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Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

O Papel do Liceu Paraense na Introdução das Ciências no Pará

Jônatas Barros e Barros


Instituto de Educação Matemática e Científica /UFPA
msjbbarros@gmail.com

José Jerônimo de Alencar Alves


Instituto de Educação Matemática e Científica /UFPA
jeronimoalves@hotmail.com

Palavras Chaves: História, Liceu Paraense, Modernidade, Ciências Naturais.

1 - Introdução

Atualmente no Brasil o ensino das Ciências Naturais é obrigatório na educação básica,


desde o início do processo de escolarização1, seja por meio de disciplinas com rubricas gerais
como Ciências Físicas e Biológicas ou rubricas específicas como Física, Química e Biologia.
Ainda que as críticas ao cientificismo tenham aumentado nas últimas décadas, isso não tem
impedido das Ciências serem difundidas nas escolas e de gozarem prestígio no currículo,
como, por exemplo, juntas deterem a maior carga horária. Essa conjectura é efeito da
expansão da racionalidade científica moderna, que insere a humanidade na visão do mundo
científico.

É fato bem conhecido que as ciências modernas nasceram na Europa, de onde foram
difundidas e recepcionadas em várias partes do globo, como no Brasil, incluindo a Amazônia,
ou mais especificamente o Pará. Sabe-se, também, que essa difusão não ocorreu de modo
instantâneo, mas “se ampliou gradativamente a partir de suas raízes europeias, impulsionada
pelo iluminismo e outras correntes de pensamento que passaram a considerar a razão
científica como ápice do desenvolvimento humano” (BARROS et al, 2012, p 94). Nessa
ampliação o processo educacional é fundamental, em especial para difundir as ciências por
meio do currículo, do ensino oral, da utilização de livros didáticos, dos processos avaliativos,
etc.

Um marco relevante das intenções de se ampliar a difusão de discursos da


modernidade no país e, também na Amazônia, foram as Reformas Pombalinas, iniciadas em
1759, que era fortemente influenciada pelo pensamento iluminista e impôs a expulsão dos
Jesuítas. Um dos efeitos dessa expulsão foi o desmantelamento da estrutura educacional

1
Nos cinco primeiros anos do ensino fundamental a rubrica é Ciências Naturais, segue do sexto ao nono ano
com a denominação de Ciências Físicas e Biológicas (CFB) e prossegue nos três anos do ensino médio com as
rubricas Física, Química e Biologia.
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jesuítica, que passou a ser substituída pelo sistema de Aulas Régias2. No Brasil se criaram
inicialmente cinco aulas: Ler, Escrever, Contar, que ficou conhecida como Aulas de
Primeiras Letras, juntamente com Latim, Retórica, Filosofia e Grego. As três primeiras
estariam entre as ‘aulas’ criadas no Pará (Cardoso, 2011, p 185). O discurso do mundo
moderno se ampliaria um pouco mais no País em 1837 ao se criar o Colégio Pedro II, na
Corte, Rio de Janeiro, o qual seria baseado nas escolas francesas e deveria ser modelo de
educação secundária a ser seguido em outras províncias do País. Esta instituição trouxe em
seu programa de ensino as Ciências Naturais, como bem aponta HAIDAR (2008, p 100): “o
predomínio das letras clássicas no primeiro plano de estudos do Colégio de Pedro II não
impediu, entretanto, que fossem bem aquinhoadas as matemáticas, as línguas modernas, as
ciências naturais e físicas e a história”.

Nessa conjectura de expansão do discurso moderno no Brasil, nos indagamos sobre o


processo histórico de introdução das Ciências Naturais na Amazônia, ou mais precisamente na
escola paraense. Essa indagação nos remeteu a primeira instituição de ensino secundário do
Pará, denominada Liceu Paraense, atualmente Colégio Estadual Paes de Carvalho (França,
1997).

