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DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
DE VÍTIMAS DE TRAUMA
TÉCNICAS
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
DE VÍTIMAS DE TRAUMA
Versão 2.0
1ª Edição, 2012
NOTA DE ABERTURA
Saudações cordiais do
Miguel Soares de Oliveira
Presidente do Conselho Diretivo do INEM
FICHA TÉCNICA
Colaboradores
Bruno Teixeira,
INEM (Delegação Regional do Sul), TAE
Tiago Lopes,
INEM (Delegação Regional do Sul), TAE
Hugo Neves,
INEM (Delegação Regional do Sul), TAE
Marta Pereira,
INEM (Delegação Regional do Sul), TAE
Joana Feu,
INEM (Delegação Regional do Sul), TAE
Cláudio Ascenção,
INEM (Delegação Regional do Sul), TAE
Ludgero Soares,
INEM (Delegação Regional do Sul),
Assistente Técnico
Luís Gonçalves,
Hospital de Cascais, Enfermeiro
Tiago Dias,
INEM (Delegação Regional do Sul),
Enfermeiro
“Para sermos capazes de ajudar os outros é preciso,
em primeiro lugar aprendermos a ajudar-nos a nós próprios”
Peter Ouspensky
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
TEIVT
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
Naexecução
Na execução das
das Técnicas
Técnicas de Trauma
Trauma entende-se
entende-se por
por “1º
“1º elemento”,
elemento”aquele
aqueleque
quefica
ficaàà
cabeça da vítima, e como tal é responsável pelas “vozes” na execução das técnicas.
cabeça da vítima, e como tal é responsável pelas “vozes” na execução das técnicas.
Esta“voz”
Esta “voz” deve
deveter
ter33momentos
momentosclaros:
claros:
1. Advertência
1. Advertência/ /Chamada
Chamada((Exemplo:
Exemplo: “estão
“estãotodos
todosprontos?”)
prontos?”)
2. Execução
2. Execução(Exemplo:
(Exemplo: “à
“àminha
minhaordem
ordemvamos
vamosbaixar”)
baixar”)
3. Voz
3. Vozde
de“Alto”/Ponto
“Alto”/Pontode
deReferência
Referência
A função sensório-motora e a perfusão dos membros deve ser avaliada antes e depois
das técnicas de imobilização.
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
ESTABILIZAÇÃO MANUAL
DA CABEÇA
Objetivos: Manter a região cervical alinhada A cabeça deve ser estabilizada por
em posição neutra até que a vítima esteja imobilização manual até que se
completamente imobilizada. complete a imobilização mecânica do
Indicações: Quando mecanismo de lesão tronco e da cabeça (que implica
sugere traumatismo do crânio e/ou da coluna aplicação da aranha e só depois
vertebral (trauma vertebro-medular). apoios laterais da cabeça).
Permanecendo assim até depois do
Contraindicações: O elemento deve parar
exame no hospital;
imediatamente o movimento se, do movimento
cuidadoso da cabeça e do pescoço para uma
posição neutra, resultar alguma das seguintes ATENÇÃO: nas situações em que durante
situações: a tentativa de alinhamento para posição
Espasmo da musculatura do pescoço; neutra surge dor ou agravamento das
queixas sensitivas ou motoras, a cabeça
Aumento da dor;
deve ser imobilizada na posição em que se
Aparecimento ou agravamento de défice encontra
neurológico (como dormência, formigueiro
ou perda de função motora);
Comprometimento da função ventilatória.
Técnica:
Uma vez que, a partir do mecanismo de
trauma, existe a suspeita de lesão vertebro-
medular, o primeiro passo é estabelecer de
imediato uma imobilização da coluna
cervical com alinhamento manual em
posição neutra, segundo os seguintes
princípios:
A cabeça é estabilizada de forma
cuidadosa, alinhando-a em posição
neutra, a não ser que haja
contraindicação;
O alinhamento é mantido, sem qualquer
tração, em posição neutra (se vítima em
plano horizontal);
Na vítima sentada ou de pé deve ser
aplicada apenas uma tração
suficiente para aliviar o peso axial
(aliviar o peso da cabeça sobre a
coluna cervical);
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
Figura 1
Figura 2
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
Figura 3
Figura 4
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
Para o transporte da vítima em plano duro é obrigatória a aplicação do cinto tipo aranha
ou dos três quatros do plano e depois destes os estabilizadores laterais de cabeça.
Esta técnica deverá ser executada sempre que o mecanismo de lesão sugere traumatismo
da coluna cervical.
