Primeiramente, fazer as leituras sobre a teoria do conto; Depois, alguns textos de
mestrado/ doutorado realizados sobre Conceição Evaristo -Posteriormente, as leituras relativas aos aspectos específicos em cada conto (textos sobre violência; memória; favela; Textos afrocêntricos) - Pensar em como realizar a Análise dos referidos contos;
Anotações sobre “A teoria do conto”- Nadia Gottlib
- Em “Alguns aspectos do conto”, texto de Cortázar, destacar a questão de que existem algumas variáveis que não mudam nos contos; Página 147; ver página 150, sobre a conceitualização do conto; Comparação romance/cinema e conto/fotografia, rever, página 151; Metáfora de Cortázar como boxe: o romance ganha o leitor por pontos; o conto por nocaute; rever, página 152; página 154, observações sobre o tema e a escolha do autor; Sobre o “estranhamento” provocado pela leitura, que, após a sua realização, nos põe em contato com o mundo de outra forma, p.157; o estilo de escrita baseado na “intensidade e na tensão”, que proporcionam o “sequestro momentâneo do leitor”, página 157; A respeito: “esse sequestro ocorre mediante um estilo baseado na intensidade e na tensão, um estilo no qual os elementos formais e expressivos se ajustem, sem a menor concessão, à índole do tema, olhem, deem a forma visual, a auditiva mais penetrante e original, o tornem único, inesquecível, o fixem para sempre no seu tempo, no seu ambiente e no seu sentido primordial; o que chamo intensidade num conto consiste na eliminação de todas as ideias ou situações intermédias, de todos os recheios ou fases de transição que o romance permite ou exige;” - Existe, ainda, a intensidade de outra ordem, denominada de “tensão”; “é uma intensidade que se dá de outra ordem, que se exerce de maneira pela qual o autor vai nos aproximando lentamente do que conta; ainda estamos muito longe de saber o que vai ocorrer no conto, e, entretanto, não nos podemos subtrair à sua atmosfera;” - Sobre o texto “Do conto e seus arredores”, de Cortázar: - O “pequeno ambiente”, a forma fechada do conto, também chamada de “esfericidade”; a situação narrativa trabalhada do interior para o exterior; Anotações sobre o texto “a personagem do romance”, de Candido: - A impressão que os leitores tem em torno do romance diz respeito a uma série de fatos, organizados em enredo, e vivido por personagens; - “O enredo existe a partir dos personagens; as personagens, vivem no enredo;” - Os três elementos centrais de um desenvolvimento novelístico (enredo, personagens, “ideia” central), existem intimamente ligados; “a personagem representa a possibilidade de adesão afetiva e intelectual do leitor, pelos mecanismos de identificação, projeção, transferência etc. A personagem vive o enredo e as ideias, e os torna vivos(..) não espanta, portanto, que a personagem pareça o que há de mais vivo no romance; e que a leitura deste dependa basicamente da aceitação da verdade da personagem por parte do leitor.” - A personagem é um ser fictício – expressão que soa como um paradoxo. De fato, como pode uma ficção ser? Como pode existir o que não existe? No entanto, a criação literária repousa sobre este paradoxo, e o problema da verossimilhança no romance depende desta possibilidade de um ser fictício, isto é, algo que, sendo uma criação da fantasia, comunica a impressão da mais lídima verdade existencial. Podemos dizer, portanto, que o romance se baseia, antes de mais nada, num certo tipo de relação entre o ser vivo e o ser fictício, manifestada através da personagem, que é a concretização deste. Verifiquemos, inicialmente, que há afinidades e diferenças essenciais entre o ser vivo e os entes de ficção, e que as diferenças são tão importantes quanto as afinidades para criar o sentimento de verdade, que é a verossimilhança”(p.p.54-55). -“(...) O romance, ao abordar personagens de modo fragmentário, nada mais faz que retomar, no plano da técnica de caracterização, a maneira fragmentária, insatisfatória, incompleta, com que elaboramos o conhecimento dos nossos semelhantes. Todavia, há uma diferença básica entre uma posição e outra: na vida, a visão fragmentária é imanente à nossa própria experiência; é uma condição que não estabelecemos, mas a que nos submetemos. No romance, ela é criada, estabelecida e racionalmente dirigida pelo escritor, que delimita e encerra, numa estrutura elaborada, a aventura sem fim que é, na vida, o conhecimento do outro” (p.58). -“(...) Graças aos recursos de caracterização, o romancista é capaz de dar a impressão de um ser ilimitado, contraditório, infinito na sua riqueza; mas nós apreendemos, sobrevoamos esta riqueza, temos a personagem como um todo coeso ante a nossa imaginação. Portanto, a compreensão que nos vem do romance, sendo estabelecida de uma vez por todas, é muito mais precisa do que a que nos vem da existência. Daí podermos dizer que a personagem é mais lógica, embora não mais simples, do que o ser vivo. O romance moderno procurou, aumentar cada vez mais esse sentimento de dificuldade do ser fictício, diminuir a ideia de esquema fixo, de ente delimitado, que decorre do trabalho de seleção do romancista. Isto é possível justamente porque o trabalho de seleção e posterior combinação permite uma decisiva margem de experiência, de maneira a criar o máximo de complexidade, de variedade, com um mínimo de traços psíquicos, de atos e de ideias. A personagem é complexa e múltipla porque o romancista pode combinar com perícia os elementos de caracterização, cujo número é sempre limitado se os compararmos com o máximo de traços humanos que pululam, a cada instante, no modo-de-ser das pessoas(...)” (p.p.59-60). - “(...)Podemos ir à frente e verificar que a marcha do romance moderno foi no rumo de uma complicação crescente da psicologia das personagens, dentro da inevitável simplificação técnica imposta pela necessidade de caracterização” Candido, então, vai nos apontar que o romance, em um processo que se inicia no século XVIII e vai ao século XX, sendo as personagens tratadas de duas formas principais: “1) Como seres íntegros e facilmente delimitáveis, marcados duma vez por todas com certos traços que os caracterizam; 2) Como seres complicados, que não se esgotam nos traços característicos, mas têm certos poços profundos, de onde pode jorrar a cada instante o desconhecido e o mistério(...)” (p.60). Segundo o autor, a partir do século XVIII, se dá a passagem do “enredo complicado com personagem simples, para o enredo simples (coerente, uno) com personagens complicados” (ou seja, os enredos passaram a ter menos ação, e os personagens se tornaram mais densos, de subjetividade mais profunda e caráter mais complexo. O romance Ulisses, de James Joyce, é um marco nesse sentido. - Diferença entre personagens planas, previsíveis, modos de ser estanques, e as personagens esféricas, capazes de surpreender repentinamente. - “No romance, o sentimento da realidade é devido a fatores diferentes da mera adesão ao real, embora este possa ser, e efetivamente é, um de seus elementos”. - IMPORTANTE: Citar, possível comparação com o método de “escrevivência” de Evaristo, quando Candido fala das personagens transpostas com “fidelidade direta” em relação à vida da (o) romancista (p;70); Ver, também, sobre a “Verdade da personagem”, um problema de “coerência interna”, pági na 75; Sobre a “realidade da ilusão”, que não é garantida pela realidade da existência”, página 78; - A literatura realista do século XIX e a intensidade descritiva dos romances, segundo Candido, levaram ao máximo o “povoamento do espaço literário pelo pormenor” (p.79). Uma “técnica de convencer pelo exterior, pela aproximação com a realidade observada”. - No romance, “(...) temos sempre referência, estabelecimento de relação entre um traço e outro traço, para que o todo se configure, ganhe significado e o trabalho de compor a estrutura do romance, situando adequadamente cada traço que, mal combinado, pouco ou nada sugere; e que, devidamente convencionalizado, ganha todo o seu poder sugestivo. Cada traço adquire sentido em função de outro, de tal modo que a verossimilhança, o sentimento de realidade, depende, sob este aspecto, da unificação do fragmentário pela organização do contexto. Esta organização é o elemento decisivo da verdade dos seres fictícios, o princípio que lhes infunde vida, calor e os faz parecer mais coesos, mais apreensíveis e atuantes do que os próprios seres vivos”. - “Literatura e Sociedade”, de Antonio Candido, algumas anotações: - Sobre a obra e seu condicionamento social, página 08; - Tese central do texto: “De fato, procurava-se mostrar que o valor e o significado de uma obra dependiam de ela exprimir ou não certo aspecto da realidade, e que este aspecto constituía o que ela tinha de essencial. Depois, chegou-se à posição oposta, procurando-se mostrar que a matéria de uma obra é secundária, e que a sua importância deriva das operações formais postas em jogo, conferindo-lhe uma peculiaridade que a torna de fato independente de quaisquer condicionamentos, sobretudo social, considerado inoperante como elemento de compreensão. Hoje, sabemos que a integridade da obra não permite adotar nenhuma dessas visões dissociadas; e que só a podemos entender fundindo texto e contexto numa interpretação dialeticamente íntegra” (P.08) “Sabemos que o externo (no caso, o social) importa, não como causa, nem como significado, mas como elemento que desempenha um certo papel na constituição da estrutura, tornando-se, portanto, interno. Por sua vez, o tratamento “externo” de valores “externos” pode fazer sentido a depender da disciplina, por exemplo, na sociologia da literatura; tal matéria não se direciona ao valor da obra em si, e mais pelos seus condicionamentos: “(...) cabe-lhe, portanto, pesquisar a voga de um livro, a preferência estatística por um gênero, o gosto das classes, a origem social dos autores, a relação entre as obras e as ideias, a influência da organização social, econômica e política etc. É uma disciplina de cunho científico, sem a orientação estética necessariamente assumida pela crítica” (p.09). - Rever páginas 09 e 10, sobre os fatores que constituem o valor interno da obra; - “É este, com efeito, o núcleo do problema, pois quando estamos no terreno da crítica literária somos levados a analisar a intimidade das obras, e o que interessa é averiguar que fatores atuam na organização interna, de maneira a constituir uma estrutura peculiar. Tomando o fator social, procuraríamos determinar se ele fornece apenas matéria (ambiente, costumes, traços grupais, ideias), que serve de veículo para conduzir a corrente criadora, ou, se além disso, é elemento que atua na constituição do que há de essencial na obra enquanto obra de arte” (p.10) “É o que vem sendo percebido ou intuído por vários estudiosos contemporâneos, que, ao se interessarem pelos fatores sociais e psíquicos, procuram vê-los como agentes da estrutura, não como enquadramento nem como matéria registrada pelo trabalho criador; e isto permite alinhá-lo entre os fatores estéticos. A análise crítica, de fato, pretende ir mais fundo, sendo basicamente a procura dos elementos responsáveis pelo aspecto e o significado da obra, unidos para formar um todo indissolúvel” (p.10). -Segundo Candido, as camadas mais fundas da análise literária se dão quando o traço social é visto funcionando para formar a estrutura do livro (p.11). - Análise estrutural da obra, no sentido de onde o social fundamenta o plano interno da obra (p.11). TESE CENTRAL DO TEXTO (exemplificada a partir da análise do texto de José Alencar): - Em Senhora, de José de Alencar, as relações humanas se deterioram por causa dos motivos econômicos: “A heroína, endurecida no desejo de vingança, possibilitada pela posse do dinheiro, inteiriça a alma como se fosse agente duma operação de esmagamento do outro por meio do capital, que o reduz o a coisa possuída. E as próprias imagens do estilo manifestam a mineralização da personalidade, tocada pela desumanização capitalista, até que a dialética romântica do amor recupere a sua normalidade convencional. No conjunto, como no pormenor de cada parte, os mesmos princípios estruturais enfermam a matéria. (...) O livro é ordenado em torno desse longo duelo, é porque o duelo representa a transposição no plano da estrutura do livro, do mecanismo da compra e da venda. E, neste caso, de relações que deveriam