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AMT é a energia cedida pela bomba por unidade de massa do líquido bombeado. Usualmente é usada QUANDO A VISCOSIDADE DO FLUIDO É ELEVADA: A bomba centrífuga tem grande perda de
como energia cedida por unidade de peso do “líquido bombeado”. Podemos entender a AMT como a rendimento nesta condição.
energia fornecida pela bomba expressa sob a forma de altura de coluna de líquido, daí receber também o
nome de metros de coluna de líquido. Para cada vazão, a bomba centrífuga fornece uma AMT. Na seleção NO BOMBEAMENTO DE ÓLEO LUBRIFICANTE DE GRANDES MÁQUINAS: Embora algumas
de bombas centrífugas é mais comum usar AMT do que a pressão, isto porque a AMT é fixa, independe do máquinas utilizem bombas centrífugas, nesse tipo de serviço, é mais freqüente o uso de bombas de
líquido bombeado, enquanto a pressão irá variar de acordo com o líquido. Nas bombas de deslocamento parafusos ou de engrenagens.
positivo não se usa AMT e sim a pressão, que é dada pelo sistema. Como a AMT é a energia cedida por
uma bomba para uma determinada vazão, podemos calculá-la pela diferença de energias existentes entre 1.2 - BOMBAS DE FLUXO AXIAL
a descarga e a sucção da bomba. Se medirmos a AMT fornecida por uma bomba centrífuga para algumas Propulsora. A água sai do rotor com a direção aproximadamente axial com relação ao eixo. Neste tipo de
vazões diferentes e plotarmos estes pontos em um gráfico e os unirmos com uma linha, obteremos o bomba o rotor é também chamado de hélice. A energia é cedida ao líquido sob a forma de arrasto. É
gráfico de AMT x vazão desta bomba. O aspecto seria semelhante ao mostrado abaixo, que pertence a indicada para grandes vazões e baixas alturas manométricas.
uma bomba centrífuga radial. Se alterarmos o diâmetro do impelidor ou a rotação, a curva se modificará.
Por isso, é usual registrar no gráfico esses valores. AMT é sempre calculada nos flanges da bomba e é 1.3 - BOMBAS DE FLUXO MISTO
usual adotar como plano horizontal de referência o que passa pela linha de centro do impelidor para Centrifugo-propulsora. O liquido sai do rotor com direção inclinada com relação ao eixo. Atende a faixa
bombas horizontais e, para bombas verticais, o usual é a linha que passa pelos centros dos flanges. intermediária entre a centrifuga e a axial. A direita do ponto de melhor rendimento a vazão aumenta
com decréscimo da altura manométrica, mas a potência consumida diminui ligeiramente. Para a
esquerda a altura manométrica cresce com a diminuição da vazão, enquanto que a potência
consumida cresce ligeiramente de inicio e em seguida decresce. A energia transmitida pelo impelidor
é sob a forma centrífuga e de arrasto.
A energia por unidade de peso de um líquido escoando (ou altura manométrica) em um determinado ponto
da tubulação é composta pela soma da energia de três parcelas: da energia de pressão, da energia CAVITAÇÃO, NPSH DISPONÍVEL E NPSH REQUERIDO DE TURBOBOMBAS
cinética (ou de velocidade) e da energia potencial (de altura) em relação a um plano horizontal. A Quando a vaporização do líquido no interior da bomba atinge certa intensidade, ocorre um forte ruído,
expressão dessas energias, em metros, é dada por: como se ela estivesse bombeando pedras. A vibração da bomba fica elevada e os ponteiros dos
manômetros de sucção e de descarga oscilam. A pressão de descarga e a vazão ficam prejudicadas. Os
impelidores podem sofrer danos. Nos casos mais severos, a bomba pode perder a escorva e deixar de
bombear. Esse tipo de problema quase sempre é diagnosticado como CAVITAÇÃO. Quando a pressão de
um líquido numa dada temperatura atinge a sua pressão de vapor, tem início a vaporização. Na Figura,
temos um gráfico representando a pressão de vapor da água em função da temperatura. Os pontos
1.1.1 - Principio e Funcionamento situados acima da linha de equilíbrio, parte branca, estão na fase líquida e os abaixo, na parte cinza, estão
O funcionamento da bomba centrífuga baseia-se na criação de uma zona de baixa pressão e de uma zona na fase vapor. Sobre a linha, temos as duas fases, líquido e vapor, convivendo em equilíbrio. Um líquido
de alta pressão. Para o funcionamento, é necessário que a carcaça esteja completamente cheia de liquido pode atingir a pressão de vapor mantendo-se a temperatura constante e reduzindo-se a pressão (1– 2).
e, portanto, que o rotor esteja mergulhado no liquido. Devido à rotação do rotor, comunicada por uma fonte Podemos também manter a pressão constante e aumentar apenas a temperatura (1– 4), ou alterar a
externa de energia (geralmente um motor elétrico), o liquido que se encontra entre as palhetas no interior pressão e a temperatura simultaneamente (1– 3 ou 1– 5). A vaporização também pode ocorrer com a
do rotor é arrastado do centro para a periferia pelo efeito da força centrífuga. Produz-se assim uma redução da temperatura, como mostrado em (1– 6). Numa bomba centrífuga até a entrada das pás do
depressão interna ao rotor, o que acarreta um fluxo vindo através da conexão de sucção. impelidor, o líquido ainda não recebeu energia, logo, ainda não aqueceu. Se vaporizar nessa região, será
numa temperatura próxima da de sucção da bomba; portanto, deve ser pelo processo 1– 2 da Figura, em
O liquido impulsionado sai do rotor, em alta velocidade e é lançado na carcaça que contorna o rotor. Na que só a queda de pressão contribui.
carcaça grande parte da energia cinética do liquido (energia de velocidade) é transformada em energia de
pressão durante a sua trajetória para a boca de recalque. Faz-se necessária essa transformação de
energia porque as velocidades do liquido na saída do rotor, seriam prejudiciais às tubulações de recalque e
também porque a energia de velocidade pode ser facilmente dissipada por choques nas conexões e peças
das canalizações de recalque. A energia cedida pela bomba (AMT) para a vazão em questão será igual à diferença entre as energias na
descarga e na sucção.
