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1 - Introdução
É fato bem conhecido que as ciências modernas nasceram na Europa, de onde foram
difundidas e recepcionadas em várias partes do globo, como no Brasil, incluindo a Amazônia,
ou mais especificamente o Pará. Sabe-se, também, que essa difusão não ocorreu de modo
instantâneo, mas “se ampliou gradativamente a partir de suas raízes europeias, impulsionada
pelo iluminismo e outras correntes de pensamento que passaram a considerar a razão
científica como ápice do desenvolvimento humano” (BARROS et al, 2012, p 94). Nessa
ampliação o processo educacional é fundamental, em especial para difundir as ciências por
meio do currículo, do ensino oral, da utilização de livros didáticos, dos processos avaliativos,
etc.
1
Nos cinco primeiros anos do ensino fundamental a rubrica é Ciências Naturais, segue do sexto ao nono ano
com a denominação de Ciências Físicas e Biológicas (CFB) e prossegue nos três anos do ensino médio com as
rubricas Física, Química e Biologia.
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jesuítica, que passou a ser substituída pelo sistema de Aulas Régias2. No Brasil se criaram
inicialmente cinco aulas: Ler, Escrever, Contar, que ficou conhecida como Aulas de
Primeiras Letras, juntamente com Latim, Retórica, Filosofia e Grego. As três primeiras
estariam entre as ‘aulas’ criadas no Pará (Cardoso, 2011, p 185). O discurso do mundo
moderno se ampliaria um pouco mais no País em 1837 ao se criar o Colégio Pedro II, na
Corte, Rio de Janeiro, o qual seria baseado nas escolas francesas e deveria ser modelo de
educação secundária a ser seguido em outras províncias do País. Esta instituição trouxe em
seu programa de ensino as Ciências Naturais, como bem aponta HAIDAR (2008, p 100): “o
predomínio das letras clássicas no primeiro plano de estudos do Colégio de Pedro II não
impediu, entretanto, que fossem bem aquinhoadas as matemáticas, as línguas modernas, as
ciências naturais e físicas e a história”.
França mostrou, ainda, que a criação do Liceu foi produto da organização da instrução
pública paraense, efeito do Ato Adicional de 1834, que delegou as Províncias a
responsabilidade pela instrução secundária (França 1997, p 120)3. Demonstrou, também, que
2
(CARDOSO 2011, p 180) afirma que “a expulsão dos jesuítas faz parte das reformas do Estado promovidas no
reinado de D. José I e efetivadas pelo Ministro Sebastião de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (1699-
1782). Essa medida drástica simboliza uma tradição de dois séculos, dando espaço para a modernização que se
pretendia com a criação de um Estado secular e regalista, dentro de um projeto de reformismo ilustrado”.
3
Conforme HAIDAR (2008, p 17) a Lei n° 16, de 12 de agosto, de 1834, conhecida simplesmente como Ato
Adicional de 1834 foi uma reforma constitucional que teria o objetivo de descentralizar o poder da corte e dar
mais autonomia administrativa as Províncias. Isto seria efeito das “reivindicações descentralizadoras que
sacudiam o país de sul a norte e que sob a forma de movimentos separatistas ameaçavam a integridade da
nação”. Nessa reforma a instrução pública foi contemplada ao conferir “às Províncias o direito de legislar sobre a
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Essa modernidade que disseminada da Europa ao Pará por meio do Liceu Paraense, o
qual na sua trajetória difundiu as razões da modernidade, faz parte do processo que Polanko
(1889; 1992) chamou de mondialization ou world-science, em que a ciência se difundiu por
meio de disciplinas científicas, reprodução de instituições, livros, revistas, etc. :
instrução pública e estabelecimentos próprios a promovê-la, excluindo, porém de sua competência as faculdades
de medicina, os cursos jurídicos, academias então existentes e outros quaisquer estabelecimentos que, no futuro,
fossem criados por lei geral”.
4
Essa pesquisa buscou analisar a história do Liceu dentro do plano político-sócio-educacional, evidenciando as
ações políticas, principalmente voltadas a instrução secundária, de âmbito local e nacional, e seus efeitos no
Liceu Paraense, como, por exemplo, as diversas reformas regulamentares que a instituição passou. Nesse sentido
ela analisa o Liceu como um objeto de atenções e cuidados dos governantes paraenses.
