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linguagem
21/04 a 20/05
Horóscopo é definido, nos dicionários, como um "prognóstico acerca da vida de uma pessoa, tirado, se-
gundo pretendem os astrólogos, da situação de certos astros na hora do nascimento dessa pessoa" (Di-
cionário Aurélio - Século XXI). De fato, alguns horóscopos são assim, ou seja, fazem a descrição da
personalidade e do comportamento das pessoas nascidas sob um determinado signo. Mas os horóscopos
publicados em revistas e jornais, com o passar do tempo, acabaram adquirindo uma nova faceta: acon-
selham, determinam, ordenam, com a evidente intenção de influenciar o comportamento do leitor. A
gramática dessas mensagens é organizada em função dessa intencionalidade: tudo está centrado no ín-
terlocutor, predominam as formas verbais no imperativo (dê, esteja, não pense, mude, questione, reno-
ve, não fique).
o texto: leitura e reflexão
o que é filosofia?
Querida Sofia,
Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos, outras gostam de
trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre a uma determinada modalidade de
esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura também são muito diferentes. Alguns leem
apenas jornais ou gibis, outros gostam de romances, outros ainda preferem livros sobre temas diversos
como astronomia, a vida dos animais ou as novas descobertas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que todos os outros tenham o mes-
mo interesse. Se fico grudado na televisão assistindo a todas as transmissões de esporte, tenho que aceitar
que outras pessoas achem o esporte uma chatice.
Mas será que existe alguma coisa que interessa a todos? Será que existe alguma coisa que conceme a
todos, não importando quem são ou onde se encontram? Sim, querida Sofia, existem questões que deve-
riam interessar a todas as pessoas. E é sobre tais questões que trata este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma pessoa de um país assolado
pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a mesma pergunta a quem está morrendo de frio, então
a resposta será: o calor. E quando perguntamos a alguém que se sente sozinho e isolado, então certamen-
te a resposta será: a companhia de outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que todo mundo
precise? Os filósofosacham que sim. Eles acham que o ser humano não vive apenas de pão. É claro que todo
mundo precisa comer. E precisa também de amor e de cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós
precisamos. Nós temos a necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.
Portanto, interessar-se em saber por que vivemos não é um interesse "casual" como colecionar selos,
por exemplo. Quem se interessa por tais questões toca um problema que vem sendo discutido pelo ho-
mem praticamente desde quando passamos a habitar este planeta. A questão de saber como surgiu o
universo, a Terra e a vida por aqui é uma questão maior e mais importante do que saber quem ganhou
mais medalhas de ouro nos últimos Jogos Olímpicos.
GMRDER, jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 24-5.
D Sobre o texto lido, pode-se afirmar que a intenção do falante foi fundamental para
determinar o tipo de texto, a linguagem e o modo como a mensagem se organiza.
Pensando nisso, responda:
a) Por qual gênero optou o emissor?
b) No fragmento apresentado há um indicador da intenção do falante, o que nos
permite concluir algo sobre a sua profissão. Qual a intenção do falante? Qual a
sua provável profissão?
c) Que passagem do texto nos leva a essas conclusões?
d) Quem é o destinatário? Justifique sua resposta com um indicador gramatical.
D Considerando os elementos da comunicação (quem escreve, a mensagem, para Biblioteca
quem se escreve, o código utilizado, o assunto), você diria que o texto está organi- Quem afirma que
zado predominantemente em função de qual deles? Por quê? filosofia é assunto de
difícil compreensão
ainda não leu este
D O texto está estruturado em sete parágrafos, bem amarrados uns aos outros. livro, que alia
conhecimento a
a) Os dois primeiros parágrafos apresentam afirmações genéricas. Que classe grama-
mistério e emoção:
tical colabora para essa generalização? O mundo de sofia, de
jostein Gaarder,
b) O terceiro, o quarto, o sexto e o sétimo parágrafos são introduzidos por conjun- publkaco pela
ções. Pense no texto como um todo e responda: Que relação podemos perceber Companhia das Letras.
D "Eles [os filósofos] acham que o ser humano não vive apenas de pão." Que outras
necessidades do ser humano o remetente cita no texto?
o Escreva um parágrafo explicando por que é importante saber quem somos e por que
vivemos.
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As funções da linguagem
De acordo com a intenção do falante, com as escolhas e combinações rea-
lizadas e com os elementos da comunicação sobre os quais se centra a men-
sagem, é possível reconhecer diferentes funções da linguagem.