1.1.2 - Vantagens Das Bombas Centrífugas
a) Maior flexibilidade de operação: Uma única bomba pode abranger uma grande faixa de trabalho
(variando a rotação e o diâmetro do rotor).
b) Pressão máxima: Não existe perigo de se ultrapassar, em uma instalação qualquer, a pressão máxima
(Shutt-off) da bomba quando em operação.
c) Pressão Uniforme: Se não houver alteração de vazão a pressão se mantém praticamente constante.
d) Baixo custo: São bombas que apresentam bom rendimento e construção relativamente simples. 1.1.4 - APLICAÇÕES TÍPICAS
Uma das grandes vantagens da bomba centrífuga é sua capacidade de variar a vazão. As bombas
pequenas podem operar de 10% a 120% da vazão de projeto. Em boa parte dos processos que
1.1.3 - Classificação das Bombas Centrifugas.
necessitam um controle de vazão, é utilizada uma válvula de controle na linha de descarga da bomba
Existem várias formas de classificação das bombas centrífugas, simplificadamente, utilizaremos somente a
centrífuga. Conforme sua abertura seja aumentada ou reduzida, a perda de carga será alterada,
classificação segundo o angulo que a direção do líquido ao sair do rotor forma com a direção do eixo, as
modificando, como consequência, a vazão da bomba. Podemos usar também a rotação para variar a
bombas se classificam em:
vazão. Existem bombas centrífugas projetadas para poucos m3/h de vazão, enquanto outras são para Para sabermos se um líquido está na eminência de vaporizar, temos de comparar a pressão de vapor
milhares de m3/h. As bombas de baixa vazão costumam ter um rendimento inferior ao das bombas com a pressão absoluta do líquido e não com sua pressão manométrica. A pressão absoluta é
a) Centrífuga de fluxo radial: centrifuga propriamente dita. O liquido sai do rotor radialmente a direção do
com vazões mais elevadas. As pressões fornecidas por esse tipo de bomba podem ir de alguns kgf/cm 2 obtida somando-se a pressão indicada pelo manômetro (pressão relativa ou manométrica) à
eixo. São as mais difundidas. A potência consumida cresce com o aumento da vazão. São empregadas
até centenas de kgf/cm2. Quando as pressões são muito altas, as bombas centrífugas são projetadas com pressão atmosférica local. Normalmente nas bombas existe uma perda de carga (queda de pressão)
para pequenas e médias descargas e para qualquer altura manométrica, porém caem de rendimento para
vários estágios (impelidores) em série. As bombas centrífugas possui larga aplicação, abrangendo entre o flange da bomba e a entrada das pás do impelidor. Imediatamente antes das pás, temos a região
grandes vazões e pequenas alturas além de serem de grandes dimensões nestas condições.
praticamente todas as áreas, sendo mais fácil citar as condições em que não são empregadas. Senão de menor pressão. Então, caso ocorra vaporização por problema de pressão no interior da bomba, este é
vejamos: um dos locais mais prováveis.
b) Centrífuga Francis: Utiliza um impelidor tipo Francis.
A VAZÃO É MUITO PEQUENA: Quando a vazão é inferior a 5 m3/h, embora existam bombas menores.
Para cada vazão, a bomba irá requerer uma energia mínima por unidade de peso do líquido bombeado na CURVAS CARACTERÍSTICAS DE BOMBAS CENTRÍFUGAS
flange de sucção (pressão e velocidade) para evitar que a pressão interna do líquido caia abaixo da As curvas características de uma bomba recebem esse nome por serem as curvas que caracterizam seu
pressão de vapor, provocando a vaporização no seu interior. Essa energia no flange de sucção recebe o desempenho. A curva de potência muda com o produto bombeado em função do peso específico. As
nome de NPSH (Net Positive Suction Head, que significa o valor da altura manométrica de sucção positiva outras curvas características independem do fluido, desde que a viscosidade do mesmo seja baixa.
líquida. O termo “net = líquida” corresponde à diferença entre a energia disponível e a da pressão de
vapor. O termo “positiva” indica que essa diferença tem de ser positiva, senão o líquido vaporizará. O CURVA DE RENDIMENTO X VAZÃO
NPSH representa a “Energia Absoluta” no flange de sucção, acima da pressão de vapor do fluído Rendimento ou eficiência de uma bomba é a relação entre a potência que ela fornece ao líquido e a
naquela temperatura que impedirá do fluido entrar em cavitação. Os fabricantes fornecem a curva do potência recebida do acionador. Por exemplo, a bomba está recebendo no seu eixo uma potência de
NPSH requerido versus vazão. Cada bomba, em função de seus parâmetros, necessita de uma 100HP. Se ela estiver cedendo ao líquido 60HP, seu rendimento será de 0,6 ou 60%. Nesse caso, os 40%
determinada energia absoluta (acima da pressão de vapor) em seu flange de sucção, de tal modo que a restantes do rendimento, correspondentes a 40HP, estão sendo consumidos pelos atritos (dos mancais e
perda de carga que ocorrerá até à entrada do rotor não seja suficiente para acarretar cavitação, quando do líquido), choques e mudanças de direção do líquido no interior da bomba. O rendimento da bomba é
operada naquelas condições de vazão. A esta energia denominamos de NPSH REQUERIDO. O NPSH calculado com base na potência recebida pelo seu eixo, não importando a potência de placa do acionador.
requerido é sempre determinado para água fria, expresso em metros de coluna d’água, e crescente com a
vazão. Assim, em resumo, o NPSH requerido representa a energia absoluta do líquido, acima de sua
pressão de vapor, necessária no flange de sucção da bomba, de tal forma que garante a não ocorrência de
cavitação na mesma. O NPSH requerido será a diferença entre a energia total na sucção (pressão +
velocidade) e o valor da pressão nesse ponto. O NPSH requerido é uma característica apenas da A região de menor pressão é a antes das pás do impelidor, região 4. No ponto “a” (lado direito) a
bomba. pressão interna passa a ser menor do que a pressão de vapor, o que levará à vaporização do líquido. Logo
após as pás, o líquido recebe energia do impelidor e a pressão interna aumenta, voltando a superar a
pressão de vapor, ponto “b”. A partir deste ponto, o vapor retornará à fase líquida. No bombeamento com
vaporização, quase sempre a vaporização é parcial, ou seja, só uma parte do líquido é vaporizada. Vários
pontos da região 4 não terão a pressão inferior à pressão de vapor. Se a vaporização fosse total, a bomba
ficaria completamente cheia de vapor, perderia a escorva e deixaria de bombear totalmente.
