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PROCESSO E PROCEDIMENTO
Processo:
Tecnicamente, há distinção entre processo e procedimento.
O processo corresponde a um sistema voltado a compor a lide em juízo
através de uma relação jurídica vinculativa de direito público.
O processo representa um complexo de atividades que se desenvolvem para
que se alcance em juízo um determinado provimento jurisdicional.
Temos uma sucessão ordenada de atos que segue modelos previstos em lei
que são os procedimentos. O processo é, então, um instrumento pelo qual se opera a
jurisdição. É uma unidade, um todo e algo abstrato.
Procedimento:
O processo não se desenvolve do mesmo modo em todos os casos. Os atos
exteriorizam-se de maneiras diferentes conforme as peculiaridades da pretensão deduzida.
O modo próprio de desenvolvimento do processo, conforme cada caso, é
exatamente o procedimento, ou seja, o rito a ser adotado. Rito e procedimento são
expressões sinônimas.
O procedimento, portanto, é a maneira pela qual os atos se desenvolvem no
processo; representa o aspecto formal do processo.
Uma ação de cobrança não se desenvolve da mesma maneira que uma ação
de prestação de contas ou de consignação em pagamento; uma ação de despejo por falta de
pagamento não se desenvolve do mesmo modo que uma ação de mandado de segurança.
Tipos de processo:
O CPC de 1973 indicava a existência de três tipos de processo, levando em
conta o conteúdo da prestação jurisdicional almejada (processo de conhecimento, processo
de execução e processo cautelar); o novo CPC reconhece autonomia apenas aos processos
de conhecimento e de execução, estabelecendo uma nova disciplina para a outorga das
tutelas provisórias de urgência.
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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
1) Processo de Conhecimento:
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
A parte busca uma sentença de mérito voltada ao reconhecimento de um
direito, haja vista a existência de um conflito de interesses.
Temos então a cognição da causa pelo juiz e a declaração do direito material
aplicável ao caso concreto. O juiz irá conhecer das alegações das partes e das provas
produzidas, proferindo uma sentença voltada a compor a lide. A sentença nesse tipo de
processo sempre terá uma carga declaratória.
O processo de conhecimento apresenta uma subclassificação, tendo em vista
a natureza do provimento pretendido pelo autor. Pode ser meramente declaratório,
condenatório e constitutivo.
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2) Processo de Execução:
Visa a satisfação de uma obrigação expressa em título produzido em
processo de conhecimento (títulos executivos judiciais) ou em negócio jurídico
documentado (títulos executivos extrajudiciais).
No CPC de 1973 o rol dos títulos executivos judiciais se encontrava no
artigo 475-N e dos extrajudiciais no artigo 585.
No CPC de 2015 o rol dos títulos executivos judiciais se encontra no artigo
515 e dos extrajudiciais no artigo 784.
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo
cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos
previstos neste Título:
I – a sentença proferida no processo civil que I – as decisões proferidas no processo civil que
reconheça a existência de obrigação de fazer, não reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar
fazer, entregar coisa ou pagar quantia; quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
III – a sentença homologatória de conciliação ou II – a decisão homologatória de autocomposição
de transação, ainda que inclua matéria não posta judicial;
em juízo;
V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, III – a decisão homologatória de autocomposição
homologado judicialmente; extrajudicial de qualquer natureza;
VII – o formal e a certidão de partilha, IV – o formal e a certidão de partilha,
exclusivamente em relação ao inventariante, aos exclusivamente em relação ao inventariante, aos
herdeiros e aos sucessores a título singular ou herdeiros e aos sucessores a título singular ou
universal. universal;
V – o crédito de auxiliar da justiça, quando as
custas, emolumentos ou honorários tiverem sido
aprovados por decisão judicial;
II – a sentença penal condenatória transitada em VI – a sentença penal condenatória transitada em
julgado; julgado;
IV – a sentença arbitral; VII – a sentença arbitral;
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo VIII – a sentença estrangeira homologada pelo
Superior Tribunal de Justiça; Superior Tribunal de Justiça;
IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a
concessão do exequatur à carta rogatória pelo
Superior Tribunal de Justiça;
X – (VETADO)
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e § 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será
VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a ordem citado no juízo cível para o cumprimento da
de citação do devedor, no juízo cível, para sentença ou para a liquidação no prazo de 15
liquidação ou execução, conforme o caso. (quinze) dias.
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver
sujeito estranho ao processo e versar sobre relação
jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.
Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a I – a letra de câmbio, a nota promissória, a
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Resumo
Noalunos completo
processo - agosto-2017
de execução, - processo
não temos sentença e procedime…
de mérito, mas apenas uma
sentença extintiva do processo, em razão do cumprimento integral da obrigação, remissão
total da dívida, renúncia ao crédito, etc. [v. arts. 794 e 795 do CPC de 1973; 924 (traz novas
hipóteses de extinção) e 925 do CPC de 2015].
DA EXTINÇÃO DA EXTINÇÃO
Art. 794. Extingue-se a execução quando: Art. 924. Extingue-se a execução quando:
I – a petição inicial for indeferida;
I - o devedor satisfaz a obrigação; II – a obrigação for satisfeita;
II - o devedor obtém, por transação ou por III – o executado obtiver, por qualquer outro meio,
qualquer outro meio, a remissão total da dívida; a extinção total da dívida;
III - o credor renunciar ao crédito. IV – o exequente renunciar ao crédito;
V – ocorrer a prescrição intercorrente.
Art. 795. A extinção só produz efeito quando Art. 925. A extinção só produz efeito quando
declarada por sentença. declarada por sentença.
3) Processo Cautelar:
Guardava autonomia no CPC de 1973.
Ao postular uma tutela cautelar, o requerente objetiva uma proteção
emergencial e provisória de bens jurídicos envolvidos em um litígio, de modo a preservar a
situação de fato, enquanto se aguarda a obtenção da tutela definitiva; no CPC de 1973, essa
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tutela de urgência normalmente deveria ser requerida em processo cautelar autônomo, sendo
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que a tutela definitiva, de caráter satisfativo, era obtida em outro processo, denominado de
processo principal (de conhecimento ou de execução).
Pretendia-se, portanto, nessa sistemática, assegurar a eficácia e utilidade do
processo principal. Tratava-se então de um processo acessório voltado à concessão de uma
tutela de garantia, ou seja, de caráter preventivo.
De todo modo, no processo instaurado para obter uma tutela cautelar, o juiz
normalmente concede ou nega a medida requerida; só haverá resolução do mérito da causa
se o juiz pronunciar a prescrição ou a decadência (v. art. 810 do CPC de 1973 e art. 310 do
CPC de 2015).
Art. 810. O indeferimento da medida não obsta a Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não
que a parte intente a ação, nem influi no obsta a que a parte formule o pedido principal, nem
julgamento desta, salvo se o juiz, no procedimento influi no julgamento desse, salvo se o motivo do
cautelar, acolher a alegação de decadência ou de indeferimento for o reconhecimento de decadência
prescrição do direito do autor. ou de prescrição.
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hipóteses do artigo 275 do CPC (rito sumário); não sendo hipótese de rito sumário, teria
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lugar então a adoção do rito ordinário, que era o rito padrão; suas disposições gerais
aplicavam-se subsidiariamente aos demais procedimentos (v. art. 272, parágrafo único, do
CPC de 1973); no CPC de 2015 o procedimento comum não apresenta o
desdobramento do CPC de 1973; as disposições gerais desse novo procedimento
comum são aplicadas subsidiariamente aos procedimentos especiais e ao processo de
execução (v. art. 318 do CPC de 2015).
Art. 271. Aplica-se a todas as causas o Art. 318. Aplica-se a todas as causas o
procedimento comum, salvo disposição em procedimento comum, salvo disposição em
contrário deste Código ou de lei especial. contrário deste Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se
subsidiariamente aos demais procedimentos
especiais e ao processo de execução.
Art. 272. O procedimento comum é ordinário ou
sumário.
Parágrafo único. O procedimento especial e o
procedimento sumário regem-se pelas disposições
que lhes são próprias, aplicando-se-lhes,
subsidiariamente, as disposições gerais do
procedimento ordinário.
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réu será citado para apresentar contestação em 15 (quinze) dias, contados normalmente da
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juntada aos autos do comprovante de citação.
Essa audiência, porém, não será realizada (embora já designada) diante da
manifestação expressa de ambas as partes de que não têm interesse na solução consensual
do litígio.
O autor deve indicar na petição inicial seu desinteresse na autocomposição;
já o réu deverá se manifestar nesse sentido por petição, a ser apresentada até 10 (dez) dias
antes da data designada para a audiência; se houver litisconsórcio, esse desinteresse deve ser
manifestado por todos os litisconsortes.
Nessa audiência de conciliação ou de mediação, as partes devem estar
acompanhadas por seus patronos; podem elas constituir representante apenas para tal
audiência, por meio de procuração específica, outorgando poderes para negociar e transigir.
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência
liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência
mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou
de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização
judiciária.
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2
(dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes.
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.
§ 4º A audiência não será realizada:
I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
II – quando não se admitir a autocomposição.
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá
fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos
os litisconsortes.
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da
lei.
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado
ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem
econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos.
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para
negociar e transigir.
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o
intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte.
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§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito
das custas e dos honorários de advogado.
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§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não
poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a
possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III – homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não
serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
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partes; nesta oportunidade, o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer
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suas alegações.
Com a decisão de saneamento, encerra-se a fase intermediária, abrindo-se,
então, a fase instrutória do feito.
Em princípio, só caberá agravo de instrumento contra essa decisão, no prazo
de 15 (quinze) dias, se nela for inserida solução de alguma das matérias mencionadas no
artigo 1.015 do CPC de 2015.
Art. 1015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I – tutelas provisórias;
II – mérito do processo;
III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI – exibição ou posse de documento ou coisa;
VII – exclusão de litisconsorte;
VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;
XII – (VETADO);
XIII – outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na
fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no
processo de inventário.
II – interesse de incapaz;
Resumo
III – litígios alunos
coletivos pela completo
posse de terra rural ou- urbana;
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Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção
do Ministério Público.
Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público:
I – terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo;
II – poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início
a partir da sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz
requisitará os autos e dará andamento ao processo.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o Ministério Público.
“Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e
julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras
pessoas que dela devam participar.
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego
anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:
I – manter a ordem e o decoro na audiência;
II – ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente;
III – requisitar, quando necessário, força policial;
IV – tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da
Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo;
V – registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência.
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem,
preferencialmente:
I – o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos
requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito;
II – o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais;
III – as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as
testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença
do juiz.
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
I – por convenção das partes;
II – se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva
necessariamente participar;
III – por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário
marcado.
§ 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz
procederá à instrução.
§ 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou
defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério
Público.
§ 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas.
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da
parte, determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da
nova designação.
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao
membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de
20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz.
§ 1º Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação
um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso.
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§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá
ser substituído
Resumo poralunos
razões completo
finais escritas, que serão apresentadas
- agosto-2017 - processo pelo autor e pelo réu, bem
e procedime…
como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15
(quinze) dias, assegurada vista dos autos.
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na
ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes.
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do
julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima
possível, em pauta preferencial.
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em
audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na
audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato.
§ 1º Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as folhas, que
serão encadernadas em volume próprio.
§ 2º Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério Público e o escrivão ou
chefe de secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver ato de disposição para cuja
prática os advogados não tenham poderes.
§ 3º O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia autêntica do termo de
audiência.
§ 4º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código, em legislação
específica e nas normas internas dos tribunais.
§ 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou
analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a
legislação específica.
§ 6º A gravação a que se refere o § 5º também pode ser realizada diretamente por qualquer das
partes, independentemente de autorização judicial.
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.”
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§ 1º Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu
respeito, a outra parte, que disporá do prazo de 15 (quinze) dias para adotar qualquer das
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posturas indicadas no art. 436.
§ 2º Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para manifestação sobre a prova
documental produzida, levando em consideração a quantidade e a complexidade da
documentação.
Art. 438. O juiz requisitará às repartições públicas, em qualquer tempo ou grau de jurisdição:
I – as certidões necessárias à prova das alegações das partes;
II – os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a União, os
Estados, o Distrito Federal, os Municípios ou entidades da administração indireta.
§ 1º Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável de 1 (um)
mês, certidões ou reproduções fotográficas das peças que indicar e das que forem indicadas
pelas partes, e, em seguida, devolverá os autos à repartição de origem.
§ 2º As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em meio eletrônico,
conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que
consta em seu banco de dados ou do documento digitalizado.”
Com as razões finais das partes, encerra-se a fase instrutória.
4 - Fase decisória:
A sentença pode ser proferida em audiência, após o encerramento da
instrução, ou no prazo de 30 (trinta) dias (v. art. 366 do CPC de 2015). Esse prazo é
impróprio, pois é conferido ao juiz e não se submete à preclusão.
PETIÇÃO INICIAL
(Arts. 282 a 285-A do CPC de 1973 e 319 a 332 do CPC de 2015)
Consiste na declaração da parte da vontade de acionar. Na petição inicial o
autor formula a sua pretensão a ser examinada pelo órgão jurisdicional.
Requisitos da petição inicial:
- Requisito externo: forma escrita. A petição pode ser impressa,
datilografada ou manuscrita.
- Requisitos internos: arts. 282 do CPC 1973 e 319 do CPC de 2015.
Dos Requisitos da Petição Inicial Dos Requisitos da Petição Inicial
Art. 282. A petição inicial indicará: Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; I – o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a
domicílio e residência do autor e do réu; existência de união estável, a profissão, o número
no cadastro de pessoas físicas ou no cadastro
nacional de pessoas jurídicas, o endereço
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do
réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações; IV – o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa; V – o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende VI – as provas com que o autor pretende
demonstrar a verdade dos fatos alegados; demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII – a opção do autor pela realização ou não de
audiência de conciliação ou de mediação.
VII - o requerimento para a citação do réu.
§ 1º Caso não disponha das informações previstas
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Art. 38. A procuração geral para o foro, conferida Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada
por instrumento público, ou particular assinado por instrumento público ou particular assinado pela
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
pela parte, habilita o advogado a praticar todos os parte, habilita o advogado a praticar todos os atos
atos do processo, salvo para receber citação do processo, exceto receber citação, confessar,
inicial, confessar, reconhecer a procedência do reconhecer a procedência do pedido, transigir,
pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a
sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e
firmar compromisso. assinar declaração de hipossuficiência econômica,
que devem constar de cláusula específica.
Parágrafo único. A procuração pode ser assinada § 1º A procuração pode ser assinada digitalmente,
digitalmente com base em certificado emitido por na forma da lei.
Autoridade Certificadora credenciada, na forma
da lei específica.
§ 2º A procuração deverá conter o nome do
advogado, seu número de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil e endereço completo.
§ 3º Se o outorgado integrar sociedade de
advogados, a procuração também deverá conter o
nome desta, seu número de registro na Ordem dos
Advogados do Brasil e endereço completo.
§ 4º Salvo disposição expressa em sentido contrário
constante do próprio instrumento, a procuração
outorgada na fase de conhecimento é eficaz para
todas as fases do processo, inclusive para o
cumprimento de sentença.
Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte quando Art. 106. Quando postular em causa própria,
postular em causa própria: incumbe ao advogado:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o
endereço em que receberá intimação; endereço, seu número de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil e o nome da sociedade de
advogados da qual participa, para o recebimento de
intimações;
II - comunicar ao escrivão do processo qualquer II – comunicar ao juízo qualquer mudança de
mudança de endereço. endereço.
Parágrafo único. Se o advogado não cumprir o § 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso
disposto no I deste artigo, o juiz, antes de I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo
determinar a citação do réu, mandará que se supra de cinco dias, antes de determinar a citação do réu,
a omissão no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de indeferimento da petição.
sob pena de indeferimento da petição; se infringir
o previsto no II, reputar-se-ão válidas as
intimações enviadas, em carta registrada, para o
endereço constante dos autos.
§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II,
serão consideradas válidas as intimações enviadas
por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço
constante dos autos.
Art. 40. O advogado tem direito de: Art. 107. O advogado tem direito a:
I - examinar, em cartório de justiça e secretaria de I – examinar, em cartório de fórum e secretaria de
tribunal, autos de qualquer processo, salvo o tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer
disposto no art. 155; processo, independentemente da fase de
tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o
registro de anotações, salvo na hipótese de segredo
de justiça, nas quais apenas o advogado constituído
terá acesso aos autos;
II - requerer, como procurador, vista dos autos de II – requerer, como procurador, vista dos autos de
qualquer processo pelo prazo de 5 (cinco) dias; qualquer processo, pelo prazo de cinco dias;
III - retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo III – retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo
prazo legal, sempre que lhe competir falar neles prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por
por determinação do juiz, nos casos previstos em determinação do juiz, nos casos previstos em lei.
lei.
§ 1º Ao receber os autos, o advogado assinará § 1º Ao receber os autos, o advogado assinará carga
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PEDIDO
Resumo
Art. 285-A. Quando alunos completofor
a matéria controvertida - agosto-2017
Art. 332. Nas -causasprocesso e procedime…
que dispensem a fase
unicamente de direito e no juízo já houver sido instrutória, o juiz, independentemente da citação do
proferida sentença de total improcedência em réu, julgará liminarmente improcedente o pedido
outros casos idênticos, poderá ser dispensada a que contrariar:
citação e proferida sentença, reproduzindo-se o
teor da anteriormente prolatada.
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de
resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça
sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado
do trânsito em julgado da sentença, nos termos do
art. 241.
§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, § 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se
no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença em 5 (cinco) dias.
e determinar o prosseguimento da ação.
§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada a § 4º Se houver retratação, o juiz determinará o
citação do réu para responder ao recurso. prosseguimento do processo, com a citação do réu,
e, se não houver retratação, determinará a citação
do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de
15 (quinze) dias.
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PEDIDO
É o objeto da ação. É a expressão da pretensão do demandante. Não há ação
sem pedido.
No pedido temos a postulação de uma providência jurisdicional na tutela de
um bem jurídico.
Fala-se então em pedido imediato e pedido mediato.
O pedido imediato corresponde à providência jurisdicional pretendida pela
parte. No processo de conhecimento, a providência jurisdicional almejada é uma sentença de
mérito, que pode ser meramente declaratória, condenatória ou constitutiva.
