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Preciso de dinheiro.

Fabio Santos Araujo

Uma experiência comum aos cristãos é a percepção da liberdade que a vida espiritual
proporciona, é algo que nos alivia do peso de um mundo competitivo e feroz, mas não
podemos escapar do cotidiano, onde temos que pagar a conta de luz, ir ao mercado ou até
mesmo pagar a Netflix. Aqueles que já estão querendo ir à JMJ no Panamá, já estão se
preocupando com o tema, o dinheiro. A crise que vive o nosso país nos leva a perceber como
o dinheiro e a riqueza são um assunto que nos engloba como um todo. Muitas pessoas sofrem
por falta dele. Às vezes parece que é um assunto que podemos evitar, mas a realidade nos
exige uma atitude diante deste tema. Nós, como cristãos, confiamos em Deus e por isso
mesmo Ele nos deu toda a Criação para que produzamos frutos. (Gn 1,28)

Querendo convidar-nos a uma reflexão, a “Congregação para a Doutrina da Fé” falou sobre
este tema, num documento chamado Oeconomicae et pecuniariae quaestiones, lançado em
22 de maio de 2018. No número 15 constatamos uma aproximação que pode nos ajudar:
“Também o dinheiro é por si mesmo um instrumento bom, como muitas coisas de que o
homem dispõe: é um meio à disposição da sua liberdade e serve para alargar as suas
possibilidades. Este meio pode porém voltar-se facilmente contra o homem.” Nesta definição
percebemos uma aproximação positiva sobre o dinheiro junto com uma advertência à
consciência humana, que deve usá-lo para o bem e não para o mal. Muito menos o dinheiro
público, certo?

Esta reflexão da Igreja está dentro de que chamamos Doutrina Social da Igreja Católica, que
foi sintetizada no Compêndio da Doutrina Social da Igreja. Junto com o curso sobre o
Catecismo, deveria ser uma parte importante da formação do católico de hoje, fica a dica.

Na nossa vida prática muitas vezes percebemos um stress e uma frustração muito grandes
quando nossos limites financeiros nos freiam, eles podem frustrar nossos sonhos ou até
mesmo ser motivo de brigas e dificuldade com os demais. O que leva algumas pessoas a
experimentar a tentação de fazer coisas ilícitas ou de simplesmente gastar sem nenhuma
responsabilidade. O dinheiro pode ser uma ocasião negativa para a nossa vida mas
simultaneamente poder gerar uma ocasião de viver a caridade, de exercer a responsabilidade,
de amadurecer projetos e portanto afetar positivamente as pessoas. Isto é tão abrangente que
poderia ter efeito até mesmo nas gerações seguintes. Por exemplo, você deve sofrer ou gozar
das decisões financeiras dos seus pais, certo? Agora, cada um de nós tem a responsabilidade
de amadurecer nesta dimensão social e pessoal. E os efeitos são sentidos até mesmo nas
coisas espirituais. Pois administrar nossa vida espiritual tem uma dinâmica semelhante.
Somos administradores da Graça divina que nos é dada em abundância. O problema com o
dinheiro é que nem sempre é tão abundante.

O realismo da nossa fé deve ser uma luz que nos ilumina quando o tema é o dinheiro,
devemos buscar usar este meio para o bem de todos em vista do fim último que é a Salvação.
O valor do nosso trabalho deve ir além do dinheiro. Por isso não devemos viver em função do
dinheiro, mas usá-lo como um instrumento para alcançar o bem das pessoas. Sendo assim, o
uso dos bens é uma questão de ordem moral e Deus no-los concede segundo sua Graça,
contando com o reto uso da nossa liberdade. Por isso devemos sempre cooperar com o
Senhor aprendendo com a sua mesma oração. “Seja feita a Vossa vontade, assim na terra
como no céu, o pão nosso de cada dia nos dai hoje.” ( Mt 6,10-11).

http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_2018
0106_oeconomicae-et-pecuniariae_po.html

http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace
_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html

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