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Pequenos Vampiros

Um suplemento de interpretação infantil para o Vampiro: A Mascara

O SANGUE DA INOCÊNCIA...
Às vezes os vampiros aliviam sua existência solitária cortando frutos que ainda não
amadureceram, aproveitando vidas que ainda têm muito para viver. Esta situação é
especialmente verdadeira entre as crianças. A maldição do sangue de Caim não é feita
para elas, mas mesmo assim, algumas acabam sendo trazidas ao mundo dos mortos-
vivos, pagando pelos pecados de seus pais.

... É DOCE PARA OS VAMPIROS


Pequenos Vampiros é um suplemento para Vampiro: A Máscara, que analisa a figura da
criança vampira e apresenta sua situação no Mundo das Trevas, com dicas para sua
criação e definição. Entre as crianças vampiras existem seres e criaturas selvagens e
monstruosas que se agarram desesperadamente à humanidade, vítimas de uma situação
que não desejavam.

ESSE E-BOOK CONTÉM:

-Um ensaio sobre a presença de crianças vampiras na literatura e no cinema.

-Uma análise de como os clãs e Seitas vêem esses pequenos Cainitas.

-Dicas para a criação e interpretação de crianças vampiras.

-Exemplos personagens para jogadores e NPCs.

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CRÉDITOS
Escrito por: Manuel Ángel Gayoso Peña e Alexander Weiss

Este livro foi escrito por membros do forum Web Vampiro e traduzido com permissão
dos autores.

O livro original se encontra aqui:

http://webvampiro.com/wp-content/uploads/2018/04/Peque%C3%B1os-vampiros.pdf

AVISO

Esta é uma obra de fãs que usa informações oficiais do Mundo das Trevas para criar
um suplemento para a interpretação de crianças vampiras, fazendo referências a várias
fontes bibliográficas e cinematográficas.

Este suplemento trata de temas adultos relacionados ao terror e à infância, incluindo


elementos que podem ser desagradáveis para algumas pessoas , não sendo adequado
para todos os tipos de público.

Se esse tema lhe causa desconforto não continue a leitura.

Este livro não é necessário e um Narrador pode jogar perfeitamente com as


informações disponíveis no manual básico do Vampiro: A Masqcara e outros
suplementos.

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INTRODUÇÃO
Adoramos essas coisas, vozes inocentes de crianças indefesas sujeitas aos cuidados de
verdadeiros monstros.

- Petr. Pálenski

Surgida da literatura do romantismo, a figura do vampiro sempre foi atraente e


fascinante, devido à sua natureza transgressiva e à sua sugestão de desejos proibidos.
No entanto, os primeiros escritores do gênero não se atreveram a ir além do limite da
infância. Os vampiros românticos eram sedutores perversos, mas, embora suas vítimas
incluíssem homens, mulheres e crianças, crianças pequenas não se tornaram monstros
ou pelo menos não muito freqüentemente. Parece que a corrupção da infância com a
monstruosidade foi um pouco atrevida mesmo para esses pioneiros do vampirismo do
século XIX.

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Claro, existem exceções. As primeiras crianças vampiras da literatura moderna
apareceram em 1839, na história "A Família da Vurdalak" de Alexei Tolstoy. Mesmo
assim, tratam-se de duas crianças anônimas, netos do velho Gorcha, que se tornam
vítimas de seu avô e acabam perseguindo o protagonista da história em uma caçada
delirante.

Durante o século XIX, não havia mais exemplos proeminentes de crianças vampiras,
exceto como vítimas ocasionais. O inocente e puro Gabriel Wronski se torna uma
vítima do Conde Vardalek em "A Verdadeira História de um Vampiro" (1894) de Eric
Stanislaus Stenbock. Na novela "Drácula" (1897) de Bram Stoker, Lucy Westenra se
alimenta de crianças pouco depois de ser transformada em vampira, mas não mata suas
vítimas e na verdade a possibilidade de serem infectadas com o vampirismo é deixada
em grande parte no ar. Talvez a visão de crianças vampirizadas fosse muito atroz e
perturbadora para o autor, ou talvez ele pensasse que a idéia iria encontrar a rejeição da
sociedade vitoriana.

Este silêncio continua durante uma boa parte do século XX. Após a Segunda Guerra
Mundial, novas etapas são tomadas no gênero horror, e inevitavelmente essa evolução
também atinge os vampiros. Os novos avanços na sociedade após a Segunda Guerra
Mundial tornam possível superar os limites, tanto na censura ocasional quanto na
própria aceitação social. A família Vurdalak é adaptada ao cinema em 1963 no filme
"As Três Faces do Medo" e mostra o primeiro vampiro criança do cinema, que recebe
o nome de Ivan. Em outros gêneros de terror, a infância também começa a encarnar o
mal como protagonista.

Em 1973, "Entrevista com o Vampiro" de Anne Rice é publicada, e mesmo não sendo
a personagem principal, faz a pequena Claudia adquirir uma importância incomum ao
longo do enredo, combinando sua aparência inocente com uma mente predatória e sagaz
que anseia se tornar um adulto. Em certo sentido, Claudia marcou a primeira imagem
famosa de crianças vampiras. No mesmo ano, estreou no cinema "Lemora, uma
História Sobrenatural", na qual apareceu a jovem Lila Lee e várias crianças vampiras,
uma produção bem controversa (na época) por sua insinuação sexual.

A década de 1970 viu o início do surgimento progressivo de crianças vampiras na


literatura e no cinema. Em 1975, Stephen King publica "Salem Lost", que é adaptado
para o cinema quatro anos depois, e mais tarde também estrearam "Quando Chega a
Escuridão", e “Os Garotos Perdidos” em que a monstruosidade aparece já refletida de
forma acrítica na infância.

Dois padrões claros aparecem na definição de crianças como vampiros. Por um lado, as
crianças são representadas como autênticos monstros ferozes ou incontrolavelmente
selvagens. Em contraste, outras crianças aparecem como pessoas que tentam aceitar a
situação de mortos com sede de sangue humano e enfrentar sua condição. Pode-se dizer
que, no geral, a maioria dos garotos vampiros são monstruosos, enquanto a maioria das
garotas vampíricas tem uma atitude mais humana e agradável.

Alguns críticos literários e cinematográficos atribuem a uma conotação sexual


perturbadora derivada da intenção consciente ou não a sexualizar as mulheres, mesmo
as de idade jovem. Se o vampiro é um elemento que usamos como metáfora para a vida,
então talvez a criança vampiro revele quão versátil seja essa metáfora. Afinal o

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vampirismo representou o pecado, a homossexualidade, o alcoolismo, o medo da morte
e diferentes formas de doenças. Também se tornou um ícone de nossos impulsos
sexuais, em toda a sua complexidade.

Mas o vampiro criança também é "domesticado" para o público infantil. Em 1979,


Angela Sommer-Bodenburg publicou o primeiro livro da serie “O Pequeno Vampiro”,
adaptada para o cinema no ano 2000. A figura do pequeno Rudiger é usada como uma
metáfora para o "outro", que inspira medo e, ao mesmo tempo, transmite simpatias e
uma mensagem de inclusão dos diferentes. A figura do vampiro amigável torna-se uma
referência habitual na fantasia infantil e juvenil, longe dos monstros desumanizados do
gênero. Essas figuras gentis e humanizadas também são transferidas para ficções de
romances juvenis como a saga "Crepúsculo”, entre outras.

Esta revisão da figura da criança vampira não poderia ser completa sem mencionar a
novela "Deixe-me Entrar" (2004) de John Ajvide Lindqvist, adaptado ao cinema em
2008. A novela faz uma nova contribuição usando o vampiro criança para sugerir
ansiedades adultas sobre o comportamento violento das crianças. O jovem vampiro Eli
torna-se o substituto moral de Oskar, uma criança que sofre bullying e como a ausência
de pais e o fracasso da família tradicional permitem que monstros apareçam. Graças à
ajuda de Eli, Oskar consegue usar a violência para se defender contra seus abusadores.

O sucesso do gênero vampirico é periódico e muda sua forma em todas as gerações,


desde os monstros demoníacos e românticos do século XIX até os adolescentes doces
do início do século XXI. Será interessante ver como a criança vampira continua a
evoluir e as novas formas que ela adotará nos próximos anos.

TEMA

Uma Crônica sobre vampiros crianças deve ter, pelo menos em parte, o tema da
inocência e da fragilidade da infância. As crianças geralmente são muito fracas para se
protegerem. No entanto, no decorrer da Crônica, ou desde o início, a inocência deve ser
ameaçada, talvez pela corrupção da maldição de Caim ou contaminada pelos atos
adultos. E se não for, logo a criança vampira terá que deixar essa inocência para trás
para sobreviver à noite. Pode não ser uma mudança ruim, é simplesmente necessária.
Apegar a essa inocência também pode trazer à luz o tema da esperança. Até que ponto a
inocência é frágil?

Outra questão importante em uma Crônica de crianças vampiras é a liberdade.


Liberdade na ausência de pais, sem regras, sem o mundo dos vivos. Mas quando a
proteção dos pais desaparece, os monstros chegam. Pode uma criança obter a força para
proteger-se ou o mundo em que ela viveu mudou para pior? E sem regras, o que está
impedindo você de se tornar um monstro?

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AMBIENTE

Mas apesar do terror do Mundo das Trevas também há uma sensação de maravilha nele.
Existe uma razão pela qual as crianças contam histórias de fantasmas, mesmo ficando
com medo depois. Há uma razão pela qual um garoto vampiro sai depois que o sol se
põe e se aventura no desconhecido. Pode não haver alternativa, mas à noite também há
coisas que você deseja. Balanços vazios, a possibilidade de ir a lugares proibidos. Uma
criança vampira afunda nas sombras do mundo ou finge que ela não é um monstro?
Medo e maravilha alternam entre crianças monstruosas e aqueles que se apegam à
humanidade.

SOBRE O QUE É ESTE LIVRO?

Este livro é um auxílio para o jogo Vampiro: a Máscara, que visa explorar o potencial
da figura da criança vampira levando em consideração as possibilidades do Sistema
Storyteller.

Introdução: O capítulo que você está lendo, com um breve ensaio sobre o significado
da figura do vampiro infantil, uma explicação do seu conteúdo e várias fontes literárias
e cinematográficas.

Capítulo 1: Crianças da Noite. Este capítulo é apresentado por um psicólogo do clã


Toreador, que fala sobre a natureza dos vampiros, as motivações por trás do Abraço, e a
perspectiva das seitas e dos clãs sobre conceder a maldição de Caim durante a infância.

Capítulo Dois: A Herança de Caim. Este capítulo apresenta várias dicas práticas para
a interpretação de crianças vampiras, vários sistemas alternativos, carniçais e
Revenants, bem como conselhos narrativos sobre noites contemporâneas e outras
épocas.

Capítulo Três: Morra Jovem e Viva para Sempre. Seis exemplos para usar como
personagens de jogadores ou inspiração simples para outros modelos.

Apêndice: Rostos Infantis. Vários exemplos de NPCs oficiais que são crianças
vampiras.

FONTES
As fontes para interpretar crianças vampiras são muito diversas. Sem pretender ser
exaustivo, esta é uma lista sugerida como um incentivo, mas um Narrador capaz pode
encontrar inspiração nos lugares mais inesperados.

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LIVROS

Muitos dos livros listados abaixo têm suas correspondentes adaptações para filmes ou
televisão, portanto não serão repetidos na seção de filmes.

- "A Família da Vurdalak" (1839) de Alexei Tolstoi. A primeira história que


inclui crianças vampiras. Embora apareçam em um contexto secundário e mal definido,
pode ser considerado um exemplo de como a maldição do vampirismo poderia afetar
um ambiente familiar.

- "O Vampiro de Sussex" (1924) de Arthur Conan Doyle. Embora não seja uma
das melhores aventuras de Sherlock Holmes, essa breve história mostra um exemplo da
capacidade das crianças de exercerem o mal.

-"Blood Son"(1951). De Richard Matheson.Uma breve história que exemplifica


uma personagem perturbada e cruel, que poderia exemplificar um menino vampiro
recém-convertido e descontrolado.

- "Entrevista com o Vampiro" (1973) de Anne Rice. A pequena Claudia se tornou um


dos mais famosos exemplos de crianças vampiras, apresentando o dilema de uma mente
madura presa para sempre em um corpo infantil.

- "Salem Lost / A Hora do Vampiro" (1975) de Stephen King. Embora neste romance
apareçam crianças vampiras, especialmente os irmãos Danny e Ralphie Glick, sua
principal inspiração é a propagação do vampirismo no ambiente calmo de uma pequena
cidade na costa leste dos Estados Unidos, afetando diferentes áreas da vida todos os
dias.

- "O Pequeno Vampiro" (1979) de Angela Sommer-Bodenburg. O primeiro de uma


série é um excelente exemplo da figura do vampiro na literatura infantil. Embora possa
não se encaixar na atmosfera habitual das Crônicas do Vampiro: A Máscara, a
personagem de Rudiger pode contribuir com idéias para manter certa dose de infância
inocente em uma personagem (sem exagero).

- "It" (1986) de Stephen King. Não é um romance de vampiros, mas o autor oferece um
retrato especialmente detalhado da psicologia infantil em face do terror ignorado pelos
adultos. Embora as personagens sejam melhores caçadores de monstros do que
vampiros, seus retratos podem ser uma grande inspiração ao interpretar crianças.

-"The Reformed Vampire Support Group" (1991) de Kathryn Ruch. Uma visão
interessante do mito do vampiro. O protagonista é um caçador de vampiros de uma
agência governamental, que após a aparição da praga do vampirismo e o fracasso em
sua cura, é dedicado a destruir os mortos-vivos. Muitos vampiros, especialmente os
jovens, em suas tentativas de manter sua vida antiga, seqüestram crianças e cuidam
delas como se fossem seus filhos, criando relacionamentos estranhos.

- "The Silver Kiss" (1992) de Annette Curtis Klause. Uma novela romântica vampírica
pouco conhecida, que apresenta Christopher um vampiro cruel e aterrador que foi
transformado quando tinha seis anos de idade.

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- "Let me In" (2004) de John Ajvide Lindqvist. Outro grande contributo para o gênero.
A personagem de Eli é uma das crianças vampíricas mais memoráveis e, talvez pela
primeira vez, sua figura adquire um papel de protagonismo junto á Oskar.

FILMES

- "O Pequeno Selvagem" (1970). Com base no caso real de Victor de Aveyron, um
menino francês que foi encontrado no bosque perto de Toulouse, é um filme que lida
com a importância da socialização no ser humano e as implicações de sua ausência.

- "Lemora" (1973). Este filme representa uma incursão do vampirismo em contos de


fadas com leituras freudianas. Em busca de seu pai, o jovem Lila acaba no domínio de
Lemora, uma vampira que lidera um culto ancestral.

- "Quando Chega a Escuridão" (1987). Um par de vampiros com conflitos morais se


destaca em um clã de condenados que apreciam sua condição. A personagem do
pequeno Homer merece atenção especial para este suplemento.

- "Os Garotos Perdidos" (1987). Dois irmãos se mudam para a Califórnia e acabam
lutando contra uma gangue de jovens vampiros. O título é uma referência aos Garotos
Perdidos das historias de Peter Pan, que, como os vampiros, nunca crescem. O enredo
original foi concebido como mais de uma aventura juvenil como uma parodia do filme
Goonies, e trazia vampiros que aparentavam 13 ou 14 anos, e a dupla de caçadores
seriam escoteiros de 8 e 10 anos, mas os executivos preferiram visar o público
adolescente, e assim os vampiros ganharam uma aparência um pouco mais velha com
exceção de apenas uma criança vampira. Ela tem pouco destaque, mas juntos, os
vampiros do filme podem exemplificar um grupo de crianças vampiras descontroladas
ou um bando do Sabá.

- "Niños Perdidos" (2005) de Iván Mourín Rodríguez. Uma versão macabra de Peter
Pan, uma personagem que em seus primeiros esboços tinha conotações mais cruéis.
Três irmãos viajam para uma ilha irlandesa atraída por Pette, um jovem que os seduz
com a promessa da vida eterna.

- "Crepúsculo" (2005) de Stephenie Meyer. Nesta saga literária, as crianças vampiras


suscitam alguma rejeição nos adultos mortos-vivos, que consideram uma ameaça devido
à falta de controle. Menção especial merece a personagem de Vasilii, uma criança
vampira que causa um massacre em uma vila na Ucrânia.

TELEVISÃO

-"American Horror Story: Hotel". O vampirismo é um dos temas principais desta


temporada da série de televisão de terror. Uma das personagens é uma vampira que
transformou um grupo de crianças para satisfazer o desejo materno. Ao mesmo tempo
várias crianças são acidentalmente transformadas e semeiam a morte em seu rastro.

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- "Buffy Vampire Slayer". Nas primeiras temporadas, um dos principais antagonistas é
um menino vampiro considerado uma espécie de messias sombrio destinado a libertar
os demônios no mundo.

- "Maldição Eterna (Forever Knight)". Esta série canadense sobre um vampiro que se
torna detetive mostra em vários capítulos os dilemas da imortalidade, juntamente com
cenas passadas em outras épocas. Em um dos capítulos, uma vampira deseja converter
uma criança, enfrentando a oposição do protagonista. Em outra, aparece uma vampira
de aparência adolescente, mas que existe desde o império romano. (Uma inspiração para
Mahtusaléns que parecem crianças).

- "True Blood". Baseado vagamente na série de romance Sookie Stackhouse, mostra


em uma das temporadas um garoto vampiro que faz parte do conselho de líderes dos
mortos-vivos.

- "Highlander: The Series". A terceira temporada apresenta Kenny, um imortal de 800


anos, mas com aparência de 10. Um bom exemplo das limitações trazidas por um corpo
infantil - principalmente quando há pessoas querendo a sua cabeça - e as maneiras de
lidar com esses limites

COMICS
- "Shadowplay". De Ben Templesmith e Ashley Wood. Uma HQ pouco conhecida
publicado pela Norma Editorial que contém duas histórias de vampiros. Uma delas,
"Demon Father John's Pinwheel Blues", trata do tema das crianças vampiras sob a
história de um velho sinistro que tem uma gangue de crianças que ele transformou em
vampiros e os usa para caçar por ele. O protagonista é uma criança fugitiva que está
dividida entre sua nova condição e o desejo de voltar para casa.

- “Marvel Preview 08 (1976)”. Mostra Blade, o Caçador de Vampiros, encontrando um


grupo chamado de Children of Eternity composto apenas por crianças vampiras e que
por trezentos anos conseguiu sobreviver e caçar se aproveitando de sua aparência
infantil.

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CAPÍTULO UM: CRIANÇAS DA NOITE
"Os vampiros não podem procriar, mas temos outras maneiras. - Damon Salvatore

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UM TEXTO SOBRE PSICOLOGIA INFANTIL APÓS O ABRAÇO.

-Por Frank Osweldz, psicólogo e estudioso da natureza Cainita, Membro do clã


Toreador.

FUNDO HISTÓRICO E LENDÁRIO


Você não deveria abraçar quem é indigno,

Você não deveria abraçar alguém como punição,

Você não deve abraçar aqueles que ainda são jovens,

Eles devem viver muito antes de poder entrar

Na nossa Família

Assim, a sabedoria a nossa linhagem crescerá.

- O Livro de Nod

Isso é o que diz um trecho do chamado Livro de Nod, intitulado "Sobre a Progênie" e
parece indicar que Caim, ou quem quer que tenha sido o Primeiro Vampiro, já
desaprovava o Abraço de mortais muito jovens. De qualquer forma, o Livro de Nod é
considerado por grande parte da Família, como uma obra de ficção, por isso não
devemos excluir que as advertências contra a progênie tenham sido adicionadas depois,

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quando a Sociedade dos Membros foi organizada e foi atribuída a Caim para dar-lhes
um peso maior na sociedade dos mortos-vivos.

Nas lendas sobre a Primeira Cidade e os Antediluvianos, acredita-se que os fundadores


dos clãs fossem escolhidos entre homens e mulheres adultos, embora em alguns casos o
sexo do fundador divirja de acordo com a versão. No entanto, há algumas referências
apócrifas à presença de crianças entre esses primeiros Membros. De acordo com o
relato, a cidade de Enoque foi à guerra e, como resultado, teria capturado vários reféns
entre eles, um casal de belos irmãos gêmeos: Arikel e Malkav, que posteriormente
teriam dado origem aos clãs Toreador e Malkavian. No entanto, embora os fundadores
desses clãs tenham chegado como crianças na Primeira Cidade, isso não significa que
eles foram Abraçados como tal. É possível que os seus Sire tenham esperado até
chegarem à idade adulta, se era verdade que Caim proibisse o Abraço daqueles que
eram muito jovens.

Outras lendas apócrifas falam de um pequeno príncipe que fascinou Caim com sua
sabedoria e respostas sinceras para suas perguntas, então ele estava preparado para o
Abraço, tornando-se o fundador do clã Ventrue.

Mas além dessas referências duvidosas, é desconhecido quando uma criança recebeu o
sangue Cainita pela primeira vez. É possível que isso não acontecesse até o
desaparecimento de Caim, quando os Antediluvianos assumiram o controle na Segunda
Cidade e, portanto, tiveram poder e confiança suficientes para desobedecê-lo. Sendo
assim é possível que as primeiras crianças que se tornaram vampiras, foram Abraçadas
pelos próprios Antediluvianos, o que explicaria os rumores e lendas sobre Mathusaléns
infantis nas Noites Modernas.

Da Primeira Cidade também veio a nós a história de um jovem escravo, que depois de
receber o Abraço se juntou aos demônios e ameaçou a cidade de Caim. Esta criança
demoníaca teria sido derrotada e amaldiçoada, mas ele teria sobrevivido graças à ajuda
de seus mestres infernais para se tornar o progenitor do Baali. Nenhum clã afirma ter
Abraçado isso, e os debates e teorias sobre o Antediluviano que deu origem a essa
linhagem infame são numerosos.

O clã Assamita fala com um temor reverente sobre um pequeno pastor do Oriente
Médio, que teria sido oferecido aos demônios como tributo e que seria salvo pelo
Antediluviano Haquim , que o Abraçou, dando-lhe a oportunidade de se vingar de seus
atormentadores.

