivos regimentos internos.
Obs.: em primeiro grau, não há deslocação dos autos do processo do juízo de
origem; apenas o julgador, dentro do mesmo órgão, é substituído.
Importante: o juiz deve, de ofício, reconhecer a presença de causa de
impedimento ou suspeição, ou seja, independentemente de provocação das partes,
determinando então a remessa dos autos ao substituto legal.
CPC/73 CPC/2015
Art. 312. A parte oferecerá a exceção de Art. 146. No prazo de quinze dias, a contar do
impedimento ou de suspeição, especificando o conhecimento do fato, a parte alegará o
motivo da recusa (arts. 134 e 135). A petição, impedimento ou a suspeição, em petição específica
dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com dirigida ao juiz da causa, na qual indicará o
documentos em que o excipiente fundar a fundamento da recusa, podendo instruí-la com
alegação e conterá o rol de testemunhas. documentos em que se fundar a alegação e com rol
de testemunhas.
Art. 306. Recebida a exceção, o processo ficará
suspenso (art. 265, III), até que seja
definitivamente julgada.
Art. 313. Despachando a petição, o juiz, se § 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição
reconhecer o impedimento ou a suspeição, ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente
ordenará a remessa dos autos ao seu substituto a remessa dos autos a seu substituto legal; caso
legal; em caso contrário, dentro de 10 (dez) dias, contrário, determinará a autuação em apartado da
dará as suas razões, acompanhadas de documentos petição e, no prazo de quinze dias, apresentará suas
e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a razões, acompanhadas de documentos e de rol de
remessa dos autos ao tribunal. testemunhas, se houver, ordenando a remessa do
incidente ao tribunal.
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá
declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente
for recebido:
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a
correr;
II - se com efeito suspensivo, o processo
permanecerá suspenso até o julgamento do
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incidente.
Resumo alunos completo - agosto-2017 § 3º Enquanto não - processo
for declarado oeefeito
procedime…
em que é
recebido o incidente ou quando este for recebido
com efeito suspensivo, a tutela de urgência será
requerida ao substituto legal.
Art. 314. Verificando que a exceção não tem § 4º Verificando que a alegação de impedimento ou
fundamento legal, o tribunal determinará o seu de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.
arquivamento; no caso contrário condenará o juiz § 5º Acolhida a alegação, tratando-se de
nas custas, mandando remeter os autos ao seu impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal
substituto legal. condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao
seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da
decisão.
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o
tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz
não poderia ter atuado.
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do
juiz, se praticados quando já presente o motivo de
impedimento ou de suspeição.

Importante: aplicam-se também os motivos de suspeição e impedimento ao


membro do Ministério Público, aos auxiliares da justiça e aos demais sujeitos imparciais do
processo (v. arts. 138 do CPC/73 e 148 do CPC/2015).
De acordo com o art. 149 do novo CPC, “são auxiliares da Justiça, além de
outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão,
o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o
tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de
avarias”.
O assistente técnico da parte não está sujeito à arguição.
Esse incidente é processado em separado, mas sem a suspensão da causa.
CPC/73 CPC/2015
Art. 138. Aplicam-se também os motivos de Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e
impedimento e de suspeição: de suspeição:
I - ao órgão do Ministério Público, quando não for I – ao membro do Ministério Público;
parte, e, sendo parte, nos casos previstos nos ns. I
a IV do art. 135;
II - ao serventuário de justiça; II – aos auxiliares da justiça;
III - ao perito;
IV - ao intérprete.
III – aos demais sujeitos imparciais do processo.
§ 1o A parte interessada deverá argüir o § 1º A parte interessada deverá arguir o
impedimento ou a suspeição, em petição impedimento ou a suspeição, em petição
fundamentada e devidamente instruída, na fundamentada e devidamente instruída, na primeira
primeira oportunidade em que Ihe couber falar oportunidade em que lhe couber falar nos autos;
nos autos; o juiz mandará processar o incidente § 2º o juiz mandará processar o incidente em
em separado e sem suspensão da causa, ouvindo o separado e sem suspensão do processo, ouvindo o
argüido no prazo de 5 (cinco) dias, facultando a arguido no prazo de quinze dias e facultando a
prova quando necessária e julgando o pedido. produção de prova, quando necessária.
§ 2o Nos tribunais caberá ao relator processar e § 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º
julgar o incidente. será disciplinada pelo regimento interno.
§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à
arguição de impedimento ou de suspeição de
testemunha.

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Incompetência relativa
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Não pode ser declarada de ofício pelo juiz (v. Súmula 33 do STJ),
prevalecendo essa vedação no novo CPC (v. § 5º do art. 337); exceção à regra encontra-se
no artigo 112, parágrafo único, do CPC/73, com correspondência no § 3º do art. 63 do
CPC/2015; de acordo com a nova disciplina, é possível ao juiz, de ofício, declarar abusiva
cláusula de eleição de foro, reputando-a ineficaz, caso em que será determinada a remessa
dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu; no novo CPC, ressalva-se que a análise ex
officio da validade da cláusula de eleição de foro só tem lugar antes da citação do réu;
realizada a citação, cabe ao réu alegar na própria contestação, se for o caso, que a cláusula
de eleição de foro é abusiva; fica preclusa a questão se não for ela suscitada oportunamente.

CPC/73
Art. 112. Argui-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.
Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser
declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu.

CPC/2015
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro
onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a
determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz se
abusiva, hipótese em que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob
pena de preclusão.
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.

No novo CPC, se não for alegada a incompetência relativa do juízo como


preliminar de contestação, prorroga-se a competência do juízo.
Acolhida a arguição, remetem-se os autos ao órgão competente.
OBS.: a incompetência absoluta decorre, como regra, da matéria ou da
função (competência funcional); já a incompetência relativa é fixada normalmente com
base no critério territorial.

Das Providências Preliminares e do Saneamento do Feito


Do julgamento conforme o estado do processo
CPC/73 CPC/2015
CAPÍTULO IV CAPÍTULO IX
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO
SANEAMENTO
Art. 323. Findo o prazo para a resposta do réu, o Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz
escrivão fará a conclusão dos autos. O juiz, no tomará, conforme o caso, as providências
prazo de 10 (dez) dias, determinará, conforme o preliminares constantes das seções deste Capítulo.
caso, as providências preliminares, que constam
das seções deste Capítulo.

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Seção I Seção I
Resumo alunos
Do Efeito completo - agosto-2017
da Revelia - processo
Da não Incidência e da
dos Efeitos procedime…
Revelia
Art. 324. Se o réu não contestar a ação, o juiz, Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz,
verificando que não ocorreu o efeito da revelia, verificando a inocorrência do efeito da revelia
mandará que o autor especifique as provas que previsto no art. 344, ordenará que o autor
pretenda produzir na audiência. especifique as provas que pretenda produzir, se
ainda não as tiver indicado.
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de
provas, contrapostas às alegações do autor, desde
que se faça representar nos autos a tempo de
praticar os atos processuais indispensáveis a essa
produção.
Seção II
Da Declaração incidente
Art. 325. Contestando o réu o direito que
constitui fundamento do pedido, o autor poderá
requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele
o juiz profira sentença incidente, se da declaração
da existência ou da inexistência do direito
depender, no todo ou em parte, o julgamento da
lide (art. 5o).
Seção III Seção II
Dos Fatos Impeditivos, Modificativos ou Do Fato Impeditivo, Modificativo ou Extintivo
Extintivos do Pedido do Direito do Autor
Art. 326. Se o réu, reconhecendo o fato em que se Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo,
fundou a ação, outro Ihe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este
modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de quinze dias, permitindo-
será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, facultando- lhe o juiz a produção de prova.
lhe o juiz a produção de prova documental.

Seção IV Seção III


Das Alegações do Réu Das Alegações do Réu
Art. 327. Se o réu alegar qualquer das matérias Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias
enumeradas no art. 301, o juiz mandará ouvir o enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva
autor no prazo de 10 (dez) dias, permitindo-lhe a do autor no prazo de quinze dias, permitindo-lhe a
produção de prova documental. Verificando a produção de prova.
existência de irregularidades ou de nulidades Art. 352. Verificando a existência de
sanáveis, o juiz mandará supri-las, fixando à parte irregularidades ou vícios sanáveis, o juiz
prazo nunca superior a 30 (trinta), determinará sua correção em prazo nunca superior
dias. a trinta dias.
Art. 328. Cumpridas as providências Art. 353. Cumpridas as providências preliminares
preliminares, ou não havendo necessidade delas, o ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá
juiz proferirá julgamento conforme o estado do julgamento conforme o estado do processo,
processo, observando o que dispõe o capítulo observando o que dispõe o Capítulo X.
seguinte.
CAPÍTULO V CAPÍTULO X
DO JULGAMENTO CONFORME O DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO
ESTADO DO PROCESSO DO PROCESSO
Seção I Seção I
Da Extinção do Processo Da Extinção do Processo
Art. 329. Ocorrendo qualquer das hipóteses Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses
previstas nos arts. 267 e 269, II a V, o juiz previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz
declarará extinto o processo. proferirá sentença.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput
pode dizer respeito a apenas parcela do processo,
caso em que será impugnável por agravo de
instrumento.
Seção II Seção II
Do Julgamento Antecipado da Lide Do Julgamento Antecipado do Mérito
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Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido, Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido,
proferindo sentença: proferindo sentença com resolução de mérito,
Resumo alunos completo - agosto-2017 quando:
- processo e procedime…
I - quando a questão de mérito for unicamente de I – não houver necessidade de produção de outras
direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver provas;
necessidade de produzir prova em audiência;
II - quando ocorrer a revelia (art. 319). II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art.
344 e não houver requerimento de prova, na forma
do art. 349.
Seção III
Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito
quando um ou mais dos pedidos formulados ou
parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento,
nos termos do art. 355.
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito
poderá reconhecer a existência de obrigação líquida
ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde
logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar
parcialmente o mérito, independentemente de
caução, ainda que haja recurso contra essa
interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em
julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que
julgar parcialmente o mérito poderão ser
processados em autos suplementares, a
requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é
impugnável por agravo de instrumento.
Seção III
Da Audiência Preliminar
Art. 331. Se não ocorrer qualquer das hipóteses
previstas nas seções precedentes, e versar a causa
sobre direitos que admitam transação, o juiz
designará audiência preliminar, a realizar-se no
prazo de 30 (trinta) dias, para a qual serão as
partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se
representar por procurador ou preposto, com
poderes para transigir.
§ 1o Obtida a conciliação, será reduzida a termo e
homologada por sentença.
Seção IV
Do Saneamento e da Organização do Processo
§ 2o Se, por qualquer motivo, não for obtida a Art. 357. Não ocorrendo qualquer das hipóteses
conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de
decidirá as questões processuais pendentes e saneamento e de organização do processo:
determinará as provas a serem produzidas, I - resolver as questões processuais pendentes, se
designando audiência de instrução e julgamento, houver;
se necessário. II - delimitar as questões de fato sobre as quais
recairá a atividade probatória, especificando os
meios de prova admitidos;
III – definir a distribuição do ônus da prova,
observado o art. 373;
IV – delimitar as questões de direito relevantes
para a decisão do mérito;
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V – designar, se necessário, audiência de instrução


e julgamento.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
§ 3o Se o direito em litígio não admitir transação,
ou se as circunstâncias da causa evidenciarem ser
improvável sua obtenção, o juiz poderá, desde
logo, sanear o processo e ordenar a produção da
prova, nos termos do § 2o.
§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o
direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes,
no prazo comum de cinco dias, findo o qual a
decisão se torna estável.
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para
homologação, delimitação consensual das questões
de fato e de direito a que se referem os incisos II e
IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o
juiz.
§ 3º Se a causa apresentar complexidade em
matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar
audiência para que o saneamento seja feito em
cooperação com as partes, oportunidade em que o
juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou
esclarecer suas alegações.
§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de
prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não
superior a quinze dias para que as partes
apresentem rol de testemunhas.
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar,
para a audiência prevista, o respectivo rol de
testemunhas.
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode
ser superior a dez, sendo três, no máximo, para a
prova de cada fato.
§ 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas
em consideração à complexidade da causa e dos
fatos individualmente considerados.
§ 8º Caso tenha sido determinada a produção da
prova pericial, o juiz deve observar o disposto no
art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo,
calendário para sua realização.
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com
intervalo mínimo de uma hora entre as audiências.

Encerrada a fase postulatória, segue-se a fase intermediária, de ordenamento


e saneamento do feito.
Decorrido o prazo para a contestação ou, tendo havido reconvenção, escoado
o prazo para resposta por parte do autor-reconvindo, os autos são conclusos ao juiz para
eventualmente deliberar certas medidas, designadas pelo CPC como providências
preliminares; a ideia é eliminar vícios que possam comprometer a higidez processual.
Temos o que se chama de fase de pré-saneamento: constitui a primeira etapa
da fase de saneamento.
O juiz, se for o caso, deve:
- deliberar a renovação da citação, diante da presença de vício na realização
do ato e do não comparecimento do réu;

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- facultar ao autor a réplica (manifestação sobre o conteúdo da contestação);


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o prazo, no novo CPC, é de 15 dias; a réplica tem lugar se o réu invocar fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor ou quando apresentar defesas processuais, ou
seja, preliminares de contestação;
- fixar prazo não superior a 30 dias para que sejam supridas nulidades
sanáveis ou irregularidades;
- determinar a especificação de provas a produzir;
- determinar a citação de litisconsortes necessários, se for o caso.
OBS.: o novo CPC eliminou a ação declaratória incidental (prevista nos
arts. 5º e 325 do CPC/73), uma vez que não mais existe interesse na sua propositura,
pois o artigo 503, § 1º, preconiza que a coisa julgada abrangerá não só a decisão que
julgar os pedidos das partes, mas também a decisão a respeito da questão prejudicial.
“Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos
limites da questão principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida
expressa e incidentemente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no
caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la
como questão principal.
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições
probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da
questão prejudicial.”

OBS.: de acordo com o artigo 349 do novo CPC, o réu revel pode
produzir provas destinadas a demonstrar a inexistência do fato constitutivo invocado
pelo autor, desde que compareça em tempo oportuno.
Cumpridas as providências preliminares, ou não havendo necessidade delas,
o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo.
Ao órgão jurisdicional se abrem as seguintes possibilidades:
- proferir sentença, se ocorrer qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e
487, incisos II e III, do CPC/2015 (v. no CPC/73 os arts. 267 e 269, incisos II a V);
- julgar antecipadamente o mérito da causa, existindo previsão no novo CPC
de “julgamento antecipado parcial do mérito”;
- proferir decisão de saneamento e de organização do processo.

Extinção do processo
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O processo é extinto sem exame do mérito na fase cognitiva se delineadas as


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hipóteses previstas no art. 267 do CPC/73 e 485 do CPC/2015.
CAPÍTULO III CAPÍTULO XIII
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
de mérito:
I - quando o juiz indeferir a petição inicial; I – indeferir a petição inicial;
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) II – o processo ficar parado durante mais de um
ano por negligência das partes; ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e III – por não promover os atos e as diligências que
diligências que Ihe competir, o autor abandonar a lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais
causa por mais de 30 (trinta) dias; de trinta dias;
IV - quando se verificar a ausência de IV – verificar a ausência de pressupostos de
pressupostos de constituição e de constituição e de desenvolvimento válido e regular
desenvolvimento válido e regular do processo; do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de V – reconhecer a existência de perempção, de
perempção, litispendência ou de coisa julgada; litispendência ou de coisa julgada;
Vl - quando não concorrer qualquer das condições VI – verificar ausência de legitimidade ou de
da ação, como a possibilidade jurídica, a interesse processual;
legitimidade das partes e o interesse processual;
Vll - pela convenção de arbitragem; VII – acolher a alegação de existência de
convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral
reconhecer sua competência;
Vlll - quando o autor desistir da ação; VIII – homologar a desistência da ação;
IX - quando a ação for considerada IX – em caso de morte da parte, a ação for
intransmissível por disposição legal; considerada intransmissível por disposição legal; e
X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;
XI - nos demais casos prescritos neste Código. X – nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1o O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e Ill, o § 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a
arquivamento dos autos, declarando a extinção do parte será intimada pessoalmente para suprir a falta
processo, se a parte, intimada pessoalmente, não no prazo de cinco dias.
suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.
§ 2o No caso do parágrafo anterior, quanto ao § 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes
pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao
no II, as partes pagarão proporcionalmente as inciso III, o autor será condenado ao pagamento
custas e, quanto ao no III, o autor será condenado das despesas e dos honorários de advogado.
ao pagamento das despesas e honorários de
advogado (art. 28).
§ 3o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer § 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria
tempo e grau de jurisdição, enquanto não constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer
proferida a sentença de mérito, da matéria tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o
constante dos ns. IV, V e VI; todavia, o réu que a trânsito em julgado.
não alegar, na primeira oportunidade em que Ihe
caiba falar nos autos, responderá pelas custas de
retardamento.
§ 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, § 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá,
o autor não poderá, sem o consentimento do réu, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
desistir da ação.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até
a sentença.
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do
processo, por abandono da causa pelo autor,
depende de requerimento do réu.
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos
casos de que tratam os incisos deste artigo, o
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juiz terá cinco dias para retratar-se.


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Em todos esses casos temos hipóteses de sentenças processuais (chamadas
terminativas). Os aspectos examinados pelo juiz são de natureza formal. Reconhece-se, em
várias dessas hipóteses, a imprestabilidade do processo para dar uma resposta ao pedido do
autor. A coisa julgada é, destarte, apenas formal.
A ação, em princípio, pode ser novamente proposta, desde que sanado o
vício que acarretou a extinção sem análise do mérito.
CPC/73 CPC/2015
Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a Art. 486. O pronunciamento judicial que não
extinção do processo não obsta a que o autor resolve o mérito não obsta a que a parte proponha
intente de novo a ação. A petição inicial, todavia, de novo a ação.
não será despachada sem a prova do pagamento
ou do depósito das custas e dos honorários de
advogado.
§ 1º No caso de extinção em razão de
litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e
VII do art. 485, a propositura da nova ação
depende da correção do vício que levou à extinção
do processo sem resolução do mérito.
Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a § 2º A petição inicial, todavia, não será despachada
extinção do processo não obsta a que o autor sem a prova do pagamento ou do depósito das
intente de novo a ação. A petição inicial, todavia, custas e dos honorários de advogado.
não será despachada sem a prova do pagamento
ou do depósito das custas e dos honorários de
advogado.
Parágrafo único. Se o autor der causa, por três § 3º Se o autor der causa, por três vezes, a sentença
vezes, à extinção do processo pelo fundamento fundada em abandono da causa, não poderá propor
previsto no no III do artigo anterior, não poderá nova ação contra o réu com o mesmo objeto,
intentar nova ação contra o réu com o mesmo ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade
objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a de alegar em defesa o seu direito.
possibilidade de alegar em defesa o seu direito.

O juiz pode também proferir sentença desde logo, com resolução do mérito
da causa, nos casos previstos no art. 487, incisos II e III, do CPC/2015.
Art. 269. Haverá resolução de mérito: Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o
juiz:
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a
prescrição; ocorrência de decadência ou prescrição;
III – homologar:
II - quando o réu reconhecer a procedência do a) o reconhecimento da procedência do pedido
pedido; formulado na ação ou na reconvenção;
III - quando as partes transigirem; b) a transação;
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na
se funda a ação. reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º
do art. 332, a prescrição e a decadência não
serão reconhecidas sem que antes seja dada às
partes oportunidade de manifestar-se.
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o
mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria o pronunciamento que não o
resolve.

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Nessas hipóteses, embora o juiz não dê solução própria à lide, profere


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sentença definitiva, correspondente à integral prestação da tutela jurisdicional, com todos os
seus efeitos e consequências; representam, portanto, provimentos de mérito, sujeitos à
autoridade da coisa julgada material.
O reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na
reconvenção, a transação e a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção
representam formas de autocomposição da lide.
Esse reconhecimento não se confunde com confissão; no reconhecimento a
parte admite expressamente a procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
há adesão ao que foi postulado pelo adversário; diz respeito então ao próprio direito material
em que se funda a pretensão deduzida.
Já a confissão versa sobre os fatos da causa, não se pronunciando a parte
sobre a pertinência da pretensão deduzida pelo oponente.
Tanto o reconhecimento como a confissão só são admissíveis e geram efeitos
em detrimento da posição do adversário se a causa versar sobre direitos disponíveis.
O reconhecimento pode se dar pela parte ou por procurador com poderes
especiais.

Transação
O juiz chancela a solução encontrada pelas próprias partes para o litígio.
A transação corresponde a negócio jurídico bilateral apto a prevenir ou
terminar litígio, mediante concessões recíprocas (art. 840 do Código Civil).
O juiz intervém apenas para verificar a capacidade das partes, a licitude do
objeto e a regularidade formal, homologando então a transação por sentença.
A lide estará solucionada definitivamente. A sentença homologatória produz
coisa julgada material.
Prescrição e decadência: são efeitos do transcurso do tempo sobre os
direitos subjetivos.
A decadência é a extinção do próprio direito, que pela lei ou pela convenção,
nasceu com um prazo certo de eficácia.
O reconhecimento da decadência é o reconhecimento do perecimento do
direito invocado.
Prescrição – decorrido o lapso previsto em lei, desaparece a possibilidade da
fazer valer o direito. O direito não desaparece.
Interferindo diretamente com o pedido, o reconhecimento da prescrição ou
da decadência representa genuína decisão de mérito, impedindo o exame, em definitivo, do
direito caduco ou prescrito.
A prescrição e a decadência podem ser pronunciadas de ofício pelo juiz; mas
o novo CPC estabelece que não podem ser reconhecidas sem que antes seja dada às
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partes oportunidade de manifestar-se (v. parágrafo único do art. 487).


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Renúncia ao direito
A parte renuncia ao direito material que invocou na ação ou na reconvenção;
demite-se da titularidade desse direito; está então solucionada a lide definitivamente.
Os direitos indisponíveis não podem ser renunciados (são inerentes ao estado
e a capacidade das pessoas, bem como os relativos a alimentos).
A renúncia depende de capacidade civil plena e deve ser incondicional. Deve
ser expressa, podendo ser manifestada por procurador com poderes especiais.
Não se confunde com desistência da ação, cujo efeito é meramente formal e
não impede a repropositura.
Na renúncia há resolução do mérito, com extinção do processo, não sendo
necessário o consentimento do réu. A sentença extintiva produz coisa julgada material.
A renúncia pode ser manifestada até mesmo em grau de recurso, mas antes
de formada coisa julgada material.

Julgamento antecipado da lide


Na fase do julgamento conforme o estado do processo, o juiz poderá
conhecer diretamente do pedido, proferindo sentença, quando:
- a questão de mérito é unicamente de direito (os litigantes divergem apenas
quanto às consequências jurídicas de fatos incontroversos);
- a questão de mérito é de direito e de fato, mas se encontra elucidada
satisfatoriamente pelas provas já constantes dos autos e pelas alegações das partes, sendo
desnecessária a dilação probatória;
- ocorrer o efeito da revelia previsto nos arts. 319 do CPC/73 e 344 do
CPC/2015.
Elimina-se, nessas hipóteses, a incidência do princípio da oralidade no
processo de conhecimento.
Não basta a ocorrência da revelia; necessária a presença do seu efeito
principal: presunção de veracidade das alegações de fato constantes da petição inicial.
A revelia se caracteriza normalmente pela ausência de contestação. No rito
sumário, abolido no CPC/2015, também se configurava pelo não comparecimento
injustificado do réu à audiência preliminar, ou pelo seu comparecimento desacompanhado
de advogado.
O efeito da revelia, previsto nos artigos 319 do CPC/73 e 344 do CPC/2015,
não incide:
- em caso de réu preso revel, ou revel citado por edital ou com hora certa (art.
9º, II, CPC), quando há necessidade de nomeação de curador especial, cuja contestação,
ainda que por negação geral, faz com que o autor continue com o ônus de provar o fato
constitutivo do direito invocado na petição inicial;
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- nas hipóteses dos arts. 320 do CPC/73 e 345 do CPC/2015:


Art. 320.Resumo alunos
A revelia não completo
induz, contudo, - agosto-2017
o efeito Art. 345. A -revelia
processo e procedime…
não produz o efeito
mencionado no artigo antecedente: mencionado no art. 344 se:
I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles I – havendo pluralidade de réus, algum deles
contestar a ação; contestar a ação;
II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis; II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - se a petição inicial não estiver acompanhada III – a petição inicial não estiver acompanhada de
do instrumento público, que a lei considere instrumento que a lei considere indispensável à
indispensável à prova do ato. prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor
forem inverossímeis ou estiverem em contradição
com prova constante dos autos.

Obs.: ver texto anterior sobre a revelia do réu.


O que permite o julgamento antecipado da lide em todos os casos é a
desnecessidade da dilação probatória.

Do Saneamento e da Organização do Processo


Não sendo caso de extinção do processo ou de julgamento antecipado da
lide, o juiz deverá proferir decisão de saneamento.
Na disciplina do CPC/73, o saneamento e o ordenamento do feito deveriam
ocorrer normalmente na audiência preliminar prevista no art. 331, se a causa versasse sobre
direitos disponíveis; essa audiência prévia tinha por escopo incentivar a autocomposição da
lide; a ela deveriam comparecer as partes ou seus procuradores habilitados a transigir; obtida
a conciliação, era ela reduzida a termo e homologada por sentença; não sendo alcançada a
conciliação, o juiz deveria adotar as seguintes providências:
- decidir as questões processuais pendentes;
- fixar os pontos controvertidos entre as partes;
- organizar a instrução, determinando as provas a produzir; se necessária
apenas a produção de prova oral, deveria ser designada desde logo audiência de instrução e
julgamento.
Não se produzia qualquer prova nela.
Essa audiência do artigo 331 do CPC/73 não era obrigatória, podendo o juiz,
se vislumbrasse a inviabilidade da composição, proferir desde logo a decisão saneadora (v. §
3º do art. 331).
O novo CPC alterou substancialmente a forma e o conteúdo da decisão
saneadora; a tentativa de conciliação ocorre agora desde logo, ou seja, no início do
procedimento, nos termos do art. 334 (“Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e
não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou
de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo
menos 20 (vinte) dias de antecedência.”); assim, não sendo caso de extinção do processo ou de
julgamento antecipado do mérito, o juiz lança a decisão de saneamento desde logo nos
autos; só terá lugar a designação de audiência se a causa apresentar complexidade em
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 69/159
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matéria de fato ou de direito, caso em que o juiz promoverá o saneamento e organização da


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prova a partir da colaboração direta e efetiva das partes, presentes ao ato.
A decisão de saneamento representa:
– juízo de admissibilidade positivo relativamente à ação;
– juízo positivo de validade do processo;
– necessidade de dilação probatória.
(v. art. 357 do CPC/2015, supra transcrito, sobre o conteúdo da decisão
saneadora)
OBS.: nessa decisão, se o juiz admitir a produção de prova testemunhal,
fixará prazo de até 15 dias para a apresentação do rol respectivo em cartório; se
deferir prova pericial, nomeará desde logo o perito e fixará prazo a entrega do laudo;
quando admitida a prova técnica, a audiência de instrução e julgamento será
designada normalmente após a conclusão dos trabalhos periciais.

Prova Judiciária
Prova, no direito processual, corresponde a todo elemento que contribui para
a formação da convicção do juiz a respeito da existência de determinado fato controvertido,
tido como relevante para a solução do litígio.
Fala-se, nesse aspecto, em prova judiciária, a ser produzida normalmente na
fase instrutória do processo de conhecimento.

Classificação das provas:


As provas são classificadas segundo diferentes critérios.
A classificação mais aceita tem por base três critérios:
- o do objeto da prova;
- o do sujeito da prova;
- o da forma da prova.
1) Objeto da prova é o fato por provar-se.
Relativamente ao objeto, as provas são diretas ou indiretas.
Se a prova se refere ao próprio fato probando ou consiste no próprio fato, é
considerada direta.
Numa ação de indenização voltada à reparação dos danos causados em
acidente de trânsito, a testemunha ocular, que narra o fato que assistiu, é uma prova direta.
Numa ação para cobrança de dívida, o contrato de mútuo é uma prova direta.
Já a prova indireta é aquela que se não se refere ao próprio fato probando,
mas sim a outro, através do qual, por meio de raciocínio dedutivo, se chega àquele.
Na ação de indenização decorrente de acidente de trânsito, a testemunha que
descreveu a posição em que se encontravam os veículos sinistrados após o acidente é uma
prova indireta.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 70/159
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Aos fatos, objeto da prova indireta, dos quais o juiz deduz o fato probandi,
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dá-se o nome de indícios (fala-se em prova indiciária ou por presunção).
2) Sujeito da prova: pessoa ou coisa de quem ou de onde emana a prova. A
pessoa ou coisa que atesta a existência do fato probando.
Conforme o seu sujeito a prova é pessoal ou real.
Prova pessoal: toda afirmação pessoal consciente destinada a fazer fé de
determinados fatos.
- testemunha narra o que viu;
- instrumento de confissão de dívida;
- escritura de testamento.
Prova real: consiste na atestação inconsciente, feita por uma coisa, da
ocorrência do fato a ser provado:
- danos ocasionados em imóvel;
- lesões pessoais;
- cerca nos limites entre dois imóveis.
A prova real normalmente é obtida do exame de uma pessoa ou de uma coisa
(prova pericial).
3) Forma da prova: modalidade ou maneira pela qual se apresenta em juízo.
- prova oral;
- prova documental;
- prova material.
a) prova oral compreende a inquirição de testemunhas, depoimento da parte,
confissão e juramento.
b) prova documental: toda afirmação escrita ou gravada. Ex.: escrituras
públicas ou particulares, cartas, plantas, projetos, desenhos, fotos, gravações magnéticas etc.
c) prova material: consiste em qualquer outra materialidade que sirva de
prova do fato probando. Fala-se em atestação do fato emanada da coisa ou da pessoa, como
o corpo de delito, exames periciais e inspeção judicial.
A doutrina classifica ainda prova no que toca à sua preparação.
Nesse aspecto pode ser casual ou pré-constituída.
Prova casual é a prova produzida no curso do procedimento em juízo para
demonstrar a realidade de determinados fatos controvertidos. Ex.: perícia, depoimentos de
testemunhas, depoimento pessoal das partes etc.
Prova pré-constituída: representa prova preparada preventivamente para
demonstrar a existência de um ato ou negócio jurídico. Ex.: elaboração de contrato de mútuo
para provar a existência da dívida em juízo ou fora dele; emissão de um título de crédito.

