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lillâ illiiiliiii'

N. 3. V DE DEZEMBRO DE 1843. VOL. I

ltlWMjaiA.1%

MEDICINA (•) du ¦. .mt fria; Floyer, medico igfl«l mui co-


nhecido, MM o risco ainda acima O* llolVniann ,
de huma virtude quasi
gratilicando este agente
I.A H.lJllOlIll RAPIA , 08 X0V0 METHODO UE CUBAI universal. Os Italianos seguiram ns mesmas idéas
Atil.X 1'ltl.V. sobro as pisadas do cnpuehini Maria dfl Castra-
NU
e de Cirillo dfl Nápoles, e a Fronça não
gione
licou estranha a esse movimento.
A hvdrotberupia , nascida ainda hontem, por
Todavia a administração da água fria mio subsli-
assim dizer , já domina no lugar da antiga pra-
tuio n antiga pratica medica ; não fez mais dfl
lica medico ; em toda a Allemanha conta innu- meio das outras presuinpçoes
ineraveis estabelecimentos, publicações mullipli- que introduzir-se no
ila sciencia. A hulrotlieiapia moderna porém apre-
iatlas, e tunlos testemunhos de sua ellicacia,
senta-se com formas altivas e pretençoes ainbi-
,|iie attestao que o novo methodo tborapeutico
ciosas de exclusivo domínio. Ella aspira a sup-
merece lixar a alteneçao do povo c dos sábios. medica ; npplica-se a toda as
Em presença dos factos irrecusáveis que surgem plantar l antiga arte
moléstias sem cxcepçao ; repelle a menor alliança
de todos os lados, julgamos do muito interesse
com os produetos da pharmacia; tem por fim-
tlar hum esboço da nova pratica, que parece
dador e por chefe littiti caniponez quasi illcrate
tlestinada a representar hum papel importante na
tia Silesiii nustriac.i. Examinemos em poucas pa-
arte de curar.
lavras os títulos desta estranha personagem , *
Náo he de bojo que so recorreu â água fria
as condições de sua pratica.
no tratamento das moléstias: os antigos servião-
Priessnilz ( tal be o nome do nosso homem),
se freqüentemente delia , já a titulo de remédio , veterinário também
genro de hum veterinário, fl
já como meio hygienico. Sem lembrar as reconi- elle , administravu desdo longo tempo nos ca-
mendaçoes ou prescripções que se achão na Hi- hydrosudopat.iico já usado por
ldia e nas usançus dos Egypcios o tios Gregos; vallos O Iratainento
appli-
alguns veterinários inglezes , quando tentou
sem reproduzir as opiniões de César o do Ta- a alguns Silesiunos • a si
car o mesmo inelhodo
cito á cerca ilo habito dos banhos frios, mes- de extrema sagacidade o espi-
mo durante o inverno , que attrihucm ás anti- próprio. Dotado
au- rito oxaclo , e tlu caracter sempre uniforme, fundou
gas povoaçoes da Germania ; sem invocar a hum estabelecimento bydrosudopathico em Gro>
toridade do Hippocrates , de Galeno e dos Árabes
fenberg, sua pátria , animado pelos bons sue-
em abono da utilidade da água fria como reino-
cessos que obtivera. Mais adianto veremos quais
dio em muitas moléstias, pòde-so asseverar que
são os seus princípios, fl por agora .aliemos só-
o regimen da agun fria tem tido numerosíssimos
no mente da realisaçao de suas vistas therapeiiticus.
partidistas em todos os pontos da Europa Grce.enberg, segundo a relação recente
do Sr.
decurso destes dous últimos séculos. Hoflmann , trinta casas
de Scoutetten, conta quando muito
por exemplo, huma das glorias da escola espalhadas pela encosta oriental de huma monta-
Hall, escreveu hum elogio pomposo em favor aus-
nha que domina B pequena villa da Silesia
chamada Frcvwaldau. O paiz he salubre ,
triBca,
(*) Esta noticia, assim como a quo se contém nos excellente. Priess-
iluits artigos seguintes, silo cm gi-antln parte t-xtrnlii- 0 ar puro e penetrante , a água
du medicina, o ape-
»las dns revisttis francezas o iiiglozoa tlesto anuo. . nitz nenhumas luzes possue
(il SCIENCIAS.

nas sabe ler c escrever. Seu estabelecimento re- Emfim , modificações nolaveis introduziram-se
monta alem do 1829; mos foi depois disso que em Buviera nos hábitos d.i sociedade, segundo
começou o ganhar extensão e celebridade : da- o influxo dos priucipius da nova pratica; a corte
e parle dos cortezaos renunciaram uo uso do
remos huma idéa do seu progresso, dizendo que
em 1829 só recebeu 18 enfermos estranhos ao vinho o das bebidas ->\riliiult*>, u Imuiu Cmlu
em 183tí, 169; iu .uiiii o cor|Mi todo cm agua fria. A roinha
paiz, que em 1839 contou 118] e seus lilhos nao recuam diante destas nbluçuc.
em INN), l_7ti; 8 que boje, diz o Sr. Scou-
tellen. tornou-se Gnr-lenherg o hoipilul dos in- refrigerantes. Em Áustria o uso dos banho»
frios também foi adaptado por todas as classes
.amai. do munilo inteiro, Priessnili. apezar
•lu fortuno enormu que aecumulou em poucos o p.-l.i corto imperial. Seis estabelecimentos hy-
annos, a de comprar lium-i propriedadu eonsi- drotherapicos existem nos orredores da capital
oustriucu, e muitos outros, mais ou menos
ileravel com a regalia da direitos senhoriac*,
ronsen. cnmtudo seus hábitos simples c frugaes, acreditados, encontram-se na Hungria, na Mo-
e goza da reputação de huma probidade levado ravia, na lllyria. Dresdu também acolheu a
ao ponto do escrúpulo. Inquietado nos primei- nova pratica, e vô-su ahi todas as manliaa*
ros tem-ros du suo pratica por pessoas que «lis- li ti n i numero considerável de pessoas que solTrem
de exercer u medicina irem hum quarto de légua, da cidado ao grande
|nita\aiii-l!>e o direito
sem qualificação, 0 governo austríaco acaba de jardim do rei, para beberem a agua excellente de
outorgar-lhe esse direito, em attençaõ aos sur- liuma pequena fonte que ali existe. Berlim, Ziltau
viços que prestou I humanidade, e isto depois c Cassei contam associações io mesmo gênero. O
de ou.ir o relatório du lium medico da corte príncipe du Suxonia-Golha deu o seu castello de
imperial enviado expressamente paru aprecior os Elgersburgo paru a fundação du lium estabe-
elleitos tlu sua pratica. lecimenlo liydrolherapieo, u o príncipe do Soxo-
Ainda mais, o reconhecimento ,)0 «.-.us clien- nia-Meiiiingen consagrou ao uiosiiio uso o seu
tes exprimiu-se por testeinuiilios que dilllcil fora o castello de Licl-entluin ; o principu soberano de
repudiar. AK-m dos honorários, quu orçam em lleuss acaba lambam du creur hum estabeleci-
milhões, o nosso h\drosudop..lha recebeu das tu do mesmo gênero.
personagens da mais alta distineçao presentes Estes documento* estatísticos, extrabidos do
magníficos. Muitos delles, para transmiltir a pos- relatório sobre a h.drolhcrupiu apresentado ul-
teritladu a memória dos benolicius que oltribuoin liiiiüiiieute pelo Dr. Scouletten , mostram o alto
ao campouez, leianlaraiii-lhi- nionuinentos j assim lír.tt) de confiança que a nova pratica tem ins-
vó-so na parte d;i montanha que olha para Freywal- pirado. Passemos agora a expor resumidamente
tlau lium leão de bronze do grande/a natural , us priucipius e processos desta pratica salutar.
sustentado pur lium iiniiienso pode.-.tal de feiro, A medicina Bjdrotiierapiea eompOo-se ussen-
c sobru o qual estão gravadas em letras du senciiiliiiente de tres espécies de meios. 0 único
ouro inscripçoes em honra de Pricssnit/; olhai qua se preconisa be o uso da ugun fria ; mas
adianta, no meio tia estrada quu conduz ile Fre*.- existem outros nao menos poderosos; queremos
walilau a Grtrlcnherg, estrada construída ú eus- fallar em primeiro lugar dos meios de provocar
ta do príncipe de Sassau, uririu'-su huma fon- o suor, a depois da obrigação de nao tratar os
le monumental , formada por liuma pyrami- doentes senão em lium paiz do montanhas, a
de da granito, em cujo ápice brilha hunia os- em lugares salubres , no seio do huma ritmos-
trclla tlu ouro , lymboio do porvir da bydro- phera perfeitamente pura. A esta obrigação im-
tlicrapia. penosa ajiinta-su outra , a quu os hydrothcrapeu-
Nao lie súmente em Gruifunhurg (juc* Priess- ticos nao dao menos importância ; o cila con-
nil/. triumpha, Grande numero de estabeleci- siste na escolha dc huma alimentação particular,
inentos o de concessões magníficas destinadas á do que desterram o vinho , as bebidas estimu-
pratica tKi hydrotherapia cobrem presentemente tintei , todos os condimentos, todas as iguarias
;i superliciü da Allemanhu. I-.ntie us estabeleci- de luxo , para reduzil-a ao uso d'agua c ás subs-
muiilos de que tratamos, Ires exislcin no reino landas as mais simples , ou reputadas taes, ser-
de \Y urtemberg, dos quaes o mais bullo, l'un- \iilas uni estado do frioldadu quasi sempre.
dado por accionislas, acha-M situado junto tia O emprego du agua fria constituo o fundo do
villa de Esslingen, em lium sitio delicioso e tratamento hydrotherapico, o qual be applicado
mui salubre. Mais honrada ainda tem sido a do duas maneiras no interior o no exterior. No
liul.olherapia nn Baviera; já um 1837 o rui exterior, applicam-a debaixo da fôrma de banhos
linha enviado a Gro-fenberg os Drs. Hccmer e geraes, ou parciaos: os p-ues tomam-se cm huma
Sehdilzlcin , e logo depois aquelle reino vio nas- bacia que tenha a capacidade bastante para conter
ter estabelecimentos importantes consagrados a hum homem de estatura ordinária até o pesco-
esse tratamento. ço; jc a agua deve ser de quando cm quando
SCIENCIAS. c;,

renovada para expurgal-a das impurezas deixadas CHI MIL A ORGÂNICA»


iielos baniiodores. Uo essencial que ie entre no
banho com o corpo coberto todo do suor; o aacaaiii hummum desta Karacu.—estvtis-
,-.M-yur.i-v: quo esto iiiiiii.-ivi» he sempre isenta TIC.A CHIMICA DO $W. DUMAS.
de perigo , cumtanto quo os orgaos da respiração
achem-se MB repouso. Assim , recommenil.i-íe que
a pessoa quo chega depois do hum longo tra- TjPHà. nm últimos tempos hum grande movi-
operado em França, nu
jecto descanse hum
tanto do peito , sem todaviu JWÍ'nifiii.i seientilico
deixar-se resfriar, o que faria perder oo corpo ^SU seio mesmo da academia das sciencias,
os Srs. Dumas,
o color do quo necessita paru obter a reacçao por tres de seus membros,
tlevn ser a pri- Boussingoult o Payen , deu nova fuce á chimi-
provocutlu pelo banho. A cabeça ca, dirigindo suas investigações paru os estudo,
mi-iru a mergulhur-se na ugua; depois de ter todas
sido previamente molhada, assim como o peito, phvsiolugicos. O Sr. Dumas, coordenando
üliin do prevenir as congestões para essas re- as observações de seus collegas, assim como as
gioes; precaução estu quo he do rigor em Crcc- quo lhe sao próprias, acaba do estabelecer em
fenberg. A duração tio banho he de G a 8 bum opusculo mui notável, publicado cm eom-
minutos, e uo sahir deliu devo o banhador co- muni com o Sr. Uoussingoull, sob o titulo de
brir-se, enxugar o corpo, vestir-se iiiiinediula- Ensaio de Estatistica Chimica dos Seres Orga-
mente, 0 pusseur paru esquentur-se. lodo o nisudos, seduetoras tlieorios que, em razuo do
calor ortiliciul, como o dos logoreiros, «leve ser sua mesma simplicidade, parecem trazer com-
evitado como contrario ao trutumento. sigo esse caracter de evidencia que he o eu-
Ouo o corpo esteja suudo , he indispensável nho de todas as grandes obras.
A theoria adoptoda pelo Sr. Dumas c seu
paru o banho, dissemos nós. Ora, os hvdro-
sudoputlíus provocam esses suores por huma or- collega , e que repousa sobre analjaea numero-
«Jcin particular do meios. O doente bo envolvido sas c exactissimas, os levou a admittir que us
nú em hum espesso cobertor do lua, com as material leraariai que estão accumuladai dos te-
pernas e braços estendidos. Fsle cobertor , assim cidos dos animaes, taes como a gordura, sao
enrolado em tomo do doente, he fechado com elaboradas pelos vegetaes, assim como o suh
iitadurus dispostas do antemão, o em semelhun- também as matérias uzolisudus neutras, qae
te posição dove ficar o enfermo até quo sobre- constituem o trame da orgtniatçlo animai Coiii
venha o suor, o que raramente tem lugar antes efleito, os vegetaes, radosindo o ácido aarbooi-
tlu huma hora. Logo que elle chega ubrem-se co o a ugua, fixam o carbônico e o bydroge-
us j.meIIas o dá-se a beber hum copo d'agua noo, o relançam o oxvgeneo na atmospliera;
Iria do quarto em quarto de hora; hu então que e oru reduzindo o oxydo do nmmoiiiu , ora sub-
ve-se o suor atravessar o leito c correr, diz- liabimlo directainento o uzote do ar , asseme-
se, sobre o assoalho. Quando, durante o suor, Ibain-se a este elemento.
a cabeça esquenta-se , apezar da aiiundancin de Considerado debaixo deste ponto de -islã, «>
bebida fria, então lio tempo do deixar o cober- reino vegetal constituiria huiii iinmcnso appnre-
tor c entrar no banho. Um de reducçiiu, entretanto que o reino animal
Os banhos pnrciacs supprem aos banhos inteiros funccionnria á niancira de bum apparelhu du
nas pessoas nimiameiite fracas, ou que se mio tem combustão. O que os vegetaes produzem , os
faiuiliarisado ainda com os banhos inteiros. animaes O consume; o que huns duo ú alinos-
o loinatu.
O uso d'agua em bebida concorre com as suas phera, os outros
upplicaçtios exteriores : não bebe-so DO banho , Segundo as idéas do Sr. Dumas o Dous-
mas antes, o depois delle. O uso d'agua em be- singault os animaes e as plantas poderiam de
Lida serve algumas vezes por si sò de tratamento. alguma sorte ser considerados como ar coiulou-
>iao se deve beber menos do 12 copos por dia , sado. Huns o outros vem do ar; quando a for-
nem mais dc 30. Algumas pessoas experimentam ça vital anniquila-ic nellos, os elementos que
a principio com O uso d'aguu náuseas , vomito, formavam essas matérias tão complexas da oco-
e mesmo diarrhéa. Mas isto nuo deve ser hum nomia separam-se, e a decomposição dá por
o oxydu de
motivo para abandonal-o : pelo contrario, deve- produeto linal o acidfl carbônico , e
se beber ainda muis, como o meio de fazer des- ammonia ; elementos quo, tornando a organisar-
upparecer taes incidentes. se, servem para formar novos sores.
Eis em substancia o novo systema de curar , He portanto no reino vegetal que suo elabo-
que tão brilhantes suecessos tem obtido nu Alio- radas, á custa do ar, essas matérias ternarias
manha, e que bem depressa, como he de crer, ou quaternárias que , passando para os corpos
*crú ensaiado em todo o mundo. dos animaes herbívoros, sao em parle destruídas,
S. X 11. o cm partes occumulmlas em seus tecidos Dos
«6 SCIENCIAS.

onimaes lierbivoros passam paro os rarnivoros, mesma substancia essenciol. O principio consti-
iu.- oi dcstroem ou os fixom , segundo os suas luintu do chocolate, até o bromiua , tem tam-
necessidades. bem grande semelhança de propriedade com a
« Assim pois, diz o Sr. Dumas, fecha-se esse cbàina.
• trculo misterioso da vido orgânica na superfície
.Io globo. O ar contém ou gera productoroxy- Sociedade das Artes. — Hum novo aperfeiçoa-
dados, ácido carbônico, água, ácido azotico, mento da lithograpbia he a gravura k litbon-
«wdo de emrnonia. As plantos, verdadeiros ap- tinte dn Sr. Ilullinondel. Logo quu o desenho
parelbos rediictorei, apoderam-se de seus radicoes, aclia-so esboçado, colorido, o acabado sobre g
carbônico , bydrogeneo, azole , amuionia , c com pedra pelo artista rom tinta lilhogrupbica mis-
elles fabricam todas as matérias orgânicos ou lur.id.i d'agtia paro produzir os diversas sombras,
organisoveis , que cedem nos animaes. » devo-so i.l.iil-.i com água gouniiada o ácido ni-
tricô enfraquecido poro lixal-o. Depois de esperar-
so o tempo necessário para su seque, derra-
ma-se buma solução do resino o de ulcohol sobre
MUIM DAS SOCIEDADES SI II Mil lt: VS DE I <>\l>lll - a pedra , e a medida quo esto fundo se (orna
NO ContlHSTE AN.NO. ¦MM, divide-se em lium milhnr de rcdcsiiihns
que só com o microscópio póde-se descobrir.
Na Sociedade Microscópica as novos expe- Deita-se então sobre a água tiniu hum nrul.
'in. i.i- de Liebig na allemanha, e tle Dumas mui forte que, penetrando todos ns feudos, pro-
em França, tem sido o objecto de numerosas duz sobre a pedra o mesmo elleito que as gra-
dissertações. Assim, em prineipios deste anno, o nulaçoes du Mi. pelo processo ordinário. A resina
reverendo J. II. Ilead leu buma memória sobre
'existência protege o desenho em toda o parte, exceptn
a do ammonia na gommn, no ns- nas feudos, e quando se tem demorado o lem-
socar, e n'outras substancias nao azotisadas. Elle po sufliciente porá obror sobre as partes nao
alii também estabelece que descobrio aquella subs- protegidas do desenho, enxuga-se o fundo : o
tancia na cerveja e nu gordura, corpos classili- objecto ilesappnrece da pedra até que, applicnn-
<-odos por Liebig entre os substnncias não azo- do-se-lbe a tinta com o rolo ordinário , se re-
tisadas, e pensa que se os chimicos não pode- produza prompto a dar o numero querido de
ram atè agora assignalnr nzote no assucar ho impressões, que excedem a milhares.
porque l quantidade era minimn, e nao podia
ser descoberta pelos processos da analise or- A mesma sociedado oecupa-se do exame da
ilin.-iria. nova machina typographica, por meio da qual
as letras vem por si próprias dispór-sc em pbra-
Sociedade Real. — A leitura mais interessante ses, linhas o paginas respondendo no toque de
que leve lugar em buma de suas ultimas ses- buma tecla. Este invento fez grande sensação
soes foi a do Dr. J. Stnrt, sobre a estruetura e nas typographius francezas. e já o Sr. Arapo
.'oniposiçao dos nervos. O autor, depois tio nu- fallou delia ao Instituto.
merosos estudos pelo microscópio e a cbimica ,
-'.incluio que os nervos consistem em huma reu-
nino tle tubos membranosos de forma cylindrica,
¦-.illoi-ailos parnllelumcntc hum uo outro', e reu- *OBltE A (àlt.Wm.lDI..
uiilos etn fnsciculas de diversas dimensões, mas
nem os tubos isolndos nem ns fascieulas não são as questões scientificas se costu-
revestidas de tecido algum lilamentoso. mijkr.vNuo
'mavani encarar quasi exclusivamente com
os olhos da alma, assentavam os
Sociedade Chimica. — t) Dr, Bnlfour assigna- philoso-
pbos que não podia o descenso dos graves dei-
lou o descobrimento da chàina (
principio ele- xar de fazer-se na razão dirocta das massas.
inenlur ilo cliá ) no mate do Paraguay
( as fo- JMas quando começaram a rebnbilitar-se os rin-
Mias do ikx parayuacnsis). A infusão destas CO sentidos corporaes, tiveram os sábios de mu-
folhas lorma n bebida da mór parte dos babi- dar de opinião , porque assim o exigiram im-
(antes th America do Sul. A planta contém o
periosas experiências. Primeiro que todos o im-
mesmo principio azotisado que o chã da China, mortal Galileo, observando que buma leve bola
principio ncbndo também no café pela analysc de cera, largada de cima da torre de Pisa, che-
chimioa. O homem em todos os climas teria
gára ao chão quasi ao mesmo tempo que pe-
pois adoptado para o mesmo uso os grãos e as sndas bolas nictallicas do mesmo volume, colli-
folhas de plantas de espécie diversas, e não tendo
gio que esta diííerença dc rapidez , já que de
entre si outra relação natural mais tio que huma nenhum modo se achava em
proporção com a
SCIENCIAS. 67