Este Pastor do Sangue se tornaria um dos maiores controladores da feitiçaria sanguínea


e ainda hoje os Assassinos pronunciam seu nome com respeito e temor. Na verdade, há
aqueles que dizem que ele teria retornado recentemente para assumir o controle do clã
Assamita.

Os Malkavianos afirmam que uma das crias de Malkav era Lamdiel, uma criança cega
que possuía o dom da profecia e que por muitos anos ele perambulou pelos terrenos
baldios do antigo reino de Israel. Informações concretas são desconhecidas, embora
várias linhagens do clã Louco reivindiquem descendência dele.

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Entre as lendas que circulam entre os Nosferatu sobre seus monstruosos progenitores
está a história de um menino ou uma menina (as versões discordem) que foi condenado
à morte por sua aldeia, que o considerava pouco menos do que um demônio. Ele matou
sua família e outros através da enganação e envenenamentos. O Antediluviano ficou
admirado e ofereceu a criança a oportunidade de se tornar um verdadeiro predador para
fazer mais vitimas. Dizem que este assassino furtivo geralmente aparece diante de seus
alvos com uma aparência de inocência antes de matá-los.

De Caim e seus descendentes, o Abraço se espalhou por todas as eras da humanidade


até as Noites Modernas. E algumas crianças tornaram-se vítimas da depravação e do
egoísmo dos Membros. Algumas receberam o Abraço para se tornar brinquedos de seus
Sire e outros vampiros. Outros foram considerados tão inocentes que seus Sire tentaram
desesperadamente imortalizar aquela inocência usando insensatamente seu maldito
sangue, outras receberam o Abraço com boas intenções ou para desculpar mortes
acidentais, mas em geral não costumavam sobreviver por muito tempo.

No entanto, alguns acabaram encontrando força e poder no sangue de Caim e se


tornaram mestres da Jihad. Durante as eras seguintes, o mandamento de Caim de não
Abraçar os jovens foi repetido uma e outra vez. Mas foi em vão.

Alguns Anciões rejeitaram a presença destas "crianças amaldiçoadas" em seus


domínios, banindo-os para o exílio invocando sua autoridade e antigas leis.
Marginalizadas, essas crianças às vezes encontravam força nos números se unindo em
pequenos círculos. Privados de humanidade, eles se tornaram bandos de bestas
selvagens que às vezes ameaçavam as estradas, criavam lendas e ameaçavam o Silêncio
do Sangue.

No entanto, outros inocentes foram exaltados, com alguns vampiros acreditando que
eles pudessem resgatar os Condenados de alguma maneira. O mais conhecido foi
"L'Enfant Perdu", o Príncipe Malkaviano da Antuérpia, que supostamente podia ver os
corações dos outros vampiros e guiá-los em sua busca por paz. Porem sua suposta
inocência escondeu uma natureza caprichosa e uma loucura que o transformou em
"L'Enfant Terrible", e que acabou condenando sua corte a destruição nas fogueiras da
Igreja.

Durante o início da Revolta Anarquista, muitas dessas crianças amaldiçoadas saíram de


seu isolamento e juntaram-se às rebeliões, tentando obter uma aceitação em uma
sociedade que costumava excluí-los. A grande maioria foi usada como bucha de canhão
nesses ataques, um padrão que se repetiria século após século.

A fundação da Camarilla e a criação da Mascara, levaram à aceitação das crianças


Abraçadas que já existiam desde que reconhecessem a autoridade da Seita e seguissem
as Tradições. No entanto, em vários domínios, os Príncipes se recusaram a aceitar novos
Abraços de crianças, alegando ameaça a Mascara. No Sabá, os infantes que
sobreviveram às condições brutais de treinamento eram aceitos como iguais, mas
sacrificavam completamente sua inocência no processo, tornando-se monstros
desumanos.

Nas Noites Modernas, crianças vampiras são encontradas em todas as áreas e Seitas dos
Membros. Alguns chegam mesmo a posições de poder, embora tal coisa seja rara.

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Muitos Anciões continuam repetindo a advertência de Caim contra o Abraço dos
jovens, mas as novas gerações freqüentemente seguem o impulso do presente e não
pensam nas conseqüências e problemas da existência de uma criança amaldiçoada a ser
Cainita.

MOTIVOS PARA O ABRAÇO


VÍTIMAS DAS CIRCUNSTÂNCIAS

Assim como os adultos, a maioria das crianças Abraçadas não teve controle sobre às
circunstâncias da sua transformação. Normalmente elas não recebem nenhuma escolha
ou explicação sendo tomada a força, o que só aumenta a dor em um processo que já é
traumático e em grande parte incompreensível para aqueles que o sofrem. Devido a isso,
muitas crianças sofrem pesadelos derivados de seu Abraço, alguns têm lacunas de
memória sobre o tempo em que foram Abraçados e em alguns casos podem perder
completamente a lembrança do seu tempo como humanas.

O remorso e a culpa estão entre as razões que levam ao Abraço com o vampiro tentando
dar uma "segunda chance" a sua vítima. Normalmente, esses "Abraços por piedade" não
terminam bem, e muitas vezes as crianças são abandonadas ou destruídas,
especialmente se o Sire não tem poder para que sua cria seja reconhecida e aceita. Este
tipo de Abraço é mais freqüente entre os Membros que são vampiros há apenas alguns
anos.

Outros Abraços são deliberados, porque às vezes o vampiro criança é criado para servir
como bode expiatório pelos crimes de seu Sire. Um Cainita infantil, sem qualquer
treinamento, muitas vezes age de forma descuidada e se torna um alvo fácil, enquanto
seu Sire está seguro. A inocência corrompida também pode ser usada para semear o
terror, uma estratégia que muitas vezes aparece nas táticas do Sabá, que às vezes
realizam Abraços em massa de grupos de crianças, para criar problemas nos Domínios
da Camarilla, embora tal não seja freqüente.

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FALSAS FAMÍLIAS

Outra motivação forte para o Abraço de crianças é a intenção do vampiro de obter


companhia na não-vida. Na maioria das vezes, esses Cainitas desesperados se limitam a
criar carniçais para formar sua família, seja o parentesco real ou figurativo. No entanto,
em alguns casos minoritários, alguns vampiros chegam a compartilhar a maldição de
Caim com tais crianças. Eles são chamados de "Cleavers", e muitos encontraram refúgio
entre os Anarquistas.

Geralmente, os Membros não vão tão longe a ponto de criar famílias inteiras, mas
parece que o Abraço intensifica seus instintos paternos ou maternos. Nestes casos, eles
costumam recorrer à "adoção". Se você tem recursos, os Membros em questão podem
obter um filho através da burocracia da sociedade mortal. As crianças assim adotadas
são muitas vezes manipuladas para alterar seus ciclos de sono e seus "pais" podem
aproveitar o tempo com elas durante a noite. No entanto, à medida que sua humanidade
cede, eles podem acabar se sentindo frustrados com as crianças e matá-las ou
transformá-las em vampiros.

A maturidade mental dessas crianças representa um novo ponto de inflexão nestas


estranhas relações entre pais e filhos. Quando as crianças perdem a inocência e
começam a agir com uma personalidade "madura", os "pais" costumam liberá-los,
abandoná-los ou destruí-los e iniciar o processo de adoção com outras crianças. Se a
relação entre Sire e crias consegue acompanhar o passar do tempo, as relações acabam
se tornando muito distorcidas.

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PRAGMATISMO

O Abraço deliberado nem sempre acontece de forma aleatória, mas com alguns
objetivos em mente. Há Sire que muitas vezes vêem sua prole como um recurso a mais
e, portanto, agem implacavelmente ao usá-los. O Abraço de crianças muitas vezes dá ao
Sire uma sensação de maior controle, já que suas crias são muito dependentes de sua
proteção e também são muitas vezes muito ingênuos e acreditam facilmente na falsa
informação que eles compartilham com elas. Esses grupos sociais geralmente formados
por um "pai" ou "mãe" e seus “filhos” muitas vezes surgem entre clãs como Gangrel e
Nosferatu, mas também constitui a estrutura de alguns bandos do Sabá.

Estes tipos de Abraços também são comuns entre Membros mais fracos e especialmente
temerosos da rebelião de suas crias, mas também é verdade que essas relações são
muitas vezes quebradas com a "emancipação" das crianças, que gradualmente se tornam
conscientes do seu novo estado e dos enganos tecidos ao seu redor. As rupturas
geralmente não são fáceis, e muitas vezes terminam de forma sangrenta. No entanto,
uma vez que seus Sire são destruídos, as crianças emancipadas geralmente permanecem
unidas, tendo criado um vínculo na rebelião compartilhada contra a autoridade.

Também deve ser mencionado neste ponto que as crianças vampiras geralmente
preferem Abraçar outras crianças, querendo ter uma companhia mais adequada à sua
idade ou simplesmente porque odeiam adultos. Estes tipos de Sire também são aqueles
que têm a melhor chance de se entender com suas futuras crias, e muitas vezes revelam,
pelo menos em parte, o que o processo consistirá, destacando as vantagens de uma vida
de jogos eternos ou a fuga de uma vida de maus tratos. Nesses casos, muitas crianças
estão tentadas o suficiente para aceitar, mesmo que não estejam plenamente conscientes
do futuro que as aguarda.

Neste tipo de Abraços estão incluídos os "Querubins" ou "Brinquedos", crianças


Abraçadas sem outro propósito alem de serem objetos. Dentro da escassa esperança de
sobrevivência de crianças vampiras, esses geralmente duram menos ainda, muitas vezes
tornando-se vítimas de jogos perversos, já que seus semelhantes consideram que eles
não foram criados para nada além do seu prazer. Outros duram mais, servindo como
alvo da sede por sangue vampírico que os Anciões desenvolvem, antes de serem
destruídos.

Outros ainda enfrentam existências muito longas, sujeitas ao Laço de Sangue e sob
efeito de dominação, para que se tornem objetos de adorno nos abrigos de seu Sire,

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cumprindo certas funções, como fingir que são crianças reais e animar o espaço com
risos e jogos. Entre esses objetos decorativos, estão os chamados "Pássaros Canoros" ou
"Nightingales”, crianças que são Abraçadas por possuírem belas vozes e habilidades de
canto. Como esperado, a maioria das pessoas responsáveis pela sua situação são do clã
Toreador. Outros Abraços são feitos para manter testemunhas de certos eventos
importantes ou porque possuem qualidades inatas, como ser representantes de certas
linhagens ou tribos.

Às vezes, certos vampiros têm planos de longo prazo, preferindo educar e preparar
algumas crianças para serem Abraçadas quando atingirem a idade adulta. Grandes
quantias de recursos e tempo são gastos para garantir que o escolhido alcance o grau de
excelência desejado por seu futuro Senhor. No entanto, acidentes podem acontecer e o
vampiro se vê tentado a dar o Abraço antes do tempo previsto, mesmo que seja numa
idade precoce.

Por outro lado, desde a antiguidade, a inocência das crianças é considerada como algo
divino em certos locais, de modo que ao longo do tempo houve alguns Abraços desses
"Filhos Sagrados". Alguns dos vampiros que fazem isso possuem uma fé sincera nessa
crença, mas a grande maioria só os vê como uma ferramenta para tirar proveito de seus
seguidores ou adoradores.

AS MUDANÇAS APÓS O ABRAÇO

Uma vez que uma criança foi escolhida como alvo em potencial, o Abraço deveria
prosseguir normalmente e o processo de criação resultar em um novo Cainita não
diferente dos adultos. Infelizmente, não é assim. Muitas vezes, a irresponsabilidade de
Abraçar uma criança tem conseqüências terríveis e inesperadas para o seu Senhor.

Crianças muito jovens, especialmente aquelas que ainda não passaram o período de
amamentação, estão indefesas contra a Besta que emerge no novo Cainita.
Simplesmente a consciência e a personalidade não se desenvolveram o suficiente, e
nesse vazio a monstruosidade se instala. O primeiro frenesi muitas vezes se torna o
último, porque a criança carece dos mecanismos mentais para enfrentar a Besta ou é
levada por instintos não muito diferentes dos seus e isso o leva a querer se alimentar e
obter prazer sem nenhuma barreira moral.

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Às vezes, as crianças podem demorar mais a cair nas garras da Besta, especialmente se
já adquiriram alguma educação e compreensão de sua natureza, mas a verdade é que a
grande maioria acaba embriagada pela sensação de poder em questão de meses,
transformam-se em criaturas desumanas que são pouco mais do que monstros ansiosos
com rostos inocentes.

É necessário que a criança tenha atingido certa capacidade de lógica e autoconsciência


para que ela tenha possibilidades de sobreviver a longo prazo. Normalmente, esse
estado é alcançado em torno dos sete anos, quando as crianças começam a ter desejos
mais complexos do que a simples necessidade de se alimentar e divertir-se e busca
satisfação por outros meios. Mesmo assim, nem mesmo nesse momento estão livres da
ameaça da Besta. O trauma do Abraço é muitas vezes excessivo para muitos e suas
defesas são fracas, então eles devem ter algum tipo de ajuda externa para ajudá-los a
entender o que são e se estabilizarem.

Aqueles que sobrevivem aos tormentos do Abraço por um tempo longo, fazem isso,
completando uma mente que os ajuda a proteger o que resta da sua humanidade, isto é,
eles são forçados a amadurecer mentalmente e desenvolver sua lógica e razão. No
entanto, nem todas as crianças vampiras seguem o mesmo processo. Com o passar do
tempo, algumas adquirem um caráter frio e cínico, o que é perturbador em contraste
com a aparência delas. Outras continuam a exibir comportamentos infantis durante
muito tempo, mas muitas vezes é uma fachada que esconde um predador cada vez mais
capaz. Pode-se dizer que, embora a criança seja imortalizada em seu corpo, sua mente
ainda mantém o potencial de crescer e se desenvolver. Em geral, o processo de
maturação da mente de uma criança vampiro é semelhante ao de uma mortal, embora
devido às circunstâncias que a cercam, muitas vezes é forçada a acelerar o processo.

Quanto ao corpo, em princípio, as mudanças do Abraço são semelhantes às de Cainitas


de outras idades, com algumas modificações. O tamanho da criança é adaptado à
densidade do sangue de sua geração, de modo que seu sangue vampírico geralmente é
mais denso que o dos adultos. Por outro lado, embora sua aparência infantil não mude, o
mesmo não acontece com suas habilidades. Alguns dessas crianças antigas,
eventualmente se tornam incrivelmente fortes, rápidas e resistentes, independentemente
da fragilidade superficial de seus corpos. No entanto, parece que, em alguns casos,
devido a algum tipo de defeito do sangue, o corpo infantil é "fixo" e incapaz de se
desenvolver ao longo do tempo, mantendo a sua fragilidade inicial durante muitos
séculos.

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EDUCAÇÃO

A maioria das crianças tem dificuldade em sobreviver sozinha, e nas crianças vampiras
esse fator é ainda mais importante. Sem um mentor para ajudá-las, elas acabam atraindo
atenções para si mesmas, ou cometem descuidos perigosos. Alguns nem sabem como
proteger-se da luz do sol e ficam surpresas com o amanhecer após o Abraço delas. Os
adultos geralmente têm recursos e uma mente que lhes permitem improvisar e tentar se
adaptar às mudanças em seu novo estado, mas muitas crianças não têm isso. No entanto,
em momentos de necessidade, a inventividade que elas podem desenvolver é
surpreendente.

A primeira reação de muitas crianças após o Abraço é tentar retornar aos seus pais ou
entes queridos para obter ajuda e conforto, uma decisão que muitas vezes acaba se
tornando um erro fatal. Inconscientes de sua sede de sangue, eles geralmente se
alimentam de seus pais, irmãos ou amigos, deixando um rastro de mortes, o que as
assusta e as leva a cometer mais erros.

Aquelas que sobreviveram muitas vezes fizeram isso com companhia, seja de seus Sire
ou de outros Cainitas que se compadeceram de sua situação e assumiram sua tutela. No
entanto, é uma responsabilidade laboriosa que nem todos estão dispostos a enfrentar.
Em certo sentido, é um processo que combina a educação de uma criança com a
educação de um neófito, e não é fácil lidar com os dois ao mesmo tempo.

Muitas pessoas recorrem ao confinamento de suas crias, ao mesmo tempo em que os


apresentam aos prós e contras da condição vampírica. No caso das crianças, geralmente
é aconselhável tentar utilizá-las com um ambiente aconchegante, talvez um lugar que
lhes lembra a condição da sua infância, com brinquedos e jogos, mas deixando limpos
os limites que não devem exceder. Desde o início, o Sire ou tutor deve assumir sua
posição com uma combinação de autoridade e confiança. Por um lado, o mais difícil é
garantir que o vampiro criança não sucumba ao frenesi (uma tarefa realmente difícil)
para evitar a erosão da humanidade também, por outro lado, ele deve estabelecer-se
como seu protetor e apoio nas novas condições. Devido à situação de medo e trauma em
que se encontram, muitas crianças abraçadas se apegam imediatamente a uma figura
paterna ou materna, mesmo que consigam reconhecer nessa figura a pessoa responsável
por sua condição. Alguns Sire recorrem ao Laço de Sangue como um elemento
estabilizador, mas as emoções imbuídas por ele podem confundir a criança, que
geralmente não tem o desenvolvimento emocional necessário para compreendê-los e

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assumi-los. Na verdade, o Laço pode acabar causando ciúmes e birras contínuas e
irritantes na criança contra qualquer um que esteja relacionado ao seu Regente.

Uma vez que o Sire ou tutor é capaz de estabelecer sua posição e ser aceito, ela pode
começar a aprender. Em geral é devido a sua condição de infância, as crianças são
muito absorvidas em tudo o que acontece em seu ambiente e estão ansiosas para
aprender, especialmente se for combinada com jogos. Embora as disciplinas mais
complexas sejam muitas vezes difíceis de aprender, adotam outras com entusiasmo,
independentemente da sua utilidade. Muitas crianças gostam de atrair animais com
Animalismo e transformá-los em companheiros de brincadeira, ou eles gostam de jogar
esconde-esconde usando Ofuscação. Encontrar maior força, velocidade ou resistência
pode encorajá-los a continuar desenvolvendo-os. No entanto, esse entusiasmo da
infância para estudar os limites de sua natureza geralmente não dura muito antes do
pragmatismo de ter que sobreviver noite após noite.

Muitos Sire e guardiões se concentram nas condições de sobrevivência de crianças


vampiras, mas muitas vezes negligenciam que elas ainda estão na idade escolar e
precisam de treinamento acadêmico. Continuar o aprendizado mundano de crianças
vampiras ajuda-as a desenvolver suas mentes e aceitam melhor suas condições,
ajudando-as a encontrar a maturidade de que precisam para continuar sua existência.

Na verdade, algumas crianças adquirem um apetite intelectual voraz, acumulando


enormes depósitos de livros, arquivos de computador e videogames, com os quais
passam a maior parte de suas noites, muitas vezes solitárias.

A maturidade do vampiro criança enfraquece os laços que o vinculam ao seu Sire, de


modo que os Membros que abraçam crianças geralmente buscam maneiras de reforçar a
dependência de suas crias. No entanto, eles sabem que isso eventualmente resultara em
ressentimento, especialmente se a criança considerar seu criador como responsável por
sua situação. Nesses casos, os Sire tentam manter sua prole dependente por meio de
desinformação ou intimidando-os com os riscos que aguardam uma simples criança
cercada por outros vampiros perigosos.

Em geral, as crianças vampiras ficam mais tempo com seus Sire do que outras crias,
pelo menos enquanto vão amadurecendo mentalmente e tornando-se conscientes de sua
condição. Se eles não são liberados, alguns acabam se voltando contra seus Sire ou
fugindo deles. No entanto, uma vez livres, algumas dessas crianças começam a procurar
outros adultos com quem tentam formar “famílias” de sua preferência, seja através da
criação de carniçais ou do Abraço. Esses adultos submissos não só fornecem um
sentimento artificial de ambiente familiar controlado, mas também são particularmente
úteis para eles agirem em nome da criança vampira na sociedade mortal e dos Cainitas.

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APRENDENDO A CAÇAR

Um dos elementos mais importantes da existência dos Membros é a Caça, a busca pelo
sangue, e para uma criança vampiro, devido às suas limitações físicas e mentais, isso
pode ser um desafio difícil e intimidador. Em condições normais, a maioria das crianças
pensaria duas vezes antes de enfrentar um adulto ou um animal e mesmo após serem
transformadas, ainda mantêm essa mentalidade.

O Sire ou tutor deve caçar para sua prole nas primeiras noites. É conveniente começar
com animais mortos no início, e pouco a pouco introduzir animais vivos, despertando a
agressividade da Besta, mas tentando evitar o frenesi. A criança também deve ser
doutrinada para que ela aceite naturalmente que deve caçar para se alimentar e evitar as
perigosas conseqüências da Fome. Alguns Sire chegam a exagerar esse perigo para
encorajar suas crias a "mostrar os dentes".

Os animais são geralmente as primeiras vítimas de uma criança vampiro, com o qual ela
aprende a testar seus limites. Mais tarde, ela pode começar a tentar sua sorte com os
humanos. Outras crianças podem ser presas adequadas para uma criança vampira, mas
geralmente elas estão fora do alcance à noite, a menos que o vampiro tenha algum meio
de acessar suas casas. Adultos, especialmente se o pequeno cainita teve uma educação
severa ou repressora, podem inspirar medo e, além disso, alguns podem vencê-lo com
sua força física se não for cuidadoso.

Para alimentar, uma criança vampira pode recorrer a vários estratagemas. Nas primeiras
caças, se acompanhadas por seu mentor, os dois podem combinar esforços e planos para
pegar suas presas. O truque mais comum é que a criança vampira finge estar perdida ou
alguma outra desculpa para levar sua presa ao lugar onde Sire, guardião ou aliado
espera. No entanto, na sociedade desconfiada de hoje, esta estratégia pode ser mais
complicada do que parece, porque alguns bons samaritanos muitas vezes provocam a
intervenção da polícia ou podem tentar se aproveitar da criança nessa situação.

Quando sozinha uma criança vampira deve recorrer a outros truques. As mais selvagens
muitas vezes fazem emboscadas, saltando de surpresa em suas vítimas. Outras se
infiltram nas casas, abertamente com uma desculpa, tal como usar um telefone ou se
movem furtivamente através de dutos de ventilação ou outros acessos.