Objeto da prova

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 71/159
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A prova se destina a convencer o juiz quanto à existência ou inexistência dos


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fatos sobre os quais versa a lide.
Os fatos da causa são objeto da prova.
Via de regra provam-se fatos; por exceção, prova-se o direito quando
estadual, municipal, costumeiro, singular ou estrangeiro (v. arts. 337 do CPC/73 e 373 do
CPC/2015).
Nem todos os fatos carecem de prova (arts. 334 do CPC/73 e 374 do
CPC/2015).
Dependem de prova os fatos controvertidos, relevantes e determinados.
Fatos controvertidos ou controversos – se não há controvérsia quanto aos
fatos alegados pelos litigantes, a questão se traduz à mera aplicação do direito.
Reclamam prova apenas os fatos contestados ou não admitidos como
verdadeiros pela parte contrária a quem os alega.
Em dadas circunstâncias, embora não contestados, deve ser feita a prova dos
fatos:
- quando reclamada pelo juiz para o fim de formar com mais segurança o seu
convencimento;
- quando a lide versar sobre direitos indisponíveis (v. ação de anulação de
casamento, de investigação de paternidade, de destituição do poder familiar etc.) – v. arts.
320, II, do CPC/73 e 345, II, do CPC/2015;
- quando a lei exige que a prova do ato ou negócio jurídico se revista de
forma especial (prova da propriedade imobiliária, de direito real de garantia, do casamento,
da separação, etc.) – v. arts. 366 do CPC/73 e 406 do CPC/2015.
Independem ainda de prova os fatos tidos como verdadeiros por uma
presunção legal (de existência ou de veracidade):
- provado o domínio, presume-se ser este exclusivo e ilimitado;
- se o filho nasceu nos 300 dias subsequentes à dissolução da sociedade
conjugal, a parte não precisa provar que foi concebido na constância do casamento (art.
1.597, II, do Código Civil);
- devedor que tem em seu poder título de crédito não precisa provar o
respectivo pagamento (v. art. 324 do Código Civil).
O direito, em princípio, não depende prova.
Uma das características da lei é sua obrigatoriedade. Ninguém pode escusar-
se de respeitar a lei sob a alegação de desconhecê-la.
O juiz, obviamente, não pode eximir-se de cumprir sua função sob o pretexto
de desconhecer a lei.
Daí a desnecessidade de produzir prova do teor e vigência da norma legal; o
juiz conhece o direito; mas tal princípio não é absoluto.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 72/159
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Os arts. 337 do CPC/73 e 373 do CPC/2015 apresentam duas regras: uma


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sobre o objeto da prova e outra sobre o ônus da prova.
Por exceção, pode ser objeto de prova o teor e a vigência do direito estadual,
municipal, costumeiro, singular (portarias, alvarás, concessões) ou estrangeiro. Quando o
juiz desconhecer o direito assim invocado, pode determinar a produção de prova acerca do
seu teor e vigência.
O juiz, porém, está obrigado a conhecer o direito vigente no local em que
exerce a sua jurisdição.
Ônus da prova: a prova do direito deve ser fornecida por quem o alegar.
Prova do teor e de vigência:
a) mediante certidão passada pela repartição competente;
b) exibição de jornal oficial que publicou a norma;
c) indicação de repertório de leis que a contiver (qualquer documento público
ou particular idôneo que reproduza o texto da lei).
Direito estrangeiro: a prova nem sempre é fácil.
Diante da impossibilidade de apresentação de cópia autêntica da lei ou de
coleção oficial de leis, pode ser admitida referência à obra jurídica de reconhecido mérito
que mencione a lei invocada, bem como a apresentação de pareceres de juristas.
Fatos notórios também independem de prova.
Certos fatos fazem parte da cultura de uma determinada esfera social.
São considerados notórios os fatos cujo conhecimento faz parte da cultura
normal própria de determinado círculo social no tempo em que ocorre a decisão.
São notórios os acontecimentos ou situações de conhecimento geral
inconteste – datas históricas, fatos históricos, situações geográficas, atos de gestão política
etc.
Para que um fato seja notório não é preciso que seja efetivamente conhecido,
bastando que o possa ser pela ciência pública ou comum. Ex.: o juiz para se inteirar acerca
da época da colheita de safra de café pode consultar calendário agrícola ou agricultores da
região.

Destinatário da Prova
O destinatário direto da prova é o juiz da causa, que deve se convencer da
verdade dos fatos para compor o litígio.
Para garantia das próprias partes, o julgador só pode tomar em consideração
o que for alegado e provado no curso do procedimento.
O direito processual se contenta, então, com a chamada verdade processual
ou formal, ou seja, a verdade que transparece dos elementos do processo, que pode não
corresponder à verdade real.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 73/159
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Em princípio, incumbe às partes a atividade probatória, observadas as regras


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do ônus da prova.
Mas o juiz pode determinar de ofício a produção das provas necessárias à
instrução do processo, tendo, então, iniciativa probatória (v. arts. 130 do CPC/73 e 370 do
CPC/2015).
Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, determinar as provas requerimento da parte, determinar as provas
necessárias à instrução do processo, indeferindo necessárias ao julgamento do mérito.
as diligências inúteis ou meramente protelatórias. Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão
fundamentada, as diligências inúteis ou meramente
protelatórias.

Não lhe é dado, porém, suprir simplesmente a deficiência probatória de uma


das partes, porque isto representaria afronta à regra pela qual compete ao juiz assegurar aos
litigantes igualdade de tratamento (v. arts. 125, I, do CPC/73 e 139, I, do CPC/2015).
Ex.: o juiz não pode determinar de ofício a inquirição das testemunhas cujo
rol uma das partes apresentou fora de prazo.
Via de regra o julgador pode interferir mais diretamente na produção das
provas quando presentes razões de ordem pública e igualitária, ou seja:
1) diante de causa que tenha por objeto direito indisponível (ações relativas
ao estado e à capacidade das pessoas, como as de investigação de paternidade, interdição,
destituição do poder familiar etc.);
2) quando, ante as provas já produzidas, estiver em dúvida que impossibilite
a formação do seu convencimento;
3) quando se deparar com significativa desproporção econômica ou
sociocultural entre as partes, isto é, uma das partes se encontra em clara posição de
inferioridade em relação à outra.

Sistemas de Valoração da Prova


Há três sistemas conhecidos para orientar a valoração das provas pelo juiz:
- o critério legal;
- o da livre convicção;
- o da persuasão racional.
O critério legal está totalmente superado no direito processual; por este
sistema, cada tipo de prova tem um valor pré-estabelecido, a ser observado pelo juiz; há
pouca margem para ele formar sua íntima convicção, estando adstrito a uma hierarquia legal
das provas, pela qual a solução da lide surge automaticamente.
Já o sistema da livre convicção é o oposto ao critério legal. Prevalece a
íntima convicção do juiz, que pode decidir a causa com base em impressões pessoais e a
ciência privada que tem dos fatos.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 74/159
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Por esse sistema o juiz não fica adstrito ao que foi alegado e provado nos
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autos, o que sujeita às partes a possíveis arbitrariedades.
O nosso Código de Processo Civil adota o sistema da persuasão racional ou
do livre convencimento motivado.

CPC/73 CPC/2015
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos
atendendo aos fatos e circunstâncias constantes autos, independentemente do sujeito que a tiver
dos autos, ainda que não alegados pelas partes; promovido, e indicará na decisão as razões da
mas deverá indicar, na sentença, os motivos que formação de seu convencimento.
Ihe formaram o convencimento.

O juiz pode analisar livremente as provas produzidas e atribuir a cada uma


delas o valor que possa merecer. Não há hierarquia legal, mas o juiz deve se ater apenas aos
elementos de convicção constantes dos autos. E mais: deve motivar suas decisões.
A exigência de motivação tem por finalidade permitir o controle da atividade
jurisdicional.

Máximas de Experiência (arts. 335 do CPC/73 e 375 do CPC/2015)


Art. 335. Em falta de normas jurídicas Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência
particulares, o juiz aplicará as regras de comum subministradas pela observação do que
experiência comum subministradas pela ordinariamente acontece e, ainda, as regras da
observação do que ordinariamente acontece e experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o
ainda as regras da experiência técnica, ressalvado, exame pericial.
quanto a esta, o exame pericial.

O juiz, para deliberar sobre as provas, para avaliá-las, para interpretar e


aplicar o direito, usa de diversas noções extrajudiciais, fruto de sua cultura, de seus
conhecimentos sociais, científicos e práticos.
São as noções que se denominam de “máximas de experiência ou regras de
experiência”.
É o juízo formado na observação do que costumeiramente acontece.
Esses fatos cotidianos fazem parte da communis opinio e podem variar
conforme o tempo, o lugar e o progresso da ciência.

Ônus da prova
CPC/73 CPC/2015
Art. 333. O ônus da prova incumbe: Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu
direito; direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor. modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de
peculiaridades da causa, relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior
facilidade de obtenção da prova do fato contrário,
poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 75/159
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diverso, desde que o faça por decisão


fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
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oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não
pode gerar situação em que a desincumbência do
encargo pela parte seja impossível ou
excessivamente difícil.

Art. 333.
Parágrafo único. É nula a convenção que distribui § 3º A distribuição diversa do ônus da prova
de maneira diversa o ônus da prova quando: também pode ocorrer por convenção das partes,
salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte; I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o II - tornar excessivamente difícil a uma parte o
exercício do direito. exercício do direito.

§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser


celebrada antes ou durante o processo.

As partes não têm a obrigação de provar os fatos alegados, têm apenas o


ônus de fazê-lo, ou seja, o litigante, se não se desincumbir do ônus da prova, sofrerá as
consequências decorrentes da sua inércia, assumindo o risco de perder a demanda.
Em princípio, a solução da lide será dada com base nas regras sobre a
distribuição do ônus da prova.
O Código de Processo Civil distribui entre as partes o ônus da prova – ao
autor incumbe o ônus de provar o fato constitutivo de seu direito; – ao réu incumbe o ônus
de provar o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Portanto, se o réu apenas nega a veracidade do fato em que se funda a
pretensão do autor, sobre este recai todo o ônus probatório.
Porém, se o réu apresenta a chamada defesa indireta contra o mérito, ou seja,
admite como verdadeiros os fatos alegados na petição inicial, mas invoca, em contrapartida,
fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, assume o ônus da prova.
Ex.: réu admite que contraiu a dívida, mas alega que já a quitou; incumbe-lhe
produzir a prova do pagamento.

Inversão do ônus da prova


As regras da distribuição do ônus da prova, contidas nos incisos I e II dos
artigos 333 do CPC/73 e 373 do CPC/2015, não são absolutas.
Em dadas circunstâncias, o ônus da prova pode ser invertido.
Essa inversão pode ter três origens distintas:
- legal;
- convencional;
- judicial.
A inversão é feita em favor de uma das partes e em prejuízo da outra.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 76/159
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Quando feita em favor do autor, ele não mais terá o ônus de provar o fato
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constitutivo do seu direito. Basta a alegação, devendo então o réu provar que o fato
invocado não é verdadeiro. Quando feita em favor do réu, este estará dispensado do ônus de
provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor eventualmente
alegados na contestação.

Inversão convencional
As partes podem transigir sobre a distribuição do ônus da prova, salvo
quando:
- recair sobre direito indisponível;
- a convenção tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito
(v. parágrafo único do art. 333 do CPC/73 e § 3º do art. 373 do CPC/2015).
O direito indisponível não é sujeito à transação ou à confissão, razão pela
qual também não se admite a inversão do ônus da prova por convenção entre as partes.
Inversão legal
É normalmente aquela que decorre de uma presunção.
A presunção consiste em uma forma de raciocínio pela qual, por meio do
conhecimento de um fato, infere-se a existência de outro.
Há presunções relativas e absolutas estabelecidas pelo legislador (presunções
legais).
Apenas no caso de presunção relativa, por admitir prova em contrário, é que
se pode falar em inversão do ônus probatório.
Quando o fato é presumido, não precisa ser comprovado por quem o alega.
Cabe ao adversário fazer prova da inveracidade do fato alegado.
A inversão legal não depende da avaliação do juiz, pois decorre da lei.
A presunção legal é muito usada no âmbito da responsabilidade civil. Ex.:
presume-se a culpa do dono do animal pelos danos por ele causados; numa ação de
indenização, o autor invoca a culpa assim presumida, incumbindo-se o réu de demonstrar a
sua inocorrência.
Presume-se ainda a culpa das prestadoras de serviço público pelos danos ao
particular, a do fornecedor pelos danos ao consumidor e a daquele que exerce atividade de
risco pelos danos causados a terceiros (Código Civil, art. 927, parágrafo único).
O artigo 38 do Código de Defesa do Consumidor também estabelece uma
hipótese de inversão do ônus da prova que não está na esfera de discricionariedade do juiz,
ou seja, é obrigatória; refere-se a dois aspectos da publicidade: a veracidade e a correção; de
acordo com o dispositivo, o ônus da prova nesses dois aspectos da informação ou
comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.

Inversão judicial do ônus da prova


https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 77/159
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Tem lugar normalmente nas demandas relativas à relações de consumo,


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protegidas pela Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor).
O artigo 6º, VIII, do CDC autoriza o juiz a inverter o ônus da prova em favor
do consumidor, desde que presentes os seus pressupostos.
A inversão pode ocorrer em duas situações distintas:
- quando o consumidor for hipossuficiente;
- quando for verossímil a sua alegação.
As hipóteses são consideradas alternativas pela doutrina majoritária.
A hipossuficiência a ser considerada não é a econômica propriamente, mas a
técnica; irrelevante, na caracterização da hipossuficiência, o fato do consumidor ser ou não
beneficiário da assistência judiciária gratuita.
Assim, o juiz determinará a inversão do ônus da prova sempre que verificar a
superioridade técnica do fornecedor para produzir as provas pertinentes, ou seja, a produção
da prova seria mais difícil ao consumidor porque depende de conhecimentos técnicos ou de
informações que normalmente estão em poder do fornecedor.
Ex.: o consumidor pede na inicial a substituição de máquina por apresentar
defeito de fabricação; o fornecedor ostenta superioridade técnica para demonstrar a causa do
defeito e eventualmente afastar sua responsabilidade civil, tendo lugar então a inversão do
ônus da prova.
O novo Código de Processo Civil traz agora regra específica sobre a
chamada “distribuição dinâmica do ônus da prova”, que pode então ser aplicada em
hipóteses que não digam respeito a relações de consumo protegidas pelo Código de Defesa
do Consumidor (v. §§ 1º e 2º do art. 373 do CPC/2015).
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa, relacionadas à impossibilidade
ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de
obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde
que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do
encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.

Entende-se que o juiz deve se pronunciar sobre a inversão antecipadamente,


ou seja, na fase de saneamento, para não surpreender as partes e dificultar a sua iniciativa
probatória. O novo CPC, ao tratar da decisão saneadora, explicita que deverá o juiz nela
“definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373” (v. art. 357, inciso III).

Momentos da Prova
O procedimento probatório passa por três momentos:
- proposição da prova;
- admissão da prova;
- produção da prova.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 78/159
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1º) Proposição ou propositura da prova: as partes determinam na petição


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inicial ou na contestação os fatos a serem provados; e para demonstrar a existência desses
fatos, devem especificar os meios de prova a serem utilizados.
De acordo com o CPC/73, no rito ordinário bastaria menção à espécie de
prova; já no rito sumário, havia necessidade da particularização das provas a produzir desde
logo.
No novo procedimento comum, disciplinado no CPC/2015, basta menção
genérica, na inicial e na contestação, aos meios de prova a serem utilizados.
Em todos os casos, a prova documental deve ser proposta e oferecida com a
petição inicial e a contestação; a exigência diz respeito aos documentos substanciais e
fundamentais:
CPC/73 CPC/2015
Art. 283. A petição inicial será instruída com os Art. 320. A petição inicial será instruída com os
documentos indispensáveis à propositura da ação. documentos indispensáveis à propositura da ação.
Art. 396. Compete à parte instruir a petição Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial
inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os ou a contestação com os documentos destinados a
documentos destinados a provar-lhe as alegações. provar suas alegações.
Parágrafo único. Quando o documento consistir em
reprodução cinematográfica ou fonográfica, a parte
deverá trazê-lo nos termos do caput, mas sua
exposição será realizada em audiência, intimando-
se previamente as partes.

A propositura se confunde, nesse caso, com a produção.


Verifica-se, daí, que já há atividade probatória das partes na fase inicial do
procedimento, ou seja, na fase postulatória (produção da prova documental).

2º) Admissão da prova: proposta a produção de provas, o juiz deve resolver


sobre a sua admissibilidade; é ato exclusivo do juiz; este, portanto, na decisão saneadora,
decide sobre os meios de prova a serem utilizados pelas partes:
v. novo procedimento comum (v. art. 357 do CPC/2015).

3º) Produção da prova: diz respeito à reprodução no processo dos fatos


afirmados pelas partes.
Há um momento processual que é próprio à produção da prova oral – a
audiência de instrução e julgamento (v. arts. 450 a 457 do CPC/73 e 358 a 367 do
CPC/2015).
A prova pericial normalmente se realiza antes da audiência de instrução e
julgamento, mas nesta pode ser complementada, com os esclarecimentos orais do perito
judicial e dos assistentes técnicos.

Princípio da oralidade em relação à prova


As provas, em princípio, são produzidas perante o juiz da causa.

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No procedimento probatório se acentua o sistema da oralidade, esposado


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pelo Código de Processo Civil, com a aplicação dos princípios da imediatidade e da
concentração da causa.
Na produção das provas, o juiz se põe em contato imediato, direto, com as
partes e testemunhas, tomando-lhes os depoimentos.
E a atividade probatória se desenvolve normalmente na fase instrutória do
processo de conhecimento; a prova oral concentra-se na audiência de instrução e
julgamento.
Entretanto, são exceções ao sistema da oralidade previsto no CPC:
a) os casos de produção de prova de fora da terra;
b) provas antecipadas ou ad perpetuam rei memoriam;
c) prova emprestada.

Prova de fora da terra:


Tem lugar quando o sujeito da prova, pessoa ou coisa, não se acha no lugar
onde corre o processo.
Nesse caso, a produção da prova se dá perante o juízo onde se encontra o
sujeito da prova.
Fala-se então em prova fora da terra ou prova de fora, que é a que deve
ser produzida em local diverso daquele onde o juiz da causa exerce sua jurisdição.
Expede-se, nessas hipóteses, carta precatória, rogatória ou de ordem.
Em princípio, a prova por rogatória ou precatória deve ser requerida na
petição inicial ou na contestação.
O momento da proposição dessa prova influi sobre os efeitos da precatória
ou rogatória (v. arts. 338 do CPC/73 e 377 do CPC/2015).
Requerida a expedição após o despacho saneador, a precatória ou rogatória
não terão efeito suspensivo, ou seja, a sua expedição não suspende o julgamento da
causa.
Art. 338. A carta precatória e a carta rogatória Art. 377. A carta precatória, a carta rogatória e o
suspenderão o processo, no caso previsto na auxílio direto suspenderão o julgamento da causa
alínea b do inciso IV do art. 265 desta Lei, no caso previsto no art. 313, inciso V, alínea b,
quando, tendo sido requeridas antes da decisão de quando, tendo sido requeridos antes da decisão de
saneamento, a prova nelas solicitada apresentar-se saneamento, a prova neles solicitada for
imprescindível. imprescindível.
Parágrafo único. A carta precatória e a carta Parágrafo único. A carta precatória e a carta
rogatória, não devolvidas dentro do prazo ou rogatória não devolvidas no prazo ou concedidas
concedidas sem efeito suspensivo, poderão ser sem efeito suspensivo poderão ser juntadas aos
juntas aos autos até o julgamento final. autos a qualquer momento.

Regras a serem observadas na expedição das cartas – arts. 202 a 212 do


CPC/73 e 260 a 268 do CPC/2015.
Prova antecipada

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Em determinadas circunstâncias, há conveniência e necessidade de produzir-


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se a prova de certo fato para invocá-lo eventualmente em processo de conhecimento futuro
ou colhê-la, pendente o processo, mas antes de chegar o momento próprio para a sua
produção.
Prova antecipada significa prova produzida antes do momento processual
oportuno no processo de conhecimento.
Ex.: inquirição de testemunha de idade avançada; constatação de vestígios de
fatos de natureza transitória.
No CPC/73, as provas antecipadas achavam-se incluídas na lei processual
entre as medidas cautelares (v. arts. 846 a 851 do CPC/73); instaurava-se processo cautelar
específico para a coleta da prova oral ou pericial antecipadamente.
Estávamos diante de providências destinadas a acautelar o interesse daquele
que dependa dessas provas para a afirmação do seu direito no momento próprio, ante o risco
de perecimento.
No novo CPC (v. arts. 381 a 383), a disciplina da produção antecipada da
prova se encontra inserida no capítulo que trata das provas, dando-se ênfase ao que a
doutrina chama de “direito autônomo à prova”; essa produção antecipada, pelo novo CPC,
não se fundamenta apenas na urgência (risco de perecimento de seu objeto ou fonte),
prestando-se também a viabilizar tentativa de autocomposição do litígio, antes do
ajuizamento de ação de conhecimento, ou ainda auxiliar as partes numa melhor análise dos
fatos da causa, de modo a justificar ou evitar a propositura da ação; na nova concepção, a
medida tem o escopo de reduzir a litigiosidade, estimulando a transação ou desestimulando
o ajuizamento de demanda fadada ao insucesso; cuida-se então de uma ação probatória
autônoma, voltada a produção de prova oral, pericial ou mesmo de inspeção judicial; os §§
1º e 5º do artigo 381 do CPC/2015 preconizam a mesma finalidade e o mesmo procedimento
da produção antecipada de provas para o arrolamento de bens (quando se destina apenas à
sua documentação e não à sua apreensão) e para a justificação; assim, o arrolamento de bens
e a justificação deixaram de ostentar a condição de medidas cautelares, presente no Código
de Processo Civil de 1973.
CPC/73 CPC/2015
Da Produção Antecipada de Provas Da Produção Antecipada da Prova
Art. 846. A produção antecipada da prova pode Art. 381. A produção antecipada da prova será
consistir em interrogatório da parte, inquirição de admitida nos casos em que:
testemunhas e exame pericial.
Art. 847. Far-se-á o interrogatório da parte ou a
inquirição das testemunhas antes da propositura
da ação, ou na pendência desta, mas antes da
audiência de instrução:
I - se tiver de ausentar-se;
II - se, por motivo de idade ou de moléstia grave, I – haja fundado receio de que venha a tornar-se
houver justo receio de que ao tempo da prova já impossível ou muito difícil a verificação de certos
não exista, ou esteja impossibilitada de depor. fatos na pendência da ação;
II – a prova a ser produzida seja suscetível de
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viabilizar a autocomposição ou outro meio


adequado de solução de conflito;
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III – o prévio conhecimento dos fatos possa
justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
§ 1º O arrolamento de bens observará o disposto
nesta seção quando tiver por finalidade apenas a
realização de documentação e não a prática de atos
de apreensão.
§ 2º A produção antecipada da prova é da
competência do juízo do foro onde esta deva ser
produzida ou do foro de domicílio do réu.
§ 3º A produção antecipada da prova não previne a
competência do juízo para a ação que venha a ser
proposta.
§ 4º O juízo estadual tem competência para
produção antecipada de prova requerida em face da
União, entidade autárquica ou empresa pública
federal se, na localidade, não houver vara federal.
§ 5º Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que
pretender justificar a existência de algum fato ou
relação jurídica, para simples documento e sem
caráter contencioso, que exporá, em petição
circunstanciada, a sua intenção.
Art. 848. O requerente justificará sumariamente a Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as
necessidade da antecipação e mencionará com razões que justificam a necessidade de antecipação
precisão os fatos sobre que há de recair a prova. da prova e mencionará com precisão os fatos sobre
os quais a prova há de recair.
Parágrafo único. Tratando-se de inquirição de
testemunhas, serão intimados os interessados a
comparecer à audiência em que prestará o
depoimento.
§ 1º O juiz determinará, de ofício ou a
requerimento da parte, a citação de interessados na
produção da prova ou no fato a ser provado, salvo
se inexistente caráter contencioso.
§ 2º O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência
ou a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas
consequências jurídicas.
§ 3º Os interessados poderão requerer a produção
de qualquer prova no mesmo procedimento, desde
que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua
produção conjunta acarretar excessiva demora.
§ 4º Neste procedimento, não se admitirá defesa ou
recurso, salvo contra a decisão que indeferir
totalmente a produção da prova pleiteada pelo
requerente originário.
Art. 849. Havendo fundado receio de que venha a
tornar-se impossível ou muito difícil a verificação
de certos fatos na pendência da ação, é admissível
o exame pericial.
Art. 850. A prova pericial realizar-se-á conforme
o disposto nos arts. 420 a 439.
Art. 851. Tomado o depoimento ou feito exame Art. 383. Os autos permanecerão em cartório
pericial, os autos permanecerão em cartório, durante um mês para extração de cópias e certidões
sendo lícito aos interessados solicitar as certidões pelos interessados.
que quiserem.
Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão
entregues ao promovente da medida.

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Conforme a sua razão de ser e a sua finalidade, as provas antecipadas podem


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ser classificadas em:
1) Propriamente preventivas: visam produzir a prova do fato
antecipadamente, sem objetivos diretos e imediatos, de modo a assegurar a eficácia de um
direito no futuro.
O interessado vislumbra uma lide que poderá não ocorrer; conserva a prova
de um fato sem objetivar diretamente algum litígio. Ex.: inquilino, para prevenir-se contra
futura ação do locador, promove vistoria para determinar as condições em que se acha o
prédio alugado.
2) Preparatórias: o objetivo é preparar elementos de prova para fundamentar
ação determinada e já em vista, já definida, objetivando um direito já violado.
Ex.: fixar danos ocasionados em imóvel para instruir ação de indenização
contra o seu causador.
3) Incidentes: são produzidas quando já pendente o processo de
conhecimento, mas antes do momento próprio para sua produção (fase instrutória).
(v. doutrina do Prof. Moacyr Amaral Santos)

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A AÇÃO AUTÔNOMA DE


PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA, DE ACORDO COM O NOVO CPC:
a) não objetiva a declaração do direito material aplicável, mas apenas
assegurar o direito à produção da prova com fundamento na urgência ou na indicação de que
o requerente quer melhor esclarecer os fatos relacionados a uma determinada situação
jurídica, nos moldes do que dispõe o artigo 381;
b) não há necessidade de indicar na petição inicial uma ação de
conhecimento em que a prova antecipada poderá ser utilizada, mas apenas os fatos sobre os
quais a prova há de recair; o requerente deve também esclarecer a utilidade da prova;
c) deve ser assegurado o contraditório, com a citação de todos quantos
possam ter interesse na situação jurídica vinculada a prova a ser produzida antecipadamente;
d) em princípio, mais de um meio de prova poderá ser requerido no mesmo
procedimento; porém, as provas devem estar relacionadas ao mesmo fato e a produção
conjunta não pode acarretar excessiva demora;
e) não se admite defesa voltada a estabelecer controvérsia sobre os fatos a
serem provados ou a debater o direito material aplicável; o requerido pode apresentar, no
entanto, defesas processuais e invocar a ausência dos pressupostos necessários à produção
antecipada da prova;
f) o requerido é citado para acompanhar a produção da prova, podendo
interferir diretamente na sua coleta; no caso de prova pericial, deve ser facultada a
apresentação de quesitos e a indicação de assistente técnico; em se tratando de prova
testemunhal, pode ele contraditar as pessoas arroladas para depor (arguir a incapacidade, o
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impedimento ou a suspeição da testemunha), bem como apresentar perguntas na audiência


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para esclarecer o depoimento;
g) como já realçado, o juiz não deve se pronunciar sobre a ocorrência ou a
inocorrência do fato probando, nem sobre as suas consequências jurídicas; colhida a prova,
profere ele uma sentença homologatória, sem qualquer juízo de valor quanto aos fatos
perquiridos; essa sentença se presta apenas a atestar a regularidade do procedimento;
h) no sistema do CPC/73, os autos ficavam arquivados em cartório para
consulta dos interessados; no novo CPC, os autos permanecem em cartório apenas durante
um mês (para extração de cópias e certidões pelos interessados), sendo que, escoado esse
prazo, são entregues ao promovente.

Prova emprestada
É aquela produzida em determinado processo, buscando-se o seu
aproveitamento em outro feito.
O novo CPC, no artigo 372, admite expressamente a utilização de prova
emprestada (“Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório”); o CPC/73 não
continha previsão a respeito, sendo que a doutrina e a jurisprudência admitiam esse
aproveitamento, desde que observadas certas condições.
A questão da eficácia da utilização de prova produzida em outro processo diz
respeito às provas casuais ou simples e não às pré-constituídas ou documentais em geral.
Estas, originais ou emprestadas, valem igualmente em qualquer juízo em que forem
apresentadas.
As provas casuais são aquelas produzidas no curso do processo, sem que
tenham sido intencionalmente preparadas para a demonstração de um fato (testemunhos,
perícias, depoimentos das partes e inspeção judicial).
Parte da doutrina, tendo em vista o sistema da oralidade do CPC, sustenta
que a prova emprestada é ineficaz; porém, tendo em vista a possibilidade de produção de
provas antecipadamente ou mediante precatória, a doutrina majoritária admite a eficácia da
prova emprestada; com a regra do novo CPC, essa controvérsia deixa de existir.
A prova emprestada deve ser acolhida e apreciada com cautelas; o juiz irá
verificar a necessidade do seu aproveitamento, a partir, normalmente, da impossibilidade ou
da inconveniência de sua reprodução no segundo processo; de toda sorte, a prova
emprestada será apreciada em conjunto com outros elementos de convicção e diante das
peculiaridades do caso concreto.
O artigo 372 do CPC/2015 impõe a observância do contraditório; é
necessário, portanto, que a parte, contra quem a prova emprestada será produzida, tenha
participado do processo anterior, influindo então na sua coleta; à evidência, é indispensável
que essa prova a ser aproveitada diga respeito aos mesmos fatos.
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Na vigência do CPC/73, o Prof. Moacyr Amaral Santos já preconizava regras


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a serem observadas para que tenha eficácia a prova emprestada:
- prova produzida em processo anterior:
a) entre as mesmas partes – guarda, em princípio, sua eficácia natural, desde
que: 1) tenham sido observadas as formalidades legais (contraditório, etc.); 2) o fato
probando seja idêntico;
b) prova produzida em processo em que uma das partes do segundo processo
litigou com terceiro – só vale se foi trasladada por quem não foi parte no processo anterior;
se a prova é trasladada por quem integrou o processo anterior, não tem eficácia em relação à
parte contrária, que não participou de sua produção; assim, não há necessidade de que as
partes sejam as mesmas nos dois processos; é preciso apenas que a parte, contra quem a
prova emprestada será utilizada, tenha participado do primeiro processo, participando da sua
produção;
c) prova produzida em processo entre terceiros – normalmente não tem
eficácia.

Meios de Prova
São os instrumentos através dos quais se torna possível a comprovação dos
fatos relevantes à solução da lide.
O nosso direito processual admite a utilização dos meios legais de prova ou
outros meios moralmente legítimos.
CPC/73 CPC/2015
Art. 332. Todos os meios legais, bem como os Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos
moralmente legítimos, ainda que não os meios legais, bem como os moralmente
especificados neste Código, são hábeis para legítimos, ainda que não especificados neste
provar a verdade dos fatos, em que se funda a Código, para provar a verdade dos fatos em que se
ação ou a defesa. funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na
convicção do juiz.

Meios legais são os meios de prova típicos, ou seja, aqueles previstos em lei.
Meios moralmente legítimos são aqueles que escapam à previsão do
legislador, mas podem ser admitidos por não afrontarem a moral e os bons costumes (ex.:
prova cinematográfica e outras gravações magnéticas).
A Constituição Federal proíbe a utilização no processo de provas obtidas por
meio ilícito (art. 5º, LVI). Ex.: confissão obtida mediante tortura, grave ameaça;
interceptação telefônica etc.
A escuta clandestina, chamada de “grampo”, é ilícita, salvo a possibilidade
de determinação judicial para gravação de conversas telefônicas, voltada à instrução
criminal (art. 5º, XII, da CF).
Entende-se que essas gravações, autorizadas especificamente para fins de
persecução penal, não podem ser utilizadas como prova emprestada no processo civil, diante

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do nosso sistema constitucional. A questão não é pacífica.


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No entanto, quando a gravação é feita por um dos interlocutores é
considerada lícita, mesmo que sua utilização se faça sem o consentimento do outro (v. STJ –
RT 743/208). A situação assemelha-se à carta exibida em juízo pelo próprio destinatário.
Não há violação de correspondência, nem ofensa ao direito à intimidade.
Os meios de prova especificados no Código de Processo Civil são os
seguintes:
- ata notarial (art. 384 do CPC/2015);
- depoimento pessoal (arts. 342/347 do CPC/73 e 385/388 do CPC/2015);
- confissão (arts. 348/354 do CPC/73 e 389/395 do CPC/2015);
- exibição de documento ou coisa (arts. 355/363 do CPC/73 e 396/404 do
CPC/2015);
- prova documental (arts. 364/399 do CPC/73 e 405/441 do CPC/2015);
- prova testemunhal (arts. 400/419 do CPC/73 e 442/463 do CPC/2015);
- prova pericial (arts. 420/439 do CPC/73 e 464/480 do CPC/2015);
- inspeção judicial (arts. 440/443 do CPC/73 e 481/484 do CPC/2015).

