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Escola de Comunicação e Artes

Departamento de Ciência da Informação


Tecnologias de Informação e Comunicação

Grupo 1

Maputo, Novembro de 2018


Discentes

Edmilson Valoi

Paulina Beira

Emília Seneta

 Projecto de arquivo

Docente

dr. Macié
Sumário
Conceito de sistema de informação ............................................................................................ 1

Ideias-chave Subjacentes ao Conceito de Interoperabilidade..................................................... 2

Conceito de integração de sistemas de informação .................................................................... 4

Conceito de Metadados .............................................................................................................. 5

Protocolo Z39.50 & ABCD ........................................................................................................ 7

Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting (OAI-PMH) ................................. 8

Considerações Finais ................................................................................................................ 10

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 11


Introdução

É inquestionável o papel central que desempenham hoje as tecnologias de informática,


computação e comunicação nas práticas de informação (Marcondes e Sayão, 2002) apud
(Marcondes, 1999). Quando se fala em informação para ciência e tecnologia, este papel é mais
acentuado ainda. Isto porque a ciência institucionalizada está assentada em mecanismos de
comunicação rápida dos resultados de pesquisa, que por sua vez estão hoje baseados fortemente
nas tecnologias de informação. No ciclo de comunicação científica, os sistemas de informação
têm um papel fundamental. A eles cabem, neste ciclo, os papéis de colecta, registro,
armazenamento e disseminação de informações. A evolução das tecnologias de informação, no
entanto, vem alterando substancialmente este papel e junto com isto os próprios conceitos de
cada unidade informacional. Um aspecto problemático da cultura de nosso tempo relacionado
à questão informacional é o assim chamado fenómeno da explosão informacional, a grande
quantidade de informações produzidas e disponibilizadas por diferentes actividades sociais,
dificultando sua identificação, acesso e utilização. Desde a emergência deste fenómeno, a partir
da metade do século XX, a saída encontrada pelas unidades informacionais foi a cooperação.
Desde a invenção do computador na década de 50, as tecnologias de informação passaram a ser
usadas pelas unidades informacionais para prover acesso não só a documentos dos seus próprios
acervos, mas também aos armazenados em acervos de outras unidades informacionais
(Marcondes e Sayão, 2002) apud (Marcondes, 2001). Catálogos colectivos e bases de dados
automatizadas, mecanismos de empréstimo e provisão de cópias digitalizadas de documentos
entre unidades informacionais são exemplos do uso de tecnologias de informação para prover
acesso a documentos (ainda em papel), disponíveis em acervos para além dos muros de cada
unidade.

Consciente dessa realidade, o presente trabalho tenciona debruçar sobre as soluções


encontradas pelas organizações (interoperabilidade e integração) para de forma cooperativa
atender as demandas informacionais de seus clientes e/ou usuários na sociedade em que
vivemos, onde a informação joga papel preponderante para o desenvolvimento de qualquer
actividade. Junto à esses conceitos, discorre-se sobre as tecnologias que concorrem para o
alcance das mesmas Para consecução do mesmo fez-se um amplo rastreamento na literatura
que dispõe sobre a temática, observando as recomendações da pesquisa bibliográfica.
Conceito de sistema de informação

Alcami e Carañana (2012), abordando o conceito de sistema de informação concebem a


organização como um sistema, e porque um sistema pode ser dividido em subsistemas, estes
apresentam os departamentos ou áreas constituintes da organização como sendo os subsistemas
da mesma.

“According to the organization theory literature, the company can be


divided into the following systems: commercial, operations, financial,
personnel, and information.” (ALCAMÍ e CARAÑANA 2012; p12)
Avançam que o objectivo de um sistema de informação é fornecer informação adequado para
cada necessidade informacional consentida pela organização no momento e lugar certos; assim
sendo, definem sistema de informação da seguinte maneira:

“information system is a formal set of processes that, working from a


collection of data structured depending to the company’s needs, gathers,
processes and distributes the information necessary for the company’s
operations and for its corresponding management and control activities,
thereby supporting, at least in part, the decision-making processes
necessary for the company to perform its business functions in line with
its strategy.” (ALCAMÍ e CARAÑANA 2012; p12)
Reconhecem que esta definição abrange apenas o sistema formal de informação de uma
determinada organização, no entanto, não tem a pretensão de desmerecer ou desvalorizar o
papel desempenhado pelos sistemas de informação informal dentro de uma organização. A
definição abrange apenas o sistema formal de informação pois este é o reconhecido nas
organizações como o sistema oficial.

