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Quarta-feira – (03.10.

2018)

Jó 9,1-12.14-16; Sl 87; Lc 9,57-62 (// Mt 8,18-22)

Jesus não pede a ninguém que não vá enterrar o morto. Jesus nunca vai dizer para não nos despedirmos de
algum parente; que se colocarmos a mão no arado, não devemos olhar para trás. – É nítido que não é isso.
São exemplos simbólicos, para que percebamos uma atitude interior de liberdade. – Uma das coisas mais
lindas do Evangelho, é que Jesus trabalha por toda a Sua vida e quer que nós trabalhemos também em
nossa vida, é essa liberdade interior. Nós somos muito presos, muito amarrados. Atados a tudo. É isso que
Jesus diz. “Aquele que coloca a mão no arado”, quer dizer, aquele que vai tomar uma decisão precisa ter uma
liberdade interior. Não pode estar preso, precondicionado por ideologias, culturas, por amarras.
A única dimensão para a liberdade é o amor. Nós não somos livres porque não amamos, não amamos
porque não somos livres. Há um jogo difícil. O que vem primeiro: a liberdade ou o amor? Os dois são
simultâneos. A liberdade prepara o amor, o amor prepara a liberdade. Nós temos que trabalhar, ao mesmo
tempo, a dimensão de liberdade interior e a dimensão do amor. Os dois caminham juntos, de braços dados.
Esse querer enterrar o pai, não é enterrar o pai. Ele não quer desprender-se de. Aquele que quer despedir-se
da família, não quer desprender-se de si. O Senhor quer que nós tenhamos essa coragem de olhar para as
coisas – não para as pessoas – e dizer: “de quanta coisa eu não necessito”. Porque só Deus me preenche, só
Deus basta.
–* Em tempos de crise e incerteza, do “zapping”, do provisório, do usar e lançar fora até nas relações
humanas, é bastante sedutora a tentação de buscar segurança, apegar-se a qualquer coisa que aparenta
segurança; voltar a posições fáceis e abrigar-se numa religião que nos “proteja” de tantos problemas e
conflitos. – É justamente aí que se faz urgente revisar criticamente se nosso cristianismo – hoje – é movido
pelo amor de seguir Jesus ou está a procura de “segurança religiosa”: cristianismo de seguimento ou aderir-
se a uma “religião burguesa”, acomodada e míope (Johan Baptist Metz)?
– É mui fácil e cômodo dizer que queremos seguir Jesus e tornar-nos seus discípulos. Mas, ser discípulo de
Jesus significa preferi-l’O a tudo e a todos. “Se alguém vem a Mim e não odeia o próprio pai, a mãe, a mulher,
os filhos, os irmãos, as irmãs, e até a própria vida, não pode ser meu discípulo. Aquele que não toma a
própria cruz e vem após Mim não pode ser meu discípulo” (Lc 14,26-27). E “as raposas têm tocas e as aves
do céu, ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” – αἱ ἀλώπεκες φωλεοὺς ἔχουσιν καὶ
τὰ πετεινὰ τοῦ οὐρανοῦ κατασκηνώσεις, ὁ δὲ υἱὸς τοῦ ἀνθρώπου οὐκ ἔχει ποῦ τὴν κεφαλὴν κλίνῃ (9,58b). –
Diz-nos Jesus para que tenhamos consciência da nossa responsabilidade. O Senhor quer que sejamos livres
em relação às nossas posses, de modo que sendo livres, possamos inclusive, partilhá-las com os outros. –
Aqui está a especificidade do homem em relação ao animal: a “liberdade” do animal é uma liberdade sem
responsabilidade, uma liberdade solitária. Para o homem não é assim: “Não é bom que o homem esteja só”,
é uma das primeiras lições do Livro do Gênesis (2,18). A liberdade do homem é uma responsabilidade que
se assume face à criação, constrói-se sempre com alguém, sempre diante de alguém. Ao homem compete
assumir atitudes responsáveis, e isto o impede de encontrar tão cedo um lugar onde reclinar a cabeça.
Fixemos hoje e sempre os nossos olhos em Jesus, e compreendamos que apenas a morte interrompe este
caminho de crucial responsabilidade. Vejamos: é apenas sobre a Cruz que Jesus reclinará a cabeça (Jo
19,30).
– O tempo da missão urge: é agora que precisamos nos comprometer. Comprometer-se a seguir Jesus é
deixar o mundo dos mortos e entrar na vida agora. Se não nos ocuparmos com a vida futura, já estamos do
lado da morte, e isso é contrário à fé cristã e à missão que nos foi confiada por Jesus. – Seguir Jesus não
significa fugir para um passado já morto, mas procurar viver hoje com o espírito que animou Jesus. Como
disse alguém com maestria, trata-se de viver hoje “com a atmosfera de Jesus” e não “ao sabor do vento que
mais sopra”. – Nada de apegar-se à nostalgias do passado: “Eu te seguirei, Senhor; mas, primeiro, permite-
me despedir-me dos que estão em minha casa” (9,61). Jesus nos ensina a olhar para frente, a engajar-nos na
edificação do futuro: “Ninguém põe a mão no arado e olha para trás [continua a olhar] é útil para o Reino de
Deus” – Οὐδεὶς ἐπιβαλὼν τὴν χεῖρα ἐπ' ἄροτρον καὶ βλέπων εἰς τὰ ὀπίσω εὔθετός ἐστιν τῇ βασιλείᾳ τοῦ θεοῦ
(9,62b). – Na Igreja, quando nos apoiamos exclusivamente na tradição, no passado, sobre aqueles e aquelas
que nos precederam, recusamo-nos a tomar novos caminhos, explorar novos desafios e arriscar o futuro, e
assim não seguimos o Senhor, cada dia cooperando na edificação do seu Reino, pois estamos bastante
ocupados em salvaguardar um passado que desapareceu, maneiras de fazer e maneiras de viver que não
correspondem mais às realidades das mulheres e dos homens do nosso tempo. Queremos pôr a mão no
arado, mas puxar para trás, em vez de seguir para frente. Escutar Jesus que nos chama: “Segue-Me!” –
ἀκολούθει μοι (9,59a). Não é “discípulo como quem segue um clube, partido ou facção”!
– Seguir Jesus é toda uma aventura. Ele não oferece aos seus, segurança ou bem-estar. Não ajuda a ganhar
dinheiro ou a adquirir poder. Seguir Jesus é “viver a caminho”, escutando-O, sem se instalar no bem-estar e
sem procurar um falso refúgio na religião (Lc 9,23-24). – Sejamos dóceis ao Espírito, que Ele nos faça livres
para amar, amar para ser livres, e amar para seguir Jesus.

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