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Aluno(a) Classificação
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Prof.ª ______________________
8º Ano Turma 3 N.º ______
Enc. de Ed.___________________________
Responde, aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
2. Seleciona, para cada uma das alíneas seguintes (2.1. a 2.6.), a opção que permite obter afirmações
verdadeiras de acordo com o texto.
2.5. Algumas espécies de borboletas caracterizam-se por manterem um casamento fiel, pois…
(A) são monogâmicas, acasalando com um único parceiro.
(B) permanecem no sítio onde nasceram durante toda a vida.
(C) são monófagas, alimentando-se de uma única espécie de planta.
A tia Maria do Rosário fazia crescer bichos-da-seda em caixas de sapatos e folhas de amoreira branca,
com uma ternura aplicada e solene que transformava os seus dias em atos de celebração cuidada e
rigorosa.
As caixas eram abertas durante o dia, por ordem de tamanhos e feitios e segundo um critério de
orientação, contrário ao sentido dos ponteiros do relógio. Primeiro, pensámos que ela não conhecia os
marcadores do tempo que enfeitavam a nossa vaidade e ornamentavam as paredes da casa da avó,
tocando ave-marias de quarto em quarto de hora. Depois, descobrimos que ela, a nossa tia, tinha inscrita
por dentro uma ciência de bichos que a levava a conhecer hábitos, horários, sons, vida e morte. Um livro de
caracteres chineses, arrumado ao lado da sua cama, podia ser responsável por isso. Nunca fizemos
perguntas, porque a tia Maria do Rosário era dada a silêncios furiosos que tornavam verdes os seus olhos
habitualmente mansos e castanhos. […]
Quando os olhos da tia Maria do Rosário se fixavam no castanho, sabíamos (demorou muito tempo, mas
acabámos por saber) que as lagartas tinham fechado um casulo de seda, que se rompia catorze dias depois
para deixar sair borboletas aflitas de pressa, pousando como seda pelo quarto da nossa tia. Por essas
alturas, a tia Maria do Rosário deitava-se ao som do sino da igreja da missão (seis certas badaladas) e
acordava antes do fim da noite, à espera das borboletas.
Nem todos os casulos davam borboletas e o vice-versa também era verdadeiro. A nossa tia sabia
aproximar e afastar os casulos das fontes de calor e guardava alguns estéreis e intactos (só muito mais
tarde percebemos para que fim se destinavam estes fios de seda perfeitos) e, ao mesmo tempo, o chão de
terra do seu quarto ficava juncado de borboletas e um ar de pólen e fibras destacava-se das paredes. Os
ciclos sucediam-se: breve havia de novo lagartas gordas do verde das folhas mais tenras das amoreiras
brancas do quintal. Os passos da tia tornavam-se mais pequenos, leves e rápidos, quando atravessava a
casa, antes do sol, para colher os frutos que comia e as folhas para os seus bichos-da-seda.
A tia Maria do Rosário cheirava sempre a sabão azul, creolina1 e água fria. Durante muito tempo a
julgámos feiticeira, tão lentos eram seus gestos de misturar água e uma substância retirada, à colher, de
misteriosas embalagens trazidas pelo avô, da Drogaria Simões, com rótulos vermelhos, uma caveira preta e
creolina a 5%, gravada a letras douradas. Depois descobrimos: a nossa tia defendia os seus bichos das
doenças, a doença da cal e a doença do gesso.
A tia dividia os dias entre a seda e as palavras, embora ninguém soubesse que ela podia falar. Fechada
no quarto, dizia: seda, seda selvagem, torcedor de sedas, braça2 de seda, ourela3 de seda, sirgaria4, rotas
da seda.
Um dia, a Tia Maria do Rosário não atravessou a casa. Passaram muitos dias. Primeiro seis, depois
outros seis, ainda uns nove e depois mais um dia e uma noite. Os homens da casa abriram à força a porta
do quarto. Um cheiro muito forte a creolina invadiu a casa. Dos braços do tear pendia um casulo enorme de
seda muito fina. Milhões de borboletas rasgavam o ar com as suas asas de seda.