Já o pedido mediato corresponde ao bem jurídico (bem da vida) a ser
tutelado pelo órgão jurisdicional.
Ex.: em uma ação de indenização, o pedido imediato é a sentença
condenatória; já o pedido mediato é a reparação dos danos ocasionados ao autor.
Ex.: em uma ação de rescisão de negócio jurídico (contrato), o pedido
imediato será a prolação de sentença constitutiva; já o pedido mediato é a desconstituição do
negócio jurídico.
Ex.: em uma ação declaratória de nulidade de negócio jurídico, por
incapacidade absoluta do contratante, o pedido imediato é a sentença meramente
declaratória e o pedido mediato corresponde justamente à declaração judicial da nulidade.
Nesse caso (nas ações meramente declaratórias) o pedido imediato e o mediato se
confundem; a simples declaração judicial já esgota a finalidade da ação.
REQUISITOS DO PEDIDO
(v. art. 286, caput, do CPC de 1973 e arts. 322 e 324 do CPC de 2015)
O pedido deve ser certo, determinado e concludente.
Pedido certo: quer dizer pedido expresso, explícito.
Pedido determinado: significa pedido delimitado na sua qualidade e na sua
quantidade. O pedido mediato pode ser indeterminado em alguns casos.
Pedido concludente: deve resultar logicamente da causa de pedir (caso
contrário, haverá inépcia da petição inicial).
É o pedido que vai delimitar o conteúdo da sentença. O juiz fica adstrito
(vinculado) ao que foi postulado pela parte.
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ESPÉCIES
Resumo DE PEDIDO
alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
1 - Pedido determinado ou genérico: arts. 286, I a III, do CPC de 1973 e
324, § 1º, do CPC de 2015.
Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. Art. 324. O pedido deve ser determinado.
É lícito, porém, formular pedido genérico: § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se não puder o autor I – nas ações universais, se o autor não puder
individuar na petição os bens demandados; individuar os bens demandados;
II - quando não for possível determinar, de modo II – quando não for possível determinar, desde
definitivo, as consequências do ato ou do fato logo, as consequências do ato ou do fato;
ilícito;
III - quando a determinação do valor da III – quando a determinação do objeto ou do valor
condenação depender de ato que deva ser da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu. praticado pelo réu.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à
reconvenção.
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processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos,
ainda que entre eles não haja conexão. ainda que entre eles não haja conexão.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
§ 1o São requisitos de admissibilidade da § 1º São requisitos de admissibilidade da
cumulação: cumulação que:
I - que os pedidos sejam compatíveis entre si; I – os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - que seja competente para conhecer deles o II – seja competente para conhecer deles o mesmo
mesmo juízo; juízo;
III - que seja adequado para todos os pedidos o III – seja adequado para todos os pedidos o tipo de
tipo de procedimento. procedimento.
§ 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo
diverso de procedimento, admitir-se-á a diverso de procedimento, será admitida a
cumulação, se o autor empregar o procedimento cumulação se o autor empregar o procedimento
ordinário. comum, sem prejuízo do emprego das técnicas
processuais diferenciadas previstas nos
procedimentos especiais a que se sujeitam um ou
mais pedidos cumulados, que não forem
incompatíveis com as disposições sobre o
procedimento comum.
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações
de pedidos de que trata o art. 326.
INTERPRETAÇÃO DO PEDIDO
Arts. 293 do CPC de 1973 e 322 do CPC de 2015.
Art. 293. Os pedidos são interpretados Art. 322. O pedido deve ser certo.
restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no § 1º Compreendem-se no principal os juros legais,
principal os juros legais. a correção monetária e as verbas de sucumbência,
inclusive os honorários advocatícios.
§ 2º A interpretação do pedido considerará o
conjunto da postulação e observará o princípio da
boa-fé.
TUTELA PROVISÓRIA
No sistema do CPC, temos duas espécies de tutela provisória:
1 – tutela provisória antecipada, que pode fundamentar-se em
“urgência” ou “evidência” (v. arts. 273 do CPC de 1973 e 294 do CPC de 2015);
representa instituto típico de processo de conhecimento, pois envolve a antecipação do
próprio provimento jurisdicional de mérito ou dos seus efeitos, ou seja, corresponde a
adiantamento da tutela final, a ser outorgada na sentença de mérito de um processo de
conhecimento; na concepção do CPC de 1973, a tutela provisória antecipada só poderia ser
obtida nos autos do processo de conhecimento já instaurado, existindo previsão de requisitos
específicos no citado artigo 273 (CPC/1973);
No CPC de 2015, a parte pode também deduzir desde logo o pedido de tutela
final, instaurando processo de conhecimento, reclamando, já na petição inicial ou mesmo no
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2 - tutela cautelar.
No CPC de 1973, a medida cautelar, antecedente ou incidental, deveria ser
sempre requerida em processo autônomo (v. arts. 796 e seguintes); falava-se em processo
acessório, que visava simplesmente assegurar a eficácia e utilidade do processo principal,
que poderia ser de conhecimento ou de execução.
No novo CPC, operou-se uma alteração substancial no sistema voltado à
concessão da tutela cautelar; o legislador procurou unificar, na parte geral do Código, o
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Tutela Antecipada
O art. 273 do CPC de 1973 é que veio a instituir a possibilidade da
antecipação da tutela de mérito pretendida pela parte, em qualquer processo de
conhecimento, mediante cognição sumária (averiguação superficial e provisória dos fatos da
causa).
A sentença de mérito é proferida a partir de uma cognição exauriente, ou
seja, a partir de um exame aprofundado dos elementos de convicção coligidos no curso do
procedimento.
O juiz pode, então, a requerimento da parte, antecipar total ou parcialmente o
próprio provimento de mérito pretendido ou os seus efeitos. Essa tutela provisória é instituto
típico de processo de conhecimento, pois apenas neste tipo de processo temos o julgamento
do mérito de uma causa.
A ideia do legislador foi a de evitar os males corrosivos do tempo no
processo, tratando de forma diferenciada o direito que se mostra evidente. Quando concede
a tutela antecipada, o juiz adianta os efeitos da sentença de mérito a ser proferida na ação de
conhecimento.
Ex.: “A” comprou um imóvel e pagou o preço ajustado, mas o vendedor não
entregou o imóvel no prazo devido. O comprador pode, então, ajuizar uma ação de imissão
na posse, pedindo, desde logo, tutela antecipada para ocupar de imediato o imóvel
adquirido.
Ex.: pessoa carente reclama em juízo o fornecimento de medicamentos de
alto custo pelo Estado. É possível requerer tutela antecipada para obter desde logo esse
fornecimento.
Nesses casos, verifica-se que a parte pode obter a fruição antecipada do
direito afirmado, ou seja, antes mesmo da outorga da tutela jurisdicional definitiva.
OBS.: antes da alteração do art. 273 do CPC/73, em 1994, já havia previsão
de concessão de tutela antecipada em procedimentos específicos previstos no CPC e em leis
esparsas. Ex.: fixação de prestação provisória em ação de alimentos; reintegração liminar
em ação possessória; medida liminar em mandado de segurança, etc.
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d) a tutela antecipada pode ser requerida pelo autor, pelo réu quando este
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
apresente reconvenção, pelo terceiro interveniente (assistente) e pelo Ministério Público
como fiscal da lei;
e) a expressão “liminar” tem um conteúdo temporal, ou seja, representa um
provimento jurisdicional que é concedido “initio litis”, ou seja, no início, no limiar do
procedimento, antes mesmo da citação da parte contrária; não se confunde tutela cautelar
com liminar; a tutela cautelar pode ser concedida liminarmente no processo cautelar; e a
tutela antecipada pode ser concedida liminarmente, ou seja, antes da citação do réu, mas
pode também ser concedida em outros momentos do processo.
Disposições gerais sobre tutela provisória no CPC de 2015 (v. arts. 294 a
299)
“Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de
custas.
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a
eficácia durante o período de suspensão do processo.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação
da tutela provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao
cumprimento provisório da sentença, no que couber.
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz
motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao
juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de
tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o
mérito.”
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§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo
Resumo dos
de irreversibilidade alunos
efeitoscompleto
da decisão. - agosto-2017 - processo e procedime…
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida
idônea para asseguração do direito.
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo
prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável;
II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios
necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido
concedida, sempre que possível.”
O novo CPC, como se vê, estabelece uma disciplina geral para a concessão
da tutela de urgência, não estabelecendo requisitos específicos para a tutela cautelar e para a
tutela antecipada, como ocorria no CPC de 1973.
Fala-se apenas em presença de elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo; no caso de tutela de
urgência de natureza antecipada subsiste o requisito adicional de não se identificar perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Não há mais previsão de medidas cautelares típicas ou nominadas,
apontando-se, exemplificativamente, algumas providências que podem ser efetivadas em
caráter preventivo, como arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem, explicitando-se a possibilidade do deferimento de qualquer outra medida
idônea para asseguração do direito.
De toda sorte, possível entrever que para a concessão de tutela provisória de
natureza antecipada exige-se mais do que o fumus boni iuris necessário à obtenção de uma
tutela cautelar; para a concessão desta, basta a aparência do bom direito, mas para a
concessão de tutela antecipada exige-se a evidência do direito afirmado; o CPC vigente fala
em oferecimento de prova consistente, que convença o juiz da verossimilhança da alegação
do requerente; em se tratando de tutela de urgência, é indispensável a presença do periculum
in mora; isso significa que a demora processual pode acarretar ao requerente lesão grave de
difícil ou incerta reparação.
A tutela cautelar sempre terá como requisito essencial a presença do
periculum in mora. Já a tutela provisória antecipada nem sempre representará uma tutela de
urgência, pois também pode ser concedida a partir de outros pressupostos, falando-se então,
no CPC de 2015, em tutela da evidência (v. art. 311, já transcrito linhas atrás).
OBS.: como já destacado, não se admite o provimento antecipatório quando
houver perigo de irreversibilidade dos seus efeitos; embora represente uma tutela satisfativa,
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ela é provisória, devendo então ser considerada a possibilidade da reversão dos seus efeitos.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
Ex.: não se admite tutela antecipada para demolição ou modificação de
prédio tombado pelo patrimônio histórico.
Essa regra deve ser interpretada com temperamento quando se está diante de
um interesse legitimamente superior a ser tutelado como direito à saúde e à vida.
Segue reprodução dos artigos 303 a 310 do CPC de 2015, relativos aos
procedimentos da tutela antecipada requerida em caráter antecedente e da tutela
cautelar requerida em caráter antecedente.
CAPÍTULO II
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM
CARÁTER ANTECEDENTE
“Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a
petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final,
com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do
processo.
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a
juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro
prazo maior que o juiz fixar;
II – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma
do art. 334;
III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art.
335.
§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo
será extinto sem resolução do mérito.
§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos
autos, sem incidência de novas custas processuais.
§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor
da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final.
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto
no caput deste artigo.
§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de
o processo ser extinto sem resolução de mérito.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou
invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou
invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º.
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§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi
Resumo
concedida a medida,alunos completo
para instruir - agosto-2017
a petição inicial da ação a que -seprocesso
refere o § 2º,e prevento
procedime…
o juízo em que a
tutela antecipada foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste
artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos
do § 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação
ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.
CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER
ANTECEDENTE
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as
provas que pretende produzir.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão
aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento
comum.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor
no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de
tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais.
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela
cautelar.
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de
conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de
nova citação do réu.
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art.
335.
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
I – o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II – não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III – o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o
processo sem resolução de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à
parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 42/159
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Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido
Resumo
principal, nem influialunos completo
no julgamento desse, -salvo
agosto-2017 - processo
se o motivo do e procedime…
indeferimento for o reconhecimento de
decadência ou de prescrição.”
DEFESA DO RÉU
O réu, no processo de conhecimento, é convocado para comparecer em
juízo e se defender. A defesa é uma faculdade e não uma obrigação do réu. Se ele não se
defender, sofrerá, no entanto, uma consequência negativa – o reconhecimento da revelia.
Ao ser citado, o réu pode assumir duas posturas:
- atacar a relação processual instaurada, buscando impedir a decisão
judicial sobre a lide ou pelo menos protelar o momento em que ela será proferida;
- resistir à pretensão manifestada pelo autor, buscando a sua
improcedência.
Temos, então, duas espécies de defesa: defesas contra o processo
(defesas processuais) e defesas contra o mérito.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 43/159
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MODALIDADES DE RESPOSTA
No CPC de 1973, tínhamos:
- contestação
- exceção
- reconvenção
Exceção, para o CPC de 1973, representava processo incidente pelo
qual o litigante poderia apenas arguir incompetência relativa do Juízo e impedimento ou
suspeição do Juiz. É defesa indireta processual, restrita a tais arguições. Todas as demais
defesas contra o processo e contra o mérito deveriam ser deduzidas na contestação.
Como meios de defesa, incluiam-se a contestação e a exceção. A
reconvenção não tinha como propósito buscar a extinção do processo sem resolução do
mérito ou requerer a improcedência da ação – representava um contra-ataque do réu.
No CPC de 2015, não se fala mais em exceção como modalidade de
resposta; temos então apenas a contestação e a reconvenção; a incompetência relativa
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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
a falta.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
Ex.: numa ação reivindicatória de bem imóvel, a propriedade do autor só
pode ser provada mediante exibição da escritura pública, registrada no ofício imobiliário. A
não exibição do documento não pode ser suprida nem mesmo pela não impugnação do réu
da alegação do autor de que é proprietário do bem.
c) quando os fatos não impugnados estiverem em contradição com a defesa,
considerada em seu conjunto. Ex.: o réu baseia a sua defesa no fato de que não estava
presente no local onde ocorreu o ato ilícito. Implicitamente, estarão impugnados todos os
demais fatos alegados pelo autor que pressuponham a presença desse contestante no local.
Como visto, essa regra, da impugnação especificada dos fatos, não se aplica
ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
A jurisprudência entende que a regra também não se aplica à Fazenda
Pública, que defende direitos indisponíveis em Juízo.
Obs.: o Curador Especial atua na defesa do réu quando ele for revel em
hipóteses em que a citação se deu por edital ou com hora certa, ou ainda quando ele se
encontra preso, podendo então contestar o pedido por negativa geral; isso faz com que o
autor continue com o ônus de provar os fatos alegados na inicial, afastada, assim, a
presunção de veracidade das alegações de fato constantes da petição inicial.
As defesas processuais revestem-se de caráter prejudicial e devem ser
apresentadas preliminarmente, ou seja, antes de discutir o mérito da causa – v. arts. 301 do
CPC de 1973 e 337 do CPC de 2015.
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o
mérito, alegar: mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação; I – inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta; II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
III - inépcia da petição inicial; IV – inépcia da petição inicial;
IV - perempção; V – perempção;
V - litispendência; VI – litispendência;
Vl - coisa julgada; VII – coisa julgada;
VII - conexão; VIII – conexão;
Vlll - incapacidade da parte, defeito de IX – incapacidade da parte, defeito de
representação ou falta de autorização; representação ou falta de autorização;
IX - convenção de arbitragem; X – convenção de arbitragem;
X - carência de ação; XI – ausência de legitimidade ou de interesse
processual;
Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a XII – falta de caução ou de outra prestação que a
lei exige como preliminar. lei exige como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício da
gratuidade de justiça.
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada
julgada, quando se reproduz ação anteriormente quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
ajuizada.
§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as § 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as
mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo
pedido.
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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
mesmo pedido.
Resumo alunos
§ 3o Há litispendência, quando secompleto - agosto-2017
repete ação, que - processo
§ 3º Há litispendência quando seerepete
procedime…
ação que
está em curso; há coisa julgada, quando se repete está em curso.
ação que já foi decidida por sentença, de que não § 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já
caiba recurso. foi decidida por decisão transitada em julgado.
o
§ 4 Com exceção do compromisso arbitral, o juiz § 5º Excetuada a convenção de arbitragem e a
conhecerá de ofício da matéria enumerada neste incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício
artigo. das matérias enumeradas neste artigo.
§ 6º A ausência de alegação da existência de
convenção de arbitragem, na forma prevista neste
Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e
renúncia ao juízo arbitral.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 48/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
X – convenção de arbitragem;
Se essa preliminar for acolhida, o processo também será extinto sem
julgamento de mérito, devendo as partes se valer da arbitragem.
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Aponta-se, nessa preliminar, a carência da ação, ou seja, a falta das condições
da ação; em princípio, o seu acolhimento leva à extinção do processo; no caso de
ilegitimidade do réu, o novo CPC prevê a possibilidade de alteração do polo passivo (v. arts.
338 e 339, que serão transcritos adiante).
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como
preliminar;
Essa falta pode ser sanada, em prazo a ser fixado pelo juiz, sob pena de
extinção anômala do feito.
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Pelo novo CPC não é mais necessária a instauração de incidente específico
para que o réu questione o benefício da justiça gratuita concedido ao autor; essa impugnação
assim oferecida como preliminar de contestação, uma vez acolhida, leva à revogação da
gratuidade, devendo então o autor recolher as custas e despesas processuais pertinentes, sob
pena de extinção do processo.
As matérias assim enumeradas nos arts. 301 do CPC de 1973 e 337 do novo
CPC, excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa do juízo, consistem
em questões de ordem pública, a serem conhecidas de ofício pelo Juiz (v. arts. 337, § 5º, e
485, § 3º, do novo CPC), podendo ainda ser suscitadas pelo réu a qualquer tempo no
processo (v. art. 342, II e III, do novo CPC); em relação às mesmas não se opera então a
preclusão.
Após a apresentação das defesas processuais, o réu deve articular as defesas
contra o mérito, diretas e indiretas.
A prescrição e a decadência correspondem a defesas indiretas contra o
mérito; o juiz, como é sabido, pode decidir de ofício sobre a ocorrência de decadência ou
prescrição; se o juiz pronuncia a prescrição ou a decadência, há resolução do mérito no
sistema do CPC, pois a parte não poderá repropor a mesma ação (v. arts. 269, IV, do CPC de
1973 e 487, II, do novo CPC).