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
ROLAMENTO
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
Vítima em
Decúbito Ventral:
Quando a vítima se apresenta em decúbito elementos e a vítima e apoiado no
ventral, pode ser utilizado um método de bordo lateral, posicionado de forma
estabilização semelhante ao descrito para a que a sua porção terminal (zona dos
vítima em decúbito dorsal: pés) fique acima dos tornozelos da
1. Procede-se ao alinhamento inicial dos vítima;
membros; 7. Enquanto o segundo elemento
2. A posição do segundo e terceiro ajoelhado ao nível do tórax da vítima
elementos e a colocação das mãos são agarra com uma mão o seu ombro
também as descritas na técnica anterior; mais distante e com a outra o punho e
a anca, o terceiro, ajoelhado ao nível
3. É também obrigatório manter o
dos joelhos agarra com uma mão o
alinhamento;
braço e com a outra os membros
4. Se possível, a vítima deve ser sempre inferiores da vítima;
rolada na direção contrária àquela
8. A vítima é rolada em direção ao plano
para onde a sua face esta inicialmente
duro, devidamente alinhada;
voltada;
9. Depois de o segundo e o terceiro
5. O primeiro elemento coloca-se à cabeça
elementos reposicionarem três das
da vítima e mantém o alinhamento com
mãos no lado oposto da vítima, uma
estabilização em posição neutra;
fixa o plano duro, a vítima e o plano
6. O plano duro é colocado entre os são descidos para o solo. Firmemente
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
Na vítima em decúbito ventral o colar cervical só pode ser colocado depois da vítima
estar colocada e alinhada sobre o plano duro e nunca antes.
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
LEVANTAMENTO
Técnica:
1. Antes de se realizar um
levantamento deverá sempre ser
aplicado o colar cervical;
2. O 1º elemento manterá o
alinhamento e a imobilização em
posição neutra, segundo o eixo nariz
- umbigo - pés, e comandará os Figura 5
movimentos;
3. O 2º e 3º elementos ajoelhados de 6. Introduzirão as mãos debaixo da
um dos lados da vítima e o 4º e 5º vítima, nas localizações definidas,
elementos do outro lado, com o sem perturbar o alinhamento, com
mesmo joelho no chão, colocam movimentos de deslizamento. O 1º
corretamente os membros elemento dará indicação
superiores e inferiores da vítima de 'Introduzir!';
forma a permitir o levantamento; 7. Aplicando a força para cima e para a
4. O 6º elemento pegará no Plano frente farão o levantamento em
Duro, que a seu tempo introduz bloco, até à altura dos joelhos,
debaixo da vítima; sempre seguindo indicação
expressa do 1º elemento: 'À minha
5. Os elementos posicionados
voz três, levantar! - Um … dois …
lateralmente à vítima, colocam as
três!' (figura 6);
mãos sobre esta, para
percecionarem a sua correta
localização durante o levantamento,
de forma a distribuir o peso da
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
Figura 6
Figura 7
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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MACA PLUMA
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
ALINHAMENTO EM POSIÇÃO
NEUTRA NO PLANO DURO
Objetivos: Preencher o espaço sobe a Técnica:
cabeça e/ou pescoço da vítima de forma a
1. O preenchimento do espaço inferior à
manter o alinhamento em posição neutra.
cabeça e pescoço com lençol dobrado
ou qualquer outra estrutura pouco
depressível, para não ceder ao peso
do corpo, de modo a manter o
alinhamento em posição neutra;
2. Para proceder a este almofadado, em
vítima em decúbito dorsal, deve
utilizar-se a altura necessária para
manter o alinhamento da abertura do
ouvido com o topo do ombro, ficando
a face centrada na linha média.
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COLETE DE EXTRAÇÃO
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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3. Sempre que, para que se proceder à 6. Nesta altura podem ser aliviados /
remoção de uma vítima, as retirados os cintos dos membros
circunstâncias exigirem uma rotação, inferiores e, após alinhar a vítima, são
o elemento que mantém a reajustados os cintos do tórax e
imobilização da cabeça em posição abdómen. Procede-se de seguida à
neutra, comanda a execução da imobilização no respetivo plano
técnica, com a ajuda das pegas rígido;
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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Remoção da Vítima
versus Método SAVER
As opções descritas (na ordem de 1º opção
e restantes), de acordo com o método
SAVER, dependem dos espaços
existentes/necessidade de os criar pela
equipa de desencarceramento:
1. Sair para trás: em muitos casos
implica a criação de espaço adicional
(corte de 6 pilares e remoção do
tejadilho, remover bancos traseiros e
outros) que pode ser demorado e que
não beneficia a vítima (método Saver:
conceito Qualitempo), por este motivo
já não é a técnica de eleição das
equipas de desencarceramento;
2. Sair três quartos à retaguarda:
implica a remoção de todo o painel
lateral da viatura. Quando é necessário
criar espaços é a técnica mais utilizada
porque não é difícil para a equipa de
desencarceramento;
3. Pelo lado da vítima: se existe espaço
suficiente;
