Sigfried Giedon

Espacio, tiempo y arquitectura.

La nueva concepción del espacio: la perspectiva

“até 1400, no início do quattrocento, Florença era importante não somente como centro político e social;
era também o lugar onde o “espírito novo” do Renascimento abria caminho com mais força. Foi esse
temperamento peculiarmente florentino o que a tornou uma cidade 'única, sede do moderno espírito
italiano, e ainda do moderno espírito europeu.”

Foi em Florença que ocorreu o descobrimento da perspectiva, no começo do séc. XVI.

“Durante os cinco séculos seguintes, a perspectiva seria um dos marcos constitutivos da história da arte,
o cânone indiscutível ao qual qualquer representação artística precisaria ajustar-se.”

“Para o século XV, o princípio da perspectiva chegou como uma revolução total, que implicava uma
ruptura extrema e violenta com a concepção medieval de espaço e com as disposições planas e flutuantes
que constituíam sua expressão artística.”

A perspectiva acentuou o individualismo característico do renascimento, na medida em que cada elemento

representado passou a sê-lo a partir do ponto de vista de um espectador particular. Não foi descoberta por
uma pessoa, mas foi expressão de toda uma época, numa mescla de arte com ciência.

“Ao comparar nosso próprio período histórico com este, nos damos conta do que significa encontrar um só
homem com a capacidade necessária para executar tanto as mais audazes obras de engenharia quanto a
melhor escultura? Pois essa união de dotes pode ser apreciada em quase todo grande artista do
Renascimento. Leonardo da Vinci é regra, não exceção. E essa tradição de que o cientista e o artista
criativo se combinem na mesma pessoa persistiu ao longo dos séculos XVII e XVIII.”

Os primeiros sinais do Renascimento expressaram-se na pintura de Masaccio. O afresco da Trindade, que

fica na igreja florentina de Santa Maria Novella, é o primeiro exemplo de uma pintura desse tipo,
anunciando o uso da perspetiva e revelando o uso surpreendente dos elementos recém-descobertos.

“O primeiro edifício em que transpareceu o espírito renascentista foram os alojamentos situados em

frente ao Ospedale degli Innocenti, em Florença”
“Já que o primeiro edifício do Renascimento estava destinado a um serviço prático comunitário, não
havia necessidade de ajustar sua aparência aos princípios decorativos e imponentes que regiam as
construções do Estado, edifícios nos quais, com frequência, se refletia o gosto do período anterior.”

Os edifícios de Brunelleschi, embora fossem renascentistas, possuíam ligações mais fortes com o medievo,
notadamente com a arte gótica e bizantina, do que com a antiguidade clássica em si. Isso pode ser
notado, por exemplo, nas abóbadas utilizadas pelo arquiteto.

“Não há conexão direta entre a arquitetura clássica e o hospício de Brunelleschi. Com frequência se
observou que os aspectos principais do estilo arquitetônico de Brunelleschi estão estreitamente
relacionados com os edifícios que se viam em Florença no dia a dia: o Batistério, a igreja de San Miniato
e a Abadia de Fiesole. Todos estão dentro da tradição da arquitetura medieval que vai do século VIII ao
XII.”

“O interior da capela Pazzi constitui o ponto de partida para todas as igrejas renascentistas de tipo
centralizado; compõe-se mediante a adição de peças especiais de cuja forma geométrica resulta fácil
compreensão, todas elas claramente marcadas por uma armação de pedra de uma cor que contrasta com
as paredes; tem toda a originalidade inimitável de uma nova criação, mas as pequenas abóbadas de
canhão, com suas cautelosas dimensões, mostram que ainda não se confiava inteiramente na nova visão.”