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 49/159
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suprir-lhe a falta, nem mesmo a confissão; exemplo: a ação reivindicatória de bem imóvel
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
não poderá ser julgada procedente, ainda que o réu não conteste o pedido, se não for exibida
a escritura pública registrada no ofício imobiliário.
Obs.: a presunção de veracidade em causa é relativa, tendo em vista o
princípio da livre apreciação da prova e da persuasão racional; se há elementos nos autos
que levam a conclusão diversa, o juiz não está obrigado a julgar a ação procedente; nessa
linha, temos agora o inciso IV do citado artigo 345 do novo CPC: “a revelia não produz o
efeito mencionado no art. 344 se as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis
ou estiverem em contradição com prova constante dos autos”.
Dos fatos incontroversos nem sempre decorrem as consequências jurídicas
pretendidas e, nesse caso, a revelia não produz nenhum efeito prático. Incumbe ao juiz
aplicar o direito aos fatos.
Outro efeito da revelia: os prazos correm para o réu revel, que não tenha
patrono nos autos, independentemente de intimação pessoal; fluirão da data de publicação
do ato decisório no órgão oficial, que se dará normalmente em nome do advogado do autor;
pode ele, no entanto, intervir no processo no estado em que se encontra; e, a partir daí, passa
a ser intimado na pessoa de seu advogado; poderá então exercer toda a atividade processual
adequada ao momento da causa.
Se o réu não contesta o pedido, mas apresenta reconvenção, deve ser
intimado, à evidência, dos atos do processo.
Pressupostos de admissibilidade
A reconvenção subordina-se aos pressupostos processuais comuns e às
condições exigidas para a propositura de qualquer ação.
Existem, ainda, pressupostos específicos a serem observados:
1 – existência de conexão da reconvenção com a ação principal ou com o
fundamento da defesa;
A conexão pode se verificar por identidade de objeto ou da causa de pedir.
Identidade de objeto: os pedidos das partes visam o mesmo fim; exemplo: o
autor pede a rescisão contratual por culpa do réu e a condenação deste a compor perdas e
danos; o réu, na reconvenção, faz idênticos pedidos, apontando a culpa do autor.
Identidade de causa petendi: ação e reconvenção se baseiam no mesmo ato
ou negócio jurídico. Exemplos: a) o autor pede que o réu entregue o objeto do contrato; o
réu, na reconvenção, pede o pagamento do saldo do preço; b) o autor, na inicial, postula a
declaração de nulidade das cláusulas de reajuste das prestações de um contrato de
financiamento imobiliário; o réu pode então reconvir, pedindo a rescisão desse contrato e a
reintegração na posse do bem, diante do inadimplemento das parcelas devidas.
A conexão pode ainda ocorrer entre os fundamentos da contestação oferecida
e a reconvenção.
O fato jurídico invocado na defesa serve também para fundamentar pedido
próprio do réu. Exemplos: a) na contestação alega-se a invalidade do negócio jurídico por
ter sido fruto de erro; na reconvenção o réu pede a anulação do contrato e a condenação do
autor ao pagamento de perdas e danos, com base no mesmo vício (erro); b) respondendo
ação de cobrança, o réu invoca em sua defesa a compensação, pois também seria credor do
autor; em reconvenção pleiteia então o pagamento da diferença que eventualmente seja
identificada em seu favor.
2 – o juízo da ação originária não pode ser absolutamente incompetente
para a reconvenção, pois nesse caso se mostraria inviável a prorrogação da competência
para o julgamento conjunto das pretensões contrapostas.
3 – compatibilidade de procedimentos – ação e reconvenção devem ter
procedimentos compatíveis; se a ação originária é de rito especial, é possível a reconvenção
se é observado o procedimento comum após a resposta (ex.: ação de consignação em
pagamento).
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 54/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
Procedimento
Admitida a reconvenção, o autor é intimado na pessoa de seu procurador
para apresentar resposta em 15 dias. Essa intimação tem a natureza e os efeitos de uma
citação.
Normalmente a reconvenção enseja o recolhimento de taxa judiciária.
No CPC é necessário identidade de partes entre a ação originária e a
reconvenção, ou seja, só o réu ou qualquer dos réus têm legitimidade para reconvir e só o
autor ou autores ostentam legitimação passiva para a reconvenção; o novo CPC possibilita a
ampliação subjetiva da relação processual, a partir do oferecimento da reconvenção; assim,
esta pode ser proposta contra o autor e terceiro; nesse caso, o terceiro deve ser citado para
integrar a lide; de outro lado, a reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio
com terceiro.
Indeferida liminarmente a reconvenção, é possível admitir a interposição do
recurso de agravo de instrumento; o novo CPC não contém previsão expressa para a
apresentação de agravo de instrumento nas hipóteses de indeferimento liminar da
reconvenção ou julgamento liminar de sua improcedência (v. arts. 330 e 332 do CPC de
2015); mas essa interposição pode encontrar fundamento nos artigos 354, parágrafo único, e
356, § 5º, também do CPC de 2015.
OBS.: o julgamento antecipado do mérito da ação principal não interfere no
curso da ação reconvencional e vice-versa.
Nem sempre o acolhimento da ação acarreta a improcedência da
reconvenção. Ex.: na ação originária o autor pede que o réu seja condenado a entregar o
bem objeto do contrato; na reconvenção o réu pede que o autor seja condenado a pagar o
saldo do preço avençado; esses pedidos não se excluem, podendo ambos ser acolhidos na
sentença.
Dispositivos do CPC de 1973 e do novo CPC relativos à reconvenção:
CPC/73 CPC/2015
Seção IV CAPÍTULO VI
Da Reconvenção DA RECONVENÇÃO
Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor
processo, toda vez que a reconvenção seja conexa reconvenção para manifestar pretensão própria,
com a ação principal ou com o fundamento da conexa com a ação principal ou com o fundamento
defesa. da defesa.
Art. 316. Oferecida a reconvenção, o autor § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado,
reconvindo será intimado, na pessoa do seu na pessoa de seu advogado, para apresentar
procurador, para contestá-la no prazo de 15 resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
(quinze) dias.
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objeto da causa, ou subministrar meios para objeto da causa ou subministrar meios para atender
atender às despesas do litígio; às despesas do litígio;
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
II - alguma das partes for credora ou devedora do III – quando qualquer das partes for sua credora ou
juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de
linha reta ou na colateral até o terceiro grau; parentes destes, em linha reta até o terceiro grau,
inclusive;
V - interessado no julgamento da causa em favor IV – interessado no julgamento de causa em favor
de uma das partes. de qualquer das partes.
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se § 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo
suspeito por motivo íntimo. de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas
razões.
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I – houver sido provocada por quem a alega;
II – a parte que a alega houver praticado ato que
signifique manifesta aceitação do arguido.
incidente.
Resumo alunos completo - agosto-2017 § 3º Enquanto não - processo
for declarado oeefeito
procedime…
em que é
recebido o incidente ou quando este for recebido
com efeito suspensivo, a tutela de urgência será
requerida ao substituto legal.
Art. 314. Verificando que a exceção não tem § 4º Verificando que a alegação de impedimento ou
fundamento legal, o tribunal determinará o seu de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.
arquivamento; no caso contrário condenará o juiz § 5º Acolhida a alegação, tratando-se de
nas custas, mandando remeter os autos ao seu impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal
substituto legal. condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao
seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da
decisão.
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o
tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz
não poderia ter atuado.
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do
juiz, se praticados quando já presente o motivo de
impedimento ou de suspeição.
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Incompetência relativa
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
Não pode ser declarada de ofício pelo juiz (v. Súmula 33 do STJ),
prevalecendo essa vedação no novo CPC (v. § 5º do art. 337); exceção à regra encontra-se
no artigo 112, parágrafo único, do CPC/73, com correspondência no § 3º do art. 63 do
CPC/2015; de acordo com a nova disciplina, é possível ao juiz, de ofício, declarar abusiva
cláusula de eleição de foro, reputando-a ineficaz, caso em que será determinada a remessa
dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu; no novo CPC, ressalva-se que a análise ex
officio da validade da cláusula de eleição de foro só tem lugar antes da citação do réu;
realizada a citação, cabe ao réu alegar na própria contestação, se for o caso, que a cláusula
de eleição de foro é abusiva; fica preclusa a questão se não for ela suscitada oportunamente.
CPC/73
Art. 112. Argui-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.
Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser
declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu.
CPC/2015
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro
onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a
determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz se
abusiva, hipótese em que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob
pena de preclusão.
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 60/159
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Seção I Seção I
Resumo alunos
Do Efeito completo - agosto-2017
da Revelia - processo
Da não Incidência e da
dos Efeitos procedime…
Revelia
Art. 324. Se o réu não contestar a ação, o juiz, Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz,
verificando que não ocorreu o efeito da revelia, verificando a inocorrência do efeito da revelia
mandará que o autor especifique as provas que previsto no art. 344, ordenará que o autor
pretenda produzir na audiência. especifique as provas que pretenda produzir, se
ainda não as tiver indicado.
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de
provas, contrapostas às alegações do autor, desde
que se faça representar nos autos a tempo de
praticar os atos processuais indispensáveis a essa
produção.
Seção II
Da Declaração incidente
Art. 325. Contestando o réu o direito que
constitui fundamento do pedido, o autor poderá
requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele
o juiz profira sentença incidente, se da declaração
da existência ou da inexistência do direito
depender, no todo ou em parte, o julgamento da
lide (art. 5o).
Seção III Seção II
Dos Fatos Impeditivos, Modificativos ou Do Fato Impeditivo, Modificativo ou Extintivo
Extintivos do Pedido do Direito do Autor
Art. 326. Se o réu, reconhecendo o fato em que se Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo,
fundou a ação, outro Ihe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este
modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de quinze dias, permitindo-
será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, facultando- lhe o juiz a produção de prova.
lhe o juiz a produção de prova documental.
Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido, Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido,
proferindo sentença: proferindo sentença com resolução de mérito,
Resumo alunos completo - agosto-2017 quando:
- processo e procedime…
I - quando a questão de mérito for unicamente de I – não houver necessidade de produção de outras
direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver provas;
necessidade de produzir prova em audiência;
II - quando ocorrer a revelia (art. 319). II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art.
344 e não houver requerimento de prova, na forma
do art. 349.
Seção III
Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito
quando um ou mais dos pedidos formulados ou
parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento,
nos termos do art. 355.
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito
poderá reconhecer a existência de obrigação líquida
ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde
logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar
parcialmente o mérito, independentemente de
caução, ainda que haja recurso contra essa
interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em
julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que
julgar parcialmente o mérito poderão ser
processados em autos suplementares, a
requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é
impugnável por agravo de instrumento.
Seção III
Da Audiência Preliminar
Art. 331. Se não ocorrer qualquer das hipóteses
previstas nas seções precedentes, e versar a causa
sobre direitos que admitam transação, o juiz
designará audiência preliminar, a realizar-se no
prazo de 30 (trinta) dias, para a qual serão as
partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se
representar por procurador ou preposto, com
poderes para transigir.
§ 1o Obtida a conciliação, será reduzida a termo e
homologada por sentença.
Seção IV
Do Saneamento e da Organização do Processo
§ 2o Se, por qualquer motivo, não for obtida a Art. 357. Não ocorrendo qualquer das hipóteses
conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de
decidirá as questões processuais pendentes e saneamento e de organização do processo:
determinará as provas a serem produzidas, I - resolver as questões processuais pendentes, se
designando audiência de instrução e julgamento, houver;
se necessário. II - delimitar as questões de fato sobre as quais
recairá a atividade probatória, especificando os
meios de prova admitidos;
III – definir a distribuição do ônus da prova,
observado o art. 373;
IV – delimitar as questões de direito relevantes
para a decisão do mérito;
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 62/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
OBS.: de acordo com o artigo 349 do novo CPC, o réu revel pode
produzir provas destinadas a demonstrar a inexistência do fato constitutivo invocado
pelo autor, desde que compareça em tempo oportuno.
Cumpridas as providências preliminares, ou não havendo necessidade delas,
o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo.
Ao órgão jurisdicional se abrem as seguintes possibilidades:
- proferir sentença, se ocorrer qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e
487, incisos II e III, do CPC/2015 (v. no CPC/73 os arts. 267 e 269, incisos II a V);
- julgar antecipadamente o mérito da causa, existindo previsão no novo CPC
de “julgamento antecipado parcial do mérito”;
- proferir decisão de saneamento e de organização do processo.
Extinção do processo
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 64/159
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O juiz pode também proferir sentença desde logo, com resolução do mérito
da causa, nos casos previstos no art. 487, incisos II e III, do CPC/2015.
Art. 269. Haverá resolução de mérito: Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o
juiz:
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a
prescrição; ocorrência de decadência ou prescrição;
III – homologar:
II - quando o réu reconhecer a procedência do a) o reconhecimento da procedência do pedido
pedido; formulado na ação ou na reconvenção;
III - quando as partes transigirem; b) a transação;
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na
se funda a ação. reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º
do art. 332, a prescrição e a decadência não
serão reconhecidas sem que antes seja dada às
partes oportunidade de manifestar-se.
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o
mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria o pronunciamento que não o
resolve.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 66/159
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Transação
O juiz chancela a solução encontrada pelas próprias partes para o litígio.
A transação corresponde a negócio jurídico bilateral apto a prevenir ou
terminar litígio, mediante concessões recíprocas (art. 840 do Código Civil).
O juiz intervém apenas para verificar a capacidade das partes, a licitude do
objeto e a regularidade formal, homologando então a transação por sentença.
A lide estará solucionada definitivamente. A sentença homologatória produz
coisa julgada material.
Prescrição e decadência: são efeitos do transcurso do tempo sobre os
direitos subjetivos.
A decadência é a extinção do próprio direito, que pela lei ou pela convenção,
nasceu com um prazo certo de eficácia.
O reconhecimento da decadência é o reconhecimento do perecimento do
direito invocado.
Prescrição – decorrido o lapso previsto em lei, desaparece a possibilidade da
fazer valer o direito. O direito não desaparece.
Interferindo diretamente com o pedido, o reconhecimento da prescrição ou
da decadência representa genuína decisão de mérito, impedindo o exame, em definitivo, do
direito caduco ou prescrito.
A prescrição e a decadência podem ser pronunciadas de ofício pelo juiz; mas
o novo CPC estabelece que não podem ser reconhecidas sem que antes seja dada às
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 67/159
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Prova Judiciária
Prova, no direito processual, corresponde a todo elemento que contribui para
a formação da convicção do juiz a respeito da existência de determinado fato controvertido,
tido como relevante para a solução do litígio.
Fala-se, nesse aspecto, em prova judiciária, a ser produzida normalmente na
fase instrutória do processo de conhecimento.
Aos fatos, objeto da prova indireta, dos quais o juiz deduz o fato probandi,
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dá-se o nome de indícios (fala-se em prova indiciária ou por presunção).
2) Sujeito da prova: pessoa ou coisa de quem ou de onde emana a prova. A
pessoa ou coisa que atesta a existência do fato probando.
Conforme o seu sujeito a prova é pessoal ou real.
Prova pessoal: toda afirmação pessoal consciente destinada a fazer fé de
determinados fatos.
- testemunha narra o que viu;
- instrumento de confissão de dívida;
- escritura de testamento.
Prova real: consiste na atestação inconsciente, feita por uma coisa, da
ocorrência do fato a ser provado:
- danos ocasionados em imóvel;
- lesões pessoais;
- cerca nos limites entre dois imóveis.
A prova real normalmente é obtida do exame de uma pessoa ou de uma coisa
(prova pericial).
3) Forma da prova: modalidade ou maneira pela qual se apresenta em juízo.
- prova oral;
- prova documental;
- prova material.
a) prova oral compreende a inquirição de testemunhas, depoimento da parte,
confissão e juramento.
b) prova documental: toda afirmação escrita ou gravada. Ex.: escrituras
públicas ou particulares, cartas, plantas, projetos, desenhos, fotos, gravações magnéticas etc.
c) prova material: consiste em qualquer outra materialidade que sirva de
prova do fato probando. Fala-se em atestação do fato emanada da coisa ou da pessoa, como
o corpo de delito, exames periciais e inspeção judicial.
A doutrina classifica ainda prova no que toca à sua preparação.
Nesse aspecto pode ser casual ou pré-constituída.
Prova casual é a prova produzida no curso do procedimento em juízo para
demonstrar a realidade de determinados fatos controvertidos. Ex.: perícia, depoimentos de
testemunhas, depoimento pessoal das partes etc.
Prova pré-constituída: representa prova preparada preventivamente para
demonstrar a existência de um ato ou negócio jurídico. Ex.: elaboração de contrato de mútuo
para provar a existência da dívida em juízo ou fora dele; emissão de um título de crédito.
Objeto da prova
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Destinatário da Prova
O destinatário direto da prova é o juiz da causa, que deve se convencer da
verdade dos fatos para compor o litígio.
Para garantia das próprias partes, o julgador só pode tomar em consideração
o que for alegado e provado no curso do procedimento.
O direito processual se contenta, então, com a chamada verdade processual
ou formal, ou seja, a verdade que transparece dos elementos do processo, que pode não
corresponder à verdade real.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 73/159
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Por esse sistema o juiz não fica adstrito ao que foi alegado e provado nos
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
autos, o que sujeita às partes a possíveis arbitrariedades.
O nosso Código de Processo Civil adota o sistema da persuasão racional ou
do livre convencimento motivado.
CPC/73 CPC/2015
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos
atendendo aos fatos e circunstâncias constantes autos, independentemente do sujeito que a tiver
dos autos, ainda que não alegados pelas partes; promovido, e indicará na decisão as razões da
mas deverá indicar, na sentença, os motivos que formação de seu convencimento.
Ihe formaram o convencimento.
Ônus da prova
CPC/73 CPC/2015
Art. 333. O ônus da prova incumbe: Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu
direito; direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor. modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de
peculiaridades da causa, relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior
facilidade de obtenção da prova do fato contrário,
poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 75/159
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Art. 333.
Parágrafo único. É nula a convenção que distribui § 3º A distribuição diversa do ônus da prova
de maneira diversa o ônus da prova quando: também pode ocorrer por convenção das partes,
salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte; I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o II - tornar excessivamente difícil a uma parte o
exercício do direito. exercício do direito.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 76/159
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Quando feita em favor do autor, ele não mais terá o ônus de provar o fato
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constitutivo do seu direito. Basta a alegação, devendo então o réu provar que o fato
invocado não é verdadeiro. Quando feita em favor do réu, este estará dispensado do ônus de
provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor eventualmente
alegados na contestação.