4. Pelo lado contrário à vítima;
5. Pela frente da viatura.
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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EXTRAÇÃO RÁPIDA
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Figura 10
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REMOÇÃO DO CAPACETE
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IMOBILIZAÇÃO VERTICAL
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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CONCEITOS GERAIS NA
IMOBILIZAÇÃO DE FRATURAS
Os cuidados de emergência das fraturas devem ficar imobilizados. Não tentar
no pré-hospitalar passam pela corrigir as deformações mas sim
imobilização provisória, que deve ser o imobilizar e transportar;
mais correta possível já que: A sequência de imobilização de uma
Numa fratura não imobilizada as fratura passa pela Tração prévia da
perdas hemorrágicas são mais mesma segundo o eixo em que se
acentuadas e há maior probabilidade encontra o membro, seguida de
de ocorrer lesão vascular e de Alinhamento e finalmente
tecidos adjacentes; Imobilização;
A dor desencadeada pelo contacto Nas lesões articulares imobilizar
dos topos ósseos é extremamente sempre o osso longo acima e abaixo
severa. da articulação. Quando as lesões
É fundamental: são articulares, a tração a exercer
deve ser mínima e feita com a
Recolher o máximo de informação
participação ativa da vítima,
sobre o mecanismo de lesão e sobre
devendo ser imobilizada na
a vítima recorrendo à nomenclatura
posição em que se encontra caso
CHAMU;
se determine a existência de
Efetuar a observação sistematizada resistência à mobilização;
de modo a detetar eventuais lesões
A imobilização deve ser feita com
associadas;
talas de madeira almofadadas,
Manter a temperatura corporal; tendo o cuidado de aliviar sempre
Uma fratura ou suspeita de fratura ao estado circulatório do membro.
deve ser sempre imobilizada As talas insufláveis estão
independentemente da distância à contraindicadas na medida em que
unidade hospitalar; podem provocar isquémia do
membro;
Controlar a hemorragia por
compressão manual direta desde Após a imobilização vigiar a função
que o local da hemorragia não circulatória e sensitiva do membro
corresponda ao local do foco de imobilizado, avaliando a cor, a
fratura. Nesta situação utilizar o temperatura, o pulso distal à fratura
garrote; e a sensibilidade das extremidades
no membro afetado e no contra
Nas fraturas dos ossos longos deve- lateral. Em algumas situações a
se imobilizar sempre a articulação fratura ou a própria imobilização
acima e abaixo da fratura, assim como pode comprometer a circulação ou a
nas fraturas das regiões articulares os função sensório-motora (figura 11);
ossos longos acima e abaixo desta
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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Uma vitima com fratura da bacia pode perder até 5 litros de sangue, no fémur 2 litros e
nos ossos da perna e braço 1 litro.
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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Fraturas do antebraço
Os sinais e sintomas das fraturas podem
estar mascarados por existir fratura de
apenas um dos ossos (rádio ou cúbito).
Nesta situação, o outro osso funciona como
uma tala.
No entanto, os movimentos de rotação
podem provocar lesões pois permitem o
movimento dos topos ósseos.
Assim, as regras gerais de tratamento das
fraturas, aplicam-se aqui sem exceções.
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
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Lesões a
nível do cotovelo
Podem resultar de traumatismos diretos
(queda sobre o cotovelo) ou indiretos
(queda sobre a mão com o braço em
extensão).
A fratura da extremidade distal do úmero
(região supracondiliana) por vezes
complica-se de lesão vascular da artéria
umeral, deve-se pesquisar sempre o pulso
radial.
A imobilização deve ser feita com o mínimo
de tração sem forçar (se a mesma não
provocar dor local muito intensa e não
houver resistência) já que a flexão
associada ao edema que habitualmente se
instala pode comprimir os vasos que
Figura 17: Imobilização de fraturas em dedos da
passam a nível do cotovelo impedindo o mão
Fraturas do
punho e mão
A nível dos dedos o mecanismo mais
frequente é o traumatismo direto sobre
estes.