O Liceu Paraense foi o berço das Ciências Naturais no processo de escolarização na


Amazônia, mais especificamente no Pará. Essa instituição foi criada em 1841 com o objetivo
de dar diretrizes ao ensino secundário. Deste modo introduzia um dos modelos educacionais
em voga na Europa, onde a França o adotava largamente e que estava em pleno processo de
implantação em outras províncias do Brasil, inclusive na capital como é o caso do já citado
Colégio Pedro II. França (1997) aponta que a partir de 1851, portanto, após dez anos da
criação do Liceu Paraense, a Física, a Química e a Botânica começaram a ser introduzidas.

França mostrou, ainda, que a criação do Liceu foi produto da organização da instrução
pública paraense, efeito do Ato Adicional de 1834, que delegou as Províncias a
responsabilidade pela instrução secundária (França 1997, p 120)3. Demonstrou, também, que

2
(CARDOSO 2011, p 180) afirma que “a expulsão dos jesuítas faz parte das reformas do Estado promovidas no
reinado de D. José I e efetivadas pelo Ministro Sebastião de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (1699-
1782). Essa medida drástica simboliza uma tradição de dois séculos, dando espaço para a modernização que se
pretendia com a criação de um Estado secular e regalista, dentro de um projeto de reformismo ilustrado”.
3
Conforme HAIDAR (2008, p 17) a Lei n° 16, de 12 de agosto, de 1834, conhecida simplesmente como Ato
Adicional de 1834 foi uma reforma constitucional que teria o objetivo de descentralizar o poder da corte e dar
mais autonomia administrativa as Províncias. Isto seria efeito das “reivindicações descentralizadoras que
sacudiam o país de sul a norte e que sob a forma de movimentos separatistas ameaçavam a integridade da
nação”. Nessa reforma a instrução pública foi contemplada ao conferir “às Províncias o direito de legislar sobre a
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o Liceu ofereceu dois cursos: Humanidades e Comércio, em que no primeiro predominavam


os “estudos literários clássicos e, em menor grau, os ‘estudos modernos’”, enquanto que no
segundo predominaria estudos ligados a matemática, figurando, também, disciplinas com
línguas modernas como francês e inglês (FRANÇA, 1997, p 151)4. Esse estudo não analisou o
Liceu Paraense dentro do panorama do processo de modernização do Pará, fato que é a nossa
pretensão nessa pesquisa. Entretanto, foi um ponto de partida essencial para nos indagarmos
sobre o processo de introdução das Ciências Naturais no Liceu Paraense e a relação com os
projetos de introdução da modernidade do Pará.

As Ciências Naturais ao serem introduzidas na Amazônia não encontraram um espaço


cultural vazio. Na região habitavam tanto a tradição nativa, presente nas comunidades
indígenas, quanto a tradição europeia mais antiga, disseminada pela “educação das missões
jesuíticas, seminários e outras instituições religiosas” (BARROS et al, 2012, p 94). Desta
forma a racionalidade científica moderna teve que interagir e negociar com essas duas
tradições culturais. Assim, as Ciências Naturais, se inserem em processos de diálogo,
negociação e conformação, ganhando um significado local, o qual se diferencia de seu local
de origem, ou seja, da Europa. ARBOLEDA (1887, p.8) nos ajuda a elucidar melhor o
processo de negociação durante o processo de difusão de conhecimento científico.

La transferiencia del conocimiento no se da normalmiente a un espacio social y


cultural vacio, por otra, que “los materiales culturales” pre-existentes, alteran y
vuelven complejo el fenômeno de la imcorporación de conocimientos y saberes
técnicos. Finalmente se sugiere considerar la síntesis resultante como producto de
um processo dinámico de “negociaciones” permanentes entre las estratégias y
valores dominantes em el mercado internacional de disciplinas científicas, y los
interesses fraccionales y nacionales de los “gate keepers” intelectuales locales.