olhos, n.io ie vé quo laboram em contradicçao


lillerenço das massos, seria occasionoda |iela re-
sisleiicio do or, e quo, a nflo ser esle obsta- a lei .li attracção planetária o a k-i da gravi-
dade ? Ua»tara |«>r ventura responder quu nao ha
tulo, diflbrença nenhuma se notario. Ainda
implicância , por ser huma pura os astros, e a
mais' so persuadiram os sobios de quo o«im
outra para os corpos terrestres? Mus se o prin-
era na verdade, quando viram corroborada esto
fip.ii progresso nos sciencias consiste justamente
experiência do Golileo pelo experiência muis ri-
em restringir 0 numero das leis; e so, por ou-
¦MM de Désaguliers, o qual, largando de
"uno
do cúpula de S. Paulo de Londres, ollu- tra parte, a magestade da attracção planetária
ia de -78 pés inglezes, duas bolas do igual vo- nos está incitando a desejar que ella mio seja me-
lume, mos cujos mossas estavam no proporção ramente planetária, mus realmente universal .
tle i paro li), oluorvou quo a dilTerenço da como muitos lhe chamam, mio devemos nus
examinar se a ella se pôde reduzir a gravidade ,
lapidez ero unicamente como de 1 poro 3. Pus- — Como porém .
sou linalmcnto a persuoçtto a ser convicção, quo com ella tanto so parece?
,|uantlo o immorlal Newton mostrou quo , en- so, eini|uanto nos brada a astronomia que a
terrando-se em hum tubo do vidro, do cinco attracção se exerce na razão directa das massas,
a seis pés de comprimento, bum considerável nos esta a phvsica mcttcudu pelos olhos que a
— Mus se, appli-
o huma pequenina porção gravidade prescindo das massas.'
pedaço de chumbo , tando .i gravidade a lei da attracção , nos con-
so fazia o
de rama de penna, se neste tubo
vácuo , nenhuma discrepância so percebia no vencermos do que por força nos ha de parecer
descenso de mossas tao desiguaes; o logo que que devem todas as massas cahir no vácuo com
so ia novamente introduzindo o ur, qiianlo igual rapidez, sem que todavia seja real esta
mais ar entrava, lunto mais devagar cabia a apparente identidade-, se nos convencermos, ao
hoje unanimemente mesmo tempo, de que procede a illusão de mm
pluma. Desde então até
todos os tratodos de phvsica, como serem as massas com que experimentamos assaz
proclamam desproporcionadas entre si , relativamente á sua
huma verdade inconcussa, quo no vácuo exer-
ce-se a gravidade sem respeito ás massas; o isto desproporção com a massa da terra , parece que
fazem , não sô os estimaveis doutos que so li- ficara resolvido o problema proposto.
mitom o propogor os descobertos alheios, mas Sejão hum metro cúbico de platina , a bum
ainda a selecta minoria dos mais profundos pensa- millimetro cúbico de cortiça. Massas desuompus-
dores; sendo entre todos doutrina tão corrente sadamento desconfurmes! porque, de bunia parte ,
cúbico do
que até já passou do sanetuario
da sciencia para pesando hum kilogrammu hum decimetro
os domínios da litteratura, como se pôde ver agita deslillatla , que he 0 termo de comparação
_J
nos preciosos synonymos com que, além de que se costuma empregar. sendo a platina
vezes mais I água , eqüivalendo litiiu
outros tbesouros", tem opulentado as letras por- posada que
tuguezas o muito voneravel eminentíssimo car- metro cúbico a mil cubos do decimetro, pesará
tlcal patriarcha de Lisboa. o metro cúbico do platina 23.000 kilogrammas ;
Entretanto, se, oo contemplarmos esta formu- o do outra parte, pesando hum decimetro tu-
Ia da lei da gravidade, nos acudir á lembran- bico do cortiça 2\ centésimas do kilogrammu ,
ça a grande lei da attracção planetária , talvez o sendo bum millimetro cúbico I ntillionesimu
apenas pesará
ajuizemos quo, assim como seria infruetuoso parto do hum decimetro cúbico,
olhar para a natureza sô com os olhos do deu- o millimetro cúbico do cortiça 24 centésimas-
tro, tão pouco será razoável litar nolla sô os millionesimas parte do hum kilogramma. Do sorto
unidade o peso desta por-
de fora. quo, so tomarmos por
do cortiça , ficará o peso da grande mu-
iVo vácuo exerce-si a attracção planetária na çãozinha
ratão directa das massas, e inversa do quadra- china do platina representado por 9b' 833 milhões
do das distancias. Eis-ahi a grande descoberta do e 333.333 unidades; e esta mesma será a ex-
sempre us
Newton em astronomia; eis-ahi o grando princi- pressão das massas, visto estarem
massas na razão directa dos pesos. Indaguemos
pio que, porfiadamento rebatido pelos estrenuos
discípulos de Descartes, de todos triumpliou ca- agora qual seja a massa da terra. Tem de vo-
lialmente, e de tal modo inlluc, ha mais de hum lume o nosso planeta 1 quatrillião , 80.9M.ril-
século, no animo de todos os astrônomos, quo, liões, 947.420 billiòes , e 800.000 milhões do
se por ventura nos cálculos que levantam sobre cubos de hum decimetro ; ora, pesando cada hum
este alicerce lhes argue a observação algum delles, termo médio, 5 kilogrammas o 48 cen-
erro, firmemente permanecem convencidos quo tesimas, segue-so que o peso total do globo be
foi, não por vicio da lei geral, mas por causa de 5 quatrilliões, 923.578 trillióes, 311.865 bil-
He alguma particularidade , menos bem averi- liòes , o 984.000 milhões de kilogrammas; e ficará
guada. n sua massa indicada por este numero subidissimo.
Ora, postas assim ambas juntas diantes dos Conhecidas assim as massas dos tres corpos,
SCIENCIAS.

supponha-se que so soltam no vácuo da altura lima parte d» problema po.to pelo poeta parece
,1,. 18.000 metros, o infiro cúbico tio platina, chegar ao ponto de ser realisado. Sir Georgt
com o millimctro cúbico do cortiça, ti calculc-se o (iu.ley annuiicia quo hu possível construir acros-
i|ue dà a grande lei ncwloniatia. Mover-oe-ba a táticas de vapor, e hum dos inventores mm
curtira para a tcrn com a força indicada pela iitrc.idos da nossa época oecupa-so de realisar a
massa da terra , e moier-se-lia a ti-rra para o aHirmaçâo da otieiiciu.
i-i.rlica com u força indicada pela massa da cor- Iloju o uso geral da força motora do vapor equi-
tiça ; du modo t|ue ba do t>er o resultado como vale a hum uecrescimo enorme de população.
to a terra licassu immo.el e para ella M mo" Sò na li.itui.i as iiiachinat movidas por vapor
vcsse a cortiça com a lorça do o ijuatrillioes, representam o trabalho do muitos milhões de
.l2d.i»7H trilhões , S1L868 billioos, D8V.00O mi- homem Mr. Pare, em hum mettina que hu
llioes du unidades ¦ 2V centesimas-millionesima. pouco levo em Uiruiiiigham , calculava que ,
em 18*27, todas as machmas então existente.
partes da utesina unidade. Mover-se-ha a platina
Iiirneciam hum trabalho igual a 200,000.0011
para a terra tom a mesma força indicada pela
massa da terra , o mover-se-lia a terra para a de homens, o que boje corresponde oo de
.ti1 i.iidii.diiii, quusi metade do numero total do»
platina com a força indicada pela massa do mt-tul;
do modo quu ha de ser o resultado como so a homens espalhados na superlicio do globo. Mr.
tiTru licasse iiiimoiel o pura ella se movesse a Owcn , de New-Lanar», com seus dous mil a
platina com a força do g i|uatrillioes, U23..'J78 quinhentos obreiros e suas innchinas, puniu/
irillioes, 311.81,3 bilhões, 98..000 milboes e por dia tanto lio de algodão quanto seria pre-
23.000 milham de unidades. Ura que propor- ciso para dar duas voltas e meia .t roda du
ç|0 existo entro os dous resultados? Hepresen- planeta que habitamos.
tando-so o menor por 1 , litaríi o maior repre- Applitiido á navegação, o vapor tem luiii.nl..
sentado por 1 , u três quintillioncsimas partes da rapidamente huma cxlcnsan prodigiosa. A (írao-
unidade. Logo , so o metro culiico de platina Bretanha possue hojo 810 naiios do vapor,
levar hum minuto u vencer a supposta altura de representando a somma tio 137,8.8 toneladas.
18.000 metros, vencerá o inillinietro cúbico do força de cavallos — G3,.Í30.
cortiça o mesmo espaço em hum minuto , me-
nos 180 quintillioncsimas du segundo. IMns quan-
do poderão os homens apreciar (ao subtil dilíe-
rença ? E quando faraó elles a experiência com
tamanha altura, c com massas lio despropor- StlEaCIAS MORAES.
cionadas ?
Assentemos portanto quo podem ser fullazes IMPORTÂNCIA DE IIUMA BOA EDUCAÇÃO.
as experiências que mais terminantes parecem ; o
EUtCAçÃo da mocidade foi sempre con-
concluamos que , pelo que respeita ao descenso
dos graves, fica u observação conciliada com a
theoria.
«Or. Joaquim Caetano da Silra.
A \ siderada pelos grandes pbilosophos c pelos
mais famosos legisladores como a mais se-
fonte do repouso e tia felicidade , nao s<>
gura
das familias , como também dos estados udosim-
perios. E o que he huma republica ou hum reino,
-ca-.»*" senão hum vasto corpo cujo vigor e saúde de-
pendem da saude o vigor das familias particu-
lares, que sao os seus membros e partes, e do
AS MACU1NAS DE VAPOR EM 1813. qual nenhum póde faltar as suas funcções sem
quo todo o corpo se resinta? E não he a boa
«Bem de pressa teu poder, vapor, tio lon- educação que pou todos os cidadãos, o mais que
« go tempo intlontiivel, uccelerarít a marcha do todos os grandes e os principaes, em estado tle
ttcarro rápido , ou com as azas estendidas le- desempenharem dignamente suas dilTerentus func-
« varíi aos campos do ar a machina do aéreo- çoes ? Não he evidente quo a mocidade ho como
« nauta. » o viveiro do estado, que por elle so renova e
Quando Darwin ( diz o United Serricc Jour- se perpetua? Que deliu vem todos os pais dc
nal ) lançava esta audaciosa prophecia, quem familia , todos os magistrados, todos os minis-
poderia crer quo antes do meio século ver-sc- tros, um buma palavra todas as pessoas cons-
hia, nâo só os bateis dos rios o os locomotivos tituidas om poder e dignidade? Náo se pódu
dos caminhos do ferro postos em movimento assegurar que o que ba do bom ou de defet-
por vapor; mas ainda alterosos navios «traves- luoso na educação daquelles que tem de excr-
sarem fumegando os oceanosI que digo! ,a ul- cer alguma vez os empregos do estado influo
SCIENCIAS.

o es- icin-sc nt-üe liiiinii segunda natureza quo quasi


em todo o seu corpo, o torna-se como
de toda a nação? se nau pude mudar, o fazem para com elle, em
pirito o o caracter gcrul todo o curso tle sua vida , aa funeções de hum
As leis, em verdade, sao o fundamento dos im-
a regra tt a boa ordem, legislador sempre presente , que cm cada huma
perios, conservamlo-lhe» das ot-t-asioes Ibe mostra o seu tlevei , e n faz
mantendo-lhes a paz e a Irunquillidude. Mas
donde tiram as leis sua força e seu vigor so- cumprir.
ii.... da boa educação que lhes ucn.tumo o sub- Não nos devemos portanto espantar du que
incito os espíritos. Sem educação ellas sao hum os antigos rocomiuendussem tao uliiicadamentu a
fraco muro conlro as paixões dos boi; ons. boa educação do mocidade , e a considerassem
como o mais seguro meio du tornar hum impe-
»j ,. i legea tina inonbua vin» pn.ftciant I rio estável e llorecente. Era sua máxima capit.il
que os lilhos mais pertencem á republica do quu
1'luiar» Im fui a este propósito huma reflexão a seus pais; e que por isso nao ao capricho
mui sensata , • que merece ser |-nnderada com destes se devu uliuiidonur a sua educação , mus
attençao ; lullundo do Lycurgo , diz : « esto sábio que a republica delia tu deve eucurregar desve-
legislador nao julga acertado assentar suas leis ludiiineiite; que por esta raz.it> os meninos se
ha de devem educar, nau em particular e nu casa pu-
por escripto , persuadido de quo o que
mais forte I de inuis cllicaz para fazer os ei- tema , e sim em publico , por mestres coininun-,
dudes felizes e os povos virtuosos, he o quo se e debaixo de huma mesma disciplina , ulim de
t unha nos costumes dos cidudaos , o que a pra- quu su lhes inspiro bem com cedo o amor da
tica u o Io,lui,» lhes tem feito familiar ¦ natu- p.ttii.i , 0 respeito para com as leis do puiz, o
ral; porque os princípios que a educação tem gosto dos princípios u máximas do estado em
gravado em seus espíritos tornam-se Urines o quu hao do viver, por isso mesmo que cada cs-
inabaláveis, como sendo fundados na convicção pot-io de governo tem seu genio particular. O
interior, e na mesma vontade, que he hum espirito fl o caracter tle hum estado republicano
vinculo sempie mais forte e mais durável do quo dilfero muito do espirito o caracter de hum es-
o da coacção; de tal modo que o educação vem lado monarchico , o he pela educação que elles
a ser a regra dos moços, o lhes fuz as vezes de so adquirem.
legislador. » Em conseqüência dos princípios estabelecidos
Eis aqui, parece-me , a idéa a mais justa he quo Lycurgo, Platão , Aristóteles, fl todos
]ue se pôde dar da dilTerença que lia entre ns os quo nos tem deixado regras de governo,
leis e a educação. — A lei, quando ho sò , he declaram quo o principal o o mais essential de-
huma senhora dura o imperiosa , que constrange ver de hum magistrado, dfl hum legislador,
o homem no que lhe he mais caro, o de que du hum príncipe , bfl velar sobro a boa educa-
hc mais zeloso, quero dizer, em sua liberdade; çao, prinieiramentü de seus próprios filhos.
••
que o entristece, que o contraria em tudo o que muitas vezes lhes suecedem no emprego ,
depois dos cidadãos em geral que formam t»
que ho surdo is suas representações e a seus
desejos, quo não sabe jamais ofrouxar-se , que corpo da republica. Elles notam que todas ns
lhe náo falia senuo ameaçando-o, e lhe nao desordens dos estados vem sempre da negligen-
mostra senão castigos. Assim não he de es- cia deste importante dever.
pantar quu o homem sacuda esso jugo logo quo Platão cila hum illustre exemplo na pessoa do
historia
o podo fazer impunemente, e quo , não ouvindo principo mais completo de quo falia a
mais do que lições importunas, entrega-se ás antiga, do famoso Cyro. Nenhuma qualidade
suas naturaes inclinações, que a lei sómento ro- lhe faltava das que fazem os grandes homens,
prima, sem as mudar nem destruir. á excepção desta. Occupado de suas conquistas,
0 mesmo nâo ha a respeito da educação. Cila ello abandonou ás mulheres a educação do seus
be huma senhora doce e insinuante, inimiga filhos. Estes jovens príncipes foram educados,
da violência e do constrangimento, quo ama nao debaixo da disciplina dura fl austera dos
obras por meio do persuasão, que cura do fazer Persas, que tão bem aproveitara Cyro seu pai,
agradáveis us suas instrucçoes fatiando sempre mas á maneira dos Medos, isto he , ni» luxo,
«om razão o verdade, o que tendo a tornar na molleza e nas delicias. Ninguém ousava con-
mais fácil a virtude, tornando-a mais amável. troria-Jos cm cousu alguma. Seus ouvidos só
Suas lições, que por assim dizer começam com se prestavam aos louvores e lisongeirias; iodos
o nascimento do menino, crescom e so fortifi- lhes dobravam o joelho e se arrojavam em sua
cam com ello, lançam com o tempo profundas presença; acreditava-se que era tle sua grandeza
elles fl o resto
raízes, passam bom depressa da memória c do pòr huma distancia infinita entre
espirito oo coração , imprimem-se de dia em dia dos homens, como se fossem de huma dilTe-
«m seus costumes- pela pratica e pelo habito, fa- rente espécie. Huma tal educação , ile que todo
70 SCIENCIAS.