O rendimento cresce com a vazão até um determinado ponto de valor máximo e começa a cair. Na curva
mostrada, esse valor máximo de rendimento da bomba ocorre na vazão de 80m3/h. Tal ponto é o ponto de
máxima eficiência, usualmente chamado de BEP (best efficiency point) da bomba. A vazão do BEP é a
vazão para a qual a bomba foi projetada. O rendimento é máximo porque o líquido entra no impelidor com
Cabe notar que sua curva não se estende até a vazão nula, parando antes. Portanto, não podemos o ângulo mais favorável em relação às pás, praticamente sem choques. Por esse motivo, as bombas
extrapolar o valor do NPSH para vazões inferiores à fornecida pela curva do fabricante (Q1). Na apresentam valores menores de vibrações quando trabalham próximas desse ponto. A curva de
realidade, nessa região, os valores de NPSH requeridos aumentam significativamente. Esses valores não rendimento é válida para qualquer líquido, desde que a viscosidade não seja alta.
são plotados pelos fabricantes por serem influenciados pelo sistema. O sistema no qual a bomba se
encontra instalada irá disponibilizar para cada vazão uma energia no flange de sucção da bomba. Essa CURVA DE POTÊNCIA X VAZÃO
energia sob a forma de energia absoluta (com pressão absoluta e velocidade), disponibilizada no flange de CURVA DO SISTEMA E PONTO DE TRABALHO DA BOMBA Na Figura, temos uma curva característica de potência x vazão de uma bomba centrífuga.
sucção da bomba, acima da pressão de vapor, é denominada NPSH disponível. É sempre expresso em Sabemos que a bomba trabalha sobre um ponto de sua curva de AMT x vazão, mas em qual deles? Para
metros ou em pés de coluna de líquido bombeado. Por definição, o NPSH é calculado no flange de sucção saber isso, é necessário conhecer o sistema no qual a bomba irá trabalhar de modo que possamos
da bomba com referência a um plano horizontal. No caso das bombas horizontais, o plano é o que passa calcular a curva desse sistema. A curva do sistema representa as energias que necessitam ser vencidas
pela linha de centro do impelidor. Para uma mesma instalação, pela equação do NPSH disponível, vemos para ir do vaso de sucção ao de descarga para cada vazão. Essas energias são: a diferença de pressão
que, ao variar a vazão, apenas dois itens serão alterados, a pressão de sucção e a velocidade de sucção. entre os dois vasos (P), a diferença de níveis (H) e a perda de carga (h1, h2, etc...) nas linhas de
Os demais permanecem constantes. Quando aumentamos a vazão, aumentamos a velocidade de sucção e de descarga em função da vazão. Se as pressões dos vasos e seus níveis forem constantes,
escoamento Vs na linha de sucção. O aumento da velocidade eleva a perda de carga entre o vaso de somente a perda de carga irá variar. Todas essas perdas são expressas em metros de coluna.
sucção e a bomba, reduzindo a pressão de sucção Ps. A perda de energia com a redução de Ps é
maior do que o ganho com Vs. Portanto, o NPSH disponível cai com o aumento da vazão. O NPSH
disponível por definição, para uma determinada vazão, é a energia total (de pressão + de velocidade) por
unidade de peso que o sistema disponibiliza no flange de sucção da bomba acima da pressão de vapor. É
uma característica do sistema no qual a bomba trabalha e da pressão de vapor do produto na
temperatura de trabalho. NPSHdisp>NPSHreq, provavelmente não ocorrerá o fenômeno da cavitação.
BOMBAS DE PALHETAS
A bomba de palhetas possui um rotor que gira excentricamente com a carcaça. Nesse rotor, ficam alojadas
diversas palhetas que, pela força centrífuga ou por meio de molas, são expelidas, mantendo contato com a
carcaça. Na região de sucção, a carcaça possui um rebaixo para permitir a entrada do líquido. Como o
BOMBAS ROTATIVAS rotor é montado excêntrico com a carcaça, na sucção, as pás consecutivas formam uma câmara com a
As bombas rotativas fornecem energia ao líquido por meio de um elemento rotativo. A rotação visa apenas carcaça, onde cabe um determinado volume. O rotor, ao girar, bloqueia o líquido nessas câmaras,
deslocar o líquido e não acelerá-lo. Como toda bomba de deslocamento positivo, as rotativas também deslocando-o até chegar à região da descarga. Devido à excentricidade do rotor, o volume da câmara fica
aprisionam o líquido em uma câmara na região de sucção e, por meio de rotação, empurram o praticamente nulo nessa região, obrigando o líquido a sair pela descarga da bomba. Com rotação alta,
líquido para a descarga. Esse tipo de bomba não necessita de válvulas para o seu funcionamento. As esse tipo de bomba não apresenta pulsação de vazão nem de pressão.
Para elaborar a curva das bombas operando em série, basta somar as AMTs de cada bomba para a vazão
em questão. bombas rotativas possuem folgas entre o elemento girante e o estacionário, de modo que sempre temos
um pequeno vazamento interno. Se não tivéssemos as fugas, a vazão seria sempre a mesma,
independente da pressão (caso teórico). No caso real, quanto maior o diferencial de pressão da bomba (P),
maior esse vazamento e, um pouco menor a vazão fornecida ao sistema. Quanto maior a viscosidade do
líquido bombeado, menor as fugas, o que aumenta ligeiramente a vazão da bomba.