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Até o final do século XIX o ensino secundário na França foi preponderante e voltado
para formação das elites. Conforme LUC (2007, p 195) o secundário gozava de estabilidade e
tradição institucional, pois contava com “uma rede de estabelecimentos, de uma clientela, de
uma tradição pedagógica: enfim, de uma verdadeira identidade”. A oferta do ensino
secundário se dava nos “liceus, nos colégios e nos estabelecimentos privados, laicos ou
eclesiásticos” (LUC 2007, p 197). Desses espaços, foram os liceus que tiveram primazia,
podendo legalmente ministrar o ensino secundário em sua integralidade, no sentido de que
proporcionariam pleno acesso ao nível superior5.
5
(LUC, 2007, p 200) aponta que “a primazia do liceu no sistema escolar – e nas memórias – não deve nos
fazer esquecer que não possui o monopólio da instrução secundária. Depois da lei de 1802, como depois dos
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Os liceus franceses foram criados em 1802, como uma reação ao espírito liberal,
dentro de uma perspectiva de centralização. Assim, eram “estritamente regulamentados e
controlados”, “providos de um corpo, nacional, de administradores e de professores, nas
carreiras perfeitamente codificadas” (LUC, 2007, p 199). As humanidades preponderavam,
havia um desequilíbrio entre as ciências e as letras. Eram voltados para formação de uma
elite.
Essa estrutura dos Liceus franceses, de perfil centralizador, voltado mais para o ensino
das humanidades do que para as ciências e que visava a formação das elites inspirou a Criação
do Colégio Pedro II em 1837. Essa relação se expressa nas próprias palavras de seu
idealizador, o ministro do Império Brasileiro Bernardo Pereira de Vasconcelos.
A criação do Colégio Dom Pedro II foi fruto da extinção do Seminário São Joaquim,
ou melhor, o Seminário foi convertido no Pedro II. Esta ação estava em consonância com um
dos ideais da modernidade, que era a institucionalização de um ensino laico em detrimento de
outras modalidades de ensino, como os proporcionados pelas ordens religiosas. Desse modo o
Colégio introduziu no ensino secundário do Rio de Janeiro uma nova ordem, desta vez não
mais das aulas avulsas espalhadas, mas de uma dinâmica de estudos simultâneos e seriados6.
textos orgânicos da universidade imperial, em 1806 e 1808, essa instrução é ministrada, simultaneamente, pelas
“escolas secundárias” comunais (chamadas colégios no decreto de 1808, depois colégios comunais em 1815),
pelas escolas secundárias privadas (chamadas institutos ou pensões em 1808) e pelas escolas diocesanas
preparatórias ao estado eclesiástico”.
6
As aulas avulsas consistiam em disciplinas ofertadas isoladamente, de modo que não faziam parte de um curso
seriado. Sua função, via de regra, era preparar os discentes para os exames “Preparatórios”, que eram pré-
requisitos para se adentrar nas Academias. Os Preparatórios, por sua vez, eram exames que ocorriam junto aos
cursos acadêmicos, em que os discentes aprovados receberiam uma certidão de aprovação.
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O primeiro currículo, de 1838, previu o ensino de três cadeiras do campo das Ciências
Naturais: “Astronomia”; “História Natural – Zoologia, Botânica e Mineralogia”; “Ciências
Físicas – Física e Química”7. A presença destes saberes modificava o panorama anterior, pois
no Rio de Janeiro não se ofereciam aulas avulsas do campo das Ciências Naturais, mas
somente do campo da Matemática, da Filosofia, das Línguas Clássicas e Modernas, e outros8.
Quanto a presença da Astronomia, esta era uma ciência que vigorava desde o período
medieval e continuou a ter espaço no currículo do Pedro II, ao mesmo tempo em que a Física,
a Química e a História Natural, Ciências constituídas na modernidade, também tiveram
espaço.
No currículo de 18419 a Astronomia perdeu seu espaço, pois a mesma foi retirada.
Outra mudança neste momento foi a incorporação da Geologia à História Natural, que antes
abrangia conteúdos de Zoologia, Botânica e Mineralogia. Após isso, o currículo do Colégio
Pedro II passou por outras mudanças em 1854 e 1879, mas sem que observássemos alterações
no que diz respeito ao campo das Ciências Naturais.