pautar-se por uma exigência moral mais alta, a compra e venda funciona como verdadeira conspurcação. Esta não é afirmada abstratamente pelo romancista, nem apenas ilustrada com exemplos, mas sugerida na própria composição do todo e das partes, na maneira por que organiza a matéria, a fim de lhe dar uma certa expressividade. Quando fazemos uma análise deste tipo, podemos dizer que levamos em conta o elemento social, não exteriormente, como referência que permite identificar, na matéria do livro, a expressão de uma certa época ou de uma sociedade determinada IMPORTANTE: USAR essa análise, da composição do todo e das partes, para os contos de Conceição Evaristo, especialmente “A gente combinamos de não morrer”. O elemento social estruturando a obra, desde o título, a disposição dos personagens etc. - A dimensão social, então, pensada como fator de arte, para além de meros “aspectos periféricos de sociologia”; O “Externo” se torna “Interno”; “Neste nível de análise, em que a estrutura constitui o ponto de referência, as divisões pouco importam, pois tudo se transforma, para o crítico, em fermento orgânico de que resultou a diversidade coesa do todo;” (p.12) - O Ângulo sociológico não pode mais “ser imposto como critério único, ou mesmo preferencial, pois a importância de cada fator depende do caso a ser analisado. Uma crítica que se queira integral deixará de ser unilateralmente sociológica, psicológica ou linguística, para utilizar livremente os elementos capazes de conduzirem a uma interpretação coerente. (...) A crítica moderna superou não foi a orientação sociológica, sempre possível e legítima, mas o sociologismo crítico, a tendência devoradora de tudo explicar por meio dos fatores sociais (p.12). - A partir da página 14, a enumeração dos tipos de estudo sociológico em literatura; - Importante, página 25: “não se deve separar a repercussão da obra de sua feitura”: no caso de Conceição Evaristo e a circulação de sua obra, tal aspecto é de grande importância: - Rever páginas 11 e 12 sobre a construção, pelo Estado Nacional, da ideia de “Patriotismo”; a “ideia nacional” surge quando as lutas sociais e políticas haviam posto em cena as massas trabalhadoras, e os poderes constituídos tiveram de disputar com socialistas e comunistas a lealdade popular; O Estado, então, precisava mais do que a passividade de seus cidadão, precisava mobilizá-los e influenciá-los a seu favor; precisava de uma “religião cívica”, o patriotismo; a definição da nação pelo território, pela conquista e demografia já não bastava, mesmo porque, além das lutas sociais internas, regiões que não haviam preenchido os critérios do “princípio de nacionalidade” lutavam para ser reconhecidas como estado-nações independentes. Durante o período de 1880-1918, a “religião cívica” transforma o patriotismo em nacionalismo, isto é, o patriotismo se torna estatal, reforçado com sentimentos e símbolos de uma comunidade imaginária cuja tradição começava a ser inventada. Essa construção decorreu da necessidade de resolver três problemas prementes; as lutas populares socialistas, a resistência de grupos tradicionais ameaçados pela modernidade capitalista e o surgimento de um estrato social ou de uma classe intermediária, a pequena burguesia, que aspirava ao aburguesamento e temia a proletarização. Em outras palavras, foi exatamente no momento em que a divisão social e econômica das classes apareceu, com toda clareza e ameaçou o capitalismo que este procurou na “ideia nacional” um instrumento unificador da sociedade. Não por acaso, foram os intelectuais pequeno- burgueses, apavorados com o risco de proletarização, que transformaram o patriotismo em nacionalismo quando deram ao “espirito do povo”, encarnado na língua, nas tradições populares ou folclore e na raça (conceito das ciências sociais do século XIX), os critérios de definição de nacionalidade. A partir dessa época, a nação passou a ser vista como algo que sempre teria existido, desde tempos imemoriais, porque suas raízes deitam-se no próprio povo que a constitui. Dessa maneira, aparece um poderoso elemento de identificação social e política, facilmente reconhecível por todos (pois a nação está nos usos, costumes e tradições, crenças cotidianas), e com a capacidade para incorporar numa única crença todas as crenças rivais, isto é, o apelo de classe, o apelo político, e o apelo religioso não precisavam disputar a lealdade dos cidadãos porque todas essas crenças podiam se exprimir uma pelas outras sob o fundo comum da nacionalidade. Sem essa referência, tornar-se-a incompreensível que, em 1914, milhões de proletários tivessem marchado para a guerra para matar e morrer a serviço dos interesses do capital.”