Para concluir, Wangler e Bucland (2005), debruçando sobre o mesmo assunto, acrescentam que
um sistema de informação não precisa necessariamente ser computorizado, ou seja, este pode
existir dentro ou fora das tecnologias de informação e comunicação.

1
Ideias-chave Subjacentes ao Conceito de Interoperabilidade

Buscando um entendimento abrangente e correcto sobre o conceito de interoperabilidade


Soares (2009) identifica e recolhe de um vasto conjunto de definições apresentadas na literatura
para o termo, algumas definições, com vista em submete-las a uma análise exaustivamente
critica. No decurso do exercício, observa que, apesar de existir uma diversidade de definições,
é possível identificar a prevalência de um conjunto de ideias-chave inerentes ao conceito de
interoperabilidade. Em uma das definições constantes do seu apêndice, o termo interoperável é
definido como (capacidade de operar em conjunto). Refutando esta definição, argumenta que
mesmo expondo a ideia base presente em todas as definições de interoperabilidade por ela
encontradas, trate se de uma definição muito simplista e amplamente genérica, e que pode abrir
espaço para a ocorrência de divergências de entendimento. Explicando a divergência que pode
ocorrer da interpretação deste conceito eminentemente multidisciplinar, afirma que se “operar”
for interpretado como “executar algo” e “em conjunto” for interpretado como “proximidade
física” então poder-se-á dizer que, numa situação em que dois software se encontram instalados
e a serem executados numa mesma máquina existe interoperabilidade entre eles. Esta definição
não corresponde ao entendimento subjacente a este termo, conclui a autora.

Em uma segunda definição, considera-se interoperabilidade como a “capacidade de dois


ou mais sistemas ou componentes trocarem informação e usarem a informação trocada”.
Verifica nesta definição a introdução de dois novos detalhes (a necessidade de que exista uma
troca e a necessidade de que quem recebe utilize aquilo que é trocado para fazer algo) que
permitem a restrição do termo interoperabilidade, para o conceito ao qual a autora pretende
guiar-nos.

O terceiro requisito por ela identificado e considerado essencial para a existência de


interoperabilidade, está relacionado com a necessidade de haver “entendimento” entre as
entidades que trocam a informação. Chen (2005), autor citado pela autora supracitada
acrescenta um quarto aspecto, a ideia de “actuação a pedido”, ou seja, de que uma entidade faz
algo a pedido ou em resposta a uma solicitação de outra entidade (entidade solicitadora). Deste
modo, conclui que duas entidades apenas serão consideradas interoperáveis se, para além de
serem capazes de trocar algo entre si e de serem capazes de entender o algo trocado, forem
ainda capazes de utilizar o algo que recebem para executar a funcionalidade que era esperada e
pretendida pela entidade solicitadora. Ou seja, só existe interoperabilidade entre duas entidades
A e B se a entidade A for capaz de enviar o seu pedido à entidade B e se a entidade B for capaz
2
de receber esse pedido, entendê-lo e executar algo que corresponda efectivamente à acção que
a entidade A desejava ver executada pela entidade B em resposta ao pedido que lhe formulou.
O quinto requisito primordial de um cenário de interoperabilidade conforme evidencia a autora
é o facto de que a capacidade de interoperação entre as entidades envolvidas deve ser alcançada
sem que essas entidades tenham de conhecer de forma detalhada o modo de funcionamento das
entidades com que interoperam e sem que o esforço que cada entidade tem de desenvolver para
concretizar a interoperação seja significativo.