BOMBA DE LÓBULOS
As bombas de lóbulos possuem dois rotores que giram em sentido contrário dentro da carcaça. Pelo seu
formato, ao girarem, aprisionam na sucção um volume de líquido entre seus lóbulos e a carcaça, volume
esse que é deslocado e liberado na descarga. Os rotores estão sempre em contato na parte central,
fazendo a vedação. Existem bombas de um, dois, três e cinco lóbulos.
BOMBA DE ENGRENAGENS
As bombas de engrenagem podem ser de dois tipos: engrenagens internas e externas. As de engrenagens
internas podem ser com crescente ou sem crescente.
BOMBAS ALTERNATIVAS
As bombas alternativas fornecem a energia ao líquido por meio do deslocamento linear de um pistão, de
um êmbolo ou de um diafragma. Essas bombas são ditas de simples efeito quando bombeiam apenas num
dos sentidos do curso, e de duplo efeito quando bombeiam nos dois sentidos.
1 - COMPRESSORES COMPRESSORES DE LÓBULOS
Os compressores são máquinas que servem para comprimir um gás à pressão desejada. Podem ser Esse tipo de compressor possui dois rotores que giram em sentido contrário, mantendo uma folga muito
requeridos para as mais variadas condições de operação, de modo que toda a sua sistemática de pequena no ponto de tangência entre si e com relação à carcaça. O gás penetra pela abertura de sucção e
especificação, projeto, operação e manutenção dependem, fundamentalmente, da sua aplicação. Os ocupa a câmara de compressão, sendo conduzido até a abertura de descarga pelos rotores. O compressor
compressores são máquinas operatrizes projetadas para proporcionar a elevação da pressão de um gás, de lóbulos, embora sendo classificado como volumétrico, não possui compressão interna. Os rotores
transferindo para este energia em forma de trabalho. Um compressor tem o seu comportamento apenas deslocam o gás de uma região de baixa pressão para uma região de alta pressão. Essa máquina,
influenciado pelas características do processo no qual está inserido. Essa influência pode ser representada conhecida originalmente como soprador "Roots", é um exemplo do que se pode caracterizar como um
por quatro parâmetros denominados características do processo (ou sistema), que são: soprador, uma vez que é oferecida para elevações muito pequenas de pressão. É um equipamento de
baixo custo e que pode suportar longa duração de funcionamento sem cuidados de manutenção. São
Pressão de sucção: pressão do gás na entrada do compressor; compressores de baixa pressão, que são muito utilizados em transportes pneumáticos e na sobre
Temperatura de sucção: temperatura do gás na entrada do compressor; alimentação dos motores Diesel.
Natureza molecular do gás: composição do gás, massa molecular;
Pressão de descarga: pressão do gás na saída do compressor.
Assim, podemos considerar que os valores assumidos por esses parâmetros definem todas as demais
grandezas associadas ao desempenho do compressor, dentre as quais podemos citar: O ciclo do compressor alternativo está representado a seguir, no diagrama de pressão X volume do
cilindro, pois, como será possível constatar, esse diagrama facilita bastante o cálculo do trabalho de
Vazão de operação: volume requerido para ser deslocado, entre a sucção e a descarga. compressão. Observe que a cada volume do gás (volume do cilindro) corresponde uma posição do pistão.
Potência de compressão: depende da vazão e do trabalho cedido ao gás durante a compressão.
Temperatura de descarga: depende da temperatura de sucção, da relação entre as pressões de
descarga e de sucção e do coeficiente politrópico.
Eficiência politrópica (eficiência da compressão): é a relação entre a energia específica útil e a
energia específica cedida pelo compressor ao gás. A energia específica é a relação entre a energia e COMPRESSORES DE PALHETA
a massa de gás para um volume de controle, sendo calculada por cálculos específicos de head O compressor de palhetas possui um rotor ou tambor central que gira excentricamente em relação à
carcaça. Esse tambor possui rasgos radiais que se prolongam por todo o seu comprimento e nos quais são
politrópico. Por outro lado, calcula-se a energia específica cedida através da variação da entalpia. inseridas palhetas retangulares. Quando o tambor gira, as palhetas deslocam-se radialmente sob a ação
Pressão de descarga. da força centrífuga e se mantêm em contato com a carcaça. O gás penetra pela abertura de sucção e
ocupa os espaços definidos entre as palhetas.
Existem vários tipos de compressores, diferenciados para suas aplicações em função dos parâmetros
envolvidos, que são:
Vazão de operação;
Razão de compressão (P2 / P1);
Composição do gás;
Pressão de descarga.
A fim de limitar o aumento de temperatura e melhorar a eficiência de compressão, esta é levada a
CLASSIFICAÇÃO DOS COMPRESSORES
efeito em vários estágios, com o gás sendo resfriado entre cada estágio. Também se consegue
Os projetos de compressores estão fundamentados em dois sistemas conceptivos, no qual se baseiam
aumentar a eficiência volumétrica reduzindo a relação de compressão do primeiro estágio.
todos os tipos de compressores de uso industrial, que são:
1.2 - COMPRESSORES DINÂMICOS.
1.1.2 - COMPRESSORES ROTATIVOS DE PARAFUSO
1.1 - COMPRESSORES VOLUMÉTRICOS; Os compressores de parafuso são do grupo dos compressores volumétricos rotativos e empregados para 1.2.1 - COMPRESSORES CENTRÍFUGOS
1.2 - COMPRESSORES DINÂMICOS. baixas vazões. Apresentam como vantagens o baixo custo de manutenção e operação em relação aos Os compressores centrífugos utilizam o princípio da aceleração centrífuga para aumentar a pressão do
alternativos e possuem maior relação peso x potência. A capacidade desses compressores pode ser de gás. São chamados também de compressores radiais, porque o fluxo do gás direciona-se radialmente em
até 42 mil m3/h, com a pressão de descarga entre 1 a 10 bar para compressores em apenas um estágio. relação ao eixo, na saída de cada impelidor. Esses compressores possuem um ou mais impelidores
Observe, no diagrama a seguir, de que forma é organizada a classificação dos compressores:
montados em um eixo e dotados de pás, normalmente encurvadas no sentido inverso ao da rotação do
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO eixo, que se dispõem na direção do raio do impelidor. Para melhor compreensão, observe a ilustração:
A compressão é obtida com o gás sendo admitido através da câmara de entrada para preencher o espaço
entre os lóbulos adjacentes dos rotores. Quando os rotores estão em funcionamento, esse espaço se
move para frente da câmara, vedando o espaço proveniente da entrada. À medida que a rotação continua,
o espaço ocupado pelo gás é reduzido, causando a compressão. O gás é descarregado quando exposto à
câmara de saída. Os rotores diferem na forma e são identificados pelos títulos de “macho” e “fêmea”. O
rotor macho possui quatro lóbulos em forma de uma hélice ao longo do corpo do rotor. De modo parecido,
o rotor fêmea possui seis sulcos formados no lado oposto da hélice em relação ao rotor macho.