Ata Notarial (art. 384 do NCPC)


“Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em
arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.”
Representa novidade quanto aos meios de prova no CPC/2015.
Essa ata é lavrada exclusivamente por notário (Tabelião de Notas), na forma
do artigo 7º, III, da Lei Federal nº 8.935/94; sua finalidade é atestar ou documentar a
existência de algum fato, de modo a fixá-lo de modo permanente e idôneo, incidindo então a
presunção de autenticidade e veracidade inerente aos documentos públicos; cabe ao oficial
público descrever os fatos ocorridos em sua presença ou em ambiente virtual; essa prática,
de lavratura da ata notarial, já está sedimentada no dia a dia do foro, prestando-se a
certificação de situações veiculadas na rede mundial de computadores, que podem ser
facilmente deletadas, modificadas ou transferidas de endereço eletrônico; assim, para
resguardar direitos e futuras providências pelos interessados, esse serviço prestado pelos
notários é solicitado com grande frequência; anota a doutrina que os pedidos mais comuns
da lavratura estão relacionados ao uso indevido de imagem, divulgação de textos ofensivos à
honra das pessoas e informações comerciais; cabe ao notário então atestar o conteúdo de
uma determinada página da internet, discriminando o dia e o horário do acesso; o parágrafo
único do artigo 384 define a possibilidade de constar da ata registros de sons e de imagens.

Depoimento pessoal
Depoimento pessoal consiste no testemunho da parte em juízo.
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Consiste em meio de prova, pelo qual a parte é inquirida, a pedido do


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adversário, a respeito dos fatos relevantes para a solução da lide.
É um instituto voltado a provocar a confissão e a elucidação dos fatos
debatidos no processo.
O sujeito do depoimento pessoal é aquele que figura como parte no processo
e tem capacidade jurídica.
O objeto do depoimento pessoal são os fatos da causa.
A iniciativa da diligência pode ser da parte contrária ou do próprio juiz.
Faz-se então distinção entre depoimento pessoal e interrogatório.
O depoimento pessoal é sempre requerido pelo adversário, é colhido
normalmente na audiência de instrução e julgamento e tem por finalidade provocar a
confissão.
Já o interrogatório é determinado de ofício pelo juiz, pode ser realizado em
qualquer fase do procedimento e se destina a fornecer subsídios para o julgamento do feito;
não se aplica então a pena de confesso caso a parte não compareça à audiência para
interrogatório ou, comparecendo, se recuse a depor.
Não se admite requerimento para depoimento pessoal da própria parte ou de
litisconsorte. O pedido deve ser feito para inquirição de quem ocupa o polo oposto da
relação processual.
O Ministério Público, atuando como fiscal da lei, pode requerê-lo.
Se a parte for pessoa jurídica, o depoimento será prestado pelos seus
representantes legais.
A parte (autor ou réu), uma vez intimada, deve comparecer em juízo e prestar
o depoimento, o que representa um ônus processual; se a parte não comparecer ou,
comparecendo, se recusar a depor, estará sujeita a uma consequência negativa, qual seja, a
aplicação da pena de confesso; o juiz admite então como verdadeiros os fatos alegados
contra ela.
A pena de confesso também pode ser aplicada pelo juiz quando a parte, sem
motivo justificado, calar-se ou deixar de responder adequadamente o que lhe for perguntado,
empregando evasivas.
A parte, no entanto, pode se escusar de depor nas hipóteses previstas nos
artigos 347 do CPC/73 e 388 do CPC/2015; o novo CPC trouxe relevante ampliação dos
casos em que a escusa pode ser admitida (ler os artigos adiante transcritos).

Procedimento
O depoimento pessoal normalmente é requerido na petição inicial ou na
contestação e via de regra é prestado na audiência de instrução e julgamento.
A parte deve ser intimada pessoalmente, com a advertência da pena de
confesso.
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Admite-se, por exceção, a produção antecipada dessa prova (v. arts. 846/848
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do CPC/73 e 381/383 do CPC/2015).
Admite-se ainda a inquirição da parte por precatória ou rogatória, se residir
fora da comarca onde tramita o feito; o NCPC preconiza a possibilidade do depoimento ser
colhido por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e
imagens em tempo real (v. § 3º do art. 385).
Observa-se a mesma forma prevista para a inquirição de testemunhas,
ressalvadas as disposições incompatíveis; o advogado do depoente não poderá fazer
reperguntas; o litigante que ainda não prestou depoimento não pode assistir a inquirição do
litisconsorte ou do adversário.
Na audiência de instrução e julgamento o depoimento das partes é tomado
antes da oitiva das testemunhas. Primeiro ouve-se o autor, depois o réu.
O novo CPC permite que o advogado da parte adversa formule as suas
perguntas diretamente ao depoente; o juiz poderá formular suas perguntas à parte depoente
antes ou depois da intervenção do advogado; cabe ao juiz indeferir perguntas impertinentes,
repetitivas ou que tenham por escopo induzir a resposta; no sistema do CPC/73, o advogado
formulava suas indagações por intermédio do juiz.
CPC/73 CPC/2015
Do Depoimento Pessoal Do Depoimento Pessoal
Art. 342. O juiz pode, de ofício, em qualquer
estado do processo, determinar o comparecimento
pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os
fatos da causa.
Art. 343. Quando o juiz não o determinar de Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento
ofício, compete a cada parte requerer o pessoal da outra parte, a fim de que esta seja
depoimento pessoal da outra, a fim de interrogá-la interrogada na audiência de instrução e julgamento,
na audiência de instrução e julgamento. sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de
ofício.
§ 1o A parte será intimada pessoalmente,
constando do mandado que se presumirão
confessados os fatos contra ela alegados, caso não
compareça ou, comparecendo, se recuse a depor.
§ 2o Se a parte intimada não comparecer, ou § 1.° Se a parte, pessoalmente intimada para prestar
comparecendo, se recusar a depor, o juiz lhe depoimento pessoal e advertida da pena de
aplicará a pena de confissão. confesso, não comparecer ou, comparecendo, se
recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.
Art. 344. A parte será interrogada na forma
prescrita para a inquirição de testemunhas.
Parágrafo único. É defeso, a quem ainda não § 2.° É vedado a quem ainda não depôs assistir ao
depôs, assistir ao interrogatório da outra parte. interrogatório da outra parte.
§ 3º O depoimento pessoal da parte que residir em
comarca, seção ou subseção judiciária diversa
daquela onde tramita o processo poderá ser colhido
por meio de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens em
tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante
a realização da audiência de instrução e
julgamento.
Art. 345. Quando a parte, sem motivo justificado, Art. 386. Quando a parte, sem motivo justificado,
deixar de responder ao que lhe for perguntado, ou deixar de responder ao que lhe for perguntado ou
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empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais
circunstâncias e elementos de prova, declarará, na circunstâncias e os elementos de prova, declarará,
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sentença, se houve recusa de depor.
- processo e procedime…
na sentença, se houve recusa de depor.
Art. 346. A parte responderá pessoalmente sobre Art. 387. A parte responderá pessoalmente sobre
os fatos articulados, não podendo servir-se de os fatos articulados, não podendo servir-se de
escritos adrede preparados; o juiz lhe permitirá, escritos anteriormente preparados; o juiz lhe
todavia, a consulta a notas breves, desde que permitirá, todavia, a consulta a notas breves, desde
objetivem completar esclarecimentos. que objetivem completar esclarecimentos.
Art. 347. A parte não é obrigada a depor de fatos: Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre
fatos:
I - criminosos ou torpes, que lhe forem imputados; I – criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva
guardar sigilo. guardar sigilo;
III – acerca dos quais não possa responder sem
desonra própria, de seu cônjuge, de seu
companheiro ou de parente em grau sucessível;
IV – que coloquem em perigo a vida do depoente
ou das pessoas referidas no inciso III.
Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às
ações de filiação, de desquite e de anulação de ações de estado e de família.
casamento.

Confissão
Consiste no reconhecimento, pela parte, de serem verdadeiros os fatos ou
alguns dos fatos alegados pelo adversário.
Confissão diz respeito então a fatos desfavoráveis ao confitente e favoráveis
à parte contrária.
A confissão não se confunde com reconhecimento da procedência do pedido
pelo réu, que é causa de extinção do processo, com julgamento do mérito; também não se
confunde com renúncia ao direito sobre que se funda a ação; mediante confissão a parte
(autor ou réu) apenas admite a veracidade de fato alegado pelo adversário, sem reconhecer a
justiça ou injustiça da pretensão deste; o fato confessado pode ou não levar à vitória do
adversário; portanto, na confissão a parte não abre mão do seu direito.
A confissão é considerada meio de prova de excepcional eficácia, pois a
partir dela o fato se torna incontroverso, dispensando outras provas a respeito; os seus
efeitos são análogos aos da revelia.
A confissão só é válida:
1) sobre fatos relativos a direitos disponíveis, ou seja, deve haver
disponibilidade do direito relacionado com o fato confessado (ex.: não se admite confissão
nas ações relativas ao estado da pessoa ou à filiação – destituição do poder familiar,
anulação de casamento, investigação de paternidade, e mesmo nas ações movidas contra a
Fazenda Pública);
2) quando inexigível forma especial para a validade do ato judicial
confessado (ex.: confissão não supre escritura pública quando esta for da substância do
negócio jurídico);

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3) se emanar de pessoa capaz de obrigar-se; é inadmissível a confissão de


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incapaz, mesmo por seu representante legal.
(v. arts. 350 e 351 do CPC/73 e 391/392 do CPC/2015).
A confissão deve conter um elemento subjetivo, intencional, que é a vontade
de reconhecer a verdade do fato alegado pelo adversário.
Espécies de confissão
Pode ser judicial ou extrajudicial (v. arts. 348 do CPC/73 e 389 do
CPC/2015).
Confissão Judicial: feita em juízo nos próprios autos, a qualquer tempo;
pode ser escrita (na contestação, réplica ou em outra petição oferecida) ou verbal (durante
o depoimento pessoal).
Fala-se ainda que a confissão judicial pode ser espontânea ou
provocada (v. arts. 349 do CPC/73 e 390 do CPC/2015); a provocada resulta normalmente
do depoimento pessoal da parte, quando ela responde as perguntas do juiz ou do advogado
do adversário; a espontânea resulta da iniciativa do próprio confitente e é manifestada em
petição dirigida ao juízo.
Confissão extrajudicial: é feita fora do processo, por escrito ou oralmente,
perante a parte contrária ou terceiros, ou ainda por testamento (v. arts. 353 do CPC/73 e 394
do CPC/2015); deve ser provada nos autos por documentos ou testemunhas.
A confissão judicial e a extrajudicial podem ser feitas pela parte ou por
representante com poder especial (v. arts. 349, parágrafo único, do CPC/73 e 390, § 1º, do
CPC/2015).
A confissão também pode ser expressa ou tácita (ficta); a expressa é feita
de forma categórica, por escrito ou oralmente; a ficta ou tácita decorre da falta de
impugnação na contestação dos fatos alegados na petição inicial ou da omissão da parte em
falar quando provocada (geralmente resulta da recusa da parte em prestar depoimento).
A eficácia da confissão judicial e extrajudicial está prevista nos artigos 350 e
353 do CPC/73 e 391 e 394 do CPC/2015 (ler os artigos adiante transcritos); a confissão
judicial faz prova contra o confitente, não podendo prejudicar os litisconsortes; “nas ações
que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de um
cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de
separação absoluta de bens”.
Uma vez considerada eficaz, a confissão é irretratável.
O confitente poderá pleitear a anulação da confissão em ação própria, diante
da presença de vício de consentimento; o CPC/73 fazia referência ao cabimento de ação
anulatória, se o processo em que se deu a confissão ainda estivesse em andamento, ou de
ação rescisória se transitou em julgado a sentença de mérito proferida com fundamento na
confissão viciada; o novo CPC menciona apenas a possibilidade de ação anulatória, pois não

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mais se insere dentre os fundamentos para ajuizar uma ação rescisória eventual vício da
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confissão manifestada.
Os artigos 354 do CPC/73 e 395 do CPC/2015 preconizam a indivisibilidade
da confissão; isso quer dizer que se o ato da confissão abordar vários pontos, deve ser
considerado como um todo, ou seja, tanto naquilo que for favorável ou desfavorável à parte
a quem aproveita a confissão; esta, porém, poderá cindir-se quando o confitente a ela aduzir
fato novo, capaz de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
CPC/73 CPC/2015
Da Confissão Da Confissão
Art. 348. Há confissão, quando a parte admite a Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial,
verdade de um fato, contrário ao seu interesse e quando a parte admite a verdade de fato contrário
favorável ao adversário. A confissão é judicial ou ao seu interesse e favorável ao adversário.
extrajudicial.
Art. 349. A confissão judicial pode ser espontânea Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea
ou provocada. Da confissão espontânea, tanto que ou provocada.
requerida pela parte, se lavrará o respectivo termo
nos autos; a confissão provocada constará do
depoimento pessoal prestado pela parte.
Parágrafo único. A confissão espontânea pode ser § 1º A confissão espontânea pode ser feita pela
feita pela própria parte, ou por mandatário com própria parte ou por representante com poder
poderes especiais. especial.
§ 2º A confissão provocada constará do termo de
depoimento pessoal.
Art. 350. A confissão judicial faz prova contra o Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o
confitente, não prejudicando, todavia, os confitente, não prejudicando, todavia, os
litisconsortes. litisconsortes.
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre
bens imóveis ou direitos sobre imóveis alheios, a bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis
confissão de um cônjuge não valerá sem a do alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro
outro. não valerá sem a do outro, salvo se o regime de
casamento for o da separação absoluta de bens.
Art. 351. Não vale como confissão a admissão, Art. 392. Não vale como confissão a admissão, em
em juízo, de fatos relativos a direitos juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.
indisponíveis.
§ 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não
for capaz de dispor do direito a que se referem os
fatos confessados.
§ 2º A confissão feita por um representante
somente é eficaz nos limites em que este pode
vincular o representado.
Art. 352. A confissão, quando emanar de erro, Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser
dolo ou coação, pode ser revogada: anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.
I - por ação anulatória, se pendente o processo em
que foi feita;
II - por ação rescisória, depois de transitada em
julgado a sentença, da qual constituir o único
fundamento.
Parágrafo único. Cabe ao confitente o direito de Parágrafo único. A legitimidade para a ação
propor a ação, nos casos de que trata este artigo; prevista no caput é exclusiva do confitente e pode
mas, uma vez iniciada, passa aos seus herdeiros. ser transferida a seus herdeiros se ele falecer após a
propositura.
Art. 353. A confissão extrajudicial, feita por
escrito à parte ou a quem a represente, tem a
mesma eficácia probatória da judicial; feita a

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terceiro, ou contida em testamento, será


livremente apreciada pelo juiz.
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Parágrafo único. Todavia, quando feita Art. 394. A confissão extrajudicial, quando feita
verbalmente, só terá eficácia nos casos em que a oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei
lei não exija prova literal. não exija prova literal.
Art. 354. A confissão é, de regra, indivisível, não Art. 395. A confissão é, de regra, indivisível, não
podendo a parte, que a quiser invocar como prova, podendo a parte que a quiser invocar como prova
aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no
que lhe for desfavorável. Cindir-se-á, todavia, que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando
quando o confitente lhe aduzir fatos novos, o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de
suscetíveis de constituir fundamento de defesa de constituir fundamento de defesa de direito material
direito material ou de reconvenção. ou de reconvenção.

Exibição de documento ou coisa com finalidade probatória


Pretensão à exibição de documento ou coisa manifestada por um litigante
contra o outro ou contra terceiro tem o caráter de ação; tem ela por objeto a apresentação em
juízo de coisa corpórea ou documento com a finalidade de fazer prova de fatos relevantes da
causa; a ideia é assegurar o direito à produção da prova.
A pretensão exibitória pode ser preparatória ou incidental.
Preparatória: visa amealhar a prova constante de documento ou coisa, com
o qual terá de instruir a ação de conhecimento a ser proposta no futuro.
Incidental: visa à prova de um fato numa lide pendente; pressupõe processo
de conhecimento em curso.
Partes:
requerente da exibição: é aquele que tem interesse específico em fazer prova
de um fato que se discute ou será discutido em processo de conhecimento;
requerido: é aquele que está obrigado ou no dever de exibir documento ou
coisa; pode ser a parte contrária ou terceiro estranho à lide e que está na obrigação de exibir.
O direito à exibição e à obrigação de exibir se resolvem de acordo com o
disposto nos artigos 358 do CPC/73 e 399 do CPC/2015, transcritos adiante.
O direito à exibição existe quando:
- o requerido tiver obrigação de exibir (detentor do testamento cerrado, de
livros empresariais numa ação de dissolução da sociedade, do título de domínio do bem
nomeado à penhora, etc.);
- o requerido aludiu ao documento ou à coisa no processo com o intuito de
constituir prova (nesse caso nasce para o adversário o direito de conhecer o documento ou a
coisa e de reclamar sua exibição em juízo; por força do princípio da comunhão da prova o
objeto se tornou processualmente comum às partes);
- o documento, por seu conteúdo, for comum às partes (ex.: instrumento de
contrato em que existe apenas uma via em poder de um dos contratantes).
Nesses casos não se admite a recusa em exibir; o juiz aplicará ao requerido as
consequências da recusa ilegítima.

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A recusa manifestada pela parte contrária ou por terceiro é considerada


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legítima quando delineada qualquer das hipóteses previstas nos arts. 363 do CPC/73 e 404
do CPC/2015 (ex.: documento ou coisa concernente a negócios da própria família,
possibilidade da violação de dever de honra, etc.); predominam os valores da família e da
intimidade justa.
A exibição de documento ou coisa com finalidade probatória pode ser
requerida, além da parte interessada, por terceiros intervenientes e pelo representante do
Ministério Público quando atua como fiscal da ordem jurídica.
OBS.: o CPC de 1973 cuidava da exibição de documento ou coisa como
meio de prova e como “procedimento cautelar específico” (arts. 844 e 845); este ficava
reservado à hipótese em que o pedido da exibição era formulado antes da instauração do
processo de conhecimento; o novo CPC disciplina a exibição apenas como meio de prova,
em caráter incidental ao processo de conhecimento em curso, não ficando afastada, porém, a
possibilidade de se requerer a exibição também em caráter antecedente, como se fosse uma
ação probatória autônoma, nos moldes do artigo 351 (CPC/2015).
O pedido de exibição deve conter os requisitos previstos nos arts. 356 do
CPC/73 e 397 do CPC/2015 (individuação da coisa ou documento, finalidade da prova e
indicação das circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou
a coisa existe e se acha em poder do requerido).

PROCEDIMENTO
Pedido de exibição em face da parte contrária, no curso de processo de
conhecimento.
A exibição pode ser requerida na petição inicial ou na contestação, ou logo
após o adversário mencionar a existência do documento; quando se trata de pedido
incidental, não há autuação em separado, ou seja, processa-se nos próprios autos da ação
originária.
O requerido é intimado para responder em cinco dias:
- feita a exibição, encerra-se o incidente;
- se o requerido não responde o pedido, não efetua a exibição quando
determinado ou se sua recusa for considerada ilegítima, o juiz profere decisão interlocutória,
admitindo como verdadeiros os fatos que seriam provados por meio do documento ou da
coisa (EXTRAEM-SE ARGUMENTOS PROBATÓRIOS CONTRA O REQUERIDO,
COM EFICÁCIA DE CONFISSÃO FICTA – v. arts. 359 do CPC/73 e 400 do CPC/2015);
- quando o requerido nega a existência do documento ou da coisa em seu
poder, cabe ao requerente o ônus de provar a inveracidade da afirmação (arts. 357 do
CPC/73 e 398, parágrafo único, do CPC/2015);
- alegada a inexistência da obrigação de exibir, o juiz examina a pertinência
dos argumentos apresentados; não os acolhendo, admitirá como verdadeiros os fatos que
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seriam provados por meio do documento ou da coisa;


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- considerando justo o motivo invocado, o juiz dispensa o requerido da
exibição.
OBS.: o novo CPC traz inovação, dando conta que, sendo necessário, o juiz
pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o
documento seja exibido (v. parágrafo único do art. 400); essas medidas normalmente serão
cabíveis quando o pedido exibitório é feito em caráter antecedente em face daquele que
eventualmente responderá aos termos da ação de conhecimento; a presunção de veracidade
dos fatos somente poderá incidir na hipótese de exibição requerida pela parte em face do
adversário ou determinada de ofício pelo juiz quando já há ação de conhecimento em curso;
na hipótese de pedido antecedente, não há como o juiz dessa ação probatória autônoma
extrair argumentos probatórios contra o requerido, de modo a vincular a solução a ser dada
pelo juiz do futuro processo de conhecimento.

Procedimento da exibitória contra 3º


Terceiro – pessoa estranha à lide pendente; é estabelecida uma relação
processual paralela em face desse terceiro, não se tratando, nesse caso, de mero incidente
processual.
A petição deve conter os requisitos dos arts. 356 do CPC/73 e 397 do
CPC/2015.
O terceiro é citado para exibir ou responder; o CPC/73 estipula o prazo de 10
dias e o novo CPC fixa-o em 15 dias (v. arts. 360 do CPC/73 e 401 do CPC/2015).
Quando o terceiro exibe o documento ou coisa, encerra-se o procedimento; a
revelia enseja o julgamento antecipado, com a condenação do terceiro a depositar à
disposição do juízo o documento ou coisa; quando o terceiro nega a obrigação de exibir ou a
posse do objeto, é designada audiência especial; nela é tomado o depoimento do requerido,
bem como o das partes e, se necessário, o de testemunhas; na sequência, o juiz profere
decisão (v. arts. 361 do CPC/73 e 402 do CPC/2015).
Defesas possíveis ao terceiro: fatos previstos nos arts. 363 do CPC/73 e 404
do CPC/2015, pelos quais se escusa de exibir em juízo o documento ou a coisa, e a
inexistência do objeto em seu poder.
Considerada injusta a recusa a exibir, o juiz ordena o depósito em cinco dias,
às expensas do requerente; descumprida a ordem, o juiz faz expedir mandado de apreensão,
a ser cumprido com o auxílio de força policial se for o caso; tudo sem prejuízo da
responsabilidade por crime de desobediência (v. arts. 362 do CPC/73 e 403 do CPC/2015).
OBS.: o novo CPC também preconiza a possibilidade da imposição ao
terceiro do pagamento de multa e outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias, necessárias para assegurar a efetivação da decisão.

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A obrigação do terceiro decorre da previsão de que qualquer pessoa está


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obrigada a colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade.
CPC/73 CPC/2015
Art. 339. Ninguém se exime do dever de Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar
colaborar com o Poder Judiciário para o com o Poder Judiciário para o descobrimento da
descobrimento da verdade. verdade.

Disposições do CPC relacionadas à exibição de documento ou coisa:


CPC/73 CPC/2015
Da Exibição de Documento ou Coisa Da Exibição de Documento ou Coisa
Art. 355. O juiz pode ordenar que a parte exiba Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba
documento ou coisa, que se ache em seu poder. documento ou coisa que se encontre em seu poder.

Art. 356. O pedido formulado pela parte conterá: Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
I - a individuação, tão completa quanto possível, I – a individuação, tão completa quanto possível,
do documento ou da coisa; do documento ou da coisa;
II - a finalidade da prova, indicando os fatos que II – a finalidade da prova, indicando os fatos que se
se relacionam com o documento ou a coisa; relacionam com o documento ou a coisa;
III - as circunstâncias em que se funda o III – as circunstâncias em que se funda o
requerente para afirmar que o documento ou a requerente para afirmar que o documento ou a
coisa existe e se acha em poder da parte contrária. coisa existe e se acha em poder da parte contrária.
Art. 357. O requerido dará a sua resposta nos 5 Art. 398. O requerido dará a sua resposta nos cinco
(cinco) dias subseqüentes à sua intimação. Se dias subsequentes a sua intimação.
afirmar que não possui o documento ou a coisa, o Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não
juiz permitirá que o requerente prove, por possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que
qualquer meio, que a declaração não corresponde o requerente prove, por qualquer meio, que a
à verdade. declaração não corresponde à verdade.
Art. 358. O juiz não admitirá a recusa: Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:
I - se o requerido tiver obrigação legal de exibir; I – o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II - se o requerido aludiu ao documento ou à II – o requerido tiver aludido ao documento ou à
coisa, no processo, com o intuito de constituir coisa, no processo, com o intuito de constituir
prova; prova;
III - se o documento, por seu conteúdo, for III – o documento, por seu conteúdo, for comum às
comum às partes. partes.
Art. 359. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como
como verdadeiros os fatos que, por meio do verdadeiros os fatos que, por meio do documento
documento ou da coisa, a parte pretendia provar: ou da coisa, a parte pretendia provar se:
I - se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer I – o requerido não efetuar a exibição, nem fizer
qualquer declaração no prazo do art. 357; qualquer declaração no prazo do art. 398;
II - se a recusa for havida por ilegítima. II – a recusa for havida por ilegítima.
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode
adotar medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias para que o
documento seja exibido.

Art. 360. Quando o documento ou a coisa estiver Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver
em poder de terceiro, o juiz mandará citá-lo para em poder de terceiro, o juiz ordenará sua citação
responder no prazo de 10 (dez) dias. para responder no prazo de quinze dias.
Art. 361. Se o terceiro negar a obrigação de Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir
exibir, ou a posse do documento ou da coisa, o ou a posse do documento ou da coisa, o juiz
juiz designará audiência especial, tomando-lhe o designará audiência especial, tomando-lhe o
depoimento, bem como o das partes e, se depoimento, bem como o das partes e, se
necessário, de testemunhas; em seguida proferirá necessário, o de testemunhas, e em seguida
a sentença. proferirá decisão.
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Art. 362. Se o terceiro, sem justo motivo, se Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se
recusar a efetuar a exibição, o juiz lhe ordenará recusar a efetuar a exibição, o juiz ordenar-lhe-á
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
que proceda ao respectivo depósito em cartório ou que proceda ao respectivo depósito em cartório ou
noutro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) em outro lugar designado, no prazo de cinco dias,
dias, impondo ao requerente que o embolse das impondo ao requerente que o ressarça pelas
despesas que tiver; se o terceiro descumprir a despesas que tiver.
ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem,
requisitando, se necessário, força policial, tudo o juiz expedirá mandado de apreensão,
sem prejuízo da responsabilidade por crime de requisitando, se necessário, força policial, sem
desobediência. prejuízo da responsabilidade por crime de
desobediência, pagamento de multa e outras
medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias necessárias para assegurar a
efetivação da decisão.

Art. 363. A parte e o terceiro se escusam de Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir,
exibir, em juízo, o documento ou a coisa: em juízo, o documento ou a coisa, se:
I - se concernente a negócios da própria vida da I – concernente a negócios da própria vida da
família; família;
II - se a sua apresentação puder violar dever de II – sua apresentação puder violar dever de honra;
honra;
III - se a publicidade do documento redundar em III – sua publicidade redundar em desonra à parte
desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus ou ao terceiro, bem como a seus parentes
parentes consanguíneos ou afins até o terceiro consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes
grau; ou lhes representar perigo de ação penal; representar perigo de ação penal;
IV - se a exibição acarretar a divulgação de fatos, IV – sua exibição acarretar a divulgação de fatos a
a cujo respeito, por estado ou profissão, devam cujo respeito, por estado ou profissão, devam
guardar segredo; guardar segredo;
V - se subsistirem outros motivos graves que, V – subsistirem outros motivos graves que,
segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a
recusa da exibição. recusa da exibição;
VI – houver disposição legal que justifique a recusa
da exibição.
Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os
ns. I a V disserem respeito só a uma parte do incisos I a VI do caput disserem respeito a apenas
conteúdo do documento, da outra se extrairá uma uma parcela do documento, a parte ou terceiro
suma para ser apresentada em juízo. exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída
cópia reprográfica, de tudo sendo lavrado auto
circunstanciado.

Prova documental (arts. 364 a 399 do CPC/73 e 405 a 441 do CPC/2015)


O documento, no campo da prova judiciária, é a coisa representativa de um
fato e destinada a fixá-lo de modo permanente e idôneo, reproduzindo-o em juízo.
Liga-se a ideia de papel escrito, mas pode ser composto por material diverso.
Assim, não só apenas os papéis escritos são documentos, mas qualquer meio material ou
digital utilizado para a representação de um fato.
Importa analisar a autoria do documento, a maneira de sua formação e o seu
conteúdo.

Autoria
Autor do documento é a pessoa a quem se atribui sua formação.
É considerado autor do documento não só quem o forma materialmente para
si, mas também quem o faz formar por outrem para si. Nessa segunda hipótese alguém
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manda outrem compor o documento para si. Ainda que eu solicite a confecção de um recibo
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por um contador ou secretário, eu sou o autor desse documento particular.
Temos ainda como autor do documento aquele que o forma no exercício da
atividade de documentador, por força de função na qual é investido pelo Estado.
Assim, autor do documento público também pode ser o oficial público que o
forma. No entanto, a formação do documento se dá no interesse de outras pessoas. Os
efeitos jurídicos do documento aproveitarão a quem solicitou sua formação ao oficial
público. Aqui, portanto, no sentido estrito, autor é o notário. Mas num sentido amplo, a
autoria do documento também pode ser atribuída ao interessado ou interessados na
representação do ato ou do negócio jurídico.
Pode ser feita então a distinção entre autor intelectual e autor material do
documento.
Autor intelectual ou autor propriamente dito é quem procura produzir
com o documento determinados efeitos jurídicos e a quem tais efeitos aproveitarão. O
documento foi formado em proveito dele.
De outro lado, entende-se por autor material aquele que de fato e
materialmente elaborou o documento.
Em se tratando de documento particular normalmente há coincidência entre o
seu autor intelectual e material.
No que tange ao documento público, autor intelectual é aquele que procurou
o oficial para a lavratura; este oficial será o autor material.
A autoria do documento particular vem destacada nos artigos 371 do CPC/73
e 410 do CPC/2015.
Visto sob o aspecto de sua autoria, em sentido estrito, o documento pode ser
classificado como público ou privado (ou particular).
Público: formado por quem esteja no exercício de uma função pública que o
autorize a formá-lo. Assim, serão públicos todos os documentos formados por um agente
público, ou seja, por quem tenha fé pública, nos limites de sua competência.
Privado ou particular: formado por um particular ou mesmo por um oficial
público que não aja nessa qualidade.
Sob o prisma da autoria o documento pode ainda ser classificado como
autógrafo e heterógrafo.
Autógrafo: quando há coincidência entre o autor do documento e o autor do
fato documentado (escritos particulares em geral).
Heterógrafo: autor do documento, em sentido estrito, é terceiro em relação
ao autor do fato documentado (documentos públicos em geral).

Meios de formação do documento


O documento decorre das atividades do seu autor sobre uma coisa.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 97/159
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Alguém interessado na fixação de um fato de modo duradouro, permanente,


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atua para que ele se reproduza materialmente por certo meio, sob certa maneira.
Em todos os casos a representação da ideia ou do fato é transferida à coisa
representativa, ou seja, ao documento.
Normalmente os documentos se materializam em papel, mediante uso da
escrita.
Porém a representação pode ser dar por sinais gráficos diversos da escrita ou
pelos chamados meios diretos.
Temos então, quanto aos meios de formação, a seguinte classificação de
documentos:
- escritos: documentos normais, regulados por lei, com o uso da palavra
escrita; formado dessa maneira, diz-se que o documento constitui prova literal;
- gráficos: ideia ou fato são representados por sinais gráficos diversos da
escrita: desenhos, pinturas, plantas, cartas topográficas, etc.;
- diretos: o fato representado é transmitido diretamente para a coisa
representativa (fotografia, fonografia, cinematografia e meios digitais em geral);
distinguem-se dos chamados docs. gráficos ou escritos, pois nestes o fato representado se
transmite para a coisa através do sujeito do fato representado.

Conteúdo do documento
Os documentos reproduzem normalmente uma declaração de ciência ou de
vontade. Fala-se, então, em documentos declarativos.
E, conforme as declarações reproduzidas sejam de ciência ou de vontade, os
documentos são considerados narrativos (declarações de ciência acerca de um fato) ou
constitutivos (encerram declarações de vontade, criando, extinguindo ou modificando uma
relação jurídica).
Duas outras questões ligadas diretamente à autoria do documento merecem
atenção: a subscrição e a autenticidade.