Essa modernidade que disseminada da Europa ao Pará por meio do Liceu Paraense, o
qual na sua trajetória difundiu as razões da modernidade, faz parte do processo que Polanko
(1889; 1992) chamou de mondialization ou world-science, em que a ciência se difundiu por
meio de disciplinas científicas, reprodução de instituições, livros, revistas, etc. :

(...) a disseminação das formas de organização da pratica científica, valores


intelectuais ou morais e regras técnicas que se impuseram para todos como a única
maneira de fazer a “boa” ciência à partir da Europa. Esta disseminação e esta

instrução pública e estabelecimentos próprios a promovê-la, excluindo, porém de sua competência as faculdades
de medicina, os cursos jurídicos, academias então existentes e outros quaisquer estabelecimentos que, no futuro,
fossem criados por lei geral”.
4
Essa pesquisa buscou analisar a história do Liceu dentro do plano político-sócio-educacional, evidenciando as
ações políticas, principalmente voltadas a instrução secundária, de âmbito local e nacional, e seus efeitos no
Liceu Paraense, como, por exemplo, as diversas reformas regulamentares que a instituição passou. Nesse sentido
ela analisa o Liceu como um objeto de atenções e cuidados dos governantes paraenses.
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reprodução se observam na propagação de disciplinas científica, na reprodução de


instituições, como as academias, os observatórios, os jardins botânicos, os
laboratórios, as escolas de engenharia e as faculdades de ciências. A
“mundialização” da ciência se realiza também através de importações e espionagem,
das viagens e expedições, da circulação de sábios, da difusão não somente de livros
e revistas, mais também de instrumentos e técnicas de observação e de medida
(Polanko, 1989, p. 20).

O currículo é um atestado da disseminação das Ciências. Ele é um artefato social


construído por meio de relações de poder, num campo em que os saberes brigam por espaço:

O Currículo é também uma relação social, no sentido de que a produção de


conhecimento envolvida no currículo se realiza através de uma relação entre
pessoas. Mas uma relação social também no sentido de que aquele conhecimento
que é visto como uma coisa foi produzido através de relações sociais – e de relações
de poder (SILVA, 1995, p 194).

Para alcançar nosso objetivo, que é o de analisar o processo de introdução das


Ciências Naturais no Liceu Paraense e a relação com os projetos de introdução da
modernidade do Pará, articularemos três elos: o ensino secundário francês, por meio,
principalmente, dos liceus, que seria referência para o ensino secundário brasileiro; o Colégio
Pedro II, do Rio de Janeiro, corte do Império, que seria a referência para os estabelecimentos
de ensino secundário do Brasil; e o Liceu Paraense, criado em 1841 com o objetivo de
proporcionar o ensino secundário, onde as Ciências foram inseridas a partir de 1851, como foi
apontado anteriormente.

2 - O Ensino Secundário Francês, o Colégio Pedro II e o Movimento das Ciências no


Currículo.

Até o final do século XIX o ensino secundário na França foi preponderante e voltado
para formação das elites. Conforme LUC (2007, p 195) o secundário gozava de estabilidade e
tradição institucional, pois contava com “uma rede de estabelecimentos, de uma clientela, de
uma tradição pedagógica: enfim, de uma verdadeira identidade”. A oferta do ensino
secundário se dava nos “liceus, nos colégios e nos estabelecimentos privados, laicos ou
eclesiásticos” (LUC 2007, p 197). Desses espaços, foram os liceus que tiveram primazia,
podendo legalmente ministrar o ensino secundário em sua integralidade, no sentido de que
proporcionariam pleno acesso ao nível superior5.

5
(LUC, 2007, p 200) aponta que “a primazia do liceu no sistema escolar – e nas memórias – não deve nos
fazer esquecer que não possui o monopólio da instrução secundária. Depois da lei de 1802, como depois dos
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Os liceus franceses foram criados em 1802, como uma reação ao espírito liberal,
dentro de uma perspectiva de centralização. Assim, eram “estritamente regulamentados e
controlados”, “providos de um corpo, nacional, de administradores e de professores, nas
carreiras perfeitamente codificadas” (LUC, 2007, p 199). As humanidades preponderavam,
havia um desequilíbrio entre as ciências e as letras. Eram voltados para formação de uma
elite.