o conselho e toda a reprebensão eram severa- se verdadeiramente tivesse oferrolhudü o demo-


mente separados, teve, diz Plaloo, o suecesso nio da guerra, foi de repente aberto, o toda u
Itulia cheia de sangue o de morticínio. Assim .
Os ibuis príncipes, logo
qu«' se devia entrar.
depois da morte do C)ro, armorom-se bum o mais bello c o móis justo de seus estolu-leci-
¦ «oitra o outro, nao podendo solírcr nem su- meiitos nao durou quasi nada , porque lhe foi-
tava o único laço capuz du o manter, que era
tornado senhor
Sierior nem igual; e Can-.bvses,
absoluto pela morte do seu' irmão, abandonou- a boa educação da mocidade.
se, como hum insensato e hum furioso, a Hum procedimento opposto manteve por muito
Iodas as sortes de excessos, c pòz o império tempo os leis de l.vcurgo em sua inteireza. Observa
dos Persas a dous dedus de sua perda. Cyro o mesmo Plutarcho que « a religião do juramento,
lhes havia deixado huma vasta extensão de pro- que elle exigio dos Lacedcmonios, teria sido hum
viucia, immcnsas rendas, exércitos innu turra- fraco recuiso depois da sua morte se pela rdu-
veis; mas tudo isto se converteu em sua ruína, i H.M não tivesse imprimido as leis cm seus cos-
BOI falta du hum outro bem infinitamente mais turnos, o não lhes tivesse feito mamar com o
i-stavel que se descuidou de lhes deixar; folio leite o nmor da sua policia , tornando-a como
de Iiiiiii.i boa educação. familiar c natural. Viu-se portanto quo os suas
Fsta judiciosa nota de Platão a respeito deprincipaes ordenações se conservaram por mais dc
Cjro inteiramente escapou-me quando li a sua .'.in» annos, como huma hoa e forte tintura que
historia em Xcnophontc , e nuo liz reflexão que havia penetrado oté o fundo d'almu.
cllecti.aineiitc este historiador guarda profundo Iodos estes grundes homens da antigüidade
silencio sobre a educação dos filhos desse prin- estavam persuadidos , como Plutarcho diz em par-
cipe, oo mesmo tempo que largamente destro- titular do Lvcurgo , que o dever mais essencial
ve a cxeellenlt- maneira com que eram educados de hum legislador ( e o mesmo se deve dizer de
os jovens Persas, e com que o mesmo Ciro hum príncipe) era estabelecer boas regras para
fitara educado. a educação da mocidade , c fozcl-as exactamente
1'liilippe , rei de Macedonia, portou-se depraticar. Fspanto ver até que ponto levavam a esle
respeito a attenção e previdência! Desde o nas-
¦1111..1 maneira bem dillerente. Logo que se vio
pai (era em meio de suas conquistas e no tem- cimento dos filhos elles recommendavam que se
po de suas maiores expedições), escreveu a tomassem severas precauções em relação ás pes-
Aristóteles u carta seguinte: « Communico-vos soas que deviam curar delles; e vé-se bem que
que me nasceu hum filho. Quintiliano tomara dc Platão c de Aristóteles
Fu nao dou graças
aos deoses tanto por seu nascimento, como pela O que diz a este propósito, mormente no que
felicidade de ter vindo ao mundo em tempo respeitu às armas. File queria, como esses sábios
«•uo nelle \i\e hum Aristóteles. Fspero portan- philosophos, que na escolha que deltas se fizesse .
to que, educado debaixo de vossa mao c por não sõ se ottendesse a que nflo tivessem lingua-
vossos cuidados , elle virá a ser digno da gloria gem viciosa, mas, o principalmente, aos costumes
«Io seu pai e do império que lhe deixarei ». e ao caracter dc seu espirito. A razfio que dá
Fis-uqui o que se chama fallar e pensar como hc admirável: « o quo se aprende na primeira
bum grande príncipe que conheci: a importan- idade ( diz elle ) imprime-so facilmente no espi-
cia da hiimu boa educação. Alexandre teve os rito , o ahi deixa profundos signaes que se nao
mesmos sentimentos que seu pai ; e nota bum obliteram facilmente. O menino torna-se como
historiador que elle nuo amou menos u Aristo- hum vaso novo que conserva longo tempo o
telcs i porque lhe en devedor do beneficio de cheiro do primeiro licor quo nelle se depositara ,
uver bem , ussim como a seu pai o da exis- ou como as luas quo náo recobram nunca a sua
lencia » primeira brancura huma vez que forão tintas
Se hc grande latia em hum príncipe nao d'outra côr. Desgraça he que os máos hábitos
curar da educação de seus próprios filhos, náu duram mais que os bons. » Por esta mesma
jie menor a de desprezar 11 dos cidadãos em razão consideram os philosophos como hum dos
gerai Plutarcho, no parallelo que faz de Ly- mais importantes deveres dos quo são encarre-
curgo a de Numa. observa mui judi-cioiamente gados da educação dos meninos o separar delles,
que foi huma tal negligencia que inulilisou tanto quanto he possível, os escravos e os do-
todos os bons in tontos e todos os grandes esla- mestiços cujos discursos, c sobretudo exemplos,
lielecimentos deste ultimo príncipe. He mui no- lhes podem ser de prejuízo.
net a sua observação: « lodo o trabalho dc
Numa (diz elle), que não tinha por fim senão
manter Roma pacifica e tranquilla, esvaccia-se
com elle; e desde que morreu o templo de J. da Cunha Barbosa.
ious batentes que tivera sempre fechado, como
,,„».».»>»». .l..«»«».«lllll.«l>»llllll,l"""ul,',"m,,",,"M",''"m,mmMmm",WM,"m,m,',,,,lll""Hlw,H

i-H^i éaiiitmi^

m/j-a—ww lie por isso que a architectura gothica he som-


'
brio e de huma gravidade melancólica , porque
tle mini- tlu ri-MM Ut- hum . ii i 11 i il i i. encerra os elementos dessa moral da coutricçflo
e na cari-
AltCtllTKCTLRA. que se converte na fé, ua esperança
dade, o sô encontra a realidade além do tu-
Ha na architectura golltica hum nflo sei que, mulo.
o sentimento reli- O genio , sendo a potência que levanta o re-
que derrami em nossa alma existem
gioso: o seu ttspecto he melancólico quer com posteiro quo encobre estas verdades que
muita ou luz; e a escala das sensações na natureza , sabe preparar O elTeito para produzir
pouca que
nossa alma percorre quando penetra no interior a causa, e o causa para produzir o elleito.
de huiii templo golbico be certamente a da me- A maneira por qua he .Iluminado hum corpo
ditaçuo. influa muito sobro a sensação quo elle tleve pro-
Não foi u vontade humana , pela força do duzir em nossa olma : esta escala dl luz se acha
desenvolvida nas horas do dio. A architec-
querer, que entoou a primeira nenia , nem que bem
modulou na lyra ou na flauta os primeiros sons ttira gothica ililíere da grega por que be lilba do
menores da escala melancólica , mas sim o ins- mysterio ; Delia predomina a obscuriilado e va-
lindo harmônico do genio, este sentimento do nadada, e na grega ordem, symetria alai. cia-
coração que imprime na pratica do nossas idéas reza o confusão suo os dous caracteres distinetos,
a mímica e a modulação próprias para coloril-ai isto he, penetração e mistério : esta dilTerença ,
com a harmonia a expressão de nossas paixões. que nao sô no todo como lambem nas parles se
0 genio nao he mais quo a applicaçáo exacla observa, marca sensivelmente cstetypo, tão pre-
obra
destas vozes da natureza nas diversas circuntslan- cioso de biiina nrchilectura, que nao he
cias ; o a natureza tem estabelecido esta escala da vontade de hum homem, mas sim a obra
a luim in-
progressiva de transições de tal arte combinadas, de huma idéa que , não pertencendo eterna
du verdade
que , logo que a sensação toca n'hunia extretni- dividuo , fora arrancada pelu
dade , as ondulações so reproduzem na outra, o monte inspirada da succcssno de muitos homens.
passamos do forte ao débil, do triste oo alegro, Todas as vezes que buma idéa conquista I bu-
ila dôr ao prazer , etc. manidade , o quo I humanidade loma-se a ex-
As perseguições feitas aos primitivos cbrisláos pressão daquella idéa, todas as suas producçoes ,
os obrigaram a refugiarem-so nos subterrâneos de não sô intellectuaes como materioes, apresentam ti
BoiBI , o là no meio das trevas a da solidão, forma característica daquella idéa. Nada lia do
illuminotlos pela lâmpada sagrada, podiaõ, ainda mais sublime, mais myilerioso ; mais grato e
envoltório que co-
que com timidez, entoarem seus cânticos no Deos mais bello do que o augusto
verdadeiro : circulados de mortos, rezando sobre brea religião cliristáa : a vido presente , repousou-
OS sarcopbagos e lousas em quo repousavam seus do nnquclle estado de beatificação tão almejado
irmãos martyres , só tendo por lim a esporança por todos os philosophos antigos, vida que nao
de hum prêmio futuro, este abandono da vida pira nos barreiras da morte, mas que us atra-
positiva , esla cultura tia vida intellectual , a con- vossa, deixando a esphera positiva dos homens,
vicçao do nada neste mundo iniprimio hum ca- prolonga-se na eternidade ; vida intellectual que
ractor gravo o melancólico na pratica de sua reli- cresce com a humanidade , vida de esperança
contricção
gifio; o os seus templos, cuja architectura ora que repousa na recompeosti-T—rida de
'lidada e inspirada por estas idèos, não
podiam que repousa na emenda ,
vida eviterna, pois re-
deixar de ter a influencia necessária da crença pousa no céo. A virtude cm acção continua , as
<l«o os ediftoava. paixões esboroando-so 10 com o exemplo da wpe-
79 «ELLAS ARTES.

malerioes, o muiur ou menor rigor dos estaçoi-.


riencia, esle equilíbrio do mal pela razflo para
baseada sempre concorreram s-alientementu paro o caracter
licntilitur o homem, esta peifectibilidade
do contorno de seus monumentos, poro a liar-
na justiça elernu , o pn-mi.i linal e sua eternn
duruçao dao a religião chrislaa bum perfume ce- moiiia de suas partes u para a propensão do M»
de unçao huma aura belto ou do solido
leste , bum colorido cheio ,
refrigerantu o esla colma intensa que devoro nossa A Chino, a Indiu . a Pérsia, o Egypto, u
Grécia e tkcidento nos ollerecem tvpos do ar-
ilma quunilo o incertezo nos colloco no lobyrin-
nos emilia- chitectura marcados com bum caracter peculiar;
tho das mais altas contemplações, que
de todos os seres, eque toda esto caracter su deve sempre entender na massi.
i.ilibamos nu escala
o na conslanciu du certa harmonia das b-
.•sta ampla visão se converte n'hum lurbilb.u), no geral -
átomo no c«|>açn , quo nbas; porquo nas promiscuidades ib>s detalhes
qual giramos como hum do fôrmas existo o ine-
.i luz se converte em trevas, o que parecemos npproxiiiiaçoes principio
do infinito, vendo cessarem todas vttavel dos usos I costumes dos povos, e sobre-
rolar no obvsnío
tudo do commercio : os homens, traficando a mo-
as harmonias do universo o como reopparcccr o
teria, com ella traficam idéas.
piiniitivo chãos! As idéas o o matéria são eviternns , porqu.
A religião chrislaa ent.io so eleva, larga bum
som de suas harmonias, o esle so repercute em nos- ns primeiras dando vida á segunda representam
sa alma , atravesso o sepulturo, deixa o corpo , o esse facho luminoso qne Deos entregou eo pri-
companheiro da nossa vido no terra , o instru- meiro homem paru com sua posteridade percor-
mento de todas as nossos acções , c nos mostra rer todo a humanidade . aliineiitaiiilo-o de ge-
a iniiitortalidade. ração cm geração; isto lie, deixando o tumul.-
A imiiiortiiliilade , mistério
"mil tao grato ao co- de huma geração , espalhando toda a sua ria-
raçiio do homem , que vezes pergunta a si ridade na reinante, e jií lançando alguns raios na
assim progressivamente
iiiüsníu : —como posso eu acabar? ! — phenix que que se levanta do berço,
e os acompanha até vai-se nutrindo c engrandecendo, apezar das ei-
renasce em todos os peitos
ao túmulo, sempre inllammadj, sempre esperan- toruçoes que as vicissiludes progressivas ou retro-
lhe impõem.
cosa , e sempre duvidosa. grailus
O homem que nao cré he luini viajor perdi- A matéria . representando em suas fôrmas u*
estas do
do no fundo do buma mina , sem o arcbote e idéas, soUre as mesmas modificações que
dos séculos : nas convulsões do
sem o lio que o guiava : errando de galeria cm decano grandes
em es- humano, nesses cutaclvsmas que parece-
galeria , rolando de precipieio precipício, gênero
illustres nações
bugalbando os olhos , querendo-os fazer saltar ram acobertar pura sempre tantas
1'óra das orbitas para procurar bum átomo de luz que levaram as pegadas desses povos dn anti
i. puder subir do abismo de trevas eternas em a muleria tem sempre vindo verificar u
guidade ,
eslá collncado : mas se elle cré , e so elle tradição. levantando-se da terra , pronuncio buma
que
ho cbristão, sua alma lá bruxulea bum resquício pbiase , e semelhante ás balisas que o viajor col-
azulado e nebuloso que se aclara , que se en- [oca no cimo dos Alpes para reconhecer a es-
elle mos- trada coberta de neve, marca-lhe 0 trilho da
grandeoe á proporção que 0 procura , e
tra-lbe o azul puro do céo , o matiz dos cem- humanidade, e testemunha com sua existência
a realidade de bum teve ei-
pos, o movimento du relva , o aroma das llores. fôrmas povo que
,i frescura do zcpbyro , o cântico das aves c o vilisação.
murmúrio das nguas tudo he transparente, A muleria bc o thermometro do desenvolvi-
e o homem parece locar com o dedo na mola mento dc buma nação, he o promontorio qui
harmônica que ucliva I vida do universo: | exis- ensina a rota de suas idéas, he O monumento to-
lencia então he grala , a seu peito descem a paz pographico de todas as gerações.
-
e a gratidão ; cada hora ho coroada por buma O philosopho, nao podendo fazer buma asm
moralidade, o cada dia ho marcado por bum bc- são acima das nuvens, e nellas firmar-se para
roiimo. contemplar no movimento da terra toda as Menus
Sem crença, sem cnlbusiasmo o homem he que se passam na sua convexidade, o faz com
bum animal, o nunca teria produzido esses mo- u sua intolligencia : soecorrido pelo IBlbalhu
numcnlos prodigiosos que marcam na superfície dos outros hoinons no decurso do tantos se-
dn terra a sua existência , n sua crença e entbu- culos, alimentado o fortificado pelos suores e
siasmo debaixo das formas variáveis da matéria; peregrinações de tantos viajantes, elle perco, n
m da
porque são estas formas quo exprimem o pre- todo o nosso planeta, e na sedo com mu
ilominio das idéas reinantes, o os gráos do sua Intolligencia compara e ajuiza o quo houve e o
maior ou menor intensidade. que ha: ollo vô sahir da obscuridadu do passa-
tra-
A imaginação dos povos mais ou menos pro- do grupos do homens isolados, caminhando e
pensa ao mysticismo , sua aptidão para as obras baldando, inventando o progredindo, passarei»;
BELLAS ARTES. 7.1

ao túmulo, oulros emigrando, levando comsigo pru murcha e sempre ganha, comn diz i* i «col
— hum só indivíduo, que iiun.it murro, e sem-
mus productos intellectuaes. o nesta grande re-
lista do gênero humano, nesta epopéa viva tia pre | prende.
humanidade o orcliilecturu UUÉIMM iiit-squiuliu, Porque essas tribus errantes que no-ceram.
crescer, locar ã sua niagnilicencia e servir du viveram o desappureceram sem deixar «iunal de
mausoleo u aquelles quo a elevaram : outros mu existência du nada sonirniu a dviiiufiu:
.ip|Mirecerem no mesmo solo, e com elles novas toes como so viram em alguma-, zona» da Afri-
idèas , e com ellas novas fórinus, o com estas ca, Ásia i- America.
hum todo inteiramente separado do estilo o or- Pudera alguém objectur querendo mostrar o
dem outr'ora dominantes. povo jutlaicn como buuiu excopçuo desta regra ,
Ha na orchiteclura leis geraes, como em mus nós diremos quo, logo tiuu se exploro a
todus as mais cousas dn humanidade, que nao questão pelo mesmo principio ilu niialysu hiato*
rica , ver-su-ba cahirem todas «s objecções. O
poderão jamais fugir du inllucncia ou jugo da
natureza. povo judaico ho hum dos quu tem concorrido
lium povo que se veste de sedas o nao cul- grandemente puru o progresso do espirito huma-
tiva a seda lie porque cllo commercio com no, mas mio tem deixado monumentos de sua
hum outro povo quo possuo esta parto da in- existência. Inimigo do niilbropomorpliismo, te-
«lustria , o reciprocamente se achar, nesto ulti- guio a sentia imersa do pol,tlieisuio dos antigos.
mo povo os productos que o primeiro lhe deu Também a Ásia Menor , que foi .1 pátria de
em troca. Hum povo que emprega em suo or- grandea gênios, o certamente a que ornuii mail
«liitectura ornutos u plantas cuja nutureza nao u civilisação grega , não conserva vestígios de sua
civilisação: quando o orchnlu o o ferro deslroem
pertence ao seu paiz, prova que tino tem arto
sua, o que esta emigrou da região onde essas us cidades, n posteridade não lhe |tcrgun!n ondo
plantas u flores se acham: o acantho do capitei eslno seus monumentos: os desastres tio berço
eoriathio o prova. de Homero a a espada de Tilo assnz mostram o
Sabemos quo as columnas o a cinpena não sao silencio de Jerusalém.
mais quo fôrma da primitiva cubano; sabemos Demais, o povo judaico, presa das outras nn-
que a fôrma da arebitectura grega be a mais çoes , tinha situado a mobilidude material . is-
simples , assim como a du chinezu, que tem o to he o sentimento de pátria, du corpo de
caracter dn primitiva tenda; mas quo progres- ii.iç.iii, na immobilidade du sua crença; ineapai
são so nua observa desdu a cubana ao Purthu- de modificação , elle quiz quu 0 século de Tito
non, du tendu u esses pagodes immensos, da fosse o de Mojsés.
pedra do Druidu ao Puntheon , e das calacum- Este povo nao produziu grandes cousas nus
lias de S. Sebastião ú niagnilicencia do Santa arles, porque cllo nao niatcrialisou a divindade,
.Snphia do Constanlinoplu e de outras muitas concebendo toda a mageatade o impossibilidade
. athedraes! de exprimir com as fôrmas de hum animal
Todu a arebitectura quo fôr despojada de seus aquelle Ente invisível que com liiini fiai ar-
ornalos o reduzida á sua mais simples expres- rançou das entranhas do chãos todas estas mu-
sao, a quo nesla conservar hum curueter poon- ravilhas da creaçao.
liar, ess.i he huma nova arebitectura. As linhas Deos, fazendo o homem ú sua imagem a st-
que duo nascimento ãs fôrmas sao poucas, mus melhança , o fez na intelligencia lamente, e
combinação o multiplicação da hum tao pequeno nao na fôrma ; so u intelligencia sofiresso a lei
germen dii hum resultado immenso ; e a na- du morto, Pascal errava, e n civilisação seria
lureza o prova com a sua infinidade do varia- hum cogumelo que surgu o morre isolado, o
voes na escala de Iodos os seres. não apresentaria essa marcha cunslunlc; oscil-
Na massa geral ou porimulro existe o gene- laria du hum homem a outro duronto sua vida
ro, a nos detalhes o estylo: o todo exprimo u somente, sem dai hum passo no futuro, como
mobilidade ou immobilidude, o o estylo as idéas se observa na animalia.
e o povo a quo pertenço: estes elementos en- As religiões orientaes locam-se o sao filhas
cerram grandes documentos, porque elles são o bumas das outres: Baccho, Osiris, Millua sáu
livro que narra hum supplcmcnto ã historia. o mesmo quo o sol; e os Gregos .sabido he
Logo quo o culto toca o vertico do sua ex- quu tiraram sua religião dos outros povos; prós-
tensão , os templos so elevam ao colossal o ao cindindo mesmo do Egypcio Orpheu, que fttn*
rico; ú extensão o ú intonçâo, ã grandeza o dou liuma das suas inuís bellas cidades, os Ko -
perfeição. O povo que os clova tem idóas ma- manos estenderam os raios daquelle circulo, 1
duras, tem consciência de si mesmo, c não nada mais fizeram do que continuar.
podo sor riscado da lista das nações civilisadas: Sonhos archeologicos de curtos viajores qui-
sua existência se uno ú humanidade, quo sem- zeram restaurar o antigo templo do Salomão se-
T4 BEL!» VS ARTES.