Inversão convencional
As partes podem transigir sobre a distribuição do ônus da prova, salvo
quando:
- recair sobre direito indisponível;
- a convenção tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito
(v. parágrafo único do art. 333 do CPC/73 e § 3º do art. 373 do CPC/2015).
O direito indisponível não é sujeito à transação ou à confissão, razão pela
qual também não se admite a inversão do ônus da prova por convenção entre as partes.
Inversão legal
É normalmente aquela que decorre de uma presunção.
A presunção consiste em uma forma de raciocínio pela qual, por meio do
conhecimento de um fato, infere-se a existência de outro.
Há presunções relativas e absolutas estabelecidas pelo legislador (presunções
legais).
Apenas no caso de presunção relativa, por admitir prova em contrário, é que
se pode falar em inversão do ônus probatório.
Quando o fato é presumido, não precisa ser comprovado por quem o alega.
Cabe ao adversário fazer prova da inveracidade do fato alegado.
A inversão legal não depende da avaliação do juiz, pois decorre da lei.
A presunção legal é muito usada no âmbito da responsabilidade civil. Ex.:
presume-se a culpa do dono do animal pelos danos por ele causados; numa ação de
indenização, o autor invoca a culpa assim presumida, incumbindo-se o réu de demonstrar a
sua inocorrência.
Presume-se ainda a culpa das prestadoras de serviço público pelos danos ao
particular, a do fornecedor pelos danos ao consumidor e a daquele que exerce atividade de
risco pelos danos causados a terceiros (Código Civil, art. 927, parágrafo único).
O artigo 38 do Código de Defesa do Consumidor também estabelece uma
hipótese de inversão do ônus da prova que não está na esfera de discricionariedade do juiz,
ou seja, é obrigatória; refere-se a dois aspectos da publicidade: a veracidade e a correção; de
acordo com o dispositivo, o ônus da prova nesses dois aspectos da informação ou
comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
Momentos da Prova
O procedimento probatório passa por três momentos:
- proposição da prova;
- admissão da prova;
- produção da prova.
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Prova emprestada
É aquela produzida em determinado processo, buscando-se o seu
aproveitamento em outro feito.
O novo CPC, no artigo 372, admite expressamente a utilização de prova
emprestada (“Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório”); o CPC/73 não
continha previsão a respeito, sendo que a doutrina e a jurisprudência admitiam esse
aproveitamento, desde que observadas certas condições.
A questão da eficácia da utilização de prova produzida em outro processo diz
respeito às provas casuais ou simples e não às pré-constituídas ou documentais em geral.
Estas, originais ou emprestadas, valem igualmente em qualquer juízo em que forem
apresentadas.
As provas casuais são aquelas produzidas no curso do processo, sem que
tenham sido intencionalmente preparadas para a demonstração de um fato (testemunhos,
perícias, depoimentos das partes e inspeção judicial).
Parte da doutrina, tendo em vista o sistema da oralidade do CPC, sustenta
que a prova emprestada é ineficaz; porém, tendo em vista a possibilidade de produção de
provas antecipadamente ou mediante precatória, a doutrina majoritária admite a eficácia da
prova emprestada; com a regra do novo CPC, essa controvérsia deixa de existir.
A prova emprestada deve ser acolhida e apreciada com cautelas; o juiz irá
verificar a necessidade do seu aproveitamento, a partir, normalmente, da impossibilidade ou
da inconveniência de sua reprodução no segundo processo; de toda sorte, a prova
emprestada será apreciada em conjunto com outros elementos de convicção e diante das
peculiaridades do caso concreto.
O artigo 372 do CPC/2015 impõe a observância do contraditório; é
necessário, portanto, que a parte, contra quem a prova emprestada será produzida, tenha
participado do processo anterior, influindo então na sua coleta; à evidência, é indispensável
que essa prova a ser aproveitada diga respeito aos mesmos fatos.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 84/159
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Meios de Prova
São os instrumentos através dos quais se torna possível a comprovação dos
fatos relevantes à solução da lide.
O nosso direito processual admite a utilização dos meios legais de prova ou
outros meios moralmente legítimos.
CPC/73 CPC/2015
Art. 332. Todos os meios legais, bem como os Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos
moralmente legítimos, ainda que não os meios legais, bem como os moralmente
especificados neste Código, são hábeis para legítimos, ainda que não especificados neste
provar a verdade dos fatos, em que se funda a Código, para provar a verdade dos fatos em que se
ação ou a defesa. funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na
convicção do juiz.
Meios legais são os meios de prova típicos, ou seja, aqueles previstos em lei.
Meios moralmente legítimos são aqueles que escapam à previsão do
legislador, mas podem ser admitidos por não afrontarem a moral e os bons costumes (ex.:
prova cinematográfica e outras gravações magnéticas).
A Constituição Federal proíbe a utilização no processo de provas obtidas por
meio ilícito (art. 5º, LVI). Ex.: confissão obtida mediante tortura, grave ameaça;
interceptação telefônica etc.
A escuta clandestina, chamada de “grampo”, é ilícita, salvo a possibilidade
de determinação judicial para gravação de conversas telefônicas, voltada à instrução
criminal (art. 5º, XII, da CF).
Entende-se que essas gravações, autorizadas especificamente para fins de
persecução penal, não podem ser utilizadas como prova emprestada no processo civil, diante
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 85/159
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Depoimento pessoal
Depoimento pessoal consiste no testemunho da parte em juízo.
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Procedimento
O depoimento pessoal normalmente é requerido na petição inicial ou na
contestação e via de regra é prestado na audiência de instrução e julgamento.
A parte deve ser intimada pessoalmente, com a advertência da pena de
confesso.
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Admite-se, por exceção, a produção antecipada dessa prova (v. arts. 846/848
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
do CPC/73 e 381/383 do CPC/2015).
Admite-se ainda a inquirição da parte por precatória ou rogatória, se residir
fora da comarca onde tramita o feito; o NCPC preconiza a possibilidade do depoimento ser
colhido por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e
imagens em tempo real (v. § 3º do art. 385).
Observa-se a mesma forma prevista para a inquirição de testemunhas,
ressalvadas as disposições incompatíveis; o advogado do depoente não poderá fazer
reperguntas; o litigante que ainda não prestou depoimento não pode assistir a inquirição do
litisconsorte ou do adversário.
Na audiência de instrução e julgamento o depoimento das partes é tomado
antes da oitiva das testemunhas. Primeiro ouve-se o autor, depois o réu.
O novo CPC permite que o advogado da parte adversa formule as suas
perguntas diretamente ao depoente; o juiz poderá formular suas perguntas à parte depoente
antes ou depois da intervenção do advogado; cabe ao juiz indeferir perguntas impertinentes,
repetitivas ou que tenham por escopo induzir a resposta; no sistema do CPC/73, o advogado
formulava suas indagações por intermédio do juiz.
CPC/73 CPC/2015
Do Depoimento Pessoal Do Depoimento Pessoal
Art. 342. O juiz pode, de ofício, em qualquer
estado do processo, determinar o comparecimento
pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os
fatos da causa.
Art. 343. Quando o juiz não o determinar de Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento
ofício, compete a cada parte requerer o pessoal da outra parte, a fim de que esta seja
depoimento pessoal da outra, a fim de interrogá-la interrogada na audiência de instrução e julgamento,
na audiência de instrução e julgamento. sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de
ofício.
§ 1o A parte será intimada pessoalmente,
constando do mandado que se presumirão
confessados os fatos contra ela alegados, caso não
compareça ou, comparecendo, se recuse a depor.
§ 2o Se a parte intimada não comparecer, ou § 1.° Se a parte, pessoalmente intimada para prestar
comparecendo, se recusar a depor, o juiz lhe depoimento pessoal e advertida da pena de
aplicará a pena de confissão. confesso, não comparecer ou, comparecendo, se
recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.
Art. 344. A parte será interrogada na forma
prescrita para a inquirição de testemunhas.
Parágrafo único. É defeso, a quem ainda não § 2.° É vedado a quem ainda não depôs assistir ao
depôs, assistir ao interrogatório da outra parte. interrogatório da outra parte.
§ 3º O depoimento pessoal da parte que residir em
comarca, seção ou subseção judiciária diversa
daquela onde tramita o processo poderá ser colhido
por meio de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens em
tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante
a realização da audiência de instrução e
julgamento.
Art. 345. Quando a parte, sem motivo justificado, Art. 386. Quando a parte, sem motivo justificado,
deixar de responder ao que lhe for perguntado, ou deixar de responder ao que lhe for perguntado ou
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empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais
circunstâncias e elementos de prova, declarará, na circunstâncias e os elementos de prova, declarará,
Resumo alunos completo - agosto-2017
sentença, se houve recusa de depor.
- processo e procedime…
na sentença, se houve recusa de depor.
Art. 346. A parte responderá pessoalmente sobre Art. 387. A parte responderá pessoalmente sobre
os fatos articulados, não podendo servir-se de os fatos articulados, não podendo servir-se de
escritos adrede preparados; o juiz lhe permitirá, escritos anteriormente preparados; o juiz lhe
todavia, a consulta a notas breves, desde que permitirá, todavia, a consulta a notas breves, desde
objetivem completar esclarecimentos. que objetivem completar esclarecimentos.
Art. 347. A parte não é obrigada a depor de fatos: Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre
fatos:
I - criminosos ou torpes, que lhe forem imputados; I – criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva
guardar sigilo. guardar sigilo;
III – acerca dos quais não possa responder sem
desonra própria, de seu cônjuge, de seu
companheiro ou de parente em grau sucessível;
IV – que coloquem em perigo a vida do depoente
ou das pessoas referidas no inciso III.
Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às
ações de filiação, de desquite e de anulação de ações de estado e de família.
casamento.
Confissão
Consiste no reconhecimento, pela parte, de serem verdadeiros os fatos ou
alguns dos fatos alegados pelo adversário.
Confissão diz respeito então a fatos desfavoráveis ao confitente e favoráveis
à parte contrária.
A confissão não se confunde com reconhecimento da procedência do pedido
pelo réu, que é causa de extinção do processo, com julgamento do mérito; também não se
confunde com renúncia ao direito sobre que se funda a ação; mediante confissão a parte
(autor ou réu) apenas admite a veracidade de fato alegado pelo adversário, sem reconhecer a
justiça ou injustiça da pretensão deste; o fato confessado pode ou não levar à vitória do
adversário; portanto, na confissão a parte não abre mão do seu direito.
A confissão é considerada meio de prova de excepcional eficácia, pois a
partir dela o fato se torna incontroverso, dispensando outras provas a respeito; os seus
efeitos são análogos aos da revelia.
A confissão só é válida:
1) sobre fatos relativos a direitos disponíveis, ou seja, deve haver
disponibilidade do direito relacionado com o fato confessado (ex.: não se admite confissão
nas ações relativas ao estado da pessoa ou à filiação – destituição do poder familiar,
anulação de casamento, investigação de paternidade, e mesmo nas ações movidas contra a
Fazenda Pública);
2) quando inexigível forma especial para a validade do ato judicial
confessado (ex.: confissão não supre escritura pública quando esta for da substância do
negócio jurídico);
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mais se insere dentre os fundamentos para ajuizar uma ação rescisória eventual vício da
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confissão manifestada.
Os artigos 354 do CPC/73 e 395 do CPC/2015 preconizam a indivisibilidade
da confissão; isso quer dizer que se o ato da confissão abordar vários pontos, deve ser
considerado como um todo, ou seja, tanto naquilo que for favorável ou desfavorável à parte
a quem aproveita a confissão; esta, porém, poderá cindir-se quando o confitente a ela aduzir
fato novo, capaz de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
CPC/73 CPC/2015
Da Confissão Da Confissão
Art. 348. Há confissão, quando a parte admite a Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial,
verdade de um fato, contrário ao seu interesse e quando a parte admite a verdade de fato contrário
favorável ao adversário. A confissão é judicial ou ao seu interesse e favorável ao adversário.
extrajudicial.
Art. 349. A confissão judicial pode ser espontânea Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea
ou provocada. Da confissão espontânea, tanto que ou provocada.
requerida pela parte, se lavrará o respectivo termo
nos autos; a confissão provocada constará do
depoimento pessoal prestado pela parte.
Parágrafo único. A confissão espontânea pode ser § 1º A confissão espontânea pode ser feita pela
feita pela própria parte, ou por mandatário com própria parte ou por representante com poder
poderes especiais. especial.
§ 2º A confissão provocada constará do termo de
depoimento pessoal.
Art. 350. A confissão judicial faz prova contra o Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o
confitente, não prejudicando, todavia, os confitente, não prejudicando, todavia, os
litisconsortes. litisconsortes.
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre
bens imóveis ou direitos sobre imóveis alheios, a bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis
confissão de um cônjuge não valerá sem a do alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro
outro. não valerá sem a do outro, salvo se o regime de
casamento for o da separação absoluta de bens.
Art. 351. Não vale como confissão a admissão, Art. 392. Não vale como confissão a admissão, em
em juízo, de fatos relativos a direitos juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.
indisponíveis.
§ 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não
for capaz de dispor do direito a que se referem os
fatos confessados.
§ 2º A confissão feita por um representante
somente é eficaz nos limites em que este pode
vincular o representado.
Art. 352. A confissão, quando emanar de erro, Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser
dolo ou coação, pode ser revogada: anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.
I - por ação anulatória, se pendente o processo em
que foi feita;
II - por ação rescisória, depois de transitada em
julgado a sentença, da qual constituir o único
fundamento.
Parágrafo único. Cabe ao confitente o direito de Parágrafo único. A legitimidade para a ação
propor a ação, nos casos de que trata este artigo; prevista no caput é exclusiva do confitente e pode
mas, uma vez iniciada, passa aos seus herdeiros. ser transferida a seus herdeiros se ele falecer após a
propositura.
Art. 353. A confissão extrajudicial, feita por
escrito à parte ou a quem a represente, tem a
mesma eficácia probatória da judicial; feita a
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 91/159
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PROCEDIMENTO
Pedido de exibição em face da parte contrária, no curso de processo de
conhecimento.
A exibição pode ser requerida na petição inicial ou na contestação, ou logo
após o adversário mencionar a existência do documento; quando se trata de pedido
incidental, não há autuação em separado, ou seja, processa-se nos próprios autos da ação
originária.
O requerido é intimado para responder em cinco dias:
- feita a exibição, encerra-se o incidente;
- se o requerido não responde o pedido, não efetua a exibição quando
determinado ou se sua recusa for considerada ilegítima, o juiz profere decisão interlocutória,
admitindo como verdadeiros os fatos que seriam provados por meio do documento ou da
coisa (EXTRAEM-SE ARGUMENTOS PROBATÓRIOS CONTRA O REQUERIDO,
COM EFICÁCIA DE CONFISSÃO FICTA – v. arts. 359 do CPC/73 e 400 do CPC/2015);
- quando o requerido nega a existência do documento ou da coisa em seu
poder, cabe ao requerente o ônus de provar a inveracidade da afirmação (arts. 357 do
CPC/73 e 398, parágrafo único, do CPC/2015);
- alegada a inexistência da obrigação de exibir, o juiz examina a pertinência
dos argumentos apresentados; não os acolhendo, admitirá como verdadeiros os fatos que
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Art. 356. O pedido formulado pela parte conterá: Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
I - a individuação, tão completa quanto possível, I – a individuação, tão completa quanto possível,
do documento ou da coisa; do documento ou da coisa;
II - a finalidade da prova, indicando os fatos que II – a finalidade da prova, indicando os fatos que se
se relacionam com o documento ou a coisa; relacionam com o documento ou a coisa;
III - as circunstâncias em que se funda o III – as circunstâncias em que se funda o
requerente para afirmar que o documento ou a requerente para afirmar que o documento ou a
coisa existe e se acha em poder da parte contrária. coisa existe e se acha em poder da parte contrária.
Art. 357. O requerido dará a sua resposta nos 5 Art. 398. O requerido dará a sua resposta nos cinco
(cinco) dias subseqüentes à sua intimação. Se dias subsequentes a sua intimação.
afirmar que não possui o documento ou a coisa, o Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não
juiz permitirá que o requerente prove, por possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que
qualquer meio, que a declaração não corresponde o requerente prove, por qualquer meio, que a
à verdade. declaração não corresponde à verdade.
Art. 358. O juiz não admitirá a recusa: Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:
I - se o requerido tiver obrigação legal de exibir; I – o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II - se o requerido aludiu ao documento ou à II – o requerido tiver aludido ao documento ou à
coisa, no processo, com o intuito de constituir coisa, no processo, com o intuito de constituir
prova; prova;
III - se o documento, por seu conteúdo, for III – o documento, por seu conteúdo, for comum às
comum às partes. partes.
Art. 359. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como
como verdadeiros os fatos que, por meio do verdadeiros os fatos que, por meio do documento
documento ou da coisa, a parte pretendia provar: ou da coisa, a parte pretendia provar se:
I - se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer I – o requerido não efetuar a exibição, nem fizer
qualquer declaração no prazo do art. 357; qualquer declaração no prazo do art. 398;
II - se a recusa for havida por ilegítima. II – a recusa for havida por ilegítima.
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode
adotar medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias para que o
documento seja exibido.
Art. 360. Quando o documento ou a coisa estiver Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver
em poder de terceiro, o juiz mandará citá-lo para em poder de terceiro, o juiz ordenará sua citação
responder no prazo de 10 (dez) dias. para responder no prazo de quinze dias.
Art. 361. Se o terceiro negar a obrigação de Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir
exibir, ou a posse do documento ou da coisa, o ou a posse do documento ou da coisa, o juiz
juiz designará audiência especial, tomando-lhe o designará audiência especial, tomando-lhe o
depoimento, bem como o das partes e, se depoimento, bem como o das partes e, se
necessário, de testemunhas; em seguida proferirá necessário, o de testemunhas, e em seguida
a sentença. proferirá decisão.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 95/159
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Art. 362. Se o terceiro, sem justo motivo, se Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se
recusar a efetuar a exibição, o juiz lhe ordenará recusar a efetuar a exibição, o juiz ordenar-lhe-á
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
que proceda ao respectivo depósito em cartório ou que proceda ao respectivo depósito em cartório ou
noutro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) em outro lugar designado, no prazo de cinco dias,
dias, impondo ao requerente que o embolse das impondo ao requerente que o ressarça pelas
despesas que tiver; se o terceiro descumprir a despesas que tiver.
ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem,
requisitando, se necessário, força policial, tudo o juiz expedirá mandado de apreensão,
sem prejuízo da responsabilidade por crime de requisitando, se necessário, força policial, sem
desobediência. prejuízo da responsabilidade por crime de
desobediência, pagamento de multa e outras
medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias necessárias para assegurar a
efetivação da decisão.
Art. 363. A parte e o terceiro se escusam de Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir,
exibir, em juízo, o documento ou a coisa: em juízo, o documento ou a coisa, se:
I - se concernente a negócios da própria vida da I – concernente a negócios da própria vida da
família; família;
II - se a sua apresentação puder violar dever de II – sua apresentação puder violar dever de honra;
honra;
III - se a publicidade do documento redundar em III – sua publicidade redundar em desonra à parte
desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus ou ao terceiro, bem como a seus parentes
parentes consanguíneos ou afins até o terceiro consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes
grau; ou lhes representar perigo de ação penal; representar perigo de ação penal;
IV - se a exibição acarretar a divulgação de fatos, IV – sua exibição acarretar a divulgação de fatos a
a cujo respeito, por estado ou profissão, devam cujo respeito, por estado ou profissão, devam
guardar segredo; guardar segredo;
V - se subsistirem outros motivos graves que, V – subsistirem outros motivos graves que,
segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a
recusa da exibição. recusa da exibição;
VI – houver disposição legal que justifique a recusa
da exibição.
Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os
ns. I a V disserem respeito só a uma parte do incisos I a VI do caput disserem respeito a apenas
conteúdo do documento, da outra se extrairá uma uma parcela do documento, a parte ou terceiro
suma para ser apresentada em juízo. exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída
cópia reprográfica, de tudo sendo lavrado auto
circunstanciado.
Autoria
Autor do documento é a pessoa a quem se atribui sua formação.
É considerado autor do documento não só quem o forma materialmente para
si, mas também quem o faz formar por outrem para si. Nessa segunda hipótese alguém
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manda outrem compor o documento para si. Ainda que eu solicite a confecção de um recibo
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
por um contador ou secretário, eu sou o autor desse documento particular.
Temos ainda como autor do documento aquele que o forma no exercício da
atividade de documentador, por força de função na qual é investido pelo Estado.
Assim, autor do documento público também pode ser o oficial público que o
forma. No entanto, a formação do documento se dá no interesse de outras pessoas. Os
efeitos jurídicos do documento aproveitarão a quem solicitou sua formação ao oficial
público. Aqui, portanto, no sentido estrito, autor é o notário. Mas num sentido amplo, a
autoria do documento também pode ser atribuída ao interessado ou interessados na
representação do ato ou do negócio jurídico.
Pode ser feita então a distinção entre autor intelectual e autor material do
documento.
Autor intelectual ou autor propriamente dito é quem procura produzir
com o documento determinados efeitos jurídicos e a quem tais efeitos aproveitarão. O
documento foi formado em proveito dele.
De outro lado, entende-se por autor material aquele que de fato e
materialmente elaborou o documento.
Em se tratando de documento particular normalmente há coincidência entre o
seu autor intelectual e material.
No que tange ao documento público, autor intelectual é aquele que procurou
o oficial para a lavratura; este oficial será o autor material.
A autoria do documento particular vem destacada nos artigos 371 do CPC/73
e 410 do CPC/2015.
Visto sob o aspecto de sua autoria, em sentido estrito, o documento pode ser
classificado como público ou privado (ou particular).
Público: formado por quem esteja no exercício de uma função pública que o
autorize a formá-lo. Assim, serão públicos todos os documentos formados por um agente
público, ou seja, por quem tenha fé pública, nos limites de sua competência.
Privado ou particular: formado por um particular ou mesmo por um oficial
público que não aja nessa qualidade.
Sob o prisma da autoria o documento pode ainda ser classificado como
autógrafo e heterógrafo.
Autógrafo: quando há coincidência entre o autor do documento e o autor do
fato documentado (escritos particulares em geral).
Heterógrafo: autor do documento, em sentido estrito, é terceiro em relação
ao autor do fato documentado (documentos públicos em geral).
Conteúdo do documento
Os documentos reproduzem normalmente uma declaração de ciência ou de
vontade. Fala-se, então, em documentos declarativos.
E, conforme as declarações reproduzidas sejam de ciência ou de vontade, os
documentos são considerados narrativos (declarações de ciência acerca de um fato) ou
constitutivos (encerram declarações de vontade, criando, extinguindo ou modificando uma
relação jurídica).
Duas outras questões ligadas diretamente à autoria do documento merecem
atenção: a subscrição e a autenticidade.
Subscrição
Não é suficiente a indicação no documento de quem seja seu autor; é preciso
que se comprove a autoria do documento.
Essa prova se tem com a subscrição, que consiste no lançamento da
assinatura do seu autor ao pé do documento.
Assim, a subscrição indica e prova a autoria do documento.
Normalmente os documentos escritos são assinados pelo seu autor. Mas há
documentos que também tem eficácia probatória e não contêm subscrição (registros
domésticos, como agendas, diários, etc. e livros empresariais).
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 98/159
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Autenticidade
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
Entende-se por autenticidade a certeza de que o documento proveio do autor
nele indicado.
Do fato da subscrição não se extrai a certeza de que seja autêntico o
documento. Há possibilidade de ser falsa a indicação da autoria.
Da subscrição ou assinatura decorre apenas a autoria aparente.
Apenas quando se confirma a coincidência entre a autoria aparente e a real é
possível falar em documento autêntico.
Num sentido estrito, consideram-se autênticos apenas os documentos
públicos; estes encerram uma presunção de autenticidade.
De ordinário, os documentos particulares, cuja autenticidade necessita
de confirmação, não são considerados autênticos. Provada a sua autenticidade, fala-se
em documento autenticado (v. arts. 369 e 372 do CPC/73 e 411 do CPC/2015).
Resumindo o exposto, é possível definir uma classificação geral dos
documentos:
No que tange a autoria os documentos podem ser: públicos ou privados;
autógrafos e heterógrafos; assinados ou não assinados; autênticos e autenticados.
Quanto ao meio de sua formação podem ser: escritos, gráficos e diretos (ou
estampados).
Quanto ao seu conteúdo, os documentos podem ser narrativos ou
constitutivos.
Documento e instrumento
O documento, quando especialmente preparado para a prova de um ato ou
negócio jurídico, denomina-se instrumento.
Instrumento é, destarte, espécie do gênero documento, sendo mencionado no
Código Civil nos artigos 215 e 221; tem por finalidade criar, extinguir ou modificar uma
relação jurídica, servindo-lhe de prova. Presta-se, portanto, a tornar exequível um ato.
Os instrumentos podem ser públicos ou particulares, conforme sejam
formados por oficial público no exercício de suas funções ou por particulares.
Instrumentos Públicos: testamento público, instrumento público de
mandato, escritura pública de compra e venda de imóvel, ato de nomeação de funcionário,
sentença judicial, auto de penhora, etc.
Instrumentos Particulares: títulos cambiais, instrumento particular de
mandato, compromisso de compra e venda, etc.
Documentos, em sentido estrito, são escritos que, não sendo prova pré-
constituída do ato, oferecem, contudo, elementos para prová-lo (definição de João Mendes
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 99/159
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Importante:
O juiz não pode formar sua convicção contra o teor de documento público,
louvando-se em outra prova.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 100/159
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reproduções mecânicas ou eletrônicas (v. arts. 374 a 382 do CPC/73 e 413 a 421 do
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
CPC/2015).
OBS.: registros domésticos são apontamentos escritos pela parte, mas não
assinados; representam anotações, memórias, diários, agendas, relacionados com a vida
profissional ou privada do autor; fazem prova apenas contra quem os escreveu.
Vale em benefício do devedor, independentemente de assinatura, a nota
escrita pelo credor em qualquer parte do documento representativo da obrigação (v. arts. 377
do CPC/73 e 416 do CPC/2015). Tem eficácia apenas anotações favoráveis ao devedor.
Os livros empresariais provam contra seu autor, ainda que irregulares;
provam também a seu favor no litígio entre empresários se preencherem os requisitos
exigidos em lei; nas ações de natureza civil, os livros fazem prova a favor do empresário se
seus lançamentos forem corroborados por outros documentos que por si só não façam prova
suficiente do fato controvertido; prevalece a regra da indivisibilidade da escrituração.
É admissível a exibição em juízo de livros empresariais e de documentos do
arquivo do empresário?
Sim; mas a exibição integral só tem lugar nas hipóteses previstas nos artigos
381 do CPC/73 e 420 do CPC/2015.
Normalmente o exame de livros e documentos do empresário em ação
judicial fica limitado às transações entre os litigantes, ou seja, o exame se verifica na parte
que interessa à questão posta em juízo (v. arts. 382 do CPC/73 e 421 do CPC/2015, bem
como a Súmula 260 do STF); nessa hipótese a exibição pode ser ordenada de ofício ou a
requerimento do interessado.
Art. 378. Os livros comerciais provam contra o Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu
seu autor. É lícito ao comerciante, todavia, autor, sendo lícito ao empresário, todavia,
demonstrar, por todos os meios permitidos em demonstrar, por todos os meios permitidos em
direito, que os lançamentos não correspondem à direito, que os lançamentos não correspondem à
verdade dos fatos. verdade dos fatos.
Art. 379. Os livros comerciais, que preencham os Art. 418. Os livros empresariais que preencham os
requisitos exigidos por lei, provam também a requisitos exigidos por lei provam a favor do seu
favor do seu autor no litígio entre comerciantes. autor no litígio entre empresários.
Art. 380. A escrituração contábil é indivisível: se Art. 419. A escrituração contábil é indivisível e, se
dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são
favoráveis ao interesse de seu autor e outros Ihe favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são
são contrários, ambos serão considerados em contrários, ambos serão considerados em conjunto,
conjunto como unidade. como unidade.
Art. 381. O juiz pode ordenar, a requerimento da Art. 420. O juiz pode ordenar, a requerimento da
parte, a exibição integral dos livros comerciais e parte, a exibição integral dos livros empresariais e
dos documentos do arquivo: dos documentos do arquivo:
I - na liquidação de sociedade; I – na liquidação de sociedade;
II - na sucessão por morte de sócio; II – na sucessão por morte de sócio;
III - quando e como determinar a lei. III – quando e como determinar a lei.
Art. 382. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a Art. 421. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a
exibição parcial dos livros e documentos, exibição parcial dos livros e dos documentos,
extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio,
bem como reproduções autenticadas. bem como reproduções autenticadas.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 104/159
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destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois
dos articulados, ou para contrapô-los aos que dos articulados ou para contrapô-los aos que foram
Resumo alunos completo - agosto-2017
foram produzidos nos autos.
- processo e procedime…
produzidos nos autos.
Parágrafo único. Admite-se também a juntada
posterior de documentos formados após a petição
inicial ou a contestação, bem como dos que se
tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis
após esses atos, cabendo à parte que os produzir
comprovar o motivo que a impediu de juntá-los
anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer
caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o
art. 5º.
mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que que se trata de extrato fiel do que consta em seu
consta em seu banco de dados ou do documento banco de dados ou do documento digitalizado.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
digitalizado.
Desentranhamento de documentos
O documento, uma vez produzido, se incorpora ao processo, passando a
constituir parte integrante deste.
Não pode ser dispensado antes de proferida a sentença e seu trânsito em
julgado, a não ser que a parte contrária concorde e o juiz o autorize.
O desentranhamento tem lugar, no entanto, se os documentos são
impertinentes ou produzidos intempestivamente.
OBS.: o processo moderno é informado pelo princípio da aquisição
processual ou da comunhão da prova. É irrelevante quem tenha trazido a prova aos autos.
Ela passa a pertencer ao processo e deverá ser avaliada pelo juiz independentemente de ter
origem na atividade deste ou daquele litigante.
O princípio aludido admite que a parte produza prova contra si mesma,
devendo o juiz tomá-la em consideração no julgamento da lide.
Nesse sentido é explícito o artigo 371 do CPC/2015: “O juiz apreciará a prova
constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na
decisão as razões da formação de seu convencimento.” (g.n.)
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Art. 367. O documento, feito por oficial público Art. 407. O documento feito por oficial público
incompetente, ou sem a observância das incompetente ou sem a observância das
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formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, formalidades legais, sendo subscrito pelas partes,
tem a mesma eficácia probatória do documento tem a mesma eficácia probatória do documento
particular. particular.
CPC/73 CPC/2015
Art. Resumo
388. Cessa a féalunos completo
do documento - agosto-2017
particular Art. 428. Cessa- processo e procedime…
a fé do documento particular
quando: quando:
I - lhe for contestada a assinatura e enquanto não I – lhe for impugnada a autenticidade e enquanto
se lhe comprovar a veracidade; não se comprovar sua veracidade;
II - assinado em branco, for abusivamente II – assinado em branco, for impugnado o seu
preenchido. conteúdo, por preenchimento abusivo.
Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele, Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele que
que recebeu documento assinado, com texto não recebeu documento assinado com texto não escrito
escrito no todo ou em parte, o formar ou o no todo ou em parte o formar ou o completar por si
completar, por si ou por meio de outrem, violando ou por meio de outrem, violando o pacto feito com
o pacto feito com o signatário. o signatário.
ARGUIÇÃO DE FALSIDADE
Consiste na provocação do órgão jurisdicional para declarar a falsidade de
documento.
Pode verificar-se com finalidade preventiva, instaurando-se processo
autônomo (v. ação de conhecimento meramente declaratória prevista nos arts. 4º, II, do
CPC/73 e 19, II, do CPC/2015); ou então como incidente, no curso do processo em que foi
produzido o documento (v. arts. 390 a 395 do CPC/73 e 430 a 433 do CPC/2015).
Amplia-se, no caso de arguição incidente, o thema decidendum, pois o juiz,
além de solucionar a lide pendente, irá se pronunciar quanto a falsidade ou a autenticidade
do documento.
A arguição incidente é admitida em qualquer tempo ou grau de jurisdição (no
juízo de primeiro grau ou nos tribunais), respeitadas as limitações quanto a prazos,
estabelecidas no CPC; somente pode ser instaurado o incidente de falsidade em relação
a falsidade material, ou seja, quando houver vício na elaboração física do documento;
pode referir-se a documentos públicos ou particulares.
Eventual controvérsia quanto a veracidade dos fatos documentados, ensejará
à parte interessada a possibilidade de demonstrar, pelos meios de prova pertinentes, que
outra era a realidade; não é caso, portanto, de instaurar incidente de falsidade.
Esse incidente de falsidade, tal como concebido no CPC vigente, constitui
verdadeira ação declaratória incidental, devendo então o juiz declarar, no dispositivo da
sentença, se o documento é falso ou autêntico; e essa declaração judicial será então
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acobertada pela coisa julgada material, impedindo que a questão do falsum assim decidida
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
seja reavivada em outro processo.
OBS. IMPORTANTE: no novo CPC a parte pode também invocar a
falsidade documental apenas como fundamento de defesa, ou seja, sem deflagrar o
incidente de falsidade; e nesse caso a decisão a respeito constará apenas da parte de
fundamentação da sentença, que não é alcançada pela coisa julgada material (v. art.
436, III, do CPC/2015); desse modo, ao arguir a falsidade, a parte deve explicitar se
pretende que esta seja resolvida como questão principal, nos termos do inciso II do art.
19 do CPC/2015; assim, a parte estará suscitando a falsidade como fundamento de
uma ação declaratória incidental.
A arguição de falsidade deve ser suscitada pelo réu na contestação (diante de
documentos exibidos com a petição inicial), na réplica pelo autor (em face de documentos
que instruíram a contestação) ou no prazo legal, contado a partir da intimação da juntada do
documento aos autos; no caso de apresentação de documentos após o ajuizamento da inicial
e o oferecimento da contestação ou da réplica, o CPC/73 estabelecia o prazo de 10 dias para
suscitar o incidente, enquanto o novo CPC fixa prazo de 15 dias.
Instaurado o incidente, a parte que produziu o documento será intimada para
responder; o CPC/73 estabelecia prazo de 10 dias para tanto; o novo CPC fixa prazo de 15
dias; segue-se então, normalmente, a realização de perícia; não se procederá ao exame
pericial se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo.
No novo CPC não se reproduz a regra de que o juiz suspenderá o processo
principal logo que for suscitado o incidente (v. art. 394 do CPC/73).
Importante: na disciplina do CPC de 1973, o incidente estava previsto
apenas para que a coisa julgada material alcançasse a solução judicial no que toca à
falsidade documental suscitada no curso do processo; era uma espécie de ação declaratória
incidental, de modo a obter-se a eficácia da coisa julgada sobre a solução do pedido inicial e
também sobre a questão superveniente da falsidade. O fato da não instauração do incidente
não impedia que o juiz reconhecesse a falsidade ao motivar sua decisão sobre a lide
principal. O reconhecimento eventual do “falsum” figuraria apenas entre as razões de
decidir, na parte de fundamentação, não se revestindo, daí, da imutabilidade que caracteriza
a coisa julgada material.
No novo CPC, o art. 433 define precisamente que apenas quando suscitada
como questão principal (v. art. 430, parágrafo único), a declaração sobre a falsidade do
documento constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a
autoridade da coisa julgada material.
CPC/73 CPC/2015
Da Arguição de Falsidade Da Arguição de Falsidade
Art. 390. O incidente de falsidade tem lugar em Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na
qualquer tempo e grau de jurisdição, incumbindo contestação, na réplica ou no prazo de quinze dias,
à parte, contra quem foi produzido o documento,
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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
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ser complementada em audiência com a inquirição de testemunhas, mas não pode ser por ela
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substituída.