Essa estrutura dos Liceus franceses, de perfil centralizador, voltado mais para o ensino
das humanidades do que para as ciências e que visava a formação das elites inspirou a Criação
do Colégio Pedro II em 1837. Essa relação se expressa nas próprias palavras de seu
idealizador, o ministro do Império Brasileiro Bernardo Pereira de Vasconcelos.

o discurso é meu mas o Regulamento é alheio; quase todas as disposições são


copiadas dos Regulamentos dos Colégios de França, apenas modificado por homens
que gozam a reputação de sábios, e entendem o que deve alterar-se nas disposições
desses Estatutos (ANAIS DA CÂMRA DOS DEPUTADOS, 1838, p.159)

A criação do Colégio Dom Pedro II foi fruto da extinção do Seminário São Joaquim,
ou melhor, o Seminário foi convertido no Pedro II. Esta ação estava em consonância com um
dos ideais da modernidade, que era a institucionalização de um ensino laico em detrimento de
outras modalidades de ensino, como os proporcionados pelas ordens religiosas. Desse modo o
Colégio introduziu no ensino secundário do Rio de Janeiro uma nova ordem, desta vez não
mais das aulas avulsas espalhadas, mas de uma dinâmica de estudos simultâneos e seriados6.

O currículo do Pedro II também teria recebido influência da França. No seu corpo


trouxe as Ciências Naturais. Lorens (2002) aponta que as “questões teóricas e as reformas no
ensino francês, influenciaram os debates sobre o papel das ciências no ensino secundário; os
programas de ensino muitas vezes, foram elaborados tomando-se por base os conteúdos dos
livros didáticos franceses”. É o movimento destas Ciências no currículo que analisaremos a
partir desse momento.

2.1 - O movimento das Ciências no Currículo do Pedro II

textos orgânicos da universidade imperial, em 1806 e 1808, essa instrução é ministrada, simultaneamente, pelas
“escolas secundárias” comunais (chamadas colégios no decreto de 1808, depois colégios comunais em 1815),
pelas escolas secundárias privadas (chamadas institutos ou pensões em 1808) e pelas escolas diocesanas
preparatórias ao estado eclesiástico”.
6
As aulas avulsas consistiam em disciplinas ofertadas isoladamente, de modo que não faziam parte de um curso
seriado. Sua função, via de regra, era preparar os discentes para os exames “Preparatórios”, que eram pré-
requisitos para se adentrar nas Academias. Os Preparatórios, por sua vez, eram exames que ocorriam junto aos
cursos acadêmicos, em que os discentes aprovados receberiam uma certidão de aprovação.
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O primeiro currículo, de 1838, previu o ensino de três cadeiras do campo das Ciências
Naturais: “Astronomia”; “História Natural – Zoologia, Botânica e Mineralogia”; “Ciências
Físicas – Física e Química”7. A presença destes saberes modificava o panorama anterior, pois
no Rio de Janeiro não se ofereciam aulas avulsas do campo das Ciências Naturais, mas
somente do campo da Matemática, da Filosofia, das Línguas Clássicas e Modernas, e outros8.
Quanto a presença da Astronomia, esta era uma ciência que vigorava desde o período
medieval e continuou a ter espaço no currículo do Pedro II, ao mesmo tempo em que a Física,
a Química e a História Natural, Ciências constituídas na modernidade, também tiveram
espaço.

No currículo de 18419 a Astronomia perdeu seu espaço, pois a mesma foi retirada.
Outra mudança neste momento foi a incorporação da Geologia à História Natural, que antes
abrangia conteúdos de Zoologia, Botânica e Mineralogia. Após isso, o currículo do Colégio
Pedro II passou por outras mudanças em 1854 e 1879, mas sem que observássemos alterações
no que diz respeito ao campo das Ciências Naturais.

Mudanças significativas com relação às cadeiras das Ciências Naturais no Pedro II


ocorreram em 1890 com a Reforma Benjamin Constant, uma vez que elas aumentaram de
duas para quatro no currículo. As quatro cadeiras foram “Mecânica e Astronomia”; “Física e
Química”; “História Natural” e “Biologia”. As novidades foram o retorno da Astronomia,
desta vez associada a Mecânica, onde esta pela primeira vez integrou-se ao currículo; além
disto houve a introdução da nova ciência Biologia10. O aumento do número de cadeiras com a
inserção de novas estava em consonância com as tendências de modernização, visto que neste
período, como aponta Hobsbawm (2009), as Ciências Naturais se expandiram no mundo
moderno de modo sem precedentes.

No currículo de 1898 a História Natural não aparece, mas somente uma disciplina
denominada “Mineralogia, Geologia e Meteorologia”, que eram os saberes que
tradicionalmente estavam sob sua égide.

7
BRASIL. Regulamento n° 8 de 31 de Janeiro de 1838.
8
Haidar (2008, p 94) aponta que antes da criação do Colégio de Pedro II as aulas avulsas existentes eram de
Geometria, Filosofia, Retórica, Latim, Grego, Francês, Inglês e Comércio
9
BRASIL. Decreto nº 62, de 1º de Fevereiro de 1841.
10
Este currículo determinou como Biologia os estudos da Botânica e da Zoologia, que nos currículos anteriores
estavam sobre a égide da História Natural. Esta ciência, por sua vez, a partir daí manteve agrupados os estudos
da Mineralogia, Geologia e Meteorologia.
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No currículo de 1915 “Mecânica e Astronomia” e “Biologia” se fizeram ausentes


enquanto que a História Natural retornou. Dez anos após ocorreu a última reforma curricular
do período que nos propomos a estudar. As Ciências Naturais continuaram como no currículo
anterior, representadas pela Física, Química e História Natural.

Percebemos assim que no Colégio Pedro II, entre 1838 e 1930, sempre se previu a
Física e a Química. A História Natural se fez ausente apenas com a grade curricular proposta
em 1898, mas os conteúdos que estavam sobre a sua égide se mantiveram presentes –
Mineralogia, Geologia e Meteorologia. Astronomia esteve no primeiro currículo de 1838, mas
foi logo retirada em 1841, retornando apenas em 1890, desta vez associada a Mecânica, e se
fez ausente novamente no currículo proposto em 1915. A Biologia apareceu pela primeira vez
em 1890, mas se fez ausente a partir do currículo de 1915.

Este movimento que as Ciências Naturais fizeram no currículo do Colégio Dom Pedro
II era reflexo da expansão que as Ciências Naturais presenciaram em meados do século XIX e
início do século XX no Mundo Moderno, algo sem precedentes e que se intensificou a partir
de 1850. Hobsbawm (2009, p 406 - 408) indica que neste período houve um desenvolvimento
maciço da instrução e que as certezas racionais das ciências foram “o que as massas recém-
instruídas de leigos absorveram e aceitaram”. Tal movimento também estava em consonância
com aspectos da modernidade, como a laicização do conhecimento e a valorização de saberes
científicos em detrimento de outros como as Línguas Clássicas11.

3 - O Liceu Paraense e as Ciências Naturais

Antes da criação do Liceu Paraense o ensino secundário ainda era proporcionado por
meio de aulas avulsas. Cerca de oito décadas depois do início das reformas pombalinas, mais
precisamente dois anos antes da criação do Liceu, ou seja, em 1839, o panorama das Aulas
Avulsas existentes no Pará havia mudado suavemente em relação ao que apresentamos na
introdução desse texto. Acrescentou-se Filosofia Racional e Moral e a Língua Francesa,
permanecendo, então, Primeiras Letras, Latim e Retórica. Essas aulas existiam, mas em sua
maior parte estavam “vagas”, ou seja, sem docentes e discentes, o que seria “Lastimoso”,

11
Neste estudo buscamos narrar o movimento das disciplinas científicas, no sentido de mostrar que ciências
foram inseridas, retiradas e consolidadas nos currículos do Pedro II, entre 1838 e 1930. Entretanto, um olhar
geral sobre os currículos nos permitiu perceber que Disciplinas como Filosofia e Grego, perderam espaço
progressivamente até se fazerem ausentes a partir de 1890.

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conforme Bernardo de Souza Franco, presidente da Província do Pará, em seu relatório de


1839.

É lastimoso, senhores, o estado a que está reduzida a instrução pública da Província.


Há em toda ela uma aula de Filosofia Racional e Moral, uma de Retórica, e uma da
Língua Francesa, que estão vagas; quatro de Latim, das quais está vaga uma; e trinta
e sete Cadeiras de primeiras Letras das quais vinte e três estão vagas (FRANCO,
1839, p 4)

Para mudar isso, Souza Franco sugere a criação de condições para as Aulas Avulsas
gozarem de regularidades, por meio da concentração das mesmas num único local, bem como
a criação de cargo de diretor para inspecioná-las e ser um canal entre interesses da instrução
pública e o Governo. Desse modo o Pará estaria implantando um modelo educacional que
seria semelhante aos das ordens educacionais europeias, o que modificaria aquilo que, na
retórica do governante, seria o “estado lastimoso da instrução pública paraense”.

Convém muito, Senhores, a regularidade do ensino, que tenham as Aulas todas um


centro comum, e que se crie para esse fim um Diretor, que as inspecione, assista aos
exames dos alunos, de parte ao Governo de todas as ocorrências para as
providenciar, e exponha, e requeira as reformas precisas para dar aquele as que
estiverem a seu alcance e requerer-vos as que lhe não competirem (FRANCO,1839,
p 5)

Dois anos depois desse discurso o Liceu Paraense foi criado, ou seja, em 1841 com o
fim de proporcionar o ensino secundário. Sua criação modificou o panorama anterior deste
ramo educacional, pois o que havia antes eram aulas avulsas espalhadas pela Província. Nesta
nova instituição tais aulas foram reunidas e outras acrescentadas, passaram a ser seriadas e a
integrar o currículo dos cursos ofertados, que eram de Humanidades e Comércio.

3.1 - O movimento das Ciências no Currículo do Liceu Paraense

O primeiro currículo do Liceu Paraense, de 1841, modificou o panorama das


disciplinas do ensino secundário anterior, expandiu aspectos da modernização, mas não com
relação às Ciências Naturais, que não se fizeram presentes. Antes a Província contava com o
ensino secundário de saberes clássicos. O currículo do Liceu manteve os saberes existentes e
agregou outros relacionados ao campo da História e Geografia, Línguas Modernas e outros12,
que eram novas disciplinas valorizadas pela modernidade.

12
O primeiro currículo do Liceu era composto por sete cadeiras 1) Língua Latina; 2) Língua Francesa; 3)
Aritmética, Álgebra e Geometria; 4) Filosofia Racional e Moral; 5) História Universal, Geografia Antiga e
Moderna e História do Brasil; 6) Retórica, Crítica, Gramática Universal e Poética; 7) Escrituração Mercantil e
Contabilidade; 8) Língua Inglesa (França 1997, p 120)
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O primeiro registro que encontramos a menção de uma cadeira das Ciências Naturais
no currículo do Liceu Paraense é de 185113. A cadeira14 denominava-se ‘Elementos de Física,
Química e Princípios Gerais de Botânica’. Isto foi novidade e modificava o panorama
anterior, pois ela não constava no currículo de 1841, estando, assim, na origem do processo de
introdução das Ciências no ensino paraense. A inserção desta cadeira foi apontada pelo
presidente da província Fausto D’aguiar como um ponto de “desenvolvimento do programa”
porque teria importância e utilidade prática:

Tratando da reforma do Liceu, comecei por dar mais algum desenvolvimento ao seu
programa de estudos adicionando-lhe o ensino dos elementos de física e química;
dos princípios gerais de botânica (...). A falta destes ramos de instrução, de tanta
importância e utilidade prática, no plano de estudos do Liceu, era quanto a mim,
uma lacuna, que cumpria preencher (D’AGUIAR, 1852 ,p 22.)