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A longo prazo e se elas estiverem sozinhas, as crianças vampiras freqüentemente
recorrem ao recrutamento de carniçais ou de outros Cainitas para agir como seus pais ou
parentes, e assim adotar uma fachada familiar em que elas se sentem protegidas, ou
porque realmente querem recuperar algo similar a sua vida normal.

A VISÃO DAS SEITAS


A CAMARILLA

A Camarilla é a seita com o maior número de crianças Cainitas em suas fileiras, tanto
por seu tamanho e extensão e porque seus domínios geralmente são estáveis o suficiente
para permitir a sobrevivência delas. Não que a Camarilla encoraje este tipo de Abraço,
mas quando uma dessas crianças é reconhecida pelo Príncipe, passa a contar com os
mesmo direitos e deveres dos outros vampiros, e mesmo que não tenham o mesmo
respeito dos outros Membros pelo menos terão alguma base para poderem tentar
sobreviver em paz.

De alguma forma, a Camarilla rompeu com os medos supersticiosos e a rejeição dos


Príncipes medievais, que muitas vezes proibiam a presença de crianças vampiras em
seus domínios, seja por causa do mandato de Caim, seja porque as crenças religiosas
que se estendiam entre os Membros de época, consideravam que a concessão da
maldição de Caim a alguém inocente como criança era uma aberração.

No entanto, nas noites atuais ainda há algumas reservas sobre os limites e a


interpretação da Terceira Tradição. Em teoria, quando o Príncipe de um domínio
concede sua permissão para o Abraço, o vampiro pode transformar qualquer pessoa que
desejar. Claro, em teoria a escolha não pode comprometer outras Tradições, ameaçando

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a Máscara ou tomando um mortal sob a proteção ou influência conhecida de outro
Cainita, o que poderia ser considerado uma interferência em seu Domínio.

Mas, além dessas premissas, um vampiro poderia potencialmente Abraçar qualquer tipo
de mortal, e isso inclui crianças. Para evitar surpresas desagradáveis, alguns Príncipes
afirmam que é seu direito limitar quem é aceito em seus domínios e excluir do Abraço
certos mortais. E, da mesma forma, outros Príncipes insistem em saber quem o Cainita
escolheu antes de dar a permissão final ao Abraço.

Por estas razões, poucas crianças são Abraçadas oficialmente na Camarilla. Quando isso
acontece, geralmente é porque seu Sire é especialmente poderoso ou tem conexões
importantes. Em outras ocasiões, o Príncipe simplesmente não se importa enquanto a
Máscara for mantida, e o vampiro criador lidará com as conseqüências se sua cria
quebrar as regras.

As crianças aceitas na Camarilla geralmente desfrutam da proteção da seita, bem como


dos seus Sire, e têm maiores possibilidades de sobrevivência embora geralmente sejam
mantidas numa posição subordinada e poucas conseguem ocupar posições de poder. No
entanto, mesmo raro isso ocorre, e alguns Primogênitos (como Nicolai Antonescu em
Chicago), Élders e mesmo Arcontes com aparência infantil percorrem os corredores da
Torre de Marfim. A existência de uma criança Príncipe é um fato excepcional, mas já se
tornou realidade em domínios de pouca importância.

O SABÁ

No Sabá, o Abraço das crianças é mais freqüente do que na Camarilla, devido às


facilidades para criar progênies. No entanto, muito poucas sobrevivem por um período
longo de tempo, devido à violência inerente à Espada de Caim, que rapidamente devora
a humanidade dos seus membros em uma espiral de destruição e fanatismo. As poucas
que conseguem sobreviver o tempo suficiente para aceitar sua natureza desumana e se
fortalecerem para dominar ou aceitar a Besta são especialmente monstruosas. Talvez o
Caminho do Coração Selvagem seja o mais seguido pelos pequenos Cainitas, embora
também haja algumas crianças entre os seguidores de outros Caminhos.

Por outro lado, o Abraço de crianças também não é muito usual. Quando um Abraço em
massa ocorre, os Cainitas preferem pessoas que possam ser usadas como combatentes

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capazes e não infantes que nem podem sobreviver aos Ritos de Criação, muito menos
contra inimigos adultos. No entanto, especialmente durante as Cruzadas ou conflitos de
longa duração, às vezes algumas crianças caem nas garras dos recrutadores do culto. E,
em algumas ocasiões, durante o cerco de uma cidade importante, os Cainitas realizaram
Abraços de massas em orfanatos e instituições infantis, simplesmente para ameaçar a
Máscara e desviar a atenção da Camarilla, como aconteceu recentemente em
Washington DC.

As crianças Cainitas geralmente não são eficazes no combate até receber algum
treinamento, mas são úteis como rastreadores e espiões. Aqueles que conseguem ser
aceitos para fazer parte de bandos estabelecidos, muitas vezes recebem o apoio de seus
pares, embora muitas vezes seja um apoio condescendente, sendo tratados como
animais de estimação.

Outros sobreviventes conseguem se fortalecer o bastante para criar seus próprios bandos
apenas com seus semelhantes. Um dos bandos mais conhecidos, Los Niños Heroes do
México, é dirigido por Teresita, uma menina Nosferatu que também é integrante da
infame Mão Negra. Enquanto na Nova Inglaterra, um garoto Gangrel chamado Mowgli
tornou-se um dos principais inimigos dos domínios Camarilla liderando seu próprio
grupo, conhecido como a Ordem Mowgli.

OS ANARQUISTAS

A presença de crianças é relativamente grande entre os Anarquistas, tanto por causa da


flexibilidade do Abraço na facção, quanto pela proteção que costumam dedicar aos seus
seguidores. Por esta razão, as crianças anarquistas geralmente gozam de mais apoio e
oportunidades de sobrevivência do que as de outras seitas, e muitas vezes são tratadas
igualmente por seus pares. Essa atitude muitas vezes atraiu várias crianças vampiras,
maltratadas por seus Sire, às fileiras anarquistas a ponto de ocasionalmente, emergir, até
mesmo um barão ou um líder anarquista que tenha sido Abraçado com uma idade
jovem.

Alem disso há comportamento inquietante, rejeitado pelas outras seitas, que encontrou
refúgio dentro do Movimento Anarquista. A tentativa de alguns vampiros de criar
"famílias" artificiais com o cainita impondo sua vontade a vários mortais ou carniçais,

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numa tentativa de criar um ambiente que ajude a manter a Mascara ou recuperar a
lembrança da sua vida mortal.

Essa tendência é comum entre os jovens anarquista que consideram que seu novo estado
não é um impedimento para desfrutar as alegrias de uma família. Eles procuram
parceiros mortais que já tenham filhos, encontram uma criança em condições miseráveis
e oferecem-lhe uma saída (alguns até tiveram filhos antes do Abraço). Embora eles não
se importem em usar o Laço de Sangue em crianças, atrasando ou parando seu
crescimento, outros o rejeitam e preferem confiar que seus "filhos" mantenham o
segredo.

Vampiros que se apegam a esse comportamento são chamados de "Cleavers", devido a


um caso em Victoria (British Columbia, Canadá). O termo é desdenhoso, embora os
próprios Cleavers o considerem um emblema honorífico, associando-o a um alto
comportamento moral.

Outros anarquistas os consideram uma ameaça e há certa perseguição no Movimento


para acabar com eles, o que levou ao surgimento de alguns apoiadores dos Cleavers, que
rejeitam o que consideram uma atitude inquisitorial. Embora a grande maioria das
crianças e famílias dos Cleavers sejam carniçais e mortais, alguns, por acidente ou
impulso, receberam o Abraço. Rumores sobre os pais mortos-vivos e as mães,
acompanhados por gangues de crianças vampiras, começaram a circular entre os
Membros. O Movimento Anarquista tem um problema e seus líderes não sabem como
reagir ou resolvê-lo.

O INCONNU

Pelo pouco que se sabe, o Inconnu é uma facção secreta de Mathusalens e Anciãos que
preferem ficar fora da Jihad para buscar a Golconda ou outros objetivos misteriosos. A
filiação a seita só é feita através de convite, e esse só é oferecido aqueles que tem
idade,poder e sabedoria que o Inconnu consideram validos. Sendo assim a aparência
infantil não é um impedimento se o cainita possuir os outros requisitos.

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A TAL'MAHE'RA

Nesta misteriosa seita, as crianças vampiras não são desconhecidas, desde que possam
contribuir com algo, mas a grande maioria não foi Abraçada nela, mas foram recrutadas
como outros membros, após um período de observação e verificação de suas
habilidades. Por esta razão, as crianças vampiras do Tal'Mahe'Ra são geralmente
bastante poderosas devido ao tempo de sobrevivência entre os Membros.

Alem disso uma das praticas mais antigas da seita era o seqüestro de crianças mortais
para servirem de recursos e alimentos à Mão Negra. A família Revenant Enrathi era
responsável por seqüestrar crianças entre 3 e 7 anos de idade, sem esperança de um bom
futuro, e levá-las aos líderes da Mão Negra.

Lá eram educadas as margens da sociedade e completavam seus treinamentos na cidade


fantasma de Enoque sob os cuidados do Culto de Erinies e seus servos. Quando
atingiam a maturidade, não conheciam outra vida além do serviço leal aos seus mestres,
e algumas ainda recebiam treinamento e desenvolviam talentos suficientes para serem
Abraçadas quando estivessem no topo do seu desenvolvimento físico e mental.

No entanto, os assassinos do Tal‟Mahe‟Ra em situações excepcionais podiam conceder


o Abraço a algumas dessas crianças como parte de algum plano especifico, mas isso era
muito raro.

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A VISÃO DOS CLÃS

ASSAMITA

Não há muitas crianças no Clã Assamita, embora sua presença não seja desconhecida.
Devido à predominância da casta Guerreira, o clã geralmente prefere indivíduos adultos
que desenvolveram seu potencial físico antes do Abraço. Se acrescentarmos a
desaprovação ampliada dos anciãos do clã, que já se mostravam relutantes em flexionar
a política de Abraços, não é surpreendente que as crianças Assamitas sejam escassas.

Embora, de tempos em tempos, algum soldado infantil ou alguém ansioso por vingança
contra seus abusadores receba o sangue dos guerreiros Assamitas, a maioria das
crianças do clã vem da casta Vizir, geralmente abraçando pequenos aprendizes
talentosos, que às vezes também atuam como espiões ou colaboram com os assassinos,
facilitando seu trabalho.

Outros compensam suas limitações físicas ao se tornarem inteligentes criadores de


armadilhas e emboscadas, evitando agir diretamente ou se especializando em dar o
golpe final em suas vítimas debilitadas e que muitas vezes subestimaram a letalidade do
pequeno assassino.

A casta dos Feiticeiros requer alunos com habilidades místicas e disciplina para
investigar mistérios esotéricos, de modo que a presença de crianças é praticamente
desconhecida. E, no entanto, é entre os feiticeiros do clã que se encontra um dos
mágicos mais poderosos da história dos Membros, e que, de acordo com a lenda, seria
uma criança que foi abraçada pelo fundador do clã para se vingar dos Demônios que o
torturaram: Conhecido como o Pastor do Sangue, seria essa criança que após despertar
de um torpor de séculos conseguiu quebrar a maldição lançada pelos Tremere e assumir
a liderança do clã.

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BRUJAH

Crianças vampiros são relativamente freqüentes entre os Brujah por várias razões, não
exclusivas do clã, mas também porque muitos deles vêem o Abraço de uma criança
como um desafio e um ato de rebelião contra a própria sociedade Cainita. No entanto,
outros são abraçados por razões mais “pragmáticas”, como o recrutamento de bucha de
canhão para lutar nas favelas que muitos Brujah, especialmente os anarquistas,
consideram como seu território. Alguns Sire consideram o Abraço como uma maneira
digna de "salvar" uma criança abusada ou criada em um ambiente de violência. Da
mesma forma que o clã, especialmente os Iconoclastas, acolhe fugitivos e rebeldes,
muitas crianças que escaparam de suas casas acabam juntando-se a Ralé. Alguns
círculos Brujah têm crianças vampiros entre suas fileiras e, de fato, sabe-se que existem
grupos formados exclusivamente por elas.

O sangue Brujah não é muito adequado para a psique de uma criança, (se é que isso
pode ser dito da vitae de qualquer cainita), pois a tendência para entrar em frenesi é um
obstáculo para que a nova criança se estabilize. No entanto, de alguma forma o clã
parece ter se adaptado a esse impedimento. Muitas crianças Brujah conseguem
sobreviver não só com a ajuda de seu Sire, mas muitas vezes vários membros do clã
colaboram para educar a criança, aumentando assim suas chances de sobrevivência.

GANGREL

Talvez o Gangrel seja um dos clãs que Abraçam as crianças mais freqüentemente. Isto é
devido a vários motivos, mas principalmente porque a linhagem geralmente compartilha
seu sangue com sobreviventes, fugitivos e rejeitados. Uma criança que foge de casa e
consegue sobreviver nas terras baldias pode atrair a atenção de um Gangrel, e talvez
devido a um instinto protetor ou ao desejo de encontrar companheirismo em sua
existência muitas vezes solitária, acabe considerando que uma criança é adequada para
que compartilhe seu sangue. Nas noites antigas, o clã recebeu em suas fileiras os órfãos
que a guerra deixou em seu rastro, os fugitivos que escaparam da escravidão e dos maus
tratos e outros que não tiveram escolha senão sobreviver na solidão. Claro, os Sire
Gangrel nem sempre agem com piedade, e costumam testar o temperamento de sua
progênie. No entanto, no caso de uma criança, é mais provável que seu Senhor o teste
diretamente em vez de assistir a distância.

Um caso especial se refere a histórias de Sire Gangrel que procuram criar bandos ou
gangues de crianças vampiras, assumindo sua liderança. Em geral, o clã não vê este
comportamento com bons olhos, considerando-o um sinal de fraqueza, pois o vampiro
estaria procurando crias fracas que não constituam um desafio a sua autoridade. No
entanto, tais crianças muitas vezes podem surpreender.

A difícil existência nas margens da sociedade Cainita faz com que as crianças dos
Gangrel enfrentem ainda mais dificuldades para sobreviver, mas, aquelas que
conseguem costumam estar entre as mais capazes, conseguindo até mesmo dispensar a
ajuda de Sire ou tutores adultos. Esses sobreviventes muitas vezes se tornam mentores
para outras crianças vampiras em situações semelhantes, seja de seu próprio clã ou de
outras linhagens, talvez porque entendam bem o sofrimento de suas primeiras noites.

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GIOVANNI

Não há muitas crianças no clã Necromante por vários motivos. Primeiro o pequeno
tamanho do clã e segundo a rígida política de Abraços imposta pelo Anziani de Veneza.
Os anciãos Giovanni não vêem com bons olhos que alguém da família tenha seu
desenvolvimento físico impedido antes que ele possa contribuir com o clã com recursos
e gerar uma nova geração familiar.

Sabe-se que, de vez em quando, um prodígio infantil na necromancia recebe o Beijo de


Procuração e depois o Abraço, mas são circunstâncias muito excepcionais, quando não
há outra escolha além de usar o sangue para evitar sua morte inesperada, como, por
exemplo, o Abraço de um infante promissor de um ramo familiar de Nápoles que
contraiu a varíola no século XVIII. E, em grande parte, o seu Abraço foi permitido
devido ao peso de seus pais na família Giovanni e à interferência de um antepassado
dele que tinha sido Abraçado alguns séculos antes.

Por outro lado, a situação das crianças na família Giovanni é muitas vezes complicada
mesmo antes de receber o Abraço. O ambiente competitivo e endogâmico da família
gerou comportamentos perversos que foram transmitidos durante séculos e até certo
ponto são tolerados, tanto pelos parentes mortos como pelos mortos-vivos. O abuso
(adulto e infantil), o incesto, a gravidez adolescente entre outros, não chegam a ser
generalizados, mas são muito freqüentes.

E não apenas os adultos da família as praticam, mas mesmo as próprias crianças caem
em depravação entre elas por causa do ambiente que as rodeia. Em outras famílias do
clã, especialmente as mais recentes, esses comportamentos podem não ser tão
difundidos, mas também ocorrem. Em contraste, a família Rossellini não parece dar
nenhuma atenção ao fato, e alguns dizem que ela até mesmo os encoraja.

Existem rumores de que alguns membros do clã Giovanni assumem a tutela de crianças
e adolescentes para submetê-las aos seus desejos pervertidos, e para que eles possam
resistir aos rigores de seus jogos, às vezes recebem o Abraço. Normalmente, esses
pequenos vampiros não vêm da família e seus Sire os mantém em segredo, porque se os
Anziani descobrirem que alguém foi Abraçado sem sua permissão e transformado em
um brinquedo por um capricho torcido, eles poderiam tomar medidas realmente severas,
como atormentar a alma do ofensor por toda a eternidade...

LASOMBRA

Existem poucas crianças Lasombra, tanto por causa dos critérios de seleção do clã
quanto pela intensa competição que há dentro de suas fileiras. Portanto, os pequenos
Guardiões são geralmente indivíduos muito excepcionais, tanto no Abraço quanto na
sua atitude.

Quando um Lasombra dedica sua atenção ao Abraço de uma criança, deve haver algo
importante que o atraiu e não por um mero capricho. Por outro lado, os prodígios e
manipuladores naturais, que o clã geralmente busca são talentos raros, especialmente
em uma idade tão jovem. Às vezes, o futuro Sire tenta temperar sua cria arruinando sua
vida, fomentando maus tratos e abusos ao seu redor. Se a criança colapsa, ela não

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merecia o sangue, mas se consegue resistir e forjar sua personalidade com ódio e desejo
de vingança, o Sire ficará feliz em fornecer-lhe ajuda adicional com o Abraço.

As crianças Lasombra são obrigados a amadurecer rápido, impulsionadas tanto pelo seu
Sire quanto pelo ambiente de competição em que estão imersos, às vezes simplesmente
pelo desejo de agradar seus Sire ou "vencer". Frias e calculistas, no entanto, elas podem
fingir inocência para que seus inimigos as subestimem.

Alguns até retém fragmentos de mentalidade infantil, mas esses são traços de caráter
residuais. Quando seguem uma Trilha da Sabedoria, tendem a preferir o Caminho do
Poder e a Voz Interior, e dizem que o egoísmo infantil é especialmente adequado para
seus seguidores.

Um caso a parte são as crianças Lasombra que surgem nos Abraços em massa
realizados pelo Sabá. Normalmente, seus Sire não tendem a prestar muita atenção nelas,
considerando-as descartáveis, o que as obrigam a esforçar-se ainda mais para sobreviver
e chamar sua atenção do que aquelas que receberam o Abraço devido a um plano
deliberado.

MALKAVIAN

Assim como quase tudo relacionado a este clã, encontrar um padrão entre Malkavianos
e Abraço de crianças é complicado. Alguns Lunáticos abominam crianças, enquanto
outros as amam, dependendo tanto dos seus preconceitos pessoais quanto dos impulsos
de sua loucura. Alguns Malkavianos que manifestam comportamentos infantis podem
transformar crianças para serem companheiros de brincadeira, o que raramente vai
acabar bem.

A fraqueza do sangue Malkavian afeta de maneiras diferentes as crianças loucas. A


psique infantil geralmente molda a maldição sob a forma de traumas. Eles podem se
manifestar como regressão, pesadelos ou fobias de uma criança. Algumas crianças
malkavianas se enquadram em comportamentos repetitivos e erráticos, enquanto outros
adicionam um conteúdo enigmático um toque infantil a seus ataques contra a ordem
estabelecida.

No entanto, poucas delas vão sobreviver sobrecarregadas pelo peso do Abraço e


loucura. Aquelas que conseguem muitas vezes estabelecem um relacionamento
compartilhado de loucura com os seus Sire, criando estranhos pares de "pais" e "filhos",
enquanto outros conseguem se adaptar à sua loucura, muitas vezes transformando-a em
uma ferramenta de diversão e de jogo, terrível para aqueles que não são do clã.

NOSFERATU

O clã Nosferatu tem uma longa tradição de Abraços infantis e, ao longo do tempo, criou
maneiras pragmáticas de acolher crianças em sua linhagem. Durante séculos, Ratos de
Esgoto alimentaram e Abraçaram as margens da civilização e entre os elementos mais
baixos da sociedade. Muitas crianças que crescem nesses tipos de comunidades provêm
de famílias quebradas, sofrem abusos e maus-tratos, e o sangue dos Nosferatu
geralmente lhes proporciona uma saída e uma família mais estável do que as que

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viviam. Mas, além desses Abraços individuais, ao longo do tempo alguns Nosferatu
abraçaram bandos de ladrões, espiões e muitas vezes assassinos.

Alguns Nosferatu consideram que as crianças não estão contaminadas pelas


perspectivas da "civilização" da superfície e, portanto, são úteis para criar uma prole
leal e unida. Na verdade, pelo menos desde o século XIX, em alguns lugares, os Ratos
pegaram crianças da rua para separá-las da civilização humana antes de lhes darem o
Abraço.

No que diz respeito às crianças Nosferatu, a verdade é que, graças ao apoio que eles
recebem de seus Sire e das suas ninhadas, acabam tendo maiores possibilidades de
sobrevivência do que crianças de outros clãs. Além disso, porque muitas delas têm uma
longa história de abuso, abandono e sofrimento, tendem a agradecer o que consideram
uma nova oportunidade.

RAVNOS

Dentro do clã Ravnos há duas tendências em relação ao Abraço de crianças. De um


lado, estão os Ravnos do Ocidente, que muitas vezes estão ligados a comunidades
marginalizadas e itinerantes, e onde o Abraço de uma criança, embora não seja bem
visto, goza de maior aceitação. Algumas crianças Ravnos são abraçadas após
"acidentes" quando suas vidas estão em perigo, outros devido à natureza insidiosa de
seus Sire, muitas vezes conduzidos pelos sussurros de sua Besta, mas algumas também
são Abraçadas para servir e ajudar sua família mortal e suas comunidades.

Por outro lado, no Oriente, onde o clã mantém crenças religiosas inspiradas no Caminho
do Paradoxo, o Abraço de crianças sofre grande rejeição, porque é considerado
blasfêmia retirar alguém do caminho de Dharma em uma idade tão jovem, antes de ter
tempo para aprender e conhecer seu destino. Em algumas comunidades Ravnos,
vampiros crianças e seus Sire são destruídos e aqueles que estão autorizados a
sobreviver são muitas vezes degradados para a casta dos parias, sendo evitados pelo
resto dos Membros.

