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VI – ESTUDO DA MACROECONOMIA

O estudo da macroeconomia centra-se em quatro objetivos principais:

1. Crescimento económico – medição do produto


2. Estabilidade dos preços
3. Pleno emprego
4. Fomento do comercio internacional

1. CRESCIMENTO ECONOMICO - medição do produto


Falar em crescimento económico pressupõe que a riqueza gerada num período
(geralmente um ano) é superior á riqueza gerada no período anterior. Assim importa
distinguir alguns conceitos fundamentais:

-Produto interno bruto (PIB)


Corresponde ao conjunto de bens e serviços produzidos dentro das fronteiras de um
pais, não importa por quem – conceito de territorialidade.

-Produto nacional bruto (PNB)


Corresponde ao conjunto de bens e serviços produzidos por nacionais de um pais, não
importa onde – conceito de nacionalidade.

-Produto potencial (PP)


Corresponde á riqueza produtiva de um pais. Equivale ao conjunto de bens e serviços
que podem ser produzidos quando todos os recursos (naturais, trabalho e capital)
estão a ser eficientemente empregues. Assim, o PP equivale ao pleno emprego dos
recursos. O PIB (produto) potencial apresenta uma trajetória ascendente ao longo do
tempo no suposto que os recursos de uma economia aumentam de ano para ano,
representando assim a tendência evolutiva a longo prazo da economia.
Este amento de recursos pode ocorrer, por exemplo, através de avanços tecnológicos
e/ou crescimento demográfico.

-Produto efetivo (PE)


Corresponde á riqueza gerada no pais, em cada momento. Assim,

Produto potencial – produto efetivo = hiato


Os hiatos podem ser:

- positivos, se o PIB efetivo está acima do PIB potencial, o que pode acontecer se
houver recurso a horas extraordinárias de laboração ou uso intensivo de
equipamentos.
- negativos, se o PIB efetivo está abaixo do PIB potencial.

A oscilação do PIB efetivo em torno do PIB potencial é conhecida por ciclo económico.
Assim, os ciclos económicos podem ser de:

- recessão, ou período de decréscimo do PIB efetivo pelo menos durante dois


trimestres consecutivos com um hiato negativo pequeno.
- depressão, ou período de decréscimo do PIB efetivo com um hiato negativo
grande.
- expansão, ou período de crescimento do PIB efetivo com um hiato positivo.
Assim, o calculo do produto requer a agregação das produções. Esta agregação faz-se
em termos monetários, convertendo as produções físicas de bens e serviços em
unidades monetárias (por exemplo Euros). Neste processo de medição surgem dois
novos conceitos de produto:

- Produto interno bruto nominal (PIBN)


Corresponde ao somatório das produções físicas de todos os bens e erviços de um
determinado ano avaliadas aos preços correntes desse mesmo ano.

- Produto interno bruto real (PIBR)


Corresponde ao somatório das produções físicas de todos os bens e serviços de um
determinado ano avaliadas aos preços de uma não base, ou seja, mantendo
constantes os preços.

Como exemplo, o quadro sintetiza a produção dos bens A e B de uma economia:

Produto Ano 2011 Ano 2012


Quant. Preço Valor Quant. Preço Valor
(Unidade) (unidade)
A 100 15 1500 95 18 1710
B 150 8 1200 140 12 1680
Total 2700 3390

- PIB nominal de 2011: Q2011 x P2011 = 2700 €


- PIB nominal de 2012: Q2012 x P2012 = 3390 €

Assumindo ano base 2011,


- PIB real de 2011: Q2011 x P2011 (ano base) = 2700 €. Assim, no ano base (e só neste ano) o PIB real =
PIB nominal.
- PIB real de 2012: Q2012 x P2011 = 95 x 15 + 140 x 8 = 2545 €

● Constata-se assim que o PIB calculado em termos nominais incorpora sempre dois efeitos:
- Efeito crescimento físico, real ou em volume (quantidades).
- Efeito variação dos preços.

Assim, a taxa de crescimento nominal da economia (Gn) será dada por:

𝑃𝐼𝐵 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 2012 − 𝑃𝐼𝐵 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 2011


𝐺𝑛 = ∗ 100
𝑃𝐼𝐵 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 2011

3390 − 2700
𝐺𝑛 = ∗ 100 = 25.55%
2700

A taxa de crescimento real da economia (Gr) será dada por:

𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 2012 − 𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 2011


𝐺𝑟 = ∗ 100
𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 2011

2545 − 2700
𝐺𝑟 = ∗ 100 = −5.74%
2700
A taxa de crescimento de preços (Gp) ou Deflator será dada por:

𝑃𝐼𝐵 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 2012 − 𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑒 2012


𝐺𝑝 = ∗ 100
𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑒 2012

3390 − 2545
𝐺𝑝 = ∗ 100 = 33.2%
2545

Resumindo,
● Em termos nominais esta economia registou um crescimento de 25.55%.
● Contudo, em termos reais esta economia não registou um crescimento económico. A
produção em volume em 2012 reduziu-se em 5.74%.
● Assim o crescimento nominal foi explicado por uma inflação de 33.2% entre 2011 e 2012.