Os difusores são um conjunto de condutos estacionários que envolvem o rotor, conduzindo o gás em uma
trajetória radial e espiral para a periferia. Dessa maneira, a área de passagem é aumentada
1.1 - COMPRESSORES VOLUMÉTRICOS OU DE DESLOCAMENTO POSITIVO:
gradativamente. Isso faz com que o gás, ao atravessá-lo, sofra uma desaceleração que resulta em um
Nos compressores volumétricos, também chamados de compressores de deslocamento positivo, em
aumento de pressão, chamado efeito difusor. Nos compressores centrífugos, o gás é acelerado no
razão de possuírem apenas um sentido de escoamento para o fluido, a elevação de pressão é conseguida
impelidor e sua velocidade é, então, convertida em pressão adicional por desaceleração gradual no difusor,
através da redução do volume ocupado pelo gás e pode ser alcançada com a utilização de duas
ou seja: o impelidor transfere energia ao gás e o difusor converte a energia de velocidade em
concepções diferentes de operação: em um ciclo de funcionamento ou por escoamento contínuo. Pela
pressão. Os compressores centrífugos são idênticos às bombas centrífugas. Contudo, pode-se distinguir
concepção de ciclo de funcionamento, há diversas fases para atingir a elevação de pressão e manter o
uma bomba de um compressor centrífugo pela variação de espessura dos impelidores dos compressores,
escoamento. Trata-se, pois, de um processo intermitente, no qual a compressão, propriamente dita, é
ao passo que os impelidores das bombas têm a mesma espessura em todos os estágios. Os gases,
efetuada em um sistema fechado, isto é, sem qualquer contato com a sucção e a descarga. Nesse caso,
contrariamente aos líquidos, são compressíveis, sofrendo uma redução de volume a cada pressurização.
destacam-se os compressores alternativos. Na concepção de escoamento contínuo, os rotores
empurram o gás, promovendo o seu deslocamento por dentro do compressor, onde é imposta a redução
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO
do seu volume, progressivamente, da sucção para a descarga. Em conseqüência, ocorre a elevação de
pressão. Nesta categoria, destacam-se os compressores rotativos de palhetas, de parafusos e os Sob o efeito da rotação, forma-se uma corrente de gás, aspirado pela parte central do impelidor e projetado
Nos compressores de parafusos, a compressão é realizada pela máquina, ou seja, é possível ter um fluxo para a periferia, pela ação da força centrífuga, alcançando os difusores. Os compressores centrífugos são
de lóbulos.
inverso de gás no seu interior através do giro no sentido contrário dos fusos. Esses compressores podem empregados para comprimir os volumes maiores de gás, enquanto os compressores volumétricos
ser dos tipos: seco ou molhado com óleo de lubrificação. No caso dos compressores de parafuso do (alternativos e rotativos) são empregados para compressão de baixos volumes de gás.
1.1.1 - COMPRESSORES ALTERNATIVOS
tipo seco, os parafusos são acionados simultaneamente por um conjunto de engrenagens, em que o rotor
Nos compressores alternativos a compressão do gás é feita em uma câmara de volume variável (cilindro)
macho é acionado pelo motor e este aciona o rotor fêmea através da engrenagem. Nessa configuração, os
por um pistão, ligado a um mecanismo biela-manivela similar ao de um motor alternativo. Quando o pistão
rotores não se tocam e, por isso, não é necessária a lubrificação entre os rotores. Já nos compressores de
no movimento ascendente comprime o gás a um valor determinado, uma válvula se abre deixando o gás
parafuso molhado, o rotor macho aciona diretamente o rotor fêmea. Por causa dessa interferência, é
escapar, praticamente com pressão constante. Ao final do movimento de ascensão, a válvula de exaustão
necessária a injeção de óleo de lubrificação. O gás de entrada é misturado ao óleo lubrificante no interior
se fecha, e a de admissão se abre, preenchendo a câmara à medida que o pistão se move. Os
da carcaça do compressor. Esse óleo auxilia na lubrificação dos fusos e refrigera os componentes internos
compressores alternativos podem ser de simples ou duplo efeito e de um ou mais estágios de compressão.
da máquina, contribuindo, também, para o controle de temperatura da descarga, o que torna possível
A disposição desses cilindros poderá ser em “V”, em linha, opostos, em estrela, etc. Este compressor
alcançar a taxa de compressão requerida com apenas um estágio. A eficiência total, incluindo a de
contém um êmbolo que produz movimento linear. Ele é apropriado para todos os tipos de pressões,
compressão (isoentrópica) e a mecânica, está entre 70 a 75%, em média, sendo tanto maior quanto maior
podendo atingir milhares de KPa. Os compressores alternativos operam em regime intermitente, através do
for a rotação e maior for o compressor. A longevidade da operação do compressor de parafuso depende
movimento alternado do pistão dentro do cilindro. Em algumas aplicações, o resfriamento do gás é
da sua lubrificação.
efetuado simultaneamente à compressão, por meio da água que escoa pela camisa que envolve o cilindro.