Ana Paula Tavares, “Bichos-da-Seda”, A Cabeça de Salomé, Caminho, 2011 (com supressões)
1. creolina: líquido antisséptico. 2. braça: medida correspondente a 2,20 m. 3. ourela: cercadura. 4. sirgaria:
fábrica de sedas.
Responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem, na folha de teste.
1. “A tia Maria do Rosário fazia crescer bichos-da-seda em caixas de sapatos e folhas de amoreira branca”.
1.1. Enumera as algumas das tarefas que constituíam o seu trabalho.
1.2. Explica por que razão os vários trabalhos desenvolvidos pela tia Maria do Rosário são caracterizados
como “atos de celebração”.
2. Transcreve do segundo parágrafo do texto uma expressão de quatro palavras que substitui o termo
relógios.
3. Refere, por palavras tuas, a razão que levava o narrador e os seus primos a não fazerem perguntas à tia.
GRUPO IV - GRAMÁTICA
Responde, na folha de teste, aos itens que se seguem, de acordo com as orientações dadas.
1. Lê atentamente a frase:
A tia Maria do Rosário não era igual a toda a gente, pois uns viam-na como uma pessoa que adorava
borboletas e outros como uma doente.
1.2. Com base na flexão em género, identifica um nome epiceno, um sobrecomum e um comum de dois.
3. Faz corresponder a cada verbo destacado na coluna A a respetiva subclasse (coluna B). Na folha de
resposta, indique o número e a respetiva alínea.
A B
1 As borboletas são criaturas fascinantes. a Verbo auxiliar
2 A tia Maria do Rosário adormeceu. b Verbo principal transitivo direto
3 Ela gostava dos bichos-da-seda. c Verbo principal intransitivo
4 Os casulos tinham dado borboletas. d Verbo principal transitivo indireto
5 Nunca fizemos perguntas. e Verbo principal transitivo direto e indireto
6 A nossa tia defendia os seus bichos das doenças. f Verbo copulativo
4. Preenche os espaços com o tempo e o modo indicados para os verbos entre parêntesis.
4.1. A tia Maria do Rosário a)_________ (fazer) crescer bichos-da-seda. – pretérito mais-que-perfeito
composto do indicativo
4.2. Não era possível que todos os casulos b)________ (dar) borboletas. – pretérito imperfeito do
conjuntivo
4.3. A nossa tia c)_________ (defender) os bichos das doenças. – pretérito imperfeito do indicativo
4.4. Ela d)_________ (afastar) os casulos das fontes de calor. – pretérito perfeito composto do
indicativo
4.5. Os homens da casa e)_________ (abrir) a porta da casa à força. – futuro do indicativo
5. “A tia Maria do Rosário cheirava sempre a sabão azul, creolina1 e água fria. Durante muito tempo a
julgámos feiticeira, tão lentos eram seus gestos de misturar água e uma substância retirada, à colher, de
misteriosas embalagens trazidas pelo avô (…).”
Grupo V - ESCRITA
TEMA A:
Uma narrativa cheia de imaginação pode transportar os leitores para situações improváveis, em
lugares misteriosos.
Imagina que, como a tia Maria do Rosário, tu ou alguém cuidava também de um animal ou animais
pelos quais tinham grande afeto. Num texto narrativo, correto e bem estruturado, com o mínimo de 160 e o
máximo de 240 palavras, conta como conseguiram os animais, a sua descrição, as várias tarefas diárias no
seu tratamento, alguns cuidados especiais a ter com eles e situações vivenciadas.
TEMA B:
Há quem considere o bom tratamento dos animais um objetivo fundamental.
Escreve um texto de opinião, com o mínimo de 160 e o máximo de 240 palavras, que pudesse ser
publicado num jornal escolar, em que apresentes razões para a defesa dos animais, instituições que se
dedicam a eles, os cuidados a ter com eles e os benefícios que advêm desta atitude.
____________________________________________FIM_______________________________________
Bom trabalho!
Prof. Maria José Martins
COTAÇÕES
10 TOTAL
X 1,5 15
GRUPO II - LEITURA
1. 2 TOTAL
(1,5 X 6)
4 9 13
GRUPO IV _ GRAMÁTICA
GRUPO V - COMPOSIÇÃO
A B C D E TOTAL
3 5 5 5 5 23