do Palmira; mas hum rocio- chama os lieis a oração, representa o voz do Sc-
gundo a architectura »ua archi- nhor que falia nos ecos porá sur ouvido dos ho-
tinio bem fundado devo uiotttur que
devia talvez com mens quu vagam na terra: elle be a verdade
tectura piimitiva, sendo pbuiiicia. os lados otravuz da es-
o andar d»j» Umpos c reedilicaçou* upproütiiur- que penetra por todos
turiduri , atrtivez da luz. atravez do* muro*; bo
ne mais á de Persepolil que a outra qualquer.
como o imsterio que su coiuprohendo , quu se
Seja 0 que fôr, resto* nao enisteilt que possam
du- cre , e quo so nao podo apalpar: ello he como
altestar qual era o caracter d.t architectura
apezar da dcscripç.to nus for- o accento do orador que peneira cm no**a ai-
tempo, que
quelle entre ma sem so ver sua passagem ; elle he huma letra
nece a Bíblia : o* túmulos do* reis vog.to
influencia natural do ds linguagem da musica que faliu oo coração
o cgypcio a 0 grego,
sem f.dlur ao entendimento; elle be como n una-
cativeiro du Babilônia, tias ideas dos Egypcios e mostra em todo i
du vizinhança d..* outro* povos. gem do mesmo Deos quo se
tudo e
A religião du Jcsu* Christo dillere em parte.
(J relógio nos marco todos os instantes de nossa
do dos ontigus, e por con-
por tudo |«.|vlhei*mo vida , todas us nossas ocçóes; mede o tempo.
M>quenria devia ilia, tendo produzido huma nova
ensino-nos o cumprimento de nossos deveres, e
civiliioçao, tombem produzir huma novo orehi-
nos obriga a huma regularidade na vida que he
tectura . c usta foi a gothica. A orchitccturo go-
a base da moral.
thico chamada lie lilha da lotnbarda, u esta da
O gallo, Ijmbolo da vigilância . que arremata
bizantina.
'A
espada de Mahonict separou o oriente do todas essas giimpos coroados de pinaculos e lis-
nerídente; em quanto os califus e o alcorao todas de cogulbus, nos ensino o hora do re-
se assemelha oo ho-
iam progredindo , no occidente a usp.ttla de pouso u do trabalho. Ello
mem que nao sabe quando ba tlu morrer, por-
Carlos Magno cortava o nó gordio que prendia sem saber que desperta
— que canta na niadttigad.t
a civilisação: uppareccrum mais tarde esses
— —essa o seu próprio algoz que ainda durmo : elle indica
Murutori — franc-maçoes, pedreiros livres
sociedade du ortistos tt obreiros de varias naçócs, Tt vigilância continua e em que deve viver o chris-
tendo suas máximas , seus signaes para so co- tão quo nao sabe a sua hura extrema , e que
nliei-ereni, e espalhando-so pelo norte da Europa desde que nossas palpebtas se obrem devemos en-
elevaram a architectura a essa perfeição de cons- toar aquelle bymno sublime quo nos ensina a
trucçao , e a espalharam com muita rapidez por perdoar aos nossos inimigos.
toda a Europa. A multidão de eslatuas que ornão todos esses
So- nichos, acobertados por lindos baldaquins, c que
Quando o clarão apoderou-se de Santa
-diià a architectura gothica tinha sobem por todos esses botareos c coreSo , destlo-
já produzido
.is suas mais bellas maravilhas: ella be a ver- brando suas azas, os supinos corucheos; que se
dadeira arehitectora christla , porque tudo nella collocflo entre o ronque desses orthostylos que
exprime l religião de Jesus Christo. arrematâo em rendas de laçarias com fôrma de
A fôrma da cruz que tem as cathedraos go- trevo , he a apotheosc que o religião consagra em
thicis, as torres latcraes e seus corucheos , o rc- seu seio aquelles que a seguiram com todo o
logio 0 n gsllo , todos esses pinatulos quu ar- beroismo , e que propagaram com a palavra e com
rematam, ornados do engulhos, com huma po- o exemplo B fé, o esperança o a caridade: sua
voarão de estatuas , Iodos esses nichos que or- elevação he a a imagem da ascensão dos justos
nain os botareos , todas essas laçnrins vidradas, essas guiados por hum anjo.
frestas ornadas de vidros coloridos , essas lutietas, Todos esses pinaculos são como os conduetores
esse adro com calvário e 0 caracter dn ogiva, sao do Francltlin, que recebem os raios do céo ; a sua
certamente cousa nova na arehitectora, e sò a elevação so assemelha aos braços dos fieis ergui-
religião de Jesus Christo poderia produzir taes dos e implorando a misericórdia divina.
maravilhai. A forma da ogiva que arnba em ponta expri-
A fôrma de cru» quo tem a planta de huma mo a idéa que este todo be dominado por
cathcdral gothica explica a base da religião plan- hum ponto culminante no qual está situado u
tada no Calvário por Jesus Christo , que a sua Senhor.
igreja está fundada na forma da sua doutrina , A magestade o variedade do todos esses aque-
doutrina da cruz; que se levanta da terra c abre duetos formados pelos botareos, quo lindão em
<is braços, como para receber todos os homens arcos, quo vão das naves latcraes encontrar a
ciii hum amplexo fraternal. nave central; todo esse arrendado transparente
\s torres são a espressão da fé do chrislão das lunetas e o caprichoso de seus maneis , a va-
duo sobe para os céos; votos fervorosos que sc riednde das gargulas semelhante tudo a huma
desprendem tios lábios o voam tt divindade. O floresta de olmos o cyprestes, dão íi architectura
essa
sino qno sòa nos ares, c arraia pelo espaço o gothica esse caracter misterioso , variável o
BELLAS ARTES. i.>

o seu typo o o seu lliitliiitnte, quo repousan sobre os saimeis das


ronfusão artística quu forma ogivas; o lusco fusco das naves laterais , o si-
'trMmmM
no interior. Grande entrada, pe- lencio do púlpito, a inimobilidade de suas o>-
aberturas , pouca luz, tatuas, a grado que divide a copcIU-nior, a
,,uena porta , muitus
toda u solidão do capitulo, e no fundo o oltar-mór
amola nave, muitos escondrijos; por
columnas polystylas que com sua ulampada , seu sacrario, suas estatuas
parte se encontram essas em arte- colossaes e seus anjos em oração , o homem pa-
lindam em misuln* o so Ira.isforniaiii
na abobada, reco renascer ; o espectro do mundo com Iodas
jocs que , cruzando-se artisticamenlo
e varia- as louçanius da vaidade, com lo.las us misérias
marcam suas intersecçoes por riquíssimos
o altares da umbiçao , com todo o ouropel tlu gloria , tom
dos penduroes: por toda aparte capella*
com a todo o seu movimento, com todo o seu rumor
i.nde brilham abimpadiis cuja luz contrasta
tle todas essas frestos so petrifica a desinoroiia-se : elle. que parecia
luz niysteriosa c motizada a imagem do
„rendadas por bandeiras du luçarias e pautadas hum rapotta.ro que ucobertava
delicada e.tructura I aqui Christo, ali tlesappnrece, e nossos olhos lixos DO
,,.,r muiiifis de huma séculos, altar só seelevao aos céos, tecendo hum hymno
!• ali combinados por essa symelria dos do idéas Iflo
lá mais adiante, silencioso o tle huma intensidade
tiiinuios, cenotaphios. estatuas, e\primil-as se-
fecha o espaço sublimes c magestosas, que para
tle encontro tt hum pluteos que
ria necessária a linguagem tios anjos.
de duas columnas, so levanta biiui riquíssimo
o fim- He no aliar onde so levantii o perfume mais
mausuléo do inarmoro que alveja sobre
brilho * suave d'ulma, oração: lie no altar onde se re-
do denegrido do muro, o quo por seu
recebe, como ou- essa epopéa mv>teriosa da religião clirisbla;
nitidez contrasta, e aqui c ali pete
onde o lilho tle Deiis apparece envolvido de humi
Iros tantos urcos-iris, a luz quu transparece das
sem par, fl dfl huma morte carpida pela
.restas ornadas tle vidros coloridos; a magestosn gloria
-oliduo, a posição variadu e iiuinovel das esta- natureza.
As capellas que contornai) as naves lateraes,
luas, as lousas que formam o pavimento sobre
nos circu- A que recebem a luz por freslas, com seus ai-
que caminhamos, as inscripçoes quoda ..iodada, tares fl túmulos, convidai» todus á oração: a
Iam por toda a parto, o estrellado dianto de seus altares hu
¦ multidão de quadros do todas as idades,
a pia alanipada que brilha
l.aptismal, os confissionarios, tudo, tudo tem a imagem da nossa fé , que so abrasa de amor
nutre da esperança : cila he a consciência
huma poesia tal que força o homem a dobrar o o se
sempre em acção , defendida pela verdade , fl for-
loelbo: a alma reconhece que está na casa da
«•raçflo. „ tilicada pela justiça.
\ entrada lie grande , ornada de hum ortlio- A pia boptismal onde nos purificamos do pec-
os confissionarios onde o remorso
stylo que hc intercalado de misulas, estatuas o cado original,
eterna, u duvida fl O escru-
l.aldaquins em ronque , a porta pequena e cs- acha huma prisão
ireita ern relação. Ella coniprehendo aquelle pulo huma
certeza , os desvios hum conselho, o
a pia
emblema do caminho estreito da verdade; a en- a perdição hum guia: chrislao, olhai para
conlissionario e a lousa sojiro que
irada do hum templo ho o pórtico da elerni- baptismal, o do ber-
caminho do pisais; comparai estes três representantes
dade que mostra o paraíso.
da morte; lede esses epitapbios
Apenas penetramos no interior e fazemos ai- ço, da vida fl em relevo, imagens do
nossa alma observai essas imagens
guns passos, o écho imprimo cm uprendereis em hum quadro
huma sensação insólita; arraia-se a vista, todos potentados, o que
A bem viver, para bem morrer.
os objectos so representam envolvidos n'huma tao eloqüente? hum templo gotbico que
n'huni Jamais entrámos em
poeira aromatica, n'hum véo mysterioso, náo sentíssemos lavrar em nossas liluas o lluido
colorido melancólico; os raios do sol que olra-
: nossa alma subjugada por huma
vessam as frestos e se embebem das cores das da veneração
do inundo positivo para
imagens quo estão pintadas nas vidraças pare- mão invisível separava-se
no mundo da oração. A oração be como
cem nos ensinar a imitar as virtudes daquelles entrar
heróes; o toda essa chronica transparento, essa hum braço de gigante que quebra c esníilgalba
as dores de
historio plástica o illuminada com suas physio- hum máo presentimento , c colora
vestes da alegria fl da esperança.
nomias e trajes diversos nos colloca cm hum nossa alma com as
mundo desconhecido, o mundo dos mortos. Toda esta magestade, toda esta poesia subli-
No meio desses pórticos do columnas polysty- me dos templos gothicos triplica quando a voz
sons, sua harmonia
lasque parecem fasces do lictores, mármore (ia- do órgão com os seus mil
o cântico dos sacerdotes.
do o reunido em feixes debaixo dessas abolia- sagrada , acompanha
o incenso dos tburi-
das altíssimas arrendadas de artezões, c cujo (un- o coro das virgens , e que aromas suaves:
do representa o céo azulado o coberto dc cstrel- bulos inunda o espaço com seus
se reonima c o écho estrondoso de todo
Ias; esses anjos do azas ponteagudas, do túnica tudo ,
<; BELLAS ARTES.

este concerto parece formar hum turbilhão im- llt-llii.i na igreja dos Inválidos, a semana sanl*-
mcnso que Se alonga , que vara os nuvens e na capella Sixtina , ou a benção do Santo Po-
voi tocar o pé daquelle que com hum suspiro dre no tribuna de S. Pedro de Roma, são ce-
no Calvorio derribou o inundo antigo, creou toda remonias, sao impressões quo do certo o mun-
esta nova civilisação. do da antiga civilisação nao conheceu, e que estão
Na escala gradativa de todas as nossas sen- muito acima dos seus triumpbos •¦ sacnGcios
saçoes, quando a lagrima apparece para ligsr as sanguinários.
rtlrcs oppostas do prazer e da dõr, quando cila A epocha tio enlhusiasmo religioso passou, «
vem saturar cm nossa alma dous líquidos oppostos, nova architortura o prova; a pancadaria mar-
ciai invadio os templos, o cothurno theotrol
¦ produzir bum novo cheio de unçflo da sou-
dade o da melancolia, a impressão he inexpli- veio sentar-se na sua orchestro , e a religião chris-
covel: bo humo beatificação, hum exlasis que t.i.i, suflbeada pelo scepticismo geral, parece, ape-
derrama em nosso coração a mais doce lano- zar do reocçuo heróica de tao valentes idealistas,
cencia , e nos converte cm entes sobrehumanos. opproximor-so ao termo cm que se achava o po-
Neste ponto, fura do mundo, sò nos colloca a lytheisino no tempo de Justiniono. Elevem-se ai-
religião chrisUta quando ella desdobra a pompa dc tares ao novo Deos germinado pela politica, eseja
suas ougustas ecremonias. Huma primeira com- o sou simulacro a urna eleitoral.
munhao em Santo Fustaquio ou cm Notro-Da-
me de Paris, os funeraes de Boyeldieu e de Araújo Porto-Alegre.

mmm**a***mm»**mmmmm***mmjm*mmmmimm^^ ».»««»«»»»»»»»»

M^n-^C-IM*
—<**<X*^l>4&<^)G<>*+>--

ESTUDOS Marinicolas todos os dias


O vejo na sege
Passar por aqui ,
üullltK
Cavalheiro de tão lindas partos
Como, vtrli gratia ,
A MTTBItATURA lllUSH.EIRA DURANTE O SEC11.0 XVII. Londres e Pariz.

Mais fidalgo que as mesmas estreitas,


( Continuado do numero antecedente. ) Que as doze do dia
Vio sempre luzir,
A satyro que so intitula Marinicolas não he Quo seu pai, per não sei quo desastre ,
menos interessante; dirigida igualmente a hum ludo o que comia
governador, cila tem todo o mérito da antece- Vinha pelo giz.
dente, se bo quo cm muitos lugares não se lhe
avantaja; foi composta em versos decasyllahos Hum avô que rodou esta corte
inteiros e quebrados, com seus toantes, o in- N'hum cocho de quatro
troduzidos por elle na lingua e poesia nacional, De hum D. Beleaniz,
de que se seguio chamarem Gregorianos ou de Sobre mulas foi tão atlractivo ,
Cregorio de Mattos; transcreverei as seguintes Que os senhores todos
estrophes, que denotam muito talento original : Trouxe atraz de si.
LITTERATURA. 77

Foi hum grande verdugo de bestas, Que fora bum Delii


Pois co'hum ozorrague Se Ibe houvera o juizo illustrado
E dous horzeguins, Hum dedo de grego.
Outro de latim.
Ao compasso dos passos que davam
Lhes ia cantando
O Ia, sol, fa, »u. Entre gabos o triste idiota
Tao pngo se mostro
Do seus goriotia,
Que, nascendo soniíeiro do gema,
Quer a fina força
Mettcr-se a rocim.

Deu agora cm famoso arbitristo


K quer por arbítrios
O triste inalam
Avistando este novo hcmisphorio,
Colhui pela barra Que o vejamos subir á excellencia.
Em bum bergantim; Como diz quo vimos
Monl.ilv.io subir.
Poz em terra os maiores joanctcs
Quo viram meus olhos
Desde que nasci. Sendo pois o alterar a moeda
O assopro, o arbítrio ,
Pretendendo com recancanilhas O ponto e o ardil,
Roubar as guaritas Do justiça , a meu ver, se lhe deve
Do hum salto subtil, As honras que teve
Ferraz e Soliz.
Embolsava com alma dc gato
A risco de sope
Dinheiro de miz. DCm com elle no oito da forca
Que ahi o fidalgo
lera para si,
Que be o mais estirados de quantos
Bcbcram no Douro .
Bebcram no Itim.

Seu intento bo bater-se moeda;


Corrcrcm-lbo gages
Empossado na simples consorte , E ser mandarim ;
Cresceu dc maneira Porque, andando a moeda na forge ,
Naquollos chapins, Sc ri dc Cuama,
De Sena o do Osir.
Quo inda boje dá graças in lindas
Aos falsos informes
Do quis, quid e quid. Sempre foi de moeda privado;
Mas, vendo-sc agora
Noo obstante pagar de vazio Senhor e juiz,
O santo hymeneo, Condemnondo om portacs o moeda,
Hum pícaro vil Abrio as unhadas
Se regala á ufa do sogro Portas para si.
Comendo e bebendo
Como mocbacbim. Muito mais lhe rendeu cada palmo
Daquella portada
Com chamar-se prudente com todos Que dous Potossiz,
Que muitos babosos Muito mais lhe valeu cada pedra
O tem para si, Quo vale hum oclavo
File certo he o meu desenfado De Valladolid.
Quo hum tolo prudente
Dà muito que rir. Pés de puas com topes de seda,
Cabellos dc cabra
He dotado de hum entendimento Com pó de marfim,
Tao vivo e esperto Pés e puas de riso motivo,
:a LITTERATIIU.

Cabellos u topes de Magalhães, mal poderani ap.ia.ir a sua cole-


Mutilo» de riso. ra, ateada pela injustiça do exílio e pnli.li.. da
do navio aue o conduzia,
prisão, c d.i popa
de olhos fitos nas montanhas da pátria, as vio
desapparccerem no horizonte; enlao se sorrindo
da fortuna , como Democrito se sorria, excla-
mou , como Scipiao exclamara:

Fica-te embora, oh Bahia ,


(Jue me vou por esto mundo ¦
Marinicobs be finalmcnto Cortando pelo mar fundo
Sujeito de prendas
Ue tanto matiz Que, ainda que ès pátria minba,
Sou segundo Scipiao,
QM está hoje batendo moeda, i iu,. com dobrada razão
Sendo ainda bonteiu
llum müj" ruim. A minha idea
Tc diz: it Non possidtbis ossa miío. »
Tantas sátiras redundaram a final em seu
t «nino; ameaçado de pagar com n vida os re- Exilado em Angola , ahi viveu algum lem-
moques e motejos com que a todos mimoseava, po , ate que, prestando relevante serviço . qual
a os epigrammas com quo a todos olTendia, se o de intervir nhuma rebelliao, suffocando-a,
vio na necessidade dc vagar pelo Recôncavo; foi-lhe concedido licença de poder voltar para
mas o demônio da satjra o seguiu como se fora qualquer capitania brasileira, comtanto que não
sua própria sombra , c elle continuou a saty- fosse para a da Bahia; cmbarcou»se pois para
risar ate a aqüelles mesmos que o acolhiam. O Pernambuco , cujo governador Caetano de Mello
trato com innumcras pessoa» menos gradas e do Castro, lastimando-o do ver tao pobre i
respeitáveis o fez cahir na indecência, c dahi perseguido , lhe fez presente de huma bolsa c
ioda essa alluviao de saiyros tuo torpes e immo- lhe pedio que se abstivesse de sal)ias, se o
raes como oquelles que us applaudium. queria por amigo. Gregorio du Mattos lhe pro-
1). João de Alcncastre, a quem elle havia melteu o desempenho do seu conselho , porem
lecido os maiores elogios, (') tornou-se por seu sua promessa foi pouco durodora.
turno brinco de sua musa, c o assumpto tle Passou Gregorio do Mattos alguns annos i
huma de suas satvras, a que seus inimigos pro- correr as villas c aldêas tle Pernambuco, arras-
curaram dar grande publicidade, exagerando-a o lundo huma existência que de dia cm dia se lhe
mais possível. O governador o fez chamar pelo tornava mais pesada , atè que finalmente foi
M-u amigo, o secretario do governo, Gonçalo acommettido de violenta febre. O padre Francisco
llaiasco Cavalcanti de Albuquerque, sob o pre- da Fonseca Rego, vigário do Corpo Santo, que-
testp « "ie communicar importantes noticias dc rendo-o dispor a morte, vio seus conselhos e
pessoal interesse; e Gregorio do Mattos , que avisos satyricamente desprezados por elle, tala—
nao previa o laço que lho armava a amizade se nüo cuidoso do perigo que o ameaçava, o que.
deixou sei presa da mais refinada e execranda chegando ao conhecimento do prelado D. Fran-
traição. Preso, carregado de ferros, foi condu- cisco de Lima, o fez se abalançar de huma légua
lido para u Leoneira, junto á porta do palácio, de distancia salvar, segundo o seu dizer, essa
onde esteie incommunicavel ate que o levaram ovelha que haviam por perdida do verdadeiro
para a cadõa publica da cidade, o dahi para aprisco. Gregorio tinha reílexionado, e a morte
bordo de huma não que partiu para Angola. nüo era mais para elle hum sonho; vio essa
O governador, na hora da partida, lhe pedio realidade approximar-se , e contricto escreveu com
quo evitasse a oceasiao du suo perdição, porque letras jà mui tremidas, hum soneto em que
era lastima que n quem o ceo enriquecera de seu genio se mostrava arrependido das extrava-
talentos pera melhor fama, comprasse o seu gancias du sua tão mal vivida existência ; c pois
descrédito com o descrédito do tantos; e estas passou da vida mortal no seio dc sua familia,
palavras e as recominendaçoes que fizera ao e nos braços de tão caridoso prelado , rodeado
toinmandnnte da não e as que em cartas diri- de alguns amigos; á noite seu corpo foi con-
gijra ao governador de Angola Pedro Jacques duzido á cidade e sepultado com muita honra c
decência no hospício de N. S. da Penha dos Ca-
puchinhos Francezes, quando chegavam as noti-
(*) No ooiiPlo qtte llte foz por occasiiio do snccotlor no cias da anniquilação dos Palmares, aos setenta
joverrlo ilt Bahia u Antônio Luiz Gonçolveo .l.i Cantara
('ouünlio. e três annos de idade.
LITTEIUTURA. 7D