No currículo de 1898 a História Natural não aparece, mas somente uma disciplina
denominada “Mineralogia, Geologia e Meteorologia”, que eram os saberes que
tradicionalmente estavam sob sua égide.
7
BRASIL. Regulamento n° 8 de 31 de Janeiro de 1838.
8
Haidar (2008, p 94) aponta que antes da criação do Colégio de Pedro II as aulas avulsas existentes eram de
Geometria, Filosofia, Retórica, Latim, Grego, Francês, Inglês e Comércio
9
BRASIL. Decreto nº 62, de 1º de Fevereiro de 1841.
10
Este currículo determinou como Biologia os estudos da Botânica e da Zoologia, que nos currículos anteriores
estavam sobre a égide da História Natural. Esta ciência, por sua vez, a partir daí manteve agrupados os estudos
da Mineralogia, Geologia e Meteorologia.
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Percebemos assim que no Colégio Pedro II, entre 1838 e 1930, sempre se previu a
Física e a Química. A História Natural se fez ausente apenas com a grade curricular proposta
em 1898, mas os conteúdos que estavam sobre a sua égide se mantiveram presentes –
Mineralogia, Geologia e Meteorologia. Astronomia esteve no primeiro currículo de 1838, mas
foi logo retirada em 1841, retornando apenas em 1890, desta vez associada a Mecânica, e se
fez ausente novamente no currículo proposto em 1915. A Biologia apareceu pela primeira vez
em 1890, mas se fez ausente a partir do currículo de 1915.
Este movimento que as Ciências Naturais fizeram no currículo do Colégio Dom Pedro
II era reflexo da expansão que as Ciências Naturais presenciaram em meados do século XIX e
início do século XX no Mundo Moderno, algo sem precedentes e que se intensificou a partir
de 1850. Hobsbawm (2009, p 406 - 408) indica que neste período houve um desenvolvimento
maciço da instrução e que as certezas racionais das ciências foram “o que as massas recém-
instruídas de leigos absorveram e aceitaram”. Tal movimento também estava em consonância
com aspectos da modernidade, como a laicização do conhecimento e a valorização de saberes
científicos em detrimento de outros como as Línguas Clássicas11.
Antes da criação do Liceu Paraense o ensino secundário ainda era proporcionado por
meio de aulas avulsas. Cerca de oito décadas depois do início das reformas pombalinas, mais
precisamente dois anos antes da criação do Liceu, ou seja, em 1839, o panorama das Aulas
Avulsas existentes no Pará havia mudado suavemente em relação ao que apresentamos na
introdução desse texto. Acrescentou-se Filosofia Racional e Moral e a Língua Francesa,
permanecendo, então, Primeiras Letras, Latim e Retórica. Essas aulas existiam, mas em sua
maior parte estavam “vagas”, ou seja, sem docentes e discentes, o que seria “Lastimoso”,
11
Neste estudo buscamos narrar o movimento das disciplinas científicas, no sentido de mostrar que ciências
foram inseridas, retiradas e consolidadas nos currículos do Pedro II, entre 1838 e 1930. Entretanto, um olhar
geral sobre os currículos nos permitiu perceber que Disciplinas como Filosofia e Grego, perderam espaço
progressivamente até se fazerem ausentes a partir de 1890.
Para mudar isso, Souza Franco sugere a criação de condições para as Aulas Avulsas
gozarem de regularidades, por meio da concentração das mesmas num único local, bem como
a criação de cargo de diretor para inspecioná-las e ser um canal entre interesses da instrução
pública e o Governo. Desse modo o Pará estaria implantando um modelo educacional que
seria semelhante aos das ordens educacionais europeias, o que modificaria aquilo que, na
retórica do governante, seria o “estado lastimoso da instrução pública paraense”.
Dois anos depois desse discurso o Liceu Paraense foi criado, ou seja, em 1841 com o
fim de proporcionar o ensino secundário. Sua criação modificou o panorama anterior deste
ramo educacional, pois o que havia antes eram aulas avulsas espalhadas pela Província. Nesta
nova instituição tais aulas foram reunidas e outras acrescentadas, passaram a ser seriadas e a
integrar o currículo dos cursos ofertados, que eram de Humanidades e Comércio.