- O nacionalismo do país “essencialmente agrário”, promovido pelo
verde-amarelismo subordinado ao imperialismo estrangeiro é substituído, a partir dos anos 1950, pela nova ideologia nacionalista do Nacional-desenvolvimentismo, promovido pelo IseB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), durante o período de fortalecimento da indústria nacional ocasionada por Juscelino Kubistchek. Há a passagem do “caráter nacional” para a “identidade nacional”. Conforme propõe Paul Singer, é o momento da passagem da “dependência consentida” para a “dependência tolerada”, quando “a classe dominante, dependendo dos países centrais industrializados para obter equipamentos, tecnologia e financiamentos, julga essa situação essencialmente provisória, a ser superada, a ser superada tão logo a industrialização fizesse a economia emparelhar com a mais adiantada e o desenvolvimento almejado pela periferia destinava-se a revogar a divisão colonial do trabalho que a inferiorizava perante o centro. Seria essa, a ocasião para desmantelamento do “verde-amarelismo”, portanto, como é fator recorrente na história nacional, a forma arcaizante permanece em convivência com as tendências modernizadoras, a “ideia fora do lugar” que perdura. (página 23). - “Não é demais lembrar ainda, no final dos anos 1950, e início dos 60 (durante o governo Jango), a tentativa de desmontar o imaginário verde-amarelo com a ação cultural das esquerdas, que, na perspectiva da “identidade nacional”, focalizavam a luta de classes (ainda que na expectativa de uma “revolução burguesa”, que uniria burguesia nacional e vanguarda do proletariado), e enfatizavam o nacional- popular nos Centros populares de Cultura (CPCS), no novo teatro, de inspiração brechtiana, no Cinema Novo. A ironia tropicalista que ironizava com o verde-amarelismo, a poesia, a múcia de protesto, a nova Mpb, transcorrida entre as décadas de 70 e 80. No entanto, nem os modernistas, o Iseb, os Cpcs, Mpb, Tropicália conseguiu aniquilar a imagem verde-amarela, que se consolidou e brilha incólume naquela outra imagem, doravante apropriada pela contemporânea indústria do turismo: café, futebol, carnaval, made in Brazil. Essa permanência do verde-amarelismo não é casual nem espontânea, visto que a industrialização nunca se tornou o carro-chefe da economia brasileira como economia capitalista desenvolvida e independente. Na divisão internacional do trabalho, a industrialização se deu por transferência de setores industriais internacionais para o Brasil, em decorrência do baixo custo da mão-de-obra, e o setor agrário-exportador jamais perdeu força social e política. Se antes o verde-amarelismo correspondia à auto- imagem celebrativa dos dominantes, agora ele opera como compensação imaginária para a condição periférica e subordinada do país. - No texto, violência de gênero na literatura brasileira, rever e talvez citar a página 03 do texto; - Sobre o narrador de Duzu-Querença e o seu início transcorrido “in media res”, com a narrativa avançada, ver página 07 do texto sobre “Duzu-querença e o abandono”. Sobre o abandono da infância e introdução repentina na vida adulta, página 08. - Sugestão: quando estiver escrevendo sobre a violência de gênero, citar, provavelmente, a definição para a mesma segundo a lei Maria da Penha (nem que seja enquanto nota de rodapé). - Sobre os sonhos, delírios e recordações de Duzu, página 12. Rever e parafrasear, talvez, penúltimo parágrafo da página 13. - Anotações, a partir daqui, do texto “Território, soberania e crimes de segundo Estado”, de