de boa estatura, secco certos de que o embaraçariam . elle o fe/ sem besi-
Foi Cregorio de Mattos -.
.orno, membros delicados, o cumquanto tar, respondendo proinplamciile
l„
em seu tempo o uso de
Ue Louco versado hu com duas damos vim
elle u trazia, talvez pela
.kllciras, comtudo espessa, lloiilem de huma romuria ;
de cabellos; sua testa era
Mt- que tinha lliiinu lei i .'iu demasia,
olhos garços, o
,', sobrancelhas arqucodos. os Dutra que era hum setophim.
nariz oiuilenho, a boca pequena o engraçado,
Trajava commummente culleto E vendo-os eu vir assim.
,. no trate corlezõo. Sôs e sem amantes seus,
nellica do ombur, volta de lino rendo, e uso-
M Lhes perguntei:—Anjos meus.
»a tle óculos lixos. Tongio e cantava muito bem ,
Soares da Franca , seu com- Quem vos DO. em lal estado'.'
e o joven Conçulo Disse a feia — que o peccodo .
o ouvindo hum dia , lhe disse:
provinciano, A móis formosa —i|ue Deos.
Com tanto primor cantais,
Com tonta graça tangeis, Muito lastimamos que tio talentoso Brasileiro,
i sábios.
Qqc os potências
suspendeis, que tantos elogios recebera do illustres
nao cultivasse a satyra como lhe cumpria. He-
E os sentidos enlevois; comtudn deslisar-se
prehendendo os vicios, sem
De ambas as sortes admirais,
Suspendido o bravo Kolo ; do trilho da moral, seria mais digna da uttoii-
certo
Mas eu vos digo sem dolo çao e eslima do seus compatriotas, que por
não teriam que invejar os tao gabadas satyras
Que de mui pouco se admiro ,
Pois tocois do Orpheo o lyra de bum Pérsio, de bum Iloracio, do hum Ju-
E a pulma tendes do Apollo. venal; nem os rasgos satv ricos do elegante
Pope, do ríspido Boilcau, do fecundo Ditiiz,
Tolentino, e tantos outros que
Improvisava com muita facilidade , ainda nas do faceto Nicolão o he mesmo para
satvrisaram;
mais simples conversações. Contondo-se-lbe humo excellentemcnte
vez que hum livreiro comera hum canteiro de so notar que, sendo tao prodigioso em tal ge-
nos deixasse
.ilfoces, elle o negou dizendo: gênero de poesia, rara composição e
do se ler! As obscenidades
que digna seja envolta com
andam de
Levou hum livreiro ú dente phrases bordolcngas que
Do alfaces todo hum canteiro, seus versos são o sello da infâmia que os con-
E comeu , sondo livreiro , ilemna a perpetuo silencio, e bem certo esta-
Descncadernadomcnte; mos quo se os visse S. Jeronymo as lançaria
Porém eu digo quo mento às chammas para que ncllas se purificassem;
a
A quem disso o quer taxar, comtudo ho seu estylo simples e corrente,
isento desses trocadilhos o antitlteses com que
Antes hc para notar
borrjfavara suas
Que trabalhou como hum Mouro, os poetas seus contemporâneos mas
Pois metter folhas n'um couro obras, pois quo nao era para alTectações,
bem inte-
Tombem he encadernar. todo natureza, todo satyrico, so que
lizmcnto todo indecência.
se mel-
Outra vez so encontrando com o musico Braz As satyras A hum homem humilde que
do cometu, A honra
Luiz, que havia sido espancado , lho dirigio os leu a fidalgo, Os e/feitos o outras, suo
seguintes versos : hipócrita , Os costumes da Bahia,
ler se que ainda
as composições que podem,
Huma grave cnloaçóo assim seus senões tôm quo se lhes note.
-
Vos cantaram , Braz Luiz, Seu filho, Gonçalo do Mattos, foi poeta,
ello; mos tal foi o es-
Segundo se conta e diz poeta por notureza como
Por solfa de fa bordão; carmento que produzio a sua sorte no animo
Pelo compasso da miio, do suo esposa, quo ella prohibio ao joven Con-
compor bum ver-
Onde a valia so apura , calo o pegar do penna poro
so sequer, ameaçando-o com a sua maldição.
Parecia solfa escura,
Porque a müo nunca parava Gonçalo observou a prohibição pelo amor que em
Nem no ar, nem no chão dava, lhe votava, que não pelo temor de incorrer
sua indignação, pois que, instado para quo
Sempre em cima da figura.
glosasso o verso:
Dando-so-lhe para glosar o mote:

mais formosa que Deos, Comquo, porque, para quo,


11
80 LITTERATURA.

lhe parecia «Estas rimas, dis ello, que em quatro I.n-


respondeu que o glosaria, porque adereço neste lugar paru
mãi nao lho improvisar, porta guas estão compostas, cantar
„tio sua prohibiu
e repetio quu se entenda quu pode huma sò musa
mui tomar o ponna poro escrcvôl-os; com diversas voic*. No principio celebro-su huma
do ler
etttuo a suguinto gloso, quo nao deixa duma com o nome do Anarda, estvlo antigo
atlonduitdo ò sua idade e pouca
seu mérito,
ti diüi- do alguns poetas, porque melhor se exprimem
instrucção que possuía, u ainda moi* os ufícetos amorosos com experiências próprias;
cuidado quo apresenta o moto: fastidioso o ob-
porem, por que não parecesserimas a vários os-
jecto, so aggrugaram outras
Disse Clori que mo amava sumptos, o assim como a natureza se preza da
Para 0 intento que tem,
variedude para a formosura dos cousas creodas,
O qual nao disse a ninguém, assim tambem o entendimento a deseja paru
tt-
Nem o potque declarava; rar o tédio da lição dos livros.
Eu então lhe perguntava «Com o titulo du J/u».ca do Parnaso se
Com que gênero do fé o poesia non
Suspensa a domo sc ve ; quer publicar oo mundo, porque
he mais do quo bum conto poético, ligando-se
Como nada respondeu, ús vezes com certos medições para consonância
Nâo pude saber o seu do metro.
Com quo, porque, para que. « Tambem se escreveram estas rimas em qua-
tro línguas, porque quiz mostrar o seu autoi
Gonçolo de Mattos o Maria de Povos viveram
com cilas a noticia quo tinha do toda o poestu,
na indtgencia, o na indigencia morreram.
o so estimasse esta obra, quondo n&o fosse pela
Gozaram du popularidade na cidode da Bahia , dos conceitos, oo menos pelo multi-
ondo vieram ú luz, o foram os predilectos do eloquuncio
o plicidode dos línguas. O terceiro c quarto coros
gongorismo o morinismo Botelho do Oliveira das italianas o lotinus esluo abreviados, porque,
Bernardo Vieira, c pensavam elles quo, barbari- composição nao ser vulgar para todos.
sondo a indole c afeiando o gesto airoso do além desta
so desse o conhecer em poucos
elegante idioma portuguez, e inchando o estylo bastava que
de ardidas mctaphoros, occumuladas humos so- versos. .
os «Tombem so ocerescentaram duas comédias
bro outros, tinham desempenhado preceitos este litro de toda a com-
da verdadeira poética, o sc tornavam merecedo- para quo participasse dellas, Hay amigo
posição poética. Huma para
res da coroa do perfeitos poetas l impressa sem nome, a outra,
nascido em 163G, amigo, anda
Manoel Botelho do Oliveira, zelos, sabe novamente escrip-
tendo concluído seus estudos cm Coimbra, rc- Amor, enganos y
alguns ta o
, juntas ambas fazem hum brovo desconte
gressou á pátria, ondo se oecupou por »
itnnos na advocacia do causas forenses. O estu- aos quatro coros (2).
mereceu summa attenção, e Taes são os palavros de Botelho de Oliveira,
do das línguas lhe
tal a noticia elle mesmo nos dà ã cerca do
soube com perfeição as italiana, custilhana e quo
huma vista de olhos
latina, nas quaes compoz algumas poesias quo sua obra ; lançando porém enectondo a sua
coros c rimos,
fez imprimir sob o titulo do Jlfwíica do Parna- por sobre esses hum com-
so (1), sondo que tinha para si que era o pri- leitura, nado mais se encontra que
do trocadilhos, de con-
meiro Brasileiro quo publicava suas producções, plexo de metophoros, mal trazidos,
cetti, o do equívocos estudados e
como so colho do seus dize res:
e enojo. De
« Ao meu entendimento , posto que inferior cujo esylo fofo e alambicado cansa nada mais
nos de quo bo tão fértil este paiz, dictaram as toda essa safra de poesias exprimida, ou tres
não seja duas
musas as presentes rimas, quo mo resolvi expor aproveitar se pôde quo este
de suas composições, o he huma dellas
ft publicidade do todos, para ao menos ser o
em que nos mostra o amor vencido
primeiro filho do Brasil quo faça publica a sua- madrigal amada:
vidado do nosso metro, jô que o não sou em pelo poder e encanto dos olhos da sua
merecor os maiores créditos na poesia (2). »
Transcrevendo alguns extractos de sou prolo- Amor que a todos prondes,
darei mais conhecimento de sua Naquelle doce ardor quo n'alma acendes
go, perfeito
obra: Prende Anarda , quo dura
Isonta de teu fogo a formosura ;
Mas ai que jà não podes, pois primeiro
(1) Musica tio Parnaso, dividida om quatro coros
do Em seus olhos ficaste prisioneiro.
cast,, ititli. o Int., com sou descanto comi-
riinii 8, port,,
co roduzido a duas comodias. 1 vol. in 4? Lisboa, 1705.

(3) Musica do Parnaso, dodicatoria a D, Nuno Alvares


Pereira do Mello, (1) Musica do Parnaso,

.
LITTERATURA. 01

Eis aqui dous do seus madrigaes cheios dessa


Ue a outra o seguinte soneto, em que invoca elles so ojuizu do resto
o M-inuu a vir alliviol-o
de suas magoas: poesia da epocha , o por
du sua obro:
Pois que cm magoas me vejo atribulado, Uu meu peito navio ,
Vem, somno , a meu desvelo padecido,
Sao teus olhos o norte
Vem Icnir-mo os incêndios do sentido,
A quem segue o olvedrio.
Vem suster-me os rigores do cuidado.
Amor piloto forte,
Sendo as logrimos mar, vento os suspiros.
Se no monte Cimmcrio retirado
A venda velas sao , remos seus tiros.
Triste lugar oecupas, te convido
Que venhas a meu peito entristecido, Foi no mor de hum cuidado
Porque triste lugar se tem formado. Meu coração pescado
-,
Anzoes os olhos bellos,
So querem noite escuro teus intentos, Suo linhas teus cabellos ,
E se querem silencio nas tristezas,
Com solta gentileza
Noite o silencio tem meus solTrimcntos.
Cupido pescador isca a belleza (1).
Porque triste o secreto nas ternezas
Botelho dc Oliveira terminou seus dias cm
Ho meu peito huma noite do tormentos, sido vereo-
He meu peito hum silencio do finezas. janeiro 9 de 1711 , depois de haver
dor do senado da Bahia c capitao-mór de huma
a de suas comarcas.
F finalmente esto outro em que deplora
Vieira, em Bernardo Vieira, illustro nos armas e tntre-
morte do eloqüente Podre Antônio bratilica (2) ,
cujo ossumpto nao se avantojaram outros: pido defensor da pátria na guerra
cujos serviços o galardoara D. Pedro II,
por o fidalgo
fazendo-o alcaide-mór do Cabo frio
Fostos, Vieira engenho tao subido, irmão do eloqüente An-
do sua casa ; honrado
Tio singular e tao ovontojodo, como seu amigo com-
Vieira, entregou-se
(Jue nunca sereis mais do outrem invejado, tonio de Marino e Gongoro ,
Bem que sejais do todos opplaudido. provinciano ú leitura
cujas extravagâncias o desvariaram do trilho dc
Nas sacras escripturos embebido bom gosto.
Agostinho, fostes celebrado; O abbado do Sever, Machado Barbosa , o opo-
Qual
Elle de África assombro venerando, logista dessas produções dc seu tempo quo Di-
Vós de Europa portento esclarecido. niz tão graciosamente collocára no pais das ba-
elle tivera natural
gatellat (3), assevera quo com tanta
a e a praticara
Morrestes!... Porém nao, que ao mundo atroa gonio para poesia,
eram conhecidos pela
Vossa ponna que oppplausos multiplica, felicidade que seus versos
vos coroa. elegância do metro o fineza dos pensamentos
Com quo do eterna vida
IA) o como que puro corroborar seu encomio ,
E quando immortalmcitto se publica apresenta o seguinte soneto, o nonplutultra do
U posquizas do edi-
Fm cada rasgo seu a fama vôu, gongorismo, quo escapara
tor da Phenix renascida (5):
Fm cada escripto seu huma alma ficai
íris parlcro , abril organisado
Entre essa alluviâo do poesias em que o ma- Bomilhote do plumas con sentido,
rinismo o gongorismo s8o levados a quinta-es- Hybla con alma, irracional florido
sencia, não serão estos poesias alguns descuidos Primavera con pies, jardin alado.
do autor? Que de mais pedante, que de mais
nomes o
pueril produziriam esses autores cujos
foram oa tittt-
(1 ) Naveaaçáo amorosa o Pesca amorosa
do Parnaso, pag. 11.
composições nos transmittiram os editores da loa qúe lho dou o autor. Vid. Musica
a conquista dc
Phenix renascida , do Postilhão de Apollo, o de (2 1 Aa er-troproiaa dos Hollandozea paraV.d. a «ua obra
Brito Freire.
anuim intitulada, por
obras taes e quejandas a que não excedam esses Braaií.
com cato titulo.
sonetos, madrigaes, silvas e epigrammas derra- heroi-comico.
( 3) Hyssopt, pooma
modos a mãos cheios por todos esses quatro có- ( 4 ) Bibliotheea lusitana ,
tom. I, pag- 539-
ros do versos portuguezes, italianos, bespanhoes «-^.•^^^^irt^t^
ar Tps; ;=r «# ^-^ **
(5)
e latinos,
V, pag -"-*-
mus do autor , imtertas no lom.
Versos sem alma e só no nome versos ?
LITTERATURA.
02
A PROCLAMAÇAÕ
nii.iiiii en et avro libro enamorado
liarboromenle íiallovas : yo polido DA
Preso le veo, y en vono divertido
Con Ia tema de nunca estar calado. t-osaxiTUcAo PORTIWEZA
con cndeno I EM 21 UE AGOSTO UE 1890
Tu cn palácio bien visto y
lluantos lloran Ia lastimo que toco!
condeno.
So hablas bien ser discreto le C/I/JÜ
Porque no buelos, gritas como loco ; Aiihco vt-nturo laientur ut omiita woulo.
Ouexutu pues, que do palácio se pena, Viao.
Ouexarse mucho los que buelon poço.
de sinorui
Expirou em seu pátrio ninho, em julho dc
morte
1G..7 , bum ou dous dias depois da em quanto curvo (1)
seu irmão , Antonio Vieira j
1 ) , deixando por Genio das solidoes, despotismo
na- Calcado aos pes do fero
acabar Descripção topotjraph.ca ecclesiasttca o universo, no teu sacro osylo
\olu- Gemo
tural do Brasil, e por imprimir quatro Venho ampliar minha alma.
mes dc poesios. . monstro aqui nuo temo
Al- O
seu filho , Gonçalo Ravasio Cavalcanti de os seus vis satellilcs bifrontes:
liutiuerque, que o sübstituio no emprego de se- Nem
nestas soledades
, retario do estado e guerra do Brasil e herdara Ssi> nos rodetOÁrabes errantes ,
üs
seus tilulos de honra , não foi nem mais illus-
tre nem líto afamado ; morreu na avançada nludo Do homem primitivo o só modelo...
tres au- ü deserto he seu templo, ao Ser fepntM
do octogenário, em outubro 9 de 1T25 ; Donde oblaçóes envino.
c
tos sacramentaes quo compozera em versos ,
outras poesias avulsos, tiveram por ventura a Nostes áridos ploinos sem limites,
Nestes combros d'oreas movediças.
sorte das composições de seu pai.
dhorrores estendido abvsmo
João Mendes da Silva , pai do celebro Anto- Neste
nio José , nascido no llio do Janeiro pelos
an- Habita a foragida liberdade (2).
em Lisboa em
nos tio IGjO a 1660, e fullecido ASTI-STROfHE.
da casa da
janeiro 9 do 17:16, foi advogado
supplicaçao, e como autor do Christiadas, poe- Eil-a dourando
do
meto Irrico cm honra do Jesus Christo, e Deste ermo as trevas
Hero e Leandro, poema om oitava rima , e tra-
re- Com sous influxos;
duetor de algumas poesias latinas, adquino destra huma afiada espada
o que ignoramos Arma-lhe a
putaçao do excellenlo poeta , Punição de tyrannos;
se com justiça , pois que do suas obras apenas
A' sinistra a balança
ns títulos conhecemos.
do santo dogma da igualdade [3).
Assim pois ja hum novo povo começava dc Penhor
lado a rígida virtude
apparccer; competidor do genio dos antigos Por- Tom a sou
tuguezos, se elevava o crescia per si mesmo, A cujo seio desce
Simondc de Dos cóos cadea d'aço sempiterno.
segundo a asserçtto do abalisado
caminhávamos lenta e va- O primeiro fuzil Zenon sustenta,
Sismondi; assim pois severo ;
do governo E Licurgo
gtrosamente retidos pelos grilhões inspirava o tribu- Na branca simples veste o deosa enxuga
colonial e pelos pavores quo feridas
dimanu das
nal do Santo Oflicio, esses dous cancros que O sangue que illustre ,
Do intrépido Catão, Seneca
faziam calar a verdadeira fonte da inspiração
e lançando-lhe De Trazeas, de Peto venerandas.
tolhendo a liberdade do genio
eram os pri-
péas! E comtudo caminhávamos; EPODO.
meiros pnssos de nossa infância !
./. Norberto de S. S. Martyres da virtude, eu vos saudo;
Eu vos adoro, divinaes portentos!!..
Por vosso honrado sangue, e pelo ferro
Que essas vOas rasgou, dai, que rebentem
dom diai depois, Bibliot. lumt. tom. Na amada pátria emulos da gloria,
Ml Barbou diz que foi no .lia se.
'I nae- 538; porém RochitpiUa aiiever» quo 491, Emulos vossos; que atro despotismo
<la Amei- ptrt. Ua. Mil, f*t § W.
linto. Hilt.
LITTERATURA 83

ruja, » Novos monstros ao duro braço rende.


