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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Faculdade de Ciências Econômicas


Disciplina: Organização do Estado Contemporâneo

RESENHA CRÍTICA: O LEVIATÃ – THOMAS HOBBES

Outubro de 2018

Rio de Janeiro
INTRODUÇÃO

O meu objetivo foi fazer uma resenha crítica sobre os três capítulos (XIV, XV e XVI) da obra:
Leviatã, do autor Thomas Hobbes. Devido à importância de seu trabalho para fundamentar a criação
do Contrato Social.

Hobbes escreve uma obra paradigmática, ou seja, são conceitos que organizam nossa relação com o
real. Em outras palavras a obra Leviatã muda o paradigma, muda nossa visão de politica e
sociedade, por sua vez possui uma visão aristotélica de politica. No entanto, o autor coloca o ser
humano, calculista e que teme a morte, aceita sacrificar sua liberdade em nome de sua segurança,
que pensa a partir de sua preservação individual e assim rompe com a visão aristotélica de politica.

Na obra se encontra a diferença entre Estado e sociedade. O primeiro surge a partir de um contrato
social, através de um pacto politico por meio do individualismo. O autor pensa através jus naturale
que pensa a politica a partir de direitos individuais.

CAP. XIV: Da Primeira e Segunda leis Naturais, e dos Contratos.

Direito da natureza ou jus naturale, “é a liberdade que cada homem possui de usai seu
próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua
vida.”. Hobbes definirá o homem, o que tem a liberdade de usar o seu próprio poder, da maneira
que achar melhor e consequentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe
indiquem como meios adequados a esse fim, o homem é soberano e pode fazer o que quiser. A essa
liberdade ele dirá que não existe nenhum impedimento externo que limite este homem.

A liberdade entende-se, conforme o significado da própria palavra, a ausência de impedimentos


externos, para o homem poder fazer o que bem quiser de acordo com seu próprio julgamento e
razão, impedimentos esses que muitas vezes tiram parte do poder que cada um tem de fazer o que
quer.

Lei de natureza (lex naturalis) é um preceito ou regra geral, estabelecida pela razão humana, que
impede ações contra a vida, bem como evita privações dos meios da preservação de sua natureza.
Direito é a liberdade agir ou de omitir.

A lei primeira e fundamental de natureza é procurar a paz e seguir a paz, é também nos
defendermos por todos os meios que pudermos, uma segunda lei se deriva desta lei fundamental da
natureza é “o homem deve concordar com a renúncia de seus direitos a todas as coisas,
contentando-se com a mesma liberdade que permite aos demais, à medida em que considere a
decisão necessária à manutenção da paz e em sua própria defesa”, essa segunda lei natural é que
definirá o Contrato Social, o pacto, o contrato nasce da renúncia do direito natural, para que se saia
do estado natural “de guerra”, quando renunciamos nosso direito natural de nos defender e
assumimos um pacto com o outro individuo, no qual nos levará a paz, neste momento, surge a
sociedade civil e diferencia o que é meu é o que é seu.

“Renunciar ao direito a alguma coisa é o mesmo que privar-se da liberdade de negar ao


outro o beneficio de seu próprio direito à mesma coisa”, que implica na redução de impedimentos
ao uso do direito natural. Transferir direito é quando se pretende beneficiar determinada pessoa ou
pessoas. Quando alguém renuncia a um direito, “fica obrigado ou forçado a não impedir àqueles a
quem esse direito foi abandonado ou adjudicado o respectivo beneficio”. Nenhum homem pode
renunciar ao direito de revidar injúria daquele que tenta lhe matar, portanto “ninguém pode
transferir ou renunciar a seu direito de evitar a morte, os ferimentos ou o cárcere”, assim surge à
defesa pessoal, no qual temos o direito de agir em legítima defesa, para nos protegermos, até matar
outra pessoa em caso de ataque, sem motivo algum.

Contrato é a palavra com que indica a transferência mútua de direitos, o pacto é quando um
dos contratados espera que a outra parte cumpra sua parte num determinado momento posterior. A
doação, dádiva ou grafia ocorre quando “Quando a transferência de direito não é mútua, e uma das
partes transfere na esperança de assim conquistar a amizade ou os serviços de um outro, ou dos
amigos deste;”.