Imponante----------------------------------------~
Veremos, a seguir, as seis funções básicas da linguagem. Entretanto, como afirma o linguis-
ta Roman jakobson, "dificilmente lograríamos [...] encontrar mensagens verbais que preenches-
sem uma única função. A diversidade reside não no monopólio de alguma dessas diversas fun-
ções, mas numa diferente ordem hierárquica de funções. A estrutura verbal de uma mensagem
depende basicamente da função predominante". UAKOBSON,Roman. Linguística e comunicação.
são pau 10:CuItrix, 1970. p. 123.)
Isto é, em uma mesma mensagem verbal, é possível reconhecer sempre mais de uma fun-
ção. Por outro lado, em toda mensagem prevalece uma das seis fu nções.
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Referente: "A linguagem consiste numa operação pela Qual os homens se comunicam a respeito
dos objetos da realidade interior ou exterior sem interferência direta deles. Essaoperação não mani-
festa o real, mas o transforma. O real, a coisa, é o referente. Através da linguagem, une-se uma ima-
gem acústica a determinado conteúdo de pensamento, Que é a representação mental do referente".
Enciclopédia Mirador Internacional
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veja
"relativo ao processo da ação intencional
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sobre outra pessoa").
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8 Anúncios de publicidade; textos ins-
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trucionais; horóscopos; discursos políti-
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são exemplos de textos em que prevalece
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<http://assineabril.comfmdex.html?destino=veja&origem=siteveja9> .
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Acesso em: 9 novo 2007 .
• E LEIA
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• o ritmo;
• a sonoridade;
• o belo e o inusitado das imagens.
Evidentemente, num texto poético você poderá encontrar também as de-
mais funções da linguagem. Mas o valor do poético reside exatamente no
trabalho realizado com a própria mensagem.
Importante é perceber que a função poética não é exclusiva da poesia; você
poderá encontrá-Ia em textos escritos em prosa, em anúncios publicitário.
slogans, ditados populares e mesmo na linguagem cotidiana. Nesses casos, ela
não será a função dominante.
A teoria na p_ra_'
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"Beba Coca-Cola"
Esse famoso slogan, como tantos outros, é uma mensagem muito bem estruturada.
Comente as funções da linguagem que predominam na mensagem.
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PIGNATARI, Décio. Cloaca. Disponível em: <www.secrel.com.br/jpoesia/dpOl.huni> Acesso em: 9 novo 2007.
Mãos à obra
Proposta 1
(VERJ) Para elaborar sua redação, considere os textos que são apresenta-
dos a seguir, com diferentes pontos de vista acerca da passagem do tempo.
Lembre-se de que o objetivo dos textos desta prova é oferecer a você sub-
sídios para o desenvolvimento de suas ideias.
Texto 1
Canção do amor-perfeito
o tempo seca a beleza, Esperarei pelo tempo
seca o amor, seca as palavras. com suas conquistas áridas.
Deixa tudo solto, leve, Esperarei que te seque,
desunido para sempre não na terra, Amor-Perfeito,
como as areias nas águas. num tempo depois das almas.
O tempo seca a saudade,
seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas,
vagando seco e vazio
como estas conchas das praias.
O tempo seca o desejo
e suas velhas batalhas.
Seca o frágil arabesco",
vestígio do musgo humano,
na densa turfa- mortuária.
Texto 2
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QUINO. MaJalda. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
Texto 3
Desde a idade de seis anos eu tinha mania de desenhar a forma dos objetos. Por
volta dos cinquenta havia publicado uma infinidade de desenhos, mas tudo o que
produzi antes dos sessenta não deve ser levado em conta. Aos setenta e três compre-
endi mais ou menos a estrutura da verdadeira natureza, as plantas, as árvores, os
pássaros, os peixes e os insetos.
Em consequência, aos oitenta terei feito ainda mais progresso. Aos noventa pene-
trarei no mistério das coisas; aos cem, terei decididamente chegado a um grau de
maravilhamento - e quando eu tiver cento e dez anos, para mim, seja um ponto ou
uma linha, tudo será vivo.
Katsuhika Hokusai, sécs. XVIII-XIX.
In: LUFT, Lya. Perdas e ganhos. Rio de Janeiro: Record, 2004.
1 arranjo
2 vegetação pobre
Texto 4
DALÍ, Salvador. A persistência da memória (1931). In: ALEXA DRIA ,S. Surrealist Art.
New York: Thames and Hudson, 1989.
Proposta 2
Com base na proposta de redação da UER], redija:
- um texto argumentativo que privilegie a função referencial;
- um texto argumentativo que privilegie a função emotiva.
Para a montagem deles, considere as diferenças que implicam o predomí-
nio de uma ou outra função na estrutura textual.