Nas furnas infcrnaes sedento » Mas qua pranto, que tremulo ululadu
arurvou, console Themi*.
i; o mundo, que » S'ab>nga em lodu a Grécia'!'...
smoruE. » Vergonhosa uuricidia os pulsos lhe ata ' H)! I»
Ah ! completou-se o oráculo tremendo.
asylo Tu foste, oh liberdade !
Como ho du deosa o solitário Demandar outras plagas muts amigas .
Magnífico na sua singeleza!!..
o orgulho Ondo plantasse* os salvados garfos,
|)os bronzes, nem dos mármores
Esto oleaçar profana. A cuja sombra acolhem-se as virtudes
Seus atrios nao respiram Cujos fruclos sao solido venturo.
Do Oriente o mollezo elTeminada. AMI-STHOl-HK.
Sob o relcnto , sob o céo patente
Ouve os queixas do probo;
Eis o terreno
l)o oppressor envenena os passatempos. De semi-deoses.
Pune u avnrezo do juiz iníquo!... | monstros berço ;
Là me acena, e me aponto
resgatados Onde estremada a natureza humana
Para o quadro dos tempos Elevou-se até Bruto ,
Das mãos do esquecimento ; Ia se me abrem Abateu-se oti. Nero .
Seus thesouros, e os séculos aventam
Kcmontando de novo ao grande Aurélio.
Pela dada sabido otropcllodos ( V).
Nao ves este horizonte endeosodo
ANTI-STH0IMIK. Que em derredor 0 tinge?
Mo vos aquella cúpula soberbu ( 10 ) ?
Lã se levantam Duli frechando os vôos possantes «guias.
Em densas turmas Quaes aligeros Euros,
Leões do Caucoso (5)!.. Ou quaes o pensamento o espaço tragam .
As tyrannas cobeços ameaçam.
Ennoitucem os ceos pulvercas nuvens,
Descora Marathona ! Doli dos Scipioes a voz rompia
Thcsiphono onciosa Nos azas da victoria aos pólos umbus.
Precursora da morte bate as azas,
PODO.
li faminto destrogo abrindo a boca
Crespos dragões vomita.
Mísera Grécia, là se despedaçam Oh Roma ! alta princezo das cidades .
As columnas da tua independência!!. Dormitas? Onde os teus antigos brios?
Mas que heróc d'ali s'crgue ? Eia , acorda ! cia , arranco denodada
Do cimo fuzilam vividos coriscos , A mascara fagueira dessas hydras (11)
illustre
Hc Pallos, so diinovo igneos olhos; Que famulentas em teu sangue
Anbclam saciar pérfidas garras!
He Coriolano fumegando em ira ; •
He Bcinaldo no arrojo impetuoso!!.. Não tens a liberdade cm teu amparo
Ah! que á cubiça franqueaste o peito 1,151] . I,
EPODO.
srnoriiE.
Gênio sublimo, impávido de Milciades (8)
A' pinha das cohortes inimigas Contemplai, povos livres, no cuduvur
impunos...
Precedido d'horrorcs arremettes... Da soberana de hum milhão dc
Chorai sobre estas ruínas magestosas!..
Eis descosidos batalhões cerrados;
A floresta do lanças cabe por terra Aqui foi Roma , oh povos !
Embotadas no escudo d'aço fino. A mudez dos sepulcros ,
Triumpha; c sobro a ruina dos tyrannos Ondo o veto troou tremendo, impera (13 ).
Haslea os teus pendões, oh liberdade ! Será que mais horror a terra opprune?!
Que lugubre alarido
STROPIIE. Nos antareticos gelos longo cchOa?
* O ar se entenebrece; nrqueja a turra;
O destino com cravos de diamante Ensanguentam-se os astros;
Fixara infausto aresto inexorável; Redobrados trovões stallam teterrimos!..
A Pylbia o lera na convulsa Tripode (7 ) ! Travam combate horrisono co'as penhas
» Novo Thesco valente Enfurecidos mares; ronca rouco
» Cos perigos s'afironta , Da tempestade o gênio pavoroso.
LITTERATURA.
Tremei, filhos do Averno,
do lethargo
ASTi-staoruE. Tremei, que Lysia acorda
> e em brado iroso
Inerte cm que jazia,
Por amplo hiato ( 14) là proclama os mystenos
Feios barpios Gravados co'o cinzcl da eternidade
O inferno aborta Da natureza no sacrario augusto:
vapores.
Entre ondas de «péssimos «Livres e iguoes nascestes, Lusitanos, damna.»
nao revolve^ o que
Tantos grãos
I. » Lei, bem commum; decepo-se
No seu bojo o oceano
rebatidos ozos, EPODO.
Co'as estridentes, .
Vem sulcando cbaoticos nugrumcs..
Tu as sentisto , Europa ; humano s'ergue
Quão rápido no peito
Tu gemesto nas trevos enredada. A natureza ao grito da verdade!!..
A santo liberdade ospavorida Quão rápido boquea a prepotência,
Desotnporu teu grêmio; e sangue! I..
tyranma!.... Que tem por base lagrimas manes
Arvora o férreo sccptro a secu o Monos de Freire , venturosos (M ),
£ de ti, miseranda! quantos cantai victoria; lei tremenda
a tocha eterno Cantai,
Ai «ue
íendemd-horrores!.. (Nio podo a natureza rovogal-a )
Do razão lenta em baldo aiumior-to!.. Vos condemno ao sepulcro, mas
vencestes.

EPODO.
STROPUB.
Por aqui, por oli crepuseulavam (15)
IVespoço o espaço dias milagrosos Cuidava o monstro suílocar
em cinzas
Abofodos em sangue mal nascidos.... Os sentimentos do homem;
reduzil-os
Jà quasi fenecia o santo lume, Aos indignos escrovos quo o cortejam
açlora os orbes.
{ís quo ovulta em vigor, o Ulunos do beijarem
He forno , quo de lobrega espelunca O pò em que elle pisa! !..
Troou pesada voz: «Somos vencidos; Cego , nao via da razão
o braço
- Fugi, oh filhos; o homem conheceu-se (,1b). os degràos do altivo throno,
Estallar-lho
Preparar-lhe alta queda !!
Cego, nao via sua luz divina,
STROPUE.
scintdlava
Que jà nos horizontes
Gcnio, que transvoaste destemido Ameaçando raios!...
O pego tenebroso das idades, Oh Lusos 1 Parabéns! No vosso seio
sonoro
Apressa-to a embeber no arco Do novo alça a razão seu tomplo augusto.
A seta mais estremo ,
Eia 1 Vamos beber na fonte pura
E pelo vèo, quo enluta De seus archivos preciosos dogmas,
os focos
Do globo a maior porto, dorda
Onde a luz concentrou-se portentosa.
Olha o gênio d'America, ANTI-STROPHE.
Açaimados no norte os negros monstros,
Como pelo oceidento oo sul discorro!.. No frontispicio
Olha a soberba Hesperia (17 ) Do santuário
Croada de triumphos mauritanos Em caracteres
Perseguindo-os na trepida íu8'daI*-
De viyo fogo abrio buril eterno:
Olha d'heroicas cinzas renascendo (18) » Coeva do Supremo
A Itália, e braço a braço co'cUcs trava!... » Crcador do universo ,
ANTI-STROPHE.
» Fui regra, fui compasso às suas obras.
» O chãos reinaria sobre tudo,
» S'ora dos meus dictames
Mas donde assoma
Novo luzeiro , » Pretendesse aberrar o Sempiterno.»
Os seus timbres, seus títulos sao estes.
Que ressumbrando Povos da terra, vinde.
Vem das espessas trevas fugitivas ?
Enlevado o contempla Là se abrem os portões, là vejo a deosa.
Em extasis profundo Na destra empunha a tocha da verdade,
fronte Gemem sob seus pés, e a fronte humilham
Hum mortal (antes Nume) alçando a
A atroz superstição, vil ignorância.
Gottejante d'hum rio caudaloso( 19)!?...
LITTERATURA. Ü5

epodo. (tl'Athi-ne* ) iiumit sucfiiiiilii' duiit le* ÍHMB| uux-


tiueU «lie fui ex|io*t-e nprr* sVtru ili-.ivrt-et.ii In tyratini»-
tlu IÍU tlu Pisiatrult-, «i «.-Ile nViil eu ttlui» par luuutrtl
sinistra •£»* uu Miliinite, aluiu It-n taleii* i-xirtt.ir.liimirn tn firmt
Kil-a nos cbama , o co"a u Limi-ii.-i dei I"' i -— ¦• Maruthoii. „
lado do tmnp o; e.U nos falia .
Porá hum os vossos foro*.
, Mortacs, tenho vingado calcavam. (7) A 1'yiliia «» krn na eotivulsii
Triittiile
vos
„ As fúrias supplantei, que
» Pretendeis ser felizes? Eis a estrada Coroelio Ncpott) , uu vi.ln de Milcin.lu., falia »"*%.- vim-
entre espinhos ciniu.
, Da virtude o da gloria. Se
as etnge ,
» Suas poi mas florecem o que (8) Vergonhosa nuricidiu
•*•* pnl-o» ll»0 M*-
da ventura.
, Também he só quem goza
Attribuio-ie geralmente a qtiettn dn* r.-publicai tia
M. A. Branco. Grécia nu uuro de lMiilippe BS Minvilmii».

(9) Eis o terreno, etc.


Fnllo ntpii de Rt.mn. lie vt-r.ln.l.- «pie " cstnbel. .'.men-I
NOTAS EXPLICATIVAS. to dn republico roniuna nao M segui" inimedininiiii-nie
tpiétln tia (Jrecin. Mas como a diflci-ença lu: 'le min
(1) Gênio* dus
solidoea, cmi-uaiito curvo, etc. ¦MMM anuo», antes eu deixei .. nnu.liroiinmo,<pie ali»»
sa lie muito tolerável nu poesia.
liumn imito , ou mesmo todo o mundo,
Uuando"minado ''» "« !"
onde,
JK l*or «ymi.no,
^'íalgum alli- (10) Nao via aipiella cúpula lobcrhu.
u« noilia o iiiiiiso da humanidade nclinr ******
itomaímaüp Orada fatia dio ...olhor Ue ovidento que neste lugur mo retiro uo Capitoltu.
o igualdade o
Z gramt' EbbmBBW du lilH-rdado oa omiroMores ? A hytlriis.
lilino paru m-abar com
?"ucur "..'.ul-lime. (11) A moscaru fagueira dessus
S ÍBBjimMlj» «-•»« % « «°'*"° com
uinuiio oa ......roa serviços. E he por «o P* Fnllo dos nefhndos imperadores romanos, quu rvi-rsi-
tendo do lullnr a dn huniitiiu
tma, dover-mo dirigir no seu acniu, o espirito poucas excopçõee tocaram a meta |m
lilTtludo o ua regeneração geral que prevê no iludo.
futuro. o poitu.
(12) Ai! quo A cubiça frnnqueaste
(2) Habita a foragida liberdade. u
os Ara- Tambi-m so itttr.biie a i|ur.ln «Ia republica romana
ouro ,
Yoltairo diz na sua obra Mtntrs des Wattons quo • corrupção dos costumes introduzida pelo protluc-
bes omnitei sao o único povo .pio sempre resis.10 os t„ do saque do universo, o i.a.i ,1a industria ,«.l.«|a
.-scravidao. O Império Romano mesmo , nao obstante de todas as virtudes e de todos os bens da
*SJ*** geradora
mamam esforços do Anloiiino o Trajano ,.J»»""» vidu.
sujeitar. Esta observação mo suggcrio a nlén tio ijWV
deserto
a liberdade foragida do resto do mundo no (13) ündo o rtlo troou tremendo,
impero.
tl'Arabia , o creio nio desagradara. domi..ado*<
A todo o mundo causa espanto o ver hojeem o t «iton -
(3) Penhor do santo dogma du igualdade. por eiren.inn.tos pa.lres os lugares que
™™l°rvs '"Zjllll*
po deram nusei.i.onto aos ni nulluvn Itis ,
Eu nln nucro aqui proclamar a pliniunstien igualdade
revo- etiereicos. A voz dos tribunos do povo
dc coiHHcàcs.qucfoi o destruidor principio da ho in- e ordens do hum sentido a cujos péscousas^«•J*l.u.uaims .
luçao franceza do 89, etc Semelhante igtml.ln.lu to tio inundo. l*ue vicissitudes nus
teiramento incompatível com a natureza humano ; ja-
mais oxistio, nem poda existir. Eu entendo por igual- (14) Por amplo hiato,
etc.
«lado o direito quo deve tor todo o homem do usar
sem impedimento do suas fuculdodes ute.s, com tanto Invasão dos povos do norte no império do ocei-
qm a ninguém offenda em sua pessoa,
honra e itens. dento , quo . interrompendo por muitos annos o pro-
Estu igualdado cusa-se tanto com os princípios du mais S rj" humanidade', causou todos os!,'««•«
nao política, como cornos dietames do mais suntu re- desgraças que soflrcu n Europa na meia idade , anui.
Hgtao, como a humanidade cm geral.
Pela dada sohidu otropollados. ali crepusculavsm.
(4) (15) Por aqui, por
rttunl de
lio ti traducção litteral do qua data porta Falia dos movimentos que fizeram mufcps povoa para
hom«M que
Virgílio. recobarem suo liberdade, dos Brande. ode
'5) ? S meio desses séculos de barbar»das tesV™*?"**™ romana., ¦
Leões do Caucoso. estudo dns letras; do descoberta
outros livros da antigüidade; descobetaida«nprwg,
Palio da invnsío tios Persas no Grccio debaixo dos etc., que por huma vez firmaram o
imp-'"*' do pensa
ordens de Dorio. mento e do pliilosophin.
filhos, o lionieni «ijnbeCCu-íeI
(C) Gênio sublime, impávido Milciodos. (16) Fugi, oli
Milciodes salvou a Grécia dos Persas de hunm maneira
prodigioso. Dessa victoria diz Mablyi „ La republique
LITTERATURA. . .^^^.aa»^aa^aaMaaaaar-*__aaWa_^P8^ ______

huma progonie
Tyrias. do troico songue
(I7) Olha a soberba Ut-»|a-rla. \ ser viria derribada a Lybio ,
tk t*» V lurga rei, .tellipoten.e povo:
folio da revolução de lK-|»aiilia
cin__aa «surgindo.
Que Si- .-<> fu»o as« ;•«« ^V,.
lides, que anteTro.a
(It?) Olha .ntcroicaa Saturniaotcme, recorda .
«'•' _**>¦ Movera já por seus Acheos ,
l-allo tia rovoluçã.» d« N-_PO_-« Nem lhe esquecem aggravos, £"¦«"¦
¦
o decisão de 1 ans,
a-Uum rio cau.lalo*.. No intimo impressa
(10) Goiti-jaiti"
A injuria da belleza cm menoscabo, durom
,,„„„ * rio Douro «» ^.« n^i^AÍ. »---_-.•- F a roça detestada c as honros
dada .1» 1'ori.», otiüc rc-b-ii-ou Do rapto Gonymedes. Nestes ódios
e in.mano Achille»
(90) MiavaadaFnt-r-, iiiWMiiii "i*** Mais que acesa. M do Grécia
Salvos Troas do I.ocio ia alongando,
K,.,.„ ,..- Otmm rMta, ^Z^TZX »"«°m» mn s Por todo o ploino undisono
orro»ados:
I...I.M, em l.UII)IHI-' *• E em derredor, vagando onnos « unnos,
em I"I7. os repulsava.
Do mar cm mor, a sorte a gente I
Tao grave era plantar de lloma
Da Sicilia oniorados, mal velejam
espuma .
ENEIDA PORTUGUESA 1 edos e o bronze corta a salsa
eterna Caga:
Juno eis, dentro guardando
« Eu , diz comsigo , cederei vencidoiT
Dt
ltaua .
Nem"o nosso ao teucro rei vedar a «gi.a
I A esquadra
.ynBSffi.IE_3s, í ,P olne-mc o destino
IfANgftjMMi ©©^miIS® Sao queimou Vallos mesma, submcrgindo-os .
culpas fl fúrias?
00 NOVA TKADICÇÃ0 DA EPOPÉA S&dohum Ajax Oilco por
tonanto o corisco cila das nuvens
Do os mares,
desgarra, assanha
St Darda, os baixeis
varado expira chammas
Ao triste, que
v IU4.IIIO P1.BLIO DIABO. *gaj o «.« ¦
Nhum tufão leva, em ^
as deidaues,
E eu que rainha marcho ante
LIVRO I. dc Jove , tantos annos
Mulher e irmã
ha quem adore,
d'antcs na delgada avena Cu ríeio hum povo! E a Juno e honre »
Eu sou quem supplice inda n'ara a incense
sahir dos bosques, Ou
Modulei versos, fl, ao deosn I potr.a
sujeita Fcrvcndo-lhe isto n'alma , a
Ao colono , bem que ávido , Nimbosa , prenhe de furentes «0*01i,
Fiz a vizinha lavra, aos campeamos A' eólia parte. Aqui iTliuin
antro .mmenso
dfl Marte or* "tanta" algema , cn.reut
Gr*U empréü: rei preme, encarcera,
Ia de Tróia
\rmas canto, e o varão que Lutantes, ventos, tempestades roucas
as praias, íremim
Vrimeiro a Itália , c de Lavino muito Em torno aos claustros dc indignados roía
o trouxe o fado. Em terra monte. Lm celsa
Vrofugo
força , Com gran rumor do
K no alto o combateu supremo c as iras
da seva Juno ; Sentado Eolo, arvora o sceptro , laça,
rancor não
JS o lembrado a cidade Tempera c os amacia. Quo o ,
Muito em guerras passou , quando Rápido o mar c a terra e o eco varridos
Fundava , c em Lacio recolhia os dcoses: Lá se vao pelos ares. Cauto, cm negras
Bonde a nação latina c nlbanos padres, Furnas o omnipotente os o.errolha,
Y os muros vem da sublimada lloma. altas monton..as,
nume, E a mole sobrepoz dc
Musa, as causas me aponta , o otTenso E hum rei deu , que mandado o ponto as bridas
magoa a soberana (16a
Ou por que
famoso Soster saiba ou laxar. Desfarte Juno divos
Impellio na piedade o beróc casos. O exora humilde: « Eolo (o pai
dos
Transes taes a provar, volver taes E rei dos homens pois erguer as vagas
pois tantas iras em celestes peitos! de Itália, Te concede e amoinal-as), gente
imiga
Tvria colônia cm frente houve Me sulco o mar tyrrheno, para Itália
fozes,
Carlliago, além das tiberinas llio e vencidos lares transportando:
empório, antigo , ospernmo
Vossanle e rico Açula os ventos, mette a pique os vasos;
se conta Juno
Karto da guerra; íi qual Ou dispersos no pego os despedaça.
Até posnoz o prcdilecto Sainos: fado, i Quatorze esbeltas nymphas
me cortejam ,
tive ; c , annúa o
íeu Lie , armas, lil traça e tenta. Das quaes a mais formosa, Deiopèo ,
fío orbe entbronal-a então jü l»romctto unir comtigo em jugo estável;
subvertendo
M.. omira que , as torres
LITTERATURA. 87

t. se vote, De Enèas ve perdida , gente OffiMH


nue em paga para sempre o Da marejada e do ruido ethcreo.
egrégia prole--
SSaa te procreando
«Que ¦> indiques basta ; De Juno irosa o dolo o irmão percebe.
A Vuem Eolo: ventos,
cumprir o que desejes Euro e Zephvro chamo: « llerdosles ,
Meu. rainha, he sem meu nume ousados.
e o sceptro o Jovo. Tal presumpçao , que
1,1 ,,oder qual o tenho, Jà terra o ceos mesclais e cquoreos brcnUa»
divino mesa
Mo concilias; à Eu vos . . . Mas insta obonançar as
vagas.
Ta mo recostos, e senhor M fazes Curo ino pagareis, guordo o costigo.
» Disse o o conto sorte
t„ itnbriferos procellas.
a bum lodo impelle: Ao rei vosso intimai jà jà que em
Da listão cava serra Nao lho coube esto império , quo
o tridente
os ventos, doda a porti, rucm , fragas ,
N hum corpo Fero he sò meu. Tem elle enormes
ao mar•carregam, ufano,
Ai terras varejando-. Furos, vossas monsoes, nesso oulo
¦ do mai* íu»Jo a» turbilhão rebentam Sobre eneloustrudos ventos reine Eolo.
a
em borroscos fértil
Nuto e Euro juntos, o Folia, o em menos aplaca o inchado pelago,