A fratura do punho mais frequente é a
fratura de Colles (muitas vezes resultante
da tentativa de se proteger numa queda).
Esta fratura apresenta-se tipicamente com
uma deformidade do punho “em garfo”.
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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Fraturas da Bacia
Este tipo de lesões exige uma manipulação
cuidadosa, com imobilização em maca de
vácuo e transporte suave até unidade de
saúde.
A técnica de rolamento deve ser evitada a
todo o custo na mobilização destas vítimas.
Fraturas do fémur
A impotência funcional e o encurtamento do
membro são alguns dos sinais.
O sinal típico deste tipo de fraturas é a
rotação externa do membro inferior, com o
pé a apontar para fora (perante uma
rotação interna da perna, devemos
suspeitar, não de uma fratura, mas sim de
uma luxação da anca.)
A atitude a ter perante a suspeita de fratura
do colo do fémur, segue as regras básicas
de imobilização das fraturas: Tração,
Alinhamento, e Imobilização feita com talas
Figura 18: Imobilização na suspeita
longas até à cintura e ultrapassando o pé,
de fratura do fémur
de forma a manter a tração e alinhamento
do membro (figura 18).
As fraturas diafisárias do fémur resultam
habitualmente de traumatismos muito
violentos.
O tratamento segue as regras básicas das
fraturas, devendo as talas de madeira ser
colocadas até à cintura.
Nunca esquecer que fratura do fémur pode
implicar a perda de 1 a 2 litros de sangue.
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O TRANSPORTE DA
CRIANÇA NO AUTOMÓVEL
De acordo com um recente relatório da diferentes grupos de sistemas de
APSI (Outubro, 2010), nos últimos 12 retenção (40 “babycoques”, 33 cadeiras
anos o número de crianças vítimas de que ainda permitem viajar de costas, 50
trauma (mortos, feridos graves, feridos cadeiras viradas para a frente com cintos
ligeiros) por acidente rodoviário em internos, 43 cadeiras viradas para a frente
Portugal, passou de aproximadamente instaladas com cinto de segurança do
26.800 para 15.000, representando uma carro e 23 bancos elevatórios),
redução de 42%. distribuídos por 41 marcas.
No entanto, apesar desta redução Os 4 grupos distintos, de sistemas de
significativa, este tipo de acidentes retenção das crianças (SRC), existentes
continua a ser a maior causa de morte na no mercado são classificados e divididos
infância e adolescência (OMS, 2008), da seguinte forma:
provocando morte a aproximadamente Cadeiras dos 0-13Kg;
1000 crianças, nos últimos 12 anos,
acrescentando ainda que por cada Cadeiras dos 0-18Kg;
criança que morre, cerca de 130 ficam Cadeiras dos 9-36Kg ou 15-36Kg;
feridas (análise APSI, a partir dados
Bancos elevatórios.
ANSR 2007-2009).
Ainda de acordo com dados da APSI,
verifica-se que a maior parte das mortes Cadeiras dos 0 - 13 Kg
por acidente rodoviário (57%) ocorre com (Grupo O+)
as crianças enquanto passageiras de
automóvel e que mais de 80% das até aos 6-9 meses
crianças utiliza cadeirinha, mas só 40% Devem ser instaladas no banco de
são transportadas corretamente. trás (excecionalmente à frente), num
Os sistemas de retenção impedem que as banco que possua cinto de segurança
crianças embatam no interior do com três pontos de apoio;
automóvel ou sejam projetados para o Este grupo é indicado para recém-
exterior, diminuindo assim o risco de nascidos e bebés pequenos;
traumatismos crânio-encefálicos,
cervicais, fraturas ou outros tipos de Estas cadeiras utilizam-se sempre
lesões. voltadas para trás;
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Cadeiras dos 0 - 18 Kg
(Grupo O+/I)
até aos 18 meses
Devem ser instaladas no banco de
trás (excecionalmente à frente), num
banco que possua cinto de segurança
com três pontos de apoio;
Podem ser instaladas voltadas para a
frente ou para trás, mas mesmo que a
criança comece a bater com os pés
no banco do automóvel ou vá com as
pernas um pouco dobradas a solução
de maior segurança é a cadeira Figura 19: Cadeiras dos 0 - 18 Kg
ONa execução
bebé das Técnicas
tem o pescoço muito defrágil
Traumae a entende-se por “1º
cabeça grande elemento”,
e pesada, peloaquele que sofrer
que pode fica à
cabeça da vítima,
ferimentos muitoegraves
como talcom
é responsável pelas “vozes”
grande facilidade. Devena execução das técnicas.