COMPRESSORES AXIAIS
SISTEMAS AUXILIARES DE UM COMPRESSOR CENTRÍFUGO Os compressores axiais pertencem ao grupo dos compressores dinâmicos e são empregados para
São constituídos de componentes acessórios do compressor, que proporcionam o seu monitoramento e comprimir grandes vazões de ar. Esses compressores são empregados com a finalidade de suprir ar como
segurança. Os seguintes sistemas auxiliam na operação de um compressor centrífugo. fluido motriz. Como são máquinas operatrizes, necessitam de alguma máquina motriz para acioná-las, ou
seja, algum tipo de motor. Alguns desses compressores são acionados com motores elétricos, outros por
Sistema de proteção turbinas a vapor e, no caso dos compressores axiais que equipam as turbinas a gás, são acionados pela
Tem a finalidade de monitorar e proteger o compressor quanto às vibrações e temperaturas altas nos roda da turbina. Participando do ciclo termodinâmico da turbina a gás como o componente responsável
mancais, através de sensores. pelo aumento da pressão do ar, o compressor axial é acionado pela roda da turbina.
Sistema de selagem
Princípio de funcionamento
Tem a finalidade de minimizar as fugas de gás interna e externamente ao compressor entre as partes
O princípio de funcionamento dos compressores axiais é o da aceleração do ar, com posterior conversão
móveis (rotor) e estáticas (diafragma e carcaça). As fugas internas provocam a queda da eficiência de
em pressão. Os compressores axiais são formados por componentes estacionários – anéis com aletas
compressão devido à recirculação do gás nos impelidores, enquanto as fugas externas podem acarretar
estatoras – e por componentes rotativos – anéis com palhetas rotoras. O ganho de pressão e as
desequilíbrio no pistão de balanceamento, acesso de gás aos mancais e fuga para atmosfera local. Os
variações de velocidade a cada estágio podem ser vistas na ilustração. Cada estágio de compressão é
dispositivos utilizados com essa finalidade são os anéis de labirintos, constituídos por uma superfície
formado por um rotor com palhetas e um anel com aletas estatoras. O rotor com palhetas é responsável
filetada que minimiza o vazamento do gás pela sucessão de mudanças de direção que lhe são impostas.
pela aceleração do ar, como um ventilador. Nessa etapa, o ar recebe trabalho para aumentar a energia de
Compressor centrífugo acionado por turbina a gás ou motor elétrico com variação de velocidade: pressão, velocidade e temperatura. O anel de aletas estatoras direciona o ar para incidir com um ângulo
Circuito de óleo de selagem
Nesse caso, o acionador permite a operação com uma gama de rotações e o compressor apresenta as favorável sobre as palhetas do próximo estágio rotor e promover a desaceleração do fluxo de ar para
O objetivo é efetuar a selagem das fugas de gás através dos selos de anéis flutuantes ou anéis de carvão
curvas abaixo. Para cada rotação existe um ponto limite de surge, então, um FIC (controlador indicador de ocorrer a conversão da energia de velocidade em pressão. Essas máquinas são projetadas para que a
(carbono sintético) localizados nas extremidades dos eixos dos compressores na parte externa, durante a
fluxo) não atende mais o controle, pois o ponto de ajuste não pode ser único. Como pode ser visto, com a velocidade na entrada de cada rotor seja a mesma para a condição de máxima eficiência.
sequência de partida, operação normal e parada. Dessa maneira, evita-se o vazamento de gás dos selos
externos para os mancais e para a atmosfera, o que acarretaria sérios riscos operacionais. interseção dos pontos limites de surge, obtém-se a linha limite de surge. O controle, agora, deve ser
realizado através de uma linha paralela e à direita da linha limite de surge, denominada linha de controle
Circuito de gás de selagem de surge.
O circuito de gás de selagem tem a finalidade de suprir gás limpo e seco a uma pressão acima do gás de
referência – ou seja, no ponto em que tem que ser selado – para a pressurização do selo. O consumo de
gás é muito pequeno, pois passa entre os dois discos afastados 3 milionésimos de milímetro. Esse gás é
encaminhado para o circuito de queima de gás da unidade passando pelo vent primário.
Limites de rotação:
O limite de rotação máxima (N max.) é a rotação em regime contínuo de operação, definida em função dos
níveis de esforços a que é submetido o conjunto rotativo, enquanto a rotação mínima (N min) deve se
situar acima da primeira velocidade crítica de vibração (primeira velocidade de ressonância).
Considerando-se que a vazão de combustível é desprezível, se comparada com a vazão de ar, esta pode
ser considerada constante ao longo da turbina. Outras perdas de calor por radiação e perdas mecânicas
em mancais, selos e acessórios são desprezadas e é assumido que o calor específico do ar permanece
constante. Colocando-se um volume de controle em torno da turbina, pode-se dizer que sua eficiência é:
TURBINA A GÁS
A Turbina a gás é uma máquina térmica que utiliza o ar como fluido motriz para prover energia. Para
conseguir isto o ar que passa através da turbina deve ser acelerado, aumentando a velocidade ou energia
cinética do ar. Para obter esse aumento, primeiramente aumenta-se a pressão e, em seguida, adiciona-se
calor. Finalmente a energia gerada (aumento de entalpia) é transformada em potência no eixo da turbina. COMBUSTOR
Uma turbina a gás produz energia a partir do resultado das seguintes etapas do ciclo BRAYTON: A combustão em uma turbina a gás é um processo contínuo realizado a pressão constante. Um suprimento
contínuo de combustível e ar é misturado e queimado à medida que escoa através da zona de chama.
Podem ser queimadas misturas com larga faixa de variação da relação combustível - ar, porque a
proporção combustível - ar é mantida normal na região da chama. O volume da câmara de combustão é
muito pequeno em relação à taxa de liberação de calor desenvolvida, porque a combustão é feita a Mas olhando-se, para a variação de energia que ocorre em cada etapa do ciclo da turbina a gás que são :
pressão elevada: em turbinas aeronáuticas este volume pode ser de apenas 5 % do volume que seria compressão , combustão e a expansão que ocorre nas turbinas, podemos escrever:
necessário em uma caldeira com a mesma taxa de liberação de calor.