A sexta ideia caracterizadora de um cenário de interoperabilidade identificada no decorrer


da revisão da literatura refere-se ao facto de que num cenário de interoperabilidade as entidades
envolvidas devem actuar com vista a alcançar um objectivo ou meta comum. E a última ideia
refere-se ao facto de num cenário de interoperabilidade as entidades interoperantes serem
geralmente entidades heterogéneas que foram criadas ou desenvolvidas de forma isolada e
independente e que operam de forma autónoma, autonomia esta cuja preservação é
fundamental, ou seja, a criação de capacidade de interoperabilidade entre as entidades deve ser
alcançada com um mínimo de interferência na autonomia de cada uma delas.

Identificadas as ideias chaves subjacentes ao conceito de interoperabilidade (duas ou


mais entidades; operação em conjunto; entendimento partilhado; operação sem esforço;
operação com um objectivo comum; autonomia; heterogeneidade) define interoperabilidade,
como sendo a capacidade de que, sem um esforço significativo, duas ou mais entidades
independentes, e que operam de forma autónoma, consigam trocar informação e utilizar
correcta e convenientemente essa informação, com vista a contribuir para o alcance de um
propósito específico comum.

De acordo com estas ideias, a utilização do termo interoperabilidade está associada a


situações em que se pretende que entidades desenvolvidas de forma isolada, que operam de
modo autónomo e que exibem características heterogéneas, passem a ser capazes de mantendo
tanto quanto possível a sua autonomia e heterogeneidade operem de forma conjunta com vista
a alcançar um objectivo global comum. Tal deve ser conseguido sem que uma qualquer entidade
tenha necessidade de conhecer as características específicas das restantes entidades com que
interopera.

3
Conceito de integração de sistemas de informação

Integração de sistemas é o acto de integrar1 dois ou mais sistemas que podem estar dentro ou
fora de uma organização. (MARTINS, 2005). Está subjacente nesta definição uma união de
dois ou mais sistemas internos ou externos em relação a uma determinada entidade.

Madni (2014; p.39) descreve a integração de sistemas como “o focus na formação de um todo
coerente a partir de componentes de sistemas (incluindo humanos) capaz de satisfazer as
necessidades de diferentes stakeholders”. Observamos na definição de Madni a existência de
duas ou mais entidades interessadas ou concentradas na formação de um único sistema
informacional coerente a partir da união dos sistemas pertencentes a cada uma das partes.

Por sua vez, He e Xu (2012; p.35) acrescentam que a integração de sistemas de


informação “engloba sistemas distribuídos (com múltiplos módulos de software ou
componentes que correm em dois ou mais computadores/servidores) ou heterogéneos para que
possam interagir entre si e potenciar a integração de múltiplas aplicações individuais numa
única”. Nesta definição subjaze a ideia de heterogeneidade dos sistemas intervenientes, ou seja,
existência de uma autonomia entre as partes intervenientes antes da integração.

Já para Mahdzur e Salim (2015; p.235) a integração de sistemas de informação é


definida como “os sistemas de informação de uma organização que têm a capacidade de
automação, troca electrónica de dados e informação em diversos formatos sem envolver o
utilizador”. Verificamos nesta definição a ideia de inexistência da intervenção humana ou de
racionalidade durante a troca de informação, sem importar se essa informação é ou não
solicitada por determinada entidade sistémica, muito menos se essa informação será utilizada
apos o fornecimento.

Por outro lado, Lam (2005; p.176) alarga o âmbito da definição a aspectos não técnicos,
considerando a integração de sistemas de informação como o conjunto de “planos, métodos e
ferramentas para modernizar, consolidar, e coordenar aplicações informáticas dentro de uma
organização.

Com estes preceitos, a definição de Lam (2005), traz à luz a implícita ideia de
interoperabilidade, necessária para existência de integração. Com isto, entendemos por
integração de sistemas de informação digital, a união interoperável de dois ou mais sistemas

1
Possuir na sua constituição ou formação (Dicionário moderno de língua portuguesa)
4
independentes um do outro, a nível interno ou externo a uma determinada entidade, com vista
na formação de um sistema uno e absoluto. O enquadramento da interoperabilidade na
definição de integração significa que o conceito de integração é maior em relação ao conceito
de interoperabilidade, e como ilustram (Chen e Doumeingts 2003) citados por Soares (2009)
uma família de sistemas integrados tem de ser interoperável, mas sistemas interoperáveis não
têm de estar necessariamente integrados.

Conceito de Metadados

Versando sobre a relação dos metadados e a catalogação, Alves (2010) faz uma revisão literária
buscando um entendimento claro sobre o conceito de metadados. Hodge (2005) que relaciona
os metadados com a catalogação ilustra que

“Similar to traditional cataloging and indexing, metadata performs


three main functions. It facilitates discovery of relevant information by
describing aspects of the original electronic resource in which the
designated user community may be interested. Metadata, such as titles,
subject terms and abstracts or descriptions, are particularly important
for electronic resources, such as datasets or photographs, that have little
if any text content on which current text-based Web searching can be
performed. Metadata can describe the resource at any level of
aggregation – a single resource; a part of a larger resource, for example,
a photograph in an article; or a collection of resources, such as a digital
library.”
Com base nos preceitos de Méndez e Rodrígues (2002) Alves (2010) analisa o termo
“metadados” onde refere que “Meta” é um “prefixo que indica que algo se aplica a si mesmo”,
por esse motivo concebe metadados como sendo dados representacionais, que acrescentados a
própria informação adquirem um valor semântico para substituí-la ou representá-la. Dando
continuidade a sua obra, observa que os metadados estão directamente vinculados a estruturas
padronizadas de descrição e aos objectivos que se pretende representar com sua aplicação em
um sistema de um determinado domínio. Ora, a essas estruturas padronizadas de descrição
chama-se: padrão de metadados que segundo Barreto (1999) citado por GRÁCIO (2002)
consiste em um conjunto de elementos descritores que seguem um determinado modelo de
dados com o objectivo de descrever recursos de um domínio específico.

Alves (2010) verifica ainda que para que padrões de metadados possam existir, os metadados
devem estar codificados em estruturas padronizadas de descrição, denominadas formatos,
estruturas ou esquemas de metadados. Por sua vez Hodge (2005) Informa que:

5
“Metadata schemes (also called “schema”) have been developed and
defined by a variety of communities, for different purposes, and for
different types of electronic resources. Arms [2] points out that there
are good reasons why different metadata schemes have been developed
for different formats and for different subject matter. Images without
text require different types and levels of metadata than a digital
document that can be searched using a full-text search engine.”
Por isso, existem diferentes padrões e estruturas de metadados, cada um atendendo as
peculiaridades do recurso digital que pretendem descrever. Seguem abaixo alguns dos padrões
de metadados identificados por Grácio (2002):

 Dublin Core (DC): padrão de dados para catalogação de recursos electrónicos da WEB;
 Federal Data Geographic Committee (FGDC): trata de descrição de dados geo-
espaciais;
 Machine Readable Cataloging (MARC): trata de dados de catalogação bibliográfica;
 Flexible Image Transport System (FITS): padrão criado pela União Internacional dos
Astrónomos, para armazenar informações sobre imagens num cabeçalho de arquivo
(PIMENTEL; OLIVEIRA, 2000).
 Object ID: lista de termos que definem a informação mínima essencial para poder seguir
a pista de objectos de arte perdidos ou roubados (CROMWELL-KESSLER,1998).
 Foundation for Documents of Architecture (FDA): padrão para informação de
documentos de arquitectura.
 VRA: padrão para descrição de obras de arte e de suas cópias digitais (CROMWELL-
KESSLER,1998).
 Record Export for Art and Cultural Heritage (REACH): padrão para descrição de
objecto de museus (colecções).
 Spatial archieve and interchange format (SAIF): padrão para compartilhamento de
dados espaciais e espaço temporais (GARCIA, 1999).
 Global Information Locator System (GILS): padrão utilizado em informações
governamentais (ROSETTO, 2002).
 Encoded Archival Description (EAD): padrão para inventário de arquivos (ROSETTO,
2002).

6
Protocolo Z39.50 & ABCD

Rosetto (1997) define o Z39.50 como um "protocolo de comunicação2 entre


computadores desenhado para permitir pesquisa e recuperação de informação – documentos
com textos completos, dados bibliográficos, imagens, multimeios – em redes de computadores
distribuídos".