Africo e as praias vastos ondas rolom. sol. Tritao, C) molhou
Limpa o cèo e abro 0
ü a,aridü ; m,rcÍM empuxoiii
SA. o'p«»«>. .-"'gem'
o dia : As engasgadas nàos do escolho
Jogo ennublado o cèo , some-se Com forço; o deos com seu tridente
ojudo .
olra noite. Os pólos os mares;
Pouso no pelogo roíos. B amplas svrtcs afunda e aplaino
Toam , o ctber fuzilo em crebros Por cimo cm rodas se deslisa leves.
ameaça aos varões presente a morto. tumulto ,
ludo Como , enroivado em popular
Fricido, arripiodo, F.neas geme, c Disparo ignóbil vulgo; o o facho e o canto
: « O' tres quatro
B alçS os palmas e exclamo olhos Já voa, as armas o furor ministra;
Vezes ditosos, aos paternos assomo,
I Mas so hum pio ancião precloro
Os que iis abas de Tróia feneceram Calam-se, e à voz cordata
ouvidos prestam;
O" dos Donoos fortíssimo Tvdides! abranda ;
em Ilio, Filo os convence e os ânimos
A olmo vcrtendo-nto essa destro Assim cahe o fragor c o ponto
omonso,
eu nos campos, onde o brava e em cèo sereno os brutos
Nao ficar Quando olha o padre,
onde
Heitor de Eacide às lonçodos, Dobra, e dà louros oo ligeiro
corro.
Sornedon j" magnânimo , onde o *>'m0,f Próximas bordas demandondo, à Lybia
tantos
Corpos e olmos de heróes o escudos Os cansados enèados apròom.
\rrebatados na corrente volve ! » com seus braços
I à n'hum golpho secreto,
llradava, o o sibilar ponteiro Boreas fáz'porto ilha fronteira, ondo a marota
Rasga o ponno c a mareio aos ostros jogo. escõo em sinuosos rugas.
o bordo Quebra c se
Remos cstollom í cruzo a proa e Pcnedio em redondo e ao cèo minazes
d água empino-se
Rendo ; cscorpado hum monto Ha dous picos irmãos, o cujo
abrigo
descem
As níios jà no cscorcèo pendem , jà Dorme dilTuso o mar; do coruscantes
Yhum sorvedouro à terro entro morouços: scena,
Selvas prolongo-se eminente
Rcmoinbo o esto na revolto arèa. Descohè de atro espessura horrido sombra,
Tres em latentes pedras Noto esbarro , No topo, hum antro em pêndulos çacbopos
Pedras sitos no mor, quo ítalas aros Com doce fonte, e cm viva
rocha bancos
ondas;
Nomcom , dorso horrendo à flor das £, nymphas sedo: aqui os prende
nao amarra,
encalho
Tres ( que vista I ) em restingas Luro assas qu.lhos.
rodêa Man morüaz ferro ndunco
Remessa aos vôos, do marachões arriba Enoas;
Com sete nàos oo todo
A Lvcio, em que emborcava Oronte lido. E amorosos da terro, alvoroçados,membros
cheio
Grosso rolo, ante o rei, da alheto cm tab.dos
mestre Soltando os seus, dosai
Fere-a, o do embato o debruçado lume,
No arèo espraiam. Fere Achates
Cahe do cabeça; o vagolhao tres vezes Etoma em folhas a faísca, e em cerco
Torcc-a, revira, hum vórtice a devoro, , Do acendalhas a nutre o a chamma .Wa.
«aros no vasto pego a nadar surdem. ' Corruptos pães e cereaes prestos a
Taboas o armas viris o alfaias troicas cbus.ua;
Jà desembarca a trabalhada
Uoiam nas ondas. A tormenta escala a torrar e em mil pisai-*-
E os nráos põe-se
A nào robusta do llionco , do Abante , emtanto hum penhasco , e ao largo Lnei*
Trepa
li as de Alethes grandevo e o Achates lortc. alcança
Regvra, a vci se undivagos
Todas, abertas as costuras , sorvem
Antheo ou Capys, o as biremes pbrjgia?,
A inimiga torrente, e em fendas grotnm
Ou n'alta popa as armas de Calco.
Mugir o ponto e o tempo urrar dcsleito,. -,«
Cachoes do imo n brotar, sentio Neptuno, Baixei nenhum, avista só tres sjjgjM' o armento ,
Na praia errantes ; segue atroz
Turvo, abalado; e ocodo fora e exalta vaiios pasta.
A plácido cabeça. A frota esparsa E em longa filo pelos
LITTERATURA.
88
«,o *£_*»
Buidoso mar. que empola coso a leutroa.
e agudas setas deu
Betem-se e o arco afetra os guio., Sentou l»atoviti aqui.
li.ou do lroia:
£1 armam Ar-batee lido; c presto Nome fc gente, e os brasões tua estirpe,
UOtWi . Nós,
|)e orboreos pontas enlonadoi.acossa a Im», SSSJilméammt.
turba a
Cmbrenba a demais
Ti nue dei riba sete ingente*
cir|ioi v.ct.ma» somos.
elle os divide; Ah do huma por furor Deste gc.to
V iuüalrS "aos. D.» volta
tr.nacr.o i nge expulsos de Itália? nos reserv s? a
5 !i ir? k. que I partida o baròe S honra'» piedade, os sceptros
homens o numes.
soem. iti.ido-'o o autor de
males r •«¦¦¦¦.
Uiluqun ns mitiga:« Os oram. a,Z gesto quo os bulcoes
maia ogros e assim lhe torna:
Nada eítronhomor, oh! Vos de hcylla Da lilhaosculosliba,
de aiabal-os. Cypriu: imniotos jazem
Seos mesmo ha «Poup. esse medo,
raiva c escolhos rcsoiiantes. nus lav.nias torres
De porto a Dos teus os fados;
Võs cyotopeos rochedos alTrontaslcs; sobre as es rellas
Hus de rever-te, e alar
tristonbo ; nao muda.
Animo ! esse temor bani saudado. leu grande Enéus; Júpiter
Talvez isto inda lembro com anciã te remorde
mil, m-s vamos Hiena Italiana do futuro)
PO, vários casos, lances Vou rasgar-te os entranhas
o» fados mostram. o aaaaoaar povos.
A„ l.a.io. onde repouso liella. Guerra tem de mover
I á cabe a Tróia resurgir móis R instituir cidades a costumes,
du bonança.» no I.acio
Duros vos tende /. espera Ao pnsso que reinando o vir
o hum ar seguro afleeta , a os Rululoa domados.
múm profere. Terceiro estio,
a dõr profundo. M leme
N-alma enferma sulTaca |-òrem-se tres invernos. Posto
viandus; este esfola , cog.u.m.nan»
Atirom-so àa
espostoja; Ascunio, quu boja Julo
Aquelle desentranha, outro so ergueu soberba ].
no espeto enrosco os lombos, ( ||o , enquanto llion largos gyros,
Ouil iroii.ontcs Cerrundo os mezes trinta
os caldeirões otiça. trasladada ,
Qual sobro a praia nMM Ha de, u sede lavinia
Vários, nu relva espalhum-se , Albalonga munir e oboslecc-lo.
opimo.
Do velho Baccbo o veuçuo Os Hectoreoa aqui trezentos annos
e os mesas removidos,
Uenleta a fome,
socos, Já reinar...» quando a vestai princeza
Longo praticam dos perdidos Hia parir n Marte gêmea prole.
es ao com vido? ovante.
E entre medo e esperança: surdos. Da nutria loba em falta pelle
Ou na estrema agonia ao brado Itomulo ba de erigir mavorcios muros,
mais terno o Lico chora , seu nome.
O pio heróe
Oronto , li á recebida gente impor
O desastre do Amico, o audaz Metas nem tempos aos do Boma assigno;
E o forte Gyas e Cloanto forte. O império dei sem fim. T6 Juno céo fatiga.
acerba,
no fim Jove esguardado o
Dos alturas, , Oue o mar ciosa c a terra o
0 mar velivolo e as jacentes plagas de amparar-me
do Olympo Transmudada em melhor, tem
E amplas noções, no vértice Do orbe os senhores c o nação togada.
noslybios reinos. inda a rosa
Quedo, os lumes fitou Praz-me assim. Manem lustros, que
o absorviam taes cuidados, U-nus, ha de ser de Phtliia e de Algoa
Quando
Triste a os nítidos olhos orvalhando: , Do Assaraco agrilboar Mycenas clara.
o os deoses Senhora, e
«tf tu, discorro, que os mortaoi J De Julo garfo egrégio, cm nome a gloria
llcscs eterno, e borrisono fulmmas,Troianos, Succedundo, as conquistas no oceano
tu fez meu filho, o que os
O que
sò de Itália , César terminará nos céos a fuma.
Que após traços lethaus , não trancam ? Nos astros, sim, de espólios do Oriente
Do universo os canccllos se lhes Onusto, o acolbcrüs; c humanas preces
Roma delles tirar, delles os cabos Tem dc invocal-o. Então, deposto
a guerra,
oras volvendo, restaurado o sangue A encanecido
Que, Se omolgue a férrea idade.
Do Teucro , o mar c as terras solTreassem . Fó, com Vesta, os irmãos Quinno e
Remo,
o
Nos promeUcstc: quem mudou-te, padre
Dictcm leis: Jano fecho as divas portas
dc llio cruas *
Do oceaso ao menos e desgraça Com trancas e aldraboes; sobre armas
com outros compensando ,
Isto , buns fados Dentro o impio furor sentado, e roxos
Me consolava. Igual fortuna arrasta Atraz os pulsos em cem nós de bronze.
Ora os varões a riscos e a trabalhos; escapo, Hediondo ruja com sangüínea boca. »
Do Achar»
Quando os finda, grão rei? os seios Disse, e despede o genito de Maia,
Entrar salvo Antenor de lllyria Toueroa
fonte obteve Porque a nova Carthago hospício aos
E internar-se em Liburnia, e a FranquCe; nem do fado iriscia a rainha
bocas
De Timavo transpor, dondo por Os extermine. O deos pelo ar patente
rimbombur, despenba-so
Nove, a montanha a
89
LirTi-KATlJlU.

. Icrs dos Gouthes, dos Uurgert e d.» 1'hlands;


en, Lyb.a o ...o abate também em França a littcraluia piimitiva
e o
,»„ azas remando ,
£," ordens, a íei-» aos ***- próprio século tle Luiz XIV nao produziram esle
boje tudo abarca ¦ invade.
lyrismo que

SSSsSr
I ttlts laWMI plácido»
cuiice«.
A poesia Ivrir-u en. França,
, elegia, quo mio separaremos
em J ü. Rousseau
P0«pÍ.l_a Alguns itoetas
o buma estrophe
isto Ite, a ode e
aqui. IMat-N
de Lefranc de
do ultimo século Unham
im delia presentimeitto. fiitMH , A.id.6
(.hen.cr;

«Saatesr-SS?'-
ín „ verde espessura e negras
sabe
sombras
brandmdo
ln„s o primeiro autor do
la poesia abrasadora da
verdadeiro
nossa
tcail.ria.id, que revelou a l.amartt.to
lyr.Mit.».
t>i.;taa. he
e I Vtttof
arrancara...
de,-
««-

ttO
K o so.Ls Achates,
amh» ferro. Hugo a corda „ qual ambos de l.a-
empunha do Meditações
„,Vh"tes,ue sublimes sons. As primeiras
lltu apresenta do eco , sao
^JHi»^^" em armas v.rgen, mnrl.no assemelham-se a revelações o
t- no trajo e aspecto , aspirações do christao para o incógnito, poráim-
a Threiss.a a sua
Lcena; ou qual llorpalyco vence a ifugo. inlinilo; ahi he que a ul.ua reconhece
u o Furo comprche.tde Io. a
C ns os corceis,
à caçador mortalidade I quo o homem 1 oe -
arco destro a grandeza do seu D_ As Harmonias
iSdo hombro entrega. harmo. -
n inadeixa bem
Pe dura, • ás auras «Ml MismO* sao cer.«n.ei,te TOM
sas e bellas, bem santas o grandiosa»,
"liem
«(V inoçosl errante aqui topa tes esse vou inespeiado , esse cnthu
MUmo
Su" .ncalço toda I
clamar tala- M «o encontra por parte
UttU minha a oljava
do coração que
n. encontra...
A cinta nellas certamente,
Do javali sanhudo. Ml Meditações;
manchado lynte. » o perfil tios BRjW.
írJsoli.eapellodebum bom colorido puro como
sto \ enus; e O filho I nm. .^»dü; nm ,llllil0 .,,,„,« do que nas primeiras O0**m
fi das .rn.aas ua . colorido hu sempre ,n-
«Nenhuma ouvi ne... aem ilanlt, do autor, onde este
mortal tio sol ,1-nte.
IC unem tlireil Nao tens nommatlo' como os fogos bt ...
humano som; es dettsa, 6 urgem. Sacre he huma poesia nacot.a
^ü-vòzT
As n ssas Ckant du Ia enocha V*
penas. naque
Vrimtade Phubo, ou nympha? como todas as do poeta com as Me-
e nos ensina, comparados
Porquemès, tu minora Ita-ucillcmens Poétif***,
Oue á tOa andamos, sem saber por
onde, cor, o parecem «
d ações, sao palltdos, se... com n-
arrojou-nos
O paiz, clima ou povo a que se... conto p !facção du buma nbeça preocupada elles reor-
Vento è escarcéo medonho I ttortil » ;tTÍ.s políticos; sem duvida que mas so co„,
nas aras tuas. do
Havemos de in.molar dam os primeiros accentos poeta,
(Conlinuar-sc-ha). ^Victor
llugo, partido do mesmo ponto qun
domes.....
mVl- _ buma faisca sabida
H^S.. U r •w*lía___B_rS
Larnaríoe
FRANCEZA. I paço» M ali.
UTllílUTURA CONTEMPORANEA ri.ni.hos para fazOl-o percorrer , le,
do enlbusiasmo
I Jc hecit t,s. Poeta cheio no meio
11. se encontram,
Artigo 'ansse Valiam, onde
Tüd santas e antigas
,
o homem pura e fresca poesia
os séculos primitivos, quando SenSl nüiionaes. As Orienta**, onde desdo-
as faxas Ia bar- imaginação par
Wleixa por assim dizer,
esplendores brou"a-la as azas immensas da sua
olhos aos dos sonhos • ie*
-Xri- e abre os ¦ «H lançar-se á morada
idéas como 01JJBI costumes brilhantes e ,1 »-
da civilisação, as suas fada , no meio desses
o lyruno, do ttwj
trone* são grosseiros e si.npl.ces, o natureza luxuriante e purpurea
luga tm ah
Iho de epochn mais oiTominoda, não acha depois Depois vem A* Folhas do Outono. 01.
laes idades de movimento hero.co. Io. despende toda .. r.queza do seu
apparecerani na, üie- bequo o poeta so acha poesia limple
«le Homero e Hcsiodo que
Mo*ho corS, ahi o» que eo.no <•
cia Sapho, Anacroonte, Pmdaro, Bion , como o olhar de huma criança, 1*W
oTlieocrito; igualmente não Io. antes to*m de primavera, rica «[tbun-
am orvalho d-huma noite
tle Augusto qíe entro os Romanos apparcce o danto como hum bosque virgem sob hu... ceo
fo.
Propercio e Tibullo. Era Inglaterra nao trticator
século da rainha Anna que ViO floJ-Cit. £Jj- collec-
O sccuio Hugo escreveu as três primeiras e se
ritmo de Byron e a escola do lago acabámos de fallar sen, fito
Nibelungen nao cõtrío que
que em Allemanha produzio os v tema; cnntou como canta o pássaro, poro*
vio desenvolver-se o Ivrismo brilhante dos bctul-
LlTTFaRATÜUA.
90
tnsp.rou-se por tcitura du-
cantar, Deos quer s.t, cujo nova musa
he da sua naturcia porque acentos unurg.cos u brilhantes do
elle nao obstante isto, moniado aos
que elle cante: quiz, Un Spectacle dans un auieutl lie
a* |meaias pre- •replico Hvron;
prender os Cantot do Creputcttlt, o*tu li- lu.... livro du huma ruru or.g.nol.dadu; o seu
nosso entender nao existe mos a .MSSf
cudentes: NS du Xamouna liu u dusordum ,
como o seu outor , so nao Ml pulo tonto e do uncantos; ah. sc
«ação , quer
natureza o dem cheia de interesse
V,e,sa...c.tto. pula poesia. como na copia de pc.nsai.tunlo»
verídicos.
luz à turra, formando uncontra grande
5 su prende i. luz, a u I .(Tu- e outros dusanimudorus: suo OS mais bullos
vur-
todo du ct.it*o* essunculmun O, Conto,
assim hum Alfrudo du Mussut.
Odes t Ballatas lie a s„s uscripto* PO*
rentes. O livro intitulado de Hespanha e de Itália uxhula».. .uma frescura
cheio du omor espalhadas, que Uo
producção d'hum |oveo poeta en- original, e outros poesias
sem punsttr,
,ura com o seu paiz, que, elle atira nqu. S alli. pro-
em si a. centos paro o cantor, e canlu; tempo* em tempos dar-se inu.s ao tra-
contra ues- «to qoa poduriu, sequizesse
At Orientties ufi obro de bum poela que
mos- balho , tornar-se bum gran.lu poria.
,„|,rio huma -ordu poética , e que, paia OMlOfíOS lombos ede//
Planto, Augusto
° *** de Pérsio o de Ju-
trBr SOk os suus dedos H«rosoS , recordou o estoicis.no
an toda a sua extrn- llurbiur, chapas immundos deste
pode tirar , ful-a vibrar • ora
penetrou nas
du bum poela CUJO u>n*il
Lo; As tolha* do Outono u correr bum sangue negro ;
du ullu- século , fazendo nellas
eoraçao demasiado rico lem necessidade bum reflexo do Pa.tiiío du Dante,
desabafa-se. Porém Os tantos do Ire- |„.ro recebendo tristeza, poro o
rtoVa co.tstdu- elevou-se, iilumia harmoniosa
mttimU sao bu.no volta pata a palr.a
tlu vista; lie iduul do bello.
rada debaixo du hum novo ponto l.arthèlcn.v a Múry , os quacs quasi
sempre
século, 0 tra-
a expressão das incerlezos deste sao poetas fecundos, brilnon-
inlell.gunc.as que se trabalharam juntos,
balho c 0 despertar das ba- tes por vezes incorrertos; mas possuindo
no ultimo
sim. começa S
agitam no horizonte. Hoje, do ílagellor sob o azorroguo do
do Crepúsculo se pren- gráo a arte
ver systema , aos CtMtM nos prt- Nemesis. . . . .
dem intimamente as Yozes Interiores: ul- Turtitietv, nos suas tres collecçoes intitulados
.
surdir hum murmúrio; nos
meiros ouve-se Catholicas e Hymnos Sagrados
MS nossos ou- ytr.ior e Fil Poesias
limos, o gemido, a dôr chegam Os be immed.aM descendente de Lumarl.ne. Os seus
a uléa, vem
«idos; depois, para completar em borbotões e nao rellectom
a voz mais clã- vefSOS nSO sabem
Baios « at Sombras, c aqui he chatnma o brilhante luz como os do autor das
c aos tanta
ro o dia cngrandece-so no horizonte, mas quiçá reflectem mais a dtopha-
do angustia se mcsch.o por intcrvallos accen- Meditações; a nuvem sobro a ca-
gritos neitlade tio céo c quu passa
tos du alegria. . ho huma poesia cheio da m
depois do Mctor beca do homem: de-
Apparece immcdiatomunto conto o mana do
do huma graça e do esperanço, a qual,
Hugo Alfredo do Vigny, poeta lerto vem sustentar a alma desfallecida, o
der-
seduetor. ,
exquisito e fina, o do bum galanteio
rara puro- rainar-lhe consolação.
mas tosto. A sua poesia ho de huma Saintc-lkuve , poeta quanto
ao pensamento .
• capricho do suas
ia não sc deixo levar pelo á forma ; do simples toca ás vezes
o prime.ro vôo do be infeliz quanto
inspirações, c nao segue á trivialid.de; elle parece preferir
os assumptos
seu pensamento. commum o familiar. As suas ConíofoçoM
Delavtgnc e ta- da vida
A, Jrfesscníínncí de Casim.ro
cuja I.n- lembram a poesia de Wodswortb.
liblcccram a sua reputação , producções Emílio Desibamps hc hum poeta que
a primeira
á forma à poesia mas vo-se ,
luagem puro pertence quanto bum ar do simplicidade ,
sao can- vista apresenta
antiga, à moderna quanto a expressão;
não deixar do sor lendo-o attenlamcnte, quo pecca pelo pensamento,
ticos nacionaes que podião hábeis arranjadores de
em quo quo ho hum dos mais
acolhidos com enthusiasmo na epocha
.Ilustres palavras. ,.
appareccram. Ainda ha muitos poetas Berthaud ho bum poela tle quem sc disse
a influencia do André
cuio talento medrou sob assemelhavam às goltas
sol das olgurcs que os versos sc
Chénier, inllommou-so ao esplendido leão molhado deixaria cahir da
inspirou-se nas d'agua que bum
Oricntaes do Victor Hugo, ou ao sol.
Meditações úo juba sacudindo-sc
ondas santas o abrosadores das
Soumet et Alexandre Cui- Jcan Reboul; a simplicidade da sua poesia
I amartine. Aloxondre no bosque, ou
de huma BS8emelha-8e ao gorgeio das aves
raud cujo poesia se acha emprugnada d*huma criança deitada no leito.
cheia de graça o do á balbucioncia
vasa e ideal melancolia, Antônio de Latour, poeta elegíaco ; encontra-
cujas elegtas
at-centos cavalleircscos. Dolatouche, sc na sua poesia huma côr melancólica o
vaga,
tem alguma cousa desta calma admirável , que misteriosa. Jules do Rcsséguter
dos gran- huma meditação
sempre envolve huma idéa profunda , do graça, d»
Alfredo de Mus- u Jules Lefévrc sao poetas cheios
des poetas lyricos de Allemanho.
91
urrai atira.
de nossa purto o não termos collocado Béranger
o nuo tenra posto o
entre <>s poetai lvricos,
o de l.nuiortine
"' seu nome iumicdiu.amonte após
• mmeamstM aã* buma linura admua- f..i alim da fazermos o na-
Piedade moderna. En,- e da Vidor Hugo; deste chefe d ......
especial
iíÍJSSSa**
hor.. poeta, llegés.ppe Mu- sumpto .11.1.1.1 Iriigo cultivou com Uota IU**-
1' laeei ' pobre
olTerecer Iodas gênero que a frança
, r.tuem o fuluro dona fioridade, isto ba, a cant.ga., 8a
remontarmos
vivia no coineçi. ....
canto . fresco o do a Giruut d- BOTOoil, que d.,,
tf! u .riu ein» como como \|ll século, xt-m que foi» pr.me.ro que
, sublimo o nome do cai.e.»-.
SL nííu ífSSl primavera
¦T«L« alça aaai ultimo «M para o céo ! a estos poesias galantes ItaLa I m 1'rove.içu.
Esto gênero llorecia em nn
das mulheres da- mu, hu... tanto eom •» caracter que possui-
SSa ora faier menção vislo .. litteratura moderna
Parece quo haja -* nossa toóeba, só he que u continuação da que pro-
J .,< irnbalbos pódios. do seu que- ver.ladeiraine.itu
i ha" de Eva, recor.la.ido-se paoeado, séculos do chr.sl.an.s......
duziram os primeiros
cila 1*0 «»
ecos: Elisa Mu- ma, co... o que. naquelle tempo .
illo i fallar a lingua dos esla meluneol... .
nha , co... esla phiiosophia ,
r7 esgracada poetisa morla preniaturamene, nacional que se encontra ....
a ompanhou ate a sepuluru Ch - Mia enlbusiusmo d,i ...a.s com-
7 iiiein meo dl mais franca jovialtdade.
e Fanard eram os he-
o lagrimas paru mm plcta desenvoltura. Collô desta cam,,..
un iodas as glorias
bello talento l,r.r» ,e" da cançuo do olUmO século . \.o-s,-
| cs ebe .lotada do ...ais livre.
M-wona e por vezes bum 08000
Fain, após este Dcsaug.ers qu.-
contém carinhosa paixão de .. > • a.n .em Josc|ib os lançou no olvido en,
uronis, nos s u a todos eclipsou o que destes nn-
,lc esposa ; Desbordes Vulniore que
et 1 m ou,ra SC üesiugiers
era hum
Pauvres Fleurs, Les Vleurs Uouquets a sau _ ioneirosJ cheios de -pinto, apitWO
d«.r , •-
rei exprimo successivamente a no com bum estribilbo para todas as fe*U ^ÍE 9<
o sorrisos
S le , o quetxume ; ha lagrimas para todos os |.rnzeres.
l.m.l.o Debraux pr.i.
mm estvlo , échos do céo 1 da human.dad,I.u/« franqueza; os seus versos cxla-
suo bum rellexo das ms Ia com mais da fssmattojjha.
llcrlin cujas G/arui de qu m am lias vezes oW.ro acaso os mais MU
,1,. Victor Hugo; Clara Mollart en.l.ni, Estes dous autores eram
o autor de líilJe-A.-.. * /'«m, endereça..do- n- ris do século; mus a
coroa do poeta porlon...
do sou livro se crgu.a na
lhe buma carta por oceasião . Im i bomen. de genio que
titulado 6ráa * Subk, d.z: « »,a;^r. dos seus prede-
ntu m.r, 1ii,nrrer Oi versos
du
„ versos o imaginar serio e profundo bna jovialidade e de gra-
deslun.brosa da don- ESS' iHu\Tie
„ o ns vezes a vivãcidade con. a sua penna poe..-
, .^nW-nuram-se,
. zolla.. .. Imprimi os vossos versos, senlioia
,,lu.o de ser lidos; lidos porque sao ¦»»«,*¦
são bellos,
• dos porque são ternos , lidos porquo vis,
.< lidos porquo existem no século muitas cousas
i muitas cousas ruins, muitas cousas hediondas ,
-< i porque hum livro como o vosso acalma o
« pensamento e consola o coração ( 1 )• » de algumas cop as, dund...
na nos I mto banhados ando-a, a idéa
Ila ainda outros nomes que sobrcsab.ram feição dramática e comple
ao lebi.a
poesia lyrica moderna, alguns
dos quaes huma Iresr.iro de poe-
ail- , nuò e/ escolha , e isto com
mesmo mais celebres em outros gêneros, de pensaniento ut .....'ave!.
e Charles Nod.tr, ia'" I u na Í ofundeza e I.iiuart.-
xandre Dumas, por exemplo,
"Z collocado entre Victor Hugo
outros que não poderiam entrar cm hum artigo B ranger das glorias mais popu oro. do se-
lorça ue ! hutn.
..ndo, para conservar justos limites, do Vrançu-
calo, o poeta mais nacional
guardar silencio sobre algumas celebridades. omissão
Emite Adet.
Notar-se-ha por ventura como huma
1T.WATA.
et
(11 „ 11 j u duna vos verti lu véverio profonac não foram
,. Mie do li. Lime, et par moments >• «Tgf veri.
,-or e8q„ocimonto ^*Jg»%Sa!,Z
„ èMouissante de Ia ieune fltfe... Imprime? vat cm OM, em vu „, n<t-
som coNTEMronANE*. ÍEINCEZA,
.i mutante. on les lira. On les lira parco qui» ou
.. nobleka on les lira parca q%i'ils sont temi."., shah^''''Z'
mttvam , Mahalihimita.«a , ¦•ÍW**..£J«»-^ve^uVí. pneina 39 , i omlo
.. I« livi. mree nu'i.11 sont beuux, on lea »lM?™? m&n)no2»^ *
dc clioso mécMO. de devassida",
. qiíil v a ilaiw le Biètcle boaucoup
oojm ,.-.-. ,/, tUsarranjo e
» t«, liemiootip de ebòoe iaide, et parce qu lemnanjo i dc DissENVOtrua.).
» ''oiniiiirlo vôive repof-o lu pciwéc et console le cem.,,
.