O autor diz que não é possível fazer pactos com animais, por que esses não podem compreender a
nossa língua o que é fundamental para o pacto, “não compreendem nossa linguagem, e portanto
não podem compreender nem aceitar qualquer translação de direito, nem podem transferir
qualquer direito a outrem; sem mútua aceitação não há pacto possível.”, pelo mesmo motivo não
podemos pactuar com Deus segundo Hobbes, “a não ser através da mediação daqueles a quem
Deus falou, quer por meio da revelação sobrenatural”.

Fazer um pacto é exercer um ato de vontade, o último ato da deliberação. Existem duas formas de
se liberar de um pacto: ou se cumpre o mesmo dentro daquilo que foi pactuado, que representa o
fim natural da obrigação; ou pelo perdão, que implica em retransferir os direitos e, para a
reconstituição da liberdade.

Sendo a força das palavras muito fraca para obrigar os indivíduos a cumprirem os pactos, existem
dois modos: ou pelo temor das consequências oriundas do descumprimento do pacto, que pode vir
da parte espiritual ou dos individuo ofendidos pelo desrespeito ao que foi firmado.
CAP. XV: De Outras Leis de Natureza

Thomas Hobbes nesse capitulo vai expor várias leis, dando inicio pela terceira lei de natureza, pela
qual os homens devem cumprir o contrato firmado entre as partes, pois senão for assim então os
pactos seriam vãos, palavras vazias e permaneceríamos na condição de guerra. Segundo o autor é
nesta lei que está à origem da justiça, com o pacto rompe-se com o injusto e cria-se a justiça, que
nada mais é que obedecer a lei, ser justo ao pacto.

O autor distingue o justo e o injusto, pela conformidade ou pela incompatibilidade entre os


costumes e a razão. Assim, o homem justo e honrado é aquele que se preocupa com a justiça das
suas ações, valor desprezado pelos injustos. Sendo assim, mesmo que o justo cometa uma injustiça,
ele o faz por ceder momentaneamente às paixões; enquanto o injusto, mesmo praticando justiça, não
o faz por hábito, mas sim por temor e pelo benefício aparente que ele pode ter. Além disso, o
homem que age de forma justa é inocente; o outro, culpado.

Definirá justiça em duas: comutativa e distributiva, na comutativa é dar o que é de cada um o que é
seu, lembrando que trata-se de homens iguais; a distributiva é dar a cada um o que cada um merece,
por se tratar de homens em condições diferentes, está ligado a equidade.

A quarta lei de natureza é a gratidão, o desrespeito a essa lei é a ingratidão, da mesma forma como a
justiça depende de um pacto anterior, a gratidão depende da graça anterior, portanto quem recebeu
um benefício por simples graça, deve esforçar-se para que o doador não se arrependa da sua boa
vontade. A quinta lei de natureza é a complacência, que é a benevolência, a tolerância com o outro,
é ser sociável, contrário a esta lei será insociável, intratável, ou seja, cada qual deve se esforçar para
conviver com os outros. A sexta lei de natureza é o perdão a quem se arrependeu do que fez para
garantia da paz. A sétima lei é a vingança, mas não é para retribuir o mal com o mal e sim um bem
futuro, caso contrário, será crueldade. A oitava lei de natureza será o desprezo, e o seu desrespeito a
esta lei se chama geralmente contumélia, estabelece que nenhum homem, por meio de palavras,
demonstre ódio ou desprezo. O desrespeito a essa lei é a injúria. Na nona lei de natureza sabe-se que
todos os indivíduos são iguais por natureza, o que não acredita ser assim estará desrespeitando a
nona lei é orgulhoso. A décima lei de natureza dirá que como somos iguais, o que é reservado para
mim também o será para o outro, assim quem respeita é modesto, e desrespeitá-la é ser arrogante. A
décima primeira lei de natureza tem a ver com a equidade, que geralmente apresentará um árbitro
(juiz – autoridade estatal), que terá o trabalho de fazer justiça, na entrega da justiça distributiva. Sua
violação será acepção de pessoas, prosopolepsía.
Estas são algumas das leis de natureza, que todos devem obedecê-las, para que a sociedade tenha
paz, elas são leis verdadeiras, justas, é a ciência da filosofia moral na sua mais pura essência,
porque esta ciência, segundo o autor não é mais do que a ciência do que é bom e mau na
conservação e na sociedade humana.