Ainda que o discurso do presidente D’aguiar atribuísse importância a cadeira


científica, o mesmo relatório apontou que não se havia provido docente para regê-la. No ano
seguinte, 1853, ela continuou vaga. Esta vacância foi louvada pelo presidente provincial,
Joaquim Cunha, por considerá-la supérflua:

O plano de estudos do Liceu, posto que incompleto, assim o deve ser por ora sob
pena de se pagar a professores inábeis e não haver discípulos que queiram aprender;
por isso julgo ainda supérflua a cadeira, felizmente vaga, de noções de Física,
Química e Botânica. (CUNHA. 1853, p 12, grifo meu)

Esta relação entre discursos que eram favoráveis e os que não eram adeptos da
presença de uma cadeira científica no Liceu, assim como o não provimento de docente para
regê-la teve como efeito a retirada da cadeira em 185315, permitindo-nos perceber que ela não
se materializou.

As Ciências Naturais, que na difusão da Modernidade tinham espaço privilegiado,


continuavam ausentes do currículo do Liceu em 1857, mas, contudo, estavam presentes em
alguns discursos que reivindicavam seu retorno, como indica o relatório do Presidente
Henrique Rohan, que sugeria a criação de cadeiras científicas.

Também me parece mui conveniente de mais duas cadeiras: uma em que se ensinem
os elementos de Ciências Naturais; e outra de Química aplicada as artes. Nesta

13
Lei n° 216 de 15 de novembro de 1851
14
A Cadeira poderia constituir uma ou mais disciplinas. Por exemplo, a cadeira Física e Química continha duas
disciplinas, que eram ensinadas em anos diferentes do curso
15
Lei n° 237, de 28 de dezembro, de 1853 retirou a cadeira ‘Elementos de Física, Química e Noções Gerais de
Botância
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província, onde abundam os produtos naturais, seria muita vantagem que o estudo
das Ciências Físicas despertasse o gosto de ensaios neste gênero (ROHAN, 1857, p
17-18)

Mesmo com discursos favoráveis ao o retorno das Ciências Naturais ao currículo do


Liceu Paraense, este se deu somente em 186816, por meio da cadeira ‘Física e Química’. Desta
vez, diferente de 1851 a Botânica se fez ausente, proveu-se docente para reger a cadeira,
sendo ele o “Dr. Marcello Lobato de Castro”. A cadeira passou a ser executada em 1870,
entretanto, foi baixa a procura discente para cursá-la, somente de um aluno neste ano e de
nenhum em 1871. Mediante isso, neste ano as Ciências foram retiradas do currículo,
retornando somente durante o período republicano.

Com a chegada da República a influência do Governo Federal sobre o ensino


secundário brasileiro foi forte, o que foi determinante para o retorno das Ciências Naturais ao
Currículo do Liceu Paraense. José Veríssimo, que era o diretor da instrução pública do Pará
em 1890 apontou em seu relatório que o Liceu deveria acompanhar a reforma que ocorreu na
Capital Federal, a saber: Reforma Benjamin Constant, a qual, como vimos, instituiu quatro
cadeiras científicas no currículo da Capital.

Completamente reformado por decreto federal n° 981, de 8 de novembro, o


ensino secundário e, como era de supor, subordinava a matrícula dos cursos
superiores, às novas exigências desse ensino, o Liceu Paraense não podia
permanecer no estado em que se achava, devendo acompanhar a reforma federal
(VERÍSSIMO, 1890, p)

Não encontramos currículos do Liceu Paraense entre 1890 e 1899, entretanto


os relatórios do governador Lauro Sodré de 1892 a 1897 são incisivos em afirmar que o plano
de estudo do Liceu seguia à risca o do Ginásio Nacional. As Ciências que faziam parte, como
vimos, eram: ‘Física e Química’, ‘Mecânica e Astronomia’, ‘Biologia’ e ‘História Natural’.

O currículo de 1900 previa o ensino de três cadeiras científicas, sendo elas “Elementos
de Física e Química”, “Elementos de História Natural”, “Elementos de Mecânica e
Astronomia”.

Em 1913 o currículo do Liceu previu apenas o ensino de duas cadeiras: 1) Física e


Química; 2) História Natural17. Percebemos, assim, que a cadeira Elementos de Mecânica e
Astronomia se fez ausente.

