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Por que então essa desculpa já arraigada? Por que rotular adolescentes
criminosos de "jovens problemáticos" e supor que maníacos homicidas são meros
"doentes"?
Pelo menos desde o século XVIII a esquerda vem se esforçando para não lidar
com o simples fato de que a maldade existe — que algumas pessoas
simplesmente optam por fazer coisas que elas sabem de antemão serem
erradas. Todo o tipo de desculpa, desde pobreza até adolescência infeliz, é
utilizada pela esquerda para explicar, justificar e isentar a maldade.
Todas as pessoas que saíram da pobreza ou que tiveram uma infância infeliz, ou
ambas, e que se tornaram seres humanos decentes e produtivos, sem jamais
praticarem atos violentos, são ignoradas pela esquerda, que também ignora o fato
de que a maldade independe da renda e das origens, uma vez que ela também é
cometida por gente criada na riqueza e no privilégio, como reis, conquistadores e
escravocratas.
Logo, por que a existência do mal sempre foi um conceito tão difícil para ser
aceito por muitos da esquerda? O objetivo básico da esquerda sempre foi o de
mudar as condições externas da humanidade. Mas e se o problema for
interno? E se o verdadeiro problema for a perversidade dos seres humanos?
Rousseau negou esta hipótese no século XVIII e a esquerda a vem negando desde
então. Por quê? Autopreservação. Afinal, se as coisas que a esquerda quer
controlar — instituições e políticas governamentais — não são os fatores
definidores dos problemas do mundo, então qual função restaria à esquerda?
O que houve quando ideias antiquadas sobre sexo foram substituídas, ainda na
década de 1960, pelas novas e brilhantes ideias da esquerda, as quais foram
introduzidas nas escolas sob a alcunha de "educação sexual" e que supostamente
deveriam reduzir a gravidez na adolescência e as doenças sexualmente
transmissíveis? Tanto a gravidez na adolescência quanto as doenças sexualmente
transmissíveis vinham caindo havia anos. No entanto, esta tendência foi
subitamente revertida na década de 1960 e atingiu recordes históricos.
Desarmamento
Uma das mais antigas e mais dogmáticas cruzadas da esquerda é aquela em prol
do desarmamento. Aqui, novamente, o enfoque está nas questões externas — no
caso, nas armas.
No entanto, a crua realidade não dá sustento a esta pressuposição. É por isso que
são os críticos do desarmamento que se baseiam em evidências empíricas, todas
elas magnificamente coletadas nos livros "More Guns, Less Crime", de John
Lott, e "Guns and Violence", de Joyce Lee Malcolm. [Veja nossos artigos sobre
desarmamento]. Mas que importância têm os fatos perante a visão inebriante e
emotiva da esquerda?
Pobres
A esquerda sempre se arrogou a função de protetora dos "pobres". Esta é uma de
suas principais reivindicações morais para adquirir poder político. Porém, qual a
real veracidade desta alegação?
Em vários países do mundo, não são poucas as pessoas que são consideradas
pobres, mas que, além de terem acesso a vários bens de consumo que outrora
seriam considerados luxuosos — como televisão, computador e carro —, são
também muito bem alimentadas (em alguns casos, até mesmo apresentam
sobrepeso). No entanto, uma definição arbitrária de palavras e números concede
a essas pessoas livre acesso ao dinheiro dos pagadores de impostos.
Esse tipo de "pobreza" pode facilmente vir a se tornar um modo de vida, não
apenas para os "pobres" de hoje, mas também para seus filhos e netos.
Variações deste padrão social podem ser encontradas nas histórias de judeus,
armênios, libaneses e outros emigrantes que se estabeleceram em vários países ao
redor do mundo — inicialmente pobres, foram crescendo ao longo de gerações
até atingirem a prosperidade. Raramente recorreram ao governo, e quase sempre
evitaram a política ao longo de sua ascensão social.
Esta agenda raramente teve êxito em retirar os pobres da pobreza. O que ela de
fato logrou foi elevar a esquerda a cargos de poder e a posições de autoexaltação
— ao mesmo tempo em que promovem políticas com resultados socialmente
contraproducentes.
A arrogância
É difícil encontrar um esquerdista que ainda não tenha inventado uma nova
"solução" para os "problemas" da sociedade. Com frequência, tem-se a
impressão de que existem mais soluções do que problemas. A realidade, no
entanto, é que vários dos problemas de hoje são resultado das soluções de ontem.
No cerne da visão de mundo da esquerda jaz a tácita presunção de que pessoas
imbuídas de elevados ideais e princípios morais — como os esquerdistas —
sabem como tomar decisões para outras pessoas de forma melhor e mais eficaz
do que estas próprias pessoas.
Na condição de alguém que saiu de casa aos 17 anos de idade, sem ter se
formado no colégio, sem experiência no mercado de trabalho, e sem habilidades
específicas, passei vários anos de minha vida aprendendo da maneira mais difícil
o que realmente é a pobreza. Um dos momentos mais felizes durante aqueles
anos ocorreu durante um breve período em que trabalhei 60 horas por semana —
40 horas entregando telegramas durante o dia e 20 horas trabalhando meio
período em uma oficina de usinagem à noite.
Por que eu estava feliz? Porque antes de encontrar estes dois empregos eu havia
gasto semanas procurando desesperadamente qualquer emprego. Minha escassa
poupança já havia evaporado e chegado literalmente ao meu último dólar quando
finalmente encontrei o emprego de meio período à noite em uma oficina de
usinagem.
Havia um salário mínimo, mas, como o valor deste havia sido estipulado em
1938, e estávamos em 1949, seu valor já havia se tornado insignificante em
decorrência da inflação. Por causa desta ausência de um salário mínimo efetivo,
o desemprego entre adolescentes negros no ano de 1949, que foi um ano de
recessão, era apenas uma fração do que viria a ser até mesmo durante os anos
mais prósperos desde a década de 1960 até hoje.
Não sei o que teria sido de mim caso tais políticas já estivessem em efeito em
1949 e houvessem me impedido de encontrar um emprego antes de meu último
dólar ser gasto.
Os salários pagos pelas multinacionais nos países pobres normalmente são muito
mais altos do que os salários pagos pelos empregadores locais. Ademais, a
experiência que os empregados ganham ao trabalhar em empresas modernas
transforma-os em mão-de-obra mais valiosa, e fez com que na China, por
exemplo, os salários passassem a subir a porcentagens de dois dígitos
anualmente.
Nada é mais fácil para pessoas diplomadas do que imaginar que elas sabem mais
do que os pobres sobre o que é melhor para eles próprios. Porém, como alguém
certa vez disse, "um tolo pode vestir seu casaco com mais facilidade do que se
pedisse a ajuda de um homem sábio para fazer isso por ele".