No CPC/73, vinha estabelecida restrição ao cabimento da prova
exclusivamente testemunhal (v. art. 401 do CPC/73); não se admitia prova exclusivamente
testemunhal para comprovar a existência de contrato cujo valor exceda o décuplo do salário
mínimo vigente ao tempo em que foi celebrado; essa regra, aplicável à prova dos contratos,
era extensiva à prova do pagamento e da remissão de dívida (v. art. 403 do CPC/73).
O CPC/2015 não reproduz tais disposições, de modo a afastar situações de
enriquecimento sem causa; muitas vezes, embora inexista contrato escrito, pode ter
ocorrido, por exemplo, prestação de serviços de valor expressivo e, desse modo, não deve
ser de todo afastada a possibilidade de se produzir prova oral idônea.
De toda sorte, mesmo nos casos em que o direito material exige prova escrita
da obrigação, a parte pode se valer da prova testemunhal como subsidiária ou complementar
da prova literal, ou seja, sempre que haja “começo de prova por escrito”; considera-se
“começo de prova por escrito” o documento emanado da parte contra quem se pretende
produzir prova; deve existir, então, prova escrita capaz de demonstrar a verossimilhança da
indicação da celebração do contrato, ou ainda do pagamento ou da remissão da dívida (v.
arts. 402, I, CPC/73 e 444 do CPC/2015).
A prova exclusivamente testemunhal é admitida, outrossim, quando há
impossibilidade material ou moral de obter prova escrita da obrigação (v. arts. 402, II,
CPC/73 e 445 do CPC/2015); como por exemplo, nas obrigações em caso de parentesco,
especialmente entre pais e filhos, e quando referente a obrigações entre médicos e seus
clientes (impossibilidade moral).
Normalmente não se admite prova exclusivamente testemunhal contra ou
além do conteúdo do documento escrito; não se pode desconstituir com simples prova
testemunhal as convenções estabelecidas entre as partes constantes de um instrumento.
Mas é possível recorrer a prova testemunhal para contrariar a sinceridade das
declarações documentadas e perquirir as causas e a origem da escritura; qualquer que seja o
valor do contrato, será sempre admissível à parte inocente demonstrar a presença de
simulação ou vícios do consentimento mediante produção de prova exclusivamente
testemunhal (v. arts. 404 do CPC/73 e 446 do CPC/2015).
CPC/73 CPC/2015
Da Admissibilidade e do Valor da Prova Da Admissibilidade e do Valor da Prova
Testemunhal Testemunhal
Art. 400. A prova testemunhal é sempre Art. 442. A prova testemunhal é sempre
admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O admissível, não dispondo a lei de modo diverso.
juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de
fatos: testemunhas sobre fatos:
I - já provados por documento ou confissão da I – já provados por documento ou confissão da
parte; parte;
II - que só por documento ou por exame pericial II – que só por documento ou por exame pericial
puderem ser provados. puderem ser provados.
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relativa ao estado da pessoa, não se puder relativa ao estado da pessoa, não se puder obter
obter de outro modo a prova, que o juiz repute de outro modo a prova que o juiz repute
Resumo alunos completo - agosto-2017
necessária ao julgamento do mérito;
- processo e procedime…
necessária ao julgamento do mérito;
II - o que é parte na causa; II – o que é parte na causa;
III - o que intervém em nome de uma parte, como III – o que intervém em nome de uma parte, como
o tutor na causa do menor, o representante legal o tutor na causa do menor, o representante legal da
da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros, pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que
que assistam ou tenham assistido as partes. assistam ou tenham assistido as partes.
o
§ 3 São suspeitos: § 3º São suspeitos:
I - o condenado por crime de falso testemunho,
havendo transitado em julgado a sentença;
II - o que, por seus costumes, não for digno de fé;
III - o inimigo capital da parte, ou o seu amigo I – o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
íntimo;
IV - o que tiver interesse no litígio. II – o que tiver interesse no litígio.
§ 4o Sendo estritamente necessário, o juiz § 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o
ouvirá testemunhas impedidas ou suspeitas; depoimento das testemunhas menores,
mas os seus depoimentos serão prestados impedidas ou suspeitas.
independentemente de compromisso (art. 415) § 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão
e o juiz lhes atribuirá o valor que possam prestados independentemente de compromisso,
merecer. e o juiz lhes atribuirá o valor que possam
merecer.
Obrigações da testemunha:
1) comparecer em juízo, desde que intimada para tanto; a parte pode
comprometer-se a levar a testemunha à audiência, independentemente de intimação,
presumindo-se, caso ela não compareça, que desistiu de ouvi-la (v. arts. 412 do CPC/73 e
455, § 2º, do CPC/2015);
a testemunha pode ser conduzida coercitivamente se, intimada, deixar de
comparecer sem motivo justificado, respondendo ainda pelas despesas do adiamento (v. arts.
412, caput, do CPC/73 e 455, § 5º, do CPC/2015).
No CPC/73, a intimação da testemunha se dava pela via judicial, utilizando-
se usualmente o correio (carta sob registro e com entrega em mão própria), quando ela tiver
residência certa; militares e funcionários públicos eram requisitados ao comandante da
corporação ou ao chefe da repartição, expedindo-se ofício para tanto;
No CPC/2015 temos importante inovação na disciplina da intimação da
testemunha para comparecer em juízo e depor; como regra, cabe ao advogado da parte que
arrolou a testemunha providenciar a sua intimação, mediante carta com aviso de
recebimento; cumpre ainda ao advogado juntar aos autos, pelo menos 3 dias antes da
audiência de instrução e julgamento, cópia da correspondência de intimação e do
comprovante de recebimento; assim, a intimação pela via judicial torna-se exceção (tem
lugar apenas: quando o advogado não lograr êxito na intimação que empreendeu; diante de
situação de necessidade, devidamente demonstrada ao juiz; quando figurar no rol servidor
público ou militar; quando a testemunha for arrolada pelo Ministério Público ou pela
Defensoria Pública; a testemunha for autoridade pública que deve ser inquirida em sua
residência ou onde exerce a sua função); observação importante: a inércia do advogado na
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realização da intimação a que se refere o § 1º do art. 455 do CPC/2015 faz presumir que a
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parte desistiu da inquirição da testemunha.
CPC/73 CPC/2015
Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou
intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da
hora e do local da audiência designada,
dispensando-se a intimação do juízo.
Art. 412.
§ 3o A intimação poderá ser feita pelo correio, sob § 1º A intimação deverá ser realizada por carta com
registro ou com entrega em mão própria, quando a aviso de recebimento, cumprindo ao advogado
testemunha tiver residência certa. juntar aos autos, com antecedência de pelo menos
três dias da data da audiência, cópia da
correspondência de intimação e do comprovante de
recebimento.
Art. 412.
§ 1o A parte pode comprometer-se a levar à § 2º A parte pode comprometer-se a levar à
audiência a testemunha, independentemente de audiência a testemunha, independentemente da
intimação; presumindo-se, caso não compareça, intimação de que trata o § 1º, presumindo-se, caso
que desistiu de ouvi-la. a testemunha não compareça, que a parte desistiu
de sua inquirição.
§ 3º A inércia na realização da intimação a que se
refere o § 1º importa desistência da inquirição da
testemunha.
§ 4º A intimação será feita pela via judicial quando:
I – frustrada a intimação prevista no § 1º deste
artigo ou quando sua necessidade for devidamente
demonstrada pela parte ao juiz;
Art. 412. II – quando figurar no rol de testemunhas servidor
público ou militar, hipótese em que o juiz o
§ 2o Quando figurar no rol de testemunhas
requisitará ao chefe da repartição ou ao comando
funcionário público ou militar, o juiz o requisitará
do corpo em que servir;
ao chefe da repartição ou ao comando do corpo
em que servir.
III – a testemunha houver sido arrolada pelo
Ministério Público ou pela Defensoria Pública;
IV – a testemunha for uma daquelas previstas no
art. 454.
Art. 412. A testemunha é intimada a comparecer à § 5º A testemunha que, intimada na forma do § 1º
audiência, constando do mandado dia, hora e ou do § 4º, deixar de comparecer sem motivo
local, bem como os nomes das partes e a natureza justificado, será conduzida e responderá pelas
da causa. Se a testemunha deixar de comparecer, despesas do adiamento.
sem motivo justificado, será conduzida,
respondendo pelas despesas do adiamento.
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Produção
O depoimento da testemunha é prestado, em princípio, na audiência de
instrução e julgamento, perante o juiz da causa.
As testemunhas são inquiridas após os esclarecimentos orais dos peritos e
dos depoimentos das partes (v. arts. 452 do CPC/73 e 361 do CPC/2015).
Art. 452. As provas serão produzidas na audiência Art. 361. As provas orais serão produzidas em
nesta ordem: audiência, ouvindo-se nesta ordem
preferencialmente:
I - o perito e os assistentes técnicos responderão I – o perito e os assistentes técnicos responderão
aos quesitos de esclarecimentos, requeridos no aos quesitos de esclarecimentos requeridos no
prazo e na forma do art. 435; prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos
anteriormente por escrito;
II - o juiz tomará os depoimentos pessoais, II – o autor e, em seguida, o réu, que prestarão
primeiro do autor e depois do réu; depoimentos pessoais;
III - finalmente, serão inquiridas as testemunhas III – as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu,
arroladas pelo autor e pelo réu. que serão inquiridas.
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CPC/73 CPC/2015
Art. 336. Salvo disposição especial em contrário, Art. 449. Salvo disposição especial em contrário,
as provas devem ser produzidas em audiência. as testemunhas devem ser ouvidas na sede do juízo.
Parágrafo único. Quando a parte, ou a testemunha, Parágrafo único. Quando a parte ou a testemunha,
por enfermidade, ou por outro motivo relevante, por enfermidade ou por outro motivo relevante,
estiver impossibilitada de comparecer à audiência, estiver impossibilitada de comparecer, mas não de
mas não de prestar depoimento, o juiz designará, prestar depoimento, o juiz designará, conforme as
conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la.
inquiri-la.
Art. 410. As testemunhas depõem, na audiência Art. 453. As testemunhas depõem, na audiência de
de instrução, perante o juiz da causa, exceto: instrução e julgamento, perante o juiz da causa,
exceto:
I - as que prestam depoimento antecipadamente; I – as que prestam depoimento antecipadamente;
II - as que são inquiridas por carta; II – as que são inquiridas por carta.
III - as que, por doença, ou outro motivo
relevante, estão impossibilitadas de comparecer
em juízo (art. 336, parágrafo único);
IV - as designadas no artigo seguinte.
§ 1º A oitiva de testemunha que residir em
comarca, seção ou subseção judiciárias diversa
daquela onde tramita o processo poderá ser
realizada por meio de videoconferência ou outro
recurso tecnológico de transmissão de sons e
imagens em tempo real, o que poderá ocorrer,
inclusive, durante a audiência de instrução e
julgamento.
§2º Os juízos deverão manter equipamento para a
transmissão e recepção dos sons e imagens a que se
refere o § 1º.
Art. 411. São inquiridos em sua residência, ou Art. 454. São inquiridos em sua residência ou onde
onde exercem a sua função: exercem sua função:
I - o Presidente e o Vice-Presidente da República; I – o presidente e o vice-presidente da República;
II - o presidente do Senado e o da Câmara dos
Deputados;
III - os ministros de Estado; II – os ministros de Estado;
IV - os ministros do Supremo Tribunal Federal, III – os ministros do Supremo Tribunal Federal, os
do Superior Tribunal de Justiça, do Superior conselheiros do Conselho Nacional de Justiça, os
Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, ministros do Superior Tribunal de Justiça, do
do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior
Contas da União; Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho e do
Tribunal de Contas da União;
V - o procurador-geral da República; IV – o procurador-geral da República e os
conselheiros do Conselho Nacional do Ministério
Público;
V – o advogado-geral da União, o procurador-geral
do Estado, o procurador-geral do Município, o
defensor público-geral federal e o defensor
público-geral do Estado;
Vl - os senadores e deputados federais; VI – os senadores e os deputados federais;
Vll - os governadores dos Estados, dos Territórios VII – os governadores dos Estados e do Distrito
e do Distrito Federal; Federal;
VIII – o prefeito;
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fatos, o juiz dispensará a testemunha ou lhe tomará o depoimento como informante, ou seja,
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independentemente do compromisso de dizer a verdade; a testemunha, por sua vez, pode
requerer ao juiz que a escuse de depor, alegando os motivos previstos no próprio CPC.
CPC/73 CPC/2015
Art. 414. Antes de depor, a testemunha será Art. 457. Antes de depor, a testemunha será
qualificada, declarando o nome por inteiro, a qualificada, declarará ou confirmará seus dados e
profissão, a residência e o estado civil, bem como informará se tem relações de parentesco com a
se tem relações de parentesco com a parte, ou parte ou interesse no objeto do processo.
interesse no objeto do processo.
§ 1o É lícito à parte contraditar a testemunha, § 1º É lícito à parte contraditar a testemunha,
arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a
suspeição. Se a testemunha negar os fatos que lhe suspeição, bem como, caso a testemunha negue os
são imputados, a parte poderá provar a contradita fatos que lhe são imputados, provar a contradita
com documentos ou com testemunhas, até três, com documentos ou com testemunhas, até três,
apresentada no ato e inquiridas em separado. apresentadas no ato e inquiridas em separado.
Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz § 2º Sendo provados ou confessados os fatos a que
dispensará a testemunha, ou lhe tomará o se refere o § 1º, o juiz dispensará a testemunha ou
depoimento, observando o disposto no art. 405, § lhe tomará o depoimento como informante.
4o.
§ 2o A testemunha pode requerer ao juiz que a § 3º A testemunha pode requerer ao juiz que a
escuse de depor, alegando os motivos de que trata escuse de depor, alegando os motivos previstos
o art. 406; ouvidas as partes, o juiz decidirá de neste Código, decidindo o juiz de plano, após
plano. ouvidas as partes.
ou desconto do tempo de serviço (v. arts. 419, parágrafo único, do CPC/73 e 463 do
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CPC/2015).
CPC/73 CPC/2015
Art. 415. Ao início da inquirição, a testemunha Art. 458. Ao início da inquirição, a testemunha
prestará o compromisso de dizer a verdade do que prestará o compromisso de dizer a verdade do que
souber e lhe for perguntado. souber e lhe for perguntado.
Parágrafo único. O juiz advertirá à testemunha Parágrafo único. O juiz advertirá à testemunha que
que incorre em sanção penal quem faz a incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa,
afirmação falsa, cala ou oculta a verdade. cala ou oculta a verdade.
Art. 416. O juiz interrogará a testemunha sobre os Art. 459. As perguntas serão formuladas pelas
fatos articulados, cabendo, primeiro à parte, que a partes diretamente à testemunha, começando pela
arrolou, e depois à parte contrária, formular que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que
perguntas tendentes a esclarecer ou completar o puderem induzir a resposta, não tiverem relação
depoimento. com as questões de fato objeto da atividade
probatória ou importarem repetição de outra já
respondida.
§ 1º O juiz poderá inquirir a testemunha tanto antes
quanto depois da inquirição feita pelas partes.
§ 1o As partes devem tratar as testemunhas com § 2º As testemunhas devem ser tratadas com
urbanidade, não lhes fazendo perguntas ou urbanidade, não se lhes fazendo perguntas ou
considerações impertinentes, capciosas ou considerações impertinentes, capciosas ou
vexatórias. vexatórias.
§ 2o As perguntas que o juiz indeferir serão § 3º As perguntas que o juiz indeferir serão
obrigatoriamente transcritas no termo, se a parte o transcritas no termo, se a parte o requerer.
requerer.
Art. 417. O depoimento, datilografado ou Art. 460. O depoimento poderá ser documentado
registrado por taquigrafia, estenotipia ou outro por meio de gravação.
método idôneo de documentação, será assinado § 1º. Quando digitado ou registrado por taquigrafia,
pelo juiz, pelo depoente e pelos procuradores, estenotipia ou outro método idôneo de
facultando-se às partes a sua gravação. documentação, o depoimento será assinado pelo
juiz, pelo depoente e pelos procuradores.
§ 1o O depoimento será passado para a versão § 2º Se houver recurso em processo em autos não
datilográfica quando houver recurso da sentença eletrônicos, o depoimento somente será digitado
ou noutros casos, quando o juiz o determinar, de quando for impossível o envio de sua
ofício ou a requerimento da parte. documentação eletrônica.
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Parágrafo único. O depoimento prestado em juízo Art. 463. O depoimento prestado em juízo é
é considerado serviço público. A testemunha, considerado serviço público.
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quando sujeita ao regime da legislação trabalhista, Parágrafo único. A testemunha, quando sujeita ao
não sofre, por comparecer à audiência, perda de regime da legislação trabalhista, não sofre, por
salário nem desconto no tempo de serviço. comparecer à audiência, perda de salário nem
desconto no tempo de serviço.
Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício
ofício, no prazo que lhe assina a lei, empregando no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda
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toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do sua diligência, podendo escusar-se do encargo
encargo alegando motivo legítimo. alegando motivo legítimo.
Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro § 1º A escusa será apresentada no prazo de quinze
de 5 (cinco) dias, contados da intimação ou do dias, contado da intimação, da suspeição ou do
impedimento superveniente, sob pena de se impedimento supervenientes, sob pena de renúncia
reputar renunciado o direito a alegá-la (art. 423). ao direito a alegá-la.
§ 2º Será organizada lista de peritos na vara ou
na secretaria, com disponibilização dos
documentos exigidos para habilitação à consulta
de interessados, para que a nomeação seja
distribuída de modo equitativo, observadas a
capacidade técnica e a área de conhecimento.
Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar
informações inverídicas, responderá pelos informações inverídicas responderá pelos prejuízos
prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em
2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e outras perícias no prazo de dois a cinco anos,
incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer. independentemente das demais sanções previstas
em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao
respectivo órgão de classe para adoção das medidas
que entender cabíveis.
Deveres do perito:
- aceitar o encargo, podendo escusar-se apenas se alegar justo motivo (v.
arts. 146 do CPC/73 e 157 do CPC/2015);
- respeitar os prazos (v. também arts. supra citados); pode ser substituído se
deixar de cumprir o encargo no prazo assinalado (v. arts. 424 do CPC/73 e 468 do
CPC/2015); além disso, o juiz deverá comunicar o ocorrido à corporação profissional
competente, podendo ainda impor multa conforme o valor da causa e o prejuízo ocasionado
ao andamento do feito; de acordo com o novo CPC, o perito substituído restituirá, no prazo
de 15 dias, os valores recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena de ficar impedido de
atuar como perito judicial pelo prazo de 5 anos;
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Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do
assistente técnico que houver indicado; a do perito assistente técnico que houver indicado, sendo a do
será paga pela parte que houver requerido o perito adiantada pela parte que houver requerido a
exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas perícia ou rateada quando a perícia for determinada
as partes ou determinado de ofício pelo juiz. de ofício ou requerida por ambas as partes.
