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SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DA ACETANILIDA

Diego de Assunção Justo​1​​ ​, Fernanda D. R. de Quadros​1​​ ​, Vitória Durães


Chlusewicz1

Resumo

Diversas substâncias orgânicas podem ser utilizadas como analgésicas para


aliviar a dor, como a acetanilida, utilizada para combater a dor de cabeça. Deste
modo, este trabalho apresenta um processo de síntese para a acetanilida
utilizando-se anilina e anidrido acético, bem como sua purificação.

Palavras-chave:​​ Recristalização; Anilina; Filtração.

INTRODUÇÃO

Os efeitos analgésicos e antipiréticos da acetanilida foram descobertos


acidentalmente em 1889. A acetanilida é uma amina acetilada, isto consiste em uma
amina que reagiu com um ácido acético ou algum de seus derivados, como cloreto
de acetila, ácido acético glacial ou anidrido acético, esta reação é feita para que as
evitem de se oxidarem, diminuam a sua reatividade e protejam seus grupos
funcionais​1​.
Em muitos processos industriais e laboratoriais, como a sintetização da
acetanilida, faz-se necessário manter o pH da solução utilizada ou estudada
constante, uma vez que a variação deste em determinadas situações pode
ocasionar mudanças em algumas propriedades químicas das reações. Porém, este
problema pode ser brevemente solucionado com a utilização de uma solução
tampão​2​.
Toda solução tampão possui uma capacidade tamponante, definida como a
quantidade de mols de ácido ou base forte que a solução é capaz de absorver com
alteração de 1,00 unidade do pH​2​.
Em várias sínteses de substâncias orgânicas, o produto desejado é obtido
com impurezas. Uma das técnicas utilizadas para purificação, no caso de o produto

1 Graduando de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Toledo, Paraná. E-mail:
diego.twd@outlook.com.br
ser um sólido, é a cristalização. Esta técnica envolve a dissolução do material em
um solvente quente e o lento resfriamento da solução. Quando a solução esfriar, o
material dissolvido se separa da mesma, sendo esse fenômeno chamado de
cristalização, quando o processo é relativamente lento e seletivo, diferente da
precipitação, que é rápida e não seletiva​3​.
A cristalização é um processo de equilíbrio e produz material muito puro.
Como as impurezas estão usualmente presentes em quantidades pequenas, a
maior parte dela ficará no solvente mesmo quando este esfria. Então, a substância
está purificada, por ser separada do solvente e das impurezas por filtração. Quando
a quantidade de impureza é grande, a perda de material aumenta, assim gera um
baixo rendimento de purificação. Caso seja necessário realizar a etapa de
cristalização mais de uma vez, esta é chamada de recristalização, o que leva a
cristais mais puros, porém menor rendimento​3​.
Pequenas quantidades de impurezas podem colorir a solução de
cristalização, porém esta cor pode ser removida por descoloração com carvão
ativado, caso a cor seja forte e não esteja ligada ao produto desejado. O carvão
ativado adsorve preferencialmente as impurezas coloridas e as remove da solução​3​.

PARTE EXPERIMENTAL

Amostras e diluentes

Utilizou-se amostras de acetato de sódio anidro, ácido acético glacial, anilina,


e anidrido acético para o preparo da reação. Além disso, utilizou-se água destilada e
carvão ativado para a purificação.

Procedimento

Inicialmente, realizou-se, na capela, o preparo de uma suspensão contendo


4,0 mL de ácido acético glacial (marca: Alphatec) e 1,1050 g de acetato de sódio
anidro (marca: Dinâmica), posteriormente agitou-se a suspensão e adicionou-se 3,5
mL de anilina (marca: Neon, pureza de 100%). Em seguida, adicionou-se 5,0 mL de
anidrido acético (marca: Isofar) à solução, e aguardou-se para que a reação
ocorresse por alguns minutos.
Segundo, adicionou-se 120 mL de água destilada juntamente com a solução
preparada anteriormente, em um erlenmeyer, mantendo-se a agitação na mesma e
a solução foi levada a um banho de gelo, aguardou-se aproximadamente 15 minutos
para sua retirada. Após o término do tempo, filtrou-se a solução utilizando-se um
funil de Buchner, adicionando-se água gelada aos poucos, e descartou-se a fase
líquida.
Posteriormente, adicionou-se a fase sólida da filtração, contendo acetanilida,
em um erlenmeyer de 250 mL, juntamente com algumas pedras porosas e 100 mL
de água, e aqueceu-se a solução, até a dissolução da acetanilida. Após a
acetanilida se dissolver-se na água quente, aguardou-se até que a solução parasse
de ebulir, e adicionou-se 0,4016 g de carvão ativado (marca: Cromoline). Em
seguida, ferveu-se a solução por alguns minutos e filtrou-se a quente a solução,
utilizando-se papel filtro pregueado.
Após a filtração, descartou-se a fase sólida (contendo carvão ativado) e
filtrou-se novamente a solução contendo acetanilida, utilizando-se funil de Buchner.
Por fim, descartou-se a fase líquida e adicionou-se a acetanilida filtrada em um vidro
relógio, e um dia após a realização do experimento, determinou-se o ponto de fusão
da substância com o auxílio de um ​Medidor de Ponto Fusão (Microquímica
equipamentos Ltda, MQAPF - 302).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A preparação da acetanilida utilizando-se anilina e anidrido acético, ocorre