As crianças Ravnos não sobrevivem por muito tempo sozinhas, mas algumas
conseguem romper a noite, usando seus poderes para sobreviver á margem da estrutura
do clã, ou fingindo ser crianças sagradas ou enviados divinos. Diante da rejeição de
outros Ravnos, muitas vezes buscam aceitação em outro lugar, mas também são capazes
de usar seus seguidores para se proteger ou atacar aqueles que os consideram
abominações.

SEGUIDORES DE SET

Apesar dos Setitas não encorajarem o Abraço de crianças, eles geralmente as aceitam
em suas fileiras melhor do que outros clãs. Afinal a mensagem do Deus das Trevas é
para todos e as crianças não estão contaminadas pelos preconceitos da civilização dos
Aeons, o que lhes permite desenvolver uma devoção sincera.

Um seguidor de Set pode decidir Abraçar uma criança para usá-la como uma
ferramenta, talvez usando sua inocência para seus propósitos, mas muitas vezes as
Serpentes procuram certos sinais e presságios que indicam quais delas seriam

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candidatas adequadas para o sangue. Dessa forma, crianças de cabelos ruivos, albinos
ou nascidos em certas datas auspiciosas, crianças dos fiéis do templo Setita podem ser
escolhidas para receber a benção de Set, assim como vítimas de abusos e maus tratos de
adultos também são bem-vindas nas fileiras do clã.

Mas, além da devoção a Set, que muitas crianças Setitas assumem como refúgio contra
o medo e o sofrimento mortal, existem algumas poucas crianças no clã que usam sua
nova condição para vingar-se da sociedade que os abusou. Às vezes, eles atacam e
matam pedófilos, abusadores e recrutadores de crianças-soldados, mas, com mais
freqüência, vão às crianças vítimas não tanto para lhes oferecer o consolo do deus
sombrio quanto para encorajá-los a se levantar e lutar contra seus atormentadores.
Alguns ataques contra famílias e escolas têm uma motivação oculta, desencadeada por
crianças Setitas que manipularam uma vítima para contra-atacar com força.

Os Seguidores de Set também conhecem o poder tentador da inocência aparente, e as


pequenas Serpentes, por sua própria iniciativa ou a pedido dos sacerdotes do clã, sabem
como usá-la, se necessário. Os escândalos de pedofilia e de conduta impróprias com
menores podem arruinar a reputação de mortais ou desacreditar instituições que
ameaçam os interesses do clã.

TOREADOR

Devido à sua estreita relação com a humanidade, o clã Toreador Abraçou várias
crianças ao longo de sua história. Às vezes, com boas intenções, às vezes devido a
impulsos caprichosos, pois o Clã da Rosa nunca foi impassível ante a beleza que a
infância oferece. Os membros mais humanos da linhagem geralmente justificam sua
escolha fingindo salvar seus entes queridos, imortalizar a inocência ou tentar resgatar
sua existência solitária através da companhia de um “filho”. No entanto, essas boas
intenções muitas vezes terminam mal, porque o sangue amaldiçoado de Caim
inevitavelmente começa a corroer a psique da criança. Apesar disso, os Toreadores não
pararam de tentar, criando situações trágicas.

No geral vampiros deste clã costumam escolher sua crias por causa do seu talento e,
embora alguns sejam atraídos para os pequenos prodígios, a maioria prefere deixar esse
talento se desenvolver antes de transformá-los. No entanto, há um campo artístico em
que o Toreador se sente compelido a usar o Abraço para preservar seus praticantes: o
canto.

Crianças que demonstrem vozes extraordinárias ou especialmente bonitas podem atrair


a atenção de um dos Degenerados do clã, e diante do medo de que esse dom se perca
com a chegada da adolescência, há aqueles que decidem preservá-lo imortalizando-o na
eternidade. Estes "Pássaros cantores" ou "Nightingales" são educados para entreter a
existência de seus Sire ou as noites de seus convidados com a voz, tornando-se objetos
decorativos não muito diferentes de uma caixa de música. Outros desses "pequenos
pássaros" nem sequer são escolhidos por seu talento, mas por sua beleza inocente, e sua
função pode ser acompanhar os seus Sire ou animar os abrigos com risos e jogos
fingidos para crianças.

O pior destino é o de crianças que caem nas mãos de um Toreador amargo e entediado.
Aqueles que têm talento são educados em uma disciplina rígida e cruel para que eles

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tirem o melhor de si mesmos, e outros simplesmente se tornem brinquedos de seus Sire
que satisfazem desejos perversos e tentam conter frustrações.

Em geral, pode-se dizer que as crianças de Toreador geralmente encontram um


ambiente aconchegante em seus Sire, pelo menos até ficarem entediados ou as crianças
perderem a inocência que os atraiu em primeiro lugar. Nesses casos, o melhor que eles
podem esperar é a sua libertação e independência dentro da sociedade dos Membros,
para os quais nem sempre estão preparados, depois de terem sido superprotegidos ou
maltratados por tanto tempo.

TREMERE

O clã Tremere valoriza o talento místico, que às vezes é latente em crianças. No entanto,
embora os Feiticeiros possam escolher mortais para serem aprendizes desde pequenos,
eles preferem esperar até que cheguem à idade adulta para dar-lhes o Abraço. Mesmo
assim, os acidentes acontecem, e os inimigos do clã podem tentar atacar os mortais sob
sua proteção, então à reação dos Tremere pode resultar em um Abraço apressado para
salvar uma criança que atraiu seu interesse, embora ainda não tenha chegado à hora
certa. Talvez não tenha todo seu potencial, mas a idade não é um impedimento para um
talento místico para contribuir com a Casa Tremere.

Alem disso existem certos fenômenos estranhos que estão associados à presença de
crianças pequenas, sejam eles presenças fantasmagóricas, movimento de objetos,
pirocinese e outras manifestações sobrenaturais. Alguns Tremere não só se dedicam a
investigar, mas também aprovam o Abraço dessas crianças, considerando que são
fenômenos associados a indivíduos inocentes e involuntários, e que desaparecem com a
maturidade. Estes prodígios místicos não são muito freqüentes entre os Tremere, mas
são aceitos como parte do clã.

Uma vez que ele recebe o Abraço, uma criança Tremere pode esperar o apoio dos outros
Feiticeiros, e o clã geralmente dedica seus recursos à sua educação, tanto mundana
quanto mística, embora geralmente não lide tanto com suas necessidades emocionais,
exortando a criança a amadurecer e deixar para trás comportamentos que impedem seu
progresso. Esses aprendizes educados na Casa Tremere são especialmente leais ao clã,
muitas vezes se esforçando para obter reconhecimento, seja pelo Sire ou seus colegas,
embora geralmente não sejam muito dotados de intrigas políticas, então eles têm
mentores ou assistentes que são responsáveis por compensar essas deficiências para que
possam se dedicar à pesquisa esotérica e seus projetos. Muitos Tremere acreditam que
não vale à pena impedir o trabalho dessas crianças prodígio na Taumaturgia com
intrigas e jogos de poder, pois isso implicaria mais danos do que benefícios para o clã,
por isso é melhor deixá-los em paz, absorvidos em seus livros. No entanto, nem sempre
é conveniente subestimar as crianças Tremere, pois algumas podem se tornar
manipuladoras tão cruéis quanto os adultos.

TZIMISCE

Os Tzimisce geralmente não têm escrúpulos ao Abraçar crianças – não que costumem
ter escrúpulos para qualquer outra coisa -, embora os motivos variem. Historicamente,
alguns Voivodes do clã costumavam punir seus inimigos, e especialmente os mortais
que incorreram em sua ira, seqüestrando seus filhos e os devolvendo transformados em

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pequenos demônios. Eles também Abraçaram as crianças para transformá-las em
monstros a seu serviço, como bestas de guerra, rastreadores ou outras funções
especializadas em suas cortes, quase sempre modificando seus corpos em formas
monstruosas e bestiais, seja para impressionar seus convidados ou tornar suas crianças
mais perigosas.

Outros Tzimisce preferem usar o corpo infantil como um campo experimental de


deformidades, condições físicas excepcionais e teorias eugênicas, estudando as
mudanças e os efeitos produzidos pelo Abraço, tanto física quanto psicologicamente,
realizando monstruosidades em seus "ratos de Laboratório" para satisfazer sua
curiosidade, ou seus apetites perversos, porque nem mesmo os Demônios escapam do
encanto da depravação.

Como esperado, embora o Abraço de crianças seja relativamente comum no clã, elas
tendem a não durar muito, sendo sujeitas desde o início a situações e manipulações
desumanas que as jogam no maxilar da Besta antes mesmo de entender no que elas se
tornaram. Aquelas que sobrevivem um tempo, muitas vezes se tornam escravas ou
ajudantes forçadas de seus Sire, e são tão deformadas fisicamente e mentalmente que é
difícil considerá-las crianças. As poucas que conseguem aceitar sua natureza sem serem
presas pela Besta exploram seus novos corpos, tentando transcender suas limitações ou
aproveitar suas vantagens. História de crianças monstruosas que se fundem a
hospedeiros adultos, como parasitas ligados pela carne, ou que se inserem dentro deles
como horríveis monstros não nascidos às vezes circulam como rumores entre os
Membros ou talvez como uma realidade aterradora.

VENTRUE

Em um clã tão agarrado à tradição como o Ventrue, o Abraço de crianças não é bem
visto, já que o clã não considera aconselhável Abraçar um candidato de idade jovem e
que ainda não está totalmente desenvolvido, nem possuem as fortunas, contatos e
influência que o clã tanto preza.

Porém, da mesma forma que a imagem de perfeição, honra e autocontrole que os


Membros de Sangue Azul gostam de ostentar, ocultem muitos segredos e falhas, crimes
e destempero com as crianças Abraçadas no clã, embora sejam raras, ainda estão
presentes, por vezes educadamente ignoradas e outras justificadas por uma mistura de
desculpas e hipocrisias elaboradas. Uma criança de boa educação, um descendente
amado e que esteve em perigo, etc., podem ser uma presença ocasional nos domínios do
clã.

Às vezes, a fraqueza Ventrue leva alguns Membros a necessitarem se alimentar do


sangue de crianças, o tipo de alimentação com a qual devem ter ainda mais cuidados
devido à sua fragilidade, mas sempre há risco de acidentes, e uso do Abraço como uma
"solução".

As crianças Ventrue costumam ser muito protegidas por seus Sire, especialmente se
mantêm laços familiares com eles. Também costumam ser educadas nas tradições e
responsabilidades dos Sangue Azul, mas apesar de serem oficialmente aceitas, nunca
vão alem de uma posição secundária nos Diretórios do Clã, o que muitas vezes é uma
fonte de frustração e ressentimento.

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Tais crianças também tendem a ser muito protetoras de suas famílias mortais, que para
eles constituem o que é considerado "seu primeiro domínio". Algumas linhagens
humanas muitas vezes têm um “patrono” silencioso que as vigia e apóia à distância e
que é subestimada ou ignorada por sua aparência infantil.

LINHAGENS
As Linhagens menores costumam ser muito pequenas para usar o Abraço da criança,
mas, ocasionalmente, também recrutam indivíduos jovens para suas fileiras. Na
verdade, algumas delas mantêm um relacionamento peculiar com as crianças.

BAALI

A profanação da inocência é um dos pilares do clã amaldiçoado. Os Demônios


arrebanham como moscas ao chamado do sofrimento e da dor para recrutar novos
seguidores. Uma criança Abraçada pelo Baali, quando não sucumbe completamente à
Besta, se torna um monstro sem alma, mesmo que não seja no corpo. As crianças Baali
se aglomeram em lugares onde podem usar suas aparências infantis para promover os
ideais profanos de seus Mestres infernais, muitas vezes tentando adultos com prazeres
proibidos ou corrompendo outras crianças para cometer atos que maculem suas almas.

KIASYD

Um dos rumores associados a estes estranhos vampiros é o roubo de crianças, assim


como acontece em muitas lendas sobre as Fadas. Mesmo que exagerados há alguma
verdade nesses boatos. Alguns Kiasyd seqüestram crianças quando querem criar
progênies, não tanto para Abraçá-las diretamente - embora às vezes aconteça – mas para
educá-las desde a infância e treinar crias que considerem dignas. Além disso, os
alquimistas da Linhagem procuram o sangue das crianças, que consideram um
ingrediente básico de muitas das curiosas misturas de sangue que eles produzem.

FILHAS DA CACOFONIA

Assim como os Toreador, algumas Sereias apreciam a beleza das vozes infantis e
desejam imortalizá-las antes que se percam devido às mudanças da idade. Desde o
surgimento das Filhas, várias crias de idade muito jovem foram incluídas na linhagem:
pequenos cantores de coro, cantores prodígios ou simplesmente crianças que tiveram a
má sorte de que sua voz fosse bonita o suficiente para ser apreciada por seus Senhores.

CAITIFF

Apesar do fato de que praticamente todos os clãs têm crianças vampiras, a verdade é
que a maioria das crianças que recebem o Abraço acaba se tornando Caitiff. Não é tanto
uma questão de fraqueza do sangue - embora às vezes aconteça – mas sim o fato da
maioria das crianças terem sido Abraçadas sem o consentimento dos Príncipes ou outras
autoridades da sociedade vampírica. Obter permissão para o Abraço de uma criança não
é fácil, e muitas vezes requer um Sire de posição alta ou muitos favores, o que limita as
chances de fazê-lo oficialmente.

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Como resultado, algumas crianças vampiras são abandonadas, seja porque seu
Sire não se sente capaz de enfrentar suas responsabilidades, seja para mantê-las seguras
quando alguém decreta sua destruição. Além disso, como crianças mortais, as crianças
vampiras são muito inquietas e não são fáceis de controlar, então alguns acabam
escapando de seus Sire pouco depois de sua criação.

Sozinhas, as crianças sem clã não costumam durar muito tempo e acabam sendo
destruídas por outros membros da Família que as consideram uma ameaça a Máscara
devido a negligências fatais como uma má escolha de refúgio. Quando uma criança
vampira cai em um frenesi com ninguém para detê-la, ele geralmente atrai atenções
indesejáveis e fatais.

Sem um Sire ou mentor para cuidar dela, para o pior ou o melhor, nas primeiras noites,
as chances de sobrevivência de uma criança vampiro são escassas. Algumas afortunadas
- ou desafortunadas - conseguem encontrar um refúgio em Cainitas que se compadecem
de sua situação ou mais provável, tentam tirar proveito delas. As crianças Caitiff
geralmente acabam se juntando a outros Membros sem Clãs, ou aos Anarquistas,
obtendo deles a ajuda que precisam para entender aceitar e tentar avançar. Em alguns
lugares, bandos de crianças vampiras se uniram para se proteger e ajudar uns aos outros,
e muitas vezes recebem outras crianças em uma situação similar.

CARNIÇAIS E REVENANTES
Independentemente de suas intenções e propósitos, para muitos Membros da Família
que querem uma companhia infantil, os carniçais são uma alternativa mais simples e
confiável, tanto pela facilidade de criá-los quanto para controlá-los.

No entanto, precisamente por causa dessa facilidade, Cainitas muitas vezes se


comportam de forma mais descuidada e cruel com carniçais. Muitas dessas crianças
ficam loucas não só por causa do tratamento que recebem de seus Regentes, mas
também porque os efeitos do Laço de Sangue e da Besta (ainda que atenuada) que
surgiram dentro delas se combinam a longo prazo para afetar sua saúde mental.

Algumas crianças se irritam de forma irracional por causa do ciúme que sentem quando
alguém mostra carinho em relação aos seus Mestres, cuja atenção e aprovação desejam
acumular, outros são alimentados como se fossem bebês ou se tornam viciados na
sensação agradável no beijo dos seus Regentes. E a maré de sentimentos que o Laço de
Sangue produz é muitas vezes muito intensa para a mente infantil assumir sem
conseqüências. Os Membros que usam carniçais geralmente não se preocupam com
eles: sempre há a possibilidade de se livrar de brinquedos quebrados e procurar novos.

No que diz respeito às crianças Revenants, sua situação é um pouco melhor, mas
depende em grande parte das suas famílias. A presença dos vampiros e o serviço para
eles podem deixá-los marcados, mas como eles têm muito tempo para se desenvolver e
assumir o lugar que ocupam seus transtornos e traumas geralmente não estão
relacionados aos vampiros que eles servem, mas as suas próprias famílias. As famílias
Revenants não são estruturas exatamente estáveis e muitos comportamentos estranhos e
perversões se enraízam neles ao longo dos séculos: abuso infantil, maus tratos,

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endogamia, etc., no entanto, no ambiente fechado e isolado das famílias de carniçais, as
crianças que aparecem geralmente não afundam, mas aprendem a nadar para se tornar
tubarões quando crescerem.

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CAPÍTULO DOIS:
A HERANÇA DE CAIM

"Eu vou colocá-lo em seu caixão, pai", ela disse como se estivesse acalmando-o. “Eu
vou colocar você lá para sempre”.

-Claudia, em "Entrevista com o vampiro"

POR QUE CRIANÇAS?


As crianças passam a maior parte de suas vidas apavoradas por uma coisa ou outra, e às
vezes não podem deixar de se tornar parte desse horror. Você não precisa ser
transformado em vampiro. As páginas dos jornais estão cheias de histórias horríveis
sobre crianças que sofrem os efeitos do mal dos adultos ou mesmo de outras crianças.

E o que acontece quando uma dessas crianças cruza a barreira da descrença e entra no
Mundo das Trevas para se tornar parte desse terror? Convertida contra sua vontade em
um monstro não morto, sem entender o que é agarrando-se às lembranças e lutando para
evitar responder ao chamado da Besta que lhe promete o esquecimento, uma saída fácil.
Talvez a mãe tenha dito que queria que os monstros a levassem para longe. E eles
fizeram isso.

O mundo é um lugar confuso para uma criança, mesmo um vampiro. Às vezes é


maravilhoso e fantástico, mas agora os monstros são reais. A criança é um monstro que
se esconde na noite e agora tem que percorrer a cidade para saciar sua sede de sangue.

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Embora tenha antecedentes mais antigos, a figura da criança vampira não se
consolidou como um elemento da ficção de terror até algumas décadas atrás. Embora
não muito difundido como protagonista, tem algo perturbador em sua aparente
fragilidade, atravessando a distância entre inocência e monstruosidade. Sua aparente
vulnerabilidade, combinada com a percepção dos adultos, proporciona-lhe uma
potencial sensação de maravilha e terror que você pode mostrar nos personagens de
Vampiro: A Máscara.

Interpretar as crianças, e especialmente as crianças vampiros, não é fácil. As crianças


dependem dos adultos à sua volta, são pequenas, fracas e em grande parte ignorantes,
mas também oferecem incríveis oportunidades de interpretação. Isso também significa
que um Narrador é justificado se ele pede lances para conhecer coisas, manter o
equilíbrio e se mover em um mundo maior e mais aterrador.

TEORIA DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NAS CRIANÇAS DE JEAN


PIAGET E ERIK ERIKSON

Jean Piaget era um filósofo suíço, naturalista e psicólogo conhecido principalmente


por seu trabalho em estudo infantil e sua teoria do desenvolvimento cognitivo. A teoria
de Piaget reconhece quatro fases básicas no desenvolvimento cognitivo da infância.

A fase senso-motora: ela vai desde o nascimento até dois anos, as crianças
experimentam o mundo principalmente através do movimento e seus sentidos,
compreendendo a permanência dos objetos (a realidade das coisas e a existência de
outras pessoas que existem mesmo que não possa velas).

A fase pré-operatória: passa de dois a sete anos, em que as crianças obtêm e melhoram
suas habilidades motoras.

A fase das operações concretas: ela vai dos sete aos onze anos, em que as crianças
começam a desenvolver a lógica e a aplicá-la a eventos concretos.

A fase das operações formais: ocorre após onze anos, em que as crianças desenvolvem
habilidades de raciocínio sofisticadas e abstratas.

Erik Erikson foi um psicólogo pós-freudiano que desenvolveu sua própria teoria sobre
os estágios psicossexuais do desenvolvimento cognitivo. Embora tenha levado em conta
as teorias de Freud (por exemplo, ele aceitou a existência do id, do ego e do superego),
ele rejeitou outros (como a crença de Freud de que a personalidade humana estava
totalmente desenvolvida e fixada em torno dos cinco anos). Erikson dividiu o ciclo de
vida em oito fases psicossociais do desenvolvimento cognitivo.

Infância (do nascimento até doze meses): O estado formativo da psique humana, no
qual o ego desenvolve a capacidade de confiar ou desconfiar em função de estímulos
externos.

Primeiros anos (1 até 3 anos): a fase em que o indivíduo começa a desenvolver um


senso de existência autônoma, bem como a capacidade de se envergonhar e duvidar.

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Primeira infância (3 até 5 anos): a fase em que o indivíduo adquire um senso de
independência, adicionando a capacidade intelectual para planejar, e agir por sua
própria iniciativa, geralmente expressada através do desejo de jogar.

Infância média (6 até 10 anos): a fase em que o puro desejo de jogar dá lugar ao
desejo de terminar as tarefas e ser recompensado pelo sucesso.

Adolescência (11 a 18 anos): fase em que o indivíduo começa a questionar sua


realidade e se pergunta quem é e qual é o significado de sua vida.

Primeira maturidade (18 a 34 anos): a fase em que o indivíduo começa a buscar


ativamente a intimidade com os outros.

Adulto (35 a 60 anos): a fase em que um indivíduo começa a desejar "produtividade", o


desejo de gerar e guiar uma nova geração, geralmente expressada no desejo de ter suas
próprias crianças, obter trabalho e ser valorizada por suas capacidades próprias.

Velhice (60 anos até a morte): a fase em que um indivíduo, através da experiência
acumulada, começa a temer a morte, há perda e redução de capacidade.

Todas essas teorias podem ser usadas como guias gerais no desenvolvimento de
personagens infantis e seu desenvolvimento contínuo até a idade adulta.

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CRIAÇÃO DE PERSONAGEM

No Sistema Storyteller, a criação de personagem é um processo simples. No entanto,


para além das regras básicas, existem alguns recursos opcionais que você poderia levar
em consideração ao desenvolver um personagem infantil mais detalhado.

CONCEITO

No manual básico de Vampiro, uma criança pode ser um conceito em si, e muitos
jogadores se limitam a definir ambiguamente, mas entre as crianças pode haver tanta
diversidade quanto entre os adultos. Basta dar uma olhada na maioria dos exemplos de
personagens jogadores e não-jogadores dos vários suplementos de Vampiro. Escolha
um e pense: como seria esse personagem quando ele era criança? Será uma versão em
miniatura ou radicalmente diferente de quando adulto?

Primeiro pense em uma idade. Uma criança de quatro anos de idade não é igual a uma
de doze, há muitas experiências e mudanças no desenvolvimento que devem ser levadas
em consideração. Conforme mencionado na tabela de desenvolvimento cognitivo, nem
todas as crianças estão nas mesmas condições mentais, o que influência quando ela se
torna um vampiro. Em geral, você deve ter em mente que crianças muito novas são
muito desprotegidas da Besta, que logo as assumirá. Aproximadamente após os seis
anos de idade (com crianças especialmente precoces e outras que demoram mais para se
desenvolver), uma criança começa a ter possibilidades reais de se proteger da Besta e
tornar-se um personagem viável. A grande maioria das crianças vampiros no Mundo das
Trevas deve ter entre sete e doze anos de idade. Os mais jovens do que isso
simplesmente degeneram muito rapidamente e acabam se tornando criaturas
completamente desumanas, se não forem destruídas antes, embora você possa querer
interpretá-las em uma breve Crônica antes do desaparecimento da sua Humanidade.

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Em qualquer bairro ou escola, além de compartilhar jogos e passatempos, os interesses
das crianças podem mudar enormemente. Do filho tímido e retirado, o bom aluno, o
valentão da escola há mais possibilidades do que escolher uma "criança" simples.

ARQUETÍPOS

Muitas crianças ainda são, bem, crianças em seu comportamento após o Abraço, então o
Arquétipo infantil é muito difundido no Comportamento de crianças vampíricas. No
entanto, nem sempre tem que ser assim, especialmente se a criança tenta mostrar que ela
é "mais velha" ou em rebelião contra o meio ambiente, mostrando-se Rebeldes ou
mesmo Monstros para intimidar adultos.

A Natureza é muito mais importante para os personagens infantis, pois é o guia deles
para a fachada representada pela infância. Alguns podem simplesmente querer continuar
aderindo à infância como crianças, mas, muitas vezes indicam os mecanismos que uma
criança vampira usa para sobreviver. Os mais tenazes tendem a se tornar Sobreviventes
experientes, ou procuram a segurança como Conformistas mostrando lealdade aos
grupos de que fazem parte, enquanto outros tentam se consolar com as maravilhas e os
prazeres do mundo ao seu redor, como Bon Vivant, mas, em qualquer caso, a natureza
de uma criança vampiro pode ser muito diferente e diferente da aparência infantil que
mostra.

ATRIBUTOS

O corpo infantil tem suas limitações, então você pode querer usar um sistema
alternativo para representá-lo. Em vez da distribuição usual de 7/5/3 pontos, você pode
preferir usar 5/4/3 com uma criança, "reservando" os pontos perdidos para atribuí-los
em um estágio posterior do seu desenvolvimento. Por outro lado, lembre-se de que
também é um corpo de vampiro, então um vampiro infantil pode ser muito mais do que
parece. Em geral, nenhuma criança deve ter um atributo maior que 3.

HABILIDADES

A experiência de uma criança é limitada e ainda não foi completada. Da mesma forma
que os Atributos, um jogador que quer criar um personagem infantil mais realista pode
decidir limitar o número de suas habilidades e pontos de reserva para um estágio
posterior de desenvolvimento. Em vez da distribuição usual de 13/9/5 você pode optar
por uma distribuição alternativa de 11/7/4. Em geral, as crianças estão aprendendo a
maioria das habilidades para que uma pontuação de 3 seja excepcional e, da mesma
forma, nenhuma criança deve ter uma habilidade acima de 3. A maioria das crianças
tende a ter conhecimentos e habilidades limitadas, sendo o Talento, devido à sua
natureza intuitiva, é a principal prioridade, embora existam exceções.

DISCIPLINAS

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Normalmente, as crianças vampiras são mais capazes com disciplinas de tipo intuitivo,
mas se algo chama sua atenção, elas se aplicam especialmente nele. Se um vampiro
gosta de animais, ele pode se concentrar em aprender Animalismo, enquanto outro que
prefere permanecer escondido pode preferir Ofuscação. Um atleta infantil pode se
concentrar por disciplinas físicas, etc. Os seus Sire podem ensiná-los a usar seus
poderes para sobreviver, mas se eles entenderem isso como um jogo, as crianças
prestarão mais atenção. Os poderes mais exóticos ou aqueles que dependem do
Conhecimento, geralmente não são tão freqüentes no desenvolvimento desses pequenos
mortos-vivos.

ANTECEDENTES

Os Antecedentes de uma criança vampiro determinarão a forma como são protegidas ou


desprotegidas numa situação. A proteção pode se manifestar sob a forma de Aliados,
Lacaios ou Mentores, cada um com suas próprias vantagens e desvantagens.
Normalmente, serão adultos, vampiros ou mortais, que protegerão a criança Cainita,
mas também freqüentemente serão seus intermediários na sociedade adulta, atendendo
aos seus interesses e necessidades. Um Rebanho também indica uma fonte de sangue
disponível para que a criança possa enfrentar a caçada sem muita dificuldade em suas
primeiras noites. Normalmente, o rebanho de uma criança vampiro vem de animais ou
crianças, porque os adultos ainda são presas perigosas.

As crianças vampiro não costumam começar com Fama, Influência ou Status, ou têm
pontuações especialmente baixas, que geralmente derivam de seu relacionamento com
outras pessoas. Assim como o filho de um milionário, a prole de um Primogênito pode
receber algum respeito e favores, não necessariamente por seus próprios méritos.

Os Recursos que uma criança vampiro pode acessar pessoalmente são escassos, e
novamente através da mediação de adultos que o ajudam. No entanto, pode haver certas
exceções, como ladrões sorrateiros que se aproveitam de sua nova existência para
acumular dinheiro e objetos valiosos, como pequenas jóias. No entanto, este método
também tem seus riscos e a criança vampiro deve ter cuidado para não atrair a atenção,
manipulando grandes quantidades de dinheiro ou objetos que são muito valiosos.

A Geração destas crianças geralmente não é muito baixa, embora existam exceções. Os
Membros que procuram Abraçar um infante são muitas vezes muito jovens,
inexperientes e descuidados. No entanto, alguns antigos podem escolhê-los de tempos
em tempos.

VIRTUDES

É talvez o território mais complexo ao criar um personagem. Conforme mostra a tabela


de desenvolvimento cognitivo, é perfeitamente possível que uma criança tenha
dificuldade em entender os problemas éticos e morais de sua existência. As crianças
podem ser especialmente cruéis e egoístas quando se trata de seu próprio prazer, têm
pouco autocontrole e muitas vezes têm medo de muitas coisas que os adultos nem
pensam na maior parte do tempo.

Da mesma forma que acontece com Atributos e Habilidades, você pode querer reduzir a
pontuação das Virtudes de uma criança vampiro em seus primeiros meses de existência.

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Muitas crianças têm uma baixa pontuação em suas Virtudes, não por causa da
desumanidade, mas por sua falta de compreensão do mundo adulto. É uma das razões
pelas quais elas estão mais expostas à Besta.

Começar o jogo com baixas Virtudes (com pontuação de 1 ou 2) é um desafio que pode
levar a uma degeneração rápida, algo que, infelizmente, é comum entre os vampiros. No
entanto, se ele sobrevive a esta fase, o personagem terá várias cicatrizes morais a partir
das quais ele terá aprendido. Você escolhe.

HUMANIDADE

Em contraste com suas Virtudes reduzidas, a Humanidade das crianças geralmente é


bastante alta, simplesmente porque no geral ainda não teve tempo de ser posta à prova.
Algumas crianças são muito inocentes e ingênuas, enquanto outras, especialmente
aquelas que sofreram abusos e vivem na marginalização, podem ter começado a perder
a inocência desde uma idade precoce. Em qualquer caso, a Humanidade de uma criança,
em princípio, não deve ser determinada pelas suas virtudes em desenvolvimento, mas
pelo seu ambiente. Uma humanidade padrão de 7 e 8 é um guia, mas se um vampiro
sofreu a crueldade de sua família, seu ambiente ou seu Sire, ele poderia começar com
uma nota menor.

FORÇA DE VONTADE

A maioria das crianças geralmente tem uma pontuação de Força de Vontade muito
baixa, e da mesma forma que a Humanidade não deve ser determinada por suas
Virtudes em desenvolvimento. Por padrão, uma criança vampiro terá uma Força de
Vontade igual a 2, mas se ele já enfrentou várias dificuldades ao longo de sua vida, ele
poderia aumentá-lo. Em qualquer caso, sua pontuação não deve ser superior a 5.

AMADURECIMENTO

À medida que o personagem amadurece durante as sessões do jogo, enfrentando sua


nova condição e superando vários desafios ou após certo tempo de jogo, o Narrador
poderia compensá-lo com pontos adicionais que equilibram suas pontuações com as de
um personagem adulto recém-criado. Tenha em mente que, mesmo que o seu
crescimento físico tenha parado, a mente de uma criança vampiro continua a crescer e
suas habilidades com ela. Em certo sentido, pode-se dizer que o personagem de uma
criança leva mais tempo para completar sua criação.

QUALIDADES E DEFEITOS

Esses recursos opcionais podem descrever diferentes aspectos da criança, desde uma
aparência inocente até as possíveis relações sociais que ela pode manter. Um detalhe
importante é que nem todo o personagem infantil precisa ter o Defeito criança. Caso o
Narrador concorde o jogador pode fazer um vampiro que tenha apenas a aparência de
uma criança sem comprar o Defeito (e assim não ganhar os pontos extras por ele) e sem
estar sujeito a mesma limitação da regra, talvez só usando o Defeito Estatura Baixa para
representar a pouca idade.

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CENTELHA DE VIDA

Talvez mais do que os adultos, a vida anterior de uma criança pode permanecer muito
presente. O desaparecimento de uma criança muitas vezes tem graves repercussões
sociais, não só em seu ambiente imediato, mas pode até mesmo avançar a nível
nacional.

Isso levanta questões como: Alguém ainda está procurando por você? Você sente falta
de seus pais e família? Você tenta manter contato? Outros vampiros tentam impedi-lo?

E além da morte, a criança vampiro é freqüentemente dependente de um Mentor ou de


seu Sire, nem sempre amigável, que de fato pode tê-la convertido para tirar proveito da
sua fragilidade, sofrendo mais abuso do que uma cria adulta. As leis da Camarilla
geralmente o impedem, mas na maioria das vezes, como acontece na sociedade mortal,
à maioria dos Membros prefere olhar para o outro lado ante das infrações que um „‟pai‟‟
pode cometer com seu „‟filho‟‟. No Sabá, os maus tratos sofridos por uma criança
vampiro podem ser vistos como meios de forjar e temperar a Espada de Caim. Por outro
lado, um „‟pai‟‟ gentil e amoroso pode ter suas próprias complicações quando excede
suas afeições e controle ou quando se recusa a permitir que seu "filho" se emancipe.

NARRAÇÃO

INTERPRETAÇÃO DE PERSONAGENS CRIANÇAS

Normalmente, uma pessoa se lembra de vários aspectos de sua infância, mas ao


interpretar um personagem infantil, os aspectos precoces desse período são exagerados e
outros são ignorados (como limitações e ingenuidade). Abaixo estão uma série de
diretrizes gerais como referência para ajudar os Narradores e jogadores a interpretar o
pequeno vampiro. Esses períodos e recursos são aproximados, e não surgem à mesma
velocidade em todas as crianças.

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SETE ANOS

De acordo com as fases do desenvolvimento cognitivo, durante esse período, as crianças


desenvolvem plenamente suas habilidades sensoriais e motoras (assumindo que não
sofrem de alguma incapacidade). Ao mesmo tempo, elas estão completando o
desenvolvimento de sua capacidade lógica e mental, usando símbolos, palavras e
imagens para representar coisas e elementos que não estão presentes; concentração em
certos aspectos do mundo ou um estímulo específico; Pensamento intuitivo (a
capacidade das crianças de criar algo sem saber o porquê); egocentrismo (a habilidade
de uma criança de ver as coisas apenas do seu ponto de vista); incapacidade de entender
a conservação de massa, volume ou número; a crença de que os objetos inanimados
podem estar vivos.

Em resumo, os sete anos são uma fase de imaturidade e, ao mesmo tempo, a fase em
que tem possibilidades viáveis de sobrevivência se for Abraçada. Essas crianças se
comportam de maneira ilógica e irracional na perspectiva dos adultos, embora seu
comportamento possa ser consistente desde o ponto de vista da criança e sua percepção
do mundo. As crianças de sete anos de idade ainda não desenvolveram sua empatia e
podem ser cruéis e gentis sem entender o impacto de seu comportamento sobre os
outros. Eles são capazes de raciocinar com limites e assumir conceitos abstratos sem
compreendê-los completamente.

DE OITO A ONZE ANOS

Este período de idade é caracterizado por um aumento na compreensão lógica. As


crianças adquirem a capacidade de classificar os objetos de acordo com seu tamanho,
forma ou outras características, eliminando o animismo como uma função cognitiva
(embora não sempre), descentralização (uma criança pode examinar um problema de
vários pontos de vista para resolvê-lo); entende que os objetos podem ser alterados e
retornados ao seu estado original; eliminação do egocentrismo (a criança aprende a
colocar-se no lugar dos outros).

As crianças nesta fase de desenvolvimento são geralmente consideradas "pré-


adolescentes" e seu crescimento inclui um interesse na natureza "verdadeira" do mundo.
Os seus medos tendem a serem mais realistas, alimentados pela percepção dos adultos
sobre o mundo e como eles afetam suas vidas. Eles também adquirem uma visão mais
realista de punições, recompensas e metas de longo prazo. Eles se tornam mais
individualistas à medida que sua identidade é definida, e eles também se tornam mais
responsáveis, se esse comportamento é promovido pelos pais e outras figuras de
autoridade. Durante esse período, eles também aprendem a cuidar de seus irmãos mais
novos. Algumas meninas começam a experimentar a puberdade aos 11 anos, com todas
as mudanças biológicas e psicológicas associadas.

DOZE ANOS

A última fase da infância caracteriza-se pela maturidade da capacidade de pensamento


abstrato, para raciocinar logicamente e tirar conclusões corretas e incorretas das
informações recebidas. Nesta fase, os "jovens adultos" conseguem compreender as
emoções e os conceitos, tons de cinza, evidências lógicas e valores complexos. A
puberdade começa neste momento, definindo o seu comportamento. É nestes momentos

p. 46
em que as crianças já têm conhecimento da sexualidade humana, adquirem maior
responsabilidade e de alguma forma adquirem um pensamento mais sofisticado. A
transição entre a infância e a puberdade muitas vezes faz com que o medo cresça e uma
consciência crescente da pressão do mundo ao seu redor para se conformar e aceitar as
expectativas dos outros.

MITOS SOBRE CRIANÇAS

- As crianças são cruéis: as crianças não são mais cruéis que os adultos, são
simplesmente menos sofisticadas e compreendem menos o alcance de suas ações. À
medida que crescem, as crianças mudam sua atitude de acordo com o que as rodeiam.
As crianças mais novas geralmente não excluem outras crianças porque simplesmente
não sabem como fazê-lo. Eles precisam ser ensinados a fazê-lo ou ser ordenados.

- Crianças ruins não são felizes: normalmente é dito que as crianças abusam dos
outros não são felizes, mas nem sempre é verdade. Algumas crianças abusam de outros
porque seus pais são agressores, mesmo que não maltratem seus filhos. Uma criança
que é abusada em casa pode desabafar sua frustração em crianças mais fracas, mas
também pode ser uma vítima na escola do mesmo modo que é em casa. Por outro lado,
o filho ou filha de pais amorosos que tratam seus empregados como merda e se
comportam como esnobes reais com seus vizinhos também podem ter uma referência
negativa. O menino ou a menina é feliz e está bem adaptado ao seu ambiente, mas
considera que é normal e bom aproveitar dos fracos. E sua língua é tão afiada quanto à
dos pais.

Os pais podem dizer que os valentões são covardes que recuam quando são enfrentados,
mas também não é verdade. Um valentão que tem uma horda de seguidores pode voltar
se ele é superado em número ou se todos se voltarem contra ele, mas não é provável que
aconteça, especialmente se as outras crianças o querem ou o temem. E como
protagonista de sua própria história, o valentão decide quem está dentro e quem está
fora. A exclusão é a maneira mais simples de decidir quem está dentro e por que, e
quando o valentão o ordena, todos obedecem.

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E nada pode ser feito sobre isso. Verdade, as escolas podem dizer que têm tolerância
zero para bullying, mas é muito difícil livrar-se dele. Se esgueirar só piora as coisas. Os
valentões são prova viva de que a vida não é justa, e eles muitas vezes se aproveitam
disso e assumem posições de liderança quando se tornam adultos.

- As crianças são curiosas: quando as crianças são muito jovens, estão cheias de
perguntas sobre o mundo ao seu redor e esperam que os pais tenham as respostas.
Perguntas importantes, perguntas triviais, perguntas bobas e perguntas sérias; as
crianças constantemente pedem até que os pais responderem sem pensar.

À medida que as crianças crescem, tornam-se curiosos sobre o mundo ao seu redor e os
desafios do dia-a-dia, especialmente quando começam a passar tempo com outras
crianças e aprender a se relacionar. Professores e pais tentam prover guias: seja
educado, aprenda a compartilhar e aguarde o tempo certo, mas quando as crianças se
encontram em situações em que esses guias não se aplicam, elas precisam se contentar.
Às vezes, eles se voltam para adultos para obter conselhos, mas mais freqüentemente
procuram outras crianças. Em vez de serem envergonhados ou rejeitados, as crianças
seguem a solução mais fácil. Não é que eles não querem ouvir seus pais, mas acham
mais fácil e confortável conversar com seus amigos.

- As crianças crescem: as crianças crescem e, na verdade, é algo que as define. As


coisas que eles experimentam durante toda a Crônica os tornam maduros, de alguma
forma, os privam da inocência que tinham antes. Algumas crianças são mais resistentes
à mudança, enquanto outras são mais suscetíveis. De fato, a transição da infância para a
maturidade pode ser o tema principal de uma Crônica.

MITOS SOBRE VAMPIROS

- Os vampiros são solitários: e isso é ainda mais verdadeiro para uma criança vampira.
Em um Domínio é possível que seja o único do seu tipo, cercado por vampiros adultos
com interesses muito diferentes dos seus.

Nos primeiros anos, as crianças vampiro muitas vezes apreciam a companhia e são
especialmente vulneráveis a outros vampiros que tentam tirar proveito delas com

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palavras de falsa gentileza. A solidão também pode induzir uma criança vampiro a
arriscar a Máscara, Abraçando outros companheiros de brincadeira.

- Os vampiros são predadores: para uma criança vampiro, a caça pode ser um
elemento difícil de assumir, resistir a machucar alguém, animal ou humano. Na verdade,
é muito provável que ele aguarde até que a Fome chegue para alimentar-se, o que pode
ser perigoso se ele cair em um frenesi ou tentar se saciar num único ataque. Por outro
lado, se a Fome não estiver muito intensa e a presa reagir, o pequeno vampiro pode ficar
com medo e fugir.

Aprender a caçar sem atrair atenção indevida é um dos primeiros desafios que uma
criança vampiro deve enfrentar e um excelente cenário de interpretação. Tal como
acontece com os animais predatórios, seu tutor pode ajudá-lo, alimentando-o enquanto
aprende e, ao mesmo tempo, corrigindo ou empurrando ela até conseguir.

- Os vampiros são independentes: as crianças vampiro dependem muito de seus Sire


em seus primeiros anos e, embora suas mentes possam amadurecer e aprender a lidar
sozinhas com a passagem do tempo, muitas delas nunca superam esse tipo de
dependência. É como se elas não conseguissem se livrar desse aspecto de sua infância, e
mesmo que se separem de seus tutores e mentores ou desenvolvam relações mais
equivalentes, alguns preferem construir suas próprias famílias e continuar a se
comportar como crianças, simplesmente porque é a realidade que encontraram na vida e
em que se sentem mais confortáveis.

A dependência de uma criança vampiro é geralmente uma relação derivada da


necessidade de proteção e aprendizado. Pode ser baseado em um amor obsessivo ou
algum tipo de vínculo mais sombrio. Nem todos os monstros que Abraçam as crianças
são tão motivados por sentimentos altruístas - de fato, o Abraço de uma criança
dificilmente pode ser considerado como tal -, muitos vampiros fazem isso por razões
mais interesseiras ou perversas, o que contamina a relação que podem estabelecer com
tais crianças.

OUTRAS ERAS
As crianças vampiras têm sido uma constante em todos os tempos e lugares em maior
ou menor grau. Ao interpretar uma delas em um cenário diferente do paradigma
ocidental moderno, as possíveis variáveis devem ser levadas em consideração, como
uma pesquisa sobre a situação da infância naquele tempo ou lugar e depois a
relacionando com a sociedade dos Membros de forma paralela. Os preconceitos dos
adultos estarão presentes entre os Membros, bem como em situações particulares.
Talvez os Membros de um domínio rejeitem crianças vampiro como um perigo para a
Máscara ou um medo religioso. Em contraste, em outro domínio, as crianças vampiro
poderiam ser apreciados como faróis de inocência e potenciais redentores dos cainitas.
Em qualquer caso, da mesma forma que os Membros parasitam a sociedade mortal e
criam a sua como um reflexo sombrio, a situação da infância dentro dessa sociedade
também deve ser alterada pela visão que os monstros tem das crianças.