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a § 1º O juiz poderá determinar que a parte
parte responsável pelo pagamento dos honorários responsável pelo pagamento dos honorários do
do perito deposite em juízo o valor perito deposite em juízo o valor correspondente.
correspondente a essa remuneração. O numerário,
recolhido em depósito bancário à ordem do juízo § 2º A quantia recolhida em depósito bancário à
e com correção monetária, será entregue ao perito ordem do juízo será corrigida monetariamente e
após a apresentação do laudo, facultada a sua paga de acordo com o art. 465, § 4º.
liberação parcial, quando necessária.
§ 3º Quando o pagamento da perícia for de
responsabilidade de beneficiário de gratuidade da
justiça, ela poderá ser:
I - custeada com recursos alocados no orçamento
do ente público e realizada por servidor do Poder
Judiciário ou por órgão público conveniado;
II - paga com recursos alocados no orçamento da
União, do Estado ou do Distrito Federal, no caso de
ser realizada por particular, hipótese em que o valor
será fixado conforme tabela do tribunal respectivo
ou, em caso de sua omissão, do Conselho Nacional
de Justiça;
§ 4º Na hipótese do § 3º, o juiz, após o trânsito em
julgado da decisão final, oficiará a Fazenda Pública
para que promova, contra quem tiver sido
condenado ao pagamento das despesas processuais,
a execução dos valores gastos com a perícia
particular ou com a utilização de servidor público
ou da estrutura de órgão público, observando-se,
caso o responsável pelo pagamento das despesas
seja beneficiário de gratuidade da justiça, o
disposto no art. 98, § 2º.
§ 5º Para fins de aplicação do § 3º, é vedada a
utilização de recursos do fundo de custeio da
Defensoria Pública.
Espécies de perícia
A prova pericial pode consistir em exame, vistoria ou avaliação (v. arts. 420
do CPC/73 e 464 do CPC/2015).
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Admissibilidade da perícia
Só é admissível a perícia quando da prova do fato depender de conhecimento
técnico ou científico.
O juiz deve indeferir a perícia quando:
- a prova do fato não depender do concurso de técnico;
- for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
- a verificação for impraticável (o fato é de natureza transitória e não pode
mais ser constatado);
Rege a matéria o princípio da utilidade da prova; para que se admita a perícia
é indispensável que o fato exista ou tenha existido, de modo que possa ser examinado direta
ou indiretamente; se o fato for de natureza transitória e não puder mais ser examinado,
porque não deixou vestígios, a perícia é impraticável, devendo ser indeferida; muitas vezes,
no entanto, se o fato estiver fixado no processo por meio idôneo (testemunhas ou
documentos), sobre ele poderão incidir as observações do técnico, procedendo-se à chamada
perícia indireta (v. perícias médicas indiretas realizadas em prontuários, exames de
imagem, fotografias, etc.).
Exemplo de perícia indireta: uma mulher se submeteu à cirurgia estética,
colocando próteses de silicone; diante do insucesso do procedimento, realizou nova cirurgia,
que corrigiu as sequelas originadas da primeira intervenção; após, moveu ação de
indenização contra o médico que realizou a primeira cirurgia, socorrendo-se da perícia
indireta para demonstrar os danos que suportou; o perito nomeado, para constatar eventual
erro médico, examinou os prontuários, exames de imagem, fotografias etc., produzindo
laudo.
Proposição da perícia
Normalmente é feita pela parte (autor propõe a realização da perícia na
petição inicial e o réu na contestação).
ADMISSÃO
No novo procedimento comum do CPC/2015, o juiz admitirá ou não a
perícia na decisão saneadora.
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PRODUÇÃO
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
Normalmente a perícia é realizada na fase instrutória da ação de
conhecimento; pode, no entanto, ser produzida antecipadamente (v. arts. 849 do CPC/73 e
381 a 383 do CPC/2015).
CPC/73 CPC/2015
Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no
imediato o prazo para a entrega do laudo. objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para
a entrega do laudo.
§ 1o Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, § 1º Incumbe às partes, dentro de quinze dias
contados da intimação do despacho de nomeação contados da intimação do despacho de nomeação
do perito: do perito:
I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito,
se for o caso;
I - indicar o assistente técnico; II – indicar o assistente técnico;
II - apresentar quesitos. III – apresentar quesitos.
§ 2o Quando a natureza do fato o permitir, a
perícia poderá consistir apenas na inquirição pelo
juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da
audiência de instrução e julgamento a respeito das
coisas que houverem informalmente examinado
ou avaliado.
§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará
em cinco dias:
I – proposta de honorários;
II – currículo, com comprovação de
especialização;
III – contatos profissionais, em especial o
endereço eletrônico, para onde serão dirigidas
as intimações pessoais.
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de
honorários, para, querendo, manifestar-se no
prazo comum de cinco dias, após o que, o juiz
arbitrará o valor, intimando-se as partes para os
fins do art. 95.
§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até
cinquenta por cento dos honorários arbitrados a
favor do perito no início dos trabalhos, devendo
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24.8.1992))
Resumo
Art. 431-A. As partes alunos completo
terão ciência - agosto-2017
da data e local - processo
Art. 474. As partes e data
terão ciência da procedime…
e do local
designados pelo juiz ou indicados pelo perito para designados pelo juiz ou indicados pelo perito para
ter início a produção da prova. ter início a produção da prova.
Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa, que Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que
abranja mais de uma área de conhecimento abranja mais de uma área de conhecimento
especializado, o juiz poderá nomear mais de um especializado, o juiz poderá nomear mais de um
perito e a parte indicar mais de um assistente perito e a parte indicar mais de um assistente
técnico. técnico.
Art. 432. Se o perito, por motivo justificado, não Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não
puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz
conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação
segundo o seu prudente arbítrio. pela metade do prazo originalmente fixado.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.455, de
24.8.1992)
Art. 433. O perito apresentará o laudo em Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no
cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 prazo fixado pelo juiz, pelo menos vinte dias antes
(vinte) dias antes da audiência de instrução e da audiência de instrução e julgamento.
julgamento.
Parágrafo único. Os assistentes técnicos § 1º As partes serão intimadas para, querendo,
oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no
(dez) dias, após intimadas as partes da prazo comum de quinze dias, podendo o assistente
apresentação do laudo. técnico de cada uma das partes, em igual prazo,
apresentar seu respectivo parecer.
§ 2º O perito do juízo tem o dever de, no prazo de
quinze dias, esclarecer ponto:
I – sobre o qual exista divergência ou dúvida de
qualquer das partes, do juiz ou do órgão do
Ministério Público;
II – divergente apresentado no parecer do assistente
técnico da parte.
Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do § 3º Se ainda houver necessidade de
perito e do assistente técnico, requererá ao juiz esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que
que mande intimá-lo a comparecer à audiência, mande intimar o perito ou o assistente técnico a
formulando desde logo as perguntas, sob forma de comparecer à audiência de instrução e julgamento,
quesitos. formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de
quesitos.
Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só § 4º O perito ou o assistente técnico será intimado
estarão obrigados a prestar os esclarecimentos a por meio eletrônico, com pelo menos dez dias de
que se refere este artigo, quando intimados 5 antecedência da audiência.
(cinco) dias antes da audiência.
Art. 434. Quando o exame tiver por objeto a Art. 478. Quando o exame tiver por objeto a
autenticidade ou a falsidade de documento, ou for autenticidade ou a falsidade de documento ou for
de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de natureza médico-legal, o perito será escolhido,
de preferência, entre os técnicos dos de preferência, entre os técnicos dos
estabelecimentos oficiais especializados. O juiz estabelecimentos oficiais especializados, a cujos
autorizará a remessa dos autos, bem como do diretores o juiz autorizará a remessa dos autos, bem
material sujeito a exame, ao diretor do como do material sujeito a exame.
estabelecimento.
§ 1º Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os
órgãos e as repartições oficiais deverão cumprir a
determinação judicial com preferência, no prazo
estabelecido.
§ 2º A prorrogação do prazo referido no § 1º pode
ser requerida motivadamente.
Parágrafo único. Quando o exame tiver por objeto § 3º Quando o exame tiver por objeto a
a autenticidade da letra e firma, o perito poderá autenticidade da letra e da firma, o perito poderá
requisitar, para efeito de comparação, documentos requisitar, para efeito de comparação, documentos
existentes em repartições públicas; na falta destes, existentes em repartições públicas e, na falta
poderá requerer ao juiz que a pessoa, a quem se destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa a quem
atribuir a autoria do documento, lance em folha de se atribuir a autoria do documento lance em folha
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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
papel, por cópia, ou sob ditado, dizeres diferentes, de papel, por cópia ou sob ditado, dizeres
para fins de comparação. diferentes, para fins de comparação.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
APRECIAÇÃO DO LAUDO
As conclusões do laudo oficial não vinculam o juiz; pode ele formar sua
convicção com base em outros elementos de prova constantes dos autos (v. art. 436 do
CPC/73 e 479 do CPC/2015).
Como é sabido, o juiz pode apreciar livremente as provas produzidas,
inexistindo hierarquia no sistema do CPC.
Pode o juiz, por exemplo, valer-se de outros pareceres técnicos e dados
oficiais sobre a matéria objeto da prova, inclusive depoimentos de outras pessoas
entendidas, coligidos em audiência; não pode, no entanto, valer-se de conhecimentos
pessoais.
A recusa ao laudo deve ser bem fundamentada.
É possível a realização de segunda perícia; cabe ao juiz avaliar a necessidade
de outra perícia; esta não substitui a primeira, a não ser que seja decretada a sua nulidade.
CPC/73 CPC/2015
Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de
pericial, podendo formar a sua convicção com acordo com o disposto no art. 371, indicando na
outros elementos ou fatos provados nos autos. sentença os motivos que o levaram a considerar ou
a deixar de considerar as conclusões do laudo,
levando em conta o método utilizado pelo perito.
Art. 437. O juiz poderá determinar, de ofício Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a
ou a requerimento da parte, a realização de requerimento da parte, a realização de nova
nova perícia, quando a matéria não lhe parecer perícia quando a matéria não estiver
suficientemente esclarecida. suficientemente esclarecida.
Art. 438. A segunda perícia tem por objeto os § 1º A segunda perícia tem por objeto os mesmos
mesmos fatos sobre que recaiu a primeira e fatos sobre os quais recaiu a primeira e destina-se a
destina-se a corrigir eventual omissão ou corrigir eventual omissão ou inexatidão dos
inexatidão dos resultados a que esta conduziu. resultados a que esta conduziu.
Art. 439. A segunda perícia rege-se pelas § 2º A segunda perícia rege-se pelas disposições
disposições estabelecidas para a primeira. estabelecidas para a primeira.
Parágrafo único. A segunda perícia não substitui a § 3º A segunda perícia não substitui a primeira,
primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de outra.
valor de uma e outra.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
- no art. 464, §§ 2º a 4º, o CPC/2015 disciplina uma prova técnica
simplificada, em substituição à perícia, quando o ponto controvertido for de menor
complexidade; esta, segundo as normas supra transcritas, consiste apenas na
inquirição de especialista pelo juiz em audiência; o especialista transmitirá então as
suas conclusões sobre a questão controvertida da causa que demanda especial
conhecimento científico ou técnico;
- e, no art. 471, o CPC/2015 disciplina uma perícia consensual, em que as
partes podem, de comum acordo, escolher o perito;
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Inspeção judicial (v. arts. 440 a 443 do CPC/73 e 481 a 484 do CPC/2015)
É regulada no Código como meio de prova.
Consiste na inspeção direta pelo juiz de pessoas e coisas, móveis ou imóveis,
a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à solução da lide.
Pode ser determinada de ofício ou a requerimento das partes, em qualquer
fase do procedimento.
Em princípio é considerada prova subsidiária, sendo realizada normalmente
após a produção de outras provas requeridas pelos litigantes.
A inspeção é via de regra facultativa; fica ao prudente arbítrio do juiz realizar
ou não a diligência.
No CPC há apenas um caso em que ela é obrigatória: o juiz deve examinar e
interrogar pessoalmente o interditando para avaliar o seu estado mental (v. arts. 1.181 do
CPC/73 e 751 do CPC/2015).
O juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos, que podem ser recusados
pelas partes em razão de impedimento ou suspeição.
E as partes podem acompanhar a inspeção com assistentes técnicos,
prestando esclarecimentos e fazendo observações.
A determinação é feita através de despacho nos autos, do qual deve constar o
que ou quem será inspecionado, a nomeação do perito que eventualmente participará da
diligência e a designação de dia hora e lugar para a sua realização.
A inspeção pode ser feita na sede do juízo ou no lugar onde se encontra a
pessoa ou a coisa.
Quando julgar necessário para melhor verificação dos fatos ou quando for
dificultosa ou onerosa a apresentação da pessoa ou coisa em juízo, o juiz irá ao local onde se
encontram.
Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado,
mencionando tudo quanto for útil ao julgamento da causa, podendo esse auto ser instruído
com desenho, gráfico ou fotografia; não sendo lavrado esse auto, a inspeção perde o seu
valor de prova.
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CPC/73 CPC/2015
Resumo alunos
Da Inspeção completo - agosto-2017
Judicial Da- Inspeção
processo e procedime…
Judicial
Art. 440. O juiz, de ofício ou a requerimento da Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da
parte, pode, em qualquer fase do processo, parte, pode, em qualquer fase do processo,
inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se
esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da esclarecer sobre fato que interesse à decisão da
causa. causa.
Art. 441. Ao realizar a inspeção direta, o juiz Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser
poderá ser assistido de um ou mais peritos. assistido por um ou mais peritos.
Art. 442. O juiz irá ao local, onde se encontre a Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a
pessoa ou coisa, quando: pessoa ou a coisa quando:
I - julgar necessário para a melhor verificação ou I – julgar necessário para a melhor verificação ou
interpretação dos fatos que deva observar; interpretação dos fatos que deva observar;
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo, II – a coisa não puder ser apresentada em juízo,
sem consideráveis despesas ou graves sem consideráveis despesas ou graves dificuldades;
dificuldades;
Ill - determinar a reconstituição dos fatos. III – determinar a reconstituição dos fatos.
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a Parágrafo único. As partes têm sempre direito a
assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e
fazendo observações que reputem de interesse fazendo observações que considerem de interesse
para a causa. para a causa.
Art. 443. Concluída a diligência, o juiz mandará Art. 484. Concluída a diligência, o juiz mandará
lavrar auto circunstanciado, mencionando nele lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo
tudo quanto for útil ao julgamento da causa. quanto for útil ao julgamento da causa.
Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com
desenho, gráfico ou fotografia. desenho, gráfico ou fotografia.
SENTENÇA
Os pronunciamentos do juiz podem consistir em sentenças, decisões
interlocutórias e despachos, desprovidos estes de conteúdo decisório.
A sentença, de acordo com o disposto no artigo 162, § 1°, do CPC/73, era o
ato do juiz que implicava alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 do CPC.
“Dada a circunstância de a Lei nº 11.232/2005, que corporifica o que podemos
chamar de Reforma da Execução, ter feito desaparecer o ‘processo’ de execução por quantia
certa que seguia ao ‘processo’ de conhecimento condenatório (que objetivava o pagamento de
quantia), transformado a ‘execução por quantia’ em mero prolongamento do ‘processo de
conhecimento condenatório’ (art. 475-J, caput), é que surgiu a necessidade de alteração do
conceito de sentença que vinha estampado no § 1º do art. 162. Se à luz do regime anterior,
sentença era o ato pelo qual o juiz sempre punha ‘termo ao processo, decidindo ou não o mérito
da causa’, a partir de 2006, sentença já não é necessariamente o ato que encerra o processo
(como visto, após a sentença condenatória a pagar quantia, o processo entra na fase de
execução, ou de ‘cumprimento da sentença’, como querem os arts. 475-I a 475-R), de sorte que
pareceu bem ao legislador reformista afirmar que sentença é o ato judicial ‘que implica alguma
das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei’. (...) O que se deve acentuar é que, com a
Reforma, a sentença deixa de ser necessariamente ato judicial de encerramento do
processo...” (v. “Código de Processo Civil Interpretado”, de Antônio Cláudio da Costa
Machado, 6ª edição, Manole, 2007).
Isso porque, sempre que houver necessidade de execução ou cumprimento do
julgado, ainda que apenas para perseguir o pagamento das verbas da sucumbência fixadas, a
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25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
relação processual não se extingue; prossegue-se nesta com os atos coativos necessários
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
para buscar a realização concreta do direito expresso no título judicial; fala-se então que a
sentença não é mais ato de encerramento do feito em todos os casos, podendo representar
ato de transição entre as fases cognitiva e executiva do processo de conhecimento.
Na verdade, não há, necessariamente, extinção da relação processual nem
mesmo quando proferida sentença terminativa, em que não há resolução do mérito da causa;
como já assinalado, a relação processual pode prosseguir na fase de execução, caso haja
condenação da parte ao pagamento de honorários advocatícios e reembolso de custas e
despesas processuais.
OBS.: essa diretriz se mantém no CPC/2015; apenas é de se observar que
o CPC/73 para identificar a sentença, dentre os diversos pronunciamentos do juiz, adotava o
critério do conteúdo (configuração de alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269,
que correspondem aos arts. 485 e 487 do CPC/2015); o CPC/2015 acrescenta outro critério,
que é a função da sentença: por fim a fase cognitiva do procedimento comum ou
extinguir a execução.
Registre-se que esse novo conceito de sentença, que leva em conta o critério
do seu conteúdo, tem por escopo melhor diferenciá-la (a sentença) de uma decisão
interlocutória; de acordo com o § 2º do art. 203 do novo CPC, decisão interlocutória é todo
pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º; no sistema do
CPC/2015 temos decisões interlocutórias de mérito, ou seja, decisões que versam sobre o
mérito, mas que não se prestam a encerrar a fase cognitiva do procedimento comum; é o
caso da decisão que decide parcialmente o mérito, na forma do art. 356[5]; logo, decisão
interlocutória não é mais simplesmente o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve
questão incidente, pois também pode referir-se ao mérito da causa, ainda que parcialmente.