por meio de um ataque nucleofílico do nitrogênio da amina ao carbono carbonílico
do anidrido acético. A amina funciona como um nucleófilo, pois são derivados
orgânicos da amônia (da mesma maneira que os álcoois são derivados da água).
Deste modo, como a amônia, as aminas contêm um átomo de nitrogênio com um
par de elétrons livres, a presença desse par de elétrons explica o comportamento
nucleofílico das aminas​4​. O mecanismo da reação pode ser observado pela Figura
1.

Figura 1. ​Mecanismo da reação entre a anilina e o anidrido acético

Fonte: DANUELLO, A. C., et al., 2013.

A utilização da solução tampão de ácido acético e acetato de sódio, faz-se


necessário para controlar o pH da reação, pois uma solução tampão resiste a uma
mudança de pH, quando ácidos ou bases são adicionados à solução​1​.
Uma solução tampão é uma mistura de um ácido fraco e sua base conjugada
ou uma base fraca e seu ácido conjugado, como por exemplo, ácido acético/acetato
de sódio. A característica de resistirem à uma variação de pH deve-se ao fato dos
ácidos ou bases adicionados acabarem ionizando e reagindo o H​+ ou o OH​- liberado
com o que está em excesso na solução​2​.
No caso da síntese da acetanilida, a solução tampão é importante e
necessária pois a reação de acetilação da anilina a partir do ataque nucleofílico do
grupo amino sobre o carbono carbonílico do anidrido acético, é dependente do pH
da reação​6​, que deve estar próximo de 4,63, correspondente ao pH da anilina​4​.​.
O pH da reação deve ser regulado em relação ao pH da anilina, pois esta
substância pode estar presente na solução em sua forma protonada como está
apresentado pela Figura 2, o que acaba dificultando o ataque nucleofílico ao
carbono carbonílico do anidrido acético. Deste modo, a solução tampão acaba
regulando a quantidade de íons H​+ na solução, impedindo a protonação da anilina e
proporcionando uma maior velocidade na reação.

Figura 2.​​ Desprotonação da anilina

Fonte: ​MCMURRY, 2005.