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IDADE ROMANA

Crianças da Roma antiga não recebiam um nome até alguns dias após o nascimento
(meninas aos 8 dias e meninos aos 9), um costume derivado da alta mortalidade infantil
após o parto. Poucos dias depois, familiares e amigos enviavam presentes. Então um
sacrifício era feito aos deuses e o menino ou a menina recebia seu nome e um amuleto
que identificava como um nascido livre e que o protegeria de espíritos malignos. O
amuleto poderia ser um de ouro, que só estava disponível para os privilegiados, mas
geralmente era feito de couro ou bronze. O pater familias (que geralmente era o pai, mas
também podia ser o homem mais velho da família) o recebia, mas tinha autoridade para
rejeitá-lo, vendê-lo como escravo ou mesmo matá-lo, embora raramente acontecesse, e
essa possibilidade foi depois proibida pelo Imperador Augusto.

As festas de aniversário consistiam em celebrações com vinho, guirlandas de flores,


bolos rituais e a iluminação do altar doméstico. Uma criança que chegasse ao seu quinto
aniversário (fase conhecida como anniculus) tinha privilégios legais e os pais podiam
solicitar a cidadania romana completa para seus filhos. Entre as idades de cinco e sete
anos, as crianças deveriam assumir responsabilidades em casa, como cuidar de animais,
colecionar materiais e tarefas gerais. Também durante este período, considerava-se que
as crianças começavam a estar conscientes de suas identidades sociais e sexuais e
começavam a ser separadas por sexos. Aos sete anos de idade, a fase da infância era
considerada como acabada, e os romanos os consideravam capazes de entender a
linguagem e até pensavam em prepará-los para o casamento.

O direito romano classificou as idades de responsabilidade social, moral e criminal das


crianças. Com menos de catorze anos, uma criança era considerada impúber ou
pubertati proximus. Nesta época, ele começava a explorar o mundo, passando mais
tempo na companhia de estranhos e até mesmo começava a educação fora da casa se
seus pais pudessem pagar. Ele também era doli incapax (incapaz de intenção

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criminosa). No entanto, um filho de mais de dez anos poderia ser considerado culpado
de um crime se demonstrasse que ele entendia o que ele havia feito. Em geral, as leis
romanas não incluíam a pena de morte e os cidadãos romanos estavam isentos das penas
mais vergonhosas e degradantes, como a flagelação, tortura ou crucificação; mas no
caso de um assalto, uma criança e sua família seriam punidos com o retorno dos bens
roubados e, em alguns casos, uma multa de duas a quatro vezes o valor do roubo. A
idade matrimonial das meninas poderia ser já aos doze anos, embora não fosse
frequente, e para homens, cerca de 25 anos. Aos 15 anos, crianças do sexo masculino
celebravam um ritual de iniciação para a idade adulta. Eles removiam a túnica da
criança e colocavam uma toga viril na companhia de seus pais e outros parentes. Até
essa idade, não eram autorizados a banhar-se em banheiros públicos e eram limpos em
casa.

Eles geralmente eram educados em casa, embora também houvessem escolas. Durante a
era da República, a educação costumava ser um assunto informal nas mãos dos pais. No
entanto, após a conquista da Grécia no século II aC, o sistema de educação grego se
espalhou por Roma. Os romanos começaram a dar maior importância à educação e
começaram a estender os tutores, muitos dos quais eram escravos.

Normalmente, as crianças começavam a ir à escola aos sete anos de idade. Seu professor
recebia o nome de litterator, e ensinava-os a ler, escrever, aritmética básica e às vezes
um pouco de grego. Aos doze ou treze anos, as crianças que podiam pagar uma
educação avançada, recebiam aulas de grammaticus. Com ele além do conhecimento
prático, eles recebiam aulas de artes e poesia. O nível mais alto de educação que poderia
ser recebido no momento eram aulas de retórica através do estudo de obras de grandes
palestrantes, como Cícero e Quintiliano.

Quando não estavam aprendendo, as crianças romanas jogavam vários jogos, e entre os
brinquedos haviam bonecas, de argila ou cera, armas de brinquedo, carrinhos e cavalos
com rodas, blocos com letras, bolas e aros. Eles também jogavam jogos de dados,
tabelas e pedras. Eles também jogavam esconde-esconde e terni lapilli (jogo do galo).

No entanto, essas indicações gerais se referem mais a famílias de cidadãos. As crianças


escravas ou camponesas não tinham tantas comodidades, quase todas eram analfabetas e
seu modo de vida não mudou muito ao longo dos séculos. Em tempos de dificuldade ou
fome, elas foram muitas vezes abandonadas. As crianças escravas poderiam ser
vendidas pelos mestres de seus pais, especialmente se não tivessem recursos para
mantê-las, ou simplesmente para obter benefícios.

No que diz respeito à sociedade de Cainitas da Roma antiga, as crianças vampiro


geralmente não tinham muitos direitos, mesmo depois de terem sido libertadas pelos
seus Sire. Por um lado, seu Abraço costumava ser feito descuidadamente, embora não
houvesse falta de pater e mater familiae que compartilhavam seu sangue por carinho
com infantes que eles consideravam valiosos, e esses pequenos vampiros passavam
décadas ou mesmo séculos sob a autoridade de seus Anciões, o que gerava uma
frustração progressiva, bem como rebeliões ocasionais e fugas. Para os Membros da
Roma antiga, a aparência infantil mantinha um vampiro em uma infância eterna e,
portanto, os direitos e responsabilidades de um adulto não poderiam ser confiados a ele.
Embora, após o Abraço, um vampiro se tornasse parte da corte de seu Sire, aqueles que
se rebelaram contra o sistema, tentando se libertar contra a autoridade de seus Anciãos

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ou reivindicando direitos de adultos, muitas vezes optaram por deixar a sociedade dos
romanos mortos-vivos ou se tornaram Peregrini.

IDADE DAS TREVAS

Em grande parte, a visão das crianças medievais veio da era romana, e como
mencionado, entre as classes mais baixas, seu modo de vida não mudou demais. Até a
idade de doze anos, um menino ou uma menina eram considerados crianças e, a partir
daquela idade, eram considerados capazes de diferenciar o bem do mal e, portanto, eram
responsáveis por suas ações.

Do mesmo modo que nos tempos anteriores, a mortalidade infantil era muito alta, e a
importância do batismo foi adicionada aos rituais de recepção do recém-nascido.
Acreditava-se que as crianças que morriam sem ser batizadas, devido à sua natureza
inocente, não iam ao céu ou ao inferno, mas a uma dimensão especial conhecida como
limbo. Quando uma criança nascia, de acordo com os costumes da época, o cordão
umbilical era cortado e as cavidades bucais, nasais e olhos eram limpas e, em seguida,
colocavam uma bola de chumbo no umbigo e eram embalados em panos ou corset para
que eles não deformassem os membros e para evitar chorar.

Em qualquer caso, o tratamento da criança dependia do nível social da família. Aqueles


que podiam pagar por isso contratavam amas de leite para que seus filhos pudessem
desfrutar de uma boa amamentação. O infanticídio era comum, especialmente quando a
criança sofria algum tipo de deformidade ou deficiência, mas também em tempos de
fome ou quando os pais passavam por graves dificuldades financeiras, então eram
abandonadas ou simplesmente deixadas sem vigilância. As crianças que não eram

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aceitas eram geralmente amarradas a uma bolsa de couro ao redor do pescoço com um
crucifixo ou amuleto dentro.

A vida de camponeses e crianças pobres não mudou excessivamente na Idade Média.


Quando começavam a ser capazes, elas eram colocadas para trabalhar cuidando dos
animais ou colhendo frutas do campo, geralmente tarefas simples, enquanto não
adquiriam mais habilidade ou força como os adultos. Isso não significa que não eram
amadas, mas que deveriam assumir responsabilidades em uma idade ainda jovem.

Famílias com mais recursos contratavam tutores ou babás para cuidar de seus filhos,
que depois eram enviados para escolas, geralmente localizadas em mosteiros e
paróquias. Haviam também fundações reais e feudais onde os professores davam aulas e
às vezes uma cidade contratava um professor para dar aulas para as crianças locais.

Crianças da nobreza recebiam outro tipo de educação. Normalmente, eles se tornavam


pajens entre sete a catorze anos, então se tornavam escudeiros e aqueles com vinte e um
anos recebiam o treinamento de cavaleiros sendo treinados no uso de armas e protocolo
de tribunal. Desde o tempo de Carlo Magno, a educação judicial adquiriu maior
sofisticação, mas em grande parte a educação dos nobres era muito deficiente.

As meninas geralmente recebiam muito menos treinamento do que os meninos, e eram


educadas com a visão de se comportar socialmente e se preparar para o casamento.
Além das habilidades para administrar a casa e, ocasionalmente, participar de negócios
familiares, às vezes aprendiam a ler no estudo de livros religiosos.

Os jogos eram muito simples, geralmente sem brinquedos, ou com brinquedos


semelhantes aos da época romana.

Durante a Longa Noite, o número de Abraços de crianças vampiro foi reduzido. Os


seguidores do Caminho do Paraíso se lembraram do comando de Caim contra o Abraço
de crianças e nos domínios sob sua influência, eles pregavam contra partilhar a
maldição de Caim com infantes. No entanto, entre estes Fieis havia uma exceção
notável. Os seguidores da Heresia Cainita não tinham dúvidas sobre Abraçar crianças,
muitas vezes afirmando que a inocência delas redimiria os descendentes de Caim, ou
para usar os infantes como "anjos" ou "messias" para atrair seguidores com sua
aparência inocente. Essa atitude foi outra das razões que provocavam o confronto entre
essas facções.

Os seguidores do Caminho dos Cavaleiros também não Abraçavam crianças,


considerando que os jovens Cainitas não podiam entender a essência do seu código de
honra. Os seguidores do Caminho da Humanidade às vezes Abraçavam infantes numa
tentativa, quase sempre falha, de recuperar o que perderam, enquanto os seguidores do
Caminho do Pecado consideravam que o Abraço das crianças era um desafio adicional
contra a autoridade estabelecida. Muitas crianças abandonadas ou criadas pelo abuso de
Cainitas adultos muitas vezes acabavam no Caminho da Besta, encontrando em seus
instintos a ajuda de que precisavam para seguir noite após noite.

Em lugares onde a autoridade dos cavalheiros cainitas "civilizados" vacilava, suas leis
tinham pouco efeito. Nas áreas rurais, alguns Cainitas arrastavam sua família no Abraço
para obter companhia, gerando superstições entre os camponeses. Esses núcleos

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familiares geralmente se ajudavam para sobreviver, embora sua presença prolongada
geralmente atraia a atenção dos inimigos: Lupinos, Inquisidores e outros.

Nesta época, bandos de "crianças perdidas" também surgiram, já que a rejeição dos
cainitas adultos muitas vezes causavam o abandono de muitos jovens vampiros, que
achavam força ajudando-se mutuamente. Estes pequenos Cainitas muitas vezes
vagavam de domínio para domínio, criando rumores e superstições em seu caminho,
tanto entre os mortais como entre os mortos-vivos.

ERA VITORIANA

Embora, desde o Iluminismo, tenha havido um aumento generalizado na preocupação


social com crianças, a infância ainda sofria de uma profunda divisão de classes. As
classes média e alta mimavam seus filhos com todos os tipos de luxos e geralmente lhes
davam uma vida muito melhor do que a dos pobres, que constituíam a maioria da
população. No entanto, sua educação superior era muito mais rígida e carente de carinho
por parte de seus pais, já que passou a ser considerado que o filho não era apenas
patrimônio familiar, mas também social. Como indivíduo, sua existência era importante
para o conjunto de sua classe, nação e raça.

A maioria das crianças das classes privilegiadas era educada por uma babá ou tutora que
lhes ensinava o comportamento correto. A vida diária costumava ser muito formal e
monótona. Eles raramente viam seus pais até certos momentos do dia. As babás
costumavam suportar o ônus de apoiar as crianças e eram instruídas na educação que

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deveriam dar na etiqueta, na educação, no vestido, etc. De fato, as babás muitas vezes
substituíam os pais em seu papel.

Embora o estereótipo ideal das babas fosse o de um especialista universal em educação


infantil, a maioria não era assim. Normalmente eram mulheres mais velhas e solteiras.
Embora alguns tenham tratado seus alunos como crianças que não tivessem tido,
jogando com eles ou fazendo presentes especiais para seu aniversário ou quando se
comportavam bem, muitas vezes eram intolerantes e rigorosas, e às vezes eram
diretamente cruéis.

Mimos, carícias e gestos ternos eram contemplados dentro da família burguesa como
uma ferramenta ao serviço da criança, que precisava se sentir amada em seu processo de
formação e crescimento. Além disso, o uso do tutor tornou-se habitual, talvez dando
rédeas às emoções e querendo manifestar uma maior proximidade. No mesmo sentido, o
castigo corporal estava se tornando menos frequente, especialmente em casa.

À medida que a criança crescia, e especialmente ao redor dos dez anos começaram a ter
uma preocupação em torno do medo do futuro. Uma integração problemática na
sociedade poderia causar uma falha social do indivíduo. Como solução, surgiram
escolas de internato, tanto femininas quanto masculinas, instituições que assumiriam as
deficiências dos pais para exercer uma tutela adequada sobre seus filhos e que, em nome
do estado e da sociedade, eram responsáveis pela transmissão de conhecimento e da
moral e bons costumes aos jovens. A ternura e o mimo que acompanhavam o universo
da infância dos primeiros anos tornavam-se desconfianças e distanciamentos.

Em contraste, a maioria das crianças da era vitoriana vivia na pobreza, sem casas
agradáveis, brinquedos caros, roupas requintadas e comida, etc. Moravam em casas
menores e muitas vezes compartilhavam seus quartos com adultos. Esse modo de vida
também fortaleceu os laços da família, para o bem e para o mal. Sem a presença de uma
babá, os pais criavam seus filhos e guiavam suas vidas diretamente. Não era sempre
uma atmosfera afetuosa. Muitos crianças tiveram que trabalhar para ganhar dinheiro
com suas famílias, muitos pais consideravam seus filhos um pouco mais do que uma
fonte de renda e tinham mais filhos para trazer mais dinheiro para casa.

Algumas crianças vitorianas começavam a trabalhar às vezes com quatro ou cinco anos.
Esta iniciação ao trabalho também era comum nos séculos anteriores, mas geralmente
não era tão difícil quanto os requisitos do trabalho da era industrial. Segurança e
condições de higiene não eram uma preocupação, as crianças simplesmente tinham que
trabalhar para ajudar a pagar as despesas da família.

Como eram consideradas mão-de-obra barata, crianças eram muito usadas em diferentes
tipos de trabalho, como minas, fábricas, venda de rua, indústria têxtil, chapelaria,
limpeza de chaminés, trabalho em fazendas, padarias, como criadas e, infelizmente,
prostituição.

As crianças que iam para as fábricas podiam trabalhar entre 14 e 18 horas por dia. A
morte no trabalho não era incomum. Seu tamanho pequeno os tornou ideais para se
espremerem por lugares estreitos, seja em túneis de minas ou entre máquinas pesadas,
às vezes enquanto as máquinas funcionavam, para não parar a produção.

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Crianças de cinco a nove anos saíam das chaminés cobertas de fuligem da cabeça aos
pés, muitas vezes com os braços, pés, cotovelos e joelhos cheios de hematomas e
feridas. Às vezes, eles recebiam um banho rápido com água salgada e eram enviados
para outra lareira.

Uma lei de 1833 na Inglaterra proibiu as crianças com menos de nove anos de
trabalharem em fábricas, embora não tenha sido de fato cumprida pelas décadas
seguintes e que certamente não começou a se espalhar para outros países até mais tarde,
e em alguns realmente não chegaria até o século XX, com inúmeros abusos e violações

E as crianças que não encontravam trabalho acabavam em grande número nas ruas das
cidades vitorianas. Muitas eram órfãs, mas a maioria vinha de famílias que as
negligenciavam, muitas vezes por causa do álcool. Muitas crianças acabavam na rua
porque não queriam apoiar a situação familiar em casa, recorrendo à prostituição e ao
roubo para se sustentar.

A Idade Vitoriana também afetou a situação dos vampiros. Embora relutantemente, a


Camarilla tomou medidas para se adaptar a presença de crianças entre os Membros,
levando em conta a manutenção da Máscara. A rejeição supersticiosa e religiosa da
Idade das Trevas era mitigada e, nesses momentos, era justificada com argumentos mais
racionais, embora a decisão de aceitá-los ou não na sociedade permanecia nas mãos dos
Príncipes da seita. Em algumas cidades, até mesmo algumas crianças vampiro recebiam
a ordem de ajudar outras crianças em uma situação semelhante, mas na maioria das
vezes estavam sozinhas e sua segurança dependia delas mesmas.

No Sabá, desde a fundação da seita depois da Convenção dos Espinhos, não houveram
escrúpulos quando se tratava de recrutar crianças vampiras para suas fileiras ou pelo
menos não era uma rejeição formal. Mesmo assim, devido à influência do pensamento
nodista entre seus Membros, existiam alguns bandos e indivíduos que mostravam sua
oposição ao Abraço de crianças, às vezes até destruindo os que eram transformados,
mas não era uma atitude generalizada. Na verdade, algumas crianças cainitas
começavam a formar seus próprios bandos, e também tinham o poder de lidar com a
rejeição de adultos fanáticos. Nas guerras civis que afetaram a seita, muitas crianças
vampiro aproveitaram a oportunidade para atacar seus torturadores ou se dirigiram para
as posições que permaneceram vagas. Embora não tenham sido um fato desconhecido
nos séculos anteriores, durante a era vitoriana alguns "bispos infantis" surgiram na
Espada de Caim.

A era vitoriana e a industrialização, com a crise do mundo rural, também colocaram em


risco as "famílias" dos vampiros das noites medievais. Sua presença cada vez chamava
mais a atenção e muitos desses núcleos de vampiros se dissolveram ou se dispersaram,
levando várias crianças vampiras às cidades, onde se adaptaram bem à caça no meio
urbano, especialmente entre as massas da miséria e as numerosas crianças que vivem
nas ruas, onde encontraram alimento e companhia.

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CAPÍTULO TRÊS:
EXEMPLOS DE PERSONAGENS

"Se levar sua infância com você, nunca envelhecerá."

-Tom Stoppard

Muitas vezes as crianças passam despercebidas nas Crônicas Vampíricas, vistos como
pequenos mortos-vivos que têm pouco a acrescentar nas histórias dos vampiros. Muitas
parecem carecer de uma personalidade completa, sendo reduzidas a personagens
aparentemente inocentes imortalizados em uma vida roubada muito cedo.

No entanto, sob seu rosto infantil, as crianças do Mundo das Trevas têm muito a dizer,
especialmente as crianças vampiras que conseguiram sobreviver ao Abraço, para entrar
onde os monstros moram.

As seguintes personagens foram criadas usando as regras oficiais do Vampiro: a


Máscara. Você pode alterá-las usando as dicas interpretativas do capítulo anterior, ou
usando suas próprias regras, para servir como personagens para seus jogadores ou parte
dos NPCs de suas Crônicas. Cabe a você participar de seus jogos e dar-lhes a vida que
desejam.

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O ANJO SICARIO

CITAÇÃO: <BANG!> Eu fiz direito?

PRELÚDIO: Você nasceu em um bairro pobre de uma grande cidade com


milhões de habitantes. Você cresceu com seus pais e muitos irmãos e irmãs, mas a
verdade é que não havia muito amor no ambiente, mas sim discussões constantes que
faziam com que você e seus irmãos acabassem na rua, que era a sua verdadeira escola.
No começo você se esforçou para sair da miséria, mas quando um de seus irmãos
morreu devido a uma bala perdida, disse a si mesmo que era impossível.

Você se tornou parte de uma gangue de rua, primeiro fazendo pequenos roubos e
depois como mensageiro de drogas e objetos roubados. Uma vez, os membros de uma
gangue rival te espancaram e roubaram então você pegou uma arma e quando eles
voltaram por mais, você atirou em um deles. Isso serviu como um aviso e um exemplo
de que você sabia como jogar duro.

O líder do seu bando ficou satisfeito e decidiu te ensinar a atirar de verdade até
que um dia te contou o que esperava de você. Ninguém suspeitaria que uma criança
como você fosse tão perigosa, então não seria difícil para você se aproximar de sua
vítima, atirar nele e fugir.

Então assim foi. No fundo você sabia que estava errado, mas as pessoas o
respeitavam e seu chefe aprova o que você fazia.

Até o dia que escolheu a vítima errada. Uma noite você esperou por um menino
pálido que saiu de um clube. Você atirou e correu, mas de repente ele reapareceu
bloqueando seu caminho. Você atirou novamente, descarregando todo o pente, mas não
funcionou. Então você percebeu que o jogo havia mudado e agora você era a vítima.

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CONCEITO: Você é uma criança que teve que crescer rapidamente em um bairro onde
a violência e a miséria estavam na ordem do dia. Ao se tornar um pequeno matador,
você também atraiu a atenção dos Agentes do Sabá. Alguém tão jovem e tão
sanguinário tinha potencial como recruta, então apesar de sua pouca idade eles fizeram
você passar pelos Ritos de Criação, e agora você é parte da seita.

DICAS DE INTERPRETAÇÃO: Passar de uma gangue de rua para a Espada de


Caim, não o mudou muito. Você apenas se tornou mais perigoso. Você age com o olhar
frio e distante de uma criança que já viu demais, mas ao mesmo tempo aprecia os
elogios de seu Sire e de seus companheiros de bando, e por isso se preocupa em fazer
tudo para não desapontá-los.

EQUIPAMENTO: Uma arma, roupas usadas e não muito chamativas. Tênis de marca
roubado de uma de suas vítimas.

Clã: Gangrel Antitribu (Urbano)

Natureza: Ansioso para Agradar

Comportamento: Conformista

Geração: 12

Atributos Físicos: Força 3, Destreza 3, Vigor 4

Atributos Sociais: Carisma 2, Manipulação 1, Aparência 3

Atributos Mentais: Percepção 3, Inteligência 2, Raciocínio 3

Talentos: Prontidão 2, Esportes 2, Manha 3, Esquiva 3, Intimidação 1, Briga 2, Lábia 1

Pericias: Armas Brancas 2 Armas de Fogo 2, Sobrevivência 2, Segurança 1,


Furtividade 2

Conhecimentos: Ciência 1, Direito 1, Lingüística 1, Ocultismo 1, Política 1

Antecedentes: Geração 1, Mentor 2, Status (Sabá) 1

Disciplinas: Celeridade 2, Ofuscação 2, Metamorfose 1

Virtudes: Consciência 1, Autocontrole 2, Coragem 2

Humanidade: 4

Força de Vontade: 5

p. 59
A IRMÃ MAIS VELHA

CITAÇÃO: Você achou que poderia me machucar porque é maior? Vamos ver
o que posso fazer.