Oliveira e Marcondes (2005) acrescentam que este protocolo tem a capacidade de fazer
com que o usuário consultando através de um programa denominado "cliente", programa este
sendo executado em um PC, tenha a impressão que os diversos catálogos que estão sendo
consultados ou gerenciados por diferentes programas denominados "servidores" em diferentes
bibliotecas, apareçam como um único catálogo. Ora, a esta fusão de catálogos entre bibliotecas,
possibilitando a sua consulta a partir de uma interface única denomina-se catálogo online de
pesquisa distribuída.

Oliveira e Marcandos avançam-nos ainda que o protocolo Z39.50 "permite a consulta


unificada a catálogos distribuídos, através de uma rede gerenciada descentralizadamente". Isto
significa que entre os servidores ou programas servidores da informação não existe uma
hierarquia pré-estabelecida que interligue estes servidores, ou seja, todos ele tem o mesmo grau
de importância no compartilhamento da informação. Para finalizar explicam que o protocolo
pode ser implementado em qualquer plataforma, permitindo a interoperabilidade entre
“diferentes sistemas de computação com diferentes sistemas operacionais, equipamentos,
formas de pesquisa, sistemas de gerenciamento de bases de dados, etc."

No que concerne a interoperabilidade entre recursos informacionais utilizando o


protocolo Z39.50, é necessária a utilização deste protocolo em todas as máquinas directamente
envolvidas. O programa "cliente" deverá instalado nos computadores requisitantes da
informação e o programa "servidor" será instalado nos computadores fornecedores da
informação, fazendo valer desta forma a característica cliente-servidor do protocolo.

Para efeitos ilustrativos do emprego deste protocolo, apresentamos o software ABCD que
em inglês significa: Automation of liBraries and centres of Documentation. O nome deste
software apresenta em si a ambição não só de providenciar automação a bibliotecas tradicionais,
mas também fazer uma gestão de unidades informacionais.

2
Por protocolo de comunicação entende a autora o elenco de regras ou padrões cuja finalidade e permitir que os
computadores se interliguem e triquem informação com o menor esforço possível
7
Dhamdhere, em sua obra intitulada: ABCD, an Open Source Software for Modern
Libraries ilustra que:

“The primary aim of ABCD is to provide an integrated library


management tool, covering all major functions in a library, such as
Acquisitions, bibliographic database management, user
management, transactions, serial control, online end-user
searching on local and external bibliographic databases, and
library portal”
E que este software, operando sobre o protocolo z39.50 possibilita a importação de registros
bibliográficos de um sistema de informação para outro e possibilita também a personalização
do mesmo protocolo em servidores.

Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting (OAI-PMH) &


VuFind

Baseada em quatro características elementares identificadas como sendo auto-arquivamento,


interactividade, interdisciplinaridade e interoperabilidade a Open Arquives Initiative –OAI,
segundo Machado (2006) é um movimento instituído por um grupo de pesquisadores, que visa
uma disseminação eficiente do conteúdo científico e aumentar a disponibilidade da
comunicação académica. Constitui uma iniciativa pioneira na reflexão sobre a revisão no
processo de comunicação científica, tomando como referência a integração de soluções
tecnológicas e a sua implantação. A existência da OAI é subsidiada pelo protocolo OAI-PMH
que consiste no partilhamento de metadados por parte dos participantes da iniciativa. "Os
participantes da Iniciativa são divididos em Provedores de Dados (Data Providers ou DP) e
Provedores de Serviços (Service Providers ou SP)" (MACHADO, 2006).

Segundo a Open Archives Fórum (2005) citada por Machado (2006) os Provedores de Dados
(Data Provider) são os Open Archives que organizam os documentos digitais por meio de seu
protocolo, coletando dados e expondo os metadados dos documentos. Os Provedores de Dados
controlam o depósito e editoram os recursos em um repositório, expondo-os para colheita do
metadado conforme os recursos disponíveis. Eles são os criadores e mantenedores dos
metadados e dos recursos dos repositórios. Os Provedores de Dados que estão em conformidade
com o OAI-PMH registram se diretamente na página de registros no endereço
http://www.openarchives.org/data/regisyerasprovider.html. O registro na base de dados serve
como uma lista de acesso público dos repositórios em conformidade com o OAI-PMH, tornando

8
possível para os Provedores de Serviço descobrirem sites em que os metadados podem ser
colectados.