Assim, os conceitos de decisão interlocutória e sentença estão ajustados à
nova realidade jurídico-processual.
CPC/73 CPC/2015
Dos Atos do Juiz Dos Pronunciamentos do Juiz
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão
sentenças, decisões interlocutórias e despachos. em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1º Sentença é o ato do juiz que implica § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos
alguma das situações previstas nos arts. 267 e procedimentos especiais, sentença é o
269 desta Lei. pronunciamento por meio do qual o juiz, com
fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase
cognitiva do procedimento comum, bem como
extingue a execução.
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o § 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento
juiz, no curso do processo, resolve questão judicial de natureza decisória que não se enquadre
incidente. no § 1º.
§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz § 3º São despachos todos os demais
praticados no processo, de ofício ou a pronunciamentos do juiz praticados no processo, de
requerimento da parte, a cujo respeito a lei não ofício ou a requerimento da parte.
estabelece outra forma.
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a § 4º Os atos meramente ordinatórios, como a
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OBS.: o art. 488 do CPC/2015 dá conta que: “desde que possível, o juiz
resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual
pronunciamento nos termos do art. 485”; procura dar efetividade ao princípio pelo qual não
há “nulidade sem prejuízo”; a ideia é dar relevância à vocação do processo de conhecimento
de gerar sentença de mérito; diante do caso concreto, o juiz deverá verificar se pode ser
superado o vício que conduziria à prolação de sentença sem resolução de mérito.
ESTRUTURA DA SENTENÇA
A eficácia da sentença depende do atendimento dos requisitos essenciais
previstos nos arts. 458 do CPC/73 e 489 do CPC/2015.
Art. 458. São requisitos essenciais da sentença: Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a
suma do pedido e da resposta do réu, bem como o identificação do caso, com a suma do pedido e da
registro das principais ocorrências havidas no contestação, bem como o registro das principais
andamento do processo; ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as II – os fundamentos, em que o juiz analisará as
questões de fato e de direito; questões de fato e de direito;
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III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as
questões, que as partes lhe submeterem. questões principais que as partes lhe submeterem.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados,
sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar
qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos
no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado
de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinção no caso
em julgamento ou a superação do entendimento.
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve
justificar o objeto e os critérios gerais da
ponderação efetuada, enunciando as razões que
autorizam a interferência na norma afastada e as
premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir
da conjugação de todos os seus elementos e em
conformidade com o princípio da boa-fé.
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Na sentença o juiz deve compor a lide tal como posta pelas partes, ou seja,
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nos limites dos pedidos formulados na ação e na reconvenção.
CPC/73 CPC/2015
Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de
favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem natureza diversa da pedida, bem como condenar a
como condenar o réu em quantidade superior ou parte em quantidade superior ou em objeto diverso
em objeto diverso do que lhe foi demandado. do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A sentença deve ser certa, ainda Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda
quando decida relação jurídica condicional. que resolva relação jurídica condicional.
Assim, não se admite:
Julgamento extra petita (matéria estranha à litiscontestatio) – corresponde à
sentença que decide causa diferente daquela posta em juízo, ou seja, sentença de natureza
diversa da pedida ou que condena o réu em objeto diverso do que foi demandado.
Exemplos: juiz decreta a resolução do contrato quando a pretensão era de anulação por vício
de vontade; embargos de terceiro em que o juiz desconstitui o título executivo. Nesses casos
a sentença é considerada nula.
Julgamento ultra petita (mais do que o pedido) – Exemplos: autor pede
100 e o juiz concede 200; o autor pede alimentos e o juiz também declara a paternidade.
Nesses casos entende-se que ao invés de ser anulada a sentença, o tribunal deve reduzi-la
aos limites do pedido.
Julgamento citra petita (julgamento sem apreciar todo o pedido) –
exemplo: foi proposta ação de rescisão contratual cumulada com indenização por perdas e
danos e apenas um dos pedidos é apreciado na sentença. Também é caso de nulidade do
provimento.
O julgador, no entanto, deve tomar em consideração fato superveniente à
propositura da ação (constitutivo, extintivo ou modificativo do direito em causa); afinal, a
sentença ou o acórdão devem refletir o estado de fato da lide no momento da decisão; é
preciso que o fato novo tenha influência no deslinde da causa e não importe mudança da
causa petendi (v. arts. 462 do CPC/73 e 493 do CPC/2015).
Ex.: a Prefeitura ingressa em juízo para postular a demolição de prédio
construído ao arrepio da legislação vigente; surge, no entanto, lei anistiando construções
irregulares; esse fato deve ser considerado pelo julgador.
Outro exemplo: “A” impetra mandado de segurança objetivando unificação
de imóveis independentemente da prévia liquidação de tributos em atraso; há declaração
posterior de utilidade pública incidente sobre os imóveis, para fins de desapropriação,
perecendo o objeto da impetração.
CPC/73 CPC/2015
Art. 462. Se, depois da propositura da ação, Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum
algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
do direito influir no julgamento da lide, caberá ao direito influir no julgamento do mérito, caberá ao
juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a
requerimento da parte, no momento de proferir a requerimento da parte, no momento de proferir a
sentença. decisão.
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CPC/73 CPC/2015
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o
o juiz concederá a tutela específica da obrigação pedido, concederá a tutela específica ou
ou, se procedente o pedido, determinará determinará providências que assegurem a
providências que assegurem o resultado prático obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente ao do adimplemento. equivalente.
§ 3o Sendo relevante o fundamento da demanda e
havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou mediante justificação prévia,
citado o réu. A medida liminar poderá ser
revogada ou modificada, a qualquer tempo, em
decisão fundamentada.
§ 4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo
anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for
suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento
do preceito.
§ 5o Para a efetivação da tutela específica ou a
obtenção do resultado prático equivalente, poderá
o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as
medidas necessárias, tais como a imposição de
multa por tempo de atraso, busca e apreensão,
remoção de pessoas e coisas, desfazimento de
obras e impedimento de atividade nociva, se
necessário com requisição de força policial.
§ 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou
a periodicidade da multa, caso verifique que se
tornou insuficiente ou excessiva.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela
específica destinada a inibir a prática, a reiteração
ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é
irrelevante a demonstração da ocorrência de dano
ou da existência de culpa ou dolo.
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega
entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica,
específica, fixará o prazo para o cumprimento da fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
obrigação.
§ 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa
pelo gênero e quantidade, o credor a determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor
individualizará na petição inicial, se lhe couber a individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a
escolha; cabendo ao devedor escolher, este a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a
entregará individualizada, no prazo fixado pelo entregará individualizada, no prazo fixado pelo
juiz. juiz.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 144/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
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Sentença condenatória
Nela é reconhecido o direito da parte vencedora acrescentando-se uma
sanção. Tem função sancionadora.
Evidentemente tem função declaratória da existência de uma relação jurídica,
acrescentando-se então uma carga condenatória.
O juiz aprecia e declara o direito existente e adiciona um comando,
determinando que o vencido cumpra obrigação de pagar quantia, entregar coisa, fazer ou
não fazer.
Atribui ao vencedor um título executivo, possibilitando que ele possa se valer
da execução forçada caso o vencido não cumpra voluntariamente a obrigação.
Sentença constitutiva
Também não se limita à mera declaração do direito da parte. Apresenta,
cumulativamente, carga constitutiva.
Atesta o direito da parte vencedora e traz para o universo jurídico uma
inovação específica.
Destarte, a sentença constitutiva cria, modifica ou extingue um estado ou
uma relação jurídica.
O seu efeito opera-se instantaneamente dentro do processo, não comportando
posterior execução.
Exs.: Sentença que decreta a separação judicial ou divórcio, rescisão de
contrato, anula negócio jurídico por vício de consentimento, etc.
Anote-se que a providência do registro civil da separação ou divórcio não se
confunde tecnicamente com execução propriamente dita. É mera providência posterior, de
formalização do comando judicial.
Diante dessa classificação os efeitos principais ou primários das sentenças
são declaratórios, constitutivos ou condenatórios.
Qual o momento de eficácia desses efeitos?
As sentenças declaratórias e condenatórias produzem efeito “ex tunc”.
O efeito declaratório retroage à época em que se formou a relação jurídica ou
em que se verificou o ato jurídico declarado. Ex.: ação declaratória de nulidade de ato
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 147/159
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jurídico- declarado nulo o ato, o efeito da sentença retroage à data em que foi praticado.
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
Nas sentenças condenatórias a retroação dos seus efeitos se dá até a data em
que o devedor foi constituído em mora; normalmente a data da citação (v. arts. 219 do
CPC/73 e 240 do CPC/2015).
Já o efeito das sentenças constitutivas é via de regra ex nunc – opera para o
futuro, após o trânsito em julgado.
Existem no entanto casos especiais, que representam exceções à regra:
sentença que anula negócio jurídico por incapacidade relativa do agente ou
em razão de vícios do consentimento; nesses casos, o Código Civil, em seu artigo 182,
determina que as partes sejam restituídas ao estado em que se achavam antes do ato
invalidado;
sentença de interdição: produz efeitos ex nunc a partir da sentença, mas antes
do trânsito em julgado (v. art. 1184 do CPC).
Observação: na prática as sentenças não se limitam a um provimento
meramente declaratório ou constitutivo, visto que sempre haverá condenação do vencido nas
verbas da sucumbência (arts. 20 do CPC/73 e 82, § 2º e 85, estes do CPC/2015).
Logo, numa sentença pode haver: parte meramente declaratória e parte
condenatória; parte constitutiva e parte condenatória.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 148/159
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Da Remessa Necessária
CPC/73 CPC/2015
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição,
não produzindo efeito senão depois de confirmada não produzindo efeito senão depois de confirmada
pelo tribunal, a sentença: pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito
Federal, o Município, e as respectivas autarquias e Federal, os Municípios e suas respectivas
fundações de direito público; autarquias e fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os
os embargos à execução de dívida ativa da embargos à execução fiscal.
Fazenda Pública (art. 585, VI).
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz § 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta
ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa
não apelação; não o fazendo, deverá o presidente dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente
do tribunal avocá-los. do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o
tribunal julgará a remessa necessária.
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre § 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a
que a condenação, ou o direito controvertido, for condenação ou o proveito econômico obtido na
de valor certo não excedente a 60 (sessenta) causa for de valor certo e líquido inferior a:
salários mínimos, bem como no caso de
procedência dos embargos do devedor na
execução de dívida ativa do mesmo valor.
I – mil salários mínimos para União e as
respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – quinhentos salários mínimos para os Estados, o
Distrito Federal, as respectivas autarquias e
fundações de direito público, e os Municípios que
constituam capitais dos Estados;
III – cem salários mínimos para todos os demais
municípios e respectivas autarquias e fundações de
direito público.
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo § 4º Também não se aplica o disposto neste artigo
quando a sentença estiver fundada em quando a sentença estiver fundada em:
jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal I – súmula de tribunal superior;
Federal ou em súmula deste Tribunal ou do II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
tribunal superior competente. Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de
resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
IV – entendimento coincidente com orientação
vinculante firmada no âmbito administrativo do
próprio ente público, consolidada em manifestação,
parecer ou súmula administrativa.
Art. 462. Se, depois da propositura da ação, Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum
algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
do direito influir no julgamento da lide, caberá ao direito influir no julgamento do mérito, caberá ao
juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a
requerimento da parte, no momento de proferir a requerimento da parte, no momento de proferir a
sentença. decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato
novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de
decidir.
COISA JULGADA
Consiste em qualidade da sentença ou do acórdão e não em efeito destes;
qualidade representada pela imutabilidade do julgado e seus efeitos.
É fenômeno típico do processo de conhecimento, que se destina a dar cunho
de definitividade a declaração do direito constante da decisão de mérito.
Enquanto sujeita a recurso, a decisão judicial exprime apenas uma situação
jurídica – não produz seus efeitos regulares, principais ou secundários, em caráter definitivo;
esgotada a via recursal, ordinária e extraordinária, a sentença, como ato processual, não
pode mais ser modificada.
Temos, então, a coisa julgada formal – fenômeno da imutabilidade da
sentença pela preclusão dos prazos para interposição de recursos; operando-se a coisa
julgada formal, a sentença não poderá ser reexaminada, modificada ou revogada no mesmo
processo em que foi proferida.
Todas as sentenças, terminativas ou definitivas, em dado momento, fazem
coisa julgada formal.
Em se tratando de sentença de mérito, quando ocorre a coisa julgada formal,
opera-se também a coisa julgada material, que é a imutabilidade dos seus efeitos que se
projetam para fora do processo em que foi proferida; o comando emergente da decisão de
mérito adquire força de lei entre as partes e não pode ser desconhecido fora do processo;
logo, não é possível propor nova demanda sobre a mesma lide.
Coisa julgada formal e material são dois degraus do mesmo fenômeno.
A sentença não pode mais ser modificada no processo em que foi prolatada:
temos a coisa julgada formal; seus efeitos declaratórios, condenatórios ou constitutivos se
projetam para fora do processo: temos o segundo degrau – coisa julgada material.
Os arts. 467 do CPC/73 e 502 do CPC/2015 definem apenas a coisa julgada
material: a eficácia que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito, não mais sujeita a
recurso.
OBS.: o novo CPC, nos arts. 502 e 503, diante da possibilidade da prolação
de “decisão interlocutória de mérito”, define a coisa julgada fazendo remissão a “decisão de
mérito”; isso porque a coisa julgada alcança não só a sentença de mérito, mas também
outras decisões que, no curso do processo, julgam parcialmente o mérito (v. art. 356 do
CPC/2015).
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 152/159
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CPC/73 CPC/2015
Art. 467.Resumo alunos
Denomina-se completo
coisa julgada material -aagosto-2017 - processo
Art. 502. Denomina-se e procedime…
coisa julgada material a
eficácia, que torna imutável e indiscutível a autoridade que torna imutável e indiscutível a
sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
extraordinário.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 153/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
coisa julgada no novo processo e, desse modo, reclamar a prolação de sentença sem
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
resolução do mérito.
Observação importante: a coisa julgada ocorre no processo tenham ou não
sido produzidas provas dos fatos alegados; não é possível a repropositura da ação onde se
deu a coisa julgada material, invocando-se novas provas; diante da coisa julgada material é
mesmo inviável a rediscussão da lide, reputando-se repelidas todas as alegações e defesas
que as partes poderiam apresentar; como assinala a doutrina, cabe distinguir causas de pedir
de meros argumentos que envolvem o pedido; exemplo: “A” moveu ação de indenização
contra “B”, decorrente de danos ocasionados em acidente de veículos, aduzindo que este
invadiu a contramão de sua direção, dando causa ao sinistro; julgado improcedente o pedido,
não poderá ajuizar posteriormente nova ação contra “B”, alegando agora que ele deu causa
ao acidente por estar alcoolizado e com os pneus em péssimo estado; não há que se falar
nesse caso que foi deduzida outra causa de pedir, cuidando-se, na verdade, de outros
argumentos que giram em torno da mesma causa de pedir: conduta culposa de “B”.
CPC/73 CPC/2015
Art. 474. Passada em julgado a sentença de Art. 508. Transitada em julgado a decisão de
mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas
as alegações e defesas, que a parte poderia opor todas as alegações e as defesas que a parte poderia
assim ao acolhimento como à rejeição do pedido. opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do
pedido.
sentença; sentença;
Il - a Resumo
verdade dos alunos completo
fatos, estabelecida como- agosto-2017
II – a verdade- processo e procedime…
dos fatos, estabelecida como
fundamento da sentença; fundamento da sentença.
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida
incidentemente no processo.
sucessores (v. arts. 43 do CPC/73 e 110 do CPC/2015) e, nesse caso, a coisa julgada
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
estenderá seus efeitos a esses substitutos; a sucessão inter vivos ocorre quando há alienação
da coisa ou do direito litigioso no curso do processo, tendo aplicação então o disposto nos
artigos 42 do CPC/73 e 109 do CPC/2015;
Art. 42. A alienação da coisa ou do direito Art. 109. A alienação da coisa ou direito litigioso
litigioso, a título particular, por ato entre vivos, por ato entre vivos, a título particular, não altera a
não altera a legitimidade das partes. legitimidade das partes.
§ 1º O adquirente ou o cessionário não poderá § 1º O adquirente ou cessionário não poderá
ingressar em juízo, substituindo o alienante, ou o ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou
cedente, sem que o consinta a parte contrária. cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2º O adquirente ou o cessionário poderá, no § 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no
entanto, intervir no processo, assistindo o processo como assistente litisconsorcial do
alienante ou o cedente. alienante ou cedente.
§ 3º A sentença, proferida entre as partes § 3º Estendem-se os efeitos da sentença
originárias, estende os seus efeitos ao proferida entre as partes originárias ao
adquirente ou ao cessionário. adquirente ou cessionário.
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 157/159
25/11/2017 Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedimento até coisa julgada.doc
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, São Paulo:
Editora Saraiva, Vols. 1 e 2.
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, São Paulo:
Editora Saraiva, Vols. 2 e 3.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro:
Editora Forense, Vol. 1.
[1] Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
II – a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
III – a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
IV – o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
V – o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a
citação ou a intimação for eletrônica;
VI – a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem
devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
VII – a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
VIII – o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas a que se referem
os incisos I a VI do caput.
§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a
intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à
data em que se der a comunicação.
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa.
[2] Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:
I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o
nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações;
II – comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de
determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição.
§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações enviadas por carta registrada ou
meio eletrônico ao endereço constante dos autos.
[3] Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou
a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
[4] Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de
decadência ou de prescrição.
[5] “Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I – mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito,
independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares,
a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.”
[6] “Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
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I – mostrar-se incontroverso;
Resumo alunos completo - agosto-2017 - processo e procedime…
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito,
independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares,
a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.”
https://docs.google.com/document/d/105pl5D_7aPo-i5hYj0YHCWR_pn_V3UAh0HLUxX8msYw/mobilebasic 159/159