2. ESTABILIDADE DOS PREÇOS


Numa economia os preços devem evidenciar um padrão evolutivo estável ao longo do
tempo. A economia não deve registar surtos de subida generalizada do nível de preços
– fenómeno conhecido por inflação, nem episódios de descidas generalizadas dos
preços – fenómeno conhecido por deflação.

A inflação pode ser de diferentes graus: (i) moderada (preços sobem poucos pontos
percentuais anualmente); (ii) galopante (elevadas taxas anuais de crescimento dos
preços); (iii) hiperinflação (preços crescem rapidamente a taxas elevadas).

Para medir a inflação usam-se médias ponderadas dos preços (ou índices de preços).
Os índices mais usuais são o Índice de Preços no Consumidor (IPC) e o Deflator do PIB.

Índice de Preços no Consumidor (IPC)


Reflete as variações de um cabaz fixo de bens adquirido pelo consumidor. Fazem parte
desse cabaz, bens onde o consumidor gasta a maior parte do seu rendimento,
nomeadamente, alimentação, habitação, vestuário, saúde, educação, lazer, etc. As
variações de preços dos diferentes bens são ponderadas pelo peso económico e
proporcional á despesa de cada produto no cabaz. Estas ponderações são fixas
(quantidades do ano base). A composição do cabaz é revista a longo prazo.

Assim, este índice mede o nível de preços de um determinado ano relativamente ao


nível de preços do ano base (para o qual se define um índice 100).

O IPC mede-se através da seguinte equação:

∑(𝑃 𝑎𝑛𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 ∗ 𝑄 𝑎𝑛𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒)


𝐼𝑃𝐶 =
∑(𝑃 𝑎𝑛𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒 ∗ 𝑄 𝑎𝑛𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒)

Em que P e Q representam, respetivamente, preços e quantidades.

Deflator do PIB
Reflete as variações de preços de um cabaz não fixo de bens (quantidades do ano
corrente). O Deflator mede os preços de todos os bens produzidos no território
nacional, abrangendo um leque maior de produtos que o IPC. O cabaz de bens no
Deflator varia anualmente ao contrario do cabaz usado no IPC que só varia de tempos
a tempos. Assim,
∑(𝑃 𝑎𝑛𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 ∗ 𝑄 𝑎𝑛𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙) 𝑃𝐼𝑁 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟 = =
∑(𝑃 𝑎𝑛𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒 ∗ 𝑄 𝑎𝑛𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙) 𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙

Assim, o Deflator subestima a inflação porque usa as quantidades do ano atual.


Numericamente, os dois índices distinguem-se pelas quantidades que empregam.
Adicionalmente, o IPC ao refletir a variação dos preços dos bens adquiridos pelos
consumidores incorpora as variações de preços dos bens importados. O Deflator só
reflete a variação dos preços dos bens produzidos em território nacional.

3. PLENO EMPREGO
A subutilização do recurso trabalho pressupõe a existência de desemprego. A taxa de
desemprego mede-se através de:

𝑛º 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠 (𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑢𝑟𝑎𝑚 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑜)


𝑇𝑥 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑜 =
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎ç𝑎𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎

Segundo o INE, a população ativa corresponde ao conjunto de indivíduos com idade


mínima de 15 anos que, no período de referencia, constituem a mão-de-obra
disponível para a produção de bens e serviços que entram no circuito económico.
Assim, a população ativa corresponde aos empregados e desempregados.

Existem vários tipos de desemprego:

● Desemprego Sazonal: desemprego que depende de atividades económicas sazonais


como o turismo, agricultura, etc.
● Desemprego Friccional: desemprego temporário de curta duração e, geralmente,
voluntario. Prende-se comummente com mudanças entre empregos.
● Desemprego Estrutural: desemprego com carater prolongado, relacionado com
fatores estruturais da economia ou associado a desequilíbrios no mercado de trabalho,
tal como, por exemplo, as inovações tecnológicas que substituem a mão-de-obra por
capital.
● Desemprego Cíclico: desemprego que se comporta em contraciclo com os ciclos
económicos, isto é, aumenta em períodos de recessão e diminui em períodos de
expansão. O economista Arthur Okun (1962) estabeleceu uma teoria que relaciona
este tipo de desemprego com o PIB. Segundo Okun, a taxa de desemprego cíclico é
proporcional ao hiato do produto. Dito de outro modo, a taxa de desemprego desce
(sobe) X pontos percentuais por cada ponto percentual de crescimento (decréscimo)
do PIB efetivo acima (abaixo) do PIB potencial (natural).
● Desemprego Natural: desemprego correspondente ao PIB potencial. Dito de outra
forma, a taxa de desemprego natural corresponde ao nível mínimo de desemprego
que a economia suporta sem gerar inflação. Isto explica-se pelo facto de existir um
“trade-off” entre desemprego e inflação. Quando uma economia regista um aumento
(diminuição) do PIB isso geralmente desencadeia um processo inflacionista
(deflacionista). Assim, mais (menos) procura de bens e serviços leva a que os preços
tendam a subir (descer) ao mesmo tempo que o desemprego desce (sobe).