RODA DE TURBINA
A roda de turbina é o meio mais eficaz para transformar a energia contida em um fluxo de gás a alta
pressão e temperatura em trabalho no eixo. O gás ao escoar através da turbina perde pressão e Introduzindo-se a relação isoentrópica entre pressão e a temperatura de um gás ideal que é:
temperatura, à medida que se expande e transforma sua energia em trabalho. As turbinas empregadas em
turbinas a gás são na grande maioria do tipo axiais por apresentarem maior eficiência isoentrópica, Ao
contrário dos compressores axiais, as palhetas estatoras que tem a finalidade de direcionar o fluxo de gás
num ângulo favorável de ataque nas palhetas rotoras e proporcionarem o efeito bocal para que o fluxo
aumente a velocidade. A turbina pode ser equipada por vários estágios de palhetas estatoras e rotoras,
,onde K é o coeficiente isoentrópico, a máxima eficiência obtida em um ciclo ideal de Brayton é:
lembrando que as palhetas rotoras são ligadas as rodas, que por conseguinte são fixadas ao eixo. A
1. Compressão - O ar é admitido e comprimido em um compressor onde as energias de pressão e energia extraída pela roda de turbina é transmitida ao eixo que por sua vez transfere para o compressor de
temperatura do fluido (ar) aumentam. ar, proporcionando assim a compressão de um volume de ar para a câmara de combustão fechando o
ciclo de funcionamento.
2. Combustão - O ar comprimido flui para as câmaras de combustão, onde o combustível, a alta pressão,
é injetado e queimado a uma pressão constante. A ignição da mistura ar/combustível ocorre durante a
partida, através ignitores. Posteriormente a combustão se auto sustenta.
A eficiência do ciclo de uma turbina a gás e fortemente influenciado pela razão de compressão (p2/p1), no
compressor de ar. Se aumentarmos a pressão através do compressor o rendimento global da turbina a gás
3. Expansão - Gases em alta temperatura e pressão são expandidos a uma alta velocidade através dos
irá aumentar em função do aumento da temperatura T3.
estágios da turbina geradora de gás, que converte parte da energia dos gases em potência no eixo para
acionar o compressor de ar (aproximadamente 2/3 da energia gerada com a queima).
4. Exaustão - Os gases são direcionados para uma turbina de reação ou potência onde a energia residual
(aproximadamente1/3) da energia gerada, dos gases é convertida em potência no eixo para acionar um
componente como um compressor de gás, gerador elétrico ou uma bomba. Finalmente os gases fluem
para o duto de exaustão, onde sua energia pode ainda ser aproveitada em um sistema de recuperação de
calor.
CICLOS TERMODINÂMICOS DA TURBINA A GÁS Outra consideração que podemos fazer pelo diagrama T x S, do ciclo de Brayton, é que a adição de calor
na câmara de combustão, tem uma proporcionalidade direta com o trabalho útil produzido. Desta forma,
a) CICLOS IDEAIS: No caso de ciclo ideal, serão adotados as seguintes hipóteses simplificadoras:
quanto maior for a temperatura na câmara de combustão (t3), para uma mesma vazão mássica de ar,
Compressão e expansão isoentrópicas; maior será a potência disponível na ponta do eixo da turbina.
Desprezadas as perdas de carga nos dutos de sucção, descarga e câmara de combustão;
As turbinas operam no ciclo Brayton (a pressão constante) que comumente é denominado de ciclo Não há perdas de calor pelas paredes da turbina; b) CICLOS REAIS: Denominamos ciclo real, aquele em que a compressão e a expansão são
aberto. As etapas deste ciclo são mostradas no gráfico PxV. O ar é admitido e comprimido do ponto 1 ao Gás perfeito; considerados como transformações irreversíveis. Nas transformações reais ocorre aumento de entropia,
ponto 2 com consequente aumento de pressão e temperatura, e redução do volume. Do ponto 2 ao 3 Vazão mássica constante ao longo do ciclo; mesmo sem que haja intercâmbio de calor entre o sistema e o exterior. O desempenho dos ciclos reais
temos representado a combustão à pressão constante, mas com um aumento acentuado do volume. Este Fluxo unidimensional. diferem do desempenho dos ciclos ideais pelas seguintes razões:
aumento de volume se manifesta em aumento de velocidade de escoamento dos gases, porque não há
mudança acentuada na área desta seção da turbina. A partir da combustão ocorre a expansão dos gases Os processos de compressão e expansão são irreversíveis, envolvendo, aumento de entropia;
O CICLO BRAYTON Há perdas de pressão devido ao atrito de fluido nas câmaras de combustão e dutos de admissão e
nas rodas da turbina causando uma redução da pressão e temperatura e aumento de volume. Este O ciclo Brayton é o ciclo de trabalho das turbinas a gás, que converte calor em trabalho. O processo
processo continua do ponto 4 ao 5 através da turbina de potência. exaustão;
consiste em três principais etapas: compressão do ar, adição de calor ao fluxo de ar (combustão) e a Há necessidade de incremento no trabalho de compressão a fim de compensar o atrito nos
expansão. Ao usarmos um volume de controle em torno da turbina, podemos afirmar baseado na 1a Lei da mancais e acionamento de equipamentos auxiliares (offtakes);
termodinâmica, que toda a energia que entra na turbina é igual a energia que sai da mesma:
Os valores de cp e cv do ar variam ao longo do ciclo devido às variações de temperatura e, no
caso de combustão, devido a alterações na composição química;
À primeira vista pode parecer que a vazão mássica através da turbina é maior do que a do compressor estágios. Nas palhetas fixas teremos uma expansão parcial do vapor, resultando em uma queda de VANTAGENS - DO PONTO DE VISTA TERMODINÂMICO:
devido à injeção de combustível. Na prática, de um a dois por cento do ar comprimido é retirado com o pressão e em um aumento da velocidade. Nas palhetas móveis ocorrerá o restante da expansão, O ciclo térmico a vapor, do qual a turbina é parte integrante, apresenta rendimentos bastante satisfatórios,
propósito de refrigerar os discos e as palhetas das partes quentes. Desta forma, é possível assumir que a resultando em uma segunda queda de pressão e em um aumento da velocidade do vapor em relação à quando comparados com os ciclos térmicos de outras máquinas (Turbinas à Gás e Motores de Combustão
vazão mássica através do compressor de ar é igual as das turbinas. A qualidade da compressão e da palheta. Interna)
expansão depende, em grande parte do projeto aerodinâmico e de fabricação do compressor e das
turbinas. Como, em termos práticos, é impossível obter-se compressão e expansão isoentrópicas (fricção e Obs. 1: O rendimento do ciclo térmico a vapor melhora à medida que aumentam a potência das máquinas,
atritos intermoleculares estão presentes), são utilizados parâmetros denominados rendimentos as pressões e as temperaturas de geração de vapor.
isoentrópicos para definir a potência útil e o rendimento térmico do ciclo. Obs. 2: O aproveitamento da energia liberada pelo combustível torna-se satisfatório se o calor residual
contido no vapor descarregado pela turbina puder ser aproveitado em processos industriais.