12
O primeiro currículo do Liceu era composto por sete cadeiras 1) Língua Latina; 2) Língua Francesa; 3)
Aritmética, Álgebra e Geometria; 4) Filosofia Racional e Moral; 5) História Universal, Geografia Antiga e
Moderna e História do Brasil; 6) Retórica, Crítica, Gramática Universal e Poética; 7) Escrituração Mercantil e
Contabilidade; 8) Língua Inglesa (França 1997, p 120)
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O primeiro registro que encontramos a menção de uma cadeira das Ciências Naturais
no currículo do Liceu Paraense é de 185113. A cadeira14 denominava-se ‘Elementos de Física,
Química e Princípios Gerais de Botânica’. Isto foi novidade e modificava o panorama
anterior, pois ela não constava no currículo de 1841, estando, assim, na origem do processo de
introdução das Ciências no ensino paraense. A inserção desta cadeira foi apontada pelo
presidente da província Fausto D’aguiar como um ponto de “desenvolvimento do programa”
porque teria importância e utilidade prática:
Tratando da reforma do Liceu, comecei por dar mais algum desenvolvimento ao seu
programa de estudos adicionando-lhe o ensino dos elementos de física e química;
dos princípios gerais de botânica (...). A falta destes ramos de instrução, de tanta
importância e utilidade prática, no plano de estudos do Liceu, era quanto a mim,
uma lacuna, que cumpria preencher (D’AGUIAR, 1852 ,p 22.)
O plano de estudos do Liceu, posto que incompleto, assim o deve ser por ora sob
pena de se pagar a professores inábeis e não haver discípulos que queiram aprender;
por isso julgo ainda supérflua a cadeira, felizmente vaga, de noções de Física,
Química e Botânica. (CUNHA. 1853, p 12, grifo meu)
Esta relação entre discursos que eram favoráveis e os que não eram adeptos da
presença de uma cadeira científica no Liceu, assim como o não provimento de docente para
regê-la teve como efeito a retirada da cadeira em 185315, permitindo-nos perceber que ela não
se materializou.
Também me parece mui conveniente de mais duas cadeiras: uma em que se ensinem
os elementos de Ciências Naturais; e outra de Química aplicada as artes. Nesta
13
Lei n° 216 de 15 de novembro de 1851
14
A Cadeira poderia constituir uma ou mais disciplinas. Por exemplo, a cadeira Física e Química continha duas
disciplinas, que eram ensinadas em anos diferentes do curso
15
Lei n° 237, de 28 de dezembro, de 1853 retirou a cadeira ‘Elementos de Física, Química e Noções Gerais de
Botância
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província, onde abundam os produtos naturais, seria muita vantagem que o estudo
das Ciências Físicas despertasse o gosto de ensaios neste gênero (ROHAN, 1857, p
17-18)
O currículo de 1900 previa o ensino de três cadeiras científicas, sendo elas “Elementos
de Física e Química”, “Elementos de História Natural”, “Elementos de Mecânica e
Astronomia”.
16
Lei n° 564 de 10 de outubro de 1868
17
Programa de Ensino do Ginásio Paes de Carvalho de 1913.
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Considerações
Essa instabilidade das Ciências no currículo do Liceu Paraense não foi peculiar, afinal
saindo da Corte, ou seja, em outras partes do Brasil também se percebeu instabilidade. De
acordo com Haidar (2008), em 1851 Gonçalves Dias, após inspecionar a instrução pública das
províncias do norte e do nordeste, observou que Liceus provinciais introduziram cadeiras das
Ciências Naturais, mas que definhavam. Para Gonçalves Dias, uma das razões se dava por não
serem exigidas para a obtenção de graus literários:
estudos, por que não são necessários para nenhum grau literário (Gonçalves Dias,
1852, apud Haidar, 2008, p 21)
O ensino secundário teve uma íntima ligação com o ensino superior, principalmente
no sentido de preparação para os exames de admissão nas academias, denominados de
“preparatórios”. Isto influenciou aspectos da difusão científica nos currículos, visto que, em
geral, os cursos superiores não exigiam “preparatórios” de disciplinas das Ciências Naturais, o
que tinha como efeito uma baixa procura por disciplinas científica nas instituições
secundaristas que as ofereciam.
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http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/513/ , consultado em 10/08/2010
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HAIDAR. Maria de Lourdes Mariotto. O Ensino Secundário no Brasil Império. Edusp, São
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