CAP. XVI: Das Pessoas, Autores e Coisas Personificadas

Para Thomas Hobbes o que é uma pessoa é o ser cujas palavras ou ações são próprias; ou que
representa as palavras ou ações de alguém, existe duas classificações: pessoa natural, sendo está
responsável por ações ou palavras próprias e pessoa artificial aquela que representa as palavras e
ações de outro homem.

Após esta separação, no caso da pessoa artificial, indicando dois termos, ator e autor, sendo o
primeiro o que fala ou age e o segundo o dono dessas palavras ou ações, e que age por autoridade,
ou seja, por direito que possui daquilo que é seu, no caso, a palavra ou a ação.

O pacto por autoridade, já que os homens são regidos por acordos e não por sua finalidade da sua
natureza, já que possuem a razão e a constante insatisfação ao compararem-se uns aos outros.
Dentro desta linha, ele trata da autoridade que deve ser mostrada pelo autor e da representação de
coisas inanimadas podem ser personificadas por um cargo, mas ressalta que as coisas inanimadas
não podem ser autores nem serem a elas conferidas autoridades, sendo possível serem
personificadas somente num Estado de governo civil.

Thomas Hobbes aponta que uma multidão de homens possa ser transformada em uma pessoa, qual
seja, quando este homem representa toda a multidão por consentimento da mesma, criando uma
unidade do representante e não do representado. Com isso, todos são autores, pois: “Dado que a
multidão naturalmente não é uma, mas muitos, eles não podem ser entendidos como um só, mas
como muitos autores, de cada uma das coisas que o representante diz ou faz em seu nome. Cada
homem confere a seu representante comum sua própria autoridade em particular, e a cada um
pertencem todas as ações praticadas pelo representante, caso lhe haja conferido autoridade sem
limites.”, ou seja, um conceito muito interessante como reflexão para a política brasileira nos dias
de hoje: se você escolhe alguém para representá-lo, as ações praticadas pelo mesmo também
pertencem a ti.

Por fim, cabe destacar o conceito de maioria que Hobbes formula, a meu ver, no final do capítulo,
ao colocar que “Se o representante for constituído por muitos homens, a voz do maior número
deverá ser considerada como a voz de todos eles”, ou seja, se uma minoria votar a favor de algo e a
maior parte votar contra, o representante terá como “única voz” os votos negativos.

CONCLUSÂO

Cabe ressaltar que Hobbes é um defensor do absolutismo. O autor ressalta inúmeras vezes que a
função do Estado é garantir a segurança dos indivíduos, ou seja, o Estado serve ao povo e isso é
explicito na obra Leviatã.

Thomas Hobbes possui uma concepção de liberdade, onde afirma que a mesma é ausência de
restrições externas ao seu movimento, ou seja, um individuo é livre se o movimento do mesmo não
for impedido. Na visão dele em seu estado absolutista o homem é mais livre do que seria no Estado
democrático. Cabe ressaltar que na visão do autor mesmo o homem não tendo liberdade politica o
homem terá segurança, sendo assim ele terá liberdade de ter sua família, propriedade e emprego, ou
seja, de alguma maneira que no silencio da lei o homem tem muitas liberdades. Para o pensador o
absolutismo tira a liberdade politica do individuo, mas garante suas liberdades individuais.

A perspectiva de caos social e ausência de governabilidade devido ao "Direito de Natureza" podem


ser relacionadas a nossa atual conjuntura política: o país passa por uma crise que não tange apenas o
setor político e econômico, porém também a moral. O povo brasileiro anda desanimado e
desconfiado em relação aos seus representantes políticos, o que é semelhante à desconfiança do
"Homem Natural" em relação aos outros indivíduos. Devido à essa crise moral, a sociedade
permanece agitada, e o sentimento de ameaça é uma constante, sendo favorável a mais corte de
“liberdade”, acreditando que assim vai restabelecer o pacto social.

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