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3ª Vara de Família da Capital

Ação de Guarda
Processo n° 001.09.001111-1

Decisão

Vistos, etc.

RODOLFO MENEZES LOPES DE BARROS, já qualificado nos autos, por


meio de seu advogado, intentou a presente Ação de Guarda de Menor com pedido de
Antecipação de Tutela, em desfavor de JOANA MARIA SANTOS SILVA.

Juntou ao pedido os documentos de fl. 09-13.

Aduz o requerente que manteve sociedade de fato com a requerida,


nascendo da união a menor JOANA APARECIDA DA SILVA, no dia 08 de maio de
2008, de quem pleiteia a guarda. Assevera que a ré tem tendências ao alcoolismo, bem
como ao consumo de drogas. Afirma que morava na casa de propriedade da mãe da ré,
tendo se desentendido com ambas a ponto de expulsarem-no daquele domicilio.

Sustenta que os abusos de álcool e drogas cometidos pela ré resultaram no


internamento dela no Hospital Pronto Socorro desta capital. Demonstra que a própria
filha menor encontra-se em um ambiente domiciliar cujas mínimas condições
necessárias ao desenvolvimento de qualquer criança se encontram seriamente
comprometidas, tendo em vista, principalmente, os distúrbios emocionais da requerida.

Informa que voltou a morar na casa dos seus genitores e que lá poderá
proporcionar alimentação, vestuário, educação e os cuidados inerentes à criação de
qualquer criança.

Requer, por fim, que seja concedida antecipação liminar dos efeitos da
tutela no sentido de determinar que lhe seja concedida a guarda provisória de sua filha
menor.
É o relatório.

Decido.

“ab initio”, importante esclarecer que é cabível a concessão da medida


liminar no presente caso, vez que o artigo 798 do Código de Processo Civil estabelece
que “...poderá o Juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando
houver fundão receio que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da
outra a lesao grave e de difícil reparação” e ainda, o art. 804 dispõe ser “licito ao

Juiz conceder liminarmente ou após justificação previa a medida cautelar,


sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá torná-la ineficaz (...)”.

Nesta senda, registra-se que para o deferimento do pedido liminar devem


estar presentes os requisitos “fumus boni iuris” e “periculum in mora”, de modo que se
caracterize a plausibilidade aparente da pretensão aviada e o perigo fundado de dano,
antes do julgamento da ação principal.

Vale registrar, nesse passo, que o artigo 227 da Constituição da República


assegura à criança e ao adolescente o direito à vida, saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, colocando-os a salvo de toda forma de negligencia,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, consistindo dever da
família, da sociedade, e do Estado a proteção aos referidos direitos.

NO PERTINENTE À GUARDA DO MENOR, portanto, insta ressaltar que


o bem-estar da criança se sobreleva ás prerrogativas puramente formais do poder
parental, devendo ser averiguada a melhor forma de convivência e integração sócio-
afetiva da criança, de modo que seja resguardado o desenvolvimento físico, mental,
espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

Na presente hipótese, observa-se que após a separação de fato do casal, a


guarda da menor permaneceu com a mãe. No entanto, pela analise dos documentos
trazidos aos autos, percebe-se que a genitora da criança encontras-se desequilibrada, eis
que tem serias tendências para o alcoolismo, bem como é usuária de entorpecentes,
tendo inclusive se submetido a tratamento hospitalar.

Nessas condições, a permanência da menor sob a guarda da sua própria mãe


poderá causar, em breve, graves prejuízos à formação psíquica e moral da criança.

Destarte, restou demonstrado nos autos a relevância dos motivos que em se


baseia o pedido liminar de guarda provisória, por estarem presentes os requisitos legais
para a sua concessão, alem do fato de que a permanência da infante sob a guarda do pai
atende ao melhor interesse do menor.

Isto posto.

DEFIRO LIMINARMENTE a guarda provisória da menor ROSA


MARIA DA SILVA ao requerente.

Cite-se a requerida para, querendo, contestar a presente demanda no prazo


de 05 dias, ob pena de revelia, confissão e demais cominações legais (CPC, art. 285 e
art. 319).

Após, encaminhem-se os autos ao douto Ministério Publico do Estado de


Alagoas para, na condição de “custos legis”, intervir e acompanhar o presente feito até o
seu final, sob pena de nulidade, “ex vi” dos artigos 82, I e II e 246, todos da legislação
adjetiva civil.

Cumpra-se.

Maceió, 05 de maio de 2009.

Adriano Gonçalves Vieira de Souza Chaves


Juiz de Direito

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