por isso viajar sempre numa
cadeirinha voltada
Esta “voz” deve ter 3 para trás. claros:
momentos Assim, num choque frontal, a cabeça, o pescoço e as
costas da criança serão amparados uniformemente pela cadeirinha. Estas cadeiras
1. Advertência / Chamada ( Exemplo: “estão todos prontos?”)
protegem melhor que qualquer outro tipo de cadeira - em caso de acidente podem
2. aExecução
facto
salvar vida de 9 (Exemplo:
em cada 10 “àcrianças.
minha ordem vamos baixar”)
3. Voz de “Alto”/Ponto de Referência
Nas cadeiras que têm cintos internos é muito importante que estes estejam sempre
bem ajustados. Ajuste-os de forma a que não fique uma folga superior a um dedo entre
os cintos e os ombros da criança. Se a folga for mais elevada, a criança poderá ser
"cuspida" para fora da cadeira e para fora do automóvel se acontecer um acidente
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IMOBILIZAÇÃO PEDIÁTRICA
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
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Figura 22 Figura 23
O bébé pode ficar agitado aquando da tentativa de imobilização cefálica, mesmo com a
mãe no seu campo de visão.
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
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Criança na cadeira
(Grupo II/III) cerca de 5 Anos
Imobilização e extração como
recomendada para o adulto;
Se lesões com risco de vida:
imobilização inicial na cadeira,
seguido de extração para o plano de
forma a permitir a abordagem de
todas as lesões críticas identificadas;
Criança não crítica: manter a
imobilização na cadeira,
almofadando os espaços e efetuar
assim o transporte à unidade
hospitalar;
Em alguns dispositivos/marcas
existe a possibilidade de deitar a
criança na própria cadeira, o que
permite deslizar a criança para o
plano/imobilizador;
Após a extração da cadeira, a
criança deverá ser imobilizada no
plano duro.
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
àNa
O cexecução
acolete eudas
qa ,Técnicas
if euqdeelextração emelede
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oãçtal
ucé
dposição exresponsável
esentada v“pelas
salep“vozes”
an ”sezo(cadeiras levem na
psexecução
ásnoautomóvel, das
c e técnicas.
er é lat omespaços
o ,amitíconfinados
v ad açebac
entre outros).
Esta “voz” deve ter 3 momentos claros: :soralc sotnemom 3 ret eved ”zov“ atsE
O recurso a utilizar poderá
1. Advertência / Chamada ser o plano
)”?sotn(oExemplo: duro
rp sodot o“estão com
ãtse“ :todos o (necessário
adamahC / a“almofadar”
olpmeprontos?”)
xE icnêtrevdA .1(dos
ombros à pelvis), mantendo o principio da estabilização e alinhamento da coluna
2. Execução (Exemplo: “à minha)”raxiordem
ab somvamos
av medbaixar”)
ro ahnim à“ :olpmexE( oãçucexE .2
vertebral ao longo de todo o processo.
3. Voz de “Alto”/Ponto de Referência aicnêrefeR ed otnoP/”otlA“ ed zoV .3
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
Nas vitimas pediátricas está contra indicada a utilização do cinto de fixação sobre o
mento, já que pode provocar obstrução da via aérea por pressão sobre os tecidos
moles da região submentoniana.
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
Imobilização Pediátrica
com colete de extração
Técnica:
1. Garantir alinhamento neutro da cabeça
e pescoço;
2. Se as pernas da criança forem mais
compridas do que o dispositivo, colocar
o colete em cima de um plano duro;
3. Se for necessário “almofadar” para
garantir posição cervical neutra, utilizar
almofada do dispositivo;
4. Utilizar técnica de rolamento ou
levantamento para colocar no
dispositivo;
5. Levantar as abas laterais do colete e
dobra-las para dentro ao longo da
vitima, o que irá garantir que o tórax e
abdómen não ficaram restritos de
movimentos ventilatórios;
6. Fixar as abas laterais com as precintas
ou com fita adesiva;
7. Levantar as abas da cabeça e dobrá-
las para dentro por forma a que fiquem
ao nível (altura) do frontal;
8. Fixar abas laterais da cabeça.
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DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
TRANSPORTE DE
VÍTIMAS DE TRAUMA
Em Maca de Vácuo 5. No transporte a maca de vácuo deve
sempre ser colocada sobre um plano
Indicações: Retirar vítimas de espaços duro.
reduzidos, quando não há suspeita de
trauma vertebro-medular; Transportes
com duração superior a 60 minutos;
Helitransporte; Em vítimas com trauma da
coluna vertebral é mandatório utilizar em
conjunto com o plano duro.
Precauções: Não existe qualquer estudo
que demonstre/estude a eficácia deste
dispositivo na imobilização de fraturas dos
membros. Pelo que não se recomenda a
utilização deste dispositivo de forma
isolada, com esse objetivo.
Técnica de aplicação da
Maca de Vácuo:
1. A maca de vácuo deve ser colocada
sobre o plano duro, que deve ter
inserido os respetivos três cintos na
região do tórax, cintura pélvica e
membros inferiores, garantindo
assim a posterior fixação da maca de
vácuo ao plano duro;
2. A maca de vácuo é previamente
estendida e distribuído o seu
conteúdo de forma uniforme;
3. Após colocação da vítima a maca
deve ser ajustada com cuidado, com Figura 26: Aplicação de maca de vácuo
atenção às zonas a imobilizar, aos
membros inferiores, aos membros
superiores e à cabeça, sem impedir
a circulação;
4. Extrai-se de seguida o ar da maca de
vácuo, com a ajuda do aspirador ou
com a bomba própria, mantendo o
ajustamento;
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
Durante o transporte:
Verificar se surge dificuldade respiratória;
Vigiar corretamente os sinais vitais;
Devem ser evitados movimentos desnecessários.
Em Plano Duro
Se necessário, e se a duração prevista do
transporte for inferior a 60 minutos, a
vítima pode seguir em Plano Duro com
estabilizadores da cabeça e cintos
aplicados, até ao Hospital.
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TÉCNICAS SECÇÃO 1
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO TÉCNICAS DE
DE VÍTIMAS DE TRAUMA EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
Mudança no Hospital
A equipa de emergência pré-hospitalar
deve colaborar na transferência da vítima
de maca, na unidade de saúde de destino.
Consoante o tipo de imobilização/dispositivo
utilizado assim deveremos ter alguns
procedimentos na sua remoção/mobilização.
Como aspetos comuns às técnicas:
1. A transferência de maca deve ser
realizada com recurso a um levantamento
da vítima. O levantamento pode ser com
plano duro, em “bloco” (tradicional) ou
com recurso a maca pluma
(provavelmente o método mais eficaz e
seguro na maioria das situações);
2. O apoio da cabeça e o alinhamento
da coluna deverá ser mantido em
todas as etapas (ex.: remoção de
dispositivos, levantamento, na troca
de colar cervical).
facto Ainda que imobilizada em maca de vácuo, colete de extração ou plano duro, uma
vítima pode fazer Raio-X.
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SECÇÃO 2
EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
ENCARCERADAS
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DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
INTRODUÇÃO
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TÉCNICAS SECÇÃO 2
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
APLICAÇÃO DO
MÉTODO “SAVER”
A aplicação deste modelo, propriedade do Chefe de equipa: É o responsável pela
ICET (International Center for Emergency segurança do local do acidente. Em
Techniques) é implementada em Portugal resumo:
pela Escola Nacional de Bombeiros, que Preferencialmente identificado para
forma a nível nacional equipas de ser facilmente reconhecido;
bombeiros em Salvamento e
Desencarceramento. Faz o reconhecimento / avaliação do
acidente acompanhado do
Desde há alguns anos que o ICET
segurança
desenvolve este método de intervenção
em acidentes de viação com vítimas Estabelece a estratégia
encarceradas. Coordena a equipa
O objetivo principal é capacitar as equipas É o elemento de referência para as
de salvamento com um sistema que outras equipas
permita uma organização no local do
Assistente geral:
acidente e sistematicamente efetuar o
emergente e por vezes difícil, desafio, de Prepara a área do Equipamento;
extrair uma vítima encarcerada. Em cada Opera o grupo energético;
fase estão presentes as melhores
Mantém todo o material pronto a ser
inovações técnicas quer a nível da
usado;
extração, quer a nível da intervenção
médica de emergência, favorecendo Está atento às necessidades dos
sempre a interação multidisciplinar das operadores;
equipas presentes. Atua em caso de incêndio.
Operadores de ferramentas (dois): À
Composição e funções ordem do chefe estabilizam o local e o
veículo, prevendo as situações de risco;
da equipa de
criam espaço para acesso à vítima e
desencarceramento removem de forma sistemática todos os
destroços para a sua remoção.
Tendo em vista a compreensão de todo o
trabalho desenvolvido pela equipa de Elemento da segurança:
Salvamento e Desencarceramento dos Acompanha o chefe no reconhecimento
bombeiros, torna-se necessário conhecer
Controla os perigos presentes;
as funções dos elementos integrantes da
equipa, do número ideal e das suas Protege a vítima e o socorrista;
respetivas funções. Está atento à segurança da equipa;
A equipa deve ser constituída por seis (6)
Está atento à segurança do local;
elementos com funções perfeitamente
definidas. Protege as pontas afiadas e cortantes;
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DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
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TÉCNICAS SECÇÃO 2
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
Fases do Protocolo
de Atuação
Reconhecimento Fase 1
Estabilização Fase 2
Fase 4 Fase 5
Cuidados
Criação de espaço
pré-hospitalares
Extração Fase 6
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DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
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TÉCNICAS SECÇÃO 2
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
acionados e de uma forma geral, mesmo Lesões nos olhos provocadas pelos óculos ou
pelas mãos
para a situação em que já se colocou a
Projeção para a boca de destroços
proteção, a regra fundamental a cumprir Fraturas nos punhos
por todos os intervenientes é não colocar Lesões no ouvido interno provocada pela onda
nada nem ninguém entre o volante, o de choque da explosão
Cuidados Pré-hospitalares
No espaço confinado de uma viatura
acidentada torna-se muito difícil o socorro,
no entanto devem respeitar-se os
protocolos de abordagem das vítimas na
medida do possível.
Há que lembrar que os trabalhos de
desencarceramento podem ser
prolongados, pelo que a estabilização da
Figura 28: Aplicação das proteções dos airbags
vítima nesta fase é de vital importância.
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TÉCNICAS SECÇÃO 2
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
Criação de Espaços
Simultaneamente, pode e deve-se
proceder aos cuidados de emergência
com a consequente estabilização da
vítima encarcerada, criando o espaço
necessário, com as técnicas de
desencarceramento mais adequadas e
nunca descurando os cuidados
relacionados com a segurança do local.
Extração
É a fase da extração da vítima do espaço
confinado aonde se encontra. A extração
deve ser orientada e organizada, com a
definição prévia das movimentações da
vítima:
Quem dá?
Como?
Que etapas?
Para onde?
Ter a certeza que todos entenderam antes
de movimentar a vítima.
Avaliação e Treino
Trata-se da avaliação final do trabalho
efetuado e da reflexão crítica acerca do
funcionamento da equipa.
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TÉCNICAS SECÇÃO 2
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
CONCEITO DE ENCARCERAMENTO
E EXTRAÇÃO
Define-se por encarcerado toda a vítima uma melhor prestação de cuidados de
que tenha sofrido um acidente e se emergência pré-hospitalares.
encontre confinada a um espaço do qual A extração imediata/rápida é efetuada
não pode sair pelos seus próprios meios. apenas quando o estado da vítima não
Para que a atuação perante as vítimas de permite a estabilização de ABC no local. A
trauma encarceradas tenha sucesso, vítima tem que ser removida do veículo
temos que, por um lado, não agravar as para lhe serem administrados os
lesões que tem e, por outro, evitar o cuidados pré-hospitalares adequados. A
aparecimento de novas. presença de perigo para a equipa de
Consideram-se então três tipos de socorro ou para a vítima é também
encarcerado: mecânico, físico tipo I e indicador para este procedimento.
físico tipo II. No entanto, e de forma a optimizarmos o
Encarceramento Mecânico: A vítima, socorro que prestamos à vítima, a
embora possa não apresentar lesões, extração imediata/rápida deve ser
devido à deformação do veículo considerada como a última opção.
acidentado está impossibilitada de sair Se estivermos perante um encarcerado
pelos seus próprios meios. físico tipo II a extração rápida é impossível
Encarceramento Físico Tipo I: Situação de efetuar.
em que as vítima apresenta lesões que
requerem a criação de espaço adicional
para se poder, em condições de segurança,
prestar os cuidados pré-hospitalares
necessários à sua estabilização e para que
a extração seja o mais controlada possível.
Encarceramento Físico Tipo II: Situação
em que a vítima apresenta lesões devido
ao contacto físico ou penetração de
estruturas componentes do veículo.