Subscrição
Não é suficiente a indicação no documento de quem seja seu autor; é preciso
que se comprove a autoria do documento.
Essa prova se tem com a subscrição, que consiste no lançamento da
assinatura do seu autor ao pé do documento.
Assim, a subscrição indica e prova a autoria do documento.
Normalmente os documentos escritos são assinados pelo seu autor. Mas há
documentos que também tem eficácia probatória e não contêm subscrição (registros
domésticos, como agendas, diários, etc. e livros empresariais).

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 98/159
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Autenticidade
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
Entende-se por autenticidade a certeza de que o documento proveio do autor
nele indicado.
Do fato da subscrição não se extrai a certeza de que seja autêntico o
documento. Há possibilidade de ser falsa a indicação da autoria.
Da subscrição ou assinatura decorre apenas a autoria aparente.
Apenas quando se confirma a coincidência entre a autoria aparente e a real é
possível falar em documento autêntico.
Num sentido estrito, consideram-se autênticos apenas os documentos
públicos; estes encerram uma presunção de autenticidade.
De ordinário, os documentos particulares, cuja autenticidade necessita
de confirmação, não são considerados autênticos. Provada a sua autenticidade, fala-se
em documento autenticado (v. arts. 369 e 372 do CPC/73 e 411 do CPC/2015).
Resumindo o exposto, é possível definir uma classificação geral dos
documentos:
No que tange a autoria os documentos podem ser: públicos ou privados;
autógrafos e heterógrafos; assinados ou não assinados; autênticos e autenticados.
Quanto ao meio de sua formação podem ser: escritos, gráficos e diretos (ou
estampados).
Quanto ao seu conteúdo, os documentos podem ser narrativos ou
constitutivos.

Documento e instrumento
O documento, quando especialmente preparado para a prova de um ato ou
negócio jurídico, denomina-se instrumento.
Instrumento é, destarte, espécie do gênero documento, sendo mencionado no
Código Civil nos artigos 215 e 221; tem por finalidade criar, extinguir ou modificar uma
relação jurídica, servindo-lhe de prova. Presta-se, portanto, a tornar exequível um ato.
Os instrumentos podem ser públicos ou particulares, conforme sejam
formados por oficial público no exercício de suas funções ou por particulares.
Instrumentos Públicos: testamento público, instrumento público de
mandato, escritura pública de compra e venda de imóvel, ato de nomeação de funcionário,
sentença judicial, auto de penhora, etc.
Instrumentos Particulares: títulos cambiais, instrumento particular de
mandato, compromisso de compra e venda, etc.
Documentos, em sentido estrito, são escritos que, não sendo prova pré-
constituída do ato, oferecem, contudo, elementos para prová-lo (definição de João Mendes

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 99/159
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Júnior). Podem ser públicos (mensagens do Chefe do Executivo, publicações de atos


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administrativos, etc.) ou particulares (missivas, convites, avisos de estabelecimentos
bancários, etc.).

Força probante dos documentos


Eficácia do documento público, em sentido genérico
Formado por oficial público, o documento público, desde que mantida sua
integridade, é considerado autêntico.
Carrega uma presunção de autenticidade entre as partes e perante terceiros,
isto em decorrência da fé pública conferida aos agentes públicos.
Essa presunção de autenticidade alcança apenas os elementos da formação do
ato (data, local, nome e qualificação das partes etc.), as declarações de vontade que o oficial
público ouvir das partes e os fatos ocorridos na sua presença (pagamento feito, entrega de
um objeto, etc.); não incide sobre o conteúdo dessas declarações, ou seja, o oficial público
atesta que ouviu as declarações, mas não que sejam elas verdadeiras (v. arts. 364 do CPC/73
e 405 do CPC/2015).
Art. 364. O documento público faz prova não só Art. 405. O documento público faz prova não só da
da sua formação, mas também dos fatos que o sua formação, mas também dos fatos que o
escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o
ocorreram em sua presença. servidor declarar que ocorreram em sua presença.

Julgados do Superior Tribunal de Justiça assentam justamente que o


documento público, contendo declarações de um particular, faz certo, em princípio, que elas
foram prestadas. Não se firma a presunção, entretanto, de que seu conteúdo corresponde à
verdade (v. RSTJ 74/292).
Os documentos públicos podem ser:
- judiciais: elaborados por escrivão, com base em atos processuais e peças
dos autos, ou emanados do juiz;
- notariais: provenientes de notários e registradores, sendo extraídos de seus
livros e assentamentos;
- administrativos: oriundos de outras repartições públicas.
Todos gozam da mesma presunção de autenticidade.
Essa presunção, no entanto, é “juris tantum”, podendo ser desconstituída por
declaração judicial da falsidade do documento, que pode ser obtida em ação autônoma (v.
arts. 4º, II, do CPC/73 e 19, II, do CPC/2015) ou incidentalmente no processo em que foi
produzido (v. arts. 390 a 395 do CPC/73 e 430 a 433 do CPC/2015).

Importante:
O juiz não pode formar sua convicção contra o teor de documento público,
louvando-se em outra prova.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 100/159
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Só pode ser desconsiderada a eficácia probante do documento público se for


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declarada a sua falsidade ou reconhecida a presença de vícios sociais (simulação e fraude)
ou do consentimento (erro, dolo e coação).
OBS.: quando a lei exige, como da substância do ato, o instrumento público,
nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a ausência (v. arts. 366 do
CPC/73 e 406 do CPC/2015). Nem mesmo a confissão da outra parte supre essa ausência.
Para certos atos a forma especial e substancial é a escritura pública, sendo
nulos se constituídos por outra forma. Exemplos: pactos antenupciais, contratos
constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis, salvo o penhor agrícola (v.
artigos 108 e 109 do Código Civil).
Nem sempre é possível a exibição dos documentos públicos em original; daí
a possibilidade de usar cópias ou outras reproduções para juntada aos autos (v. arts. 365 do
CPC/73 e 425 do CPC/2015).
Art. 365. Fazem a mesma prova que os originais: Art. 425. Fazem a mesma prova que os originais:
I - as certidões textuais de qualquer peça dos I – as certidões textuais de qualquer peça dos autos,
autos, do protocolo das audiências, ou de outro do protocolo das audiências ou de outro livro a
livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele cargo do escrivão ou chefe de secretaria, sendo
ou sob sua vigilância e por ele subscritas; extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele
subscritas;
II - os traslados e as certidões extraídas por oficial II – os traslados e as certidões extraídas por oficial
público, de instrumentos ou documentos lançados público de instrumentos ou documentos lançados
em suas notas; em suas notas;
III - as reproduções dos documentos públicos, III – as reproduções dos documentos públicos,
desde que autenticadas por oficial público ou desde que autenticadas por oficial público ou
conferidas em cartório, com os respectivos conferidas em cartório, com os respectivos
originais. originais;
IV - as cópias reprográficas de peças do próprio IV – as cópias reprográficas de peças do próprio
processo judicial declaradas autênticas pelo processo judicial declaradas autênticas pelo
próprio advogado sob sua responsabilidade advogado, sob sua responsabilidade pessoal, se não
pessoal, se não lhes for impugnada a lhes for impugnada a autenticidade;
autenticidade.
V - os extratos digitais de bancos de dados, V – os extratos digitais de bancos de dados
públicos e privados, desde que atestado pelo seu públicos e privados, desde que atestado pelo seu
emitente, sob as penas da lei, que as informações emitente, sob as penas da lei, que as informações
conferem com o que consta na origem; conferem com o que consta na origem;
VI - as reproduções digitalizadas de qualquer VI – as reproduções digitalizadas de qualquer
documento, público ou particular, quando documento público ou particular, quando juntadas
juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus aos autos pelos órgãos da justiça e seus auxiliares,
auxiliares, pelo Ministério Público e seus pelo Ministério Público e seus auxiliares, pela
auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições Defensoria Pública e seus auxiliares, pelas
públicas em geral e por advogados públicos ou procuradorias, pelas repartições públicas em geral e
privados, ressalvada a alegação motivada e por advogados, ressalvada a alegação motivada e
fundamentada de adulteração antes ou durante o fundamentada de adulteração.
processo de digitalização.
§ 1o Os originais dos documentos digitalizados, § 1º Os originais dos documentos digitalizados
mencionados no inciso VI do caput deste artigo, mencionados no inciso VI deverão ser preservados
deverão ser preservados pelo seu detentor até o pelo seu detentor até o final do prazo para
final do prazo para interposição de ação propositura de ação rescisória.
rescisória.
§ 2o Tratando-se de cópia digital de título § 2º Tratando-se de cópia digital de título executivo
executivo extrajudicial ou outro documento extrajudicial ou de documento relevante à instrução
relevante à instrução do processo, o juiz poderá do processo, o juiz poderá determinar seu depósito
em cartório ou secretaria.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 101/159
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determinar o seu depósito em cartório ou


secretaria.
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O documento público, quando elaborado por oficial incompetente ou sem as
formalidades legais perde a força probatória dos instrumentos oficiais. Goza, no entanto, se
assinado pelas partes, da mesma eficácia probatória do documento particular (v. arts. 367 do
CPC/73 e 407 do CPC/2015).

Valor probante do documento particular


Documentos particulares são aqueles formados sem a interferência de
oficial público.
Os documentos particulares, a princípio, não gozam da presunção legal de
autenticidade.
Desse modo, diante da simples impugnação da assinatura em juízo (o NCPC
fala em impugnação de autenticidade), aquele que produziu o documento passa a ter o ônus
de provar a sua autenticidade, ou seja, provar que o documento proveio do autor nele
indicado (v. arts. 388, I, e 389, II, do CPC/73 e 428, I, e 429, II, do CPC/2015).
No entanto, se o notário reconhecer a firma do signatário, o documento
particular ganha presunção de autenticidade (v. arts. 369 do CPC/73 e 411 do CPC/2015). A
presunção é “juris tantum”, prevalecendo até prova em contrário.
A mesma presunção de autenticidade passa a incidir quando, embora não
reconhecida a firma do signatário por tabelião, a parte contrária não arguir dúvida quanto a
autenticidade do documento particular após sua juntada aos autos de um processo (v. art.
372 do CPC/73, reunido no novo CPC no art. 411). O documento particular, destarte, é
autenticado em juízo; ocorre o que se chama ato de reconhecimento do documento.
Art. 369. Reputa-se autêntico o documento, Art. 411. Considera-se autêntico o documento
quando o tabelião reconhecer a firma do quando:
signatário, declarando que foi aposta em sua I - o tabelião reconhecer a firma do signatário;
presença.
II – a autoria estiver identificada por qualquer outro
meio legal de certificação, inclusive eletrônico, nos
termos da lei;
III – não houver impugnação da parte contra quem
foi produzido o documento.

OBSERVAÇÕES: o artigo 411 do NCPC amplia as hipóteses em que se


considera autêntico o documento particular; incluiu dentre as presunções de
autenticidade os documentos assinados com recurso eletrônico e os documentos não
impugnados pela parte contrária quando encartados a processo judicial; nesta última
parte, o citado artigo 411 abrangeu o que estava disposto no artigo 372 do CPC/73; o
novo CPC também não reproduz a exigência do artigo 369 do CPC/73, dispensando a
declaração do tabelião de que a assinatura do signatário foi aposta em sua presença.
No documento é importante distinguir a sua autenticidade da sua veracidade;
a autenticidade refere-se à integridade formal do documento, à sua materialidade; a
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veracidade refere-se ao conteúdo, à sua conformidade com a verdade.


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E desde que não haja dúvida quanto à autenticidade do documento (ou seja,
não haja dúvida de que proveio do autor nele indicado), faz ele prova que o seu autor fez a
declaração que lhe é atribuída (v. arts. 373 do CPC/73 e 412 do CPC/2015).
Surgindo controvérsia quanto à época em que foram manifestadas as
declarações de vontade contidas no documento particular, aplica-se o disposto nos arts. 370
do CPC/73 e 409 do CPC/2015.
Perante terceiros, a data lançada no documento particular é ineficaz,
inoperante; a eficácia é limitada às partes.
Para aqueles que não participaram do negócio jurídico documentado, a
eficácia do instrumento particular só se inicia a partir de sua transcrição em registro público.
Mas o CPC apresenta outras quatro situações em que se considera datado o
documento particular em relação a terceiros. Esses fatos tornam inequívoco que a partir dos
eventos citados não poderia o documento mais ser assinado, de modo que pode ser
considerado formado pelo menos nesses momentos (v. incisos II a V do art. 370 do CPC/73
e do parágrafo único do art. 409 do CPC/2015). É comum providenciar o reconhecimento de
firmas, ainda que por semelhança, apenas para tornar certa a data da assinatura e, por via de
consequência, a data da formação do documento.
Art. 370. A data do documento particular, quando Art. 409. A data do documento particular, quando a
a seu respeito surgir dúvida ou impugnação entre seu respeito surgir dúvida ou impugnação entre os
os litigantes, provar-se-á por todos os meios de litigantes, provar-se-á por todos os meios de
direito. Mas, em relação a terceiros, considerar-se- direito.
á datado o documento particular: Parágrafo único. Em relação a terceiros,
considerar-se-á datado o documento particular:
I - no dia em que foi registrado; I – no dia em que foi registrado;
II - desde a morte de algum dos signatários; II – desde a morte de algum dos signatários;
III - a partir da impossibilidade física, que III – a partir da impossibilidade física que
sobreveio a qualquer dos signatários; sobreveio a qualquer dos signatários;
IV - da sua apresentação em repartição pública ou IV – da sua apresentação em repartição pública ou
em juízo; em juízo;
V - do ato ou fato que estabeleça, de modo certo, V – do ato ou do fato que estabeleça, de modo
a anterioridade da formação do documento. certo, a anterioridade da formação do documento.

O documento particular é considerado indivisível.


CPC/73 CPC/2015
Art. 373. Ressalvado o disposto no parágrafo Art. 412. O documento particular de cuja
único do artigo anterior, o documento particular, autenticidade não se duvida prova que o seu autor
de cuja autenticidade se não duvida, prova que o fez a declaração que lhe é atribuída.
seu autor fez a declaração, que Ihe é atribuída.
Parágrafo único. O documento particular, Parágrafo único. O documento particular
admitido expressa ou tacitamente, é indivisível, admitido expressa ou tacitamente é indivisível,
sendo defeso à parte, que pretende utilizar-se sendo vedado à parte que pretende utilizar-se
dele, aceitar os fatos que Ihe são favoráveis e dele aceitar os fatos que lhe são favoráveis e
recusar os que são contrários ao seu interesse, recusar os que são contrários ao seu interesse,
salvo se provar que estes se não verificaram. salvo se provar que estes não ocorreram.

Nós temos regras no CPC sobre documentos especiais: telegrama,


radiograma e outros meios de transmissão, cartas, registros domésticos, livros empresariais e
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 103/159
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reproduções mecânicas ou eletrônicas (v. arts. 374 a 382 do CPC/73 e 413 a 421 do
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
CPC/2015).
OBS.: registros domésticos são apontamentos escritos pela parte, mas não
assinados; representam anotações, memórias, diários, agendas, relacionados com a vida
profissional ou privada do autor; fazem prova apenas contra quem os escreveu.
Vale em benefício do devedor, independentemente de assinatura, a nota
escrita pelo credor em qualquer parte do documento representativo da obrigação (v. arts. 377
do CPC/73 e 416 do CPC/2015). Tem eficácia apenas anotações favoráveis ao devedor.
Os livros empresariais provam contra seu autor, ainda que irregulares;
provam também a seu favor no litígio entre empresários se preencherem os requisitos
exigidos em lei; nas ações de natureza civil, os livros fazem prova a favor do empresário se
seus lançamentos forem corroborados por outros documentos que por si só não façam prova
suficiente do fato controvertido; prevalece a regra da indivisibilidade da escrituração.
É admissível a exibição em juízo de livros empresariais e de documentos do
arquivo do empresário?
Sim; mas a exibição integral só tem lugar nas hipóteses previstas nos artigos
381 do CPC/73 e 420 do CPC/2015.
Normalmente o exame de livros e documentos do empresário em ação
judicial fica limitado às transações entre os litigantes, ou seja, o exame se verifica na parte
que interessa à questão posta em juízo (v. arts. 382 do CPC/73 e 421 do CPC/2015, bem
como a Súmula 260 do STF); nessa hipótese a exibição pode ser ordenada de ofício ou a
requerimento do interessado.
Art. 378. Os livros comerciais provam contra o Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu
seu autor. É lícito ao comerciante, todavia, autor, sendo lícito ao empresário, todavia,
demonstrar, por todos os meios permitidos em demonstrar, por todos os meios permitidos em
direito, que os lançamentos não correspondem à direito, que os lançamentos não correspondem à
verdade dos fatos. verdade dos fatos.
Art. 379. Os livros comerciais, que preencham os Art. 418. Os livros empresariais que preencham os
requisitos exigidos por lei, provam também a requisitos exigidos por lei provam a favor do seu
favor do seu autor no litígio entre comerciantes. autor no litígio entre empresários.
Art. 380. A escrituração contábil é indivisível: se Art. 419. A escrituração contábil é indivisível e, se
dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são
favoráveis ao interesse de seu autor e outros Ihe favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são
são contrários, ambos serão considerados em contrários, ambos serão considerados em conjunto,
conjunto como unidade. como unidade.
Art. 381. O juiz pode ordenar, a requerimento da Art. 420. O juiz pode ordenar, a requerimento da
parte, a exibição integral dos livros comerciais e parte, a exibição integral dos livros empresariais e
dos documentos do arquivo: dos documentos do arquivo:
I - na liquidação de sociedade; I – na liquidação de sociedade;
II - na sucessão por morte de sócio; II – na sucessão por morte de sócio;
III - quando e como determinar a lei. III – quando e como determinar a lei.
Art. 382. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a Art. 421. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a
exibição parcial dos livros e documentos, exibição parcial dos livros e dos documentos,
extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio,
bem como reproduções autenticadas. bem como reproduções autenticadas.

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Disposições do CPC/2015 sobre reproduções mecânicas (fotográfica,


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cinematográfica, fonográfica ou de outra espécie):
“Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a cinematográfica,
a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos fatos ou das coisas
representadas, se a sua conformidade com o documento original não for impugnada por aquele
contra quem foi produzida.
§ 1º As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de computadores
fazem prova das imagens que reproduzem, devendo, se impugnadas, ser apresentada a
respectiva autenticação eletrônica ou, não sendo possível, realizada perícia.
§ 2º Se se tratar de fotografia publicada em jornal ou revista, será exigido um
exemplar original do periódico, caso impugnada a veracidade pela outra parte.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à forma impressa de mensagem eletrônica.
Art. 423. As reproduções dos documentos particulares, fotográficas ou obtidas
por outros processos de repetição, valem como certidões sempre que o escrivão ou o chefe de
secretaria certificar sua conformidade com o original.”

MOMENTOS DA PROVA DOCUMENTAL


Os documentos devem ser propostos com a petição inicial pelo autor e com a
resposta pelo réu (v. arts. 396 do CPC/73 e 434 do CPC/2015).
Produzir prova documental significa fazer com que o documento seja
encartado aos autos do processo e passe a integrá-lo como peça de instrução.
Em princípio, entende-se que os documentos indispensáveis à prova das
alegações das partes devem ser apresentados desde logo, ou seja, na fase postulatória.
São considerados documentos indispensáveis os chamados documentos
substanciais (aqueles que a lei exige como da substância do ato ou negócio jurídico – arts.
366 do CPC/73 e 406 do CPC/2015) e fundamentais (aqueles mencionados como
fundamento da pretensão do autor ou da defesa do réu).
Sob a égide do CPC/73, a jurisprudência era liberal quanto à possibilidade
de a qualquer tempo serem juntados documentos novos, máxime quando não evidenciada
malícia processual da parte e quando se verificava a conveniência e necessidade ao
convencimento do juiz.
O Superior Tribunal de Justiça tem entendido justamente que apenas os
documentos tidos como pressupostos da causa é que devem acompanhar a inicial e a defesa.
Os demais podem ser oferecidos em outras fases e até mesmo na via recursal, desde que
ouvida a parte contrária e inexistente o espírito de ocultação premeditada e o propósito de
surpreender o juízo (RSTJ 14/359).
De qualquer modo, o próprio CPC admite a juntada de novos documentos,
em qualquer tempo:
CPC/73 CPC/2015
Art. 397. É lícito às partes, em qualquer tempo, Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo,
juntar aos autos documentos novos, quando juntar aos autos documentos novos, quando
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 105/159
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destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois
dos articulados, ou para contrapô-los aos que dos articulados ou para contrapô-los aos que foram
Resumo alunos completo - agosto-2017
foram produzidos nos autos.
- processo e procedime…
produzidos nos autos.
Parágrafo único. Admite-se também a juntada
posterior de documentos formados após a petição
inicial ou a contestação, bem como dos que se
tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis
após esses atos, cabendo à parte que os produzir
comprovar o motivo que a impediu de juntá-los
anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer
caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o
art. 5º.

OBS.: o parágrafo único do art. 435 do novo CPC melhor esclarece o


que pode ser compreendido como documento novo, impondo à parte que os produzir o
ônus de justificar essa qualidade.
Para assegurar a observância do princípio do contraditório incide a regra dos
artigos 398 do CPC/73 e 437, § 1º, do CPC/2015.
Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação
sobre os documentos anexados à inicial, e o autor
manifestar-se-á na réplica sobre os documentos
anexados à contestação.
Art. 398. Sempre que uma das partes requerer § 1º Sempre que uma das partes requerer a
a juntada de documento aos autos, o juiz juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a
ouvirá, a seu respeito, a outra, no prazo de 5 seu respeito, a outra parte, que disporá do prazo
(cinco) dias. de quinze dias para adotar qualquer das
posturas indicadas no art. 436.
§ 2º Poderá o juiz, a requerimento da parte,
dilatar o prazo para manifestação sobre a prova
documental produzida, levando em
consideração a quantidade e a complexidade da
documentação.

Na forma dos artigos 399 do CPC/73 e 438 do CPC/2015, o órgão


jurisdicional pode requisitar às repartições públicas, em qualquer tempo e grau de jurisdição,
certidões necessárias à prova das alegações das partes e os procedimentos administrativos
nas causas em que forem interessados entes estatais ou respectivas entidades da
administração indireta.
Art. 399. O juiz requisitará às repartições públicas Art. 438. O juiz requisitará às repartições públicas
em qualquer tempo ou grau de jurisdição: em qualquer tempo ou grau de jurisdição:
I - as certidões necessárias à prova das alegações I – as certidões necessárias à prova das alegações
das partes; das partes;
II - os procedimentos administrativos nas causas II – os procedimentos administrativos nas causas
em que forem interessados a União, o Estado, o em que forem interessados a União, os Estados, o
Município, ou as respectivas entidades da Distrito Federal, os Municípios ou entidades da
administração indireta. administração indireta.
§ 1o Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, § 1º Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no
no prazo máximo e improrrogável de 30 (trinta) prazo máximo e improrrogável de um mês,
dias, certidões ou reproduções fotográficas das certidões ou reproduções fotográficas das peças
peças indicadas pelas partes ou de ofício; findo o que indicar e das que forem indicadas pelas partes
prazo, devolverá os autos à repartição de origem. e, em seguida, devolverá os autos à repartição de
origem.
§ 2o As repartições públicas poderão fornecer § 2º As repartições públicas poderão fornecer todos
todos os documentos em meio eletrônico os documentos em meio eletrônico, conforme
conforme disposto em lei, certificando, pelo disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio,
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 106/159
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mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que que se trata de extrato fiel do que consta em seu
consta em seu banco de dados ou do documento banco de dados ou do documento digitalizado.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
digitalizado.

Importante: entende a jurisprudência que a regra só deve ser aplicada


quando demonstrado o real interesse na produção da prova e a impossibilidade da obtenção
de tais documentos diretamente pela parte.

Desentranhamento de documentos
O documento, uma vez produzido, se incorpora ao processo, passando a
constituir parte integrante deste.
Não pode ser dispensado antes de proferida a sentença e seu trânsito em
julgado, a não ser que a parte contrária concorde e o juiz o autorize.
O desentranhamento tem lugar, no entanto, se os documentos são
impertinentes ou produzidos intempestivamente.
OBS.: o processo moderno é informado pelo princípio da aquisição
processual ou da comunhão da prova. É irrelevante quem tenha trazido a prova aos autos.
Ela passa a pertencer ao processo e deverá ser avaliada pelo juiz independentemente de ter
origem na atividade deste ou daquele litigante.
O princípio aludido admite que a parte produza prova contra si mesma,
devendo o juiz tomá-la em consideração no julgamento da lide.
Nesse sentido é explícito o artigo 371 do CPC/2015: “O juiz apreciará a prova
constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na
decisão as razões da formação de seu convencimento.” (g.n.)

Vícios dos documentos


Podem ser externos ou internos.
a) externos ou extrínsecos: há desrespeito a formalidades exteriores; são
visíveis a simples inspeção ocular;
como vícios extrínsecos se consideram as emendas, entrelinhas, borrões,
cancelamentos e outros defeitos fisicamente apreciáveis; se houver ressalva ou não for
afetado ponto substancial permanece íntegra a eficácia probante do documento (v. arts. 386
do CPC/73 e 426 do CPC/2015);
também apresenta vício extrínseco o documento público formado por oficial
público incompetente ou sem a observância das formalidades legais (v. arts. 367 do CPC/73
e 407 do CPC/2015);
b) internos ou intrínsecos: inerentes à formação ou ao conteúdo do
documento.
Art. 386. O juiz apreciará livremente a fé que Art. 426. O juiz apreciará fundamentadamente a fé
deva merecer o documento, quando em ponto que deva merecer o documento, quando em ponto
substancial e sem ressalva contiver entrelinha, substancial e sem ressalva contiver entrelinha,
emenda, borrão ou cancelamento. emenda, borrão ou cancelamento.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 107/159
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Art. 367. O documento, feito por oficial público Art. 407. O documento feito por oficial público
incompetente, ou sem a observância das incompetente ou sem a observância das
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, formalidades legais, sendo subscrito pelas partes,
tem a mesma eficácia probatória do documento tem a mesma eficácia probatória do documento
particular. particular.

Dependendo da natureza do vício identificado, fala-se que o documento é


falso, ou seja, há falsidade documental.
Quando o vício se manifesta na elaboração física do documento, ou seja, na
sua formação material e não na vontade declarada, estamos diante da falsidade material.
Quando não há vício na forma, mas a declaração, consciente ou inconsciente,
revela um fato inverídico, ocorre a chamada falsidade ideológica, intelectual ou moral;
corresponde ao fruto da simulação ou dos vícios do consentimento; materialmente o
documento é perfeito, mas encerra ideias ou declarações falsas.
A falsidade ideológica propicia a anulação ou a declaração de nulidade do
ato ou negócio jurídico, que devem ser reclamadas em ação própria. O incidente de
falsidade ou a impugnação na contestação não tem a força de desconstituir o ato viciado.
A opinião majoritária na doutrina brasileira é no sentido de que apenas
a falsidade material é objeto do incidente de falsidade previsto nos artigos 390 a 395 do
CPC/73 e 430 a 433 do CPC/2015.
A falsidade documental vem conceituada no parágrafo único dos artigos 387
do CPC/73 e 427 do CPC/2015: “consiste em formar documento não verdadeiro ou alterar
documento verdadeiro”.
Forma-se materialmente documento falso quando se utiliza papel assinado
em branco, nele lançando declaração não desejada pelo signatário; pode haver inclusive a
falsificação da assinatura; cria-se documento falso por inteiro.
Altera-se documento quando apenas se insere novidade em documento
verdadeiro preexistente; modificam-se palavras ou termos do escrito, alterando o sentido da
declaração.
Registre-se que cessa a fé do documento público ou particular quando
declarada sua falsidade (arts. 387 do CPC/73 e 427 do CPC/2015).
Fora os casos de falsidade, a fé do documento particular cessa nas hipóteses
previstas nos artigos 388 do CPC/73 e 428 do CPC/2015.
Contestada a assinatura de documento particular, não produz ele efeitos no
processo enquanto não demonstrada a veracidade da assinatura por quem o produziu; é o
que a doutrina chama de verificação de assinatura.
O CPC legalizou ainda a figura do documento particular assinado em branco
para ser preenchido posteriormente, no todo ou em parte; nesse caso, havendo a impugnação
do seu conteúdo, com alegação de preenchimento abusivo, cessa a fé do documento; caberá
ao subscritor demonstrar que ocorreu o preenchimento em desconformidade com o pactuado
(quebra da confiança).
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 108/159
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CPC/73 CPC/2015
Art. Resumo
388. Cessa a féalunos completo
do documento - agosto-2017
particular Art. 428. Cessa- processo e procedime…
a fé do documento particular
quando: quando:
I - lhe for contestada a assinatura e enquanto não I – lhe for impugnada a autenticidade e enquanto
se lhe comprovar a veracidade; não se comprovar sua veracidade;
II - assinado em branco, for abusivamente II – assinado em branco, for impugnado o seu
preenchido. conteúdo, por preenchimento abusivo.
Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele, Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele que
que recebeu documento assinado, com texto não recebeu documento assinado com texto não escrito
escrito no todo ou em parte, o formar ou o no todo ou em parte o formar ou o completar por si
completar, por si ou por meio de outrem, violando ou por meio de outrem, violando o pacto feito com
o pacto feito com o signatário. o signatário.

ÔNUS DA PROVA NOS CASOS DE FALSIDADE DOCUMENTAL:


CPC/73 CPC/2015
Art. 389. Incumbe o ônus da prova quando: Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:
I - se tratar de falsidade de documento, à parte que I – se tratar de falsidade de documento ou de
a arguir; preenchimento abusivo, à parte que a arguir;
II - se tratar de contestação de assinatura, à parte II – se tratar de impugnação da autenticidade, à
que produziu o documento. parte que produziu o documento.