PRELÚDIO: Você foi à primeira de três irmãos, e por essa razão desde que
consegue se lembrar começou a ajudar em casa, cuidando de seus irmãozinhos. Seus
pais passavam muito tempo longe de casa, trabalhando no que podiam no bairro onde
moravam. Às vezes, mamãe e papai discutiam por causa do dinheiro escasso e você
prometia que, quando tivesse idade suficiente, começaria a trabalhar, talvez cuidando de
crianças ou algo assim.

Certa noite seu pai voltou para casa com uma pessoa estranha e o apresentou
como "tio Willy". Era estranho, porque ele nunca tinha falado com você sobre nenhum
tio, e embora mamãe o olhasse com desconfiança, eles finalmente o aceitaram para
ficar.

"Tio Willy" era estranho. Ele passava o dia trancado em um quarto e só saía à
noite. Ele estava muito pálido e parecia assustado, como se estivesse sendo perseguido.
Ele falou pouco com você e seus irmãos e de alguma forma parecia que ele gostava
muito de seus pais. De fato, de vez em quando ele trazia dinheiro, e isso estava bem,
embora ele nunca dissesse onde trabalhava. Muitas vezes, mamãe e papai ficavam
acordados até tarde conversando com ele sobre coisas que você não conseguia entender.

E uma noite você acordou ouvindo gritos. Correu para a cozinha e encontrou seus pais
mortos. Tio Willy era um vampiro e estava se alimentando deles! Quando ele a viu, seus
olhos ficaram vermelhos e ele pulou em você e mordeu seu pescoço.

Quando acordou viu tio Willy lhe dando o sangue dele. Ele não era mais o monstro, mas
seus olhos estavam assustados. Estava muito nervoso e ficava pedindo perdão. Ele disse
que sua mãe se cortou e que a visão do sangue o fez perder o controle. Você ficou
furiosa a princípio, mas ele lhe disse que agora você era uma vampira e que ele iria
ajudá-la. Ele lhe ensinou algumas coisas, mas uma noite foi embora e você não o viu
novamente.

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Agora você tem que cuidar de seus irmãos sozinha.

CONCEITO: Uma órfã com dois irmãos sob sua responsabilidade. Você tem que
conciliar sua nova natureza com sua vida diária. Tio Willy lhe contou o suficiente para
saber o que você é e sobreviver à noite, e na verdade, ele disse para ter cuidado com os
outros vampiros, porque você foi criada sem permissão. No entanto, você conseguiu
fazer alguns amigos entre os anarquistas. Você não contou a eles sobre seus irmãos e
acha que é melhor assim. Por enquanto você cuida deles e tenta aceitar sua nova
situação, mas quer encontrar um lar adequado, onde eles possam ter uma vida "normal".

DICAS DE INTERPRETAÇÃO: Embora seja uma menina pequena, você tem uma
grande responsabilidade e a enfrenta sem medo. Até certo ponto, o Abraço a fez
amadurecer mentalmente. Você é muito cuidadosa em seus relacionamentos com outros
vampiros e tenta aprender tudo o que pode e, ao menor sinal de perigo, desaparecer.

EQUIPAMENTO: um pouco de dinheiro, uma pequena faca de bolso, uma sacola de


compras com coisas para levar para casa.

Clã: Caitiff

Natureza: Diretor

Comportamento: Criança

Geração: 11

Atributos Físicos: Força 1, Destreza 3, Vigor 2

Atributos Sociais: Carisma 3, Manipulação (Fingir inocência) 4, Aparência 3

Atributos Mentais: Percepção 3, Inteligência 2, Raciocínio 3

Talentos: Prontidão 2, Esportes1, Manha 2, Empatia 3, Esquiva 2, Luta 2, Lábia 2

Pericias: Etiqueta 1, Performance 1, Perícia 2, Segurança 1, Furtividade 2,


Sobrevivência 1, Empatia com Animais 1

Conhecimento: Acadêmico 1, Ciência 1, Computação 1, Lingüística 1, Medicina 1,


Ocultismo 1

Antecedentes: Aliados 2, Contatos 2, Geração 2, Recursos 1

Disciplinas: Animalismo 2, Presença 2

Virtudes: Consciência 4, Autocontrole 3, Coragem 3

Humanidade: 7

Força de Vontade: 5

p. 61
O FILHO DO PREGADOR

CITAÇÃO: Os pecadores acham que podem questionar a grandeza de Deus.


Ele é a origem de tudo, e quem se acredita acima dele, nega isso. É hora de você
receber o sacramento da dor.

PRELÚDIO: Você cresceu em uma família dedicada a Deus e foi educado em


devoção a ele. Seu pai pregou a palavra na congregação dos fiéis, e sua mãe e irmãs
também cumpriram o Seu lugar em sua obra. Desde que era pequeno você aprendeu a
orar a e ler a Bíblia e começou a pronunciar os sermões que seu pai escreveu. Quando
subiu ao palanque para falar diante da congregação, vestido com um terno impecável
para a ocasião, você estava cheio de alegria, nunca de orgulho.

Suas apresentações se tornaram um exemplo para a pequena congregação de seu


pai, e, atraíram outros pregadores que queriam vê-lo pessoalmente. Um deles, com
grande fama, falou com seu pai em particular e conseguiu ter acesso a você. Ele fez uma
doação generosa e pediu-lhe para acompanhá-lo em seus sermões itinerantes, para que
você pudesse aprender a pastorear o rebanho do Senhor.

O que ele fez com você na caravana fez sua fé se quebrar em pedaços. Chorando
você foi ao seu pai e contou tudo, mas foi traído. Ele te vendeu e recebeu seu dinheiro, e
agora se recusou a acreditar em você, dizendo-lhe para ficar quieto e não ousar acusar
alguém de tanta infâmia.

Você começou a ver o mundo de maneira diferente. Em silêncio desprezava seu


pai, e seus sermões eram apenas palavras vazias na frente de um público cego que não
era capaz de ver o mal ou entender o que estava acontecendo diante deles. Você se
apegou à sua fé, mas cada vez teve mais dúvidas. Por que Deus permitiu que algo assim
acontecesse com você?

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Alguém mais perspicaz conseguiu perceber o que se passava em sua alma e foi
até você uma noite. No começo, você sentiu medo, pensando que seria abusado de novo,
mas ele começou a falar e você ficou quieto, impassível.

Aquele visitante era um pregador da noite e trouxe seu deus das trevas, que
oferecia seu próprio consolo. Demorou pouco para ele acabar com a sua fé de infância e
finalmente lhe oferecer para pastorear uma nova congregação.

Você aceitou.

Seu pai foi o primeiro a pagar por seus pecados. Você o aterrorizou e escravizou
com seu sangue, jogando na cara dele o que ele havia feito. Agora ele trabalha para
você, o representando quando necessário, mas toda noite você o força a se flagelar e a se
punir por suas ações.

CONCEITO: Você se tornou um pregador do Grande Set, e agora vê o mundo com


novos olhos. Você foi traído e agora os pecadores pagarão por isso. Você voltou a
pregar com o mesmo entusiasmo de antes, mas agora sua mensagem contém princípios
muito diferentes. Sua causa é sua recompensa ao mesmo tempo em que oferece
vingança contra os adultos.

DICAS DE INTERPRETAÇÃO: Contemple o pecado nos corações e encoraje-o a


separar o grão do joio. Usando os segredos sujos dos adultos, você escraviza os mais
corruptos ou os mergulha em sua própria vilania, aproveitando-se deles, enquanto
aqueles que têm grandeza dentro deles os atraem para a verdadeira fé do deus das
trevas. Sua inocência é sua arma, mas sua mente também está cheia de argumentos.

Equipamento: Um terno executivo branco, um microfone.

Clã: Seguidor de Set

Natureza: Juiz

Comportamento: Visionário

Geração: 13

Atributos Físicos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2

Atributos Sociais: Carisma 4, Manipulação 3, Aparência 3

Atributos Mentais: Percepção 3, Inteligência 3, Raciocínio 3

Talentos: Prontidão 2, Empatia 2, Expressão 3, Intimidação 2, Liderança 2, Manha 2

Pericias: Etiqueta 2, Interpretação 1, Segurança 1, Empatia com Animais 1

Conhecimento: Acadêmico 2, Finanças 1, Direito 1, Lingüística 1, Medicina 1,


Ocultismo 2, Política 1

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Antecedentes: Aliados 3, Contatos 1, Geração 2, Recursos 3

Disciplinas: Ofuscação 1, Presença 3

Virtudes: Consciência 2, Autocontrole 4, Coragem 4

Humanidade: 6

Força de Vontade: 4

O PRÍNCIPE DO CENTRO COMERCIAL

CITAÇÃO: Chegou o último jogo de vídeo da Biological Warfare ™! Eu não


posso esperar para começar a jogar! E também outra expansão para o Eden Online ™!
E, a propósito, vou dar uma olhada na nova série de bonecos Action Bill ™.

PRELÚDIO: Você nasceu em uma família de classe média, um jovem muito


inteligente e com conhecimentos em informática. Como você era muito pequeno, saber
por que as coisas funcionavam tornou-se seu principal interesse. E o seu primeiro
computador foi o melhor presente. Seus pais incentivaram seu interesse em computação
e a internet se tornou uma segunda casa para você. Você fez outros amigos online em
fóruns e redes sociais de videogames. Você era um ás de videogames e muitos de seus
parceiros online acreditavam que você era muito mais velho. Você estava sempre ciente
das últimas notícias ou atualizações de videogame. Quando chegava em casa,
conectava-se à rede e não parava de teclar, até que seus pais lhe deram um aviso. Depois
de algumas birras, você decidiu que ganharia seu tempo na internet e se concentraria na
escola para ter paz em casa.

Na escola eles te chamavam de "menino rato", mas você não se importava. Mas
talvez sua falta de socialização tenha feito você um pouco descuidado. Você respondeu
às provocações com insultos inteligentes que aprendeu online e ganhou uma reputação
de falastrão.

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E sua boca te colocou em apuros. Você recebeu mais de uma surra dos valentões
porque achava divertido humilhá-los e, no fundo, gostava de correr na frente deles
embora às vezes não fosse rápido o suficiente. Chegou mesmo a pensar em criar um
videogame baseado na escola e fugir dos agressores.

Em uma de suas aventuras, entrou em um esgoto a céu aberto, mas não terminou
bem. Você escorregou por um canal de lixo e se perdeu no escuro. Mas você não estava
sozinho. E logo encontrou novos amigos.

Não ter que ir à escola para você era o paraíso. Mas também não queria viver em
uma toca cheia de merda sem internet. Felizmente para você, os Nosferatu da cidade
estavam se interessando pelas novas tecnologias e eles te escutaram quando você disse a
eles que poderia ajudá-los a entrar no século 21.

Com a ajuda de seus colegas, você instalou seu refúgio em um canto esquecido
de um shopping Center. Você logo aprendeu a fugir das câmeras e a percorrer o
labirinto de ventilação e acessar os túneis. Depois de uma noite de visita aos guardas de
segurança, você conseguiu tornar um deles seu lacaio e logo teve um abrigo cheio de
amenidades, videogames e internet, acessando as lojas depois do horário de fechamento.

CONCEITO: Ser um dos Nosferatu para você não significa viver na miséria, então
criou sua própria toca em um lugar cheio de conforto em que você se move ao seu
capricho. Suas habilidades no computador o tornam valioso para outros Ratos, mas
ainda depende deles para muitas coisas. Até certo ponto, eles consentem porque você é
criança, mas às vezes eles ficam desconfortáveis. Você deve ter cuidado com a Máscara
e ainda não pegou todo o lance da caçada.

DICAS DE INTERPRETAÇÃO: Você é muito entusiasmado, especialmente quando


se trata de videogames ou brinquedos legais. Sempre se mostra animado e positivo, mas
se alguém tentar intimidá-lo, você tem um grande arsenal de insultos, às vezes muito
engenhoso, mas outros de mau gosto. Só precisa se lembrar que fora da internet nem
todo mundo vai ficar quieto e admirar sua resposta atrevida.

Equipamento: um celular, um tablet, roupas de moda sujas e desgastadas.

Clã: Nosferatu

Natureza: Arquiteto

Comportamento: Comediante

Geração: 9º

Atributos Físicos: Força 2, Destreza (Corrida) 4, Vigor 3

Atributos Sociais: Carisma 3, Manipulação 2, Aparência 0

Atributos Mentais: Percepção 3, Inteligência 3, Raciocino (respostas engenhosas) 4

Talentos: Prontidão 1, Esportes1, Manha 3, Esquiva 1, Lábia 1

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Pericias: Ofícios 1, Condução 1, Etiqueta 1, Habilidades 2, Segurança 2, Furtividade 2

Conhecimentos: Acadêmico 1, Ciência 2, Finanças 1, Computação 3, Investigação 2,


Lingüística 2, Ocultismo 2

Antecedentes: Lacaios 2, Geração 4, Mentor 2, Recursos 3

Disciplinas: Ofuscação 3

Virtudes: Consciência 4, Autocontrole 3, Coragem 3

Humanidade: 7

Força de Vontade: 5

A RAINHA DESTRONADA

CITAÇÃO: Você gostou da minha música? Eu também posso tocá-la no piano


e dou aulas de dança. Mas agora se você me der licença, eu estou com Fome

PRELÚDIO: Desde que nasceu você era uma garota linda e seus pais fizeram
questão de te lembrar disso o tempo todo. Primeiro, eles te inscreveram em concursos

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de beleza para bebês e, à medida que você crescia ia de concurso em concurso até o
ponto de competições de beleza infantil ser todo o mundo que você conhecia.

Você foi educada em casa e recebeu aulas particulares de canto, dança e música
para melhorar seu talento. Antes de cada concurso você já deixava preparado o discurso
de agradecimento ao júri, e declarava com uma espontaneidade natural que deixou todos
admirados. Claro, as outras garotas estavam com ciúmes de, mas não era nada que você
não esperava.

Anúncios na televisão, pequenos papéis em filmes, todos pensavam que, quando


crescesse se tornaria uma estrela, embora você já estivesse feliz com toda a atenção que
tinha.

Até uma noite apareceu uma linda dama que ficou encantada com o seu talento e
que lhe disse que você era perfeita e exatamente o que ela estava procurando. Ela
convidou você e seus pais para passar alguns dias em sua mansão no interior para
conversar sobre negócios. A dama iria primeiro e insistiu para que você a
acompanhasse, o que foi uma sorte, porque seus pais morreram em um acidente de
trânsito quando vinham encontrá-la.

A Dama te consolou e disse que ela tinha um presente para você. Um presente
que te manteria linda e preciosa para sempre. Claro, você teria que se tornar um
vampiro, mas ela iria adotá-lo e ser sua mãe para sempre. E você aceitou.

Você entrou em uma existência cheia de luxos que logo a fez esquecer seus pais
mortais. Mãe (era assim que sua Sire queria que você a chamasse) era rigorosa com sua
educação, mas também era muito gentil quando ela queria, e não poupava gastos para
você se vestir com os melhores. Ela aperfeiçoou sua capacidade de cantar e animou as
festas que ela organizou para os Membros da cidade cantando e tocando piano. Você se
sentiu orgulhosa de si mesmo, porque foi mais uma vez o centro das atenções em um
mundo precioso.

E então sua mãe lhe trouxe um "irmão" para completar a família Ele era um
menino lindo da sua idade e muito parecido com você, e que também sabia cantar e
tocar piano. Você o odiou desde que ele entrou em sua casa e ele correspondeu ao seu
ódio. Você acabou o atacando no meio de uma das festas de sua mãe e o deixou em
torpor.

Mamãe ficou muito zangada com você, mas se conteve com grande esforço de.
Ela lhe disse baixinho que ela organizou uma festa para você. Na semana seguinte, sua
libertação foi celebrada entre os Membros e com a presença do Príncipe, e no final, a
Mãe a levou para uma casa em ruínas nos arredores da cidade e calmamente lhe disse
que nunca mais queria vê-la.

Acostumada a uma vida de luxo, você achou difícil começar de novo, mas logo
usou seu charme para atrair um casal sem filhos para cuidar de você. Eles estavam tão
felizes em ter uma filha tão bonita, que o fato de você beber sangue não importava para
eles.

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CONCEITO: Você é uma garota vampira em um sentido parasitário. Você sabe que
ainda depende de adultos, então escravizou os pais para atender às suas necessidades.
Você tira proveito do amor deles e os faz colocar seus recursos à sua disposição. Roupas
de grife, ingressos para eventos privados. No entanto, há um limite para o que seus
carniçais podem fazer então você está sempre à procura de adultos para deslumbrar e
pagar por seus caprichos ou satisfazer sua fome. No entanto, tenta se mover com
cuidado e não atrair atenção. A mãe lhe contou que coisas muito ruins aconteceram com
aqueles que quebraram as regras da Máscara.

DICAS DE INTERPRETAÇÃO: Quando quer algo você se comporta de forma


encantadora, sempre tentando agradar aos outros, mas ao mesmo tempo sempre está
pensando sobre o que você pode obter deles. Você prefere ignorar aqueles que não
gostam de você, porque eles nem sequer merecem seu desprezo, e não vale à pena
procurar por inimigos. Você mantém seu ódio pela mãe. Algum dia você vai superá-la e
será você quem vai expulsá-la de sua casa.

Equipamentos: vestidos bonitos, móveis, maquiagem.

Clã: Toreador

Natureza: Competidor

Comportamento: Criança

Geração: 8º

Atributos Físicos: Força 1, Destreza 3, Vigor 2

Atributos Sociais: Carisma 3, Manipulação (Chantagem Emocional) 4, Aparência


(Fotogênico) 4

Atributos Mentais: Percepção 3, Inteligência 2, Raciocínio 3

Talentos: Prontidão 1, Esportes 2, Empatia 1, Expressão 3, Intimidação 1, Liderança 1,


Briga 1, Lábia 3

Pericias: Etiqueta 3, Performance 3, Perícia 1

Conhecimentos: Acadêmico 1, Computação 1, Lingüística 2, Policial 1

Antecedentes: Lacaios 2, Geração 5, Recursos 3

Disciplinas: Presença 3

Virtudes: Consciência 2, Autocontrole 5, Coragem 3

Humanidade: 7

Força de Vontade: 4

p. 68
A SONHADORA PERDIDA

CITAÇÃO: "A Rainha do Guarda-Roupa foi à caça do Sangramor! Cuidado,


pequenos príncipes! ”

PRELÚDIO: Desde que era pequena você sempre gostou de contos de fadas.
Ficava esperando ansiosamente que papai ou mamãe lessem um para que você pudesse
dormir, e uma das razões pelas quais aprendeu a ler rápido foi ser capaz de se perder em
mundos de fantasia. Logo você também começou a escrever suas próprias fabulas, e na
escola muitas crianças ficaram fascinadas com suas histórias.

Uma noite você foi dormir com a cabeça cheia de sonhos. Sua última lembrança
foi sentir a porta do armário se abrir e então acordar para se encontrar em um mundo de
pesadelo. Seus pais haviam desaparecido e os monstros haviam tomado o lugar deles.
Você estava em um mundo onde sempre foi noite, habitado por reis e rainhas sedentos
por "sangramor", a centelha de ilusão que eles absorveram através do sangue e você era
uma princesa, tendo sido tirada da sua casa para assumir sua posição entre eles.

p. 69
O mundo ao seu redor era maravilhoso e escuro ao mesmo tempo. Eternamente
sob a luz da lua, as ruas estavam cheias de personagens extravagantes e criaturas
fantásticas. Aos poucos se acostumou com eles e parece que só você tem o dom de vê-
los. Às vezes consegue compartilhar suas visões com os outros, mas aqueles que não
acreditam ficam aterrorizados.

CONCEITO: De certo modo você é como Alice no País das Maravilhas, só que bebe
sangue e criou seu próprio mundo a partir de suas visões, ou talvez esteja escondendo
memórias muito dolorosas com as fantasias em que acredita. Você está cercado de
surrealismo e visões, mas age com uma calma que surpreende e aterroriza os outros.

DICAS DE INTERPRETAÇÃO: Você vê coisas que os outros não podem ver e


inventa termos e histórias para explicar a realidade que a rodeia. Por exemplo, você
chama o sangue de "sangramor", afirmando que o que alimenta os "reis do guarda-
roupa" (os vampiros) é a centelha da ilusão que ele contém. Em vez de um cachorro
grande na rua, você pode ver uma "magnocan", o que complica a compreensão das
pessoas ao seu redor. Você vive preso em seu próprio mundo, mas às vezes através do
uso de Demência, consegue compartilhá-lo.

PERTUBAÇÃO: Uma mistura de fantasia e sinestesia. Você vê a realidade a seu


próprio modo e, portanto, a interpreta como tal. Às vezes as cores mudam, os sentidos
se alteram e você tem dificuldade de se comunicar com os outros, o que pode aumentar
em +2 a dificuldade para todos os testes sociais, exceto poesia e escritos surreais. Isso
não significa que você é incapaz de interagir com a realidade, simplesmente que a
interpreta com imagens diferentes, mas dá a elas um significado similar.

EQUIPAMENTOS: Caderno, lápis, objetos diferentes que atraíram sua atenção e sem
um sentido aparente.

Clã: Malkavian

Natureza: Criança

Comportamento: Visionaria

Geração: 10

Atributos Físicos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2

Atributos Sociais: Carisma 3, Manipulação (Fazer Crer) 4, Aparência 2

Atributos Mentais: Percepção (Enigmas) 4, Inteligência 3, Raciocínio 3

Talentos: Prontidão 2, manha1, Empatia 3, Esquiva 1, Expressão 3

Pericias: Armas Brancas 1, Etiqueta 2, Performance 2, Ofícios 2, Segurança 1,


Furtividade 3, Empatia com Animais 2

Conhecimento: Acadêmico 2, Lingüística 2, Ocultismo 1

p. 70
Antecedentes: Geração 3, Mentor 2

Disciplinas: Auspícios 1, Demência 3

Virtudes: Consciência 4, Autocontrole 3, Coragem 3

Humanidade: 7

Força de Vontade: 4

p. 71
APÊNDICE:
PEQUENOS MONTROS

"Uma das armadilhas da infância é que você não precisa entender algo para sentir
isso. Quando a razão é capaz de entender o que aconteceu, as feridas no coração já
estão muito profunda".