Considerando as lesões da vítima ou as
condições de segurança temos os
seguintes tipos de extração:
Extração Controlada
Extração Imediata/Rápida
A extração controlada é a opção mais
correta quando o estado clinico da vítima
p e rmi te o d e sma n te l a me n to e m
segurança do veículo. Por outro lado a
criação de espaço pode ainda permitir
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TÉCNICAS SECÇÃO 2
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
ZONAS DE TRABALHO
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DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
REGRAS E PROCEDIMENTOS
DE SEGURANÇA
As equipas de socorro (Ambulância Se, em alguma ocasião, o técnico de
e VMER) só devem entrar na zona saúde detetar uma situação que
de trabalho interior após o chefe da envolva risco para a sua equipa ou
equipa de desencarceramento para a vítima, deve chamar a
considerar que há condições de atenção do chefe da equipa de
segurança para tal. desencarceramento para o facto.
Caso haja necessidade de algum Deve haver uma estreita relação
dos elementos da equipa de socorro entre os chefes da equipa de pré -
permanecer dentro do veículo hospitalar e de desencarceramento,
acidentado deve sempre proteger- devendo cada um respeitar as áreas
se com equipamento individual de de competência e de
segurança (casaco, calças, responsabilidade do outro.
capacete, luvas e botas). Para
tarefas delicadas, como sejam a
colocação de um colar cervical ou
canalização de veias podem ser
retiradas as luvas de proteção,
havendo sempre sob estas, luvas de
látex.
Sempre que se efetue remoção,
corte ou quebra de vidros, ou
estejam a ser efetuados outros
trabalhos, devem ser utilizadas
proteções maleáveis e rígidas que
se entrepõem entre as ferramentas
e o socorrista e vítima. Estas
proteções previnem a projeção de
estilhaços capazes de provocar
lesões.
As arestas cortantes estão
presentes por todo o lado e há que
contar com elas, mesmo quando se
utiliza o equipamento individual de
proteção e foram colocadas as
proteções pelo elemento da
segurança.
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TÉCNICAS SECÇÃO 2
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
Tipo de veículos
Veículos ligeiros de duas ou três portas;
Veículos ligeiros de quatro ou cinco portas;
Veículos pesados de passageiros;
Veículos pesados de mercadorias.
Estruturas mais
importantes (comuns)
Pilar B Pilar A
Pilar C
Tablier
Painel lateral
Guarda-lamas
Figura 29
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TÉCNICAS SECÇÃO 2
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
CORTES ESTRATÉGICOS
MAIS USADOS
Para estes procedimentos usam-se
ferramentas diversas de estabilização, de
corte, de expansão, de sustentação, entre
outras. Estas são cada vez mais seguras e
mais fáceis de utilizar mas o seu uso
requer treino adequado e equipamento
individual de proteção.
A potência de algumas destas ferramentas
é enorme e há sempre o risco de alguma
se partir com projeção de estilhaços a Figura 32: Remoção lateral
grande velocidade. Daí a importância de
se munir do equipamento individual de
proteção. Esta regra aplica-se a todos os
elementos que se encontrem no círculo de
trabalho interior.
Abertura do Tejadilho
Figura 33: Remoção total
Abertura
Forçada da Porta
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DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
Afastamento
Frontal do Tablier
Figura 36
Remoção do
Painel Lateral
Figura 37
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TÉCNICAS SECÇÃO 2
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
EQUIPAMENTO MAIS
FREQUENTEMENTE USADO
Material de estabilização
Cunhas, calços, barrotes e blocos;
Macacos mecânicos e hidráulicos;
Almofadas de alta e baixa pressão.
Figura 38
Chave de force
Figura 39 Figura 40
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DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS
DE VÍTIMAS DE TRAUMA ENCARCERADAS
Figura 41
Almofadas insufláveis
Podem elevar alguns centímetros numa Figura 43
estrutura de várias toneladas.
Figura 42
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BIBLIOGRAFIA
LITERATURA
RECOMENDADA
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TÉCNICAS BIBLIOGRAFIA
DE EXTRAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO LITERATURA
DE VÍTIMAS DE TRAUMA RECOMENDADA
BIBLIOGRAFIA
LITERATURA RECOMENDADA
PHTLS
Prehospital Trauma Life Support
NAEMT National Association of Emergency Medical
Technicians. 7ª Edição
PEPP
Pediatric Education for Prehospital
Professionals
AAP American Academy of Pediatrics. 2ª Edição
Método SAVER TM
Systematic Approach to Victim Entrapment
Rescue.
Suporte Pedagógico fornecido aos formadores de
Salvamento e Desencarceramento pela Escola
Nacional de Bombeiros
Leitura Recomendada
www.apsi.org.pt
www.icet.nl
www.holmatro.com
www.enb.pt
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