ARGUIÇÃO DE FALSIDADE
Consiste na provocação do órgão jurisdicional para declarar a falsidade de
documento.
Pode verificar-se com finalidade preventiva, instaurando-se processo
autônomo (v. ação de conhecimento meramente declaratória prevista nos arts. 4º, II, do
CPC/73 e 19, II, do CPC/2015); ou então como incidente, no curso do processo em que foi
produzido o documento (v. arts. 390 a 395 do CPC/73 e 430 a 433 do CPC/2015).
Amplia-se, no caso de arguição incidente, o thema decidendum, pois o juiz,
além de solucionar a lide pendente, irá se pronunciar quanto a falsidade ou a autenticidade
do documento.
A arguição incidente é admitida em qualquer tempo ou grau de jurisdição (no
juízo de primeiro grau ou nos tribunais), respeitadas as limitações quanto a prazos,
estabelecidas no CPC; somente pode ser instaurado o incidente de falsidade em relação
a falsidade material, ou seja, quando houver vício na elaboração física do documento;
pode referir-se a documentos públicos ou particulares.
Eventual controvérsia quanto a veracidade dos fatos documentados, ensejará
à parte interessada a possibilidade de demonstrar, pelos meios de prova pertinentes, que
outra era a realidade; não é caso, portanto, de instaurar incidente de falsidade.
Esse incidente de falsidade, tal como concebido no CPC vigente, constitui
verdadeira ação declaratória incidental, devendo então o juiz declarar, no dispositivo da
sentença, se o documento é falso ou autêntico; e essa declaração judicial será então

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 109/159
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acobertada pela coisa julgada material, impedindo que a questão do falsum assim decidida
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seja reavivada em outro processo.
OBS. IMPORTANTE: no novo CPC a parte pode também invocar a
falsidade documental apenas como fundamento de defesa, ou seja, sem deflagrar o
incidente de falsidade; e nesse caso a decisão a respeito constará apenas da parte de
fundamentação da sentença, que não é alcançada pela coisa julgada material (v. art.
436, III, do CPC/2015); desse modo, ao arguir a falsidade, a parte deve explicitar se
pretende que esta seja resolvida como questão principal, nos termos do inciso II do art.
19 do CPC/2015; assim, a parte estará suscitando a falsidade como fundamento de
uma ação declaratória incidental.
A arguição de falsidade deve ser suscitada pelo réu na contestação (diante de
documentos exibidos com a petição inicial), na réplica pelo autor (em face de documentos
que instruíram a contestação) ou no prazo legal, contado a partir da intimação da juntada do
documento aos autos; no caso de apresentação de documentos após o ajuizamento da inicial
e o oferecimento da contestação ou da réplica, o CPC/73 estabelecia o prazo de 10 dias para
suscitar o incidente, enquanto o novo CPC fixa prazo de 15 dias.
Instaurado o incidente, a parte que produziu o documento será intimada para
responder; o CPC/73 estabelecia prazo de 10 dias para tanto; o novo CPC fixa prazo de 15
dias; segue-se então, normalmente, a realização de perícia; não se procederá ao exame
pericial se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo.
No novo CPC não se reproduz a regra de que o juiz suspenderá o processo
principal logo que for suscitado o incidente (v. art. 394 do CPC/73).
Importante: na disciplina do CPC de 1973, o incidente estava previsto
apenas para que a coisa julgada material alcançasse a solução judicial no que toca à
falsidade documental suscitada no curso do processo; era uma espécie de ação declaratória
incidental, de modo a obter-se a eficácia da coisa julgada sobre a solução do pedido inicial e
também sobre a questão superveniente da falsidade. O fato da não instauração do incidente
não impedia que o juiz reconhecesse a falsidade ao motivar sua decisão sobre a lide
principal. O reconhecimento eventual do “falsum” figuraria apenas entre as razões de
decidir, na parte de fundamentação, não se revestindo, daí, da imutabilidade que caracteriza
a coisa julgada material.
No novo CPC, o art. 433 define precisamente que apenas quando suscitada
como questão principal (v. art. 430, parágrafo único), a declaração sobre a falsidade do
documento constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a
autoridade da coisa julgada material.
CPC/73 CPC/2015
Da Arguição de Falsidade Da Arguição de Falsidade
Art. 390. O incidente de falsidade tem lugar em Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na
qualquer tempo e grau de jurisdição, incumbindo contestação, na réplica ou no prazo de quinze dias,
à parte, contra quem foi produzido o documento,
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 110/159
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suscitá-lo na contestação ou no prazo de 10 (dez) contado a partir da intimação da juntada do


dias, contados da intimação da sua juntada aos documento aos autos.
autos.
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Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade
será resolvida como questão incidental, salvo se
a parte requerer que o juiz a decida como
questão principal, nos termos do inciso II do art.
19.
Art. 391. Quando o documento for oferecido Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os
antes de encerrada a instrução, a parte o arguirá de motivos em que funda a sua pretensão e os meios
falso, em petição dirigida ao juiz da causa, com que provará o alegado.
expondo os motivos em que funda a sua pretensão
e os meios com que provará o alegado.
Art. 392. Intimada a parte, que produziu o Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo
documento, a responder no prazo de 10 (dez) dias, de quinze dias, será realizado o exame pericial.
o juiz ordenará o exame pericial.
Parágrafo único. Não se procederá ao exame Parágrafo único. Não se procederá ao exame
pericial, se a parte, que produziu o documento, pericial, se a parte que produziu o documento
concordar em retirá-lo e a parte contrária não se concordar em retirá-lo.
opuser ao desentranhamento.
Art. 393. Depois de encerrada a instrução, o
incidente de falsidade correrá em apenso aos autos
principais; no tribunal processar-se-á perante o
relator, observando-se o disposto no artigo
antecedente.
Art. 394. Logo que for suscitado o incidente de
falsidade, o juiz suspenderá o processo principal.
Art. 395. A sentença, que resolver o incidente, Art. 433. A declaração sobre a falsidade do
declarará a falsidade ou autenticidade do documento, quando suscitada como questão
documento. principal, constará da parte dispositiva da sentença
e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa
julgada.

Prova testemunhal (arts. 400 a 419 do CPC/73 e 442 a 463 do CPC/2015)


Prova testemunhal é aquela produzida oralmente perante o juiz através do
depoimento de pessoa estranha à lide.
A testemunha deve ser pessoa física capaz, sendo chamada a juízo para
depor o que sabe sobre os fatos controvertidos.
A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo
diverso (v. art. 400 do CPC/73 e 442 do CPC/2015).
Porém, não será deferida pelo juiz:
- se houver documento que comprove o fato;
- se já existir nos autos confissão judicial ou extrajudicial, comprobatória do
fato;
- se o fato só puder ser provado por documento ou por exame pericial.
Em algumas situações a lei impõe forma escrita especial para a comprovação
da prática de determinados atos ou negócios jurídicos (v. arts. 366 do CPC/73, 406 do
CPC/2015 e 108/109 do Código Civil). Para tais atos a forma escrita é da sua substância.
De outro lado, há fatos que exigem conhecimento especial de técnico e
somente através do exame pericial podem ser provados; muitas vezes a prova pericial pode

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 111/159
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ser complementada em audiência com a inquirição de testemunhas, mas não pode ser por ela
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substituída.
No CPC/73, vinha estabelecida restrição ao cabimento da prova
exclusivamente testemunhal (v. art. 401 do CPC/73); não se admitia prova exclusivamente
testemunhal para comprovar a existência de contrato cujo valor exceda o décuplo do salário
mínimo vigente ao tempo em que foi celebrado; essa regra, aplicável à prova dos contratos,
era extensiva à prova do pagamento e da remissão de dívida (v. art. 403 do CPC/73).
O CPC/2015 não reproduz tais disposições, de modo a afastar situações de
enriquecimento sem causa; muitas vezes, embora inexista contrato escrito, pode ter
ocorrido, por exemplo, prestação de serviços de valor expressivo e, desse modo, não deve
ser de todo afastada a possibilidade de se produzir prova oral idônea.
De toda sorte, mesmo nos casos em que o direito material exige prova escrita
da obrigação, a parte pode se valer da prova testemunhal como subsidiária ou complementar
da prova literal, ou seja, sempre que haja “começo de prova por escrito”; considera-se
“começo de prova por escrito” o documento emanado da parte contra quem se pretende
produzir prova; deve existir, então, prova escrita capaz de demonstrar a verossimilhança da
indicação da celebração do contrato, ou ainda do pagamento ou da remissão da dívida (v.
arts. 402, I, CPC/73 e 444 do CPC/2015).
A prova exclusivamente testemunhal é admitida, outrossim, quando há
impossibilidade material ou moral de obter prova escrita da obrigação (v. arts. 402, II,
CPC/73 e 445 do CPC/2015); como por exemplo, nas obrigações em caso de parentesco,
especialmente entre pais e filhos, e quando referente a obrigações entre médicos e seus
clientes (impossibilidade moral).
Normalmente não se admite prova exclusivamente testemunhal contra ou
além do conteúdo do documento escrito; não se pode desconstituir com simples prova
testemunhal as convenções estabelecidas entre as partes constantes de um instrumento.
Mas é possível recorrer a prova testemunhal para contrariar a sinceridade das
declarações documentadas e perquirir as causas e a origem da escritura; qualquer que seja o
valor do contrato, será sempre admissível à parte inocente demonstrar a presença de
simulação ou vícios do consentimento mediante produção de prova exclusivamente
testemunhal (v. arts. 404 do CPC/73 e 446 do CPC/2015).
CPC/73 CPC/2015
Da Admissibilidade e do Valor da Prova Da Admissibilidade e do Valor da Prova
Testemunhal Testemunhal
Art. 400. A prova testemunhal é sempre Art. 442. A prova testemunhal é sempre
admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O admissível, não dispondo a lei de modo diverso.
juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de
fatos: testemunhas sobre fatos:
I - já provados por documento ou confissão da I – já provados por documento ou confissão da
parte; parte;
II - que só por documento ou por exame pericial II – que só por documento ou por exame pericial
puderem ser provados. puderem ser provados.
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Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal só


se admite nos contratos cujo valor não exceda o
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décuplo do maior salário mínimo vigente no país,
ao tempo em que foram celebrados.
Art. 402. Qualquer que seja o valor do contrato, é Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova
admissível a prova testemunhal, quando: escrita da obrigação, é admissível a prova
testemunhal, quando houver começo de prova por
I - houver começo de prova por escrito, escrito, emanado da parte contra a qual se pretende
reputando-se tal o documento emanado da parte produzir a prova.
contra quem se pretende utilizar o documento
como prova;
II - o credor não pode ou não podia, moral ou Art. 445. Também se admite a prova testemunhal,
materialmente, obter a prova escrita da obrigação, quando o credor não pode ou não podia, moral ou
em casos como o de parentesco, depósito materialmente, obter a prova escrita da obrigação,
necessário ou hospedagem em hotel. em casos como o de parentesco, depósito
necessário, hospedagem em hotel ou em razão das
práticas comerciais do local onde contraída a
obrigação.
Art. 403. As normas estabelecidas nos dois
artigos antecedentes aplicam-se ao pagamento e à
remissão da dívida.
Art. 404. É lícito à parte inocente provar com Art. 446. É lícito à parte provar com testemunhas:
testemunhas:
I - nos contratos simulados, a divergência entre a I – nos contratos simulados, a divergência entre a
vontade real e a vontade declarada; vontade real e a vontade declarada;
II - nos contratos em geral, os vícios do II – nos contratos em geral, os vícios de
consentimento. consentimento.

OBRIGAÇÃO DE TESTEMUNHAR EM JUÍZO


O dever de testemunhar está previsto no CPC, ficando assentado que
ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da
verdade.
CPC/73 CPC/2015
Art. 339. Ninguém se exime do dever de Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar
colaborar com o Poder Judiciário para o com o Poder Judiciário para o descobrimento da
descobrimento da verdade. verdade.
Art. 341. Compete ao terceiro, em relação a Art. 380. Incumbe ao terceiro, em relação a
qualquer pleito: qualquer causa:
I - informar ao juiz os fatos e as circunstâncias, I – informar ao juiz os fatos e as circunstâncias
de que tenha conhecimento; de que tenha conhecimento;
II - exibir coisa ou documento, que esteja em seu II – exibir coisa ou documento que esteja em seu
poder. poder.
Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de
descumprimento, determinar, além da imposição de
multa, outras medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias.

Só é prova testemunhal a colhida em juízo com as garantias que cercam o


depoimento oral; deve então ser colhida em audiência, na presença do juiz e das partes, sob
compromisso legal.
A testemunha está sujeita a contradita e a reperguntas dos advogados das
partes.
OBS.: contradita significa arguição de impedimento, suspeição ou
incapacidade da testemunha.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 113/159
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Não se pode atribuir valor de prova testemunhal às declarações escritas


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obtidas extrajudicialmente pela parte.
A testemunha deve ser capaz de depor e não estar impedida ou ser suspeita.
O CPC define as pessoas incapazes, impedidas e suspeitas de depor (v. arts.
405 do CPC/73 e 447 do CPC/2015).
Incapazes: pessoas que em razão de suas condições físicas, psíquicas ou
patológicas, ou ainda por motivos de ordem moral ou jurídica não se acham em situação de
depor (interdito por demência, menor de 16 anos, etc.).
Impedidas: são aquelas cujos interesses são harmônicos, concorrentes ou
colidentes com os interesses das partes (Ex. parentes próximos das partes, o advogado da
parte, etc.).
Suspeitas: pessoas sobre as quais pesa a suspeita de que irão faltar com a
verdade; incidem motivos depreciativos ou excludentes da credibilidade da pessoa
convocada a testemunhar (amizade íntima, inimizade, condenação definitiva por crime de
falso testemunho, etc.).
Sendo estritamente necessário o juiz poderá ouvir testemunhas impedidas ou
suspeitas; o cônjuge, companheiro e parentes próximos podem ser ouvidos, tratando-se de
causa relativa ao estado da pessoa, se a prova de fato relevante não puder ser obtida de outro
modo; nesses casos, o depoimento é prestado independentemente do compromisso de dizer a
verdade; o juiz dará ao depoimento o valor que possa merecer em confronto com as demais
provas obtidas e com as alegações da partes; os incapazes nem sequer podem ser ouvidos
como informantes do juízo, dada a presunção de que estão física ou mentalmente
impossibilitados de prestar depoimento; o novo CPC ressalva que, sendo necessário, o juiz
também pode admitir o depoimento das testemunhas menores.
CPC/73 CPC/2015
Art. 405. Podem depor como testemunhas todas Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as
as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou
suspeitas. suspeitas.
§ 1o São incapazes: § 1º São incapazes:
I - o interdito por demência; I – o interdito por enfermidade ou deficiência
mental;
II - o que, acometido por enfermidade, ou II – o que, acometido por enfermidade ou
debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os retardamento mental, ao tempo em que ocorreram
fatos, não podia discerni-los; ou, ao tempo em que os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em
deve depor, não está habilitado a transmitir as que deve depor, não está habilitado a transmitir as
percepções; percepções;
III - o menor de 16 (dezesseis) anos; III – o que tiver menos de dezesseis anos;
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato IV – o cego e o surdo, quando a ciência do fato
depender dos sentidos que lhes faltam. depender dos sentidos que lhes faltam.
§ 2o São impedidos: § 2º São impedidos:
I - o cônjuge, bem como o ascendente e o I – o cônjuge, o companheiro, bem como o
descendente em qualquer grau, ou colateral, até o ascendente e o descendente em qualquer grau, ou o
terceiro grau, de alguma das partes, por colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes,
consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir
interesse público, ou, tratando-se de causa o interesse público ou, tratando-se de causa
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 114/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

relativa ao estado da pessoa, não se puder relativa ao estado da pessoa, não se puder obter
obter de outro modo a prova, que o juiz repute de outro modo a prova que o juiz repute
Resumo alunos completo - agosto-2017
necessária ao julgamento do mérito;
- processo e procedime…
necessária ao julgamento do mérito;
II - o que é parte na causa; II – o que é parte na causa;
III - o que intervém em nome de uma parte, como III – o que intervém em nome de uma parte, como
o tutor na causa do menor, o representante legal o tutor na causa do menor, o representante legal da
da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros, pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que
que assistam ou tenham assistido as partes. assistam ou tenham assistido as partes.
o
§ 3 São suspeitos: § 3º São suspeitos:
I - o condenado por crime de falso testemunho,
havendo transitado em julgado a sentença;
II - o que, por seus costumes, não for digno de fé;
III - o inimigo capital da parte, ou o seu amigo I – o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
íntimo;
IV - o que tiver interesse no litígio. II – o que tiver interesse no litígio.
§ 4o Sendo estritamente necessário, o juiz § 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o
ouvirá testemunhas impedidas ou suspeitas; depoimento das testemunhas menores,
mas os seus depoimentos serão prestados impedidas ou suspeitas.
independentemente de compromisso (art. 415) § 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão
e o juiz lhes atribuirá o valor que possam prestados independentemente de compromisso,
merecer. e o juiz lhes atribuirá o valor que possam
merecer.

Obrigações da testemunha:
1) comparecer em juízo, desde que intimada para tanto; a parte pode
comprometer-se a levar a testemunha à audiência, independentemente de intimação,
presumindo-se, caso ela não compareça, que desistiu de ouvi-la (v. arts. 412 do CPC/73 e
455, § 2º, do CPC/2015);
a testemunha pode ser conduzida coercitivamente se, intimada, deixar de
comparecer sem motivo justificado, respondendo ainda pelas despesas do adiamento (v. arts.
412, caput, do CPC/73 e 455, § 5º, do CPC/2015).
No CPC/73, a intimação da testemunha se dava pela via judicial, utilizando-
se usualmente o correio (carta sob registro e com entrega em mão própria), quando ela tiver
residência certa; militares e funcionários públicos eram requisitados ao comandante da
corporação ou ao chefe da repartição, expedindo-se ofício para tanto;
No CPC/2015 temos importante inovação na disciplina da intimação da
testemunha para comparecer em juízo e depor; como regra, cabe ao advogado da parte que
arrolou a testemunha providenciar a sua intimação, mediante carta com aviso de
recebimento; cumpre ainda ao advogado juntar aos autos, pelo menos 3 dias antes da
audiência de instrução e julgamento, cópia da correspondência de intimação e do
comprovante de recebimento; assim, a intimação pela via judicial torna-se exceção (tem
lugar apenas: quando o advogado não lograr êxito na intimação que empreendeu; diante de
situação de necessidade, devidamente demonstrada ao juiz; quando figurar no rol servidor
público ou militar; quando a testemunha for arrolada pelo Ministério Público ou pela
Defensoria Pública; a testemunha for autoridade pública que deve ser inquirida em sua
residência ou onde exerce a sua função); observação importante: a inércia do advogado na

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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

realização da intimação a que se refere o § 1º do art. 455 do CPC/2015 faz presumir que a
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
parte desistiu da inquirição da testemunha.

CPC/73 CPC/2015
Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou
intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da
hora e do local da audiência designada,
dispensando-se a intimação do juízo.
Art. 412.
§ 3o A intimação poderá ser feita pelo correio, sob § 1º A intimação deverá ser realizada por carta com
registro ou com entrega em mão própria, quando a aviso de recebimento, cumprindo ao advogado
testemunha tiver residência certa. juntar aos autos, com antecedência de pelo menos
três dias da data da audiência, cópia da
correspondência de intimação e do comprovante de
recebimento.
Art. 412.
§ 1o A parte pode comprometer-se a levar à § 2º A parte pode comprometer-se a levar à
audiência a testemunha, independentemente de audiência a testemunha, independentemente da
intimação; presumindo-se, caso não compareça, intimação de que trata o § 1º, presumindo-se, caso
que desistiu de ouvi-la. a testemunha não compareça, que a parte desistiu
de sua inquirição.
§ 3º A inércia na realização da intimação a que se
refere o § 1º importa desistência da inquirição da
testemunha.
§ 4º A intimação será feita pela via judicial quando:
I – frustrada a intimação prevista no § 1º deste
artigo ou quando sua necessidade for devidamente
demonstrada pela parte ao juiz;
Art. 412. II – quando figurar no rol de testemunhas servidor
público ou militar, hipótese em que o juiz o
§ 2o Quando figurar no rol de testemunhas
requisitará ao chefe da repartição ou ao comando
funcionário público ou militar, o juiz o requisitará
do corpo em que servir;
ao chefe da repartição ou ao comando do corpo
em que servir.
III – a testemunha houver sido arrolada pelo
Ministério Público ou pela Defensoria Pública;
IV – a testemunha for uma daquelas previstas no
art. 454.
Art. 412. A testemunha é intimada a comparecer à § 5º A testemunha que, intimada na forma do § 1º
audiência, constando do mandado dia, hora e ou do § 4º, deixar de comparecer sem motivo
local, bem como os nomes das partes e a natureza justificado, será conduzida e responderá pelas
da causa. Se a testemunha deixar de comparecer, despesas do adiamento.
sem motivo justificado, será conduzida,
respondendo pelas despesas do adiamento.

2) obrigação de depor e de dizer a verdade:


- a testemunha só pode escusar-se de depor se presentes os motivos previstos
nos arts. 406 do CPC/73 e 448 do CPC/2015;
CPC/73 CPC/2015
Art. 406. A testemunha não é obrigada a depor de Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor
fatos: sobre fatos:
I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao I – que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu
seu cônjuge e aos seus parentes consanguíneos ou cônjuge ou companheiro e aos seus parentes
afins, em linha reta, ou na colateral em segundo consanguíneos ou afins, em linha reta ou na
grau; colateral até o terceiro grau;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva
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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

guardar sigilo. guardar sigilo.


Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
- a testemunha que falta com a verdade, se cala, recusa-se a depor ou não
responde as perguntas do juiz, incide no delito previsto no art. 342 do Código Penal.

Momentos da prova testemunhal


Proposição: a prova testemunhal é requerida na inicial e na contestação.
No rito ordinário (CPC/73), no novo procedimento comum (CPC/2015) e nos
ritos especiais em geral, o rol de testemunhas não é apresentado desde logo.
A parte protesta pela produção de prova testemunhal; essa proposição deverá
ser confirmada com o oferecimento oportuno do rol de testemunhas.
No CPC/73, o rol de testemunhas deveria ser depositado em cartório no
prazo que o juiz fixasse quando da designação da data da audiência de instrução e
julgamento; omitindo-se o juiz, o rol deveria ser apresentado até 10 dias antes da audiência
(v. art. 407); na contagem deste prazo de 10 dias antes da audiência, que era regressivo,
observava-se a regra do art. 184 do CPC/73; começava então a fluir regressivamente do
primeiro dia útil anterior ao da audiência; o dia da audiência era o “dies a quo”; não poderia
terminar, outrossim, em data em que não houvesse expediente forense, prorrogando-se,
então ao dia útil imediatamente anterior.
No procedimento comum disciplinado no novo CPC, o juiz, ao determinar a
produção de prova testemunhal, fixa prazo comum não superior a 15 dias para que as partes
apresentem o rol de testemunhas (v. art. 357, § 4º); normalmente a deliberação a respeito se
dá na decisão de saneamento e de organização do processo; todavia, caso o saneamento deva
ser feito em audiência especialmente designada pelo juiz para este fim, com apoio no art.
357, § 3º, o rol deve ser apresentado nesse ato.
No juízo comum, a apresentação do rol é indispensável, ainda que a parte se
comprometa a levar as testemunhas à audiência independentemente de intimação; tal
apresentação presta-se a permitir que a parte contrária possa conhecer previamente as
testemunhas arroladas e preparar a contradita, a ser oferecida na própria audiência em que se
dará a inquirição.
CPC/73 CPC/2015
Art. 407. Incumbe às partes, no prazo que o juiz Art. 450. O rol de testemunhas conterá, sempre
fixará ao designar a data da audiência, depositar que possível, o nome, a profissão, o estado civil, a
em cartório o rol de testemunhas, precisando-lhes idade, o número de inscrição no Cadastro de
o nome, profissão, residência e o local de Pessoas Físicas, o número de registro de identidade
trabalho; omitindo-se o juiz, o rol será e o endereço completo da residência e do local de
apresentado até 10 (dez) dias antes da audiência. trabalho.
Parágrafo único. É lícito a cada parte oferecer, no
máximo, dez testemunhas; quando qualquer das
partes oferecer mais de três testemunhas para a
prova de cada fato, o juiz poderá dispensar as
restantes.

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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

Depois de apresentado o rol, a parte só pode substituir a testemunha nas


Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
hipóteses expressamente previstas no CPC (v. arts. 408 do CPC/73 e 451 do CPC/2015):
Art. 408. Depois de apresentado o rol, de que Art. 451. Depois de apresentado o rol de que
trata o artigo antecedente, a parte só pode tratam os §§ 4º e 5º do art. 357, a parte só pode
substituir a testemunha: substituir a testemunha:
I - que falecer; I – que falecer;
II - que, por enfermidade, não estiver em II – que, por enfermidade, não estiver em
condições de depor; condições de depor;
III - que, tendo mudado de residência, não for III – que, tendo mudado de residência ou de local
encontrada pelo oficial de justiça. de trabalho, não for encontrada.

No rito sumário, abolido no CPC/2015, o rol de testemunhas deveria ser


apresentado com a inicial e com a contestação (v. arts. 276 e 278 do CPC/73).

ADMISSÃO DA PROVA TESTEMUNHAL


No processo de conhecimento a admissão da prova testemunhal se dá
normalmente quando do saneamento do feito (decisão saneadora).

Produção
O depoimento da testemunha é prestado, em princípio, na audiência de
instrução e julgamento, perante o juiz da causa.
As testemunhas são inquiridas após os esclarecimentos orais dos peritos e
dos depoimentos das partes (v. arts. 452 do CPC/73 e 361 do CPC/2015).
Art. 452. As provas serão produzidas na audiência Art. 361. As provas orais serão produzidas em
nesta ordem: audiência, ouvindo-se nesta ordem
preferencialmente:
I - o perito e os assistentes técnicos responderão I – o perito e os assistentes técnicos responderão
aos quesitos de esclarecimentos, requeridos no aos quesitos de esclarecimentos requeridos no
prazo e na forma do art. 435; prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos
anteriormente por escrito;
II - o juiz tomará os depoimentos pessoais, II – o autor e, em seguida, o réu, que prestarão
primeiro do autor e depois do réu; depoimentos pessoais;
III - finalmente, serão inquiridas as testemunhas III – as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu,
arroladas pelo autor e pelo réu. que serão inquiridas.

Essa regra comporta exceções:


- admite-se a produção antecipada de prova testemunhal (arts. 846 e 847
CPC/73 e 381 a 383 do CPC/2015);
- produção de prova de fora da terra (mediante expedição de carta precatória
ou rogatória); há coleta da prova por outro órgão jurisdicional; testemunha residente em
comarca diversa não está obrigada a se deslocar até a sede do juízo no qual tramita o feito; o
novo CPC prevê a utilização de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
transmissão e recepção de sons e imagens em tempo real;
- as autoridades relacionadas nos arts. 411 do CPC/73 e 454 do CPC/2015
podem ser ouvidas em sua residência ou onde exercem suas funções;

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- pessoas enfermas, com idade avançada ou defeito físico podem ser


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inquiridas no lugar onde se encontram (arts. 336, parágrafo único, do CPC/73 e 449,
parágrafo único, do CPC/2015).

CPC/73 CPC/2015
Art. 336. Salvo disposição especial em contrário, Art. 449. Salvo disposição especial em contrário,
as provas devem ser produzidas em audiência. as testemunhas devem ser ouvidas na sede do juízo.
Parágrafo único. Quando a parte, ou a testemunha, Parágrafo único. Quando a parte ou a testemunha,
por enfermidade, ou por outro motivo relevante, por enfermidade ou por outro motivo relevante,
estiver impossibilitada de comparecer à audiência, estiver impossibilitada de comparecer, mas não de
mas não de prestar depoimento, o juiz designará, prestar depoimento, o juiz designará, conforme as
conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la.
inquiri-la.

Art. 410. As testemunhas depõem, na audiência Art. 453. As testemunhas depõem, na audiência de
de instrução, perante o juiz da causa, exceto: instrução e julgamento, perante o juiz da causa,
exceto:
I - as que prestam depoimento antecipadamente; I – as que prestam depoimento antecipadamente;
II - as que são inquiridas por carta; II – as que são inquiridas por carta.
III - as que, por doença, ou outro motivo
relevante, estão impossibilitadas de comparecer
em juízo (art. 336, parágrafo único);
IV - as designadas no artigo seguinte.
§ 1º A oitiva de testemunha que residir em
comarca, seção ou subseção judiciárias diversa
daquela onde tramita o processo poderá ser
realizada por meio de videoconferência ou outro
recurso tecnológico de transmissão de sons e
imagens em tempo real, o que poderá ocorrer,
inclusive, durante a audiência de instrução e
julgamento.
§2º Os juízos deverão manter equipamento para a
transmissão e recepção dos sons e imagens a que se
refere o § 1º.
Art. 411. São inquiridos em sua residência, ou Art. 454. São inquiridos em sua residência ou onde
onde exercem a sua função: exercem sua função:
I - o Presidente e o Vice-Presidente da República; I – o presidente e o vice-presidente da República;
II - o presidente do Senado e o da Câmara dos
Deputados;
III - os ministros de Estado; II – os ministros de Estado;
IV - os ministros do Supremo Tribunal Federal, III – os ministros do Supremo Tribunal Federal, os
do Superior Tribunal de Justiça, do Superior conselheiros do Conselho Nacional de Justiça, os
Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, ministros do Superior Tribunal de Justiça, do
do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior
Contas da União; Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho e do
Tribunal de Contas da União;
V - o procurador-geral da República; IV – o procurador-geral da República e os
conselheiros do Conselho Nacional do Ministério
Público;
V – o advogado-geral da União, o procurador-geral
do Estado, o procurador-geral do Município, o
defensor público-geral federal e o defensor
público-geral do Estado;
Vl - os senadores e deputados federais; VI – os senadores e os deputados federais;
Vll - os governadores dos Estados, dos Territórios VII – os governadores dos Estados e do Distrito
e do Distrito Federal; Federal;
VIII – o prefeito;

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Vlll - os deputados estaduais; IX – os deputados estaduais e distritais;


Resumo alunos
IX - os desembargadores completo
dos Tribunais - agosto-2017
de Justiça, - processo
X – os desembargadores e procedime…
dos Tribunais de Justiça,
os juízes dos Tribunais de Alçada, os juízes dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais
Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais
Regionais Eleitorais e os conselheiros dos Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Contas dos Estados e do Distrito Federal;
Federal;
XI – o procurador-geral de justiça;
X - o embaixador de país que, por lei ou tratado, XII – o embaixador de país que, por lei ou tratado,
concede idêntica prerrogativa ao agente concede idêntica prerrogativa a agente diplomático
diplomático do Brasil. do Brasil.
Parágrafo único. O juiz solicitará à autoridade que § 1º O juiz solicitará à autoridade que indique
designe dia, hora e local a fim de ser inquirida, dia, hora e local a fim de ser inquirida,
remetendo-lhe cópia da petição inicial ou da remetendo-lhe cópia da petição inicial ou da
defesa oferecida pela parte, que arrolou como defesa oferecida pela parte que a arrolou como
testemunha. testemunha.
§ 2º Passado um mês sem manifestação da
autoridade, o juiz designará dia, hora e local
para o depoimento, preferencialmente na sede
do juízo.
§ 3º O juiz também designará dia, hora e local
para o depoimento, quando a autoridade não
comparecer, injustificadamente, à sessão
agendada para a colheita do seu testemunho,
nos dia, hora e local por ela mesma indicados.

Número máximo de testemunhas a serem arroladas no Juízo Comum:


CPC/73 CPC/2015
Art. 407. Incumbe às partes, no prazo que o juiz Art. 357. (cuida da decisão de saneamento e de
fixará ao designar a data da audiência, depositar organização do processo).
em cartório o rol de testemunhas, precisando-lhes
o nome, profissão, residência e o local de
trabalho; omitindo-se o juiz, o rol será
apresentado até 10 (dez) dias antes da audiência.
Parágrafo único. É lícito a cada parte oferecer, § 6º O número de testemunhas arroladas não
no máximo, dez testemunhas; quando qualquer pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no
das partes oferecer mais de três testemunhas máximo, para a prova de cada fato.
para a prova de cada fato, o juiz poderá § 7º O juiz poderá limitar o número de
dispensar as restantes. testemunhas levando em conta a complexidade
da causa e dos fatos individualmente
considerados.
No Juizado Especial Cível podem ser apresentadas três testemunhas pela
parte na audiência de instrução e julgamento, não se exigindo o depósito prévio do rol na
Secretaria, salvo se a parte pretender a intimação das testemunhas.
Contradita: consiste na arguição de impedimento, suspeição ou
incapacidade da testemunha (v. arts. 414, § 1º, do CPC/73 e 457, §§ 1º e 2º, do CPC/2015).
A parte pode contraditar a testemunha do adversário, arguindo a
incapacidade, o impedimento ou a suspeição; a contradita deve ser apresentada logo após a
qualificação da testemunha na audiência em que irá depor; o juiz deve então indagar à
testemunha se são verdadeiros os fatos que lhe são imputados; se esta negar a veracidade
desses fatos, o advogado poderá provar a contradita com documentos ou com testemunhas,
até três, apresentadas no ato e inquiridas em separado; sendo provados ou confessados os
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fatos, o juiz dispensará a testemunha ou lhe tomará o depoimento como informante, ou seja,
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
independentemente do compromisso de dizer a verdade; a testemunha, por sua vez, pode
requerer ao juiz que a escuse de depor, alegando os motivos previstos no próprio CPC.
CPC/73 CPC/2015
Art. 414. Antes de depor, a testemunha será Art. 457. Antes de depor, a testemunha será
qualificada, declarando o nome por inteiro, a qualificada, declarará ou confirmará seus dados e
profissão, a residência e o estado civil, bem como informará se tem relações de parentesco com a
se tem relações de parentesco com a parte, ou parte ou interesse no objeto do processo.
interesse no objeto do processo.
§ 1o É lícito à parte contraditar a testemunha, § 1º É lícito à parte contraditar a testemunha,
arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a
suspeição. Se a testemunha negar os fatos que lhe suspeição, bem como, caso a testemunha negue os
são imputados, a parte poderá provar a contradita fatos que lhe são imputados, provar a contradita
com documentos ou com testemunhas, até três, com documentos ou com testemunhas, até três,
apresentada no ato e inquiridas em separado. apresentadas no ato e inquiridas em separado.
Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz § 2º Sendo provados ou confessados os fatos a que
dispensará a testemunha, ou lhe tomará o se refere o § 1º, o juiz dispensará a testemunha ou
depoimento, observando o disposto no art. 405, § lhe tomará o depoimento como informante.
4o.
§ 2o A testemunha pode requerer ao juiz que a § 3º A testemunha pode requerer ao juiz que a
escuse de depor, alegando os motivos de que trata escuse de depor, alegando os motivos previstos
o art. 406; ouvidas as partes, o juiz decidirá de neste Código, decidindo o juiz de plano, após
plano. ouvidas as partes.