M.w». »<,»»«**»*»"*"»'„K.V„ «»**«**«» «»»


mmmtmam0mmmmmmmmam

REVISTA DRAMÁTICA
—<***<>©c^>o<:^><*>~>
ossaz s.mplc., inc-
bumo ligeiro composição Io Non-
Thritro #V«í#tr''*« crente e muito immoral, que só modomoise
nao sob.om os
artigo alguém, que se recorde Tre , no meio do adoresCoderot quo
também
Se ao ler este u mpcis, a do Sr. que
b."ou , tornou tolerovel. Mto U SM*
po.ea.la
Uiroi. nos perguntar com\olta.re. de de rir buma direcção que
nem tem o po-
-*v*re ? cômicos continua-
aja ' .liai .-..urrou* nnne voiro mil der de tomar medidos contra de rir o ver
mento cm falta ? MlO dl vontade
I de.xamlo entrever
responderemos :-o verdode do Sr. Dufoui. TL Armand I Coderal e Co-
Comecemos pelo beneficio á direcção. Os Srs. Armam
se compunha esto *&££" .retenções tem elles para isto . Ton-
dTS rtM
EeoMér. o Soupers de tn«*, lèrat! Ouol mérito pois porem basta
I. Btlh fes
representada , IM ¦¦ " ti, quanio «Sr.Segond.diruoelles;
V tirimeira , iii aqui Stpora
JU ên/gostí. ignóbilmotivos pelo que respeita lazer hum bom director hc preciso
bum
- dramático" Por dous t**»JV* condição quo <£,»**">;
toda do homeu, , primeira
ou- o mimeiro porque be buma peça que saiba precisando,
mudar, cortar ou f«c
* uuütaV.o o ^ sceno; quo tenha gosto
acontecimento quo teve lugar MD £m copia ou bumo o repertório ant.go o um-
ia bum triste conheça
hu m bo.nbeiro quo por clamo assoss.nou „,„,ru.lo, que tenha estudos clássicos o quo opo-
tr derno ; que
desta epocha.
Januário tao islao zar disto lenha amor I litteratura
do theatro de B, bom da scena .
espectadores
linguagem Segunda condição: quo entenda mane.-
lamiliorisados com a pojiul.to- sua justiça, boas
a .mus oru que no interior, por
rut.la , obscena I chula da classe mostrou- ras c severidade, saiba manter a ordem; qu,
u, ia de Paris. Mãdemoiscllc Nongaret actos, que nao „ara o exterior a sua instrucçao lhe dè o pres-
c nspradu nos dot.s primeiros apresentar-se e.n to-
apezar de igio necessário para poder
seguramente muito ruins; porem, de no.va , nno I1 das os partes. Terceira condição;. que tenha co-
cr mui bella nos seus adornos seja econômico , e
tonto no ultimo , immoral e nojento. nhecimontos administrativos j mater.acs do
íra ou Adrien bom que repare quaes todas as necessidades
Si? Dufour, Dc.nortain e , o theatro francez de de
estiveram no caracter de seus tleatro1 Quem diro que seus ? Que
Sfcl dc memória , tem trastes
de Carna que existe , ainda não
imiteis A segunda peça , Les Soupersestúpida o o que ass.m tem gaste
hc inconteslaveln.ente a ma.s quo alugo que preciso, comprado'
2
o *^ <**£ tros vezes mais do que so os t.vesse
SiVS Pôde em todo Isto ho bum vicio do administração.
(Iramalico da scena froncezo; ^J**** oo menos
mt se 8LU, Seriamos felizes se pudéssemos,
mente representada; portanto por
dello. huma vez, fallar do alguma obra que encante o
„ueAccu nos dispense o leitor do .aliarmos toque 0 coração , e que eleve n
-nos-ba talvez do censurarmos acre- espirito , quo nenhum;;
ar-s alma; porém a direcção não quer;
JSZ porém em quo so <fmjjff£. nos apresenta ; nao se es-
nem bumo visto d*olhüS lanço sobre as pe- composição litteraria merecimento; mas, sen,
quo arredao colho os peças pelo
e as que escolhem os beneficiados quo as ler , pela quantidade dos actos : o quer-se&
se torno ut.l
a direcç.u assim quo prospere 0 theatro , é
ne soas de gosto apurado? Nao devo sobe noção brasileira !
S con, vistas littcrarios tudo quanto obras Paremos aqui: muito mais teríamos quo
dizei
ena" O que queremos não são tenbuo primas; algum neste sentido; porém basta por boje. Tínhamos
Imposições moraes, quo a direcção ; mns
£&. promettido não censurarmos
ella não attende ns nossas observações , o a p«-
%&£. no di. 18 rt*",»
cheia do reminisccnctas da «rt» * ciência nos falta; que se nos ouça , que se nos
nJ o
Adi.cn , o o comproltenda , o então calar-nos-liemos.
Mt) disf.nguio-se nella o Sr. hc
Sr. Ar.i.aiul levou patetula. íunaf-lc-Pendu
- ItHII»».!»"»»»»»*»'*"
„„ _LLI I III
,,l»»»»*.l»*»«»»

fàltü*-W^
4,000,000
*» ***** Judeos 70,000,000
_„AD0 PUBSENTE M 9MV*U* Christaos gregos
. catholicos 186,000,000
religião divi-
Vfhamos o presente estado da e pa- » protestante*
131,000,000
mahometanos 110,000,000
lido m judeos. christaos, relativa *0* Mahometanos
Z Tn o os judeos nao ha divisão interpre- Pagflos
310,000,000
2... fi fã- nem de diversidade do
"Tde tenham en. 700,000,0(111
sut^"o hecias, posto que christaos
íff ní,-, hu ui ritual particular. Os
eproteslan- DBSCOUEBTA.
A3»»TpT!Kí o nome do IMPODTASTK
? a. unindo todo* as tres classes
relerem quo
da igreja roí ana, c Os últimos jornaes fran.ezes
tende por catholicos sò os em setas nu- hum celebro ...ecban.co, MHfjlJl gjffg
com m* *
s, otestan.es estao subdivididos a procurar outro motor que podesse
II. entro as quaes nao ha menos ininu- mais gera ,subsl -
STSptfirttSüs * contra os
lassam d-vulcm-s vantagem o com applicaçao os mais el.zo. re-
mabometanos úTr o vapor, acaba de obter *
c ti ol os romanos, Uados V. meio da pressão **££
SSTtS » «eita
dc Ornar, seguia pelos lesvcskv obtém huma economia
do 00 por «,
Africanos; c a seita dfl Ali. maior íi das m « »-
í abe. Turcos e honra de - e uS veloci.ladc igual O. *_«.
.egukla pelos Persas o índios: e em rcs machinas do T.por, MM doWggO -
tf duas' classes devemos observar ****** Experiências recentes acabam
fo rMflr
entro os s ctai.o na MMMMj*
o menor ódio ou perseguição 1 , WM bu a da, provincias da 1. ranço ,
«Io Alcorão. Os pagáos d.v.dem-se:
mas adora,n o níeJW om o ... ompltt.
reconhece... hu... 3 Deos,
dftdfl* do lugar, coroando
,n„ tempo gênios c dcoses utelarc^eyJ
V* Mt
Indios, os Siamczes, os Chins, etc, ¦
ser supremo, 0
.,uc, reconhecendo hum
¦ am debaixo de formas mater.aes,
o fogo, os rios, et*.; 3», nos que
como
tom
o
Sf a^a^tsíi^'
so
ap*mt
,
BfiA_.U,IBt.íJ_.
huma idea imperfeita do Deos . dfl *^J^ »
.mios, c cegamente enganados pelos
o ngourciros, adoram «WJJ. D*,* UÓBTBâ i-M
che*, adivinho* « osse PSi-AIlSTiCA 00* KASqMBHlOfl
mas ceremonias religiosas a entes vis g FBANtJA.
d,,stes Hç
ros, como animaes, insectos, etc. , c
ti„ Iftaíl ti.- o .' dfl janeiro tle 1843 nas-
J£aW.»amV*» *•*£";*,
os Africanos o Ilhoo. do Mar ***frl£j»
clara da
que não tem alguma idéa nem M«MJ£J" ^«todfl, naturaes; vem «
,!en. lugares dc adoração , O M£* unes 00 417 eram Ülbos
ügiosos? como os Índios Pampas ffi bíatardo para 13 lilhos UgJ^J»
do sul, fl varias tribus do norte »* "nf£± ESSl U| W**> be , pouco mais ou ment,,
das dito
A seguinte taboa dá huma idéa como 1 paia ... 808-900
les religiões, a mais conecta que se tem podido
deduzir das varias relações sobre este
olijccto. hiSSottiVS»^ s _SW .
pessoas, e ^teram-se
entre •» t*»»»^ mcninii,
7(10,000,000 fim o relação n , i „,,,,
10 para
Habitantes do mundo om rapazes be sempre eom
IU VAUIKDADES

Is? sua Ml sobr,


meninos, possor aquelle philosopho.
dizer quu nascem constantemente 16 o tinha fe.t..
17 rojtaze*. Satã passagem elle declarou que
quando vém u luz do dia DOf querer apreciar com sua própria vista os i.n-
^toMrnrr I-rançou.) mensus maravilhas du natureza, e a aata ru,-*
somente bar no que II..
peit.» nao su quurer o tinha cruad..
contara suu pai a a orna que
POROROCAS UO MEARIM I AMAZONAS.

Maranhão, que
O rioMuariin nu pwvtDcis do MAPOLEÁ0.
ilesuiiibocu nn bahia de S. Marcos, apresento bum
á do Amazonas a quo
obenomeno análogo pOTOCOOl a Ili de iigosto
corrente ra- Estu grande homem nasceu
..ir isso su tiú o mesmo non.u. A de 1709 , f"i aomeodo tununtu-coronul
da arti-
elle ac...a
„do fcst* rio suspende» i maré por lharia no sitio du Toulon um ITU.J, na tdud.
dalu ondas
,,,, ,empo considerável. resultando de '>\ annos; coiniiiumlantu da urttlhana nu
depois de terem vencido o quu annos; MB
èncopelladas que, de Itália en 179V. M du 2,i general
., maré v,i*ou em í» horas. enche em BUM chefe do exercito do Itália em I
*í>7, na de 28
o maré «ara ema tres
hum quarto , caminhando annos; general em chefe da expedição do Lgvpto
velocidade. KSSS
boros complutoscom huma grande em 1798, na do 19 annos; primeiro cônsul
iibenon.eno occu|.a o espaço du ti léguas hm ge- na de 30 annos; cônsul perpetuo
encapclladas ou em 1T9»,
r«l chama-se pororoca os ondas depois da batalha de Maretigo em
180(1, nn de
aos rolos d'agua que vem contra a corrente de em 1MH,
IU annos; imperador dos Irancezus
certos rios com grande eslrepito. abdicou depois du batalha de
entre o na de Uo annos;
(I rio Amazonas, na sua embocadura »a de Vt,
oftorece bum destes Waterloo um IH de junho do 1816,
rabo do Norte e o Macapá, annos; morreu no desterro na ilha tio Sont,.
durante os tempos mais próximos na idade de 52
nhcnomenos; Helena em 5 du maio do 1821 .
os tres dias
írs moiores marés, isto be, durante annos.
c bum
mais próximos «los novilunios plenilúnios,
1G do altura, seguido
r„lo dagu.i de 12 o pés
-V\ todos some-
de 2o e 3°, e ás vezes de AOS JURADO?
ra- 1UZ.VO POR 001 SE NÃO PERM1TTE
lhontes. vui de praia a proiu com grande COMER NEM DEHEU.
despedaçando tudo encontra: S mate
mote qoe
minutos para
emwen «.mente buin a dous Todos os povos regidos pelo systema
constitu-
tal ruído
ehegar a sua maior altura, e faz bum tia vantagem de serem julgados
dalli a 2 leguos. ritmai gozam
que sc ouve pelos seus parus, isto he, por dott jurados da
'lasse
tio accusatlo, aos quaos compete decla-
u quasi todos
KSC.IIA El.KCTRICA.
rar se elle he ou não culpado ;
da
os paizes onde ha esta instituição tomaram
de estarem estes
os pescado- constituição inglesa o preceito
No Ittipicurii, rio do Maranhão , fechados emquanto deliberam, sem co-
res de linha prendem as vezes bum peixe , espe- jurados
nelles o mer nem beber, alé que hajam oceordado n burra
t.io ,le enguia pequena, quu produz Eis-aqui n origem deste preceito. Os
Lies decisão.
ntes.no effeito «jue B trentelga aos EuroptOS. antigos Saxonios da Inglaterra , que foram
os que*
attribuom este effeito electrico a huma pedrinUs introduziram esta garantia legal contra a atbi-
ao que todavia
que s.» acha na eebèça dd peixe , resultado, dos juizes, eram geralmente dados ã
nao se pode aUribuir semelhante pois Iroriedade e havendo eslabe-
ba aulotoneria S I embriaguez,
hoje sabe-se que a eleetrioidade destes peixes buma lei tao proveitosa em theon!». não
nestes leoidt)
causada pelo systema nervoso, apresentando se mallograssem seus elloitos pela
animaes a fôrma do bum apparellin gaWajllOO. qui/.crom qno
sua notória intcinpcranço. Foi por isso quo es-
taboleoerem aquella prescripçao da lei. He na
verdade dilíicil tomar decisões imparciaes depois
COI.UXÇAO DR 0WECT0S UE HJ8T01UA NATURAL.
de sc comer e beber bem; porque o vinho faz
luins eloqüentes, a outros condescendentes, a
o primeiro homem, segundo nos mostra a a a
meios de for- alguns obstinados, e a muitos indillerentes;
historia, que teve a idèa ou os seria em tal caso diííicul-
de historia na- unanimidade portanto
mar huma collecçfio de objeetos
do '2o tosa ou defeituosa , vícios que não podiam ovi-
tural , fôí Apuleo, philosopho piatonfco
tao tar-sc de outro modo senão tendo-os sem pão
século. Naquellfl tempo esla innoveçõoJtereceu
-servir como bum dos nem vinho , até accordarem em sim ou nao.
extraordinoria , que veio a
do Ipgia por que teve a
pontos da arcustiçuo

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