Os Provedores de Serviços funcionam como uma biblioteca virtual, que busca as informações
de forma aleatória em vários depósitos informacionais dos Open Archives ao mesmo tempo. Os
Provedores de Serviço fazem a colheita dos metadados nos Provedores de dados, usando o
metadado colhido com o propósito de promover um ou mais serviços através de todos os dados.

Machado dispõe também que os tipos de serviços que podem ser oferecidos incluem uma
interface de pesquisa única. Em conformidade com esta informação estabelecemos uma ligação
entre o OAI e o software VuFind, dado que este, utiliza o protocolo OAI-PMH.

Segundo o site oficial do VUfind3, este é um portal de pesquisa de biblioteca que permite aos
usuários pesquisar em uma variedade de recursos de informações diferentes a partir de uma
única interface fácil de usar. O VuFind é capaz de integrar: Sistemas gerenciadores de
bibliotecas (catálogos online), Bibliotecas Digitais, Repositórios Institucionais, Portais de
Periódicos, Portais de eventos, outras fontes de informação, entre outras fontes abertas de
informação. Por operar de forma modular, o VuFind pode ser implementado de forma completa
ou apenas alguns módulos. Com o código fonte aberto, pode-se ajustar as necessidades da
instituição, modificando ou adicionando facilidades. Altamente personalizável, possibilita se
ajustar a diversas finalidades facilmente. Como já dissemos o VuFind opera por meio de colecta
(harvesting) automática de metadados, utilizando o protocolo Open Archives Initiative -
Protocol for Metadata Harvesting (OAI-PMH). Com isso, pode integrar todos os tipos de
sistemas que interoperam por meio desse protocolo criando um portal de busca único para esses
sistemas.

3
vufind.org, acessado em 15 de out 2018
9
Considerações Finais

Observamos no presente trabalho o conceito de sistema de informação atrelado a necessidade


de cooperação entre as organizações com base na partilha dos registos, e vimos que para tal faz
se importante o estabelecimento de interoperabilidade e integração entre os sistemas. Ora,
garantir interoperabilidade entre sistemas de informação como ilustra Soares (2009) não se
restringe simplesmente em conectar os computadores em rede, é um conceito muito profundo
que exige a prevalência do mínimo esforço possível na comunicação da informação,
entendimento mutou da mesma, autonomia entre as partes envolvidas e cooperação para o
alcance de um objectivo comum. Em contrapartida, vimos que os metadados possuem papel
preponderante no estabelecimento dos conceitos de interoperabilidade e integração, dado que
estes são dados descritivos com valor semântico para representar ou substituir os recursos
informacionais. Porem não basta que os recursos estejam descritos com base em metadados,
para haver interoperabilidade e integração é necessário que se padronizem as estruturas ou
campos de descrição desses recursos para reduzir ao mínimo possível os erros na recuperação
da informação, advindos da má descrição dos recursos informacionais. Vimos ainda protocolos
de comunicação de informação digital, especificamente o z39.50 e OAI-PMH, que são
caminhos que possibilitam o fluxo dos metadados em ambientes interoperáveis. Graças a esses
protocolos, é possível falar de pesquisa online distribuída entre sistemas de informação, que
consiste em a partir de uma única interface pesquisar informação ao mesmo tempo em
diferentes unidades informacionais sem ter de se deslocar a cada um delas.

10
Referências Bibliográficas

ALCAMÍ, Rafael Lapiedra & CARAÑANA, Carlos Devece. Introduction to Management


Information Systems. Primera edició, 2012.

ALVES, Rachel Cristina Vesú. Metadados como elementos do processo de catalogação.


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MACHADO, Murilo Milton. Open Archives: panorama dos repositórios. 2006, 101 f.

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