A acetanilida sintetizada é solúvel em água quente, mas pouco solúvel em


água fria​6​. Sendo assim, adiciona-se água à solução para a dissolução da
acetanilida e posteriormente coloca-se a solução em banho de gelo para uma maior
cristalização de acetanilida, uma vez que quanto mais lento o resfriamento, mais
favorável a formação de cristais grandes​5​.
A utilização do filtro de Buchner ao invés do filtro normal, deve-se ao fato de
este processo de filtração ser mais rápido e proporcionar uma separação muito mais
eficiente deixando o sólido mais seco​5​. Esta etapa foi realizada para separar a
fração sólida (acetanilida+impurezas) da fração líquida (solução tampão+água),
deste modo, pode-se descartar a fração líquida e realizar o processo de
recristalização com a fração sólida, a qual contém a acetanilida​3​.
Após um processo de síntese de algum produto, é necessário a realização de
processos de purificação do mesmo, ou seja, a retirada de impurezas que estão
presentes no produto de interesse. No caso da acetanilida, as impurezas podem ser
a anilina não reagida, ácido acético ou até mesmo impurezas que estavam
presentes nos materiais utilizados e no ar.
Um dos principais processos de purificação é a recristalização, a qual
baseia-se nas diferenças de solubilidades de diferentes solventes e no fato de que a
maioria das substâncias sólidas é mais solúvel em solventes à quente do que a frio​5​.
Para a escolha do solvente deve-se levar em consideração alguns critérios,
como por exemplo: o solvente não deve reagir com o sólido, deve ter polaridade
semelhante e ao ser resfriado, o solvente deve produzir cristais bem formados do
sólido purificado, dos quais deve ser facilmente removível. Neste processo,
utilizou-se como solvente a água destilada, a qual atende aos critérios necessários
para a escolha do solvente, e realizou-se a filtração a quente para a retirada de
impurezas presentes na substância​5​.
Além disso, é importante salientar que a utilização de pedras porosas neste
processo faz-se necessária, para evitar ebulições tumultuosas na reação.
Além do processo de filtração a quente, utilizou-se como processo de
purificação a adição de carvão ativado, o qual atua como um adsorvente na reação,
retirando algumas impurezas ainda presentes no meio. O poder adsorvente do
carvão ativado é proveniente de sua alta área superficial e da presença de uma
variedade de grupos funcionais em sua superfície. A estrutura do carvão ativado é
basicamente constituída por uma base grafítica em que os vértices e as bordas
podem acomodar uma série de elementos, como oxigênio, nitrogênio e hidrogênio,
que se apresentam como grupos funcionais, por isso é utilizado como removedor de
impurezas​7​.
Após um determinado período de tempo fervendo a solução, realizou-se
novamente uma filtração simples, apenas com papel filtro pregueado, para a
retirada de partículas sólidas relativamente grandes, de modo que, ficaram retidas
no filtro apenas o carvão ativado (com as impurezas adsorvidas anteriormente), e no
filtrado obteve-se uma mistura de água e acetanilida. Posteriormente, realizou-se
novamente uma filtração a vácuo, para a separação da acetanilida e da água.
Quando sintetiza-se um composto e deseja-se saber mais sobre ele,
procura-se determinar o ponto de fusão. Em uma amostra que contém impurezas, o
ponto de fusão diminui, por estas impurezas apresentarem outra composição e
outro ponto de fusão​5​. Sendo assim, após aproximadamente 24 horas da realização
do experimento, realizou-se a determinação do ponto de fusão da amostra de
acetanilida purificada, através de um medidor de ponto de fusão, obtendo-se
aproximadamente 113,4-113,6 ​°C, o que indica um bom grau de pureza para a
acetanilida produzida, uma vez que os dados fornecidos pela literatura constam que
a mesma possui um ponto de fusão de 113-115 °C​8​.
É importante salientar que não foi possível calcular o rendimento da
acetanilida, por imprevistos que ocorreram com as amostras, as quais acabaram se
misturando com outras substâncias o que ocasionou alteração na quantidade de
produto.

CONCLUSÃO

Como não foi possível o cálculo de rendimento, não chegou-se a uma


conclusão de quão eficiente foi o rendimento da síntese de acetanilida, porém,
pode-se concluir que a mesma apresentou um bom grau de pureza, pois o ponto de
fusão obtido teve proximidade do encontrado na literatura. Entretanto, com todas as
etapas do processo, pode-se observar o que cada reação alterava no meio,
portanto, engrandecendo o conhecimento sobre reações orgânicas. Foi possível
também observar a ação adsorvente do carvão ativado, utilizado em técnicas de
purificação.

REFERÊNCIAS

1
BEGO, T. M., MORALLES, V. A., ​Síntese e purificação da acetanilida​​, Instituto
de química da UNESP, 2013. Acesso em: 24 de outubro de 2018. Disponível em:
<http://www.cempeqc.iq.unesp.br/Jose_Eduardo/Blog2013/Aula_14_06/8%20-%20P
reparação%20e%20Recristalização%20da%20Acetanilida%20–%20LIC%202013.pd
f>.

2
SKOOG, D. A., WEST, D.M., et al., ​Fundamentos de Química Analítica. ​9 ed.
São Paulo: Cengage Learning, 2014. Cap 9.

3
PAVIA, D. L. , LAMPMAN, G. M. , KRIZ, G. S. e ENGEL, R. G., ​Química Orgânica
Experimental - Técnicas de escala pequena. ​2 ed. Porto Alegre - 2009. Part. 6.
pg. 579 - 593.

4 ​
MCMURRY, J., Química Orgânica​​, vol. 2, ed. 7ª. São Paulo: Editora Thomson,
2005. pg. 855 - 861.
5 ​
DANUELLO, A. C., FALCÃO, A. A., et al., ​Recristalização acetanilida​​, UNESP -
2013. Acesso em: 24 de outubro de 2018. Disponível em:
<http://www.cempeqc.iq.unesp.br/Jose_Eduardo/Blog2013/Aula_14_06/9%20-%20R
ecristalização%20da%20Acetanilida%20BAC%202000T2.pdf>.

6 ​
EISING, Renato. ​Apostila de Química Orgânica Experimental Aplicada a
Bioprocessos​​. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Toledo 2018.

7​
GUILARDUCI, V. V. S., MESQUITA, J. P., et al., ​Adsorção de fenol sobre carvão
ativado em meio alcalino​​, Departamento de Ciência Naturais - Universidade
Federal de São João del Rei. Química Nova, Vol. 29, No.6, 1226-1232, 2006.

8 ​
TEVES, M. L. U., ​Ficha acetanilida​​, Faculdades Oswaldo Cruz - Rev. Abril de
2003.

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