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Pacientes com câncer do Hospital Ophir Loyola denunciam que estão enfrentando longos períodos sem medicação e que
alguns tratamentos estão prejudicados há cerca de três meses. Quem reclama escuta todo tipo de explicação, mas quase
sempre a justificativa informal dos funcionários é falta de verbas para compra dos remédios. Nunca há previsão de quando
os estoques voltarão ao normal. Enquanto isso, novos pacientes chegam do interior a todo momento e só encontram
atendimentos incompletos. O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) já recebeu algumas denúncias, oficialmente, e
aguarda o posicionamento do hospital para tomar alguma medida.
Estoque de sangue para doação no Hemopa está 60% abaixo do normal
Estoque de sangue para doação no Hemopa está 60% abaixo do normal (Foto: Arquivo) Para tentar evitar os prejuízos, a coleta foi
descentralizada e está sendo feita inclusive em shoppings da cidade (Foto: Arquivo)
A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) está convocando doadores voluntários de todos os tipos de sangue
para suprir estoque que está com capacidade de atendimento de apenas 40% da demanda transfusional da rede hospitalar pública e
privada do estado, que corresponde a mais de 200 hospitais. Somente na capital paraense são cerca de 95.
A diminuição no número de coletas, que baixou cerca de 60%, pode interferir no atendimento satisfatório das solicitações de transfusão aos
pacientes. Segundo a gerente de Captação, a assistente social Juciara Farias, para favorecer o acesso aos serviços, descentralizou a
coleta de sangue com a implantação da Estação de Coleta Castanheira, Estação de Coleta Pátio Belém e coleta na última semana de cada
mês, na Estação Cidadania Icoaraci. A assistente social explica que o número ideal de bolsas coletadas diariamente é de 300 bolsas de
sangue.
Para ser um candidato à doação de sangue, é necessário ter entre 16 e 69 anos (menores devem estar acompanhados do responsável
legal), ter mais de 50 kg, estar bem de saúde e portar documento de identificação oficial, original e com foto. Homens podem doar com
intervalo de dois meses e mulheres, a cada três meses.
Na Região Metropolitana de Belém, as doações de sangue podem ser feitas de segunda a sexta-feira, de 7h30 às 18h, e aos sábados, de
7h30 às 17h, tanto no Hemocentro Coordenador (Padre Eutíquio, 2109) quanto na Estação de Coleta Castanheira (acesso ao Pórtico
Metrópole). De segunda a sexta-feira, de 10h às 17h, na Estação de Coleta Pátio Belém, no primeiro piso do Shopping Pátio Belém, dentro
da Estação Cidadania.
Estado deve ter cerca de 700 novos casos de câncer de mama este ano
Estado deve ter cerca de 700 novos casos de câncer de mama este ano (Foto: Irene Almeida) Josiane Damasceno faz terapia alvo
a cada 21 dias contra a doença
No mundo todo, o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, representando cerca de 25% de todos os casos novos da
doença. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano surgem 1,38 milhão de novos casos e 458 mil mortes pela
patologia. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou o surgimento de 59.700 novos casos em 2018. No Pará, a estimativa foi
de 740 novos casos neste ano, sendo 360 somente em Belém.
Dentro desse contexto, a difusão de informações sobre o tema é um dos fatores que contribuem para a conscientização do público
feminino sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Por isso, o Centro de Tratamento Oncológico (CTO), sediado em
Belém, promove até amanhã o primeiro Simpósio Amazônico de Câncer de Mama, na capital paraense.
O evento reúne mastologistas, oncologistas, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais da área da saúde que formam equipes
multidisciplinares para atuar no tratamento da doença. Acadêmicos das áreas e pacientes com câncer também participam do evento.
O mastologista Fábio Botelho de Almeida, da comissão organizadora do evento - que atua na CTO e no Hospital Ophir Loyola –, ressalta
que a medicina evolui muito nos últimos anos no campo da oncologia e hoje oferta diversos tipos de tratamento às pacientes, sempre com
uma atenção multidisciplinar. “O câncer de mama é uma doença grave, mas quando é diagnosticado precocemente as chances de cura
podem chegar a 95%. Além disso, o tratamento costuma ser menos invasivo”, explica o mastologista, que acrescenta que a ideia da CTO é
dar continuidade ao evento pelos próximos anos, inclusive leva-lo para outras capitais do País.
BATALHA
Há dois anos, a administradora Josiane Damasceno, 46, descobriu um nódulo na mama direita durante o banho, quando fazia um simples
exame de toque. Ela conta que havia feito a última mamografia – exame que diagnostica a doença – um ano antes. A paciente precisou
repetir a mamografia e, em seguida, uma biópsia confirmou que o caroço era maligno. Josiane viajou para São Paulo, onde deu início ao
tratamento. Mas, oito meses depois, quando passava por exame pré-operatórios para retirar a mama, ela recebeu a notícia de que havia
tido uma metástase óssea e pulmonar.
A paciente precisou retomar as sessões de quimioterapia e a metástase óssea e pulmonar ficaram inativas. “A doença tem controle, mas
não tem cura. Para não voltar a ficar ativa, faço a terapia alvo a cada 21 dias. Faço parte de uma ONG de São Paulo que ensina que
precisamos conhecer o tipo da doença, qual tratamento serve e, assim, fica mais fácil lidar”, diz.
O Simpósio Amazônico de Câncer de Mama vai até amanhã, no salão Empire State, do Edifício Metropolitan Tower, em Belém.
Hemopa convoca doadores de todos os tipos de sangue