Na disciplina do CPC/73, cabia exclusivamente ao juiz a função de inquirir


a testemunha; os advogados das partes podiam dirigir outras perguntas, por intermédio do
juiz, objetivando completar ou esclarecer o depoimento prestado (v. art. 416 do CPC/73); as
reperguntas podiam ser formuladas primeiro pelo advogado da parte que a arrolou e depois
pelo advogado da parte contrária; o juiz podia indeferir perguntas impertinentes; as
perguntas que o juiz indeferisse eram transcritas no termo, se a parte o requeresse (v. art.
416, §§ 1º e 2º, do CPC/73).
No novo CPC, há previsão para que as partes formulem perguntas
diretamente à testemunha, começando pela que a arrolou; o juiz, todavia, não admitirá
perguntas que possam induzir a resposta, que não tenham relação com as questões de fato
perquiridas ou importarem repetição de outra já respondida; e o juiz poderá inquirir a
testemunha tanto antes quanto depois da inquirição feita pelas partes; há também disposição
no sentido de que o depoimento poderá ser documentado por meio de gravação (v. arts. 459
e 460 do CPC/2015).
OBS.: o juiz pode, de ofício ou a requerimento das partes, determinar a
inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das testemunhas, bem como
a realização de acareação (v. arts. 418 do CPC/73 e 461 do CPC/2015); a acareação consiste
em promover confronto pessoal das pessoas que prestaram depoimentos conflitantes; é
cabível entre testemunhas e entre as partes e testemunhas; não é cabível acareação entre as
partes.
O depoimento prestado em juízo é considerado serviço público; a testemunha
sujeita ao regime trabalhista não pode sofrer, por comparecer à audiência, perda de salário
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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

ou desconto do tempo de serviço (v. arts. 419, parágrafo único, do CPC/73 e 463 do
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
CPC/2015).
CPC/73 CPC/2015
Art. 415. Ao início da inquirição, a testemunha Art. 458. Ao início da inquirição, a testemunha
prestará o compromisso de dizer a verdade do que prestará o compromisso de dizer a verdade do que
souber e lhe for perguntado. souber e lhe for perguntado.
Parágrafo único. O juiz advertirá à testemunha Parágrafo único. O juiz advertirá à testemunha que
que incorre em sanção penal quem faz a incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa,
afirmação falsa, cala ou oculta a verdade. cala ou oculta a verdade.
Art. 416. O juiz interrogará a testemunha sobre os Art. 459. As perguntas serão formuladas pelas
fatos articulados, cabendo, primeiro à parte, que a partes diretamente à testemunha, começando pela
arrolou, e depois à parte contrária, formular que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que
perguntas tendentes a esclarecer ou completar o puderem induzir a resposta, não tiverem relação
depoimento. com as questões de fato objeto da atividade
probatória ou importarem repetição de outra já
respondida.
§ 1º O juiz poderá inquirir a testemunha tanto antes
quanto depois da inquirição feita pelas partes.
§ 1o As partes devem tratar as testemunhas com § 2º As testemunhas devem ser tratadas com
urbanidade, não lhes fazendo perguntas ou urbanidade, não se lhes fazendo perguntas ou
considerações impertinentes, capciosas ou considerações impertinentes, capciosas ou
vexatórias. vexatórias.

§ 2o As perguntas que o juiz indeferir serão § 3º As perguntas que o juiz indeferir serão
obrigatoriamente transcritas no termo, se a parte o transcritas no termo, se a parte o requerer.
requerer.
Art. 417. O depoimento, datilografado ou Art. 460. O depoimento poderá ser documentado
registrado por taquigrafia, estenotipia ou outro por meio de gravação.
método idôneo de documentação, será assinado § 1º. Quando digitado ou registrado por taquigrafia,
pelo juiz, pelo depoente e pelos procuradores, estenotipia ou outro método idôneo de
facultando-se às partes a sua gravação. documentação, o depoimento será assinado pelo
juiz, pelo depoente e pelos procuradores.
§ 1o O depoimento será passado para a versão § 2º Se houver recurso em processo em autos não
datilográfica quando houver recurso da sentença eletrônicos, o depoimento somente será digitado
ou noutros casos, quando o juiz o determinar, de quando for impossível o envio de sua
ofício ou a requerimento da parte. documentação eletrônica.

§ 2o Tratando-se de processo eletrônico, observar- § 3º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á


o disposto neste Código e na legislação específica
se-á o disposto nos §§ 2o e 3o do art. 169 desta sobre a prática eletrônica de atos processuais.
Lei.
Art. 418. O juiz pode ordenar, de ofício ou a Art. 461. O juiz pode ordenar, de ofício ou a
requerimento da parte: requerimento da parte:
I - a inquirição de testemunhas referidas nas I – a inquirição de testemunhas referidas nas
declarações da parte ou das testemunhas; declarações da parte ou das testemunhas;
II - a acareação de duas ou mais testemunhas ou II – a acareação de duas ou mais testemunhas ou de
de alguma delas com a parte, quando, sobre fato alguma delas com a parte, quando, sobre fato
determinado, que possa influir na decisão da determinado que possa influir na decisão da causa,
causa, divergirem as suas declarações. divergirem as suas declarações.
§1º Os acareados serão reperguntados para que
expliquem os pontos de divergência, reduzindo-se a
termo o ato de acareação.
§2º A acareação pode ser realizada por
videoconferência ou outro recurso tecnológico
de transmissão de sons e imagens em tempo real.
Art. 419. A testemunha pode requerer ao juiz o Art. 462. A testemunha pode requerer ao juiz o
pagamento da despesa que efetuou para pagamento da despesa que efetuou para
comparecimento à audiência, devendo a parte comparecimento à audiência, devendo a parte
pagá-la logo que arbitrada, ou depositá-la em pagá-la logo que arbitrada ou depositá-la em
cartório dentro de 3 (três) dias. cartório dentro de três dias.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 122/159
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Parágrafo único. O depoimento prestado em juízo Art. 463. O depoimento prestado em juízo é
é considerado serviço público. A testemunha, considerado serviço público.
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quando sujeita ao regime da legislação trabalhista, Parágrafo único. A testemunha, quando sujeita ao
não sofre, por comparecer à audiência, perda de regime da legislação trabalhista, não sofre, por
salário nem desconto no tempo de serviço. comparecer à audiência, perda de salário nem
desconto no tempo de serviço.

Prova pericial (arts. 420 a 439 do CPC/73 e 464 a 480 do CPC/2015)


O processo de verificação dos fatos por perito recebe a denominação de
perícia.
A perícia deve ser deferida quando a perquirição do fato depender de
conhecimento técnico especial; consiste então em meio de prova pelo qual, no processo,
pessoas entendidas verificam fatos interessantes à causa, transmitindo ao juiz as suas
conclusões.
O perito é considerado auxiliar da justiça, pois colabora na formação do
material probatório (v. arts. 145 a 147 do CPC/73 e 156 a 158 do CPC/2015).
Do Perito Do Perito
Art. 145. Quando a prova do fato depender de Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a
conhecimento técnico ou científico, o juiz será prova do fato depender de conhecimento técnico ou
assistido por perito, segundo o disposto no art. científico.
421.
§ 1o Os peritos serão escolhidos entre § 1º Os peritos serão nomeados entre os
profissionais de nível universitário, devidamente profissionais legalmente habilitados e os órgãos
inscritos no órgão de classe competente, técnicos ou científicos devidamente inscritos em
respeitado o disposto no Capítulo VI, seção VII, cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz
deste Código. está vinculado.
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais
devem realizar consulta pública, por meio de
divulgação na rede mundial de computadores ou
em jornais de grande circulação, além de
consulta direta a universidades, a conselhos de
classe, ao Ministério Público, à Defensoria
Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil,
para a indicação de profissionais ou órgãos
técnicos interessados.
§ 2o Os peritos comprovarão sua especialidade na
matéria sobre que deverão opinar, mediante
certidão do órgão profissional em que estiverem
inscritos.
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e
reavaliações periódicas para manutenção do
cadastro, considerando a formação profissional,
a atualização do conhecimento e a experiência
dos peritos interessados.
§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou
motivo de suspeição, nos termos dos arts. 148 e
467, o órgão técnico ou científico nomeado para
realização da perícia informará ao juiz os nomes e
dados de qualificação dos profissionais que
participarão da atividade.
§ 3o Nas localidades onde não houver § 5º Na localidade onde não houver inscrito no
profissionais qualificados que preencham os cadastro disponibilizado pelo tribunal, a
requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e
dos peritos será de livre escolha do juiz. deverá recair sobre profissional ou órgão técnico
ou científico comprovadamente detentor do
conhecimento necessário à realização da perícia.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 123/159
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Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício
ofício, no prazo que lhe assina a lei, empregando no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda
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toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do sua diligência, podendo escusar-se do encargo
encargo alegando motivo legítimo. alegando motivo legítimo.
Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro § 1º A escusa será apresentada no prazo de quinze
de 5 (cinco) dias, contados da intimação ou do dias, contado da intimação, da suspeição ou do
impedimento superveniente, sob pena de se impedimento supervenientes, sob pena de renúncia
reputar renunciado o direito a alegá-la (art. 423). ao direito a alegá-la.
§ 2º Será organizada lista de peritos na vara ou
na secretaria, com disponibilização dos
documentos exigidos para habilitação à consulta
de interessados, para que a nomeação seja
distribuída de modo equitativo, observadas a
capacidade técnica e a área de conhecimento.
Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar
informações inverídicas, responderá pelos informações inverídicas responderá pelos prejuízos
prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em
2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e outras perícias no prazo de dois a cinco anos,
incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer. independentemente das demais sanções previstas
em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao
respectivo órgão de classe para adoção das medidas
que entender cabíveis.

No sistema do CPC, ao lado do perito, foi instituída a figura do assistente


técnico da parte. Este representa perito indicado pelo litigante, para acompanhar
devidamente os trabalhos periciais.
Toda pessoa capaz para os atos da vida civil pode ser perito; além da
capacidade jurídica, o perito deve ter capacidade técnica, ou seja, deve ter conhecimentos
suficientes para exercer a função pericial.
Ao perito também se aplicam os motivos de impedimento e suspeição
previstos nos artigos 134 e 135 do CPC/73 e 144 e 145 do CPC/2015.
Já o assistente técnico da parte não pode ser recusado por tais motivos.
OBS.: o novo CPC preconiza a formação, pelo tribunal ao qual o juiz
está vinculado, de cadastro de peritos e de órgãos técnicos ou científicos interessados
na nomeação para a realização de exames periciais; ressalva que, na localidade onde
não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é
de livre escolha pelo juiz.

Deveres do perito:
- aceitar o encargo, podendo escusar-se apenas se alegar justo motivo (v.
arts. 146 do CPC/73 e 157 do CPC/2015);
- respeitar os prazos (v. também arts. supra citados); pode ser substituído se
deixar de cumprir o encargo no prazo assinalado (v. arts. 424 do CPC/73 e 468 do
CPC/2015); além disso, o juiz deverá comunicar o ocorrido à corporação profissional
competente, podendo ainda impor multa conforme o valor da causa e o prejuízo ocasionado
ao andamento do feito; de acordo com o novo CPC, o perito substituído restituirá, no prazo
de 15 dias, os valores recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena de ficar impedido de
atuar como perito judicial pelo prazo de 5 anos;
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 124/159
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- comparecer à audiência quando convocado com a antecedência mínima


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prevista no CPC (v. arts. 435, parágrafo único, do CPC/73 e §§ 3º e 4º do art. 477 do
CPC/2015);
- dever de lealdade (v. arts. 147 do CPC/73 e 158 do CPC/2015): incide no
crime de falsidade se prestar informações inverídicas, podendo ainda responder pelos
prejuízos causados à parte e ficar inabilitado para funcionar em outras perícias.

Direitos dos peritos


- escusar-se do encargo, alegando motivo legítimo (inabilitação técnica,
ocupação com outros trabalhos, etc.) (v. arts. 423 do CPC/73 e 467 do CPC/2015);
- pedir prorrogação de prazo (v. arts. 432 do CPC/73 e 476 do CPC/2015);
- recorrer às fontes de informação pertinentes (v. arts. 429 do CPC/73 e § 3º
do art. 473 do CPC/2015);
- indenização pelas despesas suportadas com o exercício do encargo e
honorários fixados pelo juiz (v. arts. 33 do CPC/73, que cuida da antecipação e pagamento, e
95 do CPC/2015).
CPC/73 CPC/2015
Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o
encargo que lhe foi cometido, independentemente encargo que lhe foi cometido, independentemente
de termo de compromisso. Os assistentes técnicos de termo de compromisso.
são de confiança da parte, não sujeitos a § 1º Os assistentes técnicos são de confiança da
impedimento ou suspeição. parte e não estão sujeitos a impedimento ou
suspeição.
§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das
partes o acesso e o acompanhamento das
diligências e dos exames que realizar, com prévia
comunicação, comprovada nos autos, com
antecedência mínima de cinco dias.
Art. 423. O perito pode escusar-se (art. 146), ou Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado
ser recusado por impedimento ou suspeição (art. por impedimento ou suspeição.
138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao
a impugnação, o juiz nomeará novo perito. julgar procedente a impugnação, nomeará novo
perito.
Art. 424. O perito pode ser substituído quando: Art. 468. O perito pode ser substituído quando:
I - carecer de conhecimento técnico ou científico; I – faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir o
encargo no prazo que lhe foi assinado. encargo no prazo que lhe foi assinado.
Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o § 1º No caso previsto no inciso II, o juiz
juiz comunicará a ocorrência à corporação comunicará a ocorrência à corporação profissional
profissional respectiva, podendo, ainda, impor respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito,
multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da fixada tendo em vista o valor da causa e o possível
causa e o possível prejuízo decorrente do atraso prejuízo decorrente do atraso no processo.
no processo.
§ 2º O perito substituído restituirá, no prazo de
quinze dias, os valores recebidos pelo trabalho
não realizado, sob pena de ficar impedido de
atuar como perito judicial pelo prazo de cinco
anos.
§ 3º Não ocorrendo a restituição voluntária de
que trata o § 2º, a parte que tiver realizado o
adiantamento dos honorários poderá promover

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 125/159
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execução contra o perito, na forma dos arts. 513


e seguintes deste Código, com fundamento na
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decisão que determinar a devolução do
numerário.

Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do Art. 477.


perito e do assistente técnico, requererá ao juiz § 3º Se ainda houver necessidade de
que mande intimá-lo a comparecer à audiência, esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que
formulando desde logo as perguntas, sob forma de mande intimar o perito ou o assistente técnico a
quesitos. comparecer à audiência de instrução e julgamento,
formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de
quesitos.
Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só Art. 477.
estarão obrigados a prestar os esclarecimentos a § 4º O perito ou o assistente técnico será intimado
que se refere este artigo, quando intimados 5 por meio eletrônico, com pelo menos dez dias de
(cinco) dias antes da audiência. antecedência da audiência.

Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do
assistente técnico que houver indicado; a do perito assistente técnico que houver indicado, sendo a do
será paga pela parte que houver requerido o perito adiantada pela parte que houver requerido a
exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas perícia ou rateada quando a perícia for determinada
as partes ou determinado de ofício pelo juiz. de ofício ou requerida por ambas as partes.
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a § 1º O juiz poderá determinar que a parte
parte responsável pelo pagamento dos honorários responsável pelo pagamento dos honorários do
do perito deposite em juízo o valor perito deposite em juízo o valor correspondente.
correspondente a essa remuneração. O numerário,
recolhido em depósito bancário à ordem do juízo § 2º A quantia recolhida em depósito bancário à
e com correção monetária, será entregue ao perito ordem do juízo será corrigida monetariamente e
após a apresentação do laudo, facultada a sua paga de acordo com o art. 465, § 4º.
liberação parcial, quando necessária.
§ 3º Quando o pagamento da perícia for de
responsabilidade de beneficiário de gratuidade da
justiça, ela poderá ser:
I - custeada com recursos alocados no orçamento
do ente público e realizada por servidor do Poder
Judiciário ou por órgão público conveniado;
II - paga com recursos alocados no orçamento da
União, do Estado ou do Distrito Federal, no caso de
ser realizada por particular, hipótese em que o valor
será fixado conforme tabela do tribunal respectivo
ou, em caso de sua omissão, do Conselho Nacional
de Justiça;
§ 4º Na hipótese do § 3º, o juiz, após o trânsito em
julgado da decisão final, oficiará a Fazenda Pública
para que promova, contra quem tiver sido
condenado ao pagamento das despesas processuais,
a execução dos valores gastos com a perícia
particular ou com a utilização de servidor público
ou da estrutura de órgão público, observando-se,
caso o responsável pelo pagamento das despesas
seja beneficiário de gratuidade da justiça, o
disposto no art. 98, § 2º.
§ 5º Para fins de aplicação do § 3º, é vedada a
utilização de recursos do fundo de custeio da
Defensoria Pública.

Espécies de perícia
A prova pericial pode consistir em exame, vistoria ou avaliação (v. arts. 420
do CPC/73 e 464 do CPC/2015).
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 126/159
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Exame pericial, em sentido estrito, corresponde à inspeção, por meio de


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perito, de pessoas, coisas móveis e semoventes, para a verificação de fatos e circunstâncias
que interessam à causa.
Vistoria: inspeção realizada sobre bens imóveis.
Avaliação: exame destinado a estimação do valor, em moeda, de coisas,
direitos e obrigações; corresponde a estimação do justo preço de alguma coisa ou de algum
direito.

Admissibilidade da perícia
Só é admissível a perícia quando da prova do fato depender de conhecimento
técnico ou científico.
O juiz deve indeferir a perícia quando:
- a prova do fato não depender do concurso de técnico;
- for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
- a verificação for impraticável (o fato é de natureza transitória e não pode
mais ser constatado);
Rege a matéria o princípio da utilidade da prova; para que se admita a perícia
é indispensável que o fato exista ou tenha existido, de modo que possa ser examinado direta
ou indiretamente; se o fato for de natureza transitória e não puder mais ser examinado,
porque não deixou vestígios, a perícia é impraticável, devendo ser indeferida; muitas vezes,
no entanto, se o fato estiver fixado no processo por meio idôneo (testemunhas ou
documentos), sobre ele poderão incidir as observações do técnico, procedendo-se à chamada
perícia indireta (v. perícias médicas indiretas realizadas em prontuários, exames de
imagem, fotografias, etc.).
Exemplo de perícia indireta: uma mulher se submeteu à cirurgia estética,
colocando próteses de silicone; diante do insucesso do procedimento, realizou nova cirurgia,
que corrigiu as sequelas originadas da primeira intervenção; após, moveu ação de
indenização contra o médico que realizou a primeira cirurgia, socorrendo-se da perícia
indireta para demonstrar os danos que suportou; o perito nomeado, para constatar eventual
erro médico, examinou os prontuários, exames de imagem, fotografias etc., produzindo
laudo.

Proposição da perícia
Normalmente é feita pela parte (autor propõe a realização da perícia na
petição inicial e o réu na contestação).

ADMISSÃO
No novo procedimento comum do CPC/2015, o juiz admitirá ou não a
perícia na decisão saneadora.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 127/159
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PRODUÇÃO
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Normalmente a perícia é realizada na fase instrutória da ação de
conhecimento; pode, no entanto, ser produzida antecipadamente (v. arts. 849 do CPC/73 e
381 a 383 do CPC/2015).

PROCEDIMENTO DA PROVA PERICIAL


Nomeação do perito:
No novo procedimento comum do CPC/2015: normalmente na decisão
saneadora (v. art. 357, § 8º, do CPC/2015);
As partes podem indicar assistentes técnicos e formular quesitos.
No procedimento comum do novo CPC, as partes devem indicar assistente
técnico e apresentar quesitos dentro de 15 dias, também contados da intimação do despacho
de nomeação do perito.
O perito pode ser recusado pelas partes quando impedido ou suspeito e pode
ser substituído pelo juiz após a nomeação, conforme dispositivos do CPC já transcritos
linhas atrás.

CPC/73 CPC/2015
Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no
imediato o prazo para a entrega do laudo. objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para
a entrega do laudo.
§ 1o Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, § 1º Incumbe às partes, dentro de quinze dias
contados da intimação do despacho de nomeação contados da intimação do despacho de nomeação
do perito: do perito:
I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito,
se for o caso;
I - indicar o assistente técnico; II – indicar o assistente técnico;
II - apresentar quesitos. III – apresentar quesitos.
§ 2o Quando a natureza do fato o permitir, a
perícia poderá consistir apenas na inquirição pelo
juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da
audiência de instrução e julgamento a respeito das
coisas que houverem informalmente examinado
ou avaliado.
§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará
em cinco dias:
I – proposta de honorários;
II – currículo, com comprovação de
especialização;
III – contatos profissionais, em especial o
endereço eletrônico, para onde serão dirigidas
as intimações pessoais.
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de
honorários, para, querendo, manifestar-se no
prazo comum de cinco dias, após o que, o juiz
arbitrará o valor, intimando-se as partes para os
fins do art. 95.
§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até
cinquenta por cento dos honorários arbitrados a
favor do perito no início dos trabalhos, devendo

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 128/159
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o remanescente ser pago apenas ao final, depois


de entregue o laudo e prestados todos os
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esclarecimentos necessários.
§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou
deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração
inicialmente arbitrada para o trabalho.
Art. 428. Quando a prova tiver de realizar-se por § 6º Quando tiver de realizar-se por carta,
carta, poderá proceder-se à nomeação de perito e poder-se-á proceder à nomeação de perito e à
indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual indicação de assistentes técnicos no juízo ao qual
se requisitar a perícia. se requisitar a perícia.

QUESITOS são indagações endereçadas aos vistores, que delimitam o


campo da perícia.
Podem ser formulados pelas partes ou pelo juiz (v. arts. 426, II, do CPC/73 e
470, II, do CPC/2015); podem ser apresentados, no decorrer da perícia, quesitos
suplementares (v. arts. 425, primeira parte, do CPC/73 e 469 do CPC/2015).
A parte pode impugnar os quesitos apresentados pelo adversário, devendo ser
cientificada pelo escrivão (v. art. 425, segunda parte, do CPC/73 e parágrafo único do art.
469 do CPC/2015).
Após a entrega do laudo as partes ainda podem solicitar esclarecimentos do
perito e dos assistentes técnicos, a serem prestados eventualmente em audiência (v. arts. 435
do CPC/73 e 477, § 3º, do CPC/2015); nesse caso as perguntas devem ser formuladas desde
logo, sob a forma de quesitos; após a entrega do laudo, são admitidos apenas quesitos
elucidativos, destinados a esclarecer as respostas oferecidas; não quesitos novos.
Os quesitos impertinentes devem ser indeferidos pelo juiz (v. arts. 426, I, do
CPC/73 e 470, I, do CPC/2015); são considerados impertinentes os quesitos que não digam
respeito aos fatos da causa, bem como os inúteis ou irrelevantes; os quesitos devem ser
objetivos, tendo lugar o indeferimento daqueles que reclamam pronunciamentos subjetivos
do perito ou envolvam questões de direito.
O juiz, como visto, ao nomear o perito, fixa o prazo para entrega do laudo,
levando em conta a complexidade da perícia.
O laudo consiste na documentação dos fatos examinados, das diligências
realizadas e das conclusões devidamente fundamentadas; representa parecer conclusivo do
perito judicial sobre a matéria submetida a exame; deve ser apresentado pelo menos vinte
dias antes da audiência de instrução e julgamento (v. arts. 433 do CPC/73 e 477 do
CPC/2015).
De acordo com o novo CPC (v. § 1º do art. 477), as partes serão intimadas
para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 dias,
podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar seu
respectivo parecer.
Os peritos e assistentes técnicos têm ampla liberdade de investigação,
podendo recorrer às fontes de informação que entenderem necessárias e úteis para o perfeito

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 129/159
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conhecimento da matéria sujeita à perícia (v. art. 473, § 3º, do CPC/2015).


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CPC/2015
Art. 426. Compete ao juiz: Art. 470. Incumbe ao juiz:
I - indeferir quesitos impertinentes; I – indeferir quesitos impertinentes;
II - formular os que entender necessários ao II – formular os quesitos que entender necessários
esclarecimento da causa. ao esclarecimento da causa.
Art. 471. As partes podem, de comum acordo,
escolher o perito, indicando-o mediante
requerimento, desde que:
I – sejam plenamente capazes;
II – a causa possa ser resolvida por
autocomposição.
§ 1º As partes, ao escolher o perito, já devem
indicar os respectivos assistentes técnicos para
acompanhar a realização da perícia, que se
realizará em data e local previamente
anunciados.
§ 2º O perito e os assistentes técnicos devem
entregar, respectivamente, laudo e pareceres em
prazo fixado pelo juiz.
§ 3º A perícia consensual substitui, para todos os
efeitos, a que seria realizada por perito nomeado
pelo juiz.
Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial
quando as partes, na inicial e na contestação, quando as partes, na inicial e na contestação,
apresentarem sobre as questões de fato pareceres apresentarem sobre as questões de fato
técnicos ou documentos elucidativos que pareceres técnicos ou documentos elucidativos
considerar suficientes. que considerar suficientes.
Art. 473. O laudo pericial deverá conter:
I – a exposição do objeto da perícia;
II – a análise técnica ou científica realizada pelo
perito;
III – a indicação do método utilizado,
esclarecendo-o e demonstrando ser
predominantemente aceito pelos especialistas da
área do conhecimento da qual se originou;
IV – resposta conclusiva a todos os quesitos
apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do
Ministério Público.
§ 1º No laudo, o perito deve apresentar sua
fundamentação em linguagem simples e com
coerência lógica, indicando como alcançou suas
conclusões.
§ 2º É vedado ao perito ultrapassar os limites de
sua designação, bem como emitir opiniões pessoais
que excedam o exame técnico ou científico do
objeto da perícia.
Art. 429. Para o desempenho de sua função, § 3º Para o desempenho de sua função, o perito e
podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se os assistentes técnicos podem valer-se de todos os
de todos os meios necessários, ouvindo meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo
testemunhas, obtendo informações, solicitando informações, solicitando documentos que estejam
documentos que estejam em poder de parte ou em em poder da parte, de terceiros ou em repartições
repartições públicas, bem como instruir o laudo públicas, bem como instruir o laudo com planilhas,
com plantas, desenhos, fotografias e outras mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros
quaisquer peças. elementos necessários ao esclarecimento do objeto
da perícia.
Art. 430. (Revogado pela Lei nº 8.455, de
24.8.1992)
Art. 431. (Revogado pela Lei nº 8.455, de
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 130/159
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24.8.1992))
Resumo
Art. 431-A. As partes alunos completo
terão ciência - agosto-2017
da data e local - processo
Art. 474. As partes e data
terão ciência da procedime…
e do local
designados pelo juiz ou indicados pelo perito para designados pelo juiz ou indicados pelo perito para
ter início a produção da prova. ter início a produção da prova.
Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa, que Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que
abranja mais de uma área de conhecimento abranja mais de uma área de conhecimento
especializado, o juiz poderá nomear mais de um especializado, o juiz poderá nomear mais de um
perito e a parte indicar mais de um assistente perito e a parte indicar mais de um assistente
técnico. técnico.
Art. 432. Se o perito, por motivo justificado, não Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não
puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz
conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação
segundo o seu prudente arbítrio. pela metade do prazo originalmente fixado.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.455, de
24.8.1992)
Art. 433. O perito apresentará o laudo em Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no
cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 prazo fixado pelo juiz, pelo menos vinte dias antes
(vinte) dias antes da audiência de instrução e da audiência de instrução e julgamento.
julgamento.
Parágrafo único. Os assistentes técnicos § 1º As partes serão intimadas para, querendo,
oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no
(dez) dias, após intimadas as partes da prazo comum de quinze dias, podendo o assistente
apresentação do laudo. técnico de cada uma das partes, em igual prazo,
apresentar seu respectivo parecer.
§ 2º O perito do juízo tem o dever de, no prazo de
quinze dias, esclarecer ponto:
I – sobre o qual exista divergência ou dúvida de
qualquer das partes, do juiz ou do órgão do
Ministério Público;
II – divergente apresentado no parecer do assistente
técnico da parte.
Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do § 3º Se ainda houver necessidade de
perito e do assistente técnico, requererá ao juiz esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que
que mande intimá-lo a comparecer à audiência, mande intimar o perito ou o assistente técnico a
formulando desde logo as perguntas, sob forma de comparecer à audiência de instrução e julgamento,
quesitos. formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de
quesitos.
Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só § 4º O perito ou o assistente técnico será intimado
estarão obrigados a prestar os esclarecimentos a por meio eletrônico, com pelo menos dez dias de
que se refere este artigo, quando intimados 5 antecedência da audiência.
(cinco) dias antes da audiência.
Art. 434. Quando o exame tiver por objeto a Art. 478. Quando o exame tiver por objeto a
autenticidade ou a falsidade de documento, ou for autenticidade ou a falsidade de documento ou for
de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de natureza médico-legal, o perito será escolhido,
de preferência, entre os técnicos dos de preferência, entre os técnicos dos
estabelecimentos oficiais especializados. O juiz estabelecimentos oficiais especializados, a cujos
autorizará a remessa dos autos, bem como do diretores o juiz autorizará a remessa dos autos, bem
material sujeito a exame, ao diretor do como do material sujeito a exame.
estabelecimento.
§ 1º Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os
órgãos e as repartições oficiais deverão cumprir a
determinação judicial com preferência, no prazo
estabelecido.
§ 2º A prorrogação do prazo referido no § 1º pode
ser requerida motivadamente.
Parágrafo único. Quando o exame tiver por objeto § 3º Quando o exame tiver por objeto a
a autenticidade da letra e firma, o perito poderá autenticidade da letra e da firma, o perito poderá
requisitar, para efeito de comparação, documentos requisitar, para efeito de comparação, documentos
existentes em repartições públicas; na falta destes, existentes em repartições públicas e, na falta
poderá requerer ao juiz que a pessoa, a quem se destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa a quem
atribuir a autoria do documento, lance em folha de se atribuir a autoria do documento lance em folha
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 131/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

papel, por cópia, ou sob ditado, dizeres diferentes, de papel, por cópia ou sob ditado, dizeres
para fins de comparação. diferentes, para fins de comparação.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
APRECIAÇÃO DO LAUDO
As conclusões do laudo oficial não vinculam o juiz; pode ele formar sua
convicção com base em outros elementos de prova constantes dos autos (v. art. 436 do
CPC/73 e 479 do CPC/2015).
Como é sabido, o juiz pode apreciar livremente as provas produzidas,
inexistindo hierarquia no sistema do CPC.
Pode o juiz, por exemplo, valer-se de outros pareceres técnicos e dados
oficiais sobre a matéria objeto da prova, inclusive depoimentos de outras pessoas
entendidas, coligidos em audiência; não pode, no entanto, valer-se de conhecimentos
pessoais.
A recusa ao laudo deve ser bem fundamentada.
É possível a realização de segunda perícia; cabe ao juiz avaliar a necessidade
de outra perícia; esta não substitui a primeira, a não ser que seja decretada a sua nulidade.
CPC/73 CPC/2015
Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de
pericial, podendo formar a sua convicção com acordo com o disposto no art. 371, indicando na
outros elementos ou fatos provados nos autos. sentença os motivos que o levaram a considerar ou
a deixar de considerar as conclusões do laudo,
levando em conta o método utilizado pelo perito.
Art. 437. O juiz poderá determinar, de ofício Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a
ou a requerimento da parte, a realização de requerimento da parte, a realização de nova
nova perícia, quando a matéria não lhe parecer perícia quando a matéria não estiver
suficientemente esclarecida. suficientemente esclarecida.
Art. 438. A segunda perícia tem por objeto os § 1º A segunda perícia tem por objeto os mesmos
mesmos fatos sobre que recaiu a primeira e fatos sobre os quais recaiu a primeira e destina-se a
destina-se a corrigir eventual omissão ou corrigir eventual omissão ou inexatidão dos
inexatidão dos resultados a que esta conduziu. resultados a que esta conduziu.
Art. 439. A segunda perícia rege-se pelas § 2º A segunda perícia rege-se pelas disposições
disposições estabelecidas para a primeira. estabelecidas para a primeira.
Parágrafo único. A segunda perícia não substitui a § 3º A segunda perícia não substitui a primeira,
primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de outra.
valor de uma e outra.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
- no art. 464, §§ 2º a 4º, o CPC/2015 disciplina uma prova técnica
simplificada, em substituição à perícia, quando o ponto controvertido for de menor
complexidade; esta, segundo as normas supra transcritas, consiste apenas na
inquirição de especialista pelo juiz em audiência; o especialista transmitirá então as
suas conclusões sobre a questão controvertida da causa que demanda especial
conhecimento científico ou técnico;
- e, no art. 471, o CPC/2015 disciplina uma perícia consensual, em que as
partes podem, de comum acordo, escolher o perito;

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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

- tanto no CPC/73, quanto no CPC/2015, há previsão de dispensa da


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prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem, sobre as
questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que o juiz considerar
suficientes; o juiz, no entanto, somente admitirá a dispensa quando ambas as partes
fornecerem elementos de natureza técnica idôneos para a formação de sua convicção;
isto porque tal dispensa não pode comprometer o contraditório (v. arts. 427 do CPC/73
e 472 do CPC/2015).