Laura Segato. - Nesse texto, a autora disserta sobre os assassinatos cometidos contra mulheres, mais de trezentos num espaço de uma década em Ciudad Jaurez, pequena cidade fronteiriça do México. - Segato argumenta, em seu texto, que, o que é “escrito” no corpo das mulheres assassinadas é a marca do poder local, que conta com o apoio de um poder nacional. Eles anunciam o poder e o controle de pessoas em um mesmo território, o que reforça, a partir daí, um certo “pacto de fraternidade”. - Página 02 e 03, tecer comparativo com a necropolítica de Mbembe. - Sobre o estupro e a expropriação da mulher de seu espaço-corpo. Página 06; Parada da leitura na página; ler e ver formato de análise dos contos do mestrado sobre Conceição Evaristo; - “Não podemos permitir que a paixão nos segue, que a emoção nos descontrole e que o ódio nos destrua. Não podemos permitir que que a claridade dos nossos dias se transforme numa longa e interminável noite escura” - “Trata-se sempre de liberar a vida lá onde ela é prisioneira, ou de tentar fazê-lo num combate incerto” Deleuze e Guatarri. - Página 07 do texto: “Sem o domínio da vida enquanto vida, a dominação não pode completar-se. É por isso que uma guerra que resulta em extermínio não constitui vitória, porque somente o poder de colonização permite a exibição do poder de morte diante daqueles destinados a permanecerem vivos. O traço por excelência da soberania não é o poder de morte sobre o subjugado, mas sim sua derrota psicológica e moral, e sua transformação em audiência receptora da exibição do poder de morte discricionária do dominador”. - Importante, citar na análise do conto: “É por sua qualidade de violência expressiva mais que instrumental – Violência cuja finalidade é a expressão do controle absoluto de uma vontade sobre a outra – que a agressão mais próxima de um estupro é a tortura, física ou moral. Expressar que se tem nas mãos a vontade do outro é o telos ou finalidade da violência expressiva”. Página -7. - Citar a mesma página no trecho de análise referente à morte de alguns para representar o drama da dominação. - Página 09: “ o crime de estupro resulta de um mandato que emana da estrutura de gênero e garante, em determinados casos, o tributo que assegura o acesso de cada novo membro à confraria viril. - Na página 11, sobre as diferenças entre o abusador da esfera doméstica e o da esfera externa, pública; rever e possivelmente citar no texto de análise dos contos: “(...) é possível apontar já aqui uma diferença fundamental entre esse tipo de crime e os crimes de gênero perpetrados na intimidade do espaço doméstico, sobre vítimas que pertencem ao círculo de relações dos abusadores- filhas, afilhadas, esposas, sobrinha etc. Se ao abrigo doméstico o homem abusa das mulheres que se encontram sob sua dependência porque pode fazê-lo, quer dizer, porque estas já formam parte do território que controla, o agressor que se apropria do corpo feminino em um espaço aberto, público, o faz “porque deve para mostrar que pode”. Em um, trata-se de uma constatação de um domínio já existente; em outro, de uma exibição de capacidade de domínio que deve ser reeditada com certa regularidade e pode ser associada a gestos rituais de renovação dos votos de virilidade. O poder está aqui, condicionado a uma mostra pública dramatizada amiúde em um ato predatório do corpo feminino. - Rever sobre o “Totalitarismo de província”, típico de sociedade de acentuado neoliberalismo, citar, na página 16; Rever e citar sobre o “nós” do ambiente totalitário. - Ver página 19 sobre o extermínio de alguns como êxito do capital; citar, talvez; Acerca das leituras a serem feitas(21/10): Ler o artigo de Carlos Eduardo Gomes; após, os dois artigos sobre Ana Davenga; depois, o capítulo de Gabizinha observar a organização do mestrado sobre os contos de Evaristo; - Página 04 do texto de Carlos Gomes, sobre a escrita das mulheres que não privilegiam o prisma do “sujeito universal”. Citar, também páginas 05 e 06, sobre as agressões de gênero como práticas culturais. - No texto “O ponto de vista na ficção”, de Norman Friedman, página 02, o mesmo começa