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Os produtos domésticos têm baixa concentração de componentes químicos.

A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho reformou decisão em que a


Mondelez Brasil Ltda., fabricante de marcas de alimentos como a Heinz, havia
sido condenada a pagar o adicional de insalubridade a uma promotora de
vendas que limpava prateleiras e gôndolas dos supermercados em que
trabalhava usando produtos de uso doméstico. A decisão segue o
entendimento do TST de que o manuseio de produtos de limpeza de uso
doméstico não caracteriza atividade insalubre.
Perícia
De acordo com a reclamação trabalhista, a promotora usava produtos como
Veja e Ajax Multiuso sem usar luvas ou qualquer tipo de proteção para os
olhos. Com base em laudo elaborado pelo perito judicial que constatou a
existência de insalubridade em grau médio, o juiz da 6ª Vara do Trabalho de
Porto Alegre (RS) condenou a empresa a pagar o adicional no valor de 20%
sobre o salário mínimo e a repercussão em férias, horas extras, adicional
noturno e aviso-prévio.
Ao recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), a empresa
alegou que o serviço de limpeza feito pela empregada era “eventual e
esporádico” e que ela usava os mesmos produtos utilizados pelas pessoas
comuns em suas casas, o que mostrava que “não eram potencialmente
nocivos, já que são livremente comercializados”. O TRT, no entanto, manteve a
sentença, destacando que o fato de os produtos serem de uso comum no
âmbito doméstico não desqualifica seu enquadramento como insalubres.

Álcalis cáusticos
No exame do recurso de revista da empresa, o relator, ministro Alexandre Luiz
Ramos, assinalou que a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais
(SDI-1) entende que o Anexo 13 da Norma Regulamentadora 15 do Ministério
de Trabalho, ao tratar do manuseio de álcalis cáusticos (agentes químicos),
refere-se exclusivamente ao produto bruto, em sua composição plena, e não à
substância diluída em produtos de limpeza. De acordo com o precedente citado
pelo relator, ainda que o laudo pericial aponte em sentido diverso, o pagamento
do adicional de insalubridade é indevido.
A decisão foi unânime.
(JS/CF)
Processo: RR-1092-08.2013.5.04.0006

Mais um texto sobre o assunto.


A insalubridade e os "álcalis cáusticos"
Publicado em 02/2001. Elaborado em 01/2001.
DIREITO DO TRABALHO SALÁRIO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
É bastante comum, em laudos confeccionados na Justiça do Trabalho,
verificar-se conclusões periciais, quando o assunto é o contato do trabalhador
com produtos à base de cloro (clorofina, alvex, etc.), saponáceos (sapólio,
etc.), hipoclorito e amoníacos, utilização de soda cáustica e Detergente
Amoniacal, que culminam na constatação de condições insalubres de trabalho
em grau médio, com apoio no Anexo 13, da NR 15 da Portaria 3214/78 do
Ministério do Trabalho, que prevê o adicional de insalubridade em grau médio
para a fabricação e manuseio de álcalis cáusticos.
A CLT considera atividades insalubres as que por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho exponham os empregados a agentes nocivos à saúde
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade
do agente, e do tempo de exposição aos seus efeitos (artigo 189). É da
competência do Ministério do Trabalho aprovar quadro de atividades e
operações insalubres. O artigo 190 preceitua que o mesmo Ministério deve
adotar normas sobre os critérios de caracterização de insalubridade, os limites
de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de
exposição do empregado a esses agentes.
De posse dessas informações, chega-se à conclusão de que o legislador
delegou a competência ao Poder Executivo (Ministério do Trabalho e da
Administração) para aprovar o quadro das atividades e operações insalubres
(artº 190, "caput", CLT). Assim, somente as atividades descritas no referido
quadro podem ensejar o jus ao adicional, não cabendo, inclusive, que se faça
qualquer interpretação a respeito. Chega-se à conclusão, portanto, que as
atividades não arroladas nos quadros do Anexo da NR 15 não podem ser
consideradas como insalubres.
Observe-se, nesse sentido, a seguinte jurisprudência, comprovante de que o
Tribunal Superior do Trabalho já apresenta Precedente Jurisprudencial da
Seção de Dissídios Individuais (Enunciado 333):

"4. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – NECESSIDADE DE CLASSIFICAÇÃO