-Carlos Ruiz Zafón

Apesar de sua situação muitas vezes marginal na sociedade dos mortos-vivos, várias
crianças Abraçadas com pouca idade conseguiram se destacar entre os Membros, e
algumas até se tornaram lendas. De Matusaléns das Primeiras Noites, passando por
Anciões notáveis ao longo dos séculos, até as crias das Noites Finais, essas crianças
vampiras mostram que a idade aparente não é um impedimento para dominar o poder do
sangue de Caim ou para realizar feitos - e infâmias - que são lembrados pelo resto dos
Membros.

Além dos poderosos antigos que foram tema de lendas durante séculos, as seguintes
crianças vampiras conseguiram ascender nas últimas décadas. Elas não são as únicas,
nem serão as últimas, mas suas ações foram reconhecidas e são freqüentemente motivos
de debates e sussurros entre a Família.

p. 72
PALMIRA, A MENINA PERDIDA

ANTECEDENTES: Palmira é uma presença regular nos domínios dos


Anarquistas e da Camarilla da América do Sul, embora também tenha visitado outros
continentes. Quando quer, ela sabe como se comportar e respeitar as regras, mas quando
se deixa levar por seus caprichos, o que acontece de tempos em tempos, ela adota um
caráter incorrigível e intratável que a impediu de acessar vários domínios. No entanto, é
muito escorregadia e teimosa, sempre procurando se safar, especialmente quando se
trata de desafiar a autoridade.

Filha de emigrantes da Galícia, que viajou a Buenos Aires em busca de fortuna,


logo sua chegada foi acompanhada de tragédia. Primeiro, a gripe espanhola afetou seu
pai, depois sua irmãzinha e finalmente sua mãe, e Palmira se viu sozinha. Depois de
tantos funerais, Palmira só queria viver para sempre e seu desejo foi cumprido.

Seu Sire era um vampiro que se alimentou de sua família, sem perceber que ao
mesmo tempo os estava contaminando com gripe. Palmira havia sido poupada e, ao vê-
la sozinha, a “convidou” para acompanhá-lo por toda a eternidade. A garota, que estava
sozinha e com medo da morte, quase agradeceu.

No entanto, a companhia de seu Sire começou a ser odiada. Ele a tratava


constantemente como uma criança apesar do passar dos anos e ficava furioso quando ela
o desobedecia, chegando a submetê-la ao Laço de Sangue, e finalmente maltratando-a
para desabafar sua crescente frustração. Palmira guardou seu ódio até que se aproveitou
de um momento em que seu Sire havia bebido muito de mortais embriagados, para
deixá-lo fora do abrigo que compartilhavam até que os raios do sol o consumissem. Pela
primeira vez em muitos anos, ela se sentiu livre.

Sozinha ela começou a explorar o mundo, viajando extensivamente. Ela


costumava passar longos períodos em um domínio antes de procurar novas emoções. No
entanto, por onde passava, ela via crianças sofrendo, muitas vezes abandonadas ou
sofrendo abusos semelhantes aos seus próprios. Palmira os observava por um tempo e
acabava se apresentando diante deles e oferecendo-lhes a imortalidade como uma
solução para seus problemas. Ela ensinava essas "crianças perdidas" o suficiente antes
de seguir em frente.

p. 73
A numerosa progênie de Palmira ainda sobrevive hoje. Muitos delas acabaram
formando suas próprias bandos, nômades ou permanentes, para se protegerem e a outras
crianças em situação semelhante. Embora eles sejam uma minoria no Movimento
Anarquista, essas "crianças perdidas" tem recrutado crianças vampiras de outros clãs e
logo poderão formar uma facção própria, espalhada por várias seitas.

Embora muitos culpem Palmira por organizar as "crianças perdidas", a verdade é


que ela permanece em grande parte inconsciente do que seus filhos fazem. De tempos
em tempos, ela os aconselha ou os ajuda, mas prefere deixá-los seguir seu próprio
caminho, como fazia há muito tempo.

IMAGEM: Uma menina pequena, que parece mais velha por causa da extensa
maquiagem que usa, com olhos negros cheios de curiosidade e cabelos lisos e negros.
Ultimamente tem se interessado pela moda gótica, e costuma usar vestidos de bom
gosto, que não se chocam nas festas que costuma visitar. As unhas das mãos e dos pés
são longas e afiadas, e seus olhos são amarelos e sua pupila está rasgada (embora ela
atribua isso ao uso de lentes de contato).

DICAS DE INTERPRETAÇÃO: Você não queria morrer e, apesar de ser uma


criança eterna, não se arrepende. Embora sua mente tenha amadurecido você sente que
deve desfrutar e de sua condição, e ao contrário de outros Membros, não se cansa de
viajar pelo mundo, aprender e buscar novas emoções. Você não gosta de ver crianças
sendo abusadas e sempre oferece a elas o Abraço como uma oportunidade de se libertar
e mudar. O que elas vão fazer com o presente que receberam não a preocupa.

Clã: Gangrel

Senhor: Casares

Natureza: Rebelde

Comportamento: Bom Vivant

Geração: 10

Abraço: 1919

Idade Aparente: 12 anos (embora tente se vestir e maquiar para parecer mais velha)

Atributos Físicos: Força 3, Destreza 4, Vigor 3

Atributos Sociais: Carisma 3, Manipulação 3, Aparência 2

Atributos Mentais: Percepção 3, Inteligência 2, Raciocínio 4

Talentos: Prontidão 1, Esportes 2, Manha 3, Empatia 2, Esquiva 2, Liderança 1, Luta 2,


Lábia 3

Pericias: Armas Brancas2, Etiqueta 2, Furtividade 2, Sobrevivência 3, Empatia com


Animais 2

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Conhecimentos: Acadêmico 2, Computação 1, Leis 1, Lingüística 3, Ocultismo 1

Disciplinas: Animalismo 4, Celeridade 2, Fortitude 3, Potência 1, Metamorfose 4

Antecedentes: Aliados 3, Contatos 3, Influência 2, Recursos 2

Virtudes: Consciência 3, Autocontrole 3, Coragem 3

Humanidade: 6

Força de Vontade: 6

ROSEMARY SEWELL

ANTECEDENTES: Rosemary é conhecida entre os Membros da Nova Inglaterra por


ser uma renomada médium e vidente. Antes de aceitar uma petição, ela examina
cuidadosamente aqueles que vêm em busca de ajuda, mas se "não se sente uma
conexão" não há ninguém para convencê-la a usar seus dons. Ao longo das últimas
décadas, Membros de vários clãs vieram até ela em busca de conselhos, e foram
surpreendidos por suas revelações, que muitos atribuem à clarividência fornecida por
seu sangue Malkavian.

A verdade é que Rosemary tem muitos amigos que a ajudam. Na vida, ela era a amada e
única filha de um advogado de Boston. Sua mãe morreu quando ela era muito jovem, e
quando ela tinha dez anos seu pai se casou novamente. No entanto, sua madrasta
começou a envenená-la lentamente, para se livrar de sua presença e deixar a herança nas
mãos dos filhos que ela lutava para ter, mas que nunca vieram.

No entanto, da vida após a morte, a mãe de Rosemary cuidou de sua filha e a consolou
em sonhos, enquanto atormentava sua madrasta com pesadelos, que finalmente a
fizeram confessar o que estava acontecendo em uma crise nervosa que a prostrou em
uma clínica psiquiátrica. Mas isso não salvou Rosemary. A menina estava muito fraca e
seu fígado estava muito danificado, e os cuidados médicos não conseguiram salvá-la.

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Novamente sua mãe a salvou. Através dos sonhos, ele atraiu a atenção de um vampiro
de Boston, que abraçou a pequena Rosemary e ficou com ela. Sob a influência do
vampiro, seu pai mortal se adaptou aos estranhos sintomas que manifestaram a doença
de sua filha, aceitou sem hesitação os conselhos a presença do "Dr. Biltmore"

Rosemary era educada tanto por seu Sire quanto por sua mãe e, de fato, tornou-se
especialmente sensível ao mundo dos espíritos, que vinham a ela na antiga mansão da
família. Para a menina, eles se tornaram amigos e professores e aprendeu muito com
eles. Eles também se tornaram um intermediário de seus desejos.

O tempo passou e Rosemary se tornou a única herdeira da fortuna da família Sewell.


Com o dinheiro e seguindo o conselho de seus mentores, ele fez várias reformas e
ampliações na mansão da família. Ela também adquiriu vários objetos antigos, que eram
os grilhões de vários fantasmas, e assim sua mansão se tornou o lar de vários espíritos
da sociedade fantasmagórica de Boston. Em troca de sua ajuda, eles a aconselhavam e,
graças a eles, ela adquiriu sua reputação de médium e vidente.

Um fato menos conhecido é que Rosemary costuma confrontar o clã Giovanni de


Boston. Seguindo o conselho dos fantasmas, ela às vezes age para privá-los de seus
escravos, e também manipula outros Membros para combater os Necromantes. Seus
companheiros Malavianos são seus principais aliados nesta guerra silenciosa.

IMAGEM: Uma menina pálida com olhos assustados, cabelos negros e


despenteados. Ela sempre parece muito séria e às vezes fala com uma voz muito
diferente do seu corpo. Geralmente se veste de maneira antiquada, com vestidos brancos
e azuis com muitos laços. Na solidão de sua mansão pode ser muito sinistra.

DICAS DE INTERPRETAÇÃO: Olhe para seus interlocutores e ouça com


atenção exagerada. Fale devagar e com calma, usando uma linguagem madura para a
sua idade. De vez em quando, fique quieta, como se estivesse ouvindo a outros, e
continue falando de onde parou.

Clã: Malkavian

Senhor: William Biltmore

Natureza: Criança

Comportamento: Enigmática

Geração: 7

Abraço: 1929

Idade Aparente: cerca de dez anos

Atributos Físicos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2

Atributos Sociais: Carisma 3, Manipulação 3, Aparência 2

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Atributos Mentais: Percepção 5, Inteligência 3, Raciocínio 2

Talentos: Prontidão 3, Esquiva 1, Intimidação 2, Tempo Malkaviano 3

Pericias: Etiqueta 3, Interpretação 2, Furtividade 3, Empatia com Animais 1

Conhecimentos: Acadêmico 3, Lingüística 2, Ocultismo 3

Disciplinas: Auspícios 3, Demência 2, Dominação 3, Ofuscação 4, Presença 2

Antecedentes: Aliados 4, Influência 2, Mentor 3, Posição 2, Recursos 3

Virtudes: Consciência 4, Autocontrole 3, Coragem 3

Humanidade: 5

Força de Vontade: 7

PERTURBAÇÃO: A perturbação de Rosemary se manifesta em um estranho


relacionamento e obsessão com a morte. Devido ao seu Abraço e seu conhecimento de
fantasmas, em muitas ocasiões ela não distingue os mortos dos vivos, e quando alguém
morre, ela encara o fato com naturalidade. Em certo sentido, ela viu que a morte não é
necessariamente o fim, talvez seja um novo começo.

NOTA: Devido ao seu sangue Malkaviano, Rosemary é capaz de ver fantasmas. Ela
mantém uma aliança com vários que poderiam vir em seu auxílio. Atacá-la dentro de
sua mansão é muito arriscado.

VICTOR OSWELDZ, PSICÓLOGO INFANTIL

ANTECEDENTES: Victor é um Ancilla inglês respeitado. Embora ele geralmente


resida no domínio de Londres, seu trabalho muitas vezes o leva para outro lugares. Ele é
conhecido na Camarilla por suas pesquisas sobre a psicologia das crianças entre os
Membros, como elas são afetadas pelo Abraço, bem como por ter desenvolvido vários
programas de recuperação para ajudá-las a superar os traumas da transformação. Ele é

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freqüentemente envolvido pessoalmente em vários projetos, seja como consultor ou
diretamente como psicólogo.

O próprio Victor era uma dessas crianças vampiras "resgatadas". Ele foi abraçado em
Londres na década de 1950 por um vampiro do clã Toreador que pertencia a um grupo
clandestino conhecido como "The Hunting Club" e sofreu severa tortura física e
psicológica, por parte de seu Sire, que o usou como uma espécie de brinquedo perverso.
Victor reconhece que ele mal se lembra desse período, fora os que aparecem em seus
pesadelos, e que ele apenas não enlouqueceu ao se "desconectar" da realidade, como se
estivesse preso em um sonho horrível do qual não podia despertar. Finalmente, o Sire de
Victor e vários de seus companheiros foram presos e julgados pela Camarilla.

Victor foi resgatado do pesadelo por Frank Osweldz, um psicólogo de Londres, que
durante o período pós-guerra iniciou uma série de investigações sobre a psicologia dos
Membros. Ao saber da existência de Victor, ele pensou que poderia ajudar o menino e,
ao mesmo tempo, iniciar um estudo sobre a psicologia infantil entre os mortos-vivos.
Foi Frank quem lhe deu seu nome. Vários anos se passaram, mas finalmente Victor
conseguiu recuperar sua humanidade quebrada, a tal ponto que ele se juntou a Camarilla
como um membro reconhecido e assumiu o sobrenome Osweldz para homenagear seu
salvador.

Nos anos seguintes, Victor colaborou com Frank e outros psicólogos na recuperação de
outras crianças vampiras, ao mesmo tempo em que começou a conduzir seus próprios
estudos. Ao longo de sua carreira, ele alcançou muitos sucessos, mas também alguns
fracassos. Em 1975, quase foi morto por um menino vampiro que acabou por ser um
espião do Sabá, mas apesar de suas experiências negativas, ele seguiu em frente, e
atualmente se tornou em uma das maior autoridade do mundo em psicologia infantil
entre os Membros. Por outro lado, ele também repetidamente expressou sua oposição à
escolha de candidatos muito jovens para o Abraço, afirmando que tal fato traz mais mal
do que bem, e é um fardo monstruoso para uma criança.

Quanto ao seu passado, Victor sempre teve medo investigar o tempo que passou nas
mãos do Clube de Caça, assim como seu passado mortal. Considera que a única coisa
que poderia tirar disso é dor e pesadelos. Algumas memórias que ocasionalmente
aparecem fragmentadas em seus sonhos o indicam como participante de atos atrozes, e
ele é firme em manter essa porta fechada.

IMAGEM: Quando Abraçado, Victor era um menino de cerca de dez anos, loiro
e de olhos azuis. Seu aspecto angelical parecia dar-lhe razão quando ele diz que acredita
que seu Sire o escolheu por causa de sua beleza. Ele é muito magro e pálido, porque
passou por graves privações antes de receber o Abraço. Ele atualmente tenta se vestir
com exatidão, com um terno executivo profissional quando está em seu consultório ou
atende a um "paciente", mas quando não está trabalhando adota um estilo mais
informal, muitas vezes seguindo a moda infantil de hoje.

DICAS DE INTERPRETAÇÃO: Sempre aja profissionalmente e com a


maturidade de um adulto quando se trata de trabalho. Você se considera muito
afortunado por ter conseguido sobreviver e se sente em dívida com seu mentor e amigo
Frank, a quem vê como a figura paterna que salvou sua vida e o tirou do inferno. A
situação que você sofreu é o que o leva a ajudar outras crianças, e você se sente muito

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chateado com o que você considera frivolidade e irresponsabilidade monstruosa de
outros Membros. No entanto, costuma manter sua opinião por si mesmo.

Clã: Toreador

Sire: Julianne Quinn

Natureza: Pedagogo

Comportamento: Cavaleiro

Geração: 9º

Abraço: 1955

Idade Aparente: cerca de dez anos

Atributos Físicos: Força 2, Destreza 3, Vigor 2

Atributos Sociais: Carisma 4, Manipulação 3, Aparência 4

Atributos Mentais: Percepção 3, Inteligência 3, Raciocínio 3

Talentos: Prontidão 3, Empatia 4, Expressão 3, Liderança 1, Luta 2

Pericias: Armas Brancas 2, Etiqueta 3, Performance 3, Oficio 1

Conhecimentos: Acadêmico 3, Ciência 3, Computação 2, Investigação 2, Direito 2,


Lingüística 3, Ocultismo 1

Disciplinas: Auspícios 4, Celeridade 2, Força 2, Potência 1, Presença 3

Antecedentes: Aliados 3, Contatos 2, Influência 2, Mentor 3, Status 2, Recursos 3

Virtudes: Consciência 4, Autocontrole 4, Coragem 3

Humanidade: 7

Força de Vontade: 6

p. 79
ALEXEI DOROSHENKO, PRÍNCIPE EXILADO

ANTECEDENTES: De tempos em tempos, aparece em vários domínios um menino


russo que, segundo rumores, seria o zarévich (príncipe herdeiro) Alexei, filho de
Nicolau Romanov II último czar da Rússia. Alguns vampiros garantem que ao menos a
semelhança é surpreendente o que faz com que parte dos Ventrue russos mostrem-lhe
algum respeito.

O garoto porem prefere negar qualquer comentário sobre seu passado, ficando tenso e
preferindo mudar de assunto quando perguntado. Muitos atribuem isso ao trauma de ter
perdido sua família diante de seus olhos, morto pelos bolcheviques e pelo Abraço.

A verdade é que o passado de Alexei está ligado ao do falecido Zarévich da Rússia, mas
de uma maneira diferente. Quando a família imperial foi presa pelos bolcheviques, um
grupo de monarquistas russos elaborou um plano para resgatar o Zarévich e colocá-lo
em segurança no exterior. Para isso, eles escolheram um menino que trabalhava em uma
companhia de teatro e que se parecia muito com Alexei Romanov, e por alguns meses
ele foi educado para fazê-lo passar por isso. Infelizmente, quando os monarquistas
souberam que os bolcheviques planejavam executar o czar e sua família, agiram
apressadamente. O plano nunca se concretizou por causa do súbito desaparecimento do
substituto e os conspiradores acreditavam que ele havia fugido para evitar tomar o lugar
de Alexei.

Mas o que aconteceu foi, que sem o conhecimento deles, um vampiro cruzou seu
caminho com os monarquistas, e acreditando que eles tinham conseguido resgatar
Alexei Romanov, seqüestrou o garoto e deu-lhe o Abraço. O vampiro só percebeu seu
erro muito tarde, quando a família russa já havia sido assassinada. Cheio de raiva, ele
descontou suas frustrações no garoto e torturando-o com selvageria antes de abandoná-
lo.

Não se sabe como, mas Alexei acabou em Kiev, onde os Tremere o resgataram,
confundindo-o também com o Zarevich. No entanto, depois de descobrir sua verdadeira
linhagem, ele foi entregue aos cuidados do clã Ventrue, que o adotou e o educou em
suas tradições.

Algumas décadas mais tarde, Alexei reapareceu na companhia do Justicar Ventrue. Ele
havia sido treinado como um Arconte e, apesar de sua aparência infantil logo mostrou
grande habilidade para desempenhar suas funções. Seus inimigos muitas vezes o
subestimavam e pagavam o preço por isso. Com o passar do tempo, ele se tornava cada
vez mais capaz, dirigindo redes de espiões e informantes.

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Atualmente Alexei é um Arconte respeitado, e há vários que acreditam que no futuro
talvez não tão distante possa ser escolhido como Justicar do clã Ventrue. Ao longo de
suas décadas de serviço, ele construiu uma carreira notável e alcançou grande
respeitabilidade.

Aqueles que o conhecem mais intimamente, no entanto se preocupam com sua


personalidade instável. Embora geralmente tenha um comportamento correto e formal,
às vezes demonstra uma veia cruel com mudanças bruscas de humor. Alguns acreditam
que isso se tem relação com seu passado mortal, e podem estar mais certos do
imaginam.

IMAGEM: Muitos Cainitas confundem Alexei com o filho do falecido Czar


Nicolau II, e o erro é justificável, já que ambos têm uma grande semelhança, produto
tanto de sua herança quanto de sua preparação para tomar o lugar do Zarévich. Ele
geralmente usa ternos sob medida e gosta de casacos compridos.

DICAS DE INTERPRETAÇÃO: Você foi usado quando era mortal e passou


grande parte de sua existência obedecendo às ordens dos outros, algo que é irritante. Sua
eficiência é devida acima de tudo ao seu desejo de ser independente, mas de novo e de
novo você se vê sendo subestimado e colocado sob o comando de outros. Você se irrita
com o ar de superioridade dos vampiros de aparência adulta, se irrita com aqueles que o
confundem com o Zarévich. Seus dois grandes desejos são não ser subestimado e
encontrar um pouco de paz, mas o poder e posição que busca para evitar o primeiro não
o ajuda a conseguir o segundo

Clã: Ventrue

Sire: Vadim Menshov

Natureza: Solitário

Comportamento: Tradicionalista

Geração: 9º

Abraço: 1918

Idade Aparente: 12 anos

Atributos Físicos: Força 3, Destreza 3, Vigor 3

Atributos Sociais: Carisma 2, Manipulação 4, Aparência 3

Atributos Mentais: Percepção 4, Inteligência 3, Raciocínio 4

Talentos: Prontidão 2, Esportes 2, Expressão 3, Intimidação 2, Liderança 2, Luta 3,


Lábia 2

Pericias: Armas Brancas 2 Armas de Fogo 2, Condução 1, Etiqueta 3, Interpretação 2,


Habilidades 1, Sobrevivência 2, Tratamento com Animais 2

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Conhecimentos: Acadêmico 2, Finanças 1, Pesquisa 2, Leis 3, Lingüística 3, Ocultismo
2, Política 3

Disciplinas: Animalismo 3, Auspícios 2, Dominação 3, Fortitude 4, Presença 2

Antecedentes: Contatos 3, Servos 2, Influência 2, Mentor 3, Status 3, Recursos 3

Virtudes: Consciência 1, Autocontrole 3, Coragem 3

Humanidade: 4

Força de Vontade: 7

NOTA: Alexei só se alimenta de atores de teatro, uma concessão de sua psique ao


tempo em que ele era um ator infantil.

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