4. FOMENTO DO COMERCIO INTERNACIONAL


A promoção das exportações e contenção das importações é um objetivo de todas as
economias. A diferença entre as exportações e importações designa-se por
exportações liquidas ou saldo comercial e regista-se na balança de bens e serviços ou
balança comercial. A balança comercial é uma das balanças que compõem a balança
de pagamentos de todos os países.

Balança de Pagamentos (BP)


A BP consiste num quadro onde são registadas todas as transações que um pais
mantém com o exterior ou entre residentes e não residentes. Fazem parte da sua
estrutura a Balança Corrente ou Balança Comercial; a Balança de Capitais e a Balança
Financeira.

Balança de Pagamentos e Contas Nacionais


A contabilidade Nacional é um conjunto de registos e relações que refletem a
estrutura e funcionamento da economia. As transações com o exterior, incluindo bens,
serviços e rendimentos, e as operações de capitais constituem um importante
conjunto de recursos gerados ou utilizados por uma economia, pelo que a analise da
articulação desses fluxos com as variáveis macroeconómicas constitui um elemento
relevante para a apreensão do estudo dessa mesma economia.
Em particular, pelo que nos interessa, dois tipos de fenómenos merecem estudo: por
um lado, a importância das transações de bens e serviços com o exterior no conjunto
da produção, do rendimento ou da despesa de um pais e, por outro, a dimensão e
características das operações monetárias, consideradas na Balança de Pagamentos,
face á massa monetária do pais respetivo.

Em forma de esquema, representamos estas relações da forma seguinte:

Numa economia fechada ao exterior o conjunto da produção nacional (PNB) iguala a


soma do consumo privado (C) com o consumo publico (G) e o investimento (I). Em
termos simbólicos, teremos:
PNB = C + G + I
Se considerarmos uma economia aberta, isto é, uma economia que efetua trocas de
bens, serviços e rendimentos com o exterior, haverá ainda que considerar as
exportações (Exp) e importações (Imp). Se desprezarmos, para já, os movimentos de
capitais e as demais operações de compensação, virá:

PNB = C + G + I + Exp − Imp


Doutro modo, teremos:
PNB + Imp = C + G + I + Exp

Esta equação indica que o conjunto da produção nacional (PNB) adicionada ás


importações (Imp) (oferta total) iguala a soma do consumo (C + G) com o investimento
(I) e as exportações nacionais )Exp) (procura total).

Esta equação poderá reescrever-se de forma diferente, fazendo a representação do


saldo da Balança de Bens, Serviços e Rendimentos, em função do diferencial entre a
produção e a despesa nacional. Assim,

𝑃𝑁𝐵 − (𝐶 + 𝐺 + 𝐼) = 𝐸𝑥𝑝 − 𝐼𝑚𝑝

Ou seja, se a procura nacional (C + G + I) exceder a produção nacional (PNB), então a


Balança de Bens, Serviços e Rendimentos surgirá deficitária. Caso a procura nacional
fique aquém da produção nacional, então a Balança de Bens, Serviços e Rendimentos
surgirá excedentária (ou superavitária). Dito de outra forma, em caso de desequilíbrio
entre a produção e a soma do consumo com o investimento interno, tal défice ou
superavit será recompensado com recursos externos, no primeiro caso, ou será
transferido para o exterior, no segundo. Assim,
[𝑃𝑁𝐵 − (𝐶 + 𝐺)] − 𝐼 = 𝐸𝑥𝑝 − 𝐼𝑚𝑝

Se tivermos em conta que [PNB – (C + G)] é a diferença entre a produção e o consumo


nacional, que poderemos designar, numa primeira aproximação, por poupança (S),
então
𝑆 − 𝐼 = 𝐸𝑥𝑝 − 𝐼𝑚𝑝

Igualdade que significa que um país que investir para além da sua poupança interna
global terá uma Balança de Bens, Serviços e Rendimentos deficitária, e terá essa
Balança superavitária se a situação for inversa.

Poderemos, portanto, concluir que um equilíbrio entre poupança (S) e investimento (I)
é condição necessária para o equilíbrio externo da Balança de Transações Correntes,
assim concorrendo para o equilíbrio da Balança de Pagamentos.

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