por afirmar sobre a característica contemporânea dos autores pela preferência do narrador onisciente. Diz que a tendência contemporânea é a “morte do autor”, ao contrário da Era vitoriana, por exemplo. - “A técnica é o único meio de que o escritor dispõe para descobrir, explorar, desenvolver sua matéria, transmitir sua matéria, seu significado e, por fim, avalia-lo. O propósito deste artigo é resumir o fundo estético desse conceito e sua emergência como instrumento crítico, delinear e exemplificar seus princípios básicos e, finalmente, discutir sua significação, de modo geral, em relação ao problema da técnica artística” (p.03). - “A arte da literatura, por oposição às outras artes, é, em virtude se seu medium¸verbal, a um só tempo amaldiçoada e abençoada com uma capacidade fatal de falar. Seus vícios são os defeitos de suas virtudes: de um lado, sua amplitude e profundidade de significação excedem grandemente o escopo da pintura, da música ou da escultura; de outro, sua aptidão para projetar as qualidades sensoriais das pessoas, lugares e eventos é menor na mesma medida. Se pode expressar mais ideias e atitudes, apresenta imagens qualitativamente mais débeis. O escritor fica continuamente abalado entre a dificuldade de mostrar o que uma coisa é e a facilidade de dizer como se sente a respeito dela (...) a literatura deriva sua própria vida desse ; - Discurso indireto livre: o narrador toma a voz do personagem, passa a descrever as ações deste; o personagem não fala por si, mas através da descrição do narrador; - Rever as questões ligadas à transmissão do narrador da estória ao leitor; - A primeira distinção narrativa: sumário narrativo (contar) versus cena imediata (mostrar). Sobre o sumário narrativo (página 07); relato generalizado de uma série de eventos; A “Onisciência significa, literalmente, um ponto de vista totalmente ilimitado, difícil de controlar;” (página 08); “ a estória pode ser vista de um ou de todos os ângulos, à vontade: de um vantajoso e como que divino ponto além do tempo e do espaço, de centro, da periferia ou frontalmente. Não há nada que impeça o autor de escolher qualquer deles ou de alternar de um a outro o muito ou pouco que lhe aprouver (...) o leitor tem acesso a toda a amplitude de tipos de informação possíveis” (página 08). - O narrador onisciente neutro: Este difere do onisciente intruso devido “à ausência de intromissões autorais diretas (o autor fala de modo impessoal, na terceira pessoa). “ Com relação à caracterização, embora um autor onisciente possa ter predileção pela cena e, consequentemente,permita a seus personagens falar e agir por eles mesmos, a tendência predominante é descrevê-los e explica-los ao leitor com sua voz própria” (página 10). - Por sua vez, o narrador-testemunha é “um personagem em seu próprio direito dentro da estória, mais ou menos envolvido na ação,mais ou menos familiarizado com os personagens principais, que fala ao leitor na primeira pessoa”. (página 11). “Sua característica distintiva é que o autor renuncia inteiramente À sua onisciência em relação a todos os outros personagens envolvidos, e escolhe deixar sua testemunha contar ao leitor somente aquilo que ele, como observador, poderia descobrir de maneira legítima. À sua disposição, o leitor possui apenas os pensamentos, sentimentos e percepções do narrador-testemunha; e, portanto, vê a estória daquele ponto que poderíamos chamar de ‘periferia nômade’”. (página 11). - O narrador-testemunha não é protagonista; Há, também, o narrador- protagonista; 111-112: “Com a transferência da da responsabilidade narrativa da testemunha para um dos personagens principais, que conta a estória na primeira pessoa, alguns outros canai de infrmação são eliminados(...) Devido ao seu papel subordinado na própria estória, o narrador-testemunha tem uma mobilidade muito maior e, por consequência, uma amplitude e variedade de fontes de informação bem maiores do que o próprio protagonista, que se encontra centralmente envolvido na ação. O narrador-protagonista, portanto, encontra-se limitado a seus próprios pensamentos, sentimentos e percepções (página 12). B