(v. transcrição dos artigos feita linhas atrás)

Inspeção judicial (v. arts. 440 a 443 do CPC/73 e 481 a 484 do CPC/2015)
É regulada no Código como meio de prova.
Consiste na inspeção direta pelo juiz de pessoas e coisas, móveis ou imóveis,
a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à solução da lide.
Pode ser determinada de ofício ou a requerimento das partes, em qualquer
fase do procedimento.
Em princípio é considerada prova subsidiária, sendo realizada normalmente
após a produção de outras provas requeridas pelos litigantes.
A inspeção é via de regra facultativa; fica ao prudente arbítrio do juiz realizar
ou não a diligência.
No CPC há apenas um caso em que ela é obrigatória: o juiz deve examinar e
interrogar pessoalmente o interditando para avaliar o seu estado mental (v. arts. 1.181 do
CPC/73 e 751 do CPC/2015).
O juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos, que podem ser recusados
pelas partes em razão de impedimento ou suspeição.
E as partes podem acompanhar a inspeção com assistentes técnicos,
prestando esclarecimentos e fazendo observações.
A determinação é feita através de despacho nos autos, do qual deve constar o
que ou quem será inspecionado, a nomeação do perito que eventualmente participará da
diligência e a designação de dia hora e lugar para a sua realização.
A inspeção pode ser feita na sede do juízo ou no lugar onde se encontra a
pessoa ou a coisa.
Quando julgar necessário para melhor verificação dos fatos ou quando for
dificultosa ou onerosa a apresentação da pessoa ou coisa em juízo, o juiz irá ao local onde se
encontram.
Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado,
mencionando tudo quanto for útil ao julgamento da causa, podendo esse auto ser instruído
com desenho, gráfico ou fotografia; não sendo lavrado esse auto, a inspeção perde o seu
valor de prova.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 133/159
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CPC/73 CPC/2015
Resumo alunos
Da Inspeção completo - agosto-2017
Judicial Da- Inspeção
processo e procedime…
Judicial
Art. 440. O juiz, de ofício ou a requerimento da Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da
parte, pode, em qualquer fase do processo, parte, pode, em qualquer fase do processo,
inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se
esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da esclarecer sobre fato que interesse à decisão da
causa. causa.
Art. 441. Ao realizar a inspeção direta, o juiz Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser
poderá ser assistido de um ou mais peritos. assistido por um ou mais peritos.
Art. 442. O juiz irá ao local, onde se encontre a Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a
pessoa ou coisa, quando: pessoa ou a coisa quando:
I - julgar necessário para a melhor verificação ou I – julgar necessário para a melhor verificação ou
interpretação dos fatos que deva observar; interpretação dos fatos que deva observar;
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo, II – a coisa não puder ser apresentada em juízo,
sem consideráveis despesas ou graves sem consideráveis despesas ou graves dificuldades;
dificuldades;
Ill - determinar a reconstituição dos fatos. III – determinar a reconstituição dos fatos.
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a Parágrafo único. As partes têm sempre direito a
assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e
fazendo observações que reputem de interesse fazendo observações que considerem de interesse
para a causa. para a causa.
Art. 443. Concluída a diligência, o juiz mandará Art. 484. Concluída a diligência, o juiz mandará
lavrar auto circunstanciado, mencionando nele lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo
tudo quanto for útil ao julgamento da causa. quanto for útil ao julgamento da causa.
Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com
desenho, gráfico ou fotografia. desenho, gráfico ou fotografia.

SENTENÇA
Os pronunciamentos do juiz podem consistir em sentenças, decisões
interlocutórias e despachos, desprovidos estes de conteúdo decisório.
A sentença, de acordo com o disposto no artigo 162, § 1°, do CPC/73, era o
ato do juiz que implicava alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 do CPC.
“Dada a circunstância de a Lei nº 11.232/2005, que corporifica o que podemos
chamar de Reforma da Execução, ter feito desaparecer o ‘processo’ de execução por quantia
certa que seguia ao ‘processo’ de conhecimento condenatório (que objetivava o pagamento de
quantia), transformado a ‘execução por quantia’ em mero prolongamento do ‘processo de
conhecimento condenatório’ (art. 475-J, caput), é que surgiu a necessidade de alteração do
conceito de sentença que vinha estampado no § 1º do art. 162. Se à luz do regime anterior,
sentença era o ato pelo qual o juiz sempre punha ‘termo ao processo, decidindo ou não o mérito
da causa’, a partir de 2006, sentença já não é necessariamente o ato que encerra o processo
(como visto, após a sentença condenatória a pagar quantia, o processo entra na fase de
execução, ou de ‘cumprimento da sentença’, como querem os arts. 475-I a 475-R), de sorte que
pareceu bem ao legislador reformista afirmar que sentença é o ato judicial ‘que implica alguma
das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei’. (...) O que se deve acentuar é que, com a
Reforma, a sentença deixa de ser necessariamente ato judicial de encerramento do
processo...” (v. “Código de Processo Civil Interpretado”, de Antônio Cláudio da Costa
Machado, 6ª edição, Manole, 2007).
Isso porque, sempre que houver necessidade de execução ou cumprimento do
julgado, ainda que apenas para perseguir o pagamento das verbas da sucumbência fixadas, a
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 134/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc

relação processual não se extingue; prossegue-se nesta com os atos coativos necessários
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
para buscar a realização concreta do direito expresso no título judicial; fala-se então que a
sentença não é mais ato de encerramento do feito em todos os casos, podendo representar
ato de transição entre as fases cognitiva e executiva do processo de conhecimento.
Na verdade, não há, necessariamente, extinção da relação processual nem
mesmo quando proferida sentença terminativa, em que não há resolução do mérito da causa;
como já assinalado, a relação processual pode prosseguir na fase de execução, caso haja
condenação da parte ao pagamento de honorários advocatícios e reembolso de custas e
despesas processuais.
OBS.: essa diretriz se mantém no CPC/2015; apenas é de se observar que
o CPC/73 para identificar a sentença, dentre os diversos pronunciamentos do juiz, adotava o
critério do conteúdo (configuração de alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269,
que correspondem aos arts. 485 e 487 do CPC/2015); o CPC/2015 acrescenta outro critério,
que é a função da sentença: por fim a fase cognitiva do procedimento comum ou
extinguir a execução.
Registre-se que esse novo conceito de sentença, que leva em conta o critério
do seu conteúdo, tem por escopo melhor diferenciá-la (a sentença) de uma decisão
interlocutória; de acordo com o § 2º do art. 203 do novo CPC, decisão interlocutória é todo
pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º; no sistema do
CPC/2015 temos decisões interlocutórias de mérito, ou seja, decisões que versam sobre o
mérito, mas que não se prestam a encerrar a fase cognitiva do procedimento comum; é o
caso da decisão que decide parcialmente o mérito, na forma do art. 356[5]; logo, decisão
interlocutória não é mais simplesmente o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve
questão incidente, pois também pode referir-se ao mérito da causa, ainda que parcialmente.
Assim, os conceitos de decisão interlocutória e sentença estão ajustados à
nova realidade jurídico-processual.
CPC/73 CPC/2015
Dos Atos do Juiz Dos Pronunciamentos do Juiz
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão
sentenças, decisões interlocutórias e despachos. em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1º Sentença é o ato do juiz que implica § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos
alguma das situações previstas nos arts. 267 e procedimentos especiais, sentença é o
269 desta Lei. pronunciamento por meio do qual o juiz, com
fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase
cognitiva do procedimento comum, bem como
extingue a execução.
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o § 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento
juiz, no curso do processo, resolve questão judicial de natureza decisória que não se enquadre
incidente. no § 1º.

§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz § 3º São despachos todos os demais
praticados no processo, de ofício ou a pronunciamentos do juiz praticados no processo, de
requerimento da parte, a cujo respeito a lei não ofício ou a requerimento da parte.
estabelece outra forma.
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a § 4º Os atos meramente ordinatórios, como a

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juntada e a vista obrigatória, independem de juntada e a vista obrigatória, independem de


despacho, devendo ser praticados de ofício pelo despacho, devendo ser praticados de ofício pelo
Resumo alunos completo - agosto-2017
servidor e revistos pelo juiz quando necessários.
- processo e procedime…
servidor e revistos pelo juiz quando necessário.

Em suma, sentença no processo de conhecimento consubstancia ato do juiz


que põe fim ao processo ou apenas a fase cognitiva, sendo que as que resolvem o mérito são
denominadas definitivas (v. hipóteses do art. 269 do CPC/73 e 487 do CPC/2015) e as outras
terminativas (v. hipóteses do art. 267 do CPC/73 e 485 do CPC/2015).
Registre-se que se extingue a execução por sentença, na forma dos artigos
794 do CPC/73 e 924 do CPC/2015; a extinção se dá quando a obrigação é satisfeita,
quando se obtém, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida (transação ou
remissão), quando o exequente renúncia ao crédito ou se ocorrer a prescrição intercorrente.
No processo de conhecimento a sentença é o ato culminante.
Normalmente a sentença, nesse tipo de processo, contém uma resposta do
Estado-juiz aos pedidos formulados pelas partes; todavia, nem sempre se alcança a
resolução de mérito, podendo ser declarada a extinção anômala do feito por motivos
diversos.
Daí porque as sentenças são tradicionalmente classificadas em sentenças
definitivas e sentenças terminativas.
Terminativas: põem fim ao processo sem exame do mérito, presentes as
causas extintivas previstas nos artigos 267 do CPC/73 e 485 do CPC/2015; via de regra o
direito de ação permanece latente, podendo a pretensão do autor ser renovada em outro
feito; nessas hipóteses o juiz reconhece a inadmissibilidade da tutela jurisdicional de mérito;
a sentença tem conteúdo meramente processual, não atingindo a lide; extingue-se o processo
se não houver condenação ao pagamento das verbas da sucumbência; carreadas estas verbas
à parte, a relação processual poderá subsistir para a pertinente execução.
CPC/73 CPC/2015
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
de mérito:
I - quando o juiz indeferir a petição inicial; I – indeferir a petição inicial;
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) II – o processo ficar parado durante mais de um
ano por negligência das partes; ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e III – por não promover os atos e as diligências que
diligências que lhe competir, o autor abandonar a lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais
causa por mais de 30 (trinta) dias; de trinta dias;
IV - quando se verificar a ausência de IV – verificar a ausência de pressupostos de
pressupostos de constituição e de constituição e de desenvolvimento válido e regular
desenvolvimento válido e regular do processo; do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de V – reconhecer a existência de perempção, de
perempção, litispendência ou de coisa julgada; litispendência ou de coisa julgada;
VI - quando não concorrer qualquer das condições VI – verificar ausência de legitimidade ou de
da ação, como a possibilidade jurídica, a interesse processual;
legitimidade das partes e o interesse processual;
VII - pela convenção de arbitragem; VII – acolher a alegação de existência de
convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral
reconhecer sua competência;
VIII - quando o autor desistir da ação; VIII – homologar a desistência da ação;
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IX - quando a ação for considerada IX – em caso de morte da parte, a ação for


intransmissível por disposição legal; considerada intransmissível por disposição legal; e
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X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;
XI - nos demais casos prescritos neste Código. X – nos demais casos prescritos neste Código.
o
§ 1 O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e III, o § 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a
arquivamento dos autos, declarando a extinção do parte será intimada pessoalmente para suprir a falta
processo, se a parte, intimada pessoalmente, não no prazo de cinco dias.
suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.
§ 2o No caso do parágrafo anterior, quanto ao § 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes
pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao
no II, as partes pagarão proporcionalmente as inciso III, o autor será condenado ao pagamento
custas e, quanto ao no III, o autor será condenado das despesas e dos honorários de advogado.
ao pagamento das despesas e honorários de
advogado (art. 28).
§ 3o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer § 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria
tempo e grau de jurisdição, enquanto não constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer
proferida a sentença de mérito, da matéria tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o
constante dos ns. IV, V e VI; todavia, o réu que a trânsito em julgado.
não alegar, na primeira oportunidade em que lhe
caiba falar nos autos, responderá pelas custas de
retardamento.
§ 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, § 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá,
o autor não poderá, sem o consentimento do réu, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
desistir da ação.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada
até a sentença.
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do
processo, por abandono da causa pelo autor,
depende de requerimento do réu.
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos
casos de que tratam os incisos deste artigo, o
juiz terá cinco dias para retratar-se.
Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a Art. 486. O pronunciamento judicial que não
extinção do processo não obsta a que o autor resolve o mérito não obsta a que a parte proponha
intente de novo a ação. A petição inicial, todavia, de novo a ação.
não será despachada sem a prova do pagamento
ou do depósito das custas e dos honorários de
advogado.
§ 1º No caso de extinção em razão de
litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e
VII do art. 485, a propositura da nova ação
depende da correção do vício que levou à sentença
sem resolução do mérito.
Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a § 2º A petição inicial, todavia, não será despachada
extinção do processo não obsta a que o autor sem a prova do pagamento ou do depósito das
intente de novo a ação. A petição inicial, todavia, custas e dos honorários de advogado.
não será despachada sem a prova do pagamento
ou do depósito das custas e dos honorários de
advogado.
Parágrafo único. Se o autor der causa, por três § 3º Se o autor der causa, por três vezes, a sentença
vezes, à extinção do processo pelo fundamento fundada em abandono da causa, não poderá propor
previsto no no III do artigo anterior, não poderá nova ação contra o réu com o mesmo objeto,
intentar nova ação contra o réu com o mesmo ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade
objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a de alegar em defesa o seu direito.
possibilidade de alegar em defesa o seu direito.

Definitivas: são as sentenças que resolvem o mérito da causa, no todo ou em


parte; outorga-se a prestação jurisdicional pretendida, extinguindo-se o direito de ação.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 137/159
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Considera-se sentença de mérito tanto aquela que acolhe ou rejeita no todo


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ou em parte os pedidos das partes, como aquelas enunciadas com base no incisos II e
seguintes dos artigos 269 do CPC/73 e 487 do CPC/2015, quando temos os chamados atos
autocompositivos da lide e o reconhecimento de que se consumou a prescrição ou a
decadência.
Sentença definitiva em sentido estrito é apenas aquela em que se dá a solução
da lide pelo magistrado; mas o CPC também cuidou de estabelecer, de forma casuística, que
há sentença de mérito nas demais hipóteses dos arts. 269 do CPC/73 e 487 do CPC/2015;
nestas se dá igualmente a solução definitiva da lide, embora muitas vezes o juiz
simplesmente chancele a solução encontrada pelos próprios litigantes; pelo novo CPC esses
atos autocompositivos da lide devem ser homologados pelo juiz, podendo referir-se a ação
originária e/ou a reconvenção.
CPC/73 CPC/2015
Art. 269. Haverá resolução de mérito: Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o
juiz:
I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação
autor; ou na reconvenção;
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a
prescrição; ocorrência de decadência ou prescrição;
III – homologar:
II - quando o réu reconhecer a procedência do a) o reconhecimento da procedência do pedido
pedido; formulado na ação ou na reconvenção;
III - quando as partes transigirem; b) a transação;
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na
se funda a ação. reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º
do art. 332, a prescrição e a decadência não
serão reconhecidas sem que antes seja dada às
partes oportunidade de manifestar-se.

OBS.: o art. 488 do CPC/2015 dá conta que: “desde que possível, o juiz
resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual
pronunciamento nos termos do art. 485”; procura dar efetividade ao princípio pelo qual não
há “nulidade sem prejuízo”; a ideia é dar relevância à vocação do processo de conhecimento
de gerar sentença de mérito; diante do caso concreto, o juiz deverá verificar se pode ser
superado o vício que conduziria à prolação de sentença sem resolução de mérito.

ESTRUTURA DA SENTENÇA
A eficácia da sentença depende do atendimento dos requisitos essenciais
previstos nos arts. 458 do CPC/73 e 489 do CPC/2015.
Art. 458. São requisitos essenciais da sentença: Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a
suma do pedido e da resposta do réu, bem como o identificação do caso, com a suma do pedido e da
registro das principais ocorrências havidas no contestação, bem como o registro das principais
andamento do processo; ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as II – os fundamentos, em que o juiz analisará as
questões de fato e de direito; questões de fato e de direito;

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 138/159
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III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as
questões, que as partes lhe submeterem. questões principais que as partes lhe submeterem.
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§ 1º Não se considera fundamentada qualquer
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados,
sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar
qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos
no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado
de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinção no caso
em julgamento ou a superação do entendimento.
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve
justificar o objeto e os critérios gerais da
ponderação efetuada, enunciando as razões que
autorizam a interferência na norma afastada e as
premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir
da conjugação de todos os seus elementos e em
conformidade com o princípio da boa-fé.

O relatório é o resumo do processo, devendo conter o histórico da relação


processual; através do relatório o juiz delimita as questões controvertidas a resolver,
preparando o julgamento.
A fundamentação ou motivação consiste na exposição dos fundamentos de
fato e de direito que geraram a convicção do juiz; serve de compreensão do dispositivo da
sentença; nessa parte o juiz vai solucionar as questões preliminares e prejudiciais, bem como
as questões de fato e de direito relevantes; em matéria de direito aplicável o juiz não fica
adstrito aos fundamentos legais invocados pelas partes.
O dispositivo ou conclusão é o fecho da sentença; o dispositivo será
considerado complexo se o juiz tiver que julgar conjuntamente ações conexas, reconvenção,
oposição, arguição de falsidade documental, etc.
A inobservância dessas formalidades acarreta a nulidade da sentença.
OBS.: o § 1º do art. 489 do CPC/2015 traz relevante inovação, indicando
hipóteses em que qualquer decisão não será considerada fundamentada; exige que o julgador
particularize o caso que está sendo examinado, enfrentando todos os argumentos trazidos
pelas partes; não basta fazer referência à lei aplicável ou a precedentes jurisprudenciais;
deve ser cumpridamente demonstrada a sua aplicação ao caso sob julgamento.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 139/159
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Na sentença o juiz deve compor a lide tal como posta pelas partes, ou seja,
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nos limites dos pedidos formulados na ação e na reconvenção.
CPC/73 CPC/2015
Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de
favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem natureza diversa da pedida, bem como condenar a
como condenar o réu em quantidade superior ou parte em quantidade superior ou em objeto diverso
em objeto diverso do que lhe foi demandado. do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A sentença deve ser certa, ainda Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda
quando decida relação jurídica condicional. que resolva relação jurídica condicional.
Assim, não se admite:
Julgamento extra petita (matéria estranha à litiscontestatio) – corresponde à
sentença que decide causa diferente daquela posta em juízo, ou seja, sentença de natureza
diversa da pedida ou que condena o réu em objeto diverso do que foi demandado.
Exemplos: juiz decreta a resolução do contrato quando a pretensão era de anulação por vício
de vontade; embargos de terceiro em que o juiz desconstitui o título executivo. Nesses casos
a sentença é considerada nula.
Julgamento ultra petita (mais do que o pedido) – Exemplos: autor pede
100 e o juiz concede 200; o autor pede alimentos e o juiz também declara a paternidade.
Nesses casos entende-se que ao invés de ser anulada a sentença, o tribunal deve reduzi-la
aos limites do pedido.
Julgamento citra petita (julgamento sem apreciar todo o pedido) –
exemplo: foi proposta ação de rescisão contratual cumulada com indenização por perdas e
danos e apenas um dos pedidos é apreciado na sentença. Também é caso de nulidade do
provimento.
O julgador, no entanto, deve tomar em consideração fato superveniente à
propositura da ação (constitutivo, extintivo ou modificativo do direito em causa); afinal, a
sentença ou o acórdão devem refletir o estado de fato da lide no momento da decisão; é
preciso que o fato novo tenha influência no deslinde da causa e não importe mudança da
causa petendi (v. arts. 462 do CPC/73 e 493 do CPC/2015).
Ex.: a Prefeitura ingressa em juízo para postular a demolição de prédio
construído ao arrepio da legislação vigente; surge, no entanto, lei anistiando construções
irregulares; esse fato deve ser considerado pelo julgador.
Outro exemplo: “A” impetra mandado de segurança objetivando unificação
de imóveis independentemente da prévia liquidação de tributos em atraso; há declaração
posterior de utilidade pública incidente sobre os imóveis, para fins de desapropriação,
perecendo o objeto da impetração.
CPC/73 CPC/2015
Art. 462. Se, depois da propositura da ação, Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum
algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
do direito influir no julgamento da lide, caberá ao direito influir no julgamento do mérito, caberá ao
juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a
requerimento da parte, no momento de proferir a requerimento da parte, no momento de proferir a
sentença. decisão.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 140/159
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Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato


novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de
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decidir.
- processo e procedime…

OBS.: todas as regras supra mencionadas também se aplicam na prolação de


acórdãos, que consubstanciam julgamentos de órgãos colegiados.
OBS.: o art. 491 do CPC/2015 veda a prolação de sentença ilíquida
(condenação genérica), ainda que formulado pedido genérico, ressalvando apenas as
hipóteses indicadas nos seus incisos:
“Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado
pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção
monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros,
se for o caso, salvo quando:
I – não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II – a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização
demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por
liquidação.
§ 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a
sentença.”
Formulado pedido genérico na petição inicial ou na reconvenção, o julgador
deverá preferencialmente determinar na sentença o quantum devido ou a coisa devida.
Do julgamento das ações relativas às prestações de fazer, de não fazer e
de entregar coisa.
O artigo 461 do CPC/73 estabelecia regras importantes em prol da
efetividade do processo quando veiculadas ações relativas ao cumprimento de obrigações de
fazer ou não fazer; referido dispositivo visava que se alcançasse na sentença de procedência
um resultado prático equivalente ao do adimplemento espontâneo da prestação devida;
ditava regras para o conteúdo da sentença que acolhesse o pedido da parte; a conversão da
execução específica da obrigação em perdas e danos ocupava o último lugar na preferência
do legislador; essa conversão deveria ser admitida quando fosse impossível obter o resultado
final desejado ou se fosse requerida pelo credor da obrigação; os meios de coerção
psicológica (multa periódica) e demais medidas de apoio concebidas se prestavam a
alcançar o resultado final pretendido, podendo ser aplicados até mesmo de ofício pelo juiz.
O artigo 497 do CPC/2015 preserva a diretriz do artigo 461 do CPC/73,
sendo que o seu parágrafo único dá conta que “para a concessão da tutela específica destinada
a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a
demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo”; basta então a ilicitude
da conduta comissiva ou omissiva, não sendo necessária a demonstração de dano, ou de
culpa ou dolo do agente.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 141/159
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OBS.: o artigo 498 do CPC/2015 contempla as regras a serem observadas


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na decisão que determina a entrega de coisa, nos mesmos moldes do artigo 461-A do
CPC/73; o artigo 501 do CPC/2015, com redação semelhante a do artigo 466-A do
CPC/73, disciplina, conjuntamente, a regra estabelecida também no artigo 466-B,
abrangendo-a: sempre que a ação tiver por objeto a emissão de declaração de vontade, a
sentença de procedência transitada em julgado produzirá todos os efeitos da declaração não
emitida.

CPC/73 CPC/2015
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o
o juiz concederá a tutela específica da obrigação pedido, concederá a tutela específica ou
ou, se procedente o pedido, determinará determinará providências que assegurem a
providências que assegurem o resultado prático obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente ao do adimplemento. equivalente.
§ 3o Sendo relevante o fundamento da demanda e
havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou mediante justificação prévia,
citado o réu. A medida liminar poderá ser
revogada ou modificada, a qualquer tempo, em
decisão fundamentada.
§ 4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo
anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for
suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento
do preceito.
§ 5o Para a efetivação da tutela específica ou a
obtenção do resultado prático equivalente, poderá
o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as
medidas necessárias, tais como a imposição de
multa por tempo de atraso, busca e apreensão,
remoção de pessoas e coisas, desfazimento de
obras e impedimento de atividade nociva, se
necessário com requisição de força policial.
§ 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou
a periodicidade da multa, caso verifique que se
tornou insuficiente ou excessiva.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela
específica destinada a inibir a prática, a reiteração
ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é
irrelevante a demonstração da ocorrência de dano
ou da existência de culpa ou dolo.
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega
entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica,
específica, fixará o prazo para o cumprimento da fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
obrigação.
§ 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa
pelo gênero e quantidade, o credor a determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor
individualizará na petição inicial, se lhe couber a individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a
escolha; cabendo ao devedor escolher, este a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a
entregará individualizada, no prazo fixado pelo entregará individualizada, no prazo fixado pelo
juiz. juiz.

§ 2o Não cumprida a obrigação no prazo


https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 142/159
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estabelecido, expedir-se-á em favor do credor


mandado de busca e apreensão ou de imissão na
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posse, conforme se tratar de coisa móvel ou
- processo e procedime…
imóvel.
§ 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o
disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461.
Art. 461.
§ 1o A obrigação somente se converterá em Art. 499. A obrigação somente será convertida em
perdas e danos se o autor o requerer ou se perdas e danos se o autor o requerer ou se
impossível a tutela específica ou a obtenção do impossível a tutela específica ou a obtenção de
resultado prático correspondente. tutela pelo resultado prático equivalente.
Art. 461.
§ 2o A indenização por perdas e danos dar-se-á Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-
sem prejuízo da multa (art. 287). á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para
compelir o réu ao cumprimento específico da
obrigação.
Art. 466-A. Condenado o devedor a emitir Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão
declaração de vontade, a sentença, uma vez de declaração de vontade, a sentença que julgar
transitada em julgado, produzirá todos os efeitos procedente o pedido, uma vez transitada em
da declaração não emitida. julgado, produzirá todos os efeitos da declaração
não emitida.
Art. 466-B. Se aquele que se comprometeu a
concluir um contrato não cumprir a obrigação, a
outra parte, sendo isso possível e não excluído
pelo título, poderá obter uma sentença que
produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado.
Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por
objeto a transferência da propriedade de coisa
determinada, ou de outro direito, a ação não será
acolhida se a parte que a intentou não cumprir a
sua prestação, nem a oferecer, nos casos e formas
legais, salvo se ainda não exigível.

PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA E SEUS EFEITOS


Publicada a sentença, o juiz somente poderá alterá-la nas hipóteses dos
artigos 463 do CPC/73 e 494 do CPC/2015; poderá ainda reformá-la, a partir da interposição
de apelação do autor, nas hipóteses dos artigos 285-A, § 1º e 296, do CPC/73 e 332, § 3º e
331 do CPC/2015; o CPC/2015 ainda inovou no particular, permitindo que o juiz também
possa retratar-se quando interposta a apelação em qualquer dos casos em que profere
sentença sem resolução do mérito (v. art. 485, § 7º).
Enquanto não publicada, a sentença não será ato processual e, portanto, não
produzirá qualquer efeito; publicar a sentença quer dizer torná-la pública.
Quando proferida em audiência, a publicação consiste na leitura da sentença;
estando presentes as partes, saem elas já intimadas da decisão, passando a fluir o prazo para
interposição de recurso.
Proferida fora da audiência, a publicação será feita em Cartório, pelo
escrivão, mediante termo nos autos, seguindo-se a intimação dos advogados das partes na
forma usual; com a entrega da sentença em cartório e sua juntada aos autos ela se torna
pública; de igual modo, em se tratando de processo eletrônico, a sua juntada aos autos faz
com que ela se torne pública.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 143/159
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OBS.: não confundir então publicação com intimação.


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Da publicação decorre um efeito importante: a sentença torna-se em
princípio inalterável e o juiz que a proferiu não pode mais revogá-la ou modificá-la na sua
substância, ressalvadas as exceções legais.
O CPC, nos artigos 463 do CPC/73 e 494 do CPC/2015, prevê duas situações
em que a sentença poderá ser alterada:
Art. 463. Publicada a sentença, o juiz só poderá Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá
alterá-la: alterá-la:
I - para lhe corrigir, de ofício ou a requerimento I – para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da
da parte, inexatidões materiais, ou lhe retificar parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
erros de cálculo;
II - por meio de embargos de declaração. II – por meio de embargos de declaração.

- o inciso I trata da correção de erros de cálculo ou inexatidões materiais;


essa correção pode ser feita de ofício ou a requerimento das partes (exemplos: erros
aritméticos, erros de grafia, omissão ou troca de nomes, etc.).
- de acordo com o inciso II, o juiz pode ainda explicitar ou integrar a
sentença por meio de embargos de declaração, que têm natureza recursal; a finalidade dos
embargos é então sanar eventuais obscuridades, contradições ou omissões da sentença (ou
de acórdão); acolhidos os embargos declaratórios, o juiz complementa ou esclarece a
sentença proferida, afastando os vícios apontados pela parte (omissão, obscuridade ou
contradição).
Prazo para interposição dos embargos: 05 dias; os embargos de declaração
não estão sujeitos a preparo, interrompendo o prazo para interposição do recurso de
apelação.
Essas regras também têm aplicação nas sentenças terminativas.
OBS.: como já realçado, a interposição do recurso de apelação em face da
sentença normalmente não permite o juízo de retratação, ou seja, o juiz não pode reformar a
sentença ainda que se convença do desacerto da decisão proferida; todavia, o Código de
Processo Civil, em situações excepcionais, permite que o juiz reforme a sua sentença, diante
da apelação interposta:
1 – v. arts. 296 do CPC de 1973 e 331 do CPC de 2015:
Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor
poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco
(quarenta e oito) horas, reformar sua decisão. dias, retratar-se.
Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, § 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar
os autos serão imediatamente encaminhados ao o réu para responder ao recurso.
tribunal competente.
§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o
prazo para a contestação começará a correr da
intimação do retorno dos autos, observado o
disposto no art. 334.
§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado
do trânsito em julgado da sentença.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 144/159
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Nessa primeira hipótese, o juiz indefere liminarmente a petição inicial, ou


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seja, antes da citação do réu;
se o autor apelar, o juiz poderá reformar a sentença proferida e
determinar o prosseguimento da ação (no CPC de 1973 a retratação deveria se dar no
prazo de 48 horas, enquanto no CPC de 2015 esse prazo passou a ser de cinco dias);
no CPC de 1973, se o juiz não reformasse sua sentença, determinaria a
imediata remessa dos autos ao Tribunal para julgamento da apelação; não havia previsão de
citação do réu para responder ao recurso; já no CPC de 2015, se não houver retratação, o
réu deverá ser citado para responder ao recurso; por via de consequência, se a sentença for
reformada pelo Tribunal, com determinação de prosseguimento da ação, o prazo para o réu
contestar começará a correr automaticamente da intimação do retorno dos autos, observado
o disposto no art. 334;
2 – v. arts. 285-A do CPC de 1973 e 332 do CPC de 2015:
CAPÍTULO III
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO
PEDIDO
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for Art. 332. Nas causas que dispensem a fase
unicamente de direito e no juízo já houver sido instrutória, o juiz, independentemente da citação do
proferida sentença de total improcedência em réu, julgará liminarmente improcedente o pedido
outros casos idênticos, poderá ser dispensada a que contrariar:
citação e proferida sentença, reproduzindo-se o
teor da anteriormente prolatada.
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de
resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça
sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado
do trânsito em julgado da sentença, nos termos do
art. 241.
§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, § 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se
no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença em cinco dias.
e determinar o prosseguimento da ação.
§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada a § 4º Se houver retratação, o juiz determinará o
citação do réu para responder ao recurso. prosseguimento do processo, com a citação do réu;
se não houver retratação, determinará a citação do
réu para apresentar contrarrazões, no prazo de
quinze dias.

Temos julgamento liminar de mérito nessas hipóteses, ou seja, ocorrerá o


julgamento de plano da causa, prescindindo-se da citação do réu; isso é possível quando a

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 145/159
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matéria controvertida for exclusivamente de direito, ou seja, quando a causa dispensa


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a fase instrutória;
no CPC de 1973, para que ocorresse esse julgamento liminar de mérito,
bastaria que naquele juízo já tivesse sido proferida sentença de total improcedência em
outros casos idênticos, reproduzindo-se então o teor da anteriormente prolatada;
já no CPC de 2015, tem lugar a improcedência liminar do pedido do autor
se ele contrariar a jurisprudência consolidada no âmbito dos tribunais superiores ou
enunciado de súmula de Tribunal de Justiça sobre direito local; cabe também o julgamento
liminar de improcedência se o juiz verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou
prescrição;
o autor pode então apelar dessa sentença de improcedência, no prazo de
quinze dias; diante da apelação do autor, o juiz poderá reformar essa sentença em
cinco dias, determinando o prosseguimento da ação; mantida a sentença, o réu deverá
ser citado para responder o recurso, em quinze dias; na sequência, os autos são
remetidos ao tribunal competente para julgamento do apelo.
3 – v. art. 485, § 7º, do CPC/2015, sem correspondência com o CPC/73.
Nas hipóteses em que o juiz profere sentença sem resolução do mérito,
passou-se a admitir o chamado juízo de retratação, ou seja, interposta a apelação em
qualquer dos casos de que tratam os incisos do artigo 485, o juiz terá 5 dias para proferir
outra sentença, apreciando então o mérito da causa; se não houver retratação, o recurso será
então processado e encaminhado oportunamente ao tribunal competente.

CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS


Tendo em vista o seu conteúdo, as sentenças se classificam em terminativas
ou processuais e definitivas ou de mérito.
No que tange a espécie de tutela jurisdicional concedida à parte, as sentenças,
no processo de conhecimento, podem ser declaratórias, constitutivas e condenatórias. Essa
classificação leva em consideração a natureza do bem jurídico visado pelo julgamento.
Em se tratando de sentença que julga improcedente a ação, a doutrina
entende que os seus efeitos são sempre declaratórios negativos; dar pela improcedência
significa negar, na parte dispositiva, o direito afirmado pelo autor.

Sentença meramente declaratória


A função declarativa é inerente à jurisdição, ou seja, em todas as sentenças,
mesmo as com pedido constitutivo ou condenatório, o juiz declara quem tem razão.
Mas, em se tratando de sentença meramente declaratória, o seu único efeito é
declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica e a autenticidade ou falsidade
de um documento (v. arts. 4º do CPC/73 e 19 do CPC/2015).

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 146/159
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Busca o autor, nesses casos, apenas remover a incerteza reinante numa


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relação jurídica ou a incerteza quanto a higidez de um documento. A simples declaração
judicial já esgota a finalidade da ação.
Sentença meramente declaratória não comporta, em princípio, execução
forçada ulterior.
Exemplos: sentenças proferidas em ação de investigação de paternidade, de
usucapião, declaratória de nulidade de ato ou negócio jurídico, etc.

Sentença condenatória
Nela é reconhecido o direito da parte vencedora acrescentando-se uma
sanção. Tem função sancionadora.
Evidentemente tem função declaratória da existência de uma relação jurídica,
acrescentando-se então uma carga condenatória.
O juiz aprecia e declara o direito existente e adiciona um comando,
determinando que o vencido cumpra obrigação de pagar quantia, entregar coisa, fazer ou
não fazer.
Atribui ao vencedor um título executivo, possibilitando que ele possa se valer
da execução forçada caso o vencido não cumpra voluntariamente a obrigação.

Sentença constitutiva
Também não se limita à mera declaração do direito da parte. Apresenta,
cumulativamente, carga constitutiva.
Atesta o direito da parte vencedora e traz para o universo jurídico uma
inovação específica.
Destarte, a sentença constitutiva cria, modifica ou extingue um estado ou
uma relação jurídica.
O seu efeito opera-se instantaneamente dentro do processo, não comportando
posterior execução.
Exs.: Sentença que decreta a separação judicial ou divórcio, rescisão de
contrato, anula negócio jurídico por vício de consentimento, etc.
Anote-se que a providência do registro civil da separação ou divórcio não se
confunde tecnicamente com execução propriamente dita. É mera providência posterior, de
formalização do comando judicial.
Diante dessa classificação os efeitos principais ou primários das sentenças
são declaratórios, constitutivos ou condenatórios.
Qual o momento de eficácia desses efeitos?
As sentenças declaratórias e condenatórias produzem efeito “ex tunc”.
O efeito declaratório retroage à época em que se formou a relação jurídica ou
em que se verificou o ato jurídico declarado. Ex.: ação declaratória de nulidade de ato
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 147/159
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jurídico- declarado nulo o ato, o efeito da sentença retroage à data em que foi praticado.
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Nas sentenças condenatórias a retroação dos seus efeitos se dá até a data em
que o devedor foi constituído em mora; normalmente a data da citação (v. arts. 219 do
CPC/73 e 240 do CPC/2015).
Já o efeito das sentenças constitutivas é via de regra ex nunc – opera para o
futuro, após o trânsito em julgado.
Existem no entanto casos especiais, que representam exceções à regra:
sentença que anula negócio jurídico por incapacidade relativa do agente ou
em razão de vícios do consentimento; nesses casos, o Código Civil, em seu artigo 182,
determina que as partes sejam restituídas ao estado em que se achavam antes do ato
invalidado;
sentença de interdição: produz efeitos ex nunc a partir da sentença, mas antes
do trânsito em julgado (v. art. 1184 do CPC).
Observação: na prática as sentenças não se limitam a um provimento
meramente declaratório ou constitutivo, visto que sempre haverá condenação do vencido nas
verbas da sucumbência (arts. 20 do CPC/73 e 82, § 2º e 85, estes do CPC/2015).
Logo, numa sentença pode haver: parte meramente declaratória e parte
condenatória; parte constitutiva e parte condenatória.

Efeitos secundários da sentença


A sentença de mérito também pode produzir efeitos secundários, sendo
impossível categorizá-los. Por exemplo: a sentença que decreta a separação judicial pode
acarretar a volta do uso do nome de solteira pela mulher, acarreta a partilha dos bens
comunicáveis, etc.
O CPC trata de modo específico de um desses efeitos secundários, que é a
constituição de hipoteca judiciária.
O CPC/2015 disciplinou de modo mais detalhado esse instituto; essa
constituição tem lugar diante de sentença condenatória a pagamento de prestação em
dinheiro e de decisão que converte prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em
prestação pecuniária (v. arts. 466 do CPC/73 e 495 do CPC/2015).
Inscrita essa hipoteca, os bens do devedor passam a garantir, de forma
privilegiada, a futura execução; esse efeito independe do trânsito em julgado da decisão
condenatória; é admissível ainda que a sentença seja ilíquida, exista arresto de bens do
devedor ou seja possível a execução provisória.
CPC/73 CPC/2015
Art. 466. A sentença que condenar o réu no Art. 495. A decisão que condenar o réu ao
pagamento de uma prestação, consistente em pagamento de prestação consistente em dinheiro e
dinheiro ou em coisa, valerá como título a que determinar a conversão de prestação de fazer,
constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição de não-fazer ou de dar coisa em prestação
será ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei pecuniária valerão como título constitutivo de
de Registros Públicos. hipoteca judiciária.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 148/159
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Parágrafo único. A sentença condenatória produz § 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:


a hipoteca judiciária:
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I - embora a condenação seja genérica; I – embora a condenação seja genérica;
II - pendente arresto de bens do devedor; II – ainda que o credor possa promover o
cumprimento provisório da sentença ou esteja
III - ainda quando o credor possa promover a pendente arresto sobre bem do devedor;
execução provisória da sentença.
III – mesmo que seja impugnada por recurso
dotado de efeito suspensivo.
§ 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada
mediante apresentação de cópia da sentença
perante o cartório de registro imobiliário,
independentemente de ordem judicial, de
declaração expressa do juiz ou de demonstração
de urgência.
§ 3º No prazo de até quinze dias da data de
realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao
juízo da causa, que determinará a intimação da
outra parte para que tome ciência do ato.
§ 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída,
implicará, para o credor hipotecário, o direito
de preferência quanto ao pagamento, em relação
a outros credores, observada a prioridade no
registro.
§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da
decisão que impôs o pagamento de quantia, a
parte responderá, independentemente de culpa,
pelos danos que a outra parte tiver sofrido em
razão da constituição da garantia, devendo o
valor da indenização ser liquidado e executado
nos próprios autos.

Observação importante: Pontes de Miranda e outros juristas pátrios


acrescentam à classificação das sentenças, tendo em vista seus efeitos distintos, as
mandamentais e as executivas lato sensu. Essas sentenças não passam, porém, de
subespécies de tutela condenatória.
Na sentença mandamental, o juiz emite uma ordem, um comando (ato de
império do órgão jurisdicional), impondo ao réu a observância do direito material
reconhecido ao autor.
O exemplo clássico de sentença mandamental é aquela proferida em
mandado de segurança. Tal sentença envolve uma ordem do órgão jurisdicional a outro
órgão, normalmente ligado ao Poder Executivo.
Outros exemplos seriam as sentenças proferidas nas ações que têm por objeto
obrigação de fazer ou não fazer, de entrega de coisa, de interdito proibitório, etc.
A sentença executiva lato sensu também ostenta natureza condenatória,
prescindindo-se, no entanto, de uma fase de execução para que seu comando seja observado.
Há satisfação do direito material reconhecido de modo imediato, com a expedição de
mandado judicial, a ser cumprido independentemente de citação do obrigado. Essas
sentenças são cumpridas, portanto, sem a instauração de um processo subsequente de
execução.

https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 149/159
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Na atualidade as sentenças normalmente devem ser cumpridas


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independentemente da instauração de processo autônomo de execução, ou seja, as atividades
jurisdicionais de cognição e de execução são realizadas na mesma relação processual.

Da Remessa Necessária
CPC/73 CPC/2015
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição,
não produzindo efeito senão depois de confirmada não produzindo efeito senão depois de confirmada
pelo tribunal, a sentença: pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito
Federal, o Município, e as respectivas autarquias e Federal, os Municípios e suas respectivas
fundações de direito público; autarquias e fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os
os embargos à execução de dívida ativa da embargos à execução fiscal.
Fazenda Pública (art. 585, VI).

§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz § 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta
ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa
não apelação; não o fazendo, deverá o presidente dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente
do tribunal avocá-los. do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o
tribunal julgará a remessa necessária.
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre § 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a
que a condenação, ou o direito controvertido, for condenação ou o proveito econômico obtido na
de valor certo não excedente a 60 (sessenta) causa for de valor certo e líquido inferior a:
salários mínimos, bem como no caso de
procedência dos embargos do devedor na
execução de dívida ativa do mesmo valor.
I – mil salários mínimos para União e as
respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – quinhentos salários mínimos para os Estados, o
Distrito Federal, as respectivas autarquias e
fundações de direito público, e os Municípios que
constituam capitais dos Estados;
III – cem salários mínimos para todos os demais
municípios e respectivas autarquias e fundações de
direito público.
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo § 4º Também não se aplica o disposto neste artigo
quando a sentença estiver fundada em quando a sentença estiver fundada em:
jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal I – súmula de tribunal superior;
Federal ou em súmula deste Tribunal ou do II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
tribunal superior competente. Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de
resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
IV – entendimento coincidente com orientação
vinculante firmada no âmbito administrativo do
próprio ente público, consolidada em manifestação,
parecer ou súmula administrativa.

Os dispositivos supra transcritos cuidam do chamado duplo grau de


jurisdição obrigatório; não se trata de recurso, mas de condição de eficácia da sentença
proferida contra a Fazenda Pública (que é a dimensão financeira dos entes políticos, de suas
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autarquias e fundações), ou que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à


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execução fiscal; assim, enquanto não ocorrer o reexame necessário, quando ele é cabível, a
sentença não transitará em julgado.
O novo CPC aumentou o valor da condenação apto a dispensar a remessa
necessária, diferenciando os diversos entes federados; e melhor sistematizou outros casos
em que esse reexame necessário é dispensado, dando eficácia aos “precedentes” (v. § 4º do
art. 496).

Observações adicionais sobre Sentença


1) Como já realçado, o CPC/73 para identificar a sentença, dentre os diversos
pronunciamentos do juiz, adotava o critério do conteúdo (configuração de alguma das
situações previstas nos arts. 267 e 269, que correspondem aos arts. 485 e 487 do CPC/2015);
o CPC/2015 mantém essa diretriz e acrescenta outro critério, que é a função da sentença:
por fim a fase cognitiva do procedimento comum ou extinguir a execução.
Registre-se que esse novo conceito de sentença, que leva em conta o critério
do seu conteúdo, tem por escopo melhor diferenciá-la (a sentença) de uma decisão
interlocutória; de acordo com o § 2º do art. 203 do novo CPC, decisão interlocutória é todo
pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º; no sistema do
CPC/2015 temos decisões interlocutórias de mérito, ou seja, decisões que versam sobre o
mérito, mas que não se prestam a encerrar a fase cognitiva do procedimento comum; é o
caso da decisão que decide parcialmente o mérito, na forma do art. 356[6]; logo, decisão
interlocutória não é mais simplesmente o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve
questão incidente, pois também pode referir-se ao mérito da causa, ainda que parcialmente.
Assim, os conceitos de decisão interlocutória e sentença estão ajustados à
nova realidade jurídico-processual.
2) Cumpre também destacar que o julgador, no primeiro e no segundo grau
de jurisdição, deve tomar em consideração fato superveniente à propositura da ação
(constitutivo, extintivo ou modificativo do direito em causa); afinal, a sentença ou o acórdão
devem refletir o estado de fato da lide no momento da decisão; é preciso que o fato novo
tenha influência no deslinde da causa e não importe mudança da causa petendi (v. arts. 462
do CPC/73 e 493 do CPC/2015).
Ex.: a Prefeitura ingressa em juízo para postular a demolição de prédio
construído ao arrepio da legislação vigente; surge, no entanto, lei anistiando construções
irregulares; esse fato deve ser considerado pelo julgador.
Outro exemplo: “A” impetra mandado de segurança objetivando unificação
de imóveis independentemente da prévia liquidação de tributos em atraso; há declaração
posterior de utilidade pública incidente sobre os imóveis, para fins de desapropriação,
perecendo o objeto da impetração.
CPC/73 CPC/2015
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Art. 462. Se, depois da propositura da ação, Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum
algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
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do direito influir no julgamento da lide, caberá ao direito influir no julgamento do mérito, caberá ao
juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a
requerimento da parte, no momento de proferir a requerimento da parte, no momento de proferir a
sentença. decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato
novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de
decidir.

COISA JULGADA
Consiste em qualidade da sentença ou do acórdão e não em efeito destes;
qualidade representada pela imutabilidade do julgado e seus efeitos.
É fenômeno típico do processo de conhecimento, que se destina a dar cunho
de definitividade a declaração do direito constante da decisão de mérito.
Enquanto sujeita a recurso, a decisão judicial exprime apenas uma situação
jurídica – não produz seus efeitos regulares, principais ou secundários, em caráter definitivo;
esgotada a via recursal, ordinária e extraordinária, a sentença, como ato processual, não
pode mais ser modificada.
Temos, então, a coisa julgada formal – fenômeno da imutabilidade da
sentença pela preclusão dos prazos para interposição de recursos; operando-se a coisa
julgada formal, a sentença não poderá ser reexaminada, modificada ou revogada no mesmo
processo em que foi proferida.
Todas as sentenças, terminativas ou definitivas, em dado momento, fazem
coisa julgada formal.
Em se tratando de sentença de mérito, quando ocorre a coisa julgada formal,
opera-se também a coisa julgada material, que é a imutabilidade dos seus efeitos que se
projetam para fora do processo em que foi proferida; o comando emergente da decisão de
mérito adquire força de lei entre as partes e não pode ser desconhecido fora do processo;
logo, não é possível propor nova demanda sobre a mesma lide.
Coisa julgada formal e material são dois degraus do mesmo fenômeno.
A sentença não pode mais ser modificada no processo em que foi prolatada:
temos a coisa julgada formal; seus efeitos declaratórios, condenatórios ou constitutivos se
projetam para fora do processo: temos o segundo degrau – coisa julgada material.
Os arts. 467 do CPC/73 e 502 do CPC/2015 definem apenas a coisa julgada
material: a eficácia que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito, não mais sujeita a
recurso.
OBS.: o novo CPC, nos arts. 502 e 503, diante da possibilidade da prolação
de “decisão interlocutória de mérito”, define a coisa julgada fazendo remissão a “decisão de
mérito”; isso porque a coisa julgada alcança não só a sentença de mérito, mas também
outras decisões que, no curso do processo, julgam parcialmente o mérito (v. art. 356 do
CPC/2015).
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CPC/73 CPC/2015
Art. 467.Resumo alunos
Denomina-se completo
coisa julgada material -aagosto-2017 - processo
Art. 502. Denomina-se e procedime…
coisa julgada material a
eficácia, que torna imutável e indiscutível a autoridade que torna imutável e indiscutível a
sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
extraordinário.

Fundamento do instituto: promover a paz social, de modo a evitar a


eternização dos litígios, alcançando-se então a estabilidade nas relações jurídicas.
Somente as decisões de mérito, proferidas com fundamento nos arts. 269 do
CPC/73 e 487 do CPC/2015, são acobertadas pela autoridade da coisa julgada material.
As sentenças terminativas, proferidas com apoio nos arts. 267 do CPC/73 e
485 do CPC/2015, que não resolvem o mérito da causa, não fazem coisa julgada material;
tais sentenças são atingidas apenas pela preclusão (coisa julgada formal).
Por não importarem solução de uma lide, também não fazem coisa julgada
material: despachos e decisões interlocutórias, sentenças proferidas em procedimentos de
jurisdição voluntária e as sentenças proferidas em processos cautelares (as medidas
concedidas podem ser revogadas ou modificadas a qualquer tempo).
Relações jurídicas continuativas e outros casos de rejulgamento (arts.
471 do CPC/73 e 505 do CPC/2015).
Art. 471. Nenhum juiz decidirá novamente as Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as
questões já decididas, relativas à mesma lide, questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:
salvo:
I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, I – se, tratando-se de relação jurídica de trato
sobreveio modificação no estado de fato ou de continuado, sobreveio modificação no estado de
direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir
do que foi estatuído na sentença; a revisão do que foi estatuído na sentença;
II - nos demais casos prescritos em lei. II – nos demais casos prescritos em lei.

Para alguns doutrinadores, as sentenças proferidas em casos de relações


jurídicas continuativas (de trato continuado) e em outras situações em que é possível a
revisão do que foi nelas estatuído, não fazem coisa julgada material.
São os casos de alimentos, guarda de filhos, acidentes do trabalho, etc., em
que a sentença proferida comporta revisão diante de modificação no estado de fato ou de
direito.
Ora, nesses casos, a sentença proferida baseia-se numa situação atual; e
enquanto essa situação não se modificar a sentença é intangível; alterados os fatos que
motivaram a decisão de mérito, é possível a revisão do que foi decidido; não se trata de
alterar, ou seja, desconstituir a sentença anterior, mas de obter uma nova sentença, diante de
uma nova realidade; não se repete a rigor a mesma lide, já que outra é a causa de pedir; é
possível então mover ação revisional de alimentos, ação de mudança de guarda de filho
menor, ação contra o INSS para alterar benefício de auxílio acidente para aposentadoria por
invalidez acidentária, etc.; nessas hipóteses o demandado não poderá alegar a existência de

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coisa julgada no novo processo e, desse modo, reclamar a prolação de sentença sem
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
resolução do mérito.
Observação importante: a coisa julgada ocorre no processo tenham ou não
sido produzidas provas dos fatos alegados; não é possível a repropositura da ação onde se
deu a coisa julgada material, invocando-se novas provas; diante da coisa julgada material é
mesmo inviável a rediscussão da lide, reputando-se repelidas todas as alegações e defesas
que as partes poderiam apresentar; como assinala a doutrina, cabe distinguir causas de pedir
de meros argumentos que envolvem o pedido; exemplo: “A” moveu ação de indenização
contra “B”, decorrente de danos ocasionados em acidente de veículos, aduzindo que este
invadiu a contramão de sua direção, dando causa ao sinistro; julgado improcedente o pedido,
não poderá ajuizar posteriormente nova ação contra “B”, alegando agora que ele deu causa
ao acidente por estar alcoolizado e com os pneus em péssimo estado; não há que se falar
nesse caso que foi deduzida outra causa de pedir, cuidando-se, na verdade, de outros
argumentos que giram em torno da mesma causa de pedir: conduta culposa de “B”.
CPC/73 CPC/2015
Art. 474. Passada em julgado a sentença de Art. 508. Transitada em julgado a decisão de
mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas
as alegações e defesas, que a parte poderia opor todas as alegações e as defesas que a parte poderia
assim ao acolhimento como à rejeição do pedido. opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do
pedido.

Porém, o ordenamento jurídico abre exceções a esta regra:


- é possível a repropositura de ação popular, ação civil pública e ação
coletiva para a defesa de direitos difusos e coletivos quando forem julgadas improcedentes
por falta ou insuficiência de provas (LAP, 4717/65, art. 18; LACP, 7.347/85, art. 16, CDC
103, I e II );
- outra hipótese: ação coletiva para a defesa de direitos individuais
homogêneos: a coisa julgada só se verifica se procedente o pedido; se improcedente, não há
sobre a sentença a autoridade de coisa julgada, facultando-se às partes ou a outro co-
legitimado a repropositura da mesma ação (CDC, 103, III).

Limites objetivos da coisa julgada (v. arts. 469 do CPC/73 e 504 do


CPC/2015)
A sentença, ao decidir a lide, terá normalmente que abordar as questões
suscitadas pelas partes, visando o acolhimento ou a rejeição do pedido.
A sentença é a resposta do juiz ao pedido do autor.
Está na conclusão da sentença, no seu dispositivo, o pronunciamento do juiz
sobre o pedido. A sentença se prende ao pedido e ao pedido se liga a coisa julgada; a coisa
julgada se restringe então ao dispositivo da sentença.
Art. 469. Não fazem coisa julgada: Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para I – os motivos, ainda que importantes para
determinar o alcance da parte dispositiva da determinar o alcance da parte dispositiva da
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sentença; sentença;
Il - a Resumo
verdade dos alunos completo
fatos, estabelecida como- agosto-2017
II – a verdade- processo e procedime…
dos fatos, estabelecida como
fundamento da sentença; fundamento da sentença.
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida
incidentemente no processo.

Solução de questões prejudiciais


- questões prejudiciais são premissas lógicas da sentença, ou seja,
antecedentes lógicos que condicionam a resolução da lide;
- podem ser objeto de ação autônoma.
Exemplos: a questão do domínio na ação de reivindicação; a questão do
parentesco na ação de alimentos; a existência da relação locatícia na ação de despejo, etc.
No sistema do CPC/73, tais questões prejudiciais não faziam coisa julgada
se decididas incidentalmente, ou seja, a decisão a respeito só fazia coisa julgada material se
provocado o seu exame mediante ação declaratória incidental (v. arts. 5º e 325); o escopo da
ação declaratória incidental, como visto anteriormente, era propiciar que essa questão
prejudicial fosse analisada como questão principal e sua resolução constasse do dispositivo
da sentença, de modo a incidir a coisa julgada material, impedindo então nova apreciação
em outro feito.
A ação declaratória incidental ampliava o objeto da lide. Em virtude dela o
dispositivo da sentença deveria ser composto de duas partes:
- decisão da questão prejudicial;
- decisão da questão originária.
O CPC/2015 inovou, consoante se vê do disposto no art. 503:
“Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos
limites da questão principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida
expressa e incidentemente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no
caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la
como questão principal.
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições
probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão
prejudicial.”
Tanto no regime do CPC/73, quanto no regime do novo CPC, deve haver
controvérsia acerca da existência ou da validade da relação jurídica tida como antecedente
lógico para a resolução da lide; por exemplo, numa ação de despejo por falta de pagamento,
o réu pode alegar na contestação que não há locação, mas simples comodato, estabelecendo
então controvérsia sobre a relação jurídica existente; o juiz, para resolver o mérito da causa,
deve necessariamente se pronunciar sobre essa questão antecedente; no regime do
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CPC/2015, a coisa julgada se estende à resolução dessa questão prejudicial,


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independentemente do ajuizamento de ação declaratória incidental, que foi
abolida; assim, ainda que a questão seja tratada incidenter tantum, ou seja, apenas na parte
de fundamentação da sentença, ficará acobertada pela autoridade de coisa julgada; as
condições para tanto vêm definidas nos incisos I a III do § 1º desse art. 503 do CPC/2015;
exige-se notadamente que a seu respeito tenha havido contraditório prévio e efetivo, não se
aplicando essa extensão no caso de revelia.

Limites subjetivos da coisa julgada (v. arts. 472 do CPC/73 e 506 do


CPC/2015)
Quais são as pessoas alcançadas pela coisa julgada material?
Regra geral: a sentença apenas obriga as partes entre as quais foi dada, não
prejudicando nem beneficiando aqueles que não participaram da relação processual; a
imutabilidade dos seus efeitos, que é a coisa julgada, só atinge as partes (autores, réus,
denunciados, chamados ao processo e opoentes).
Terceiros interessados, que não integraram a lide, podem, no entanto, ser
atingidos reflexamente pela coisa julgada material, como o fiador, o sublocatário, o credor
hipotecário, etc.
Nesses e em outros casos, o terceiro se vê alcançado de modo inevitável
pelos efeitos da sentença; mas isso não quer dizer que ele sofreu os efeitos diretos da coisa
julgada; sofreu apenas os efeitos civis da sentença, tendo em vista a alteração produzida no
plano do direito material.
Resta ao terceiro, muitas vezes, apenas ação de perdas e danos diante dos
efeitos produzidos na demanda em que não foi parte; mas nessa e em outras ações pode
discutir tudo o que desejar.
De qualquer modo, o terceiro, após sofrer os efeitos da decisão anterior,
pode, se possível, vir a juízo defender seu interesse específico, gerando sentença
objetivamente contraditória em relação a anterior.
Exemplo: terceiro que toma conhecimento que seu bem foi objeto de ação
reivindicatória entre outros interessados pode vir a juízo reclamar seu direito em relação ao
vencedor da ação, obtendo uma nova sentença (não se desconstitui a decisão anterior); os
terceiros, portanto, podem voltar a discutir todas as questões anteriormente debatidas,
porque não foram partes na ação anterior.
Há casos especiais de verdadeira extensão da coisa julgada a quem não foi
parte, em virtude da posição especial ocupada no plano das relações de direito material.
Exemplos:
1) sucessores da parte: estão sujeitos à coisa julgada porque recebem os
direitos e ações no estado em que se encontram; a sucessão pode ser inter vivos ou mortis
causa; se a parte vem a falecer, no curso do processo, será substituída pelo espólio ou
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sucessores (v. arts. 43 do CPC/73 e 110 do CPC/2015) e, nesse caso, a coisa julgada
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estenderá seus efeitos a esses substitutos; a sucessão inter vivos ocorre quando há alienação
da coisa ou do direito litigioso no curso do processo, tendo aplicação então o disposto nos
artigos 42 do CPC/73 e 109 do CPC/2015;
Art. 42. A alienação da coisa ou do direito Art. 109. A alienação da coisa ou direito litigioso
litigioso, a título particular, por ato entre vivos, por ato entre vivos, a título particular, não altera a
não altera a legitimidade das partes. legitimidade das partes.
§ 1º O adquirente ou o cessionário não poderá § 1º O adquirente ou cessionário não poderá
ingressar em juízo, substituindo o alienante, ou o ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou
cedente, sem que o consinta a parte contrária. cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2º O adquirente ou o cessionário poderá, no § 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no
entanto, intervir no processo, assistindo o processo como assistente litisconsorcial do
alienante ou o cedente. alienante ou cedente.
§ 3º A sentença, proferida entre as partes § 3º Estendem-se os efeitos da sentença
originárias, estende os seus efeitos ao proferida entre as partes originárias ao
adquirente ou ao cessionário. adquirente ou cessionário.

2) legitimados concorrentes para demandar, como os credores solidários.


Logo, embora não tenham eles integrado a relação processual em que foi
proferida a sentença, a decisão de mérito os alcança necessariamente.
A regra é a coisa julgada inter omnes – obriga apenas as partes.
Mas há exceções:
1) coisa julgada erga omnes – ocorre nas ações coletivas e nas ações civis
públicas propostas com apoio no Código de Defesa do Consumidor e na Lei da Ação Civil
Pública.
Exemplo: ação voltada a indenizar lesados por publicidade enganosa ou
contaminação do meio ambiente.
Versando sobre direito difuso, a eficácia será sempre erga omnes procedente
ou improcedente o pedido, salvo se a improcedência se der por insuficiência de provas.
Versando sobre direito individual homogêneo (Código de Defesa do
Consumidor – art. 81, parágrafo único, III), a eficácia erga omnes ocorre apenas se
procedente o pedido.
2) coisa julgada ultra partes.
Nas ações que versam sobre direitos coletivos, a eficácia será sempre para
além das partes, procedente ou improcedente o pedido. É limitada, porém, ao grupo,
categoria ou classe de pessoas a que se refere o direito coletivo discutido; exemplo: ação
movida por Sindicato para obter o reconhecimento de um direito da categoria profissional
que representa.
Em caso de improcedência da ação por falta de provas, não haverá coisa
julgada ultra partes (v. art. 81, parágrafo único, incisos I e II, do Código de Defesa do
Consumidor).

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Bibliografia utilizada para a elaboração do texto:

GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, São Paulo:
Editora Saraiva, Vols. 1 e 2.
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, São Paulo:
Editora Saraiva, Vols. 2 e 3.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil.  Rio de Janeiro:
Editora Forense, Vol. 1.

[1] Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
II – a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
III – a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
IV – o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
V – o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a
citação ou a intimação for eletrônica;
VI – a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem
devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
VII – a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
VIII – o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas a que se referem
os incisos I a VI do caput.
§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a
intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à
data em que se der a comunicação.
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa.
[2] Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:
I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o
nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações;
II – comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de
determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição.
§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações enviadas por carta registrada ou
meio eletrônico ao endereço constante dos autos.
[3] Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou
a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
[4] Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de
decadência ou de prescrição.
[5] “Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I – mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito,
independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares,
a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.”
[6] “Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
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I – mostrar-se incontroverso;
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II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito,
independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares,
a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.”

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