COMPONENTES BÁSICOS
ESTATOR (RODA FIXA): É o elemento fixo da turbina (que envolve o rotor) cuja função é transformar a
energia potencial (térmica) do vapor em energia cinética através dos distribuidores;
ROTOR (RODA MÓVEL): É o elemento móvel da turbina, envolvido pelo estator, cuja função é transformar
a energia cinética do vapor em trabalho mecânico através dos receptores fixos.
ESTÁGIOS MÚLTIPLOS
EXPANSOR: é o órgão cuja função é orientar o jato de vapor sobre as palhetas móveis. No expansor, o
A potência desenvolvida em turbina a vapor pode ser calculada por:
vapor perde pressão e ganha velocidade. São montados em blocos com um ou mais expansores de
acordo com o tamanho e a potência da turbina.
PALHETAS: São chamadas palhetas móveis, as fixadas ao rotor; e fixas, as fixadas no estator. As
palhetas fixas (guias, diretrizes) orientam o vapor para a coroa de palhetas móveis seguinte. As Palhetas
Eficiência Isoentrópica de compressão (IC) fixas podem ser encaixadas diretamente no estator (carcaça), ou em rebaixos usinados em peças
Vimos, no caso dos ciclos ideais que compressão e expansão ocorrem sem perdas. A realidade, porém, é chamadas de anéis suportes das palhetas fixas, que são, por sua vez, presos à carcaça. As palhetas
diferente e durante os processos termodinâmicos que ocorrem na turbina a gás, ocorre incremento de Por isto, máquinas de grande potência são colocadas entre condições de vapor de admissão (vapor de alta móveis são peças com a finalidade de receber o impacto do vapor proveniente dos expansores (palhetas
entropia. Para o diagrama temperatura x entropia, que considera as ineficiências sobre um ciclo, se pressão) e de descarga (condensador), capazes de fornecer um grande salto de entalpia. Com isto fixas) para movimentação do rotor.
analisarmos isoladamente o compressor, temos: conseguimos desenvolver a potência necessária, com uma vazão de vapor razoável. Máquinas de menor
DIAFRAGMAS: São fixados no estator, suportam os expansores e abraçam o eixo sem tocá-lo. Entre o
potência, entretanto, recebem usualmente vapor em condições menos severas (vapor de media pressão) e
eixo e o diafragma existe um conjunto de anéis de vedação que reduz a fuga de vapor de um para outro
descarregam em pressão positiva (vapor de baixa pressão). Embora o salto de entalpia disponível, entre
estágio através da folga existente entre diafragma-base do rotor, de forma que o vapor só passa pelos
estas condições de vapor seja menor, as vazões de vapor necessárias não são grandes, devido à pequena
expansores.
potência desenvolvida. Sabemos também que a velocidade na saída de um expansor considerada
Eficiência Isoentrópica da Expansão (IE): desprezível a energia cinética na entrada, pode ser medida pela fórmula abaixo. Vemos, portanto, que a
De modo análogo ao compressor, existem perdas relacionadas ao processo de expansão realizado pela velocidade do vapor descarregado por um expansor cresce com o aumento do salto de entalpia
turbina. Estas perdas resultam num decremento do trabalho disponível para uma dada vazão de desenvolvido no expansor.
compressão. Assim, analisando este processo para a expansão da turbina, temos:
ESTÁGIOS DE AÇÃO E ESTÁGIOS DE REAÇÃO - Estágios de Reação Pode-se estabelecer as seguintes relações:
Os estágios de reação, chamados também de estágios Parsons, são sempre constituídos de uma roda de
Calor fornecido pela caldeira: q23 = h3 − h2
palhetas fixas, seguidas de uma roda de palhetas móveis. Como as turbinas de estágio único são sempre
CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS A VAPOR - TURBINA DE REAÇÃO turbinas de ação, o uso dos estágios de reação restringe-se aos estágios intermediários e finais das
Em uma turbina de reação teremos sempre vários estágios, colocados em serie, sendo cada estágio Calor cedido pelo condensador: q41 = h1 − h4
turbinas de reação de estágios múltiplos, pois mesmo nestas o primeiro estágio é um estágio de ação.
constituído de um anel de expansores (também chamado de roda de palhetas fixas), seguido de uma roda
de palhetas móveis. As palhetas utilizam a Pressão de Vapor e a sua expansão nas rodas móveis. O vapor Trabalho fornecido pela turbina: w34 = h3 − h4
se expande nas palhetas fixas e nas rodas móveis, sendo a pressão variável nas rodas móveis. Tanto as
palhetas fixas, como as palhetas móveis têm seção assimétrica, o que resulta em áreas de passagens Trabalho da bomba:
convergentes, para o vapor, em ambas. Por esta razão, em uma turbina de reação comercial, parte da
expansão do vapor ocorrerá nas palhetas fixas e parte ocorrerá nas palhetas móveis. Isto representa
um desvio do princípio de reação puro, segundo o qual toda a expansão deveria ocorrer nas palhetas
móveis. O que chamamos de turbina de reação é uma combinação com grandes saltos de entalpia, onde a
preocupação com a eficiência é essencial, possibilitando a ocorrência de velocidades excessivas nas Eficiência do ciclo:
palhetas, incompatíveis com sua resistência mecânica. A Máquinas de grande potência tem vários
estágios, colocados em série, podendo ser tanto de ação como de reação. solução para o problema é
dividir o aproveitamento do salto de entalpia em vários saltos menores, subseqüentes, que chamamos de