16
Lei n° 564 de 10 de outubro de 1868
17
Programa de Ensino do Ginásio Paes de Carvalho de 1913.
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Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Durante a república percebemos que o Ginásio Nacional, representado pelo Colégio


Pedro II, influenciou decisivamente o Liceu Paraense com relação às Ciências Naturais, de
modo que os saberes científicos instituídos para a capital eram os mesmos adotados no
currículo no Pará. Neste período a Física e a Química continuaram presentes. A História
Natural emergiu pela primeira vez. A Mecânica e Astronomia emergiram, mas não se
consolidaram.

Considerações

A estruturação do Liceu Paraense se assemelhou aos Liceus Franceses e ao Colégio


Pedro II, no sentido de que os três foram criados com caráter centralizador, para serem
modelos educacionais, com perfil de formação das elites e privilegiaram inicialmente mais as
Humanidades do que as Ciências.

Tanto a criação do Liceu Paraense em 1841 como a do Colégio Pedro II em 1837


representaram uma continuação do projeto modernizador da educação implantado a partir de
1759 em Portugal e suas colônias, como no Brasil, o qual visava substituir as ordens
educacionais anteriores, ou seja, dos Jesuítas e de outras tradições nativas, como a indígena.
Nesse sentido ambas mantiveram as aulas avulsas criadas nas reformas pombalinas,
diferenciando-se porque não mais seria espalhada pelo Pará ou Rio de Janeiro, mas sim
reunidas num esquema seriado e integrante de um curso regular.

Ao atentarmos para a movimentação das Ciências nos currículos do Pedro II e do


Liceu Paraense durante o Império, percebemos que no Pedro II as Ciências Naturais sempre
estiveram presentes, ainda que em menor proporção que os outros saberes, enquanto que no
Liceu Paraense se teve mais momentos de ausência das Ciências do que de presença.

Essa instabilidade das Ciências no currículo do Liceu Paraense não foi peculiar, afinal
saindo da Corte, ou seja, em outras partes do Brasil também se percebeu instabilidade. De
acordo com Haidar (2008), em 1851 Gonçalves Dias, após inspecionar a instrução pública das
províncias do norte e do nordeste, observou que Liceus provinciais introduziram cadeiras das
Ciências Naturais, mas que definhavam. Para Gonçalves Dias, uma das razões se dava por não
serem exigidas para a obtenção de graus literários:

Se alguns dos liceus provinciais tem querido introduzir no quadro do ensino


secundário noções de ciências naturais e exatas como as matemáticas puras, a
química, a física, a botânica, a agricultura, a agrimensura, vêem definhar esses

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estudos, por que não são necessários para nenhum grau literário (Gonçalves Dias,
1852, apud Haidar, 2008, p 21)

O ensino secundário teve uma íntima ligação com o ensino superior, principalmente
no sentido de preparação para os exames de admissão nas academias, denominados de
“preparatórios”. Isto influenciou aspectos da difusão científica nos currículos, visto que, em
geral, os cursos superiores não exigiam “preparatórios” de disciplinas das Ciências Naturais, o
que tinha como efeito uma baixa procura por disciplinas científica nas instituições
secundaristas que as ofereciam.

Entretanto, durante a Primeira República as Ciências Naturais se fizeram presentes de


modo ininterrupto no currículo do Liceu. A Física, a Química e a História Natural estiveram
sempre presentes. A Astronomia e a Mecânica, saberes que emergiram no currículo durante
este período não se faziam mais presentes no currículo de 1913. Isto estava em consonância
com a Modernidade que se difundia no Brasil, pois este movimento das Ciências teve íntima
relação com o que ocorria no panorama nacional, visto que o currículo do Liceu se conformou
ao do Ginásio Nacional, determinado pelo Governo Federal.

Durante a Primeira República a presença das Ciências Naturais se deu de modo


ininterrupto. A Física e a Química estiveram presentes em todos os currículos que previram
disciplinas das Ciências da Natureza. A História Natural passou a integrá-lo durante a
República e não passou por processo de retirada. Entretanto a Mecânica e Astronomia foram
inseridas na Primeira República, mas que se fizeram ausentes a partir de 1913. A Botânica se
fez presente em 1851, mas foi retirada em 1853 e retornou dentro do corpo de saberes da
História Natural.

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