DA ATIVIDADE INSALUBRE NA RELAÇÃO OFICIAL ELABORADA PELO
MINISTÉRIO DO TRABALHO, NÃO BASTANTO A CONSTATAÇÃO POR
LAUDO PERICIAL – CLT art. 190 APLICÁVEL". E-EE 43338/92, Ac. 1521/96,
DJ 28.6.96, Min. Francisco Fausto, Decisão Unânime E-EE 1213/88, Ac.
2251/94, DJ 27.10.94, Min. Francisco Fausto, Decisão por maioria E-EE
15118/90 Ac. 2324/93, DJ 29.10.93 Min. Ney Doyle, Decisão por maioria.
Tendo-se tal orientação jurisprudencial em mãos, note-se que o ANEXO 13 da
NR 15, com todo o respeito dos inúmeros profissionais da área, não caracteriza
o uso dos produtos acima arrolados como atividades insalubres em grau
médio.
Utilizo aqui as razões de estudo elaborado pelo Engenheiro Gilberto Pons:
"Os produtos de limpeza empregados nas tarefas de limpeza são sabão em
barra ou líquido, álcool, água sanitária, saponáceo e desinfetantes.
O álcool etílico é neutro, ou seja pH 7 e, a água sanitária, cujo pH é 12 no
estado puro, na condição de diluição empregada (proporção de 0,003%) fica,
igualmente, pH 7 (neutro).
Não existe alcalinidade nestas condições de emprego de água sanitárias nas
condições de diluição empregado.
O saponáceo, que é empregado na remoção de manchas em paredes, tampos
de mesas e panelas, tem pH de 10,5 em condição de diluição nágua. Sua
forma de aplicação é restrita à colocação do produto numa extremidade do
pano de limpeza ou sobre a superfície a ser limpa e, com o pano, esfrega-se a
área que se deseja limpar. Assim, não existe o contato direto do sapólio com as
mãos. A verificação de alcalinidade encontrada no emprego do saponáceo,
colocando-se a fita de medição entre a mão e o pano de limpeza umedecido,
foi de pH 8 (neutro), ou seja, não encontramos alcalinidade.
Na situação de limpeza de pisos, onde é empregado sabão líquido, em pó ou
em barra, existe a alcalinidade em torno de 10,5, ou seja, tais produtos são
elementos de baixa alcalinidade.
Para a alcalinidade encontrada, somente existe risco de danos na hipótese
destes produtos atingirem os olhos, o que provocará ardência, como ocorre
quando se lava o cabelo e o shampoo atinge os olhos.
Cabe salientar que o termo alcalinidade refere-se ao número de íons (OH)
disponíveis para reação e, causticidade é o fato relativo ao efeito causado pela
corrosão. Assim sendo, o termo álcali cáustico aplica-se aos produtos que tem
efeito imediato sobre a pele pelo processo de corrosão, como é o caso do
hidróxido de amônia, hidróxido e óxido de cálcio, potássio, sódio, peróxido e
silicatos sódicos e fosfato trisódico em soluções concentradas, onde o pH situa-
se acima de 13.
A manipulação direta com estes produtos, sem as medidas de proteção
causam queimaduras gelatinosas na pele. Apesar de denominar-se como
produtos alcalinos os elementos que tem pH superior a 8, não é correto rotular-
se os mesmos como cáustico por conter-se hidróxidos livres.
A título de exemplo, cabe relatar que a Resolução nº 12 da Comissão Nacional
de Normas e Padrões para Alimentos – Ministério da Saúde, aprova como
norma técnica sobre águas de consumo alimentar (água potável) à
característica de faixa de tolerância permitida entre 5 e 10 de pH. Assim, se
uma água de poço apresentar pH 10 é plenamente, pelos padrões de
potabilidade destinada ao consumo humano e, evidentemente, não se trata de
substância "cáustica", termo restrito a indicar produtos que ocasionem "o que
queima" ou "que carboniza os tecidos".
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Analogia similar deve ser efetuada para os produtos de limpeza em geral,
assim como o sabão não provoca queimaduras, não é correto classificá-lo
como elemento álcalis cáustico.
Ressalte-se, ainda, que o hipoclorito de sódio (NaClO) é uma substância obtida
pelo borbulhamento de Cloro em solução de Hidróxido de Sódio, apresentando-
se sob o aspecto de solução aquosa alcalina e integrando a composição dos
tradicionais produtos de limpeza doméstica vendidos nos supermercados.
Segundo informações do fabricante Carbocloro, seu pH varia entre 9 e 11, não
se caracterizando, portando, como um "álcalis cáustico". (in case
www.carbocloro.com.br/produtos/hipo.html, 14.09.1999).
Diante do exposto, não se pode considerar como gerador de insalubridade o
trabalho de limpeza com o emprego de clorofina, sapólio, ALVEX, hipoclorito de
sódio e detergente amoniacal, pois não se tratam de produtos caracterizados
como "álcalis cáusticos". Corrobora com este entendimento, inclusive, as
próprias donas de casa que, habitualmente, fazem uso deste produtos sem que
se tenha notícia dos efeitos danosos daí advindos.
Dessa forma, chega-se à conclusão de que em inúmeros processos verificam-
se condenações demasiadamente benéficas aos trabalhadores, em detrimento
da necessária observância ao sistema legal vigente.
Autor
Fernando dos Santos Wilges
Fernando dos Santos Wilges
analista judiciário em Porto Alegre (RS)
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Site(s):
fernandowilges.hpg.com.br

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