DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL –
ESTADO DE SÃO PAULO.
NEYMAR _____________, nacionalidade, estado civil, profissão,
portador da Cédula de Identidade RG n° xxxxxxxx/SSP-xx e inscrito no CPF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado na Rua ______, nº ___, Bairro, Rio de Janeiro, CEP: 00000-000, Estado do Rio de Janeiro, por sua bastante procuradora in fine subscrita, procuração anexa (doc.), com escritório profissional à Rua ___, nº ____, Bairro, Rio de Janeiro, CEP: 00000-000, Estado do Rio de Janeiro, onde recebe as intimações de estilo, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com o fulcro nos arts. 335, I, e 473 do Código Civil e arts. 890 e seguintes, propor a presente
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
Em face de FIFA CONTABILIDADE LTDA, pessoa jurídica de
direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº xxx.xxx.xxx/xxxx-xx, com sede na Rua ______, nº ____, Bairro, São Paulo, CEP: 00000-000, Estado de São Paulo, pelos fatos e razões a seguir aduzidos: I - DOS FATOS
O Requerente contratou em 00.00.0000, para auxiliá-lo no
gerenciamento de seu patrimônio pessoal, os serviços da empresa Requerida, conforme contrato em anexo (doc.).
Mister salientar, que o contrato firmado entre as partes previa em
seu bojo a possibilidade de sua denúncia unilateral, por qualquer das partes, mediante a concessão de pré-aviso de 30 (trinta) dias.
Ocorre, Excelência, que o Requerente teve seus planos
profissionais frustrados para o futuro próximo, de modo, que resolveu por denunciar o contrato, fazendo uso da cláusula contratual prevista no bojo deste, convocando os representantes legais da empresa Requerida e entregando-lhes carta, mediante recibo, notificando-os de sua intenção, conforme documento em anexo (doc.).
Todavia, transcorridos 30 (trinta) dias, o Requerente foi até a
sede da empresa Requerida, local do pagamento, segundo o contrato, para viabilizar o pagamento da última parcela na importância de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) e, para a sua surpresa, a Requerida negou-se ao recebimento porque pretendia indenização maior, por lucros cessantes, no valor total de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Diante do exposto, não restou opção ao Requerente senão
recorrer à tutela jurisdicional do Estado para ver resguardado os seus interesses.
II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
A - DA RESILIÇÃO UNILATERAL
O artigo 473 do Código Civil prescreve:
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou
implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
A esse propósito, faz-se mister trazer à colação o entendimento da
ilustre Maria Helena Diniz que assevera, ipsis litteris:
“A resilição unilateral opera-se mediante denúncia notificada que não
precisará ser justificada. Tal denúncia notificada constitui meio lícito de pôr fim a um contrato por tempo indeterminado e é a manifestação da vontade que visa dar ciência da intentio de rescindir o negócio; por isso, os contratantes sabem que a qualquer momento ele poderá ser desfeito por mera declaração unilateral de vontade”. (in Código Civil Anotado, 15ª Ed. ver. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2010, pág. 395)
No caso em tela, a empresa Requerida se recusou no
recebimento da importância de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), a qual equivale a última parcela, em virtude do aviso de resilição do contrato entabulado entre as partes. A recusa por parte da Requerida é totalmente injusta.
E ainda, não há qualquer fundamento para a Requerida exigir
quantia superior a realmente devida, ou seja, R$ 10.000,00 (dez mil reais), vez que, a denúncia foi regularmente feita, não lhe acarretando qualquer prejuízo. Ademais, o Requerente providenciou a notificação denunciando o contrato no prazo pactuado (doc.), conforme relatado anteriormente.
B – DO DIREITO DE SOLVER A DÍVIDA
Ora, Excelência, é inconteste que ao Requerente assiste o direito
de solver suas dividas, sendo para tanto, amparado pelo ordenamento jurídico, que propugna, justamente, pelo adimplemento das obrigações, conforme se pode facilmente verificar, nas seguintes disposições do Código Civil, adiante transcritas:
Art. 334: Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito
judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
Estipula ainda, o mesmo diploma legal, as hipóteses em que se
entende cabível o pagamento em consignação, sendo certo, a uma simples leitura, que o caso ora em questão subsume-se, perfeitamente, à previsão legal do artigo 335, inciso I, que se transcreve abaixo:
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
C - DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO
Cumpre anotar os termos do art. 890 do Código de Processo Civil,
no que pertine à possibilidade da presente ação:
Art. 890: Nos casos previsto em lei, poderá o devedor ou terceiro
requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. § 1°- Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o devedor ou terceiro optar pelo depósito da quantia devida, em estabelecimento bancário oficial, onde houver, situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária, cientificando-se o credor por carta ou aviso de recepção, assinado o prazo de dez dias para a manifestação da recusa. § 2°- Decorrido o prazo para efeito referido no parágrafo anterior, sem a manifestação de recusa, reputar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada. § 3°- Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, o devedor ou terceiro poderá propor, dentro de trinta dias, a ação de consignação em pagamento, instruindo a inicial com a prova do depósito e da recusa. § 4°- Não proposta a ação no prazo do parágrafo anterior ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante. (grifo nosso)
D - DOS EFEITOS DA CONSIGNAÇÃO
Neste ínterim, deve-se atentar para as disposições do Código Civil,
art. 337, e, outrossim, para as do Código de Processo Civil, art. 891, caput, no intuito de se verificar os efeitos necessários da presente ação, in verbis:
Art. 337: O depósito requerer-se-à no lugar do pagamento, cessando,
tanto que se efetue, para o depositante, os juros da divida e os riscos, salvo se for julgado improcedente. Art. 891: Requerer-se à consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, tanto que se efetue o depósito, os juros e os riscos, salvo se for julgada improcedente.
Assim, como se verifica, o depósito tem o condão de liberar o
devedor da dívida e demais riscos, como se houvesse pago o valor devido diretamente ao credor.
Portanto, não resta outra alternativa ao Requerente, senão a
propositura da presente ação em face da recusa da empresa Requerida em receber o valor devido.
III - DOS PEDIDOS
Ex positis, vem requerer a Vossa Excelência:
a) O deferimento do depósito liminar da importância de R$
2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), referente ao pagamento da última parcela do contrato;
b) A citação, via correio, do representante legal da Requerida,
para levantar o valor depositado, ou, se quiser, apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de sofrer os efeitos da revelia;
c) E ao final, seja julgada procedente a ação e declarada a
extinção da obrigação, bem como a exoneração do Requerente em relação a esta;
d) A condenação da Requerida ao pagamento das custas
judiciais e honorários advocatícios de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitido, em especial a oitiva de testemunhas, depoimento pessoal do representante da Requerida e juntada